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Sumário
1. Introdução à Escatologia ............................................................................ 05
2. Escolas Escatológicas ................................................................................ 13
3. O Dispensacionalismo ................................................................................ 22
4. O Estado Intermediário dos Mortos ........................................................... 30
5. O Arrebatamento da Igreja .......................................................................... 39
6. O Tribunal de Cristo e as Bodas do Cordeiro ............................................ 47
7. Israel: O Nosso Relógio Escatológico ....................................................... 55
8. A Grande Tribulação ................................................................................... 63
9. A Volta de Cristo em Glória ......................................................................... 71
10. O Período Milenial ....................................................................................... 79
11. O Juízo Final ................................................................................................ 87
12. O Estado Eterno dos Salvos e Condenados .............................................. 95
13. Você Está Preparado? ................................................................................ 104
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--------------------------------------- Temática em Foco --------------------------------------
A Escatologia traz, no decorrer dos tempos, o
caminho para a compreensão da Palavra Profética
Bíblica. É através de seu estudo que o cristão é
advertido, consolado e enche-se de esperança na
caminhada cristã.
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5 - porque todos vós sois filhos da luz e filhos do
dia; nós não somos da noite nem das trevas.
6 - Não durmamos, pois, como os demais, mas
vigiemos e sejamos sóbrios.
7 - Porque os que dormem, dormem de noite, e os
que se embebedam, embebedam-se de noite.
8 - Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios,
vestindo-nos da couraça da fé e do amor e tendo por
capacete a esperança da salvação.
9 - Porque Deus não nos destinou para a ira, mas
para a aquisição da salvação, por nosso Senhor
Jesus Cristo,
10 - que morreu por nós, para que, quer vigiemos,
quer durmamos, vivamos juntamente com ele.
11 - Pelo que exortai-vos uns aos outros e edificai-
vos uns aos outros, como também o fazeis.
INTRODUÇÃO
Não conseguiríamos entender o destino de todos sem a revelação
da Palavra Profética, também conhecida como Escatologia Bíblica. É
através dela que somos guiados pelos acontecimentos do fim, e
quando estudada corretamente, podemos nos livrar das ciladas
impostas sobre este sensível tema.
Esta lição objetiva-se em trazer uma introdução acerca dos
assuntos que serão abordados ao longo desta magnífica revista, e tem
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por finalidade apresentar uma rápida introdução aos ensinos
escatológicos. Que Deus nos ajude no decorrer desta aula.
1 - A PALAVRA PROFÉTICA
1.1 - SIGNIFICADO
2 - AS PROFECIAS
2.1 - PROFECIAS QUE JÁ SE CUMPRIRAM
O primeiro grupo de profecias escatológicas são aquelas que já
tiveram o seu cumprimento. Muitos confundem a Escatologia quando
imaginam que ela somente retrata sobre as coisas que ainda hão
acontecer, contudo, uma grande parte das profecias que tinham
relação com as coisas futuras já aconteceram.
Um exemplo claro disso foi a profecia sobre nascimento e morte de
Jesus no Calvário (Gn 3.15), entre tantas outras que profetizaram
acerca do nascimento, vida e morte de Cristo (Sl 16.10; 22.7-8,16,18;
69.21; 78.2; Is 9.1,2; 53.1-7; Zc 9.9), que tiveram o seu cumprimento
durante o tempo em que Jesus viveu nesta Terra.
2.2 - PROFECIAS QUE ESTÃO SE CUMPRINDO
Esse grupo de profecias, basicamente está relacionado aos sinais
dos tempos que estudaremos na lição 05. Esses são os fatos que
foram profeticamente anunciados e já estão acontecendo, revelando
que outros em breve irão acontecer. São eles que revelam a vinda de
Cristo e o fim do mundo (Mt 24.3), e que servem de aviso para que os
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povos da Terra estejam preparados para o encontro com Deus (Am
4.12).
2.3 – PROFECIAS QUE BREVE HÃO DE SE CUMPRIR
As profecias que breve hão de se cumprir, apontam para
acontecimentos futuros, para aquilo que ainda não vimos revelados.
Dentro desse grupo de profecias temos: o Arrebatamento da Igreja (1
Co 15.51,52; 1 Ts 4.16,17); o aparecimento do anticristo (2 Ts 2.3,4;
Ap 6.2; 13.1-10); o retorno de Cristo em Glória (Mt 24.30; Ap 19.11-
16); dentre outros que são assunto dessa maravilhosa revista.
CONCLUSÃO
A Escatologia Bíblica, quando corretamente estudada, nos
conduzirá a compreensão espiritual das coisas que nos foram
reveladas. Sem ela, estaríamos como um avião sem a torre de
comando para poder aterrissar; num barco sem o farol para navegar a
noite; seríamos um navegante sem a bússola mostrando o seu destino.
Estudar a Palavra Profética nos livrará das ciladas oferecidas pelas
“revelações” desacertadas, dos intitulados “profetas escatológicos”.
Que no decorrer dessa maravilhosa revista você seja conduzido à
grata compreensão da Escatologia. Que Deus abençoe a todos.
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------------------------------------------- Questionário --------------------------------------------
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--------------------------------------- Temática em Foco --------------------------------------
No estudo da Escatologia Bíblica, muitos
teólogos e denominações se organizaram para
construir seus posicionamentos. Deste modo, o
correto entendimento da linha de pensamento que
defendemos nos conduzirá a estabelecer firme a
nossa fé.
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----------------------------- Objetivo Geral e Específico ----------------------------
O objetivo geral da lição é apresentar ao leitor
as escolas de pensamentos escatológicos, definindo
seus fundamentos e apresentando as refutações
necessárias de acordo com a ótica pré-tribulacional
Assembleiana. Ainda podemos observar os
seguintes objetivos específicos:
I - Discutir sobre o Amilenismo, apresentando seus
fundamentos e refutações a essa escola
escatológica;
II - Apresentar os fundamentos do pós-
tribulacionismo, entendendo os equívocos dessa
linha de pensamento;
III - Apresentar o conceito pré-milenista e suas
ramificações de pensamento.
---------------------------------------- Leitura Bíblica -------------------------------------------
1 Coríntios 15.50-58
50 - E, agora, digo isto, irmãos: que carne e sangue
não podem herdar o Reino de Deus, nem a
corrupção herda a incorrupção.
51 - Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem
todos dormiremos, mas todos seremos
transformados,
52 - num momento, num abrir e fechar de olhos,
ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e
os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós
seremos transformados.
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53 - Porque convém que isto que é corruptível se
revista da incorruptibilidade e que isto que é
mortal se revista da imortalidade.
54 - E, quando isto que é corruptível se revestir da
incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir
da imortalidade, então, cumprir-se-á a palavra que
está escrita: Tragada foi a morte na vitória.
55 - Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está,
ó inferno, a tua vitória?
56 - Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força
do pecado é a lei.
57 - Mas graças a Deus, que nos dá a vitória por
nosso Senhor Jesus Cristo.
58 - Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e
constantes, sempre abundantes na obra do Senhor,
sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor.
--------------------------------------------- Comentário ---------------------------------------------
INTRODUÇÃO
Em relação às escolas escatológicas, abordaremos as principais
visões com relação à ordem dos acontecimentos dos eventos
relacionados aos últimos dias. Antes de começar, é bom ressaltar que
este assunto é muito complexo, portanto, as divergências teológicas
são grandes entre a maioria dos teólogos renomados.
O objetivo aqui é apresentar os principais pontos de vista da
comunidade evangélica atual e fazer uma defesa do ponto de vista
adotado pela maioria das igrejas evangélicas pentecostais: o pré-
milenismo dispensacionalista (pré-tribulacionista).
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1 - O AMILENISMO
1.1 - CONCEITO DE AMILENISMO
Os defensores do amilenismo afirmam que não vai existir um período
de mil anos aqui na terra com Cristo reinando e Satanás preso (Ap 20.1-
10). De acordo com o amilenismo, o milênio está acontecendo agora, é
a presente era da Igreja. Neste caso, satanás já está preso e Cristo reina
nos céus juntamente com os salvos que já morreram.
Este ponto de vista é o mais simples de todos quando se trata de
escatologia. Segundo os seus defensores, no fim dos tempos, Jesus
vem, ressuscita os salvos e os ímpios, realiza o tribunal para premiar os
salvos e realiza o juízo final para condenar os ímpios. Depois os ímpios
serão lançados no lago de fogo os salvos irão habitar na Nova
Jerusalém.
1.2 - EM QUE SE FUNDAMENTA O AMILENISMO
Segundo os amilenistas há apenas uma passagem que fala
explicitamente do milênio (Ap 20.1-10), dessa forma, não faz sentido
usá-la para sustentar um acontecimento literal.
Para eles, a prisão de Satanás aconteceu durante o ministério terreno
de Cristo, pois o próprio Jesus diz: “Como pode alguém entrar na casa
do valente e roubar-lhe os bens, sem que primeiro o amarre? Só depois
lhe saqueará a casa” (Mt 12.29 ARA). Como esta passagem está dentro
do contexto de uma expulsão de demônio (Mt 12.22-32), eles interpretam
dizendo que Jesus amarrou o “valente”, Satanás, e por isso os demônios
estão sendo expulsos. Quando os setenta retornam do evangelismo,
dizem que até os demônios se submetiam ao nome de Jesus (Lc 10.17)
e logo em seguida Jesus diz: “Eu vi Satanás cair do céu como um raio”
(Lc 10.18).
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Eles também argumentam que a Bíblia diz, em pelo menos três
passagem, que haverá apenas uma ressurreição (Jo 5.28-29; At. 24.15;
Dn 12.2). Dessa forma, a ideia de ter duas ressurreições, uma antes do
milênio e outra depois do milênio, parece não ter muita base bíblica.
1.3 - REFUTANDO O AMILENISMO
Apenas uma passagem bíblica não é suficiente para comprovar o
milênio. Isso não é verdade, pois apenas uma passagem fala sobre a
torre de Babel e nós cremos que este acontecimento foi literal.
Satanás foi amarrado durante o ministério de Jesus e continua até agora.
Este argumento não faz muito sentido, pois o texto de Apocalipse 20.3
afirma que ele será lançado em um abismo que posteriormente será
selado, ou seja, sua ação será nula durante este período milenar. Se
satanás tivesse sido amarrado quando Jesus estava na terra, hoje não
teríamos sua ação, mas não é isso que observamos e nem é isso que a
Bíblia diz (1 Pe 5.18; Ef 6.11).
Haverá apenas uma ressurreição. As passagens bíblicas que afirmam
sobre uma ressurreição (Jo 5.28-29; At 24.15; Dn 12.2) não excluem a
ideia de duas ressurreições. Em Apocalipse 20.6 diz: “Bem-aventurado
e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição” (ARA). Se tem a
primeira, significa que haverá a segunda. Neste caso, a primeira
ressurreição acontecerá antes do milênio e a segunda depois do milênio.
2 - O PÓS-MILENISMO
2.1 - CONCEITO DE PÓS-MILENISMO
Os defensores do pós-milenismo afirmam que Cristo vai voltar após
o milênio, no entanto, para eles esse período de mil anos não é literal,
significa que a Igreja vai crescer, influenciar o mundo até chegar o
momento em que haverá uma grande paz mundial. A maioria das
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pessoas irão se converter e o cristianismo irá influenciar todas as áreas
da sociedade. Cristo não vai reinar fisicamente aqui na terra, mas vai
reinar nos nossos corações.
Assim como os amilenistas, os defensores do pós-milenismo
acreditam que Jesus volta no final desse período, ressuscita todos, uns
para serem condenados e outros para morar na nova terra. A principal
diferença entre eles é que para os amilenistas haverá manifestação do
anticristo e um período de grande perseguição da Igreja antes da volta
de Jesus, enquanto os pós-milenistas têm uma perspectiva mais
otimista em relação ao avanço do evangelho.
2.2 - EM QUE SE FUNDAMENTA O PÓS-MILENISMO
Para os seus defensores, a Grande Comissão é um exemplo de que
o evangelho vai se propagar com grande poder em todo o mundo.
Jesus diz: “Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto,
vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do
Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o
que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos
tempos". (Mt 28.18-20 NVI).
Segundo eles, as parábolas sobre o crescimento do reino também
confirmam o avanço do evangelho. Neste caso, as parábolas do grão
de mostarda (Mt 13.31-32) e do fermento (Mt 13.33).
2.3 – REFUTANDO O PÓS-MILENISMO
A Grande Comissão não significa que o evangelho vai ser aceito
pela maioria. O que pode ser observado ali é uma afirmação de que
Jesus tem todo o poder e que o evangelho deve ser pregado, mas não
há nada que confirma uma conversão em massa.
As duas parábolas que falam sobre o crescimento do reino não
afirmam nada sobre o tamanho desse reino. Seria uma interpretação
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muito simplista afirmar que o crescimento do reino nestas parábolas se
refere apenas ao crescimento numérico; o reino de Deus é muito mais
amplo do que número de pessoas.
A visão otimista dos pós-milenistas sobre o avanço do evangelho
não condiz com a realidade. O próprio Jesus disse que a porta estreita
é a que conduz à vida eterna (Mt 7.13). Além do mais, no fim haverá
muita perseguição e a apostasia será grande (2 Ts 2.3-4; 2 Tm 3.1-5;
Mt 24.21-30).
3 - O PRÉ-MILENISMO
Não será realizado uma defesa completa desta visão aqui, pois toda
a revista tem este propósito.
3.1 - CONCEITUANDO O PRÉ-MILENISMO
Os pré-milenistas afirmam que o milênio é literal, ou seja, haverá
um período de mil anos que vai acontecer aqui na terra após o retorno
de Cristo em glória e o tribunal das nações. Cristo vai reinar fisicamente
juntamente com os salvos (os que subiram antes da grande tribulação
e os salvos da grande tribulação) satanás será amarrado para não
enganar as nações (Ap 20.3). Os sobreviventes da grande tribulação,
que não aceitaram a marca da besta, também participarão do milênio
aqui na terra.
Este ponto é criticado pelos amilenistas, pois para eles não faz
sentido pessoas com o corpo glorificado viver juntamente com aqueles
que não tiveram a glorificação do corpo ainda. No entanto, o próprio
Cristo viveu na terra com corpo glorificado durante 40 dias.
Há dois tipos de pré-milenismo: o dispensacionalista (pré-
tribulacionista) e o histórico (pós-tribulacionista).
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3.2 - OS PRÉ-TRIBULACIONISTAS
Os pré-milenistas dispensacionalistas (pré-tribulacionistas)
acreditam que Jesus vem de forma secreta antes da grande tribulação
(período de grande perseguição que irá durar 7 anos). Depois desse
período, Jesus vem em glória, lança no lago de fogo a besta e o falso
profeta (Ap 19.20), ressuscita os salvos e institui o reino milenar (Ap
20.4).
3.3 - OS PÓS-TRIBULACIONISTAS
Os pré-milenistas históricos (pós-tribulacionistas) acreditam que
Jesus vem após a grande tribulação, ou seja, não haverá um evento
chamado “Arrebatamento da Igreja”, somente a vinda de Jesus em
glória. Segundo eles, a Igreja passa pela grande tribulação.
Essa diferença entre eles acontece porque os pré-tribulacionistas
acreditam que Deus ainda tem um plano com Israel. Para eles, Israel
é diferente da Igreja, assim, o Todo Poderoso vai tratar com os judeus
durante a grande tribulação. Na lição nº 3 vamos estudar o
dispensacionalismo com detalhes. Os pós-tribulacionistas acreditam
que Deus não tem mais nada a tratar com Israel, somente com a Igreja.
Neste caso, a Igreja é o novo Israel de Deus e os crentes passam pela
grande tribulação.
CONCLUSÃO
Diante do que foi estudado, podemos concluir que qualquer
denominação que leva a sério a palavra de Deus acredita que um dia
Jesus vai voltar. Não importa muito se ele vem antes da grande
tribulação ou se vem depois. Não importa muito se tem milênio ou não.
O importante é que Ele vai cumprir sua promessa.
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Entretanto, defender uma visão fundamentada na Bíblia, nos deixa
confortáveis com relação às promessas da volta de Jesus. A
interpretação pré-milenista enfatiza o fato de que Jesus pode voltar a
qualquer momento, dessa forma, temos que viver sempre na
expectativa do seu retorno.
------------------------------------------- Questionário --------------------------------------------
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--------------------------------------- Temática em Foco --------------------------------------
O Dispensacionalismo foi criado com o objetivo
de auxiliar o leitor da Bíblia a compreender o plano
de Deus para com a humanidade no decorrer dos
séculos. Seus períodos e marcos nos auxiliam a
entender a cronologia profética bíblica.
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------------------------------ Objetivo Geral e Específico ---------------------------
O objetivo geral da lição é apresentar as
definições e os aspectos bíblicos em que se baseia a
hermenêutica dispensacional, discutindo sobre a
sua importância para a escatologia pentecostal.
Ainda trabalharemos os seguintes objetivos
específicos:
I - Apresentar a definição e importância da
hermenêutica dispensacional;
II - Discutir sobre as diferenças e relações entre
dispensação e aliança;
III - Apresentar e descrever os marcos das
dispensações passada, presente e futura dentro do
aspecto bíblico.
------------------------------------------ Leitura Bíblica -----------------------------------------
Eclesiastes 3.1
1 - Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo
para todo o propósito debaixo do céu.
Jó 14.1-5
1 - O homem, nascido da mulher, é de bem poucos
dias e cheio de inquietação.
2 - Sai como a flor e se seca; foge também como a
sombra e não permanece.
3 - E sobre este tal abres os teus olhos, e a mim me
fazes entrar em juízo contigo.
4 - (Quem do imundo tirará o puro? Ninguém!)
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5 - Visto que os seus dias estão determinados,
contigo está o número dos seus meses; e tu lhe
puseste limites, e não passará além deles.
INTRODUÇÃO
Entendemos a “Dispensação” como um período específico de
tempo que é baseado em mandamentos, promessas e princípios de
Deus para humanidade, com a finalidade de pôr à prova a sua
obediência e fidelidade a Ele. Cada período dispensacional reflete a
um modelo de atuação do governo de Deus para com a humanidade.
Esta lição tem como objetivo apresentar os princípios básicos do
dispensacionalismo bíblico, apresentando suas fases e seus marcos.
Que Deus nos ajude no decorrer desta maravilhosa lição.
1 - DEFINIÇÃO E IMPORTÂNCIA
1.1 - O QUE É DISPENSACIONALISMO?
O dispensacionalismo é uma interpretação hermenêutica da Sagrada
Escritura, que não se restringe apenas à Escatologia, mas abrange todo
o processo do plano de Salvação e Redenção feito por Deus para o
homem. Nós, ao pensarmos sob a ótica dispensacional, imaginamos
apenas as subdivisões nos períodos em que chamamos de
dispensações, porém não é só isso.
Dentro dessa ótica, Deus em sua eternidade tem um plano que
percorre toda a história da humanidade para o engrandecimento do Seu
nome e que envolve conjuntamente o Plano de Salvação. Porém,
diferentemente do plano de salvação, as dispensações determinam eras
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de revelações de Deus ao homem. Em cada dispensação, Deus revela-
se de maneiras diferentes, por isso temos as subdivisões.
1.2 - A IMPORTÂNCIA DO DISPENSACIONALISMO NA
HERMENÊUTICA PENTECOSTAL
Boa parte do movimento pentecostal, inclusive aqui no Brasil, aderiu
a hermenêutica dispensacional como principal chave de interpretação
das Escrituras, o que de fato facilitou parte do bom entendimento bíblico,
principalmente de práticas veterotestamentárias que ganharam um novo
significado nas páginas dos Evangelhos em todo Epistolário do Novo
Testamento.
O que acontece é que o dispensacionalismo durante um bom tempo
ganhou o status de doutrina, principalmente no meio das Assembleias
de Deus no Brasil. Como qualquer linha hermenêutica, tem suas falhas
de interpretação, a mesma coisa acontece com o dispensacionalismo,
porém, hoje a denominação vem apresentando uma postura mais
madura diante desse tema.
1.3 - A IMPORTÂNCIA DO DISPENSACIONALISMO DENTRO DA
ESCATOLOGIA PENTECOSTAL
Toda a visão pentecostal assembleiana sobre as últimas coisas está
pautada dentro da visão escatológica dispensacionalista. Pode-se
destacar as seguintes características da escatologia dispensacionalista:
A Grande Tribulação é literal e vai durar sete anos; Jesus vai arrebatar a
Igreja antes da Grande Tribulação; o milênio é literal; Deus ainda tem um
plano para Israel.
Diante disso, devemos esclarecer o seguinte: muitos aspectos da
hermenêutica dispensacional foram descartados da teologia pentecostal
assembleiana, porém, a nossa Escatologia é totalmente dispensacional,
portanto, para entender integralmente a Escatologia Assembleiana é
preciso compreender esta abordagem.
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2 - DISPENSAÇÃO E ALIANÇA
Ao estudar a cronologia dispensacional não podemos confundi-la
com as alianças firmadas entre Deus e os homens, contudo, uma
dispensação e uma aliança são relacionadas entre si.
2.1 - DISPENSAÇÃO
O que traduzimos para o português como “dispensação” tem origem
grega na palavra oikonomía, que também se deriva as palavras
“economia” e “administração”. Ela descreve o gerenciamento ou a
administração dos assuntos de um lar. Dentro do uso bíblico, a
dispensação representa um estágio da “administração do mundo” de
acordo com a vontade soberana de Deus, divididas em estágios
diferentes.
Em aspectos gerais, uma dispensação inclui como elementos:
promessas de Deus, mandamentos de Deus e Princípios para a
humanidade. Esses elementos nem sempre eram fixos em
determinada dispensação, pois alguns deles passaram para o próximo
período dispensacional, enquanto outros foram anulados e
substituídos no estágio seguinte.
Em resumo, as dispensações são assim definidas: Inocência,
Consciência, Governo Humano, Promessa, Lei, Graça e Reino.
2.2 - ALIANÇA
Uma aliança é um pacto firmado entre Deus e os homens, onde
princípios são estabelecidos para o gênero humano, cabendo ao
homem, mediante o seu livre-arbítrio, aceitar ou rejeitar tais princípios,
contudo, o homem é consciente dos benefícios e consequências do
cumprimento ou não que cada pacto trazia consigo.
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2.3 – A RELAÇÃO ENTRE DISPENSAÇÃO E ALIANÇA
Em aspectos gerais, uma dispensação e uma aliança se relacionam
entre si, embora tenham aspectos diferentes em sua definição.
Compreender a correlação de cada dispensação com a aliança ativa,
permitirá ao cristão entender os princípios e ordenamentos
dispensados por Deus para o seu respectivo estágio da história.
Uma dispensação é um período de tempo onde o ser humano é
posto à prova, a fim de que a sua obediência seja atestada para com
a revelação da vontade de Deus. Nas alianças, os preceitos são
revelados ao homem, que é possuidor da capacidade de escolher se
cumpre os ordenamentos elencados pelo pacto ou não. Essa
correlação nos fará compreender melhor as fases dispensacionais
estabelecidas na história.
3 - AS DISPENSAÇÕES
3.1 - DISPENSAÇÕES PASSADAS
As dispensações passadas são compreendidas como Inocência,
Consciência, Governo Humano, Promessa e Lei. Na Dispensação da
Inocência o homem foi testado a viver segundo as condições divinas,
e tinha como marco principal a ordem do não consumo da árvore do
conhecimento (Gn 2.16,17). O seu final foi definido na queda do
homem (Gn 3.6,7).
A Dispensação da Consciência surge então com o fracasso humano
na queda, contudo, ela vem acompanhada de uma promessa de
redenção para a humanidade recém caída, e juízo para o responsável
da queda humana (Gn 3.9-19). O marco do seu término foi o juízo pelo
fracasso humano realizado no dilúvio (Gn 7.23).
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Na Dispensação do Governo Humano o homem deveria subjugar a
terra e prover as suas necessidades (Gn 9.3), sendo que para isso a
humanidade precisava dividir-se em nações, sociedades e governos.
O fracasso da humanidade nessa dispensação fica evidenciado no
episódio da torre de Babel (Gn 11.6-8).
A Dispensação da Promessa revela o chamado de Deus a Abraão.
O homem somente viveria na terra prometida e exerceria a sua
confiança em Deus. Mas o povo recusou-se a viver pela fé, sendo
confirmado posteriormente quando do povo que saiu do Egito,
somente Josué e Calebe adentraram a Jericó.
A Dispensação da Lei está intrinsicamente vinculada à Antiga
Aliança. Essa dispensação pode ser verificada com os aspectos da
aliança mosaica: Mandamentos, Juízos e Ordenanças. O final dessa
Dispensação é Cristo e a Nova Aliança firmada na cruz.
3.2 - DISPENSAÇÃO PRESENTE
No Antigo Testamento já encontrávamos aspectos da Nova Aliança
estabelecida por Cristo na cruz do calvário. Esse Novo Testamento
representa o ponto de início da Dispensação da Graça, que diferente
da anterior, relaciona-se com a resposta do homem à Salvação
ofertada por Cristo Jesus.
Seu fim estará decretado quando a humanidade for entregue à
apostasia e, consequente, ao juízo na Grande Tribulação.
3.3 - DISPENSAÇÃO FUTURA
A Dispensação do Reino pode ser compreendida quando
relacionada à aliança de Deus com Davi. O pacto davídico tem caráter
perpétuo e incondicional (Sl 89.34,35), e terá sua realização no período
milenial do governo do Messias em Jerusalém.
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Mesmo em um estado de paz e santidade, na qual será revelado
essa etapa dispensacional, e enquanto a humanidade estiver sendo
regida pelo próprio Cristo Glorificado, os homens ainda fracassarão no
cumprimento dos preceitos dessa Dispensação. O Tribunal do Trono
Branco será o marco final dessa e de todas as Dispensações e eras.
Após isso, os salvos viverão para sempre com o Senhor.
CONCLUSÃO
As dispensações têm o objetivo de auxiliar na compreensão da
cronologia profética bíblica, colocando organizacionalmente os
períodos e marcos, a fim de servir de orientação ao estudante da
Bíblia. Embora seja um assunto divergente dentro das escolas
teológicas, deve sim ser estudado pela Igreja, contudo, adotando os
devidos cuidados no manejo do tema, a fim de evitar excessos
desnecessários ao conteúdo em si.
-------------------------------------------- Questionário -------------------------------------------
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------------------------------------- Temática em Foco ----------------------------------------
O tema do estado intermediário dos mortos tem
chamado a atenção de muitos cristãos, geralmente
por duas razões: a primeira refere-se ao anseio por
saber qual é o destino imediato quando morremos;
a segunda é a busca do conforto de saber que nossos
entes queridos e amigos que já faleceram estão em
um lugar maravilhoso.
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--------------------------------------------- Comentário ---------------------------------------------
INTRODUÇÃO
Nesta lição trataremos de um assunto de grande importância, tanto
para a nossa compreensão enquanto filhos de Deus, quanto para a
nossa precaução contra as falsas doutrinas. Abordaremos alguns
questionamentos acerca do estado intermediário dos mortos: para
onde vão os nossos irmãos e irmãs em Cristo que morreram antes do
Arrebatamento? E os ímpios, o que acontecerá com eles depois que
falecem? Estas e outras questões discorreremos nesta aula.
Esperamos que você tenha um rico aprendizado, boa aula, e que o
Senhor possa abrir o nosso entendimento e os nossos corações, para
que a cada dia possamos ser mais instruídos na Palavra de Deus.
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3 - POSIÇÕES DIVERGENTES
3.1 - O SONO DA ALMA
Existem interpretações diferentes a respeito do estado
intermediário dos mortos, uma delas é o denominado sono da alma.
Os seus defensores dizem que os mortos ficam numa espécie de sono
inconsciente da alma, ou seja, repousando, tanto a dos justos quantos
a dos ímpios, até o dia do Juízo Final. Neste caso, a maioria das
pessoas que defendem essa ideia, acreditam que o ser humano não
tem uma alma, mas ele é uma alma. Porém, quando analisamos os
textos bíblicos referentes ao tema, notamos que temos várias citações
de almas desencarnadas (Ap 6.9-11; Lc 16.19-31), por esta razão não
é bíblico dizer que estaremos em situação de inconsciência. Eles
interpretam mal alguns textos (At 7.60; 1 Co 15.51; 1 Ts 4.13) que
comparam a morte com o “dormir”.
3.2 - ANIQUILAÇÃO DA ALMA
Este tema será abordado com mais detalhes na lição nº 12, no
entanto, vale apresentar aqui este ponto de vista. Seus principais
defensores são as testemunhas de Jeová, que acreditam na
aniquilação dos ímpios após a morte e sono da alma dos salvos. Neste
caso, quando Jesus voltar, vai ressuscitar os salvos, mas os não salvos
continuarão mortos, ou seja, deixarão de existir.
3.3 - O PURGATÓRIO
Outra doutrina divergente é a do purgatório, esta diz que após a
morte as pessoas que não estão totalmente purificadas passam por
um estado de purgação particular dependendo de quão impuro o
indivíduo está, e, após este período já estarão prontos para entrar no
céu. Esta ideia é defendida especialmente pela igreja Católica
Romana, que acredita que por meio das orações e boas obras dos fiéis
36
e pela determinação do papa o tempo do purgatório pode ser
diminuído. Eles baseiam-se especialmente pelo texto apócrifo de 2
Macabeus 12.43-46. Quem defende a ideia de um purgatório para
purificação dos pecados cometidos minimiza os efeitos do sacrifício de
Cristo, pois, prega que é necessário algo a mais do que Cristo para a
remissão do pecado, isto é completamente antibíblico; cremos que o
sacrifício vicário e perfeito de Cristo na cruz é completamente
suficiente para tirar o pecado das nossas vidas (Jo 1.29).
CONCLUSÃO
Nesta lição vimos qual é o destino temporário dos que morrem. Os
justos estarão no paraíso desfrutando da presença maravilhosa de
Cristo e descansando à espera da ressurreição final. Já os ímpios
amargarão no hades, sofrendo previamente os tormentos, aguardando
o Juízo Final para receberem a sentença do castigo eterno.
Devemos nos manter firmes nos caminhos do Senhor para que, se
morrermos, possamos estar com Cristo. Se não permanecermos
fundamentados em Deus podemos ser pegos de surpresa pela morte,
e infelizmente ir para um lugar terrível.
37
-------------------------------------------- Questionário -------------------------------------------
3 – O Hades é o inferno?
38
-------------------------------------- Temática em Foco ---------------------------------------
O Arrebatamento é o evento mais aguardado
pela Igreja do Senhor. Nós ansiamos pelo ressoar da
última trombeta, para que, enfim, possamos estar
com o Senhor eternamente.
INTRODUÇÃO
Brevemente um grande evento acontecerá e será noticiado por
todas os veículos de comunicação, bem como, será grandemente
comentado em todas as redes sociais. Esse evento é o Arrebatamento
da Igreja.
A palavra Arrebatamento significa “arrancado rapidamente e com
força”, e abrangerá apenas aos salvos em Cristo de todas as gerações.
Esta lição apresentará alguns elementos desse grande evento para a
Igreja. Que Deus nos ajude em Cristo para que possamos chegar lá.
41
Cristo apresenta sinais calamitosos que serão intensificados na
medida em que o Seu retorno se aproxima.
Esses sinais são apresentados como “o princípio das dores” (Mt
24.8), mas o que seria isso? A palavra “dores”, neste texto, está
significando “dores de parto”, ou seja, as contrações iniciais do parto.
Em linhas gerais, ao expressar que tudo o que aconteceria seria o
“princípio das dores”, Cristo estava alertando que todos os sinais não
seriam o final consumado, mas o aviso de que este fim estava prestes
a acontecer.
1.2 - JÁ ESTAMOS VIVENDO A TRIBULAÇÃO?
Muitos tendem a confundir “o princípio das dores” com o período de
tribulação da Terra. Mas não é assim. Quando a Bíblia trata sobre a
tribulação, ela afirma que este período será de “grande aflição, como
nunca houve desde o princípio do mundo, nem tampouco haverá
jamais” (Mt 24.21).
Devemos ter em mente que o período de tribulação somente terá
início após o Arrebatamento da Igreja, sendo marcado pelo
aparecimento do anticristo. “O princípio das dores” reflete uma etapa
que antecede o Arrebatamento da Igreja, alertando ao mundo que
Cristo breve virá. Já a tribulação e grande tribulação será um período
no qual a Terra estará sob o domínio do anticristo, aquele que “se
assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” (2
Ts 2.4). Sobre o período da tribulação e grande tribulação, falaremos
com mais ênfase na lição nº 8.
1.3 – “NÃO VOS ASSUSTEIS...”
Enquanto o mundo estará agitado com os acontecimentos dos
sinais, a Igreja deve permanecer firme e constante, aguardando com
esperança o grande evento esperado, o seu Arrebatamento (1 Ts 4.16-
18). Podemos encontrar notícias que refletem o preparo de pessoas
para um “apocalipse zumbi”, ou até mesmo planejando realizar
colônias em outros planetas, caso a Terra se torne inabitável.
42
Porém, os sinais que antecederão a volta de Cristo têm como
propósito alertar a todos que Ele está às portas. Eles não são a
confirmação de que estamos vivendo o período de tribulação previsto
na Bíblia, pelo contrário, eles são necessários, contudo, não são o fim
(Mt 24.6), mas sim o aviso que breve está o fim.
CONCLUSÃO
A Noiva do Cordeiro aguarda ansiosa o seu encontro com o Noivo,
mas, enquanto isso, ela deve estar preparada para este encontro. Tudo
ao nosso redor somente reafirma que Cristo breve virá, cabe a nós,
somente, estarmos preparados para este grande encontro. E você,
está preparado?
------------------------------------------- Questionário --------------------------------------------
46
-------------------------------------- Temática em Foco ---------------------------------------
A doutrina do Tribunal de Cristo deve nos
motivar a uma vida de fidelidade e obediência à
Palavra de Deus. Além de nos fazer examinar
diuturnamente as motivações do nosso coração no
serviço do reino de Cristo.
---------------------------- Leitura Bíblica Devocional -----------------------------
Segunda-Feira ------------------------------------------------- 1 Co 4.5
48
15 - Se a obra de alguém se queimar, sofrerá
detrimento; mas o tal será salvo, todavia como pelo
fogo.
--------------------------------------------- Comentário ---------------------------------------------
INTRODUÇÃO
A Bíblia é muito clara ao afirmar que após o Arrebatamento da Igreja
seremos levados para o céu para as Bodas do Cordeiro (Ap 19.7), mas
antes ou como parte desse evento estaremos diante do Tribunal de
Cristo onde cada uma de nossas obras realizadas no corpo como
crentes serão provadas (2 Co 5.10). Nesta lição estudaremos sobre o
Tribunal de Cristo e os galardões e sobre a celebração do casamento
de Cristo com a Igreja – As Bodas do Cordeiro.
49
O Tribunal de Cristo estará acontecendo no céu enquanto a
Grande tribulação acontece na terra. O Tribunal do Juízo Final não
será nem no céu nem na terra (Ap 20.11).
1.2 - COMO SERÁ FEITO O JULGAMENTO?
“Tribunal” na expressão “o Tribunal de Cristo” é a palavra grega
bema, se refere a uma plataforma elevada de arbitragem e
recompensa. O Tribunal de Cristo será um dia de inspeção que provará
o valor eterno de nossas obras feitas no corpo como cristãos salvos (2
Co 5.10). Será um julgamento meticuloso, nada ficara encoberto e tudo
será provado pelo fogo (1 Co 3.13). Será um julgamento revelador, não
de pecados, mas sim das motivações.
Nos tribunais humanos são julgadas apenas as obras. No Tribunal
de Cristo serão julgados especialmente os motivos. Mas também será
retribuidor, será um lugar de recompensa e de reconhecimento para os
salvos (1 Co 4.5).
1.3 – O QUE SERÁ SUBMETIDO À PROVA ANTE O TRIBUNAL?
Segundo Ciro Sanches Zibordi o crente passará por três
julgamentos em sua vida. No passado, o crente foi julgado em Cristo,
no Calvário (2 Co 5.21). No presente, ele é julgado como filho de Deus
(1 Co 11.31). No futuro, no Tribunal de Cristo será julgado como servo
de Deus (2 Co 5.10).
Será submetida à prova nossa mordomia cristã, Ele julgará a
administração do nosso corpo (1 Co 6.19); nossa liberdade (1 Co 6.12);
nosso tempo (Ef 5.16); nossos talentos (1 Pe 4.10); nossos bens (Lc
12.16-20) e trabalho ministerial que Ele nos entregou Rm 12.6-12).
Valem ressaltar que o que será julgado serão nossas obras não nossos
títulos.
50
No Tribunal de Cristo, como afirma Rick C. Howard, muitas das
coisas de que os crentes se gabam nesta vida foram feitas para eles
próprios, e não para Cristo.
2 - OS GALARDÕES E OS GALARDOADOS
2.1 - O QUE SERÁ OS GALARDÕES? QUEM SERÁ
GALARDOADO?
O tema “recompensas” (gr. misthos) é um conceito frequente no
Novo Testamento e tanto Jesus quanto os apóstolos fizeram uso dessa
expressão. O galardão de cada um será na medida de suas obras, ou
seja, distintos. Mas o que serão esses galardões? Para muitos
teólogos os Galardões não serão coisas físicas, mas posições no céu
ou níveis de intimidades com Deus que os salvos terão. Só serão
galardoados aqueles que suas obras resistirem ao fogo.
Ciro Sanches Zibord afirma que a coroa dada no Tribunal de
Cristo simboliza bem essa ideia de posição no Reino de Deus, pois o
termo “coroa” alude, figuradamente, a posição, domínio, poder. A
parábola das minas em Lucas 19 também é um bom exemplo disso.
Já Norman Geisler diz que de fato não seremos iguais no céu, pois
aqueles que foram mais íntimos de Deus aqui na terra, serão mais
íntimos Dele no céu.
2.2 - AS OBRAS
Segundo 1 Coríntios 3.12 as nossas obras podem ter seis valores
diferentes; ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno e palha. Eurico
Bergsten explica que: Ouro - simboliza as coisas de procedência
divina; Prata - simboliza a redenção de Cristo, feitas pela fé em Cristo;
Pedras preciosas - significam que são feitas pelo poder do Espírito
Santo; Madeira - simboliza as coisas humanas, pois cresce de “si
51
mesma”; Feno - simboliza tudo que carece de renovação. Palha - fala
de escravidão. Estes valores representam os motivos, a disposição e
fidelidade com que servimos a Cristo aqui na terra enquanto salvos. As
obras que consistem em resultados de longos anos de trabalho,
promoção do próprio ego, ou tentativa de mérito diante de Deus não
resistirão ao fogo.
2.3 – SEM GALARDÃO, MAS SALVO!
O texto de 1 Coríntios 3.12-15 não está afirmando que os
galardões estão relacionados com a salvação pelas obras, pois a
salvação é obra exclusiva de Deus e ela acontece aqui na terra
mediante a fé em Cristo. Também não encontramos base no texto para
a doutrina do purgatório defendida pela igreja católica. Não será o
crente que será provado no fogo, mas suas obras.
O salvo sofrerá perda de recompensa no céu por causa de suas
obras, mas sua salvação não corre nenhum perigo. Por mais que
existem divergências sobre o que são os galardões entre os teólogos
evangélicos é unanimidade entre eles que, tanto a Doutrina do Tribunal
de Cristo como a ideia de recompensa no céu consistem num fator de
motivação para que o cristão sirva a Cristo com as melhores intenções,
mas sem a preocupação de naquele dia perder a salvação.
3 - AS BODAS DO CORDEIRO
3.1 - O QUE SERÁ?
Será o casamento de Cristo com Igreja! A literatura
veterotestamentária nos apresenta Deus como esposo e Israel seu
povo como esposa. O Novo Testamento nos apresenta Jesus como
noivo e a Igreja como Noiva (2 Co 11.2; Ap 19.7; Jo 3.29; Ef 5. 25-27).
Se a Igreja é a Noiva, e Cristo o Noivo, espera-se que um dia eles se
casem, e este dia certamente chegará.
52
Em Apocalipse 19.7-9 diz que devemos nos regozijarmo-nos, e
alegrarmo-nos, darmos glória, porque vindas são as bodas do
Cordeiro, e a esposa já está pronta. Seus vestidos são de linho fino,
puro e resplandecente; esse linho são os atos de justiça dos santos e
bem-aventurados são aqueles que são chamados à ceia das bodas do
Cordeiro. Por essa descrição esse deve ser um evento muito especial
e aguardado. Cada crente deve estar preparado para a chegada
daquele grande Dia, a fim de conhecermos “a glória que em nós há de
ser revelada” (Rm 8.18).
3.2 - QUANDO SERÁ?
Segundo alguns expositores bíblicos, esse evento acontecerá
depois do Arrebatamento da Igreja, no período em que na terra estiver
acontecendo a Grande Tribulação, que irá durar sete anos. Neste meio
termo, o anticristo governará, Israel será corrigido e as nações serão
punidas aqui na terra. Se pensarmos nas glórias que lá hão de ser
reveladas, é motivo de estarmos preparados para então participar de
tão glorioso evento. Com certeza será muito melhor estarmos diante
de Cristo e não na terra, porque aqui acontecerá o pior momento da
história. Jesus disse em Mateus 24.22 que aquele tempo será tão difícil
que precisa ser abreviado, caso contrário, nenhuma carne aguentaria.
3.3 - ONDE SERÁ?
Como os eventos em Apocalipse 19 a 22 estão em ordem
cronológica, fica claro também que as Bodas ocorrerão no Céu antes
que Cristo se manifeste em poder e grande glória para derrotar o
anticristo e seu exército (Ap 19.11-21).
Santos de todos os tempos se reunirão para essa magnifica
celebração. Lá no céu vamos poder conhecer todos os heróis da fé,
sejam eles da Antiga Aliança com Abraão, Isaque e Jacó, bem como
os da Nova Aliança como Paulo, Pedro, João.
53
CONCLUSÃO
Nós fomos criados em Cristo para vivermos em boas obras e ainda
seremos galardoados por isso. Celebraremos uma grande festa no céu
e viveremos para sempre com Ele. Temos motivos suficientes para
amá-lo, servi-lo e sermos fiéis a Ele enquanto aqui vivermos.
-------------------------------------------- Questionário -------------------------------------------
54
-------------------------------------- Temática em Foco ---------------------------------------
Israel é a nação da promessa. Precisamos, com
atenção, verificar os desdobramentos históricos que
envolvam os filhos de Jacó, pois a relação de Deus
com esta nação revela muito sobre as últimas coisas.
55
----------------------------- Objetivo Geral e Específico ----------------------------
57
--------------------------------------------- Comentário ---------------------------------------------
INTRODUÇÃO
Israel é o relógio que dita o rito do tempo escatológico.
Compreender e analisar os seus acontecimentos ratificarão para nós
que breve está o fim. Uma promessa gira em torno da nação santa, e
mui brevemente ela será cumprida em sua integridade.
O objetivo desta lição é apresentar a importância de Israel para os
acontecimentos proféticos, bem como apresentar o seu
relacionamento com o final de todas as coisas. Que Deus nos ajude no
decorrer dessa maravilhosa aula.
59
Segundo a visão profética desse primeiro período, esse decreto foi
baixado por volta de 445 a.C., quando Neemias foi comissionado para
a reconstrução dos muros de Jerusalém, conforme escrito em Neemias
6.8.
2.2 - AS “62 SEMANAS” (Dn 9.25)
O segundo grupo da profecia de Daniel é relacionado com o
primeiro grupo. Daniel descreve: “Sabe e entende: desde a saída da
ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até o Messias, o
Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas” (Dn 9.25).
Os acontecimentos particulares do segundo grupo giram em torno
do Messias. Dentro do período das 62 semanas é profetizado o
nascimento e morte do Messias, o que já aconteceu. Ainda, esse
segundo grupo revela que Jerusalém seria destruída após a morte de
Cristo, e que haveria guerras até o fim e que desolações estavam
determinadas (Dn 9.26).
2.3 – A “UMA SEMANA” (Dn 9.27)
A última semana está diretamente relacionada a Grande Tribulação.
O texto afirma que o seu início se dá no estabelecimento do concerto
entre Israel e o anticristo (Dn 9.27). Esse pacto será firmado por uma
semana (sete anos), sendo que na metade da semana ele será
quebrado, e uma grande destruição se dará por sobre Israel. Sobre
esse assunto dissertaremos melhor na lição 8.
CONCLUSÃO
Olhemos para Israel atentamente, pois “quando já os seus ramos
se tornam tenros e brotam folhas, sabeis que está próximo o verão”
(Mt 24.32). A nação santa é o relógio escatológico do mundo, tudo o
que acontece ao seu redor deve ser verificado com atenção. Que este
61
alerta esteja no coração da Igreja. Orai pela paz de Jerusalém! (Sl
122.6).
------------------------------------------- Questionário --------------------------------------------
62
---------------------------------------- Temática em Foco -------------------------------------
Enquanto a Igreja estiver no céu, nas Bodas do
Cordeiro com Cristo, a humanidade que aqui ficar,
passará pelo período de angústia jamais visto em
todas as eras. Quão terrível serão os seus dias.
63
----------------------------- Objetivo Geral e Específico ----------------------------
O objetivo geral da lição é discutir sobre o
período de tribulação que a humanidade enfrentará
após o Arrebatamento da Igreja, apresentando as
fases e o sofrimento que os que aqui ficarem
passarão. A lição possui os seguintes objetivos
específicos:
I – Apresentar as características do anticristo e do
falso profeta, que completam a “trindade satânica”;
II – Entender quais acontecimentos acontecerão no
primeiro período da Grande Tribulação;
III – Apresentar o juízo proveniente da segunda fase
da Grande Tribulação.
INTRODUÇÃO
Logo após o Arrebatamento da Igreja, haverá um período de grande
lamento e desespero por parte dos que aqui ficarem. Esse intervalo de
tempo, entre o Arrebatamento e a vinda de Jesus em glória, é
conhecido como a Grande Tribulação. Dor e sofrimento, destruição e
perseguição, são elementos que correspondem aos acontecimentos
daquele período.
Esta lição tem por objetivo destacar alguns aspectos do momento
mais duro que a Terra irá enfrentar. Contudo, devemos compreender
que a Noiva do Cordeiro não passará pela Tribulação no mundo, pois
estará no céu com Cristo.
2 - A TRIBULAÇÃO
2.1 - A FALSA PAZ
Muitos imaginam que a terra entrará em um grande caos somente
após o Arrebatamento da Igreja, contudo, devemos ter a concreta
66
compreensão de que o mundo já estará em colapso antes do grande
evento que espera ansiosamente a Noiva do Cordeiro.
Será nesse ambiente que o anticristo surgirá como a “grande
solução do planeta”, resolvendo os problemas políticos e sociais. O
texto de apocalipse diz “e foi-lhe dada uma coroa; e ele saiu vencendo
e para vencer” (Ap 6.2). O termo “coroa” alude, figuradamente, a
posição, o domínio e o poder, ou seja, ele dominará e será um “grande
vitorioso” neste período. Ele firmará um pacto de paz com muitos (Dn
9.27), enganando a todos, como foi destinado a fazer (2 Ts 2.9-12).
2.2 - O PACTO COM O ANTICRISTO
Do mesmo modo com que o anticristo fará uma aliança com o
mundo, não será diferente com Israel. Os filhos de Jacó sobrevivem no
presente século em meio a grandes ataques de nações vizinhas,
buscando a paz e ainda esperando pelo Messias, já que eles não
aceitaram a Cristo como o Ungido prometido (Jo 1.11).
Por um momento na Tribulação, o anticristo será esse “Messias”
para Israel (2 Ts 2.4). Com seu grande poder de influência, e com a
grande cooperação do falso Profeta, conseguirá com que Israel faça
parte desse grande pacto, que posteriormente será rompido na metade
da última semana (Dn 9.27).
2.3 – O TEMPLO CONSTRUÍDO NOVAMENTE
O grande símbolo para Israel sempre foi o Templo. Hoje em dia,
eles dispõem apenas de uma parede desse local Sagrado, o famoso
muro das lamentações, que ficou de pé após a destruição executada
sob o comando do general Tito no ano 70 d.C., como fora profetizado
por Jesus no sermão do monte das Oliveiras (Mt 24.1,2).
Contudo, no período da Tribulação, na primeira metade da última
semana, revelada a Daniel, esse grande símbolo será reerguido, de
modo que as ofertas serão reestabelecidas e o anticristo se assentará
67
no Templo como Deus (2 Ts 2.4). Este será o momento em que o pacto
será rasgado, e uma grande perseguição cairá sobre Israel (Dn 9.27).
3 - A GRANDE TRIBULAÇÃO
A segunda metade da última semana, profetizada por Daniel, será
o período na qual o anticristo romperá o pacto que fizera. O que marca
um período de grande lamento para os que aqui ficarem.
3.1 - UM PERÍODO DE PERSEGUIÇÃO E ANGÚSTIA
O anticristo rasgará o pacto que havia feito com as nações e com
Israel (Dn 9.27). A partir desse momento uma grande perseguição será
instaurada contra os judeus e contra todos aqueles que professarem o
nome do Senhor naquele período (Ap 13.6,7).
O sofrimento será inimaginável, muitos procurarão comida, e para
ter acesso a ela deverão ter em seus corpos o número da besta. Outros
fugirão de um lado para o outro buscando desesperadamente refúgio,
mas não o encontrarão (Ap 6.15-17). Ai daqueles que aqui ficarem.
3.2 - A NATUREZA EM FÚRIA
No período da Grande Tribulação, a natureza entrará em conflito.
As estrelas cairão sobre a Terra (Ap 6.13). O céu será retirado como
um livro (Ap 6.14). Saraivas de fogo misturadas com sangue
despencarão, queimando a terça parte das árvores; uma parte do mar
se tornará em sangue, os rios e águas potáveis se tornarão amargas
(Ap 8.7-13; 16.3,4). O mundo entrará em desespero.
Se na abertura dos selos e no ressoar das trombetas a humanidade
padecerá com terríveis acontecimentos, não será diferente no
derramamento das taças. Os homens sofrerão duramente com chagas
e com fogo, padecendo com dores insuportáveis (Ap 16.2,8-11). No
derramar da última taça, trovões serão ouvidos, e um grande terremoto
68
ocorrerá que fenderá Israel em três partes (Ap 16.17-21). Os mortos
serão incontáveis.
Enquanto isso, os adoradores do anticristo estarão cada vez mais
distantes de Deus, blasfemando cada vez mais contra o Senhor (Ap
9.20,21; 16.21).
3.3 - HAVERÁ SALVAÇÃO NA GRANDE TRIBULAÇÃO?
Este é um grande e polêmico ponto que sempre é levantado nas
rodas de debates escatológicos. Mas, enfim, haverá salvação na
Grande Tribulação? A resposta é sim! Haverá salvação na Grande
Tribulação.
Por duas vezes o livro do Apocalipse aponta isso. Na primeira,
quando o quinto selo for aberto, a Bíblia narra que João viu as “almas
dos que foram mortos por amor da palavra de Deus” (Ap 6.9), que ali
aguardavam o momento em que encontrariam com o Senhor (Ap
6.10,11).
Na segunda vez que a Palavra de Deus deixa claro que haverá
salvação na Grande Tribulação, João descreve que um dos anciãos o
perguntou sobre um povo seleto, contudo, o mesmo ancião o responde
dizendo: “Estes são os que vieram de grande tribulação” (Ap 7.13,14).
Porém, devemos analisar que essa possibilidade de salvação para
aqueles que ficarem será muito difícil, tendo em vista a grande
perseguição e tribulação que se encontrará o mundo. Muitos se
renderão ao anticristo, e sucumbirão a pressão sobre eles imposta.
CONCLUSÃO
A Grande Tribulação será um período de “grande aflição, como
nunca houve desde o princípio do mundo até agora” (Mt 24.21). Muitos
que hoje desprezam a Palavra de Deus e aos avisos incessantes dos
evangelistas, naquele tempo clamarão por misericórdia e não a
69
alcançarão. Contudo, a Igreja do Senhor não participará desses
terríveis dias, pois estarão no céu como Senhor. Maranata!
70
--------------------------------------- Temática em Foco --------------------------------------
A Terra estará devastada e Israel será
encurralada pelas tropas malignas. A Volta de
Cristo em Glória acontecerá em um momento
crucial da história, e juntamente com a Igreja e os
exércitos celestiais, será vista por toda a
humanidade viva no final da Grande Tribulação.
71
---------------------------- Objetivo Geral e Específico -----------------------------
O Objetivo geral da lição é expressar a grandeza
da Volta do Cristo Glorificado, tratando acerca da
Batalha do Armagedom, do socorro do Messias à
Israel, e do Tribunal das Nações. Trabalharemos de
acordo com os seguintes objetivos específicos:
I – Discutir sobre a conjuntura da Batalha do
Armagedom;
II – Apresentar a Cristo como o socorro de Israel;
III – Entender sobre o Tribunal das Nações,
apresentando os seus participantes, seu julgamento
e a preparação para o milênio.
Apocalipse 19.11-16
11 – E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco. O que
estava assentado sobre ele chama-se Fiel e
Verdadeiro e julga e peleja com justiça.
72
12 – E os seus olhos eram como chama de fogo; e
sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha
um nome escrito que ninguém sabia, senão ele
mesmo.
13 – E estava vestido de uma veste salpicada de
sangue, e o nome pelo qual se chama é a Palavra de
Deus.
14 – E seguiam-no os exércitos que há no céu em
cavalos brancos e vestidos de linho fino, branco e
puro.
15 – E da sua boca saía uma aguda espada, para
ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de
ferro e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do
furor e da ira do Deus Todo-Poderoso.
16 – E na veste e na sua coxa tem escrito este nome:
Rei dos Reis e Senhor dos Senhores.
INTRODUÇÃO
Quando tudo parecer perdido, enfim se cumprirá as palavras de
Jesus quando disse: “me não vereis mais, até que digais: Bendito o
que vem em nome do Senhor!” (Mt 23.39). A volta de Cristo em Glória
trará alívio e socorro a Israel, justamente no momento em que a nação
se encontrar perdida, desolada e prestes a sucumbir.
O objetivo dessa lição é trabalhar a linha do tempo correspondente
à Batalha do Armagedom e o resgate de Israel, bem como o retorno
Triunfal de Cristo nas nuvens com poder e grande glória, juntamente
com a Sua Noiva e seu exército celestial. Que Deus nos ajude no
decorrer dessa maravilhosa lição.
73
1 - A BATALHA DO ARMAGEDOM
1.1 - ONDE OCORRERÁ?
No mesmo vale em que muitas batalhas já foram travadas no
decorrer dos séculos, será realizada a mais dura e sangrenta investida
contra Israel. No vale de Megido (Zc 12.11), o anticristo marchará com
as suas tropas com o objetivo de liquidar de vez com Israel.
Após o derramamento da sexta taça pelo anjo, a Bíblia afirma que
as águas do grande rio Eufrates secarão (Ap 16.12), o que preparará
o caminho para que as tropas sob o comando do anticristo marchem
até o campo de batalha, para que os filhos de Jacó sejam eliminados
por eles (Ap 16.12-14,16), contudo, não prevalecerão contra a nação
da promessa.
1.2 - A DESTRUIÇÃO DA CIDADE SANTA
A história nos apresenta o holocausto como um dos momentos mais
difíceis para os judeus. Esse triste episódio ficou marcado como o
grande genocídio contra os praticantes da religião judaica, em que,
aproximadamente, 6 milhões foram mortos, entre eles mulheres,
homens e crianças de todas as idades. Mas a batalha do Armagedon
será muito pior aos filhos de Jacó.
Jerusalém estará desolada. Apenas uma terça parte dos judeus
sobreviverão (Zc 13.8). As casas serão invadidas e saqueadas; as
mulheres serão violadas; uma grande parte dos judeus serão levados
cativos (Zc 14.2); uma cena jamais vista pelo povo de Israel.
1.3 – ISRAEL ENCURRALADA
As multidões estarão congregadas e marcharão em direção à Israel
(Zc 14.2). Os reis da terra serão iludidos por demônios a fim de que
pelejem contra este povo escolhido por Deus (Ap 16.14). A cidade
estará destruída e enfraquecida, rodeada por todos os lados e
sufocada pela ação das tropas do anticristo. Só Deus para salvá-los.
74
2 - O SOCORRO DE ISRAEL
2.1 - CRISTO, O RESGATE DE ISRAEL
Quando tudo parecer perdido para a nação santa, então, nesse
momento, o céu será aberto (Ap 19.11-17), o socorro de Israel chegou.
A Bíblia afirma que a descida de Cristo ocorrerá no monte das Oliveiras
(Zc 14.3,4), cumprindo assim a promessa que está escrita em Atos
1.11: “Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima do céu, há de
vir assim como para o céu o viste ir”.
O Senhor estará acompanhado das tropas celestiais, que estarão
compostas pela Noiva e seus santos anjos (Cl 3.4; Ap 19.14). No
momento em que os pés de Jesus tocarem o monte das Oliveiras, ele
será partido ao meio (Zc 14.4), o que proporcionará a Israel uma rota
de escape. O grande livramento havia chegado para a nação da
promessa (Zc 14.5).
2.2 - A PRISÃO DE SATANÁS E A DERROTA DAS TROPAS
MALIGNAS
Quando as tropas malignas virem que Cristo veio em resgate de
Israel, reunir-se-ão para pelejar contra as tropas celestiais. Sua
empreitada não galgará sucesso, pois todos serão mortos com a
palavra da boca de Jesus (Ap 19.21). A Bíblia narra que haverá uma
grande perturbação no meio das tropas, que se virarão contra si
mesmas (Zc 14.13). Seus olhos serão apodrecidos em suas órbitas, e
suas carnes serão consumidas, estando eles ainda de pé (Zc 14.12).
No mesmo instante ocorrerá a prisão do anticristo e do falso profeta,
que serão lançados vivos no lago de fogo (Ap 19.20). Um anjo descerá
do céu, e será o encarregado de aprisionar satanás por mil anos (Ap
20.1,2; posteriormente, satanás será solto no final do milênio, mas este
é assunto para a próxima lição). O resgate de Israel, enfim, estará
completo.
75
2.3 – O RECONHECIMENTO DE CRISTO COMO O MESSIAS
Aquele povo que rejeitou a Cristo como o Seu Messias Salvador,
agora chorará amargamente olhando para Ele em resplendor e glória.
Aqueles que foram responsáveis por transpassarem a Jesus,
pratearão arrependidos pelo que fizeram, ao receberem o resgate da
parte dEle (Zc 13.10).
Enfim, o vale dos ossos secos será vivificado, e os nervos, pele e
espírito retornarão para os seus corpos (Ez 37), e, finalmente, será
cumprida a profecia que diz: “Porque eu vos digo que, desde agora,
me não vereis mais, até que digais: Bendito o que vem em nome do
Senhor! ” (Mt 23.39).
76
3.2 - O QUE SERÁ JULGADO?
No Tribunal de Cristo serão julgadas as obras feitas pelos salvos (1
Co 3.13-15). No Tribunal do Trono Branco (Juízo Final) serão julgados
os pecados dos povos (Ap 20.12). Contudo, no Tribunal das nações
serão julgadas as obras de todas as nações referentes ao povo de
Deus, seja ele a Igreja ou a nação de Israel.
Aqueles que forem considerados ímpios serão lançados no lago de
fogo (Mt 25.41,46). Já aqueles que forem considerados justos,
receberão e atenderão ao chamado de Cristo: “Vinde, benditos de meu
Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde a
fundação do mundo” (Mt 25.34).
3.3 - A PREPARAÇÃO PARA O MILÊNIO
Após a derrota das tropas malignas, da prisão de Satanás, do
anticristo e do falso profeta, e do julgamento das Nações, os salvos
entrarão no milênio para reinarem com Cristo por mil anos literais. A
Terra estará, enfim, preparada para ter o seu período de verdadeira
paz. Sobre o milênio, será tratado mais específico na próxima lição.
CONCLUSÃO
O povo que rejeitou o seu Messias, e que hoje já sofre as
consequências do desprezo a Jesus Cristo, passará por momento
duros e terríveis por ocasião da Grande Tribulação. Seus filhos e filhas
serão sentenciados, e suas forças serão quase esgotadas. Mas o seu
resgate virá justamente por parte daquele que foi desprezado: Cristo,
o Messias esperado. Que Deus ajude a Israel.
77
-------------------------------------------- Questionário -------------------------------------------
78
--------------------------------------- Temática em Foco --------------------------------------
O reino milenar não é uma utopia judaica, mas
uma realidade presente em toda a escritura. Será
um tempo de paz e justiça sobre a terra, onde Israel
e a comunidade dos salvos glorificados de todos os
tempos reinarão com Cristo.
INTRODUÇÃO
Não trataremos nesta lição das escolas teológicas de interpretação
do milênio, pois isso já foi feito na lição de número 02. Estudaremos
sobre aquilo que os profetas e apóstolos falaram e que é confirmado
em Apocalipse 20 – os aspectos reais do Reino Milenial.
81
1 - PROVAS QUE O MILÊNIO SERÁ LITERAL
1.1 - NO ANTIGO TESTAMENTO
Às vezes se argumenta que toda a concepção Pré-milenista está
fundamentada em uma única passagem bíblica e que nenhuma
doutrina deveria se basear em apenas um texto. Entretanto, sobre este
assunto, acreditamos que a verdade não é bem essa. No Antigo
testamento encontramos passagens bíblicas que se referem a algum
estado de restauração e perfeição da terra. No entanto, este período
de paz mundial em que um rei perfeito estará no comando, nunca
aconteceu e nem está acontecendo. Textos como os de Isaías 2.1-4,
Isaías 9.6-7, Isaías 65.16-25, Daniel 2.44 e Zacarias 8.22 nunca se
cumpriram. Certamente seu tempo de cumprimento será no futuro,
podemos afirmar categoricamente que o Antigo testamento predisse o
milênio.
1.2 – NO NOVO TESTAMENTO
Apocalipse 20.1-6 é uma referência específica sobre aspectos
reais do milênio. O texto em questão fala que serão mil anos, que terá
início e fim. Será depois da Grande Tribulação e das Bodas do
Cordeiro, eventos estes que seguramente não aconteceram, mas
acontecerão no final. Satanás será preso, alguns afirmam que ele já
está preso, entretanto não é esta a realidade que vivemos. Nota-se que
a cada dia o mundo vai de mal a pior, ainda vemos a influência do
inimigo sobre a terra como sempre vimos desde a queda, e, além
disso, se aguarda o governo do anticristo sem nenhuma referência de
que o diabo esteja preso e será solto para dar poder para o anticristo
governar.
Em Apocalipse 20.7 diz que depois dos mil anos Satanás será
solto por um pouco de tempo para enganar as nações, mas logo em
seguida será lançado no lago de fogo e enxofre onde já estão o falso
82
profeta e a besta. Ali serão atormentados eternamente e não mais
enganará a ninguém.
1.3 – NAS EPÍSTOLAS PAULINAS
Paulo escreve em 1 Coríntios 15.24-28 que o fim só virá quando
JESUS entregar o reino a Deus, o Pai. Ele entregará o reino ao Pai
quando houver destruído todo império das forças malignas. Pois é
necessário que ele reine até que todos os seus inimigos sejam postos
debaixo de seus pés. O apostolo está afirmando que Jesus virá à terra
e estabelecerá seu reino, que, segundo (Ap 20.1-6), durará mil anos.
Ao findar esses mil anos ele entregará o reino ao Pai para que Deus
seja tudo em todos, então virá o fim.
2 - JESUS REINARÁ
2.1 - JESUS REINARÁ COM A IGREJA GLORIFICADA
No milênio, Jesus reinará física e presencialmente. Seu reino será
literal e universal. Será um reino teocrático, Cristo reinará com justiça
sobre seus súditos. O padrão de vida será o concebido no Sermão do
Monte, que será a legislação do reino (Mt 5). Todos os que estiverem
vivos quando Cristo voltar, os que morreram em Cristo e ressuscitaram
por ocasião do Arrebatamento, reinarão com Ele durante o milênio
tendo posições elevadas na administração do reino. Está é uma
verdade importante para a Igreja hoje, estejamos, pois, preparados
para o Arrebatamento ou, caso morrermos antes deste, que morramos
em Cristo para ressuscitarmos e reinarmos com Ele no milênio.
2.2 - JESUS REINARÁ COM ISRAEL
Israel será restaurado à terra que lhe pertence e será cabeça de
todas as nações. Jesus literalmente se assentará sobre o trono de Davi
em Jerusalém, e reinará sobre o mundo. Todas as profecias sobre a
83
restauração de Israel que encontramos no Antigo testamento serão
cumpridas. O milênio será um reino predominantemente judaico. “Por
ocasião da regeneração de todas as coisas, quando o Filho do homem
se assentar em seu trono glorioso, vocês que me seguiram também se
assentarão em doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel”
(Mateus 19.28-NVI). Jesus está afirmando a seus discípulos que
haverá doze tronos e que eles serão os governantes de Israel no
milênio juntos com Cristo. Cumprirá as promessas feitas a Abraão de
que Israel será povo de Deus para sempre, pois Deus não esqueceu o
seu povo nem o substituiu.
2.3 – JERUSALÉM SERÁ A CAPITAL
Tudo fluirá de Jerusalém, Isaías 2.3 diz que naquele tempo (O
milênio) os povos dirão: “vinde subamos ao monte do Senhor, a casa
de Jacó para que nos ensine o caminho; porque de Sião sairá a lei e
de Jerusalém a palavra do Senhor”. Nada disso aqui aconteceu ainda,
pois será em um tempo de restauração. Em Isaías 62.7 está escrito
que Deus a porá por louvor na terra, e Zacarias 8.22 diz que “virão
muitos povos e poderosas nações buscar, em Jerusalém, o Senhor
dos Exércitos e suplicar a bênção do Senhor”. No milênio, Jerusalém
será exaltada acima de todas as cidades da terra, e, assim, atrairá os
habitantes de todo o mundo para adorar ao Senhor em Sião.
Ensinadas por Deus, as nações terão todas as suas disputas
resolvidas pacificamente e terá e a paz universal.
3 - O MILÊNIO
3.1 - SATANÁS SERÁ PRESO, JESUS REINARÁ E HAVERÁ
PERFEITA PAZ
No milênio, Satanás será preso e as nações que estarão na terra
nesse período terão a oportunidade de reconhecer que o caminho de
84
Deus é melhor, pois não terão a presença maligna de Satanás para
influenciá-las ao mal. Os ímpios que não receberam a marca da besta
permanecerão vivos no milênio. A retidão dominará os povos, mas
mesmo diante de uma situação tão favorável, muitos ainda falharão.
Esta é uma prova para hoje de que o pecado é grave e tão maligno
quanto possa ser, muitas pessoas culpam Satanás por seus fracassos
espirituais e ainda que ele não seja inocente o pecador também não é.
Quando o Príncipe da paz reinar, a paz absoluta enfim chegará;
Isaías 2:4 diz que Ele julgará as nações e resolverá suas contendas.
Farão de suas espadas arados, e de suas lanças foices. Não pegarão
em armas para atacar uma a outra, e não haverá treinamento de guerra
nesse tempo. Até a natureza será restaurada, pois em Isaías 65:25 diz
que não haverá presa nem predador entre os animais, pois eles só
comerão capim. Serão totalmente dóceis e não atacarão a ninguém.
3.2 - SATANÁS SERÁ SOLTO
No final do milênio Satanás será solto e voltará a enganar. É preciso
lembrar que não serão os salvos redimidos que serão enganados por
Satanás, mas os nascidos no milênio descendentes das Nações que
sobreviveram à Grande Tribulação. Sabemos que será um tempo
perfeito, mesmo assim, Satanás ainda enganará a muitos. Isso porque
essas pessoas apesar do ambiente favorável nunca foram redimidas,
esta é uma prova de que o pecado é inerente à natureza humana caída
e que só o sangue de Jesus pode removê-lo. Satanás será solto, mas
por pouco tempo, e ele seduzirá alguns a se rebelar contra Deus.
Também conseguirá reunir as nações para a batalha, cercarão o arraial
dos santos e a cidade de Jerusalém, mas Deus fará descer fogo do
céu que consumirá a todos. Satanás será lançado no lago de fogo e
enxofre, onde estão a besta e o falso profeta e serão atormentados
para todo o sempre (Ap 20.7-10).
85
CONCLUSÃO
Os profetas do Antigo testamento em muitos momentos falaram de
um tempo de restauração e glória para Israel e toda a criação que até
hoje nunca se cumpriu. Jesus e os apóstolos falaram de um tempo em
que a Igreja redimida reinaria gloriosa. O Apocalipse nos revela que
esse tempo será um período de mil anos onde Cristo reinará
fisicamente com Israel e a Igreja sobre as nações. Demos graças a
Deus que nos criou em Cristo, agora nenhuma condenação há para os
que estão em CRISTO e só os que estão Nele reinarão.
------------------------------------------- Questionário --------------------------------------------
86
--------------------------------------- Temática em Foco --------------------------------------
Há um certo sentimento de medo a respeito
desse evento escatológico, contudo, temos que
compreender que para os salvos, remidos pelo
sangue do Cordeiro, o julgamento final tem caráter
excepcional, pois, ali a plenitude da justiça de Deus
se cumprirá.
87
---------------------------- Objetivo Geral e Específico -----------------------------
Esta lição tem por objetivo geral expor, através
da Bíblia, duas doutrinas fundamentais. A primeira
em relação a ressurreição dos corpos e a segunda
sobre o Juízo Final, ambos preceitos que nos
enchem da maravilhosa esperança, pois, ali serão
retificadas todas as coisas.
I – Explicar sobre a ressurreição dos corpos e a
importância disso para a fé cristã;
II – Expor sobre o Juízo Final, mostrando as
diferenças entre salvos e ímpios.
88
15 – E aquele que não foi achado escrito no livro da
vida foi lançado no lago de fogo.
------------------------------------------ Comentário ------------------------------------------
INTRODUÇÃO
Nesta lição trataremos sobre questões elementares para a fé cristã.
Iremos tratar sobre a ressurreição dos corpos, uns para glória eterna e
outros para a perdição infinita, quando acontecerá esta ressurreição e
qual será sua qualidade e natureza.
Falaremos sobre o Juízo Final, suas consequências tanto para os
justos quanto para os ímpios, e como este episódio revelará todas as
coisas, inclusive a grandeza e o poder de Deus.
2 – O JUÍZO FINAL
2.1 – O JUIZ
A partir deste momento estudaremos a respeito do Juízo Final, esse
evento escatológico é extremamente importante, pois, aqui serão
retificadas todas as coisas e a justiça será plenamente imputada. O
conceito de um Juízo Final está em toda a Bíblia, tanto no Antigo
Testamento (Ec 12.14; Dn 12.2,3) quanto no Novo (Mt 12.36,37; At
17.31; Rm 2.14-16; Hb 9.27). No texto de Apocalipse 20.11, o apóstolo
João nos revela uma visão de um trono. A imagem de trono é muito
comum na Bíblia e dá a ideia de que quem está assentado sobre ele
tem autoridade e poder. Mas quem está sentado nesse trono? A
princípio Deus é este juiz (Hb 12.23), e entrega o poder de julgamento
91
a Cristo (Jo 5.22; At 10.42; 17.31; 2 Tm 4.1), portanto, Jesus Cristo é
o nosso juiz, nosso advogado (1 Jo 2.1), também nosso Mediador (1
Tm 2.5), e Ele julgará com retidão e justiça (Cl 2.3). Outra questão é
“sobre o que este juiz tem autoridade?” O texto de Apocalipse 20.11
nos revela que a terra e o céu fugiram da Sua presença, isto é, deixarão
de existir, isto nos faz concluir que o Senhor Jesus é Soberano sobre
toda a criação.
2.2 – O QUE SERÁ LEVADO EM CONTA NO JULGAMENTO
Em primeiro lugar o que será levado em conta no Juízo Final é a
responsabilidade individual, cada um deve estar ciente da sua
condição e de suas atitudes, pois, Jesus Cristo, através de Seu
sacrifício vicário na cruz oferece salvação a todos (Jo 3.16), porém,
muitos não aceitarão, e isto os condenará (Jo 3.19). Em segundo lugar,
será levado em consideração o nível de revelação a qual cada um foi
exposto, isto é, existe a revelação mais baixa, que é conhecer o
Criador através da criação (Rm 1.19,20), a estes, o rigor será menor,
porquanto tiveram menos acesso à Palavra de Deus do que aqueles
que ouviram a Palavra do Senhor (Lc 10.10-14). Já aqueles que
tiveram acesso ao evangelho de maneira mais completa,
provavelmente sofrerá mais. Conseguimos enxergar esta relação em
Tiago 3.1 onde nos é revelado que os mestres serão cobrados com
mais rigor, visto que são os que mais têm revelação da Palavra de
Deus. Em terceiro lugar, será levado em conta as obras (Ap 20.13), a
ideia é que quanto mais perverso o indivíduo for aqui na terra, mais
punição este receberá, pois, suas obras foram más.
2.3 – O PROPÓSITO DO JULGAMENTO
Inicialmente, é importante salientar que os justos que
permanecerem vivos após o milênio estarão no julgamento final, mas
estarão lá somente para receber a sentença da vida eterna com Cristo,
92
visto que todos os livros serão abertos, inclusive o livro da vida (Ap
20.12). Já para os ímpios, também não será de julgamento no sentido
de provas e contraprovas, réus, júris ou advogados, mas uma
declaração do Senhor Jesus Cristo da vergonhosa verdade da qual o
ser humano se encontra. Será como mencionamos anteriormente: uma
ressurreição para a vergonha eterna. Outro propósito do julgamento, é
a glorificação do Senhor, pois, será demonstrado todo o Seu poder
tanto na terra quanto no céu.
CONCLUSÃO
Nesta lição aprendemos sobre a importância da ressurreição dos
corpos para a fé cristã. Esta doutrina se coloca como um dos pilares
do Evangelho, pois, é na ressurreição que receberemos os corpos
glorificados para estarmos juntamente com Cristo para sempre, e esta
é uma das qualidades deste corpo, a compatibilidade com a realidade
celeste que viveremos na glória.
Aprendemos também que haverá um julgamento final onde o
Grande e Justo Juiz, Cristo, declarará vida eterna para os salvos e
sentenciará os ímpios ao castigo eterno, demonstrando de uma vez
por todas a Sua grandeza, poder e justiça.
93
----------------------------------------- Questionário ----------------------------------------
94
-------------------------------------- Temática em Foco ---------------------------------------
Embora alguns tentem distorcer essa doutrina,
existirá sim uma eternidade preparada para salvos
e condenados. Cabe ao homem decidir nessa vida
para qual eternidade ele quer ir, se com Cristo na
Nova Jerusalém, ou distante dele no lago de fogo.
96
4 – E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e
não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor,
nem dor, porque já as primeiras coisas são
passadas.
5 – E o que estava assentado sobre o Trono disse: Eis
que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve;
porque estas palavras são verdadeiras e fiéis.
INTRODUÇÃO
Nesta lição aprenderemos sobre a ação divina de punir eternamente
os pecadores e recompensar para sempre os salvos em Cristo. Deus
tem proporcionado o meio de salvação, que é Cristo, mas quem não
crê infelizmente passará a eternidade no lago de fogo. Entretanto,
quem crê, vai morar na Nova Jerusalém.
100
12.26-28) e desaparecerão como fumaça (Is 51.6); as estrelas se
derreterão como fumaça (Is 34.4) e os elementos serão dissolvidos (2
Pe 3.7,10,12). A terra renovada será habitação dos homens e de Deus
(Ap 21.2,3,10; 22.3-5).”
3.2 - A NOVA JERUSALÉM
Assim que Deus restaurar todas as coisas, descerá dos céus a Nova
Jerusalém. A descrição de como será essa nossa morada é rica em
detalhes:
Terá doze portas com o nome dos apóstolos (Ap 21.12);
Terá o formato de um cubo, lembrando o santo dos santos do
templo da antiga aliança (1 Rs 6.19-20; Ap 21.16);
Cada lado terá aproximadamente 2260 Km (Ap 21.16);
Seu material principal será ouro e pedras preciosas (Ap 21.18);
Não haverá sol, pois a glória de Deus irá iluminá-la (Ap 21.23);
Um rio irá fluir diretamente do trono de Deus e do Cordeiro (Ap
22.1);
Ao lado do rio estará a árvore da vida que dará o seu fruto (Ap 22.2).
Muitos questionam se vamos nos conhecer na eternidade, pois, de
acordo com a passagem de Isaías 65.17: “as coisas passadas não
serão lembradas. Jamais virão à mente”. No entanto, esta passagem
não está dizendo que não vamos nos lembrar de nada, mas está
dizendo que não sentiremos falta das coisas passadas. Na história do
rico e do Lázaro eles se conheceram depois da morte e o rico ainda
lembrou dos seus irmãos. Além do mais, não faz sentido chegarmos
ao céu e não lembrarmos da nossa vida e nem das outras pessoas,
pois, neste caso, seríamos outra pessoa.
3.3 - VIVENDO A ETERNIDADE COM DEUS
Quando lemos Apocalipse 21.3, fica claro que o melhor da vida
eterna não serão as ruas de ouro ou os galardões, mas será a
presença de Deus. O texto diz que Deus estará com os homens, ou
101
seja, a comunhão com o Criador atingirá o nível mais elevado que
podemos imaginar.
A maior alegria do salvo é estar na presença de Deus: “Melhor é um
dia nos teus átrios do que mil noutro lugar” (Sl 84.10).
Passar a eternidade com Deus não será algo entediante como
alguns pensam, pois conjecturam que ficaremos apenas adorando. O
louvor e a adoração serão tributados eternamente (Ap 5.9; 12.10;
14.3), no entanto, há indícios que iremos realizar outras atividades.
Haverá comida no céu, pois comeremos e beberemos nas bodas do
cordeiro (Ap 19.9), Jesus disse que beberá vinho com seus discípulos
no reino celestial (Lc 22.18) e a árvore da vida dará o seu fruto (Ap
22.2). O texto de Apocalipse afirma que “As nações andarão em sua
luz, e os reis da terra lhe trarão a sua glória” (Ap 21.24). Não sabemos
como serão essas nações e quem serão esses reis, mas podemos
conjecturar que haverá algum tipo de governo.
CONCLUSÃO
Apesar de muitas conjecturas, sabemos através das escrituras que
Deus vai restaurar todas as coisas e nós passaremos a eternidade com
ele. Além do louvor e adoração, acredita-se que a eternidade será
preenchida com várias outras atividades, todas elas realizadas para a
glória de Deus.
102
--------------------------------------- Questionário ------------------------------------------
103
--------------------------------------- Temática em Foco --------------------------------------
Os sinais alertam que o fim de todas as coisas
breve ocorrerá, cabe a Igreja do Senhor a cada dia
estar preparada para o encontro com o Noivo. Não
podemos ser encontrados pelo Cordeiro
desapercebidos.
105
49 – E começar a espancar os seus conservos, e a
comer e a beber com os ébrios,
50 – Virá o senhor daquele servo num dia em que o
não espera, e à hora em que ele não sabe,
51 – e separá-lo-á, e destinará a sua parte com os
hipócritas; ali haverá pranto e ranger de dentes.
INTRODUÇÃO
Diante da realidade do Arrebatamento da Igreja, muitos começam a
especular quando será a volta de Jesus. Entretanto, esta atitude é um
erro, pois o próprio Jesus nos advertiu: “quanto ao dia e à hora
ninguém sabe” (Mt 24.36). Além do mais, a Bíblia nos orienta a
esperarmos o Seu retorno com grande expectativa, pois ele pode
acontecer a qualquer momento. Nesta lição, faremos um estudo
detalhado de uma parábola que diz a respeito de como deve ser esta
espera.
1 - ENTENDENDO A PARÁBOLA
1.1 - O CONTEXTO DA PARÁBOLA
As parábolas de Jesus podem ser classificadas da seguinte
maneira:
Os mistérios do Reino;
A inauguração do Reino;
A Dimensão do Reino;
A consumação do Reino.
106
Quando Jesus conta a parábola dos dois servos (Mt 24.45-51), Ele
está ministrando sobre a consumação do Reino. Ele ensina sobre o
princípio das dores (Mt 24.1-14), sobre a grande tribulação (Mt 24.15-
28), sobre a sua vinda em glória (Mt 24.29-35), faz uma exortação à
vigilância (Mt 24.36-44) e logo em seguida conta uma sequência de
parábolas com ensinos escatológicos: a dos dois servos, a das dez
virgens e a dos talentos.
Levando em consideração o seu contexto, esta parábola visa nos
alertar acerca da vinda do Messias que pode acontecer a qualquer
momento. No entanto, seu ensino é um pouco mais profundo e levanta
o seguinte questionamento: “Quando o Senhor voltar, o que Ele espera
encontrar em relação às nossas atitudes?”.
Outro ponto a destacar aqui é “para quem a parábola foi dirigida?”.
Apesar de alguns teólogos afirmarem que ela foi direcionada para os
judeus, não parece ser esse o seu contexto. Tanto Mateus quanto
Lucas dizem que a parábola foi contada aos discípulos de Jesus (Mt
24.3; Lc 12.22), e, pelo conteúdo, a conclusão mais provável é que ela
foi direcionada a todos os seguidores de Cristo.
1.2 - A RESPONSABILIDADE DO SERVO
Na verdade, não temos dois servos, o que Jesus faz é supor duas
situações diferentes. Em uma situação o servo é fiel e em outra o servo
é mau (infiel). De acordo com a cultura da época, era comum os servos
assumirem todas as responsabilidades quando o dono da casa viajava:
“O fato de um escravo ser elevado ao comando de bens e
propriedades não era incomum. O melhor exemplo bíblico, o qual,
inclusive, possui uma redação semelhante a desta parábola, é o relato
onde José recebeu autoridade tanto para comandar a casa de Potifar,
quanto o reino de Faraó [...] Imagine o poder que não estaria nas mãos
do escravo que comandava o suprimento alimentar de todo o povo!
107
Esta pessoa, literalmente, controlava a saúde e o bem-estar dos
demais escravos.” (SNODGRASS, Klyne. Compreendendo Todas as
Parábolas de Jesus. Rio de Janeiro: CPAD, 2010, p. 695)
Na primeira situação Jesus fala de um senhor que viaja e deixa sua
casa na responsabilidade do seu servo, que reconhece a grande
responsabilidade que lhe foi concedida e se comporta com fidelidade.
Ele não esperou seu senhor sentado ou fazendo algo errado, mas
trabalhando (Mt 24.46).
Na segunda situação, o servo imagina que seu Senhor vai demorar
a voltar e, por isso, resolve agir com irresponsabilidades. Ele espanca
os seus conservos e começa a esbanjar com seus amigos (Mt 24.49).
1.3 – A RECOMPENSA DE ACORDO COM O COMPORTAMENTO
DO SERVO
Cada servo recebe uma recompensa após o retorno do senhor. O
que foi fiel e prudente, recebe mais responsabilidades:
“Garanto-lhes que ele o encarregará de todos os seus bens.” Mateus
24.47
Isso significa que ele se torna segunda pessoa mais importante
daquela casa, administrando todos os bens.
O servo infiel é surpreendido pelo seu senhor, pois não esperava o
seu retorno. Ele é punido severamente, lançado no lugar com os
hipócritas, onde haverá choro e ranger de dentes (Mt 24.51).
2 - UM CHAMADO À VIGILÂNCIA
2.1 - VIGILÂNCIA E FIDELIDADE
Esta parábola é um convite a vigilância e a fidelidade. Note que o
fator dominante para a atitude do mau servo foi que ele achara que o
108
seu senhor tardaria em voltar, com isso negligenciou o seu trabalho,
tratando mal os seus conservos, portando-se de modo incondizente
com aquilo a que fora chamado.
Encontramos em nossos dias muitos que vivem de modo infiel em
sua chamada a ser ministro de Deus. Um ministro, não é somente
aquele que foi convidado para um ofício na casa de Deus, mas sim
todos os que estão na igreja para servir a Deus, mesmo que alguns
queiram proceder de modo incompatível com um bom servo.
“A respeito daqueles que estão na igreja, mas são infiéis ao Senhor,
é impossível estarem vigilantes e preparados para a volta inesperada
de Cristo, se os tais não creem que Ele pode vir agora.” (STAMPS,
Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD, 1995,
p. 1441)
2.2 – JESUS VAI VOLTAR A QUALQUER MOMENTO
Vivemos em uma incerteza no tocante a data específica do retorno
de Cristo. Contudo, vivemos almejando este retorno que é certo, pois
Ele é Fiel em suas promessas. Não podemos negligenciar e desistir de
estarmos vigilantes aguardando com fidelidade o cumprimento desta
promessa.
Somos incapazes de afirmar qual dia Cristo retornará para buscar a
sua Igreja e leva-la para uma vida infinda de gozo e paz com Ele. O
que nos cabe é apenas estarmos prontos para que, quando este dia
chegar, não venhamos ficar para trás, mas sim sermos transformados
e estarmos juntos com Ele para sempre.
“Ao mesmo tempo que, os cristãos precisam evitar toda espécie de
fascínio e especulação a respeito de datas ou épocas a respeito do
fim. A natureza dos documentos não incentiva, nem nos permite
traçarmos mapas, esquemas, tampouco esboçar a sequência dos
eventos. Qualquer tentativa neste sentido se esfarela diante das
109
evidências encontradas no próprio Novo Testamento, além de não ser
o objetivo do ensino escatológico. O seu objetivo foi nos fornecer um
alerta, servir de esperança e ensinar as pessoas acerca de como elas
deveriam levar a sua vida no presente.” (SNODGRASS, Klyne.
Compreendendo Todas as Parábolas de Jesus. Rio de Janeiro: CPAD,
2010, p. 703)
CONCLUSÃO
Diante de tudo o que está acontecendo neste mundo, não há dúvida
que Jesus pode voltar a qualquer momento e devemos estar
preparados para o seu retorno. O que aprendemos com essa parábola
em relação a este tema é que não devemos esperar a volta de Jesus
de qualquer maneira, mas trabalhando com fidelidade e prudência.
--------------------------------------- Questionário ------------------------------------------
111
Quem Somos?
Erberson R. Pinheiro dos Santos
Mestre em Engenharia e Mestrando em Teologia
pela Faculdade Batista do Paraná – FABAPAR.
Fundador do EBD em Foco no ano de 2016 e autor
do livro “Os 4Cs da Educação Cristã”.
Comentarista das lições 02, 12 e 13, dessa revista.
112
Estante EBD em Foco
113
Os 4Cs da Educação Cristã
Seja um Educador Cristão de Excelência
114
115