1) A região da Palestina na época de Jesus estava sob domínio político do Império Romano, após uma sucessão de outros impérios. 2) Havia grupos políticos como os saduceus, fariseus e zelotes, cada um com visões diferentes sobre a ocupação romana e a fé judaica. 3) Jesus não pertencia a nenhum desses grupos, pregando sobre o Reino de Deus em vez de questões políticas ou doutrinárias.
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Nos últimos tempos temos visto muitas manifestações sobre política no nosso meio
1) A região da Palestina na época de Jesus estava sob domínio político do Império Romano, após uma sucessão de outros impérios. 2) Havia grupos políticos como os saduceus, fariseus e zelotes, cada um com visões diferentes sobre a ocupação romana e a fé judaica. 3) Jesus não pertencia a nenhum desses grupos, pregando sobre o Reino de Deus em vez de questões políticas ou doutrinárias.
1) A região da Palestina na época de Jesus estava sob domínio político do Império Romano, após uma sucessão de outros impérios. 2) Havia grupos políticos como os saduceus, fariseus e zelotes, cada um com visões diferentes sobre a ocupação romana e a fé judaica. 3) Jesus não pertencia a nenhum desses grupos, pregando sobre o Reino de Deus em vez de questões políticas ou doutrinárias.
N os últimos tempos temos visto muitas manifestações
sobre política no nosso meio. Mas você já parou para pensar
em como era a política nos tempos de Jesus, em sua região?
Necessário é compreender ao menos o básico da situação
política ao redor do Mar Mediterrâneo, e também sobre cada um grupo político da época na região e o que podemos equiparar aos dias atuais.
Há de se lembrar e considerar, que neste tempo não existia
a divisão moderna de Estado-nação, como hoje. Isso só veio a ocorrer no século XVII, após a Paz de Westfália. Tratado feito após a Guerra dos Trinta Anos (1618–1648) e considerado um marco na nova ordem internacional.
Na época, o império Romano dominava politicamente a
região do mar mediterrâneo. Havia a divisão da Palestina entre reino do norte (Israel) e reino do sul (Judá). Este fato ocorreu após a morte de Salomão. Esta região estava enfraquecida politicamente e socialmente, levando a queda de Samaria (capital do reino do Norte). Judá sustentou-se independente até a conquista de Babilônia, onde de 586 a.C. a 539 a.C., os judeus foram escravos.
Posteriormente, quando os persas dominaram os babilônios,
com ajuda dos judeus, estes como gratificação receberam a oportunidade de seguir com os cultos e tradições, posteriormente puderam voltar a Judá. Após este acontecimento, a região de Judá passou a ser chamada de Judeia.
Infelizmente para os judeus, os gregos sob o comando de
Alexandre (O grande) venceram os persas e formaram um grande império macedônico, incluindo a região da Palestina em seus domínios. Após a morte de Alexandre, o império foi dividido entre seus generais e surgiram quatro novos impérios, sendo os mais importantes Egito e Síria. Após a posse de Selêucida Antíoco III, a Síria domina toda a região. Em seguida, a Judeia cai sob este domínio. Seu herdeiro, Antíoco Epífanes, ao subir ao trono envolve-se em uma guerra contra o Egito. Esta guerra foi provocada por principalmente os lideres religiosos, sacerdotes e escribas apoiarem sempre os egípcios. Na Judeia, a religião e a política sempre se envolveram. O sumo sacerdote presidia tantos os sacerdotes no grande templo, quanto os anciões no Sinédrio. O rei Antíoco perseguiu os judeus, profanou o templo, onde os judeus se organizaram a fim de batalhar e retomar Jerusalém, onde conseguiram o êxito. Posteriormente os sírios organizaram um forte exército, onde derrotou os judeus e novamente estabeleceram-se no poder. Internamente, com divergências entre saduceus e fariseus, houveram guerras civis, onde ora um ou outro entravam no poder. A guerra teve fim com a entrada de Pompeu e a tomada de Jerusalém por Roma. Os judeus tornaram-se súditos dos romanos. Pompeu, buscando fazer alianças internas, indicou Antípatro como procurador da Judeia, tendo como seu sucessor Herodes I. Jesus nasceu durante o reinado de Herodes I.
Após a morte de Herodes I, o reino foi dividido entre seus
três filhos: Arquelau, Filipe e Herodes Antipas.
Arquelau, rei da Judeia e Samaria, por motivos políticos foi
exilado e substituído por procuradores romanos, onde Pôncio Pilatos era o 5°, sob cujo mandato Jesus Cristo foi crucificado. Mas o sumo sacerdote do templo de Jerusalém, Caifás, tinha grande influência no governo. Apoiava-se no Sinédrio. Herodes Antipas, aquele que condenou Jesus, foi destituído do poder. Filipe morreu sem herdeiros.
Entendendo o contexto histórico da região, à luz teológica, e
considerando pesquisas e estudos do protestantismo e catolicismo, podemos entender as condições e posições de cada agrupamento político na época. Temos a seguinte divisão de classes políticas: Dominante e Oposição.
A Dominante era composta por: Os saduceus,
especialmente na Judeia, e herodianos, na Galileia.
A Oposição por: Os fariseus, zelotes, e essênios.
Os saduceus eram a aristocracia sacerdotal. Pessoas com grandes fortunas e senhores do Sinédrio. Eram os conservadores daquela época e contexto. Conservavam a ordem estabelecida.
Não podemos confundir com o conservadorismo usado nos
termos políticos dos dias atuais. Chegaremos lá.
Estes rejeitavam os ensinamentos de Jesus (ressurreição dos
mortos e imortalidade do espírito — Mt 22.23). Eles só admitiam o Pentateuco.
Os herodianos eram do partido do Rei Herodes e talvez,
altos funcionários de sua casa. Eram conservadores e favoráveis à presença dos romanos. Quando Herodes Antipas construiu a capital, para bajular o imperador romano Tibério, chamou a cidade de Tiberíades.
Eram opositores fortes dos zelotes e perseguiam “agitadores
políticos” na Galileia. Foram os responsáveis pelo assassinato de João Batista. Uniram-se aos fariseus e escribas para combater Jesus. (Mt 22, 16; Mc 6, 16–20; 3, 6; 12, 13).
Os fariseus eram membros de grupos de religiosos
judaicos e grupos de leigos. Eram estudiosos e mestres da lei. Os fariseus formavam o partido do povo, tendo grande influência junto a ele. Era composto de trabalhadores rurais, artesãos e pequenos comerciantes. Gostavam do dinheiro embora afirmassem que a parte espiritual era mais importante. Nas sinagogas gostavam de ocupar os primeiros lugares e quando alguém não concordava com a doutrina deles, o expulsavam. Foram os fariseus e os Doutores da Lei (escribas) que começaram a organizar o povo depois que voltaram do cativeiro da Babilônia. O templo tinha sido destruído e o grupo que voltava do cativeiro estava muito empobrecido. Quando chegaram a Palestina encontraram novas idéias e costumes trazidos pelos gregos e romanos (exemplo: moços casavam com moças de outra nação). Combateram esses costumes como forma de unir o povo, em torno da observância mais rigorosa da Lei de Moisés. Com o tempo viraram fanáticos. Insistiam muito em coisas exteriores, visíveis (exemplo: a observância do Sábado, do jejum, da esmola, circuncisão, etc.). Faziam tudo isso para mostrar que eram judeus observantes da lei de Moisés e de outras prescrições impostas pela tradição. Eram rígidos em suas posições. Oprimiam a quem não seguisse seu fanatismo. Prendiam-se às exterioridades(observância do sábado, jejum, circuncisão e etc.), mas deixavam dominar-se pela injustiça. Jesus os comparou à sepulcros caiados. Sustentaram a luta armada de Judas Macabeu. Eram nacionalistas, inimigos dos conquistadores estrangeiros. Achavam que o Messias viria como guerreiro, para expulsar os romanos. Gostavam de dinheiro, embora diziam que se preocupavam com o espiritual. (Mt 23).
Os Zelotes eram revolucionários e seu partido teve início
no século I, sob a influência de Judas de Gamala, o Galileu. Representavam a ala mais radical dos fariseus. Os dirigentes conservavam todo o entusiasmo dos movimentos de libertação anteriores, o mesmo fanatismo pela lei escrita e a tradição oral mais rigorosa. Eram excluídos radicalmente desse movimento os que colaborassem com o Império Romano. Eram os nacionalistas mais radicais entre os judeus. Aspiravam pela instauração do Reino de Deus, que para eles se resumia numa libertação da dominação estrangeira. O Messias seria um Rei Ungido por Deus, que instauraria seu reino definitivo. Acreditavam que suas instituições (monarquias, templo, sacerdócio e sinagoga) eram válidas e permanentes. Era preciso apenas purificá-las. Sonhavam com a reorganização da propriedade segundo a vontade de Deus, como redistribuição dos latifúndios, libertação dos escravos e supressão de dívidas. Para eles, a vinda do reino dependia da ação revolucionária. Não aceitavam a passividade. Eram os que se organizavam clandestinamente em regiões montanhosas e se preparavam para a luta armada contra os romanos. Não pagavam impostos a Roma. Eram contrários ao recenseamento. Mobilizaram o povo com promessas de libertação. Conseguiram adesões de muitos rabinos, sacerdotes e da massa popular. Recrutavam militares entre os jovens camponeses empobrecidos pelos romanos. Praticavam os assassinatos, sequestros de personagens importantes, roubavam os ricos. Eram chamados: zelotes, ladrões ou bandidos (criminosos políticos), sicários (terroristas), galileus (por atuarem na Galileia). Entre os discípulos de Jesus havia zelotes, Simão, o zelote (Mc 3, 18). Os Essênios tiveram sua origem no século II antes de Cristo. Estes separaram-se dos fariseus. Este grupo não é citado nos evangelhos. Foram citados por Flávio Josefo em suas obras, mas em 1947, foi reafirmada a sua existência, através da descobertas dos livros e dos pergaminhos do Antigo Testamento, nas cavernas de Qumram. Os essênios conservaram vários escritos extra-bíblicos. Assemelhavam- se a uma comunidade de monges com disciplina rígida. Tinham os seus bens em comum, não usavam armas. Praticavam a pobreza, o celibato e a obediência a um superior. Estudavam as Escrituras. Eram fiéis à Lei de Moisés. Não frequentavam o Templo. Fervorosos, separam- se dos “maus”, dos impuros e dos pagãos. Sua espiritualidade era apocalíptica. Esperavam a intervenção dos “exércitos celestes” para a volta da teocracia (governo de acordo com a ordem religiosa). Deixaram Jerusalém e foram morar em grutas. Eram camponeses e viviam do produto de seu trabalho. Tinham pouca influência sobre o povo. Foram destruídos pelos romanos no ano de 68 depois de Cristo.
Jesus não pertenceu a nenhum partido: nem da classe
dominante, nem da oposição. A proposta de Jesus é o Reino de Deus. O poder que ele deseja é o poder não para dominar, sim para servir.
Além dos tais considerados grupos políticos da época,
haviam também grupos de pessoas que merecem destaque. Estes são os Escribas, os Publicanos, os Sacerdotes e o Sinédrio. Os Escribas eram estudiosos, tido como os doutores e mestres da lei e da torá. Estes tinham respeito e notoriedade pelo povo. (Mt 22,35; Lc 5,17). Os Publicanos eram cobradores de impostos para o Império Romano. Estes eram odiados entre os demais judeus. Considerados corruptos (cobrando mais do que deveria) e “judeus cobradores de impostos a judeus para dominadores”. Quando indagaram a João Batista como eles deveriam proceder, foram orientados a não cobrar mais do que deveriam (Lc 3:12–13). Os Sacerdotes são autoridades religiosas. Resume-se assim, mas há de se considerar que entre inúmeras religiões há uma concepção quanto a quem é e como atua o sacerdote. O Sinédrio eram agrupamentos de juízes atuantes no antigo Israel. Atuavam tanto no legislativo como na corte.
Como pode-se ver, não há tanto a equiparar diretamente aos
dias atuais, ainda que algumas semelhanças. Mas precisamos pontuar sobre o conservadorismo. O que representava para àqueles dias e para hoje.
O conservadorismo, no literal ato de conservar algo,
entende-se nos tempos de Jesus como a conservação do status quo político e religioso, como citado sobre os saduceus e herodianos. Jesus veio e houve o renovo.
Nos dias atuais, o conservadorismo é a conservação
exatamente de culturas e costumes milenares estabelecidos no ocidente, advindos da moral judaica e cristã. Inclusive com o renovo através de Jesus cristo. O que chamam de “progressismo” (que de progresso não tem nada), é exatamente um enfrentamento a estes costumes e morais estabelecidas. Este é uma desconstrução da tradição cristã e a luta para estabelecer uma cultura revolucionária e subversiva, a fim de destruição desta sociedade organizada baseada na bíblia. Não há nenhuma ligação com o renovo trazido por Jesus, pois esta subversão obviamente vai contra a bíblia e a fé cristã. Este progressismo é o marxismo cultural, onde muitos cristãos deixam envolver a causas cristãs, e acabam apoiando uma ideologia que vai diretamente para a destruição do cristianismo.
É necessário muito cuidado com o jogo de palavras, onde
usam de repetições estratégicas para atribuir uma conotação negativa conforme o interesse do interlocutor. Progressismo não é progresso. Conservadorismo não é algo ultrapassado e falido. Na política hoje, a Direita é quem conserva a tradição, a Esquerda é quem vem para fazer a revolução cultural e subverter a sociedade.