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Jesus ou Yeshua? Tire suas dúvidas.

Cumpre destacar que o anjo nunca poderia ter falado “JESUS”, visto que a

letra “j” (jota) não existe em hebraico e nem em aramaico, línguas faladas por Yeshua e

por seus pais. Também não existe “j” (jota) em grego ou em latim. Somente veio a ser

criada a letra “j” por volta de 500 anos atrás. Ou seja, antes do século XVI, nenhum

cristão chamava o Salvador de “Jesus”, uma vez que não se pronunciava o som da letra

jota.

Não estamos, com isso, querendo desmerecer o nome “JESUS”. Não!

Muitas pessoas no mundo inteiro podem ser alcançadas por meio do nome de “Jesus” e

obter a salvação, como de fato se tem visto há tempos. Respeitamos aqueles que adotam

o nome “Jesus”, que já se tornou consagrado nos últimos séculos, porém, preferimos

utilizar o nome verdadeiro em hebraico: YESHUA.

Mais importante do que o nome (YESHUA ou JESUS) é a existência de um

relacionamento pessoal, sincero e verdadeiro com o Salvador, obedecendo aos

mandamentos da Torá. Afinal, ensinou o Mashiach:

“Se vocês me amam, guardarão meus mandamentos.”

(Yochanan/João 14:15).

Existem pessoas que usam o nome JESUS e obedecem aos mandamentos,

enquanto existem pessoas que usam o verdadeiro nome (YESHUA) e são

desobedientes. Logo, a salvação não está ligada a conhecer o nome verdadeiro, mas sim

à obediência aos mandamentos da Torá. É importante dizer isto porque muitos grupos

de judeus messiânicos fanáticos têm divulgado a seguinte heresia: “quem pronuncia o

nome YESHUA é salvo; quem chama o Salvador de JESUS está condenado”. Ora, a

salvação não vem por meio da pronúncia do nome em hebraico, mas sim pelo “novo

nascimento”, conforme ensinou o Mashiach em Yochanan guímel (João, capítulo 3).

Por conseguinte, respeitamos o nome JESUS, mas preferimos usar o


verdadeiro nome dado por um anjo de YHWH: YESHUA.

II - YESHUA, YESHU, YAHUSHUA, YAOHUSHUA,

YEHOSHUA OU YAHSHUA? QUAL O VERDADEIRO NOME?

Atualmente, têm surgido muito grupos que afirmam que YESHUA não é o

nome do Mashiach, e daí cada facção afirma que descobriu o “verdadeiro” nome,

existindo uma gama de nomes supostamente verídicos:

a) Yehoshua;

b) Yahshua;

c) Yahushua;

d) Yahusha;

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e) Yaohushua;

f) Yeshu;

g) etc.

Para nós, não basta inventar o nome do Salvador, visto que a imaginação

humana pode criar dezenas de milhares de nomes. Faz-se mister provar qual é o

verdadeiro nome. Os fanáticos que engendram miríade de nomes falam, divagam e

expõem teorias conspiratórias, porém, nada provam.

Iremos, aqui e agora, provar e comprovar o verdadeiro nome do Mashiach à

luz de elementos objetivos e científicos, e não de fábulas humanas.

A melhor forma de se descobrir o nome do Salvador é compulsar os

manuscritos semitas, escritos em hebraico e em aramaico, da B’rit Chadashá (Aliança

Renovada/“Novo Testamento”). Optamos por utilizar os textos em hebraico e em

aramaico porque estas eram as línguas faladas por Yeshua e por seus discípulos, como

afirmam as próprias Escrituras.

Em relação ao hebraico, citam-se as seguintes passagens:

“Obtida a permissão, Sha’ul [Paulo], em pé na escada, fez com a


mão sinal ao povo. Fez-se grande silêncio, e ele falou em língua

hebraica, dizendo:” (Ma’assei Sh’lichim/Atos 21:40).

“Quando ouviram que [Sha’ul/Paulo] lhes falava em língua

hebraica, guardaram ainda maior silêncio. E continuou:”

(Ma’assei Sh’1ichim/Atos 22:2).

Quando Yeshua se revelou a Sha’ul (Paulo) na estrada de Dammesek

(Damasco), dirigiu-lhe a palavra em hebraico:

“E, caindo todos nós por terra, ouvi uma voz que me falava em

língua hebraica: Sha’ul [Saulo], Sha’ul [Saulo], por que me

persegues? Dura coisa é recalcitrares contra os aguilhões.”

(Ma’assei Sh’lichim/Atos 26:14).

Logo, não há dúvidas de que Yeshua e seus discípulos, bem como Sha’ul

(Paulo), falavam a língua hebraica. Por outro lado, há registros nos evangelhos de que

Yeshua também se comunicava em aramaico:

“E, tomando a mão da menina, disse-lhe: Talita kumi; que,

traduzido [do aramaico], é: Menina, a ti te digo, levanta-te.”

(Yochanan Marcus/Marcos 5:41).

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“Yeshua gritou: Eli, Eli! L’mana sh’vaktani? [aramaico] (Meu

Elohim, Meu Elohim! Por que me abandonaste?)” (Matityahu

27:46).

Pelos textos bíblicos referidos, não há dúvidas acerca de que o hebraico e o

aramaico eram línguas faladas por Yeshua e pelos discípulos, fato que é confirmado

pelos especialistas. O preclaro historiador David Flusser desmistifica a ideia de que

Yeshua era fluente apenas em aramaico, como se pensou por algum tempo, ressaltando

que o hebraico também era língua de seu domínio:

“As línguas faladas entre os judeus desse período eram


hebraico, aramaico e grego – em menor escala.

(...)

O evangelho de Marcos contém algumas palavras em aramaico, e

foi exatamente isso que confundiu os teólogos. Hoje, com o

descobrimento do pergaminho de Ben Sira (Eclesiástico), na

coletânea do Mar Morto, e das cartas de Bar Kochba – que

ilumina mais profundamente os estudos das línguas nos dias dos

sábios judeus –, é aceitável que a maioria das pessoas nos dias de

Jesus fosse fluente em hebraico. O Pentateuco foi traduzido para

o aramaico para o benefício da classe mais baixa da população de

Israel. As parábolas da literatura rabínica, por outro lado, foram

todas escritas e ensinadas em hebraico em todos os períodos da

história judaica. Assim, não há base para assumir que Jesus não

falasse hebraico; e, quando somos informados em At 21:40 que

Paulo falava hebraico, devemos valorizar mais este tipo de

informação.” (FLUSSER, David. 1989. Jewish Sources in Early

Christianity).

Feito este breve parêntese, acerca da importância do hebraico e do aramaico,

como línguas nativas dos discípulos de Yeshua, faz-se curial compulsar o que dizem os

Manuscritos nestes idiomas acerca do nome do Mashiach.

Fato incontroverso é que o nome YESHUA consta nos seguintes

Manuscritos da B’rit Chadashá (“Novo Testamento”):

1) Siríaco Antigo (Curetônio), do século II D.C;

2) Peshitta, com textos dos séculos III e IV D.C;

3) Siríaco Antigo (Sinaítico), do século IV D.C;

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4) Peshitto (ocidental), do século V D.C;


5) Peshitto (Crawford), do século V D.C;

6) Munster, texto de Matityahu/Mateus, do século XVI D.C.

A título exemplificativo, no Manuscrito do Khabouris Codex

(Peshitta/Aramaico) consta a passagem de Matityahu/Mateus 1:21, figurando

claramente o nome YESHUA:

‫קרא ׁשמֵ ה י ֵׁשּוע הּו ּגֵיר נַחֵ יוהי לעַ מֵ ה מֵ ן חטָ הַ יהּון‬
ֵ ֵ‫ּברא ות‬
ָ ‫ּתאִ לַד ּדֵ ין‬

Vê-se que destacamos o nome do Mashiach: YESHUA. Assim, temos

absoluta certeza de que este é o nome verdadeiro, caindo por terra todas as teorias

conspiratórias sobre o nome do Mashiach que não provam o que alegam. Insta repetir: o

que valem são as Escrituras e estas não deixam dúvidas de que YESHUA é o nome do

Mashiach!!! Citamos acima apenas um versículo do Khabouris Codex contendo o

nome do Salvador, porém, temos cópia integral de toda a B’rit Chadashá (“Novo

Testamento”) em aramaico, registrando-se sempre o nome YESHUA, razão pela qual

colocamos tal documento à disposição de todos que querem a verdade.

Cumpre registrar que no Manuscrito Duttilet (século XVI D.C) aparecem na

mesma Escritura dois nomes distintos para o Mashiach (Messias), quais sejam,

YESHUA e YESHU.

E por que razão dois nomes diferentes (Yeshua e Yeshu) são registrados no

mesmo Manuscrito?

A razão é simples: o nome Yeshua assim se escreve em hebraico – . ‫ישוע‬

Em aramaico, a grafia é a mesma, porém, a letra áyin ( ‫ )ע‬não se pronuncia quando está

no final da palavra. Daí, o nome de Yeshua em aramaico se pronuncia como Yeshu.

Tendo em vista que muitos discípulos de Yeshua falavam hebraico e aramaico enquanto

outro segmento tinha por língua tão somente o aramaico, passou a usar-se tanto o nome

YESHUA quanto sua variante fonética YESHU. Consequentemente, no mesmo

Manuscrito admitiu-se escrever o nome do Messias das duas formas diferentes.

Em razão da pronúncia aramaica do nome do Salvador, também foi usado o

nome YESHU no livro de Matityahu (Mateus) do Manuscrito Shem Tov (século XIV
D.C).

Então, verifica-se com absoluta certeza que antes do século XIV D.C os

Manuscritos apontam o nome YESHUA, sendo que YESHU surge apenas depois, não

como um novo nome, mas como uma variante fonética do mesmo nome, agora

pronunciado na língua aramaica. Em suma, Yeshu é a pronúncia de YESHUA em

aramaico.

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Por fim, há o Manuscrito Munster de Ivrim (Hebreus), datado do século

XVI D.C, figurando o nome ‫ יהושע‬, conhecido em português como “Josué”. O citado

nome em hebraico pode ser pronunciado como Yehoshua, conforme vocalização

massorética, ou como Yahushua, seguindo a vocalização mais coerente com a pronúncia

do trigrama ( ‫ יהו‬/Yahu). Contudo, estes nomes (Yehoshua ou Yahushua) só aparecem

em um Manuscrito do século XVI D.C e apenas no livro de Ivrim (Hebreus), ou seja,

não servem como prova para afastar a presunção de que YESHUA é o correto nome do

Mashiach (Messias). E porque apareceu este novo nome (Yehoshua ou Yahushua)?

Existe uma explicação. No texto grego, foi usado o nome Iesous tanto para

‫( יהושע‬Yehoshua/“Josué”) quanto para ‫( ישוע‬Yeshua/“Jesus”), ou seja, um único nome

grego foi dado para duas pessoas distintas. Por tal razão, o nome do Mashiach ficou

sendo idêntico ao nome de Yehoshua (“Josué”), o que é um equívoco. Assim, tendo em

vista que o Manuscrito Munster de Ivrim (Hebreus) foi adequado ao texto grego, como

o próprio Sebastian Munster admitiu, conclui-se que foi usado o nome “Yehoshua” (e

não “Yeshua”) para se harmonizar com os escritos em grego do “Novo Testamento”.

Ante todo o exposto, podemos resumir a explanação tecida da seguinte

forma:

1) até o século XVI D.C, todas as Escrituras da B’rit Chadashá (Aliança

Renovada/“Novo Testamento”) indicam o nome YESHUA;

2) YESHUA é o nome consignado nas Escrituras do Siríaco Antigo


(Curetônio), Peshitta, Siríaco Antigo (Sinaítico), Peshitto (ocidental), Peshitto

(Crawford) e Munster (texto de Matityahu/Mateus);

3) no Manuscrito Duttilet (século XVI D.C) aparecem na mesma Escritura o

nome YESHUA e YESHU, sendo este último apenas uma variação fonética do

primeiro, conforme a pronúncia aramaica;

4) apenas no século XVI D.C surge um novo nome ‫( יהושע‬Yehoshua ou

Yahushua), que aparece única e exclusivamente no texto do livro de Hebreus (Ivrim),

razão pela qual este documento isoladamente e de época tardia não pode ser usado para

anular todos os demais Manuscritos antigos que trazem o nome YESHUA.

5) conclusão: YESHUA é o nome do Mashiach!!!

Por fim, imperioso registrar que o nome Yeshua ( ‫ ) ישוע‬é uma síncope78 do

nome Yahushua (ou Yehoshua/ ‫) יהושע‬, sendo que ambos possuem o mesmo significado:

“YHWH é a salvação” ou “YHWH salva”.

78 Síncope é o desaparecimento de fonema(s) no interior de vocábulo (exemplo: mor, que


vem de maior).

Assim, o nome Yahushua deu origem ao nome Yeshua.

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III - NÃO SE DEVE BLASFEMAR CONTRA O NOME DE

JESUS

Foi esclarecido que o Messias nunca poderia ter sido chamado de “Jesus”,

visto que a letra “j” (jota) não existe em hebraico, aramaico, grego e latim, tampouco

sua pronúncia. Surgiu o nome “Jesus” apenas nos últimos quinhentos anos.

Particularmente, usamos o nome YESHUA por ser o nome verdadeiro.

Todavia, respeitamos aqueles que preferem utilizar o consagrado e popular nome

JESUS. Afinal de contas, nem todas as pessoas conhecem hebraico e, por tal razão, se

valem do nome JESUS, que já é reconhecido universalmente.

Existem grupos fanáticos que ensinam: “caso você fale JESUS, irá para o

inferno! Só é salvo quem usa o nome YESHUA”. Ousamos discordar de tal colocação,
visto que não é a pronúncia hebraica que salva o ser humano.

Existem muitas pessoas nos quatro cantos da terra que “nasceram de novo”

e pronunciam o nome JESUS (ou suas adaptações para os mais diversos idiomas). São

discípulos tementes que moram em paupérrimos bairros da África, alimentando-se de

terra e mato; em inóspitas regiões da China, em que a Bíblia é um livro proibido; em

países totalitários em que falar de “Jesus” pode levar à prisão ou até mesmo à morte;

etc. Será que estes discípulos, realmente “nascidos de novo”, serão condenados apenas

pelo desconhecimento da língua hebraica?

É claro que não! Infelizmente, alguns lunáticos propagam o falso ensino de

que quem ora para Jesus (e não para Yeshua) está orando para um “deus pagão”. Estes

ignóbeis julgam-se superiores pelo simples fato de falarem YESHUA. Invocam o nome

correto, mas não dão o fruto do “amor, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fé,

humildade e autocontrole” (Galutyah/Gálatas 5:22). Bom lembrar que a árvore que não

der fruto será cortada e lançada ao fogo (Matityahu 3:10).

Se o ETERNO está usando o nome JESUS para alcançar milhares de

pessoas, já que nem todos conhecem hebraico, aqueles que ofendem o nome de JESUS

estão litigando contra o próprio YHWH e irão suportar as consequências de seus atos.

Assim, por mais que usemos YESHUA, o verdadeiro nome, devemos respeitar todos

aqueles que proclamam o nome JESUS por ignorância. Por outro lado, para aqueles que

conhecem a verdade, faz-se curial usar o nome verdadeiro, e não o fictício.

Discordamos ainda daqueles que afirmam que o nome JESUS é pagão, o

que é um erro.

Demonstrar-se-á, a seguir, que o nome JESUS não tem origem no

paganismo, mas deriva de sucessivos processos de transliteração do nome YESHUA.

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IV - ORIGEM DO NOME “JESUS”

Inicialmente, importa registrar que algumas pessoas alegam


equivocadamente que ninguém deveria usar o nome JESUS, pois “nome próprio não se

traduz”. Será verdade?

Histórica e linguisticamente, sempre houve a tentativa de adaptação de

nomes de personalidades para as línguas de outros povos.

O historiador Yosef Ben Matityahu ficou conhecido em latim como Flavius

Josephus e, em Língua Portuguesa, como Flávio Josefo. O filósofo e matemático Platon

teve seu nome aportuguesado para Platão. Célebre conquistador, Aléxandros ho Trítos,

alcunhado de Mégas Aléxandros, é conhecido no Brasil como Alexandre, o Grande. Por

sua vez, o reformador Jean Calvin teve o seu nome adaptado para João Calvino.

Mohammed é o verdadeiro nome de Maomé.

Demos apenas estes poucos exemplos, pois teríamos muitos, para

demonstrar que a mudança do nome de pessoas ilustres é corrente na história. Assim,

não é de se surpreender que Yeshua terminou por ser chamado de Jesus, não existindo

nenhuma trama maligna para a alteração do nome. Vejamos como isto ocorreu.

O nome YESHUA não apareceu primeiramente na B’rit Chadashá (“Novo

Testamento”), como muitos pensam, mas já existia no Tanach (Primeiras Escrituras).

Registra-se o nome YESHUA nos seguintes livros (tal nome foi adaptado no Português

para JESUA):

1) Divrei HaYamim Álef/I Crônicas 7:30 e 24:11;

2) Divrei HaYamim Beit/II Crônicas 31:15;

3) Nechemyah/Neemias 3:19; 7:7,11, 39 e 43; 8:7; 9: 5; 10:9; 11:26;

12:1,7,8, e 26

4) Ezra/Esdras 2: 2, 6,36,40; 3:2, 4:3; 5:2; 8:33 e 10:18.

Nos versículos citados, escritos em hebraico, foi usado o nome ‫ישוע‬

(Yeshua). Quando houve a tradução de tais textos do hebraico para o grego, na versão

Septuaginta (século II A.C), ocorreu a adaptação do nome ‫( ישוע‬Yeshua) para ιησους

(Iesous). Exemplifica-se:
Texto de Ezra/Esdras 2:2 em HEBRAICO:

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Texto de Ezra/Esdras 2:2 em GREGO (Septuaginta):

οι ηλθον μετα ζοροβαβελ ιησους νεεμιας σαραιας ρεελιας

μαρδοχαιος βαλασαν μασφαρ βαγουι ρεουμ βαανα ανδρων

αριθμος λαου ισραηλ

Vê-se acima que o nome YESHUA foi adaptado para IESOUS, conforme

destacamos.

Há uma explicação do porquê de o nome Yeshua ter se transformado em

Iesous. Na língua grega, não existe uma letra equivalente ao ‫( ש‬shin), fazendo com que

os tradutores se valessem da letra grega σ (sigma), alterando-se também o final da

palavra “UA” para “OUS”, já que esta última é bastante comum para os nomes gregos.

Eis a alteração efetuada:

NOME HEBRAICO

YESHUA

NOME GREGO

IESOUS

YE (som: Iê) IE (som: Iê)

SH (som: “x”) S (som: “s”, pois não existe o som de “x”

em grego)

UA (som: “ua”) OUS (som: “ous”)

Como se percebe na tabela acima, os sábios da Septuaginta adaptaram o

nome YESHUA para a língua grega, o que é comum.

Aqueles que gostam de “teorias da conspiração” alegam erroneamente que,

após a vinda de Yeshua, os romanos e os gregos, de má-fé, alteraram seu nome para

Iesous, tudo com o objetivo de denegrir o nome do Mashiach. Porém, esta teoria é
absurda, visto que no século II antes do nascimento do Salvador os sábios judeus

tradutores da Septuaginta já tinham adaptado o nome Yeshua para Iesous, quando se

referiam a homônimos do Mashiach. Ora, se o nome “Iesous” era usado comumente

antes da vinda do Messias, então, cai por terra a falsa teoria que este nome surgiu com o

objetivo de macular a imagem do Salvador. Em verdade, os gregos continuaram a usar o

nome Iesous porque este já era usual no mundo helenístico em período anterior ao

ministério do Mashiach. Ademais, o nome Yeshua (Iesous em grego) era comum na

Palestina, inexistindo qualquer dolo ou má-fé na utilização do nome Iesous.

Pois bem, vimos que não existe nada de maligno no nome grego Iesous.

Então, avancemos para sabermos como apareceu o nome “Jesus”.

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No século V, Jerônimo concluiu a tradução da Bíblia do grego para o latim,

surgindo, então, a versão conhecida como Vulgata Latina. Neste texto, o nome grego

Iesous foi adaptado para Iesus, observando-se a norma vernacular. Exemplifica-se:

TEXTO DE MATEUS 2:1 em GREGO:

Αφου δε εγεννηθη ο Ιησους εν Βηθλεεμ της Ιουδαιας επι των

ημερων Ηρωδου του βασιλεως, ιδου, μαγοι απο ανατολων ηλθον

εις Ιεροσολυμα, λεγοντες

TEXTO DE MATEUS 2:1 em LATIM (Vulgata):

Cum ergo natus esset Iesus in Bethlehem Iuda in diebus Herodis

regis, ecce Magi ab oriente venerunt Ierosolymam

Certifica-se pelos textos acima que o nome Iesous (grego) sofreu adaptação

para Iesus (latim). Eis o processo:

NOME GREGO

IESOUS

NOME LATINO
IESUS

IE (som: Iê) IE (som: Iê)

SOUS (som: “sous”) SUS (som: “sus”)

Como se percebe, a única variação foi substituir o “sous” por “sus”. Os

amantes da “teoria da conspiração” afirmam que não se poderia colocar o sufixo “sus”

no nome do Messias, já que “sus” significa “cavalo” em hebraico, e “porco” em grego.

Daí, alegam os incautos que Yeshua foi transformado no “deus cavalo” ou “deus

porco”. Este raciocínio está manifestamente equivocado! Em latim, “sus” não significa

“cavalo” nem “porco”, razão pela qual não se pode transplantar o som de uma língua

para determinar o significado de uma palavra de outro idioma!!!

Exemplifiquemos. Em hebraico, o nome YESHUA significa “YHWH é a

salvação”. A língua portuguesa albergou a palavra africana “Exu”, que é o nome de um

orixá. Então, algum lunático poderá dizer que o nome YESHUA é pagão, visto que nele

se emite o som “Exu”. Tal conclusão seria claramente ignóbil, já que não se pode

misturar o significado de um nome africano (“Exu”) com um nome hebraico

(“Yeshua”), que possui semântica totalmente diversa.

Da mesma forma, dizer que Iesus (latim) contém o prefixo “sus”, que

denota “cavalo” (em hebraico), e daí se concluir que o Messias se chama “deus cavalo”

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retrata desvario, beirando a insanidade. Não é possível misturar radicais do latim com a

língua hebraica.

Já se explicou como o nome YESHUA (hebraico) foi adaptado para

IESOUS (grego) e posteriormente para IESUS (latim). Deste último derivou o nome

JESUS, conforme tabela abaixo:

NOME LATINO

IESUS
NOME EM PORTUGUÊS

JESUS

IE (som: Iê) JE (som: Iê)

SUS (som: “sus”) SUS (som: “sus”)

Do latim para o português, como se vê, apenas ocorreu a substituição do “i”

pelo “j”, passando-se de “ie” para “je” e mantendo-se a terminação “sus”. Importante

lembrar que várias palavras de origem latina, quando migraram para o português,

tiveram o “i” substituído pelo “j”, ou seja, trata-se de uma adaptação que segue as

normas gramaticais, não havendo qualquer tipo de plano macabro para criar-se o nome

JESUS.

Em suma, “JESUS” decorre de processos de adaptação do nome de uma

língua para outra, observando-se os padrões gramaticais oficiais. Consoante já exposto

acima, ainda que JESUS não seja o nome verdadeiro do Mashiach (Messias), o

ETERNO tem usado este nome para alcançar milhares de pessoas, que verdadeiramente

“nasceram de novo”, inferindo-se daí que não se pode blasfemar contra o nome de

Jesus. O autor deste livro usa o nome em hebraico YESHUA, haja vista este ser o

verdadeiro, porém, respeita aqueles que não conhecem a língua do Messias e o chamam

pelo nome de Jesus.

Particularmente, pensamos que toda pessoa que conhece o nome YESHUA

deveria usá-lo, por uma razão simples: trata-se do nome verdadeiro!

V - O OUTRO YESHUA

Em Curintayah Beit/2ª Coríntios 11:3-4, Sha’ul (Paulo) fala que alguns

falsos mestres estariam pregando um “outro Yeshua”, diferente do verdadeiro, isto é, há

lobos que transformam a personalidade do Salvador em outra pessoa:

“Mas temo que, assim como a serpente enganou a Havá [Eva]

com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte

corrompidos os seus entendimentos e se apartem da simplicidade


e da pureza que há no Mashiach [Messias].

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Porque, se alguém vem e vos prega outro Yeshua que nós não

temos pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes,

ou outras boas novas [evangelho] que não abraçastes...”.

Se a alteração da personalidade do Mashiach já ocorria no primeiro século,

depois de dois mil anos surgiram dezenas e dezenas de “Jesus” que são totalmente

diferentes do verdadeiro Yeshua. Citam-se apenas alguns exemplos:

1) o “Jesus católico” não é o verdadeiro Mashiach, uma vez que não tem

poder para salvar o homem, dependendo de Maria, que é vista pelo Catolicismo

Romano como corredentora. Ou seja, a salvação precisa contar com o aval de Maria.

Esta crença é totalmente incompatível com as Escrituras e reflete um “outro Jesus”, que

difere do verdadeiro Messias. Ademais, toda a idolatria católica contraria o Judaísmo de

Yeshua, que abomina ídolos;

2) o “Jesus da prosperidade” também é um falso Messias, já que a missão

principal de Yeshua não é dar dinheiro, bom casamento, emprego e ensinar que os

homens acumulem riquezas na terra, como apregoa tal doutrina;

3) o “Jesus cristão e evangélico” representa, com frequência, uma

distorção do verdadeiro Yeshua. Por quê? Porque na visão de quase todos os

evangélicos, salvo raras exceções, Jesus ensinou a abolição da Torá (“Lei”), revogou o

shabat (sábado) e estabeleceu o domingo, aboliu as festas bíblicas e constituiu uma

Igreja na terra em substituição a Israel. Este tipo de “Jesus evangélico” é um engano,

porquanto Yeshua, o judeu, defendeu a Torá (Mt 5:17-19), guardava o shabat/sábado

(Lc 4:16), participava das festas bíblicas (Lc 2:41-42; Jo 2:13, 7:1-10 e 14 e 10:22-23) e

veio para cumprir a promessa da “Nova Aliança” (ou “Aliança Renovada”) que é

estabelecida entre o ETERNO e Israel (Casas de Yehudá/Judá e Yisra’el/Israel), e não

entre o ETERNO e a “Igreja” (Jr 31:30-33 ou 31-34, nas versões cristãs; Ez 37:18-28).
Apesar de tudo isto, existem cristãos sinceros e honestos que chegam a cumprir grande

parte dos mandamentos da Torá, inclusive os mais importantes, o que denota que

realmente “nasceram de novo”, ainda que possuam certos erros;

4) o “Yeshua do Judaísmo Messiânico” pode ser, em alguns casos, um

“outro Yeshua”, diferente do verdadeiro Mashiach. Alguns judeus messiânicos vivem

no engano, porque: a) seguem mais as tradições e a Lei Oral do que a Torá escrita; b)

possuem hábitos extremamente legalistas e que não são determinados pela Torá; c)

idolatram objetos como o talit, mezuzá, tefilin etc; d) não externam amor ao próximo; e)

acham-se superiores pelo fato de serem judeus, julgando os não-judeus e os

considerando inferiores; f) creem que serão salvos por suas próprias forças

(autojustificação); g) promovem a “judeulatria”, isto é, a idolatria ao judaísmo; i) creem

que Yeshua é um ser criado (espécie de “subdeus” ou “semideus”) e não o próprio

ETERNO que se manifestou em carne. Todo judeu messiânico que se enquadra em

alguma das hipóteses citadas está deturpando a personalidade do genuíno Yeshua. ‫אֲ ׁשֶ ר־ּבָאּו‬
‫עִ ם־ז ְֻר ָּבבֶל י ֵׁשּועַ נְחֶ מְ י ָה ׂשְ ָרי ָה ְרעֵ ָלי ָה מָ ְרּדֳ כַי ִּבלְׁשָ ן מִ סְ ּפָ ר‬

‫ִּב ְגו ַי ְרחּום ּבַעֲ נָה מִ סְ ּפַ ר ַאנְׁשֵ י עַ ם י ִׂשְ ָראֵ ל׃‬

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