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Yehoshua é formado por duas palavras hebraicas, que são as letras iniciais do nome de Deus - יה
(yud+he - lendo da direita para a esquerda, isto é, YH), e a palavra yasha, que tem o sentido de
"salvar", "trazer salvação" ou "libertar".
Depois do cativeiro, porém, este nome ganhou uma forma contraída, que é "Yeshua" ()י ֵׁשּוַע. É
possível constatar isso no texto hebraico de Neemias 8:17, por exemplo, onde o mesmo "Josué"
é chamado de "Yeshua" também.
Ou seja, "Jesus" e "Josué", assim como "Jesua" (Ne 3:19) são o mesmo nome no texto original
hebraico! Eles só se tornaram diferentes nas traduções da Bíblia, mas no idioma e contexto
original todos têm a mesma raiz e o mesmo significado, isto é, Yeshua, que significa
"salvação", "libertação". Já a forma alongada do nome, Yehoshua, significa "Yahweh salva",
por ter as duas iniciais do nome de Deus ali.
Ao conhecer o texto original hebraico, bem como o nome original do Salvador, textos como
Mateus 1:21, por exemplo, fazem muito mais sentido, pois ali o mensageiro (anjo) de Deus diz
para a mãe dele: "Você o chamará Yeshua, porque ele salvará seu povo de seus pecados".
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Em suma, o Messias era judeu/hebreu, vivia num contexto histórico-religioso judaico, e por isso
recebeu nome relativo a essa nacionalidade, que fazia parte de sua língua e cultura original. No
entanto, à medida que as Escrituras foram sendo traduzidas para outros idiomas, à partir do
grego com a Septuaginta, os nomes foram ganhando novas versões. Portanto, a partir deste
ponto, vamos conhecer melhor como foi que o nome "Yeshua" virou "Jesus".
● No lugar da primeira letra hebraica do nome, o yud ( )יque tem som de "i", foi usada a
letra grega "iota" (ι), que também tem som de "i". Daí não mudou nada no fonema.
● No grego bíblico, porém, não existe nenhuma letra que faça o som de "sh", que é da
letra hebraica "shin" ()ש. Então foi usada a letra grega "sigma" (σ), que corresponde à
nossa letra "s". Portanto, o nome ficou "Iesua".
● Só que a terminação "a" no grego (letra grega alfa - α) geralmente é usada para nomes
femininos, como no português (ex.: Gabriel > Gabriela, Daniel > Daniela). Então eles
tiveram que adaptar para um sufixo masculino, daí colocaram a letra grega sigma no
final. Além do mais, a última letra do nome do Salvador, ayin ()ע, não é uma letra
específica, nem mesmo som ela tem, ficando na dependência de um sinal vocálico
vinculado a ela para que seja pronunciada.
● Então de "Iesua" virou "Iesus" (a quem diga porém, que a letra "s" no final não é
pronunciada, neste caso se pronunciaria "iessú").
A forma final grega, portanto, é "Ιησούς" (Iesous), sendo que as letras o+u ali se
pronunciam só com som de "u").
Do grego foi transliterado para o latim, já no primeiro século de nossa era pelo menos, como
"Iesus". Lembre-se que escreveram o nome do Senhor na placa pregada na cruz em hebraico,
grego e latim (Jo 19:19,20).
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(INRI é o acrônimo latino para “Iesus
Nazarenus Rex Iudaeorum”, isto é, "Yeshua,
o nazareno, rei dos judeus").
"And she shall bring forth a sonne, and thou shalt call his Name Iesus: for hee shall saue his
people from their sinnes."
(KJV1611 Mat 1:21)
Obs.: Há quem leve a mal terem colocado a terminação "sus" no nome do Senhor, pois "sus"
sozinho no latim significa "porco". No entanto, a inserção da letra sigma no final aconteceu com
vários outros nomes hebraicos com a terminação "a", como Jonas (Yonah), Zacarias (Zekaryah),
etc.
Desde então é grafado o nome do Senhor como "Jesus". Mas como a letra J foi ganhando
diferentes sons em cada idioma, no português ela não ficou com som de i, mas com som de
"jota" (já, jé, ji, jó, ju). Por isso pronunciamos "gêsus".
Obs.: O som da letra jota no idioma português brasileiro, não existe no hebraico bíblico.
Mas existem idiomas em que a letra jota continuou com som de i, como o holandês, por
exemplo. Por isso, neste caso não haveria problema transliterar a yud pela letra J. Faça um teste
você mesmo(a), abra o Google tradutor em translate.google.com, de um lado escreva "Jesus" e
🔈
selecione "português", e do outro peça para "traduzir" para o holandês, então clique no auto
falante para ouvir algo como "Iêizus".
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Você pode ver a mesma explicação deste presente estudo sendo dita pelo professor Jonathan
Matthies no vídeo abaixo.
Obs.: Um dos problemas do professor Jonathan no vídeo, bem como de quase toda a
cristandade, é ignorar completamente a existência do texto aramaico dos escritos dos
discípulos (erroneamente chamados "novo testamento"), que era o idioma que Yeshua falava.
Além disso, considerar também que os discípulos do Salvador eram cristãos, um erro histórico
grosseiro, mas tão comum devido se ignorar deliberadamente as raízes israelitas deles. Ora, a
comunidade de discípulos de fala grega só começou a crescer em proporção maior alguns anos
depois da formação da primeira comunidade de discípulos nos eventos de Atos 2 (vide Atos
11:19-21). Neste caso, possivelmente eles usassem a pronúncia grega, isto é, "Iesous" (ou Iessú).
Em suma, precisamos ser honestos: a mudança do nome "Yeshua" para "Jesus" trata-se de uma
evolução linguística e de adaptação fonética/gramatical, e não de uma tentativa de criar um
nome falso ou blasfemo, como certas pessoas estão alegando por aí a fora.
Lembremos que a letra "Y", assim como as letras "K" e "W", só foram (finalmente) adicionadas
ao alfabeto português em 1990. Até então elas só "passeavam" por nossos textos. Por isso, só
passamos a grafar "Yeshua" (com "Y") em nosso alfabeto a partir dessa data, antes não seria
possível (embora essa letra foi usada em alguns casos na primeira tradução de João Ferreira de
Almeida, de 1681).
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Mas a mudança do nome talvez seja só um detalhe, se comparado a outras situações mais
graves. Pois pior do que mudar o nome, é terem mudado sua identidade, legado e história
através de novas interpretações teológicas/doutrinárias, como considerá-lo um homem-deus e
cultuá-lo (cf. Inácio aos efésios, 7,15,18,19), quando ele mesmo atribuiu divindade, adoração e
culto somente ao Pai, que é o Deus dele também (vide Lc 4:8; Jo. 20:17; Ap 3:12). Além disso,
dividiram Deus em três e fizeram dele o segundo, contrariando assim o maior dos mandamentos
bíblicos, defendido pelo próprio Messias, que afirma que Deus é um só (Dt 6:4; Mc 12:28-29);
dessa forma, induziram os crentes a um culto estranho e desfocado do Soberano Criador, que é
bendito para sempre, amén.
dizer que ele fundou um novo povo, baseando-se em textos erradamente traduzidos como
Mateus 16:18, se desfazendo assim dos israelitas, povo do qual o próprio Deus disse que nunca
se esqueceria (Jer. 31:35-37; cf. Rm 11:1-5). E talvez a pior de todas as distorções, que é afirmar
que ele aboliu a Lei de Deus (cf. Inácio aos magnésios, 3.8,11; 4.10), quando na verdade ele
mesmo foi o maior defensor dela, dizendo que não veio para fazer isso, mas que a Lei (Torá)
seria preservada até seu menor traço (Mat. 5:17-18). Além disso, de modo enérgico, ele disse
que seria um sem valor no reino de Deus aquele que ensinasse tal desprezo à Lei (5:19).
Você conseguiria se familiarizar com o nome original do Senhor? Conseguiria pregar a palavra de
Deus ou conversar com alguém usando o nome Yeshua em vez de Jesus? Ou isso seria estranho
para você?