Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
O termo escatologia deriva de duas palavras gregas: escathos e logos, que se traduzem por
“últimas coisas” e “estudo” ou “tratado”. É o estudo ou doutrina das últimas coisas. É
chamada bíblica, no nosso caso, porque ela pode ser também extra-bíblica.
No estudo da escatologia bíblica, é de caráter fundamental, Ter o cuidado em não apresentar
falsas interpretações, evitando, com isso, questionamentos e especulações. Deus nos adverte
dizendo que devemos “manejar bem a Palavra da verdade.” II Tm.2.15. “Porque a visão é
ainda para o tempo determinado, e até ao fim falará e não mentirá; se tardar espera-o,
porque certamente virá, não tardará” - Hc.2.3.
Littera scripta manet – “a palavra escrita permanece”, disse Horácio na Roma Antiga a mais de
2.000 anos atrás. O que caracteriza o vislumbre do cumprimento das profecias no palco da
escatologia é a maneira de como Deus trabalha para mostrar a sua vontade, revelada na
palavra escrita. Este trabalho consiste em ampliar a revelação divina, nos dando a entender
que a palavra escrita continua em pé, revigorada pela forte atuação e inspiração do Espírito
Santo de Deus. A ordem que o profeta Jeremias recebeu do Senhor foi esta: “escreve num
livro todas as palavras que eu te disse” Jr. 30.2.
Não podemos duvidar nem admitir falha na palavra de Deus. Ela é toda inspirada pelo
Espírito Santo - 2Tm. 3.16 - A inerrância das escrituras tem sua base na infabilidade da
Palavra do Senhor. Crendo nisto podemos ir bem mais além do que Horácio afirmou. “A
palavra escrita ‘não’ apenas permanece – ela floresce como trepadeira nas fronteiras do
nosso entendimento”. Ela alcança o mais profundo dos recônditos da nossa alma.
Para entender realmente o campo da escatologia, da doutrina das ultimas coisas, precisamos
compreender três verdades básicas.
Toda a revelação aponta para o futuro. O futuro consiste num plano traçado por Deus para
que a Igreja caminhe neste mundo “pela fé a esta graça, na qual estando firme, gloria-se na
esperança da glória de Deus”, Rm. 5.2.
Porém, o mundo pagão, pelo fato de não ter a revelação de Deus, se fecha num ciclo
de falsas expectativas em relação ao futuro. No consenso filosófico da humanidade a maior
parte da população do mundo vê com grande otimismo a era que está por vir. Pressentindo
um fantástico progresso material e científico, vivendo na era da velocidade e vendo a
aquisição do conhecimento se acelerar, muitos poderão se tornar otimistas demais. Contudo
o apóstolo Paulo nos adverte: “quando andarem dizendo: paz e segurança, eis que lhes
sobrevirá repentina destruição” I Ts. 5.3.
Quem conhece a revelação divina a respeito da doutrina das últimas coisas, sabe que o
mundo irá de mal a pior, mas não se desespera, por saber que o próprio Senhor Jesus
profetizou a respeito de tais acontecimentos: “homens desmaiarão de terror, na expectativa
das coisas que sobrevirão ao mundo... e quando estas coisas começarem a acontecer, fiquem
firmes e levantem a cabeça, pois a vossa redenção está próxima” - Lc. 21.26,28.
Além de ser um dos capítulos da dogmática cristã, ou seja, o estudo sistemático e lógico das
doutrinas concernentes às últimas coisas há quatro outros tipos de escatologia, segundo nos
apresenta o Dicionário Teológico
A - Escatologia consistente.
Termo nascido com Alberto Schweitzer, segundo o qual as ações e a doutrina de Cristo,
tinha um caráter essencialmente escatológico. Não resta dúvida, pois de que o Senhor Jesus
haja se preocupado em ensinar aos discípulos as doutrinas das últimas coisas. Todavia, sua
preocupação básica era a salvação do ser humano. Ele Jamais deixou de se referir à vida
prática e sofrida do homem.
B - Escatologia idealista.
C - Escatologia individual.
Estudo das últimas coisas que dizem respeito exclusivamente ao indivíduo, tratando de
sua morte, estado intermediário, ressurreição e destino eterno. Neste contexto, nenhuma
abordagem é feita, quer a Israel, quer a Igreja.
D - Escatologia realizada.
Ponto de vista defendida por C.H. Dodd, segundo o qual as previsões escatológicas das
Sagradas Escrituras foram cumpridas nos tempos bíblicos. Atualmente, portanto, não nos
resta nenhuma expectativa profética de acordo com o ensino de Dodd.
Seria de extrema importância se Dodd nos respondesse pelo menos três questionamentos:
3 – AS SETE DISPENSAÇÕES.
3.1 – Dispensação da Inocência: Seu início deu-se na criação e findou-se na queda de Adão. O
tempo não é revelado.
3.2 – Dispensação da Consciência: Esta dispensação começou em Gn.3 e durou cerca de 1656
anos: de zero (0 ) a 1656 a.C., abrangendo o período desde a queda do homem até o dilúvio;
Gn.7.21,22.
3.5 – Dispensação da Lei: Ela teve início em Êx. 19.8, quando o povo de Israel proclamou
dizendo que “tudo que o Senhor falou, faremos.” Sua extensão é de 1430 anos. Do Sinai ao
Calvário; do Êxodo à cruz.
3.6 – Dispensação da graça: Esta dispensação começou com a morte e ressurreição de nosso
Senhor Jesus Cristo e terminará em plenitude com o arrebatamento da Igreja; porém,
oficialmente falando, seus efeitos continuarão até Apocalipse 8.1-4.
3.7 – Dispensação do Reino ou Milenar: Esta dispensação terá, de acordo com a própria
escritura, a duração de 1.000 anos; Ap. 20.1-6. É também chamada de a dispensação do
Governo Divino.
Esta dispensação é algo para o futuro, logo após o julgamento das nações descrito em Mt.
25.31-46, e antes do Juízo do Grande Trono Branco (GTB).
Neste ponto podemos entender de forma clara e objetiva os principais métodos utilizados na
interpretação de porções bíblicas concernente aos acontecimentos futuros. Lembrando que,
na história da Igreja têm sido adotado vários métodos de interpretação no que diz respeito às
escrituras proféticas, razão pela qual faz-se necessário ter um bom conhecimento e a forma
correta de se aplicar esses dois métodos de interpretação:
- O termo alegoria é definido, por alguns teólogos, como qualquer declaração de fatos
supostos que admite a interpretação literal, mas que requer, também, uma interpretação
moral ou figurada. Se não atentarmos para o sentido real, figurado ou literal, de uma profecia
bíblica, negamos o seu valor histórico, dando uma interpretação de menos importância, e
assim corremos o risco de anular a revelação de Deus naquela profecia.
Portanto, o método alegórico deve ser utilizado de maneira correta. De acordo co o texto de
Gl. 4.21-31 - Podemos observar que o apostolo Paulo tomou figuras ilustradas no texto com
focos literais da antiga dispensação, mas apresentou-os como sombras de eventos futuros.
2 – Método literal ou textual
Ambos os métodos são válidos. Há uma perfeita ralação entre as verdades literais e a
linguagem figurada. Por exemplo, no texto de Jo. 1.6 está escrito: “Houve um homem enviado
de Deus, cujo nome era João. E em Jo. 1.29 nos diz: “Eis aí o Cordeiro de Deus.” Palavras
pronunciadas pelo próprio João Batista ao ver a Jesus.
1º - Os Preteristas: Esta classe crê que a maior parte do Apocalipse já foi cumprida, há muito
tempo atrás. Eles relegam tudo ao passado. O relacionamento que eles fazem entre o texto e
o evento é muito subjetivo e precário.
a) Futuristas extremos – acham que todo o Apocalipse refere-se à vinda do Senhor Jesus
Cristo.
1º - Amilenistas. Ensinam que não haverá nenhum Milênio, pelo menos não na terra. Alguns
simplesmente dizem que, como o Apocalipse é simbólico, não há sentido algum em se falar
em Milênio Literal. Outros interpretam os mil anos como algo que ocorrerá no céu. Pegam o
número mil como um algarismo ideal, um período indefinido. Assim, esperam que este
período da Igreja termine com a ressurreição e julgamento geral, tanto do justo como do
ímpio, seguindo-se imediatamente o reinado eterno no novo céu e na nova terra. As maiorias
dos Amilenistas consideram Agostinho (o bispo de Hipona, no Norte da África 396 – 430 d.C.)
um dos principais promotores do amilenismo.
“Aquilo que serve de advertência, ou que possibilita conhecer, reconhecer ou prever alguma
coisa”, esta é uma das varias definições de Aurélio, para o vocábulo sinal.
Quando argumentamos sobre os sinais que antecedem da volta de Jesus para arrebatar a sua
igreja, a quem acredita que: Terremotos, fome e violência sempre existiram. É verdade,
muitas dessas mazelas sempre existiram desde que Adão e Eva foram expulsos do paraíso
após desobedecerem a Deus. Ao que tudo indica, terremotos são efeitos secundários do
dilúvio, que causou a fragmentação da crosta terrestre em grandes placas mais ou menos
instáveis. O que muitos não estão se dando conta é da intensidade e ocorrência simultânea de
todos os sinais numa mesma época. É como as dores do parto que vão se tornando mais
intensas e sentidas a intervalos cada vez menores à medida que vai chegando o momento de
dar à luz. Jesus breve voltará para dar fim à história de pecado e para enxugar dos olhos toda
a lágrima – Ap. 21.4.
6. O sinal dos “tempos difíceis” 2Tm 3.1-3. A despeito dos equipamentos mais engenhosos
e caros para combater o crime, a violência, assassinato, roubo e estupro, estes estão
aumentando em proporções alarmantes. Os governos podem restringir, mas não eliminar
esses problemas.
7. O sinal do “temor” Lc.21.25-26. Desde o advento da bomba nuclear, nosso sonho de paz
e segurança se transformou em terrível pesadelo, quando o grande conhecimento que os
seres humanos adquiriram deveria lhes garantir segurança.O terrorismo crescente
também gera medo. A sociedade vive apavorada.
8. Sinal dos “Dias de Noé” Mt.24.37-39. Nos dias de Noé, o avanço e grande conhecimento
da civilização foram ofuscados pela violência desenfreada e pela escandalosa imoralidade.
O mesmo ocorre hoje.
9. O sinal do “evangelho” Mt. 24.14. Durante os últimos anos, por meio da página impressa,
da internet, rádio e televisão, a pregação do evangelho em escala mundial se tornou uma
possibilidade real. Um único homem pode atingir uma audiência de dezenas e mesmo
centenas de milhões de pessoas! A Bíblia está traduzida em mais de 1.300 línguas e é
distribuída a uma média de 100 milhões de cópias por ano.
10. O sinal “estas coisas” Lc. 21.28-32. Quando confrontadas com a impressiva relação de
sinais, algumas pessoas argumentam: “Mas crimes, guerras, terremotos e pestilências
sempre ocorreram. Não há nada de anormal nisso; portanto, como tratá-las como sinais?
Além do mais, pessoas sinceras no passado esperaram a volta do Senhor em seus dias e
foram desapontadas. Elas interpretaram mal os sinais. Não poderíamos estar cometendo
o mesmo equívoco?” Aqueles que levantam essa objeção deixam de considerar uma
diferença muitíssimo significativa entre a nossa geração e as gerações passadas: hoje,
pela primeira vez, desde que Jesus ascendeu ao Céu, todos os principais sinais preditos
para o tempo do fim estão sincronizados! Um ou mais desses sinais podem ter ocorrido
nas gerações passadas, mas nunca todos eles ocorreram simultaneamente, como vemos
hoje! Lc. 21.28: “Ora, quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e
levantai a vossa cabeça; porque a vossa redenção está próxima.”
O ARREBATAMENTO DA IGREJA:
Quando a Bíblia fala da vinda do Senhor Jesus, o assunto aparece como um só evento. Mas no
seu contexto doutrinário, ela tem duas etapas distintas. A primeira invisível para o mundo, é o
arrebatamento da Igreja; a segunda, visível, fala da vinda de Jesus em gloria, especialmente
para Israel – Ap. 1.8; Zc. 14.4.
O que é o arrebatamento?
A palavra arrebatamento, em sua raiz grega, significa retirar um objeto com força e rapidez
inesperada. O arrebatamento será uma retirada da Igreja, de modo brusco, sobrenatural e
sem prévias. A Igreja se unirá com Jesus Cristo para todo o sempre, mediante a ressurreição
dos santos e o arrebatamento dos vivos.
Escrevendo aos Tessalonicenses - 4.13-18, o apóstolo Paulo apresenta a seqüência do
arrebatamento:
Os cristãos devem vigiar e orar, sempre preparados para a vinda de Cristo, mas nunca
obcecados em querer especular sobre a proximidade do fim do mundo. Você então pergunta:
Então porque os sinais? Ora, sinais não devem ser objetos de especulação, mas simplesmente
advertências sobre a malignidade que o cristão enfrentará no decorrer da história eclesiástica
antes da vinda de Cristo. Como esperar o arrebatamento? Nunca pegar calculadoras ou
“mapas escatológicos” para dizer que essa é a última geração, mas sim esperar a vinda de
Cristo recebendo o poder do Espírito Santo e testemunhando até que Cristo volte – At.1.7-8.
A vinda de Jesus não pode ser marcada! Várias foram às tentativas para marcarem a vinda de
Cristo, ou seja, a data do arrebatamento. Muitos ignoraram a advertência de Cristo, que
“daquele Dia e hora ninguém sabe” Mt. 24.36. Alguns exemplos podem ser citados:
C - Bang-Ik Há - O coreano fundador da seita “Missão Taberá”, marcou a vinda de Jesus para
1992.
D - John Hinkle - Um pastor de Los Angeles, que marcou a vinda de Cristo para o dia 9 de
Julho de 1994.
As duas fases da vinda de Cristo marcam o início e fim da Grande Tribulação. A primeira fase é
o arrebatamento da Igreja, sendo que Jesus virá sobre até as nuvens - I Co.15.52; I Ts.4.16,17.
A segunda fase da vinda de Cristo será sua descida sobre o Monte das Oliveiras, juntamente
com a igreja, para livrar Israel das garras do anticristo. Nesse momento julgará as nações e
implantará o Milênio - Zc.14.4; Mt.24.30; Ap.1.7; 19.11-21 e 20.1-6.
A - Jesus Cristo - 1 Ts.4.16. No arrebatamento é a pessoa de Cristo que aparece que um papel
principal, pois como disse Paulo - Simplesmente uma cena marcante, pois é certamente o
cumprimento da promessa que o Senhor nunca nos deixará sós, mas que virá em breve nos
buscar. Mt. 28.20; At.1.11.
C - Os mortos em Cristo – 1 Co.15.51,52. Naquele dia, os mortos e os vivos em Cristo ouvirão
a voz de chamamento da trombeta do Senhor pelo arcanjo, e então estarão na presença do
Senhor nos ares, com corpos glorificados. A palavra “mortos” diz respeito aos santos que
ressuscitarão com corpos transformados em corpo espiritual - soma pneumatikon, enquanto
que, os corpos dos ímpios permanecerão em suas sepulturas ate o dia do Juízo Final Ap.20.12.
Assim como Cristo ressuscitou corporalmente, também, os crentes salvos ressuscitarão
corporalmente - Lc. 24.39; At. 7.55,56.
D - Os vivos em Cristo - I Ts.4.17. I Co.15.51. Os vivos preparados. O mesmo poder
transformador operado nos corpos dos que morreram no Senhor atuará nos corpos dos
crentes vivos naquele dia. Quase que simultaneamente à ressurreição dos mortos em Cristo
naquele momento, os vivos em Cristo também ouvirão a voz do arcanjo, e num tempo
incontável, serão transformados e arrebatados ao encontro do Senhor nos ares. Os corpos
mortais serão revestidos de imortalidade, porque nada terreno ou mortal poderá entrar na
presença de Deus. Será o poder do espírito sobre a matéria, do incorruptível sobre o
corruptível - 1 Co. 15.53,54. O arrebatamento dos vivos implica em livramento do período
terrível da Grande Tribulação.
A - Surpresa – Mt. 24.36, 42-44; 25.13 e Tt. 2.13. Os textos em apreciação afirmam que o
arrebatamento será uma grande surpresa. Somos exortados a vivermos em constante
vigilância para não sermos surpreendidos.
B - Velocidade - I Co 15.52, Paulo usa a palavra grega átomos, que foi traduzida por Almeida
como “num momento”. Na química antiga o átomo era considerado o último elemento da
matéria, portanto indivisível, ou seja, impossível de ser separado. A palavra grega átomo
mostra como a velocidade do arrebatamento é enorme.
C - Invisibilidade -1 Ts. 4.17. Por que será um evento invisível e para quem? Será invisível
para o mundo material porque os arrebatados serão constituídos somente dos
transformados. A transformação será tão rápida que nenhum instrumento cronológico terá
condição de perceber ou marcar o tempo. Quando o crente conquistar esse corpo imaterial, a
matéria perdera totalmente sua força - 1 Co 15.43,44, 49, 51,53.
O TRIBUNAL DE CRISTO:
Após o arrebatamento, a Igreja será conduzida ao Tribunal de Cristo - gr. Bema. Todos os
crentes que forem achados dignos estarão reunidos para o solene dia de prestação de contas.
Tendo sido a Igreja levada ao céu, ainda nos ares haverá o julgamento do Tribunal de Cristo.
O tribunal de Cristo, portanto, será o lugar onde todos hão de prestar contas daquilo que
receberam da parte do Senhor – Lc. 16.2. Será o dia em que iremos apresentar ao Senhor o
nosso “relatório”, a nossa prestação de contas.
O Tribunal de Cristo - Bema, não tem como objetivo determinar se somos crentes de fato,
desse tribunal só participará salvos, nele não haverá condenação - Rm 8.1. Ali não será
tratado o problema do pecado, pois este já foi julgado na cruz, quando Jesus derramou por
nós seu sangue – 2 Co. 5.21. Só os crentes comparecerão perante o tribunal de Cristo – 2 Co.
5.10. Todos estarão lá, pois, este não é um julgamento opcional, mas obrigatório e inevitável.
O Juiz que julgará será o próprio Senhor Jesus. A Ele foi dada toda autoridade para julgar - Jo
5.27. Da mesma forma que Ele, como sacerdote foi capaz de compadecer-se de nossas
fraquezas - Hb 4.15, certamente como juiz agirá justamente, pois julgará com justiça.
O julgamento das obras dos crentes no Tribunal de Cristo será o cumprimento da Parábola
dos Talentos, conforme o que está escrito: Mt.25.14-19.
Alguns aspectos da vida cristã devem ser observados. No referido julgamento, o trabalho que
cada crente realiza para Deus será julgado. Cada crente será aqui, avaliado diante do seu
Senhor e receberá o que lhe é devido, segundo o que tiver feito por meio do corpo. As obras
dos santos serão julgadas diante do Senhor como “boas” - agathos, ou “más” - phaulos.
Neste julgamento tudo será julgado até mesmo os segredos dos homens: “Não há nenhum
segredo que não venha a ser revelado - Rm 2.16. Tudo será julgado: nossas palavras, nossos
atos, nossos motivos, nossas atitudes, nosso caráter, nossos sofrimentos, o uso dos dons
espirituais, e a utilização dos bens materiais e do dinheiro - Mt 5.22; 12.36-37; Mc 4.22; Rm
2.5-11,16; 1Co 3.13; 4.5; 13.3; Ef 6.8. Entre esses itens, nossos motivos - sobretudo o amor - e
a nossa fidelidade parecem ser os mais importantes - Mt 25.21,23; Lc 12.43; 1Co 13.3; Cl
3.23,24; Hb 6.10.
O julgamento encerra a possibilidade tanto de “detrimento”, “perda”, “dano” -1Co 3.15, como
de “prêmio”, “recompensa”, “galardão” – Rm. 2.10; 1Co. 3.12-14; Fp. 3.14; 2Tm 4.8; 2Jo 8.
Devemos permanecer em Cristo para que, quando ele se manifestar, tenhamos confiança e
não sejamos confundidos por ele na sua vinda” -1Jo 2.28. Do contrário, há o perigo de termos
todas as nossas obras queimadas - 1 Co. 3.13-15.
Vemos ser necessário um cuidado especial em tudo o que fazemos para Deus no seu Reino.
Muito do que fazemos e a maneira como vivemos e administramos as coisas aqui será
submetido a julgamento no Bema: Nossa conduta pessoal – 2 Co. 5.10; nosso testemunho
mútuo – Rm. 14.10; Hb 6.10; nossas obras - Rm 14.10; nosso tratamento com os pastores –
Hb. 13.17; nosso uso do dinheiro -1 Tm. 6.17,19; 2 Co. 9.6,7; 1Co. 16.2; como está sendo
usado o dinheiro dos dízimos e ofertas que entram no caixa da igreja local. Trate de
administrar com cuidado, Deus vai pedir conta de tudo; nossa reação diante das tentações -
Tg. 1.2,3; Ap. 2.10; nosso sofrimento – Mt. 5.11,12; 1 Pd. 4.12,13; Mc.10.29,30; 2Co. 4.16;
nosso uso do tempo – Ef.5.16; Cl.4.5; 1 Pd. 1.17; Sl.90.12; nossas atividades na obra de
evangelização – Pv.11.30; 1Ts.2.19,20; Dn.12.3. Tudo o que fizemos através do nosso corpo,
será submetido a julgamento no Tribunal de Cristo. Se as nossas obras não forem edificadas
em Cristo, ou se houver o envolvimento de orgulho, egoísmo, vingança, teimosia ou inveja,
serão imediatamente queimadas pelo fogo -1 Co. 3.12-15.
O Tribunal de Cristo irá julgar também a maneira como tratamos os nossos irmãos na fé - Rm.
14.10 -13. O bem ou o mal que fazemos a qualquer irmão reflete na pessoa de Jesus -1Co.
8.12; Mt. 25.40,45; At. 9.4,5. Como cristãos, temos liberdade, privilégios – Rm. 14.1-2; 1Co.
8.4-7. Devemos, porém, usar estes para servir o nosso próximo, nossos irmãos e não a nós
mesmo.
- As obras dos salvos são identificadas como materiais terrenos. 1Co. 3.12-15. Esse texto
revela as obras dos crentes aparecendo em forma de diferentes materiais, passando pelo fogo
para ser provado. Materiais indestrutíveis - ouro, prata, pedras preciosas - materiais
destrutíveis - feno, palha, madeira. O “fogo” pelo qual passarão as obras dos salvos será a
manifestação da glória pessoal de Cristo, cujos olhos, são como chamas de fogo – Ap.1.14.
Diante da perscrutação desses olhos infinitos que tudo vê – Pv.15.3, surgirão duas palavras
solenes: aprovados e reprovados. O resultado final do exame será: ganho ou perda.
- Causa-me espanto, a maneira como vivem e se comportam alguns crentes em nossos dias.
Vivem como se nunca houvessem de prestar contas dos seus atos, comportamentos e
maneira de viver. Praticam as coisas mais absurdas possíveis. Enganam, mentem, fraudam,
perseguem, vivem hipocritamente, fingindo ter uma vida espiritual correta, mas as obras que
praticam estão longe daquilo que professam ser. Pregadores que são verdadeiros
malabaristas nos púlpitos das igrejas. Levam o povo ao delírio, mas suas vidas lá fora não
condizem com aquilo que pregam. Estes não estão nem um pouco preocupados com a vida
espiritual dos crentes. Eles querem apenas satisfazer os seus próprios desejos.
O Tribunal de Cristo está chegando, que possamos estar sempre prontos trabalhando na obra
do Senhor, e aproveitando todo o tempo dispensado a nós, usando todos os nossos talentos
na obra de Cristo, para que naquele dia não saiamos envergonhados da sua presença, mas
que possamos ouvir a célebre palavra de Cristo, proferida a nós: Foste fiel no pouco sobre o
muito te colocarei entra no gozo do teu Senhor Mt. 25.21.
O que significa essa recompensa? O Novo Testamento fala, com freqüência, de galardões
futuros reservados para o cristão. Trata-se de recompensas ou prêmios, e estão disponíveis a
todos. Um copo de água fria dado a um discípulo só pelo fato de este pertencer a Cristo será
motivo de galardão –Mc. 9.41; e o Senhor avisou que voltará, e que com Ele estará o galardão
para ser dado a cada um segundo as suas obras - Ap. 22.12. Aquele que trabalha na obra de
Cristo, caso o seu trabalho permaneça, receberá o seu galardão - 1 Co. 3.8-14. Não é o
galardão o nosso objetivo primordial, mas Deus decidiu dar recompensas por causa de seu
amor e graça tão abundantes, para que sirvam de encorajamento em meio aos perigos e
dificuldade que enfrentamos no caminho. E devemos ficar atentos para que não percamos
nossa recompensa – Ap. 3.11.
O galardão ou a recompensa nada tem a ver com a Salvação, que é recebida através da obra
redentora de Jesus por nós na Cruz. Nada podemos fazer de nós mesmos, para recebermos a
salvação ou para nos mantermos de posse dela. Quanto á sermos recompensados cabe a cada
um de nós – 2 Co. 5.1.
Há uma enorme diferença entre a doutrina da salvação e doutrina de galardões para os
salvos: A SALVAÇÃO E GRAUITA – Ef. 2.8-9 – a salvação é recebida pela fé no que Jesus fez na
Cruz – OS GALARDÕES SÃO ADQUIRIDOS – 1 Co. 3.8-15. Recebe galardão o cristão que edifica
sobre Cristo com materiais eternos, ouro, prata e pedras preciosas - não será recompensado
àquele que edifica sobre Cristo com materiais temporários, madeira, feno, palha, tudo isso
será destruído no Tribunal de Cristo – 2 Co. 5.10. O crente ainda sofrerá a perda da coroa ou
do galardão.
- A Coroa da vida – Tg.1.12. Todos os crentes em Jesus possuem a vida eterna – Jo.3.15-16 –
mas nem todos podem ser galardoados com a coroa da vida – esta coroa será entregue
aqueles que amam a Deus e são fieis até a morte – Ap.2.10. Para receber a coroa da vida, o
crente precisa amar ao Senhor mais do que a sua própria vida – Mc.8.35.
- A Coroa incorruptível – 1 Co. 9.24-27 – O apostolo Paulo usa os jogos gregos para ilustrar a
corrida espiritual do cristão – eles corriam para ganhar uma coroa corruptível, mas o crente
corre para ganhar a coroa incorruptível – v.25 - Esta Coroa será concedida àqueles que
procuram viver uma vida incorruptível, de auto abnegação - Lc.9.23 - renegando ao pecado, as
obras da carne, e vivendo uma vida íntegra diante de Deus e dos homens.
- A Coroa de regozijo – 1 Ts.2.19; Fp.4.1: Esta Coroa será concedida aos ganhadores de alma.
Paulo se refere aos irmãos que ele levou à Cristo como sendo a sua alegria e coroa. Portanto
aqueles que ganham muitas almas receberão a Coroa da Alegria. Às vezes a coroa é símbolo
de alegria – Is.28.1; Ct.3.11; Ez.23.42, e a Bíblia declara que há alegria no céu quando uma
alma é ganha para Cristo – Lc.15.7. A maior obra que um cristão tem o privilegio de realizar
para o Senhor é levar outros ao conhecimento de Cristo como Salvador.
- Coroa da Justiça - 2 Tm. 4.5-8: Receberão esta Coroa aqueles cujas vidas foram entregues
inteiramente em prol do reino de Deus - Mt.6.33 - e àqueles que demonstram uma ardente
expectativa pela volta de Cristo e a desejam ardentemente.
- Coroa da Gloria – 1 Pd.5.2-4: A coroa de gloria será concedida aos que apascentam o
rebanho de Deus - Ela está reservada para os pastores e demais obreiros que apascentam
com temor e fidelidade a Igreja do Senhor Jesus – Essa coroa é um galardão especial para que
dedicaram suas vidas em prol do reino de Deus com amor e espontaneidade, sem
constrangimento. È para aqueles que vivem e servem de exemplo para os fieis – 1 Pd. 5.1-4.
As dificuldades ministeriais podem ser difíceis, mas a recompensa para quem se dedica com
afinco para o crescimento quantitativo e qualitativo do reino de Deus é bem maior. O
apostolo Pedro define algumas qualificações para que possam receber essa coroa – Aquele
que está militando por essa coroa deve cuidar-se para não perdê-la – Ap.3.1.1 Co.15.58.
- Coroa do vencedor – Ap.3.11-12 – o vencedor tem a promessa de receber uma coroa se
permanecer firme naquilo que lhe foi dado por Deus. É possível que perder a coroa de
vencedor, e está mesma coroa ser entregue a outro – Gn.25.33;27.35-36;At.1.20,26.
- A Coroa do mártir – Ap.2.10 – Todos aqueles que tiveram a honra de darem suas vidas como
mártires receberão a coroa dos mártires – At.7.54-60; Ap.6.9.
Cada cristão deve fazer a obra de Deus da melhor maneira possível pois Deus não haverá de
recompensar-nos pela quantidade de obras realizadas e sim pela qualidade delas.
AS BODAS DO CORDEIRO:
Logo após o Tribunal haverá o Casamento entre Cristo e a Igreja, este acontecimento, numa
reunião no Céu é chamado de Bodas do Cordeiro – Ef. 5.25-27, II Co.11.2. De acordo com
Zibordi, ocorrerão alguns fatos, junto as Bodas do Cordeiro, por exemplo: A Igreja do Senhor,
à semelhança de uma noiva , estará pronta,preparada para as Bodas – Mt.25.10 - Chegará ao
local do banquete ataviada, devidamente vestida com ornamentos núpciais, e Jesus a
apresentará diante do Pai – Mt.10.33, Ap.3.5, Ef.5.27 e dos seus anjos – Lc.12.8. Grande
alegria haverá entre os salvos. A noiva estará vestida de linho fino, puro e resplandecente e
haverá uma grande Ceia, os comerão à mesa do Senhor no seu Reino. (p. 509,510).
A GRANDE TRIBULAÇÃO:
Logo após o arrebatamento da igreja e o seu encontro com o Senhor Jesus nos ares, o mundo
todo entrara em um terrível período, marcado pelas mais diversas e aflitivas perseguições
causadas pela Besta e pelo Anticristo. Jesus denominou esse tempo de “a grande tribulação”-
Mt.24.21.Não se pode confundir qualquer tribulação ou sofrimento – Mt.24.9, com a grande e
terrível tribulação – Mt.24.21, Mc.13.19,Luc.21.22. Na Bíblia, a palavra tribulação tem o
mesmo significado de aflição – esta palavra está empregada nas Escrituras mais de 50 vezes,
contudo Jesus a usou para referir-se a este horrível acontecimento que envolvera todo o
mundo – Ap.3.10 – será algo nunca visto no mundo e que jamais haverá – Mt.24.29.
Será um período de sete anos – a septuagésima semana de Daniel – Dn. 9.20-27. As setenta
semanas da profecia de Daniel estão intimamente ligadas ao tempo da Grande Tribulação,
porque o seu cumprimento termina com esse terrível acontecimento. E importante salientar
que assim como as outras sessenta e nove semanas já se cumpriram literalmente na historia,
a 70ª também se cumprira literalmente – Dn. 9.1-27. Daniel divide esta ultima semana em
duas partes distintas – Dn. 9.27, ou seja, três anos e meio e três anos e meio. A profecia de
Daniel nos traz entendimento de que o Anticristo fará concerto com muitos – inclusive o povo
judeu – por uma semana que é o período da Grande Tribulação – As Escrituras diz que haverá
uma aliança firmada por uma semana (7 anos),mas na metade da semana o sacrifício cessara
ou seja esse concerto será quebrado.a segunda metade da semana será pior do que a
primeira. Em Daniel 7.25;12.7;Ap.12.14, fala-se de um tempo,e tempos e metade de um
tempo, conforme esta escrito em Dn.11.13 – um tempo significa um ano – de acordo com o
entendimento bíblico a expressão “um tempo,tempos e metade de um tempo” quer dizer três
anos e meio – esse espaço de tempo refere-se a segunda metade da semana, quando o
Anticristo dominara o mundo com todo rigor satânico.Temos outras expressões usadas em
Apocalipse que podem definir os três anos e meio:Ap.11.12;13.5;11.3;12.6.Três anos meio
correspondem a 42 meses ou 1260 dias. Aqui podemos perceber a exatidão da Palavra de
Deus.
- O Anticristo que na primeira metade do seu reinado firmara concerto com os judeus,
promovendo paz, segurança e prosperidade ao mundo - Is. 5.3 – agora assentar-se-á no
templo de Deus, querendo ser Deus – 2 Ts.2.4. Quando isso acontecer, os judeus não
aceitarão e nem se dobrarão diante da imagem do Anticristo, será quando o falsário iniciara
uma cruel perseguição contra os mesmos quebrando a aliança – Dn. 7.25. Como a Igreja já
estar com o Senhor – o Anticristo terá que dá uma arrumada na desordem causada no mundo
por ocasião do arrebatamento – assim que tudo estiver no seu devido lugar – ele implantara o
seu regime duro ditatorial e sanguinário. A atuação do Anticristo, através da opressão que
trará ao mundo,será o primeiro agente de Deus na tribulação – os outros agentes que
entrarão em ação durante a grande tribulação por ordem soberana de Deus podem ser
analisados em Ap.6 – 16.
Finalidade da grande tribulação – por que razão Deus que tanto amou o mundo permitirá esse
período de tempo tão assustador:
- O pecado – este é o motivo fundamental pelo qual vira o juízo de Deus sobre a terra através
da grande tribulação – Sf.1,17-18 – o homem se esqueceu do verdadeiro Deus – Rm.1.18-32;
Ap.14.9-11.Tg.2.13 – Deus punira sem misericórdia aqueles que rejeitarem sua graça.
- Deus estará tratando especialmente com o povo da velha aliança – Israel – Dn.9.24- há
vários textos proféticos que tratam da restauração, política,social e espiritual do povo judeu –
Rm.11.1-12;Ap.7.1-8.
- Salvação através da dor – cada ato de Deus realizado na historia humana, tem por finalidade
a redenção do pecador – Ag.2.17 – Muitos acreditam que não haverá nenhuma oportunidade
durante a grande tribulação o que não é verdade pois a Palavra de Deus é bastante enfática
ao afirmar que muitos serão salvos pelo sofrimento da grande tribulação –
Is.55.7;Lm.3.22;Ap.7.14;11.13. A maior benção é podermos fazer parte do glorioso evento que
livrara a igreja desse grande e terrível dia, o arrebatamento.
Este evento ocorrerá ao findar da Grande Tribulação, quando juntamente com a Igreja, Cristo
voltará (É o que denominamos de segunda fase da segunda vinda). Bergstén diz:
“Nesse momento ocorrerá um milagre: nas nuvens do céu aparecerá um exército de muitos
milhões, vestidos de branco e cavalgando cavalos brancos ... No momento da volta triunfal de
Jesus, os judeus estarão no auge de sua maior aflição...Todo o povo de Israel, em um só
momento, reconhecerá Jesus como o Messias a quem aguardavam, mas que já viera e foi por
eles rejeitado”. (p. 349)
Logo após Jesus vencerá o Anticristo e seus exércitos; O Anticristo e o Falso profeta, terão sua
sentença, lago de fogo, que foi preparado para o Diabo e seus anjos – Ap.20.19/ Mt.25.41;
Satanás será preso, e virá o Julgamento das Nações.
De acordo com a definição de Andrade, o Julgamento das Nações é: A apreciação dos pós e
contras de um determinado ato, em seguida dando a sentença. É um Julgamento que todas as
nações da Terra serão submetidas, após a Grande Tribulação, para o recebimento da devida
recompensa de como dispensou o trato a Israel – Jl.3.2/ Zc.14.2;16-20. (ANDRADE 2007, p.
243)
Na exposição de Zibordi, o texto de Mt.25.31-46 menciona o juízo das nações vivas de
maneira pormenorizadas. Jesus afirma nos versículos 32 e 33 o seguinte: “e todas as nações
serão reunidas diante dele, e apartará um dos outros, como o pastor aparta dos bodes as
ovelhas. E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda”. Diz que de acordo com a
profecia de Joel os “bodes” representam as nações inimigas de Israel, e as “ovelhas”, as que
lhe dispensaram um bom tratamento – Sl.122.6. As duas representações de Nações, bodes e
ovelhas terão uma sua sentença e outra sua recompensa. A primeira será lançada no lago de
fogo eterno, preparado para o Diabo e seus anjos – Mt.25.41- e a segunda Ele dirá: “Vinde,
benditos de meu Pai, possuí por herança o Reino que vos está preparado desde afundação do
mundo” (v. 34). O termo “Reino”, aqui, alude ao milênio. (ZIBORDI 2009, p. 531)
Milênio compreende um período de mil anos. Ap.20.1-6 - A palavra usada aqui se aplica
literalmente ao estabelecimento do domínio absoluto e universal de Nosso Senhor Jesus
Cristo sobre a terra – Ap.5.10. Jesus é o Senhor de toda a terra e será o seu Rei, mesmo que
ainda não o vemos – Hb. 2.8 – Mas quando Cristo vier em sua gloria com os seus santos,
subjugará debaixo dos seus pés todo poder reinante. 1 Co. 15.24-25. Há pelo menos três
linhas de pensamentos acerca do período milenar.
- Amilenistas – segundo essa escola de interpretes não haverá milênio – os defensores dessa
teoria não acreditam num milênio literal – o argumento usado para afirmarem tal
pensamento é o fato de haver na Bíblia apenas uma referencia sobre esse assunto.
- Pré-Milenistas – segundo essa teoria, Jesus virá para inaugurar o milênio - entendem a base
da interpretação literal das profecias, a Vinda de Jesus Cristo precederá o Seu reinado de mil
anos em companhia de Seus remidos. Os Pré-Milenistas, sustentam que o período assim
referido será realizado com a presença visível de Cristo na terra. O Senhor Jesus instalará o
milênio com sua igreja e com ela reinara por mil anos.
- Pós-Milenistas – afirmam que o evangelho, passo a passo preparara o caminho para Jesus
reinar juntamente com os santos - acreditam que a Segunda Vinda de Jesus Cristo será
precedida da vitória final do Evangelho no períodomilenar.
O Lugar do Reino: será na Terra, refletindo não somente o aspecto espiritual, mas também o
terreal –Ap. 5.9-10; 21.10-27.
A Capital do Reino: será Jerusalém - Sl. 48.1-3. Biblicamente, a Palestina é o centro geográfico
da Terra. Será o centro de adoração para todos os povos.
Israel no Reino: tendo Cristo como Seu Messias e Cabeça, Israel se tornará a nação líder do
mundo, não mais a “cauda” – Dt. 28.13-44; Is. 60.10-15; Zc.8.20-23.
A Igreja no Reino: a posição da Igreja será de esposa ao lado do Esposo, e a Rainha ao lado do
Rei. A Igreja reinará com Jesus Cristo – Ap.19 e 20.
O JUÍZO FINAL:
“De acordo com a Palavra de Deus, o Senhor Jesus será o Juíz em todos os julgamentos
escatológicos: No Trono Branco, depois da última revolta de Satanás e sua derrocada, Jesus
condenará, segundo as obras de cada um, os pecadores impenitentes – Ap.20.13; 21.8; 22.15
”.
Numa opinião de divisão, Bergstén diz: “Deus é Juíz – Rm.2.16. Mas entregou ao Filho todo o
juízo - Jo 5.22,27; At 10.42; 17.31; 2 Tm 4.1”. O mais importante será que este é o último dos
julgamentos e demonstrará com justa sentença todas as obras dos homens descritos nos
livros de Deus. Nada se fará ao acaso. (p. 365)
Neste julgamento participará todos os ímpios que morreram, do princípio da criação até o
final do milênio, ressuscitarão naquele dia, e todos comparecerão diante do trono branco.
Também aqueles que durante a Grande Tribulação tomaram sobre si o sinal da besta, e ainda
os que acompanharam Satanás na última revolta, no final do Milênio. Toda aquela grande
multidão estará muda, por causa da seriedade do momento. Eles ouvirão a sentença da boca
do Juíz. Aqueles cujos nomes não estiverem escritos no livro da vida serão condenados a
perder o céu. (BERGSTÉN 1999, p. 364, 367).
Definição: O estado intermediário ou estado dos mortos é o período que transcorre entre a
morte e a ressurreição. Penetraremos no mundo invisível da eternidade. Os mortos,
necessariamente, dividem-se em duas classes: os justos e os injustos – Dn.12.2; João 5.28-29.
As escrituras deixam evidente que os mortos permanecem conscientes, tanto os justos,
quanto os ímpios. Para o crente, a ressurreição ocorrerá na vinda de Cristo; para o descrente
ela só ocorrerá depois do milênio, no juízo final. No estado intermediário a alma não possui
corpo, embora este estado seja de regozijo consciente dos justos e de sofrimento consciente
dos ímpios. Há muitas interrogações com respeito ao estado intermediário. Entretanto, o
raciocínio, a fé e as Escrituras nos levam a crer na ressurreição e na sobrevivência ou
condenação da alma depois da morte. Mas o campo da especulação e da investigação é uma
porta aberta para várias interpretações sobre esse assunto.
1 - MATERIALISMO: O ser humano cessa de existir, uma vez que a substancia material é
fundamental e também perecível. Essa é a doutrina do “aniquilamento do ser”.
3 - ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA: A alma dorme logo após a morte. Neste caso ela fica
inconsciente, num mundo silencioso, onde não há conhecimento e atividade alguma.
4 - TESTEMUNHAS DE JEOVÁ: A teologia jeovista apregoa que a alma humana é o homem
vivente e deixa de existir com a morte carnal. O espírito despersonalizado volta para Deus, o
corpo vai para o pó e a consciência se esvai. Ou seja, ninguém continua vivo em outro plano
espiritual e a única esperança é apenas para os justos, que gozarão a ressurreição.
5 - IGREJA CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA: A alma após a morte vai para um lugar
intermediário, onde aguarda o perdão de Deus, em virtude da intercessão dos parentes e
amigos vivos. Este lugar intermediário tem algumas designações:
a) Purgatório: “Lugar onde almas detidas recebem alívio com os votos e orações dos fiéis”.
b) Limbus Patrum: Lugar para onde vão as almas dos santos do Antigo Testamento.
c) Limbus Infantum: Lugar para onde vão as almas das crianças que não receberam o batismo
da Igreja Católica Romana, isto é, os pagãos.
OS MORTOS JUSTOS:
Do tempo de Adão ate a ressurreição de Cristo – Todos os homens justos ao morrerem, suas
almas desciam ao “Paraíso”,que naquele tempo era um compartimento do “Sheol”(grego –
Hades).Este é o mundo invisível, o lugar dos falecidos, tanto justos como injustos, havendo
porem uma separação entre os dois. Tanto as Escrituras Sagradas, como os livros apócrifos, os
primitivos autores cristãos, Josefo (Um dos maiores historiadores judaico), e muitos outros
autores cristãos defendem essa mesma idéia.
O Paraíso ainda é o lugar de descanso dos mortos justos – 2 Co. 12.1-4 – porem o seu lugar foi
mudado, sendo agora nas ”lá em cima“ no 3º Céu – na presença de Cristo – 2 Co. 5.8; Fl.1.23 –
o terceiro também chamado de paraíso é a habitação de Deus e morada dos salvos que
morreram em Cristo – Ap.2.7 – o paraíso esta na presença imediata de Deus. Os santos não
dormem no paraíso, no sentido de estarem inconscientes, mas são confortados e descansam
dos seus trabalhos – Lc.16.25; Ap.14.13 – As almas dos justos mortos estão em consciente
felicidade – um verdadeiro contraste do sofrimento consciente dos mortos ímpios no Hades –
os justos podem clamar em alta voz, fato que indica as faculdades pessoais de cada um –
Ap.6.9-10 – as almas dos que dormem em Cristo – Deus as trará com Jesus quando Ele vier no
dia do arrebatamento – 1 Ts.4.14 – essas almas, unidas aos seus corpos ressuscitados
procederão ao “Tribunal de Cristo” onde receberão os seus galardões como cristãos.
A Bíblia nos diz em I Jo.2.1- “que temos um advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo”. Mas
agora no livro do Apocalipse João o vê como o grande Juiz – Ap.19.11. Sim, Ele virá e julgará a
todos. Não importa se você é um médico, um empresário, um ateu, um idólatra, todos
estarão diante do Grande Juiz e ali serão abertos os livros. Que livros são esses?
1º O Livro da Consciência - Rm 2.15 – Os quais mostram a obra da lei escrita em seus
corações, testificando juntamente a sua consciência, e os seus pensamentos, quer acusando-
os, quer defendendo – os.
2º O Livro da Natureza - Rm. 1:20- Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do
mundo, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem
pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; Jó 12.7-9; Sl. 19.1-14.
3º O Livro da Lei -Rm 2:12 – Porque todos os que sem lei pecaram, sem lei também
perecerão; e todos os que sob a lei pecaram, pela lei serão julgados. Ora, a lei revela o
pecado. Rm 3:20 – Por isso nenhuma carne será justificada diante dele pelas obras da lei,
porque pela lei vem o conhecimento do pecado.
4º O Livro do Evangelho -Rm 2.16 – No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens,
por Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.João 12:48 - Quem me rejeitar a mim, e não
receber as minhas palavras, já tem quem o julgue; a palavra que tenho pregado, essa o há de
julgar no último dia,naquele dia ninguém poderá dizer que não ouviu o evangelho.
5º O Livro da Memória - Lc 16.25 – Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste
os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu
atormentado. Mc 9.44 – é uma alusão ao remorso constante no inferno. Mc.9.44 – Onde o
seu bicho não morre, e o fogo nunca se apaga.
6º O livro dos Atos dos Homens. O julgamento dos mortos ímpios, como já vimos, será de
acordo com as obras de cada um, portanto, haverá diferentes graus de castigos – Mt.11.21-
24; Lc.12.47; Ap.20.12; Mt.12:36 – Mas eu vos digo que de toda a palavra ociosa que os
homens disserem hão de dar conta no dia do juízo –Lc.12:9 – Mas quem me negar diante dos
homens será negado diante dos anjos de Deus – Ml.3.16.
7º O livro da vida. Sl.69.28 – Sejam riscados do livro dos vivos, e não sejam inscritos com os
justos. Dn.12.1. Mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito
no livro. Lc.10.20 – Mas, não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos
antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus. Fp.4.3; Ap.20.15 – E aquele que não foi
achado escrito no livro da vida foi lançado no lago de fogo.
A presença do livro da vida certamente para provar aos céticos (descrentes) julgados que seus
nomes não se encontram nele - Mt.7.22-23.
E aqueles que morreram sem conhecer o Evangelho? Uma coisa é certa, diante de Deus
ninguém é inocente, inclusive os pagãos – Rm.2.15; 10.18; Is.5.3b; Sl.19.3-4. O Juiz de toda a
terra fará justiça, Ele é juiz dos mortos – At.10.42. A bíblia declara que o juízo de Deus é “
Segundo a verdade” – Rm. 2.2, verdadeiro e justo –Ap.16.7; I Co.15.28 – E, quando todas as
coisas lhe estiverem sujeitas, então também o mesmo Filho se sujeitará àquele que todas as
coisas lhe sujeitou, para que Deus seja tudo em todos.
Deus seja tudo em todos, será o dia da eternidade. Amém.
Conclusão: Mesmo que, de maneira bastante resumida, a proposta aqui é nos levar a refletir
sobre o valor do estudo da doutrina das ultimas coisas e sua importância para um bom
entendimento sobre o desenrolar dos acontecimentos futuros passo á passo. A medida que
vamos nos aprofundando na busca pelo conhecimento do que ainda está por vir somos
dominados por um grande sentimento de alegria e de tristeza. Alegria, por ter a certeza de
não passar pelos sofrimentos vindouros preparados para os que não temem a Deus, e pela
certeza de estar com Cristo para sempre por ocasião do arrebatamento. E tristeza por saber
que milhares de milhares de vidas serão condenadas eternamente.