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ESCATOLOGIA / ANTROPOLOGIA
Escatologia
ESCATOLOGIA
INTRODUÇÃO 2
BIBLIOGRAFIA 18
1
Escatologia
INTRODUÇÃO
A análise escriturística dos acontecimentos finais é o estudo das profecias registradas nas Sagradas
Escrituras que se referem ao que há de acontecer nos últimos dias. Aqui nos referimos à análise
escriturística, pois existe aquela que pode ser extra-escriturística.
E o que vêm a ser estes acontecimentos finais? Os assuntos da abrangência deste estudo são: estado dos
mortos, a vinda de Jesus, o arrebatamento da igreja, o tribunal de Cristo, as Bodas do Cordeiro, a Grande
Tribulação, os diversos julgamentos. Enfim, todos os outros que seguem nesta seqüência.
Existem, porém, alguns motivos que levam muitos a dúvidas e confusões sobre os acontecimentos
finais.
Os temas relativos aos acontecimentos finais são encontrados nos livros de Mateus, 1 e 2
Tessalonicenses, Joel, Zacarias, Ezequiel, Daniel e Apocalipse.
Daniel e Apocalipse são considerados livros de revelação sobre os acontecimentos finais, sendo que
Daniel é o livro do Antigo Testamento sobre o assunto, e Apocalipse o livro do Novo Testamento.
É importante saber que os livros de Dnaiel e Apocalipse combinam-se e completam-se. Não se deve
estudar um sem o outro, e esse será o modo de analisar corretamente as doutrinas escatológicas
É importante saber que a autenticidade do livro de Daniel bem como a do Apocalipse foi atestada pelo
Messias (Mat. 24:15; Apoc. 22:16).
Capítulo 1
A NATUREZA DA ESCATOLOGIA
DEFINIÇÃO
Escatologia é um termo transliterado de duas palavras gregas: “eschatón” que significa “último ou ao
fim”, e da palavra “logos”, que significa “estudo ou razão”.
Portanto, a escatologia é o estudo das coisas e dos eventos que hão de acontecer ao ser humano e ao
mundo em geral, nos últimos dias da história da humanidade. Escatologia significa Doutrina das Últimas
Coisas e, portanto, tem como escopo o estudo das profecias concernentes ao fim desta era e a volta de Cristo.
Escatologia se define também com “Doutrina dos Acontecimentos Finais”, que trata das profecias
específicas reveladas nas Sagradas Escrituras.
“A escatologia bíblica diz respeito não apenas ao destino do indivíduo, mas também se preocupa com a
história. Isso se deve ao caráter particular da revelação da Bíblia. Deus não somente se revela por meio de
homens divinamente movidos, mas também em e mediante os acontecimentos da história redentiva, o mais
importante da qual é o advento e a vida de Seu Filho Jesus Cristo.” 1
IMPORTÂNCIA
Por que é tão importante o estudo dos acontecimentos finais? Temos algumas boas razões:
a) Porque a escatologia escritural é a única verdade que nos oferece o conceito adequado do
tempo presente e dos tempos futuros.
b) Porque a escatologia ocupa um dos principais lugares entre as mensagens proféticas reveladas
na Palavra do Senhor. Aproximadamente 40% das profecias são de caráter escatológico.
1
O Novo Dicionário da Bíblia, art. “Escatologia”.
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Escatologia
c) Porque a escatologia é o único caminho para se chegar a compreender a palavra profética para
os tempos presentes e futuros.
d) Porque a escatologia está cheia de esperança olhando para o futuro a partir do presente.
e) Porque a escatologia não somente trata do futuro do homem em forma individual, senão
também trata do futuro da civilização e do universo inteiro.
f) Porque a escatologia revela os Juízos do Altíssimo que cairão sobre os homens e sobre o nosso
planeta.
g) Porque a escatologia é a palavra profética e a manifestação do poder de Deus, para predizer o
futuro, com o propósito de despertar as mentes humanas às maravilhas da sua existência.
h) Porque a escatologia é a confirmação do conhecimento de Deus sobre todas as coisas. Ele
conhece o princípio e o fim, desde os tempos passados infinitos, e nada escapa ao Seu saber.
i) Porque o estudo da escatologia faz bem-aventurado aquele que se interessa nela. (Apoc. 1:3)
j) Porque a escatologia nos permite discernir os tempos em que estamos vivendo.
k) Porque o estudo da escatologia nos prepara para conhecer os falsos ensinamentos, a fim de não
sermos enganados pelas falsas profecias.
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l)
Capítulo 2
O ESTADO DOS MORTOS
A maioria dos religiosos crê na doutrina da imortalidade da alma, porque não aceitam o que a bíblia
ensina. Muitos dão crédito ao que seus líderes religiosos dizem e ensinam, mas não procuram estudar por si
mesmos as Escrituras Sagradas.
Certa vez Jesus disse aos saduceus:"Errais não conhecendo as Escrituras nem o poder de Deus".Mateus
22:29. Encontra-se na bíblia cerca de 400 vezes a palavra alma, e aproximadamente 450 vezes a palavra
espírito, mas nunca as expressões usadas as relacionam à idéia de imortalidade inata.
Se a maioria dos cristãos crê na imortalidade da alma, não é porque eles encontraram fundamento na
bíblia, mas porque herdaram inadvertidamente essa crença dos pagãos.
A ALMA É MORTAL
Biblicamente, a alma é mortal, pois as palavras morte, morrer, perecer, matar, lhe são
aplicadas.Exemplos: o salmista Asafe, falando das pragas que foram derramadas sobre os egípcios,
disse:"Abriu o caminho a sua ira, não poupou a alma deles à morte, nem a vida deles à pestilência." Salmo
78:50. O Patriarca Jó, falando de seu livramento, expressou:"Mas Deus livrou a minha alma de ir para a
cova, e a minha verá a luz." Jó 33:28.
A crença dos patriarcas, profetas e apóstolos era de que a alma é mortal. Analisemos mais alguns textos:
"Porque tu Senhor, livraste a minha alma da morte, os meus olhos das lágrimas, e os meus pés da queda."
Salmo 116:8. "Sabei que aquele que fizer converter do erro do seu caminho um pecador, salvará uma alma e
cobrirá uma multidão de pecados." Tiago 5:20.
Uma alma não tem necessidade de ser livre da morte, se possui a imortalidade. A morte só tem poder
sobre os mortais. O profeta Jonas quando estava sendo ferido pelo sol em sua cabeça, pediu a morte de sua
alma:.."e o sol feriu a cabeça de Jonas e ele desmaiou e desejou com todo a sua alma morrer, dizendo:
melhor me é morrer do que viver." Jonas 4:8. Quando o profeta Balão foi seduzido por Balaque para
amaldiçoar o povo de Deus, disse: "…a minha alma morra a morte dos justos e seja o meu fim como o seu."
Números 23:10.
Através do profeta Ezequiel o Senhor nos deu a seguinte mensagem: "Eis que todas as almas são
minhas, como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá." Ezequiel
18:4. Com base nessa afirmação do Senhor, qualquer pessoa que tenha bom senso entende que a alma é
mortal, pois basta pecar, e já esta condenado a morte. " A alma que pecar essa morrerá". Logo, a alma não é
imortal, se fosse poderia pecar e não morreria.
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MISTÉRIO DESVENDADO
"E agora digo isto irmãos, que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus, nem a corrupção
herda a incorrupção. Eis que vos digo um mistério: na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos
transformados." Num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta: porque a trombeta soará, e os mortos
ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados."
"Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revista
da imortalidade. E quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se
revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: tragada foi a morte na vitória." I
corintios 15:50-54.
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Capítulo 3
A HISTÓRIA DO MUNDO NUM QUADRO PROFÉTICO
(Daniel 2)
Desde tempos remotos, as maiores potências do mundo têm aspirado ao domínio universal. Algumas o
conseguiram por determinado tempo, e outras fracassaram em suas empresas. Também hoje em dia as
nações mais poderosas da Terra vêm se preparando para disputar o domínio universal. E este, a quem
caberá? Porventura algum dos atuais sistemas político-econômicos logrará estabelecer um domínio mundial
permanente, promovendo a paz em todo o mundo? Quem nos poderá esclarecer este assunto de antemão?
Ou temos que julgar esta questão pelas aparências, tirando conclusões da marcha da situação política do
mundo? Não haverá alguma fonte segura que nos esclareça esta questão, sem deixar dúvidas em nossa
mente?
Há mais de 2500 anos, o rei Nabucodonozor, de Babilônia, que havia feito grandes conquistas, sonhava
em estender as fronteiras de seu reino até às extremidades da Terra. De dia fazia planos de novas conquistas,
e de noite sonhava com novas glórias. Certa vez teve um sonho notável. Seu espírito ficou perturbado e
perdeu o sono. Mas, apesar de grandemente impressionado com o que havia sonhado, não pôde, ao acordar,
lembrar-se dos pormenores do sonho. Perplexo, ele convocou os sábios, astrólogos, adivinhos e feiticeiros
de seu reino, para consultá-los. "Tive um sonho", disse ele, "e para saber o sonho está perturbado o meu
espírito." Mas aqueles homens não puderam tirar o rei do embaraço em que se achava. Enfurecido diante
desse fracasso dos sábios, pois viu que queriam lográ-lo, disse-lhes: "Se me não fizerdes saber o sonho e a
sua interpretação, sereis despedaçados, e as vossas casas serão feitas um monturo." (Daniel 2:5). Expediu
em seguida um decreto mandando exterminar todos os sábios de Babilônia. Esse decreto atingia também
Daniel, um jovem hebreu de linhagem real, que servia na corte, bem como seus três companheiros. Daniel,
porém, com muita prudência, solicitou ao rei que adiasse a sentença e lhe desse um prazo, a fim de que
pudesse buscar auxílio junto ao Deus de seus pais. E seu pedido foi atendido. Implorou então misericórdía
ao Senhor, sobre o segredo do rei, para que ele e seus companheiros não perecessem juntamente com os
demais sábios de Babilônia. E o Senhor lhe revelou o segredo numa visão de noite. Era um quadro profético,
em miniatura, da marcha dos acontecimentos a ter lugar desde então até o fim.
Apresentou-se então o jovem hebreu ao rei e disse: "Há um Deus nos céus, o qual revela os segredos;
Ele, pois, fez saber ao rei Nabucodonozor o que há de ser no fim dos dias; o teu sonho e as visões da tua
cabeça na tua cama são estas: Estando tu, ó rei, na tua cama, subiram os teus pensamentos ao que há de ser
depois disto. Aquele, pois, que revela os segredos te fez saber o que há de ser... Tu, ó rei, estavas vendo, e
eis aqui uma grande estátua; esta estátua, que era grande e cujo esplendor era excelente, estava em pé diante
de ti; e a sua vista era terrível. A cabeça daquela estátua era de ouro fino; e o seu peito e os seus braços de
prata; o seu ventre e as suas coxas de cobre; as pernas de ferro; os seus pés em parte de ferro e em parte de
barro. Estavas vendo isto, quando uma pedra foi cortada, sem mão, a qual feriu a estátua nos pés de ferro e
de barro, e os esmiuçou... Mas a pedra que feriu a estátua, se fez um grande monte, e encheu toda a Terra."
"Este é o sonho", continuou ele; "também a interpretação dele diremos na presença do rei. Tu, ó rei, és rei de
reis; pois o Deus do céu te tem dado o reino, o poder, e a força, e a majestade... Tu és a cabeça de ouro."
(Daniel 2:28-8).
BABILÔNIA
A cabeça de ouro da estátua simboliza mui apropriadamente o Império Babilônico. A Escritura Sagrada
deu a esta grande nação o pomposo título de "o ornamento dos reinos, a glória e a soberba dos caldeus".
(Isaías 13:19). Sua capital era chamada "a cidade dourada". (Isaías 14:4).
"Localizada no jardim do Oriente, formava um quadrado perfeito, que tinha, como se diz, 96
quilômetros de perímetros, ou seja, 24 de cada lado; era rodeada por uma muralha que, segundo se calcula,
tinha 60 a 90 metros de altura e 25 de largura, com uma vala ao redor, de capacidade igual à da própria
muralha; era dividida em quadras por suas muitas ruas que se cruzavam em ângulo reto, sendo cada uma
delas direta, bem nivelada, e de 45 metros de largura; seus 576 quilômetros quadrados de superfície eram
ocupados por exuberantes jardins e lugares de recreio, entrecortados por magníficas residências; de modo
que esta cidade, com os seus 96 quilômetros de vala, seus 96 quilômetros de muralha exterior, seus 48
quilômetros de muralha que se elevavam de ambos os lados do rio que passava pelo centro, suas portas de
bronze sólido, seus jardins suspensos, cujos terraços se elevavam um sobre o outro, até à altura da própria
muralha, seu templo de Belo, que tinha cinco quilômetros de perímetro, dois palácios reais, um dos quais
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tinha seis quilômetros de circunferência e o outro um pouco mais de doze, com túneis subterrâneos que,
passando sob o rio Eufrates, ligavam os dois palácios, tudo bem disposto, de maneira a proporcionar
conforto, adorno e defesa, e com seus recursos ilimitados, essa cidade, que encerrava em si mesma muitas
coisas que constituíam maravilhas do mundo, era, em si, outra maravilha ainda mais prodigiosa." - Las
profecías de Daniel y Apocalipsis, págs. 29, 30. - por Urias Smith.
MEDO-PÉRSIA
"Depois de ti", continuou o jovem profeta Daniel, "se levantará outro reino, inferior ao teu." É o reino
simbolizado pelo peito e os braços de prata, da estátua, o qual havia de suceder a Babilônia.
Por volta do ano 808 A.C., Babilônia fez grandes conquistas, estabelecendo-se como rainha dos reinos.
Seu crescimento foi rápido, e assim também foi o seu declínio. Os sucessores de Nabucodonozor eram
homens pusilânimes e dados a orgias. Em 538 A.C., Ciro, à frente dos medo-persas, arrebatou o domínio aos
Babilônios, conforme fora predito pelo profeta Isaías, com mais de 100 anos de antecedência: "E Babilônia,
o ornamento dos reinos, a glória e a soberba dos caldeus, será como Sodoma e Gomorra, quando Deus as
transtornou"; "Sobe, ó Elão, sitia, ó Média, que já fiz cessar todo o seu gemido". (Isaías 13:19;21:2). Esse
reino duplo, a Medo-Pérsia, se bem que, em extensão, fosse maior que a Babilônia, lhe era inferior em
ciência, riquezas, luxo e magnificência, assim como a prata é inferior ao ouro. Daí o ser a segunda
monarquia propriamente representada pelo peito e braços de prata.
GRÉCIA
"E (levantar-se-á) um terceiro reino, de metal", prosseguiu o jovem profeta. "o qual terá domínio sobre
toda a Terra." Esse reino era representado pelo ventre e coxas de cobre, da estátua.
Por mais de 200 anos, a Medo-Pérsia manteve o domínio universal. Mas, em 331 A.C., a supremacia
lhe foi arrebatada por Alexandre Magno, soberano da Grécia, a qual então se tornou a terceira monarquia
universal. Alexandre morreu 8 anos depois, vítima de intemperança, e seu reino foi dividido pelos seus
generais, após sangrentos combates em que eles se empenharam uns contra os outros. Enfraquecida, a
Grécia era agora fácil presa de uma nação que se estava fortalecendo nas ribanceiras do Tiber.
ROMA
"E o quarto reino", continuou Daniel, "será forte como ferro: pois como o ferro esmiuça e quebra tudo,
como o ferro quebra todas as coisas, ele esmiuçará e quebrará." É o reino simbolizado pelas pernas de ferro.
Como se vê, os metais da estátua vão diminuindo gradativamente de valor. Assim os reinos que se
sucedem vão perdendo em riquezas e pompa. A última das quatro monarquias universais é representada pelo
ferro, com que se quebram e esmiuçam todas as coisas. É a férrea Roma.
Em 166 A.C., os romanos derrotaram os gregos em Pidna, e Roma assumiu o domínio universal.
"As armas da República, algumas vezes vencidas em batalha, sempre vitoriosas na guerra, avançaram a
passos rápidos até o Eufrates, o Danúbio, o Reno e o Oceano; e as imagens de ouro, a prata ou bronze, que
serviam para representar as nações e seus reis, foram sucessivamente quebrantadas pela férrea monarquia de
Roma." - The Decline and Fall of Roman Empire, tomo 3, pág. 634.
Mas, se bem que forte, Roma não havia de reter o domínio para sempre. Chegou o tempo em que devia
servir de presa às tribos bárbaras do norte da Europa.
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tentativas para de novo unir essas partes em um só reino, mas permanecem divididas. Entre os que aspiraram
à unificação dos Estados Europeus, podem ser mencionados: Carlos Magno, do século oito; Carlos V, do
século dezesseis; Luiz XIV, do século dezessete; Napoleão Bonaparte, do século dezenove; o Kaiser
Guilherme e Adolfo Hitler, do século vinte. E há também quem hoje pretende unir a Europa sob um só
governo. Apesar de todos os esforços que se têm feito, no sentido de novamente amalgamar as partes
divididas da Europa num só bloco, mediante as armas, a diplomacia, alianças e casamentos entre famílias
reais, a Europa continua dividida. Diz a profecia: "Misturar-se-ão com semente humana, mas não se ligarão
um ao outro, assim como o ferro se não mistura com o barro."
Capítulo 4
SINAIS DA SEGUNDA VINDA DE CRISTO
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Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra as nações ficarão angustiadas e perplexas pelo
bramido do mar e das ondas. Homens desmaiarão de terror, na expectativa das coisas que sobrevirão ao
mundo, pois os corpos celestes serão abalados. "Então verão o filho vir o filho do homem em uma nuvem,
com poder e grande glória. Quando essas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai as vossas
cabeças, porque a vossa redenção está próxima." Lucas 21:25-28.
Cristo ordenara a seu povo que atendesse aos sinais de seu advento e se regozijasse ao contemplar os
indícios de seu vindouro Rei. Ele indicou a seus seguidores as árvores a brotarem na primavera, e disse"
quando já têm rebentado, vós sabeis por vós mesmos, vendo-as que perto já está o verão. Assim também vós,
quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o reino de Deus está perto." Lucas 21:28,30,31.
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Estes sinais foram testemunhados antes do início do século XIX. Em cumprimento dessa profecia,
ocorreu no ano 1755 o mais terrível terremoto que já se registrou. Posto que geralmente conhecido como
terremoto de Lisboa, estendeu-se pela maior parte da Europa, África e América. Foi sentido na Groenlândia,
nas Índias ocidentais, na ilha da madeira, na Noruega e Suécia, Grã Bretanha e Irlanda. Abrangeu uma
extensão de mais de 10 milhões de KM². Na África o choque foi quase tão violento quanto ao da Europa.
Grande parte da Argélia foi destruída, e a pequena distância de Marrocos, foi tragada uma aldeia de oito ou
dez mil habitantes. Uma vasta onda varreu a costa da Espanha e da Africa, submergindo cidades causando
grande destruição.
E por que não falar de terremotos mais recentes? O jornal da tarde, do dia 18/08/76, em notícia de 1
pagina dizia: "Foi a maior tragédia das Filipinas, mais de 3 mil pessoas morreram e cerca de duas mil estão
desaparecidas. Na maior das ilhas, a de Mindanao, depois de 12 terremotos, um maremoto varreu 240 KM de
costa, com ondas de ate 18 metros de altura."
No dia 20 de setembro de 1985, o jornal O Estado de São Paulo anunciou na primeira página: O
MAIOR TERREMOTO ARRASA O MÉXICO. O maior terremoto da história do México neste século, 7,8
graus na escala richter. Milhares de mortos e dezenas de feridos. Em 1988, dia 9 de dezembro, o mesmo
jornal publicou: " TERREMOTO MATA 50 MIL NA URSS." Dia 19 de outubro de 1989, dez meses depois
do terremoto da URSS, lia-se como artigo principal do jornal O Estado, o seguinte:"São Francisco conta seus
mortos." O terremoto destruiu parte de São Francisco e cidades vizinhas, num raio de 320 KM da Califórnia.
O número de mortos pode ter chegado a 600. Não podemos deixar de mencionar sobre o terremoto na região
de Kobe, no Japão, em janeiro de 1995, onde mais de 5 mil vidas foram ceifadas, e cerca de 300 mil ficaram
desabrigadas.
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Capítulo 5
A SEGUNDA VINDA DE CRISTO
Nenhuma linguagem humana pode descrever as cenas da segunda vinda de Cristo nas nuvens do Céu.
Ele virá com a sua própria glória, e com a glória do Pai e dos santos anjos. Ele virá trajado de uma veste de
luz, por ele usada desde os dias da eternidade.
Acompanhá-lo-ão os anjos. Miríades de miríades o escoltarão. Ouvir-se-á o som da trombeta, chamando
da sepultura os santos adormecidos. A voz de Cristo penetrará o túmulo, e os ouvidos dos mortos, e todos os
que estão nos sepulcros sairão. E todas as nações serão reunidas em sua presença, aquele mesmo que morrei
pelo homem há de julgá-lo no último dia, pois o Pai confiou ao Filho todo o julgamento e lhe deu autoridade
para julgar, porque é o Filho do Homem.
Todo o céu estará vazio de anjos, enquanto os expectantes santos estarão aguardando-O e com os olhos
postos nos céus como os varões galileus quando ele ascendeu do Monte das Oliveiras. Então somente os que
são santos, os que seguiram inteiramente o manso modelo, exclamarão com transportes de júbilo ao
contemplá-lo: Eis que este é o nosso Deus, a quem esperávamos, e ele nos salvará. Isaías 25:9
para duvidar. Quanto mais razão temos para crer no que o próprio Cristo falou!
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A TERRA VAZIA
Se por um lado os ímpios morrerão por ocasião da vinda de Cristo, por outro os justos serão arrebatados
às nuvens para um feliz encontro com Cristo e seus anjos. Então perguntamos: Como ficará esta terra? O
profeta Jeremias responde:
2
Nisto Cremos, pág. 436.
3
David S. Clark, Compêndio de Teologia Sistemática, “Vinda de Cristo”.
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"Observei a terra e eis que estava assolada e vazia, e os céus, e não tinham a sua luz. Observei os
montes, e eis que estavam tremendo e todos os outeiros estremeciam. Observei e vi que homem nenhum
havia e que todas as aves do céu tinham fugido. Vi também que a terra fértil era um deserto, e que todas as
suas cidades estavam derribadas diante do Senhor, diante do furor de sua ira." Jeremias 4:23-26.
CONHEÇAMOS A JESUS
Uma senhora chorava junto ao túmulo de seu marido, quando seu pequeno filho disse: Mamãe acorda o
papai! A mãe respondeu ao menino: eu não posso acordá-lo, meu filho. Então novamente o menino
perguntou: quando o papai vai acordar mamãe? Disse a mãe soluçando: quando Jesus voltar.
Naquele momento, em que todos aguardavam a chegada do pastor que deveria realizar o culto fúnebre,
um senhor exclamou: ele está chegando! Ao ouvir essa frase, o pequeno garoto que estava junto a sua mãe,
saiu correndo em direção ao pastor e , abrindo os seus bracinhos, atirou-se ao colo dele e, agarrando-se em
seu pescoço, disse: O senhor é Jesus? O pastor respondeu mansamente: eu não sou Jesus. O senhor conhece a
Jesus? Sim eu conheço a Jesus.
Por favor, quando o senhor encontrar-se com Ele diga que venha logo para acordar o meu pai. Após
realizar o culto, o pastor ia saindo quando o menino lhe falou: Não esqueça pastor, fale com Jesus que Ele
precisa vir logo, porque a mamãe não pode acordar o papai e nem eu também.
Quão bom seria se todos nós pudéssemos dizer como aquele pastor: Eu conheço a Jesus. Muitos têm
perdido a oportunidade de conhecê-lo. Não há outro meio pelo qual possamos despertar da morte espiritual
na qual nos encontramos, se não for conhecendo-O. Hoje você e eu temos o direito de conhecê-lo através de
sua palavra. Então faça sua decisão enquanto há tempo!
Capítulo 6
A RESSURREIÇÃO DOS MORTOS
Por entre as vacilações da terra, o clarão do relâmpago e o ribombo do trovão, a voz do filho Deus
chama os santos que dormem. Ele olha para a sepultura dos justos e, levantando as mãos para o céu, brada:
"Despertai, despertai, despertai, vós que dormis no pó, e surgi!" Por todo o comprimento e largura da terra,
os mortos ouvirão aquela voz, e os que ouvirem viverão. E a terra inteira ressoará com o passar do exército
extraordinariamente grande de toda nação, tribo, língua e povo.
Do cárcere da morte vêm eles, revestidos de glória imortal clamando: "Onde está ó morte, teu aguilhão?
Onde está, ó inferno, a tua vitória?" I corintios 15:55. E os vivos justos e os santos ressuscitados unem as
vozes em prolongada e jubilosa aclamação de vitória.. Os justos vivos serão transformados num momento,
num abrir e fechar de olhos. Á voz de Deus foram eles glorificados, agora tornam-se imortais, e com os
santos ressuscitados, são arrebatados para encontrar seu Senhor nos ares. Os anjos ajuntarão os seus
escolhidos desde os quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus."
Criancinhas são levadas pelos santos anjos aos braços de suas mães. Amigos há muito separados pela
morte, reunem-se, para nunca mais se separarem, e com cânticos de alegria ascendem juntamente para a
cidade de Deus… Os últimos traços da maldição do pecado serão removidos, e os fiéis de Cristo aparecerão
na beleza do Senhor nosso Deus.
A RESSURREIÇÃO
No início da Igreja cristã a questão da ressurreição era bem conhecida e discutida entre os judeus.Havia
muitos partidos político-religiosos entre eles, mas apenas dois se destacavam na aristocracia judaica,
farisaísmo e saduceísmo. Defendiam e ensinavam doutrinas não harmônicas entre si. O tema mais
controvertido entre eles era o da ressurreição.
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Os saduceus criam que o homem, ao morrer, findava para sempre a sua existência. Não acreditavam na
possibilidade de uma ressurreição, ao passo que os fariseus entendiam que após a morte o homem ressuscita.
"E Paulo sabendo que uma parte era de saduceus e outra de fariseus, clamou no conselho: varões irmãos, eu
sou fariseu, filho de fariseu, no tocante à esperança e ressurreição dos mortos sou julgado. E havendo dito
isto, houve dissensão entre os fariseus e os saduceus, e a multidão se dividiu. Porque os saduceus dizem que
não há ressurreição, nem anjo, nem espírito, mas os fariseus reconhecem uma e outra coisa." Atos 23:6-8.
A doutrina ensinada pelos saduceus se espalhou, e foi para mais tarde nas igrejas de Corinto e
tessalônica. O apóstolo Paulo, preocupado com o que estava acontecendo, escreveu para auxiliar as igrejas,
explicando o assunto da ressurreição claramente como segue:
"Ora, se pregamos que Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, como dizem alguns dentre vós que não
há ressurreição de mortos?" "E se não há ressurreição de mortos, também Cristo não ressuscitou. E se Cristo
não ressuscitou, logo é vã a vossa pregação, e também é vã a vossa fé. E assim somos também considerados
como falsas testemunhas de Deus, pois testificamos contra Deus, que ressuscitou a Cristo, ao qual porém não
ressuscitou, se , na verdade, os mortos não ressuscitam.. E se Cristo não ressuscitou é vã a vossa fé, e ainda
permaneceis nos vossos pecados. E também os que dormiram em Cristo estão perdidos. Se esperamos em
Cristo só nesta vida, somos mais miseráveis de todos os homens. Mas de fato Cristo ressuscitou dos mortos,
e foi feito as primícias dos que dormem. Porque, assim como a morte veio por um homem, também a
ressurreição dos mortos veio por um homem. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também
todos serão vivificados em Cristo."
"Mas cada um por sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na Sua vinda." I
corintios 15:12-23.
RESSURREIÇÃO DE LÁZARO
Na cidade de Betânia morreu um homem chamado Lázaro, cujas irmãs chamavam Marta e Maria.
Cristo como era muito amigo da família, foi consolá-las e declarou a Marta. "Teu irmão há de ressuscitar".
Ela então responde-lhe: "Eu sei que há de ressuscitar no último dia. Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a
vida, quem crê em mim, ainda que esteja morto viverá. João 11:23-25.
Quando Jesus disse a Marta: Teu irmão há de ressuscitar, ela respondeu: Eu sei. Marta tinha plena
certeza da ressurreição de seu irmão pelo poder de Cristo, mas não imaginava que seria naquele dia em que
falava com o mestre. Que fez Jesus após consolar as irmãs de Lázaro? "Jesus pois movendo-se outra vez
muito em si mesmo, veio ao sepulcro, e era uma caverna, e tinha uma pedra posta sobre ela. Disse Jesus.
Tirai a pedra. Marta irmã do defunto, disse-lhe, Senhor já cheira mal, porque já é de quatro dias. Disse-lhe
Jesus: "Não te hei dito que se creres verás a glória de Deus?" João 11:38-40. Em obediência à ordem de
Cristo a pedra que fechava a entrada da caverna foi retirada o que aconteceu em seguida? "Tiraram, pois a
pedra. E Jesus, levantando os olhos ao céu disse: Pai graças te dou por me haveres ouvido. Eu bem sei que
sempre me ouves, mas eu disse isto por causa da multidão que está em redor, para que creiam que tu me
enviaste. E tendo dito isto, clamou com grande voz: Lázaro, sai!! E o defunto saiu tendo as mãos e pés
ligados com faixas, e o seu rosto envolto num lenço. Disse-lhes Jesus: desligai-o e deixai-o ir. Muitos, pois
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Escatologia
dentre os judeus que tinham vindo a Maria, e que tinham visto o que Jesus fizera creram nele." João 11:41-
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A ressurreição de lázaro foi uma demonstração de poder de Deus para dar vida a todos os que morrem
em Cristo. O apóstolo Paulo perante o tribunal do governo Félix, disse em sua defesa: "Tendo esperança em
Deus, como estes mesmos também esperam de que há de haver ressurreição de mortos, assim dos justos
como dos injustos." Atos 24:15. Sabemos que haverá ressurreição de justos e injustos, dos que fizeram o bem
e dos que fizeram o mal, dos que foram obedientes e dos que foram desobedientes. "Não vos maravilheis
disto, porque vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem
sairão para a ressurreição da vida, e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação". João 5:28,29.
Portanto são duas ressurreições.
A 1ª RESSURREIÇÃO
A 1ª ressurreição acontecerá por ocasião da 2ª vinda de Cristo. Lembremos dos textos bíblicos citados
anteriormente: "Porque, assim como a morte por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um
homem. Porque assim, como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo. Mas
cada um por sua ordem: Cristo as primícias depois os que são de Cristo na sua vinda." I corintios 15:21-23. E
também está escrito, no evangelho de João: "Em verdade vos digo que vem a hora, e agora é, em que os
mortos ouvirão a voz do filho de Deus, e os que ouvirem viverão." João 5:25.
Todos os que creram em Cristo e foram obedientes aos seus mandamentos, ouvirão a sua voz e sairão
dos sepulcros para a vida eterna. "Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que estão
nos sepulcros ouvirão a sua voz." "E os que fizeram o bem sairão para a ressurreição da vida." João 5:28,29.
Quem são os que ressuscitarão primeiro? (I tessalonicenses 4:16). Além dos justos ressuscitarem, que mais
acontecerá com eles? "Num momento, num abrir e fechar de olhos ante a última trombeta, porque a trombeta
soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados." I corintios 15:52.
Somente depois de serem transformados e recebrem a imortalidade, os justos serão arrebatados para
encontrar o Senhor nos ares, e assim estarão com o Senhor, no céu. "Depois nós os que ficarmos vivos,
seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos
sempre com o Senhor." I tessalonicenses 4:17. Que diz a bíblia sobre os que fazem parte da 1ª ressurreição?
"Bem aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição, sobre estes não tem poder a 2ª
morte, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos." Apocalipse 20:6.
A 2ª RESSURREIÇÃO
Na 2ª vinda de Cristo os justos mortos serão ressuscitados e os justos vivos transformados. Em seguida
os 2 grupos serão imortalizados e arrebatados. E o que acontecerá aos ímpios com a presença de Jesus? "Por
ocasião da vinda de Cristo os ímpios são eliminados da face de toda a terra, consumidos pelo espírito de sua
boca, e destruídos pelo resplendor de sua glória. Cristo leva o seu povo para a cidade de Deus, e a terra é
esvaziada de seus moradores. Eis que o Senhor esvazia a terra e a desola, e transtorna a sua superfície, e
dispersa os seus moradores… De todo se esvaziará a terra e de todo será saqueada, porque o Senhor
pronunciou esta palavra… Porquanto transgridem as leis, mudam os estatutos, e quebram a aliança eterna.
Por isso a maldição consome a terra, e os que habitam nela serão desolados, por isso serão queimados os
moradores da terra." Isaías 24:1-3.
O profeta Jeremias descreve a condição caótica da terra: "Observei a terra, e eis que estava assolada e
vazia, e os céus, e não tinham a sua luz. Observei os montes, e eis que estavam tremendo, e todos os outeiros
estremeciam. Observei e vi que homem nenhum havia e que todas as aves do céu tinham fugido. Vi também
que a terra fértil era um deserto, e que todas as suas cidades estavam derribadas diante do Senhor, diante do
furor da sua ira." Jeremias 4:23-26.
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Escatologia
Os ímpios não ressuscitarão para se julgados, mas sim para a condenação. Eles serão destruídos pelo
fogo. "Pois ainda um pouco e o ímpio não existirá, olharás para o seu lugar, e não aparecerá..Mas os ímpios
perecerão, e os inimigos do Senhor serão como a gordura dos cordeiros, desaparecerão, e em fumo se
desfarão." Salmos 37:10,20. "E pisareis os ímpios, porque se farão cinzas debaixo das plantas de vossos pés
naquele dia que farei, diz o Senhor dos exércitos." Malaquias 4:3. "Mas uma certa expectação horrível de
juízo e ardor de fogo, que há de devorar os adversários,"hebreus 10:27. "Mas os céus e a terra que agora
existem, pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam para o fogo, até o dia do juízo, e da
perdição dos homens ímpios." II Pedro 3:7. "Os ímpios recebem sua recompensa na terra. Alguns são
destruídos em um momento, enquanto outros sofrem muitos dias. Todos são punidos segundo suas ações.
Tendo sido os pecados dos justos transferidos para satanás, tem ele de sofrer não somente pela sua própria
rebelião, mas por todos os pecados que fez o povo de Deus cometer. Seu castigo deve ser muito maior do
que o daqueles a quem enganou. Depois que perecerem os que pelos seus enganos caíram, deve ele ainda
viver e sofrer. Nas chamas purificadoras os ímpios são finalmente destruídos, raiz e ramos, satanás a raiz,
seus seguidores os ramos."
Capítulo 7
O MILÊNIO
O escritor do apocalipse prediz o banimento de satanás, e a condição de caos e desolação a que a terra
deve ser reduzida, e declara que tal condição existirá durante mil anos. Depois de apresentar as cenas da
segunda vinda de Cristo e da destruição dos ímpios, continua a profecia: " vi descer do céu um anjo que tinha
a chave do abismo, e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo,
e amarrou-o por mil anos. E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais
engane as nações, até que os mil anos se acabem. E depois importa que seja solto por um pouco de tempo."
Apocalipse 20:1-3.
Olhando ao futuro para o grande dia de Deus, declara o profeta Jeremias: "Observei a terra, e eis que
estava assolada e vazia, e os céus, e não tinha a sua luz.Observei os montes, e eis que estavam tremendo, e
todos os outeiros estremeciam. Observei e vi que homem nenhum havia e que todas as aves do céu tinham
fugido. Vi também que a terra fértil era um deserto, e que todas as suas cidades estavam derribadas."
Jeremias 4:23-26. Durante mil anos satanás vagueará de um lugar para outro na terra desolada, para
contemplar os resultados de sua rebelião contra a Lei de Deus. Ao fim dos mil anos ocorrerá a segunda
ressurreição. Então os ímpios ressuscitarão dos mortos, comparecendo perante Deus para execução do juízo
escrito.
MILÊNIO DE PAZ
No livro de apocalipse, capítulo 20, versículos de 1 a 7, a expressão mil anos está registrada 6 vezes.
Entende-se que esse período seja de paz absoluta e total na terra.
Para determinar o início e o fim desse milênio é necessário identificar os acontecimentos que se
relacionam com o período.
1. Acontecimento que precede o início do milênio.
A 2ª VINDA DE CRISTO
Que promessa Jesus fez aos discípulos?
"Não se turbe o vosso coração, credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas
moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito, vou preparar-vos lugar.E se eu for e vos preparar lugar, virei
outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também." João 14:1-3.
Que certeza deram os 2 anjos aos discípulos, depois da ascensão de Cristo?
"Tendo Ele dito estas coisas, foi levado para cima, enquanto eles olhavam, e uma nuvem o recebeu,
ocultando-o a seus olhos. Estando eles com os olhos fitos no céu, enquanto ele subia, eis que junto deles
apareceram dois varões vestidos de branco, os quais lhes disseram: Varões galileus, por que ficais aí olhando
para o céu? Este mesmo Jesus que dentre vós foi levado para o céu, há de vir assim como para o céu o vistes
ir." Atos 1:9-11.
Com que poder e glória virá a esta terra?
"Então aparecerá no céu o sinal do filho do homem, e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão
vir o filho do homem sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória." Mateus 24:30.
16
Escatologia
"…Quando vier na sua glória, e na do Pai e dos santos anjos." Lucas 9:26.
Os ímpios não suportarão o resplendor da glória de Cristo, e desejarão a morte, pelo fato de não
poderem olhar o rosto do Rei dos reis e Senhor dos senhores. "E o céu recolheu-se como um livro que se
enrola, e todos os montes e ilhas foram removidos dos seus lugares. E os reis da terra, e os grandes, e os
chefes militares, e os ricos, e os poderosos, e todo escravo, e todo livre, se esconderam nas cavernas e nas
rochas das montanhas, e diziam aos montes e aos rochedos, caí sobre nós, e escondei-nos daquele que está
assentado sobre o trono, e da ira do cordeiro, porque é vindo o grande dia da ira dele, e quem poderá
subsistir?" apocalipse 6:14-17.
"Mas quem suportará o dia da sua vinda? E quem subsistirá quando Ele aparecer? Pois ele será como o
fogo de fundidor e como o sabão de lavandeiros." Malaquias 3:2. Enquanto os ímpios serão destruídos com a
glória de Cristo, ao aparecer Ele nas nuvens, os que morreram em Cristo serão ressuscitados, e juntamente
com os fiéis que estarão vivos por ocasião da vinda de Cristo, serão arrebatados para encontrarem-se com o
Senhor. "Porque o Senhor mesmo descerá do céu com grande brado, à voz do arcanjo, ao som da trombeta de
Deus, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro." I tessalonicenses 4:16.
"Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num
momento, num abrir e fechar dos olhos, ao som da última trombeta, porque a trombeta soará, e os mortos
serão ressuscitados incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque é necessário que isto que é
corruptível se revista da incorruptibilidade e que isto que é mortal se revista da imortalidade." I corintios
15:51-53. Depois de transformados, os salvos serão arrebatados para o céu e permanecerão lá durante mil
anos. " E reviveram, e reinaram com Cristo durante mil anos". Apocalipse 20:4.
2. Acontecimentos que ocorreram durante o milênio:
1) Como ficará a terra após o arrebatamento dos fiéis seguidores de Cristo?
"Observei a terra e eis que era vazia e sem forma, também os céus, e não tinham a sua luz. Observei
os montes e eis que estavam tremendo, e todos os outeiros estremeciam. Observei e eis que não havia
homem algum. E todas as aves do céu tinham fugido. Vi também que a terra fértil era um deserto, e todas as
suas cidades estavam derribadas diante do Senhor, diante do furor da sua ira." Jeremias 4:23-26.
"Eis que o Senhor esvazia a terra e a desola, transtorna a sua superfície e dispersa os seus moradores."
Isaías 24:1. O profeta Jeremias descreve a condição da terra como caótica, sem luz, sem vida, e todas as
obras dos homens destruídas. Assim sendo, satanás não poderá exercer suas atividades malignas, pois não
terá a quem tentar. Aí se cumprirá a profecia de apocalipse 20:1-3: "E vi descer do céu um anjo que tinha a
chave do abismo e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo e
satanás, e o amarrou por mil anos. Lançou-o no abismo, o qual foi fechado e selado, fechou-o e selou sobre
ele, para que não enganasse mais as nações até que os mil anos se completassem. Depois disto é necessário
que ele seja solto por um pouco de tempo."
A cadeia com que o anjo prenderá satanás representa a circunstância de isolamento a que será
submetido. Ele estará preso pelo fato de não poder induzir os homens ao pecado. O abismo onde será
lançado é esta terra, que estará sem luz e sem vida durante mil anos, devido à ausência do Espírito Santo de
Deus.
Que ocorrerá no céu durante os mil anos de paz?
"Ou não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo? Ora, se o mundo há de ser julgado por vós,
sois porventura indignos de julgar as coisas mínimas? Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos?
Quanto mais as coisas pertencentes a esta vida?" I corintios 6:2,3. O julgamento dos ímpios e dos anjos
maus, será efetuado no céu, com a presença de todos os salvos por Cristo. "Então vi uns tronos, e aos que se
assentaram sobre eles, foi dado o poder de julgar, e vi as almas daqules que foram degolados por causa do
testemunho de Jesus e da palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o
sinal na fronte nem nas mãos, e reviveram, e reinaram com Cristo durante mil anos." Apocalipse 20:4.
Por quanto tempo os salvos reinarão com Cristo no céu?
"Bem aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição, sobre estes não tem poder a
segunda morte, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele durante os mil anos."
Apocalipse 20:6
3. Acontecimentos que ocorrem depois do milênio:
Quando serão ressuscitados os ímpios?
"Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se completassem. Esta é a primeira
ressurreição.Bem aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição, sobre estes não tem
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Escatologia
poder a segunda morte, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele durante mil anos."
Apocalipse 20:5,6.
O que o profeta João viu a respeito disso?
" E vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, adereçada como uma
noiva ataviada para o seu noivo. E ouvi uma grande voz, vinda do trono, que dizia: Eis que o tabernáculo de
Deus está com os homens, pois com eles habitará e esses serão o seu povo, e Deus mesmo estará com eles."
Apocalipse 21:2,3.
Em que parte da terra ficará a Nova Jerusalém?
" Naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o
oriente, e o monte das oliveiras será fendido ao meio, do oriente para o ocidente, e haverá um vale muito
grande, e metade do monte se removerá para o norte, e a outra metade dele para o sul." Zacarias 14:4.
Quando a nova Jerusalém descer do céu, os ímpios serão ressuscitados: " Mas os outros não reviveram, até
que completassem os mil anos. Esta é a primeira ressurreição." apocalipse 20:5.
"Ora, quando se completarem os mil anos, satanás será solto da sua prisão e sairá a enganar as nações
que estão nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, a fim de ajuntá-
las para a batalha final." Apocalipse 20:7,8.
4. Destruição dos ímpios:
Que farão satanás, seus anjos e todos os ímpios, e que acontecerá com eles em seguida?
"E subiram sobre a largura da terra e cercaram o arraial dos santos e a cidade querida, mas desceu fogo
do céu e os devorou, e o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e
o falso profeta, e de dia e de noite serão atormentados pelos séculos dos séculos." Apocalipse 20:9,10.
"Pois ainda um pouco, e o ímpio não existirá, atentarás para o seu lugar, e ele ali não estará. Mas os
ímpios perecerão, e os inimigos do Senhor serão como a beleza das pastagens, desaparecerão, em fumaça se
desfarão." Salmos 37:10,20.
De que modo os ímpios, o diabo e seus anjos serão mortos?
"Mas os céus e a terra que agora existem, pela mesma palavra se reservam como tesouro, e se guardam
para o fogo, até o dia do juízo, e da perdição dos homens ímpios… Mas o dia do Senhor virá como ladrão de
noite, no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos ardendo, se desfarão, e a terra, e as
obras que nela há, se queimarão." II Pedro 3:7,10.
"Mas uma expectação terrível de juízo, e um ardor de fogo que há de devorar os adversários." Hebreus
10:27.
Essa será a segunda morte, para a qual não haverá mais ressurreição. "Mas, quanto aos medrosos, e aos
abomináveis, e aos homicidas, e aos adúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua
parte será no lago de fogo e enxofre, que é a segunda morte." Apocalipse 21:8.
Capítulo 8
A NOVA TERRA
"O meu povo habitará em morada de paz, e em moradas seguras, e em lugares quietos de descanso."
"Nunca mais se ouvirá de violência na tua terra, de desolação ou destruição nos seus termos, mas aos teus
muros chamarás salvação, e a tuas portas louvor."
"Edificarão casas, e as habitarão, e plantarão vinhas, e comerão o seu fruto. Não edificarão para que
outros habitem, não plantarão para que outros comam,… os meus eleitos gozarão das obras das suas mãos."
Isaías 32:18; 60:18; 65:21,22.
Ali, o deserto e os lugares secos se alegrarão disto, e o ermo se exultará e florescerá como a rosa. "Em
lugar do espinheiro crescerá a faia e em lugar da sarça crescerá a faia, e em lugar da sarça crescerá a murta."
Isaías 35:1; 55:13. "E morará o lobo com o cordeiro, e o leopardo com o cabrito se deitará… e um menino
pequeno os guiará." "Não se fará mal nem dano algum em todo o monte da minha santidade", diz o Senhor.
Isaías 11:6,9. A dor não pode existir na atmosfera do céu. Ali não mais haverá lágrimas, cortejos fúnebres,
manifestações de pesar. "Não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, … porque já as primeiras coisas
são passadas." Apocalipse 21:4.
"E morador nenhum dirá: Enfermo estou, porque o povo que habitar nela será absolvido da sua
iniqüidade." Isaías 33:24. Na cidade de Deus não haverá noite. Ninguém necessitará de repouso. Não haverá
cansaço em fazer a vontade de Deus e oferecer louvores a seu nome.
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Escatologia
O LAR ETERNO
O profeta João contemplou em visão o fim do milênio, e viu descer do céu a cidade santa, a Nova
Jerusalém. Satanás sente-se livre de sua prisão e, juntamente com todos os ímpios ressuscitados, cerca a
cidade para tomá-la. "Mas desceu fogo do céu e os devorou." Apocalipse20:9. A terra será totalmente
queimada e todas as obras do homem que nela há desaparecerão. "Mas os céus e a terra de agora, pela
mesma palavra, tem sido guardados para o fogo, sendo reservados para o dia do juízo e da perdição dos
homens ímpios. …Virá, pois como ladrão o dia do Senhor, no qual os céus passarão com grande estrondo, e
os elementos, ardendo se dissolverão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão." II Pedro 3:7,10.
Pelo fogo, a terra será queimada e purificada de toda contaminação. Pecados e pecadores serão
consumidos. Não ficará vestígio do mal e não haverá nada que possa fazer lembrar o pecado. "E não haverá
lembrança das coisas passadas, nem mais se recordarão." Isaías 65:17. Após a purificação da terra pelo fogo,
ela será novamente criada. O profeta João disse: "E vi um novo céu e uma nova terra, porque já se foram o
primeiro céu e a primeira terra, e o mar já não existe." Apocalipse 21:1.
Nosso Senhor Jesus, antes de ir ao céu, deixou-nos uma promessa: Não se turbe o vosso coração, credes
em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas, se não fosse assim, eu vo-lo teria
dito vou preparar-vos um lugar, e se eu for e preparar lugar, virei outra vez e vos tomarei para mim mesmo,
para que onde eu estiver estejais vós também." João 14:1-3. O que o apóstolo Pedro aguardava, baseado na
promessa de Cristo? "Nós, porém, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, nos quais
habita justiça." II Pedro 3:13. O patriarca Abrão firmava sua esperança na mesma promessa de um lar eterno.
"Porque esperava a cidade que tem os fundamentos, da qual o arquiteto e edificador é Deus." Hebreus 11:10.
Esta também deve ser a esperança de todos que crêm em Cristo como seu salvador pessoal. Ele garantiu
a todos os que O aceitam um lugar no eterno lar. Com essa fé devemos viver e pregar para aqueles que não
tem tal esperança. Nós, como pecadores, somos incapazes de compreender as maravilhas que Deus tem
preparado para seus filhos. Nossa mente é finita e nossa imaginação é muito limitada. Com nossos olhos não
conseguimos ver, nem com nossos ouvidos ouvir, o que Deus tem preparado para cada um dos que o
obedecem."Mas como está escrito: as coisas que os olhos não viram, nem ouvidos ouviram, nem penetraram
o coração do homem, são as coisas que Deus preparou para os que o amam." I corintios 2:9.
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6 - DIMENSÕES DA CIDADE
"A cidade era quadrangular, e o seu cumprimento era igual a sua largura. E mediu a cidade com a cana e
tinha ela doze mil estádios, e o seu comprimento, largura e altura eram iguais. Também mediu o seu muro, e
era de cento e quarenta côvados, segundo a medida de homem, isto pe, de anjo." Apocalipse 21:16,17. "
Segundo esse testemunho a cidade está edificada num perfeito quadrado, medindo igualmente de todos os
lados. Como João declara a medida da cidade era de doze mil estádios. Doze mil estádios, a razão de 185
metros por estádio, equivalem 2.220 KM. Pode compreendesse que essa medida seja a medida de todo o
perímetro da cidade e que não apenas de um lado. Segundo Kitto, parece ter sido este o antigo método de
medir cidades. Foi tirado todo o perímetro, e diz que essa é a medida da cidade.
Segundo essa regra , a nova Jerusalém teria 555 KM em cada lado."O seu comprimento, largura e altura
são iguais. Por essa linguagem, levantou-se a dúvida se a cidade seria tão alta como larga e extensa. A
palavra traduzida por iguais é isos, e pelas definições dadas por Liddel e Scott, sabemos que pode ser usada
para sugerir a idéia de proporção: a altura era proporcional ao comprimento e largura. E essa idéia é
confirmada pelo fato de que o muro só tinha cento e quarenta e quatro côvados de altura. Atribuindo-se o
valor de meio metro ao côvado, o muro teria aproximadamente 72 metros de altura. Ora se a cidade é tão alta
como comprida e larga, isto é 555 KM, este muro de apenas 72 mts seria, em comparação, extremamente
insignificante. É provável portanto que a altura dos edifícios da cidade seja julgada pela altura do muro, que
é distintamente dada." As profecias do apocalipse págs.323, 324.
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Escatologia
estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês, e as folhas das árvores são
para a saúde das nações. Ali não haverá jamais maldição. Nela estará o trono de Deus e do cordeiro, e o seus
servos o servirão, e verão a sua face, e nas suas frontes estará o seu nome. E ali não haverá mais noite, e não
necessitarão de luz de lâmpada, nem de luz de sol, porque o Senhor Deus os alumiará, e reinarão pelos
séculos dos séculos." Apocalipse 22:1-5.
Esse é o lugar que cristo preparou para todos os que o aceitarem. Só os que crêem em Cristo como seu
salvador pessoal, poderão beber da água da vida e comer do fruto da árvore da vida, e entrar na cidade pelas
portas. "Bem aventurados aqueles que lavam suas vestes no sangue do cordeiro, para que tenham direito a
árvore da vida, e possam entrar na cidade pelas portas." Apocalipse 22:14.
APÊNDICE
OS ENGANOS DE SATANÁS
Satanás começou com seu engano no Éden. Disse a Eva: "Certamente não morrereis." Gên. 3:4. Essa foi
a primeira lição de Satanás sobre a imortalidade da alma, e ele tem prosseguido com este engano desde
aquele tempo até o presente, e o conservará até que termine o cativeiro dos filhos de Deus. Foram-me
indicados Adão e Eva no Éden. Participaram da árvore proibida, e então a espada inflamada foi colocada em
redor da árvore da vida, e eles foram expulsos do jardim, para que não participassem da árvore da vida e
fossem pecadores imortais. O fruto desta árvore deveria perpetuar a imortalidade. Ouvi um anjo perguntar:
"Quem da família de Adão passou pela espada inflamada, e participou da árvore da vida?" Ouvi outro anjo
responder: "Nenhum da família de Adão passou por aquela espada inflamada, e participou da árvore;
portanto, não há pecador imortal." A alma que pecar morrerá morte eterna, morte esta de que não haverá
esperança de ressurreição; e então se aplacará a ira de Deus.
Foi-me coisa surpreendente haver Satanás conseguido tão bem fazer os homens crerem que as palavras
de Deus: "A alma que pecar, essa morrerá" (Ezeq. 18:4), significassem que a alma que pecar não morrerá,
mas viverá eternamente em estado miserável. Disse o anjo: "Vida é vida, quer seja em dores, quer em
felicidade. A morte é sem dor, sem alegria, sem ódio."
Satanás disse a seus anjos que fizessem um esforço especial para espalhar a mentira a princípio
proferida a Eva no Éden: "Certamente não morrereis." Gên. 3:4. E, sendo o erro recebido pelo povo, e sendo
este levado a crer que o homem é imortal, Satanás induziu-os a crer que o pecador viverá em eterno estado
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Escatologia
de miséria. Achava-se preparado o caminho para Satanás agir por intermédio de seus representantes e
apresentar a Deus perante o povo como um tirano vingativo, como alguém que mergulhe no inferno todos os
que não Lhe agradem, e os faça para sempre sentir Sua ira; e, enquanto sofrem indizível aflição, e se
contorcem nas chamas eternas, é Ele representado a olhar sobre eles com satisfação. Satanás sabia que, se
esse erro fosse recebido, Deus seria odiado por muitos, em vez de amado e adorado; e que muitos seriam
levados a crer que as ameaças da Palavra de Deus não seriam literalmente cumpridas, pois que seria contra
Seu caráter de benevolência e amor mergulhar nos tormentos eternos os seres que criara.
Outro extremo que Satanás tem levado o povo a adotar consiste em não tomarem em nenhuma
consideração a justiça de Deus e as ameaças de Sua Palavra, e representá-Lo como sendo todo misericórdia,
de modo que ninguém perecerá, mas que todos, tanto santos como pecadores, serão finalmente salvos em
Seu reino.
Em conseqüência dos erros populares da imortalidade da alma, e do interminável estado de misérias,
Satanás tira vantagem de outra classe, e os leva a considerar a Bíblia como um livro não inspirado. Acham
que ela ensina muitas coisas boas; mas não podem depositar confiança nela e amá-la, porque lhes foi
ensinado que ela declara a doutrina do tormento eterno.
Uma outra classe Satanás ainda leva mais longe, mesmo a negar a existência de Deus. Não podem ver
coerência no caráter do Deus da Bíblia, se Ele infligirá horríveis torturas a uma parte da família humana por
toda a eternidade. Portanto, negam a Bíblia e seu Autor, e consideram a morte como um sono eterno.
Ainda há outra classe que é medrosa e tímida. A estes Satanás tenta para cometer pecado, e depois de
haverem pecado mostra-lhes que o salário do pecado não é a morte, mas vida em horríveis tormentos, a
serem suportados pelas eras sem fim da eternidade. Aumentando assim diante de seu espírito fraco os
horrores de um inferno eterno, toma posse de suas mentes e eles perdem a razão. Então Satanás e seus anjos
exultam, e os incrédulos e ateus se unem a lançar a injúria sobre o cristianismo. Pretendem que estes males
são os resultados naturais de crer na Bíblia e em seu Autor, ao passo que são eles os resultados de receber a
heresia popular.
A Escritura Como Salvaguarda
Vi que o exército celestial estava cheio de indignação por causa desta ousada obra de Satanás. Indaguei
por que se consentia que todos esses enganos se apoderassem da mente dos homens, quando os anjos de
Deus eram poderosos, e, sendo comissionados, poderiam facilmente quebrar o poder do inimigo. Vi então
que Deus sabia que Satanás experimentaria todo artifício para destruir o homem; portanto, fez com que Sua
Palavra fosse escrita, e esclareceu de tal maneira os Seus propósitos com relação à raça humana que nem o
mais fraco precisa errar. Depois de haver dado Sua Palavra ao homem, preservou-a cuidadosamente da
destruição por Satanás e seus anjos, ou por qualquer de seus agentes ou representantes. Conquanto outros
livros pudessem ser destruídos, este deveria ser imortal. E, próximo do fim do tempo, quando aumentassem
os enganos de Satanás, deveria ser multiplicado de tal maneira que todos os que quisessem poderiam ter dele
um exemplar, e poderiam, assim desejando, armar-se contra as armadilhas e prodígios de mentiras de
Satanás.
Vi que Deus havia de maneira especial guardado a Bíblia, ainda quando dela existiam poucos
exemplares; e homens doutos nalguns casos mudaram as palavras, achando que a estavam tornando mais
compreensível quando, na realidade, estavam mistificando aquilo que era claro, fazendo-a apoiar suas
estabelecidas opiniões, que eram determinadas pela tradição. Vi, porém, que a Palavra de Deus, como um
todo, é uma cadeia perfeita, prendendo-se uma parte à outra, e explicando-se mutuamente. Os verdadeiros
pesquisadores da verdade não devem errar; pois não somente é a Palavra de Deus clara e simples ao explanar
o caminho da vida, mas o Espírito Santo é dado como guia na compreensão do caminho da vida ali revelado.
Vi que os anjos de Deus nunca devem governar a vontade. Deus põe diante do homem a vida e a morte.
Este pode fazer a sua escolha. Muitos desejam a vida, mas ainda continuam a andar no caminho largo.
Preferem rebelar-se contra o governo de Deus, apesar de Sua grande misericórdia e compaixão ao dar Seu
Filho para morrer por eles. Aqueles que não optam pela aceitação da salvação comprada por tão alto preço,
deverão ser castigados. Vi, porém, que Deus não os encerraria no inferno para suportar a eterna desgraça,
tampouco os levaria para o Céu; pois colocá-los na companhia dos que são puros e santos fá-los-ia
extraordinariamente infelizes. Ele, porém, os destruirá completamente, e fará com que sejam como se não
tivessem existido; então Sua justiça será satisfeita. Ele formou o homem do pó da terra, e os desobedientes e
profanos serão consumidos pelo fogo e voltarão de novo ao pó. Vi que a benevolência e compaixão de Deus
a tal respeito deveriam levar todos a admirar Seu caráter e adorar Seu santo nome. Depois que os ímpios
forem destruídos da Terra, todo o exército celestial dirá: "Amém!"
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Escatologia
Satanás olha com grande satisfação para os que professam o nome de Cristo, embora se apeguem
intimamente aos enganos a que ele mesmo deu origem. Sua obra é ainda inventar novos enganos, e seu poder
e arte crescem continuamente nessa direção. Ele levou os seus representantes, os papas e os sacerdotes, a se
exaltarem a si mesmos, e a instigar o povo a perseguir duramente e destruir os que não estavam dispostos a
aceitar os seus enganos. Oh, os sofrimentos e agonias que os preciosos seguidores de Cristo foram levados a
suportar! Anjos guardaram fiel registro de tudo! Satanás e seus anjos maus disseram exultantemente aos
anjos que ministravam a esses santos sofredores que eles deviam ser todos mortos, a fim de que não fosse
deixado na Terra um só cristão fiel. Vi que a igreja de Deus estava então pura. Não havia perigo de para ela
entrarem homens de coração corrupto; pois os verdadeiros cristãos que ousaram declarar sua fé estavam em
perigo do suplício no cavalete, na fogueira, e em toda espécie de tortura que Satanás e seus anjos maus
seriam capazes de inventar ou inspirar à mente dos homens.
ESPIRITISMO
A doutrina da imortalidade natural preparou o caminho para o moderno espiritismo. Se os mortos são
admitidos à presença de Deus e dos santos anjos, e se são favorecidos com conhecimentos que superam em
muito o que antes possuíam, por que não voltariam eles à Terra para iluminar e instruir os vivos? Como
podem os que crêem no estado consciente dos mortos, rejeitar o que lhes vem como luz divina, transmitida
por espíritos glorificados? Eis aí um meio de comunicação considerado sagrado, e de que Satanás se vale
para realizar seus propósitos. Os anjos decaídos, que executam suas ordens, aparecem como mensageiros do
mundo dos espíritos. Ao mesmo tempo em que professa trazer os vivos em comunicação com os mortos,
Satanás exerce sobre eles sua fascinante influência.
Ele tem poder até para fazer surgir perante os homens a aparência de seus amigos falecidos. A
contrafação é perfeita; a expressão familiar, as palavras, o tom da voz, são reproduzidos com maravilhosa
exatidão. Muitos são consolados com a afirmativa de que seus queridos estão desfrutando a ventura celestial;
e, sem suspeita de perigo, dão ouvidos a espíritos sedutores e doutrinas de demônios.
Induzindo-os a crer que os mortos efetivamente voltam para comunicar-se com eles, Satanás faz com
que apareçam os que baixaram ao túmulo sem estar preparados.
Pretendem estar felizes no Céu, e mesmo ocupar ali elevadas posições; e assim é largamente ensinado o
erro de que nenhuma diferença se faz entre justos e ímpios. Os pretensos visitantes do mundo dos espíritos
algumas vezes proferem avisos e advertências que se demonstram corretos. Então, estando ganha a
confiança, apresentam doutrinas que solapam diretamente a fé nas Escrituras. Com a aparência de profundo
interesse no bem-estar de seus amigos na Terra, insinuam os mais perigosos erros. O fato de declararem
algumas verdades e poderem, por vezes, predizer acontecimentos futuros, dá às suas declarações uma
aparência de crédito; e seus falsos ensinos são tão facilmente aceitos pelas multidões, e tão implicitamente
cridos, como se fossem as mais sagradas verdades da Bíblia. A lei de Deus é posta de parte, desprezado o
Espírito da graça, o sangue do concerto tido em conta de coisa profana. Os espíritos negam a divindade de
Cristo e colocam o próprio Criador no mesmo nível em que estão. Assim, sob novo disfarce, o grande
rebelde ainda prossegue com sua luta contra Deus - luta iniciada no Céu, e durante quase seis mil anos
continuada na Terra.
Muitos se esforçam para explicar as manifestações espíritas, atribuindo-as inteiramente a fraudes e
prestidigitação por parte do médium. Mas, conquanto seja verdade que os resultados da trapaça tenham
muitas vezes sido apresentados como manifestações genuínas, tem havido também assinaladas manifestações
de poder sobrenatural. As pancadas misteriosas com que o espiritismo moderno se iniciou não foram
resultado de trapaça e artifício humano, mas obra direta dos anjos maus que, assim, introduziam um engano
dos mais eficazes para a destruição das almas. Muitos serão enredados pela crença de que o espiritismo seja
meramente impostura humana; quando postos em face de manifestações que não podem senão considerar
como sobrenaturais, serão enganados e levados a aceitá-las como o grande poder de Deus.
Essas pessoas não tomam em consideração o testemunho das Escrituras relativo às maravilhas operadas
por Satanás e seus agentes. Foi por auxílio satânico que os magos de Faraó puderam contrafazer a obra de
Deus. O apóstolo João, descrevendo o milagroso poder operador que se manifestará nos últimos dias,
declara: "E faz grandes sinais, de maneira que até fogo faz descer do céu à Terra, à vista dos homens. E
engana os que habitam na Terra com sinais que lhe foi permitido que fizesse em presença da besta, dizendo
aos que habitam na terra que fizessem uma imagem à besta que recebera a ferida da espada e vivia." Apoc.
13:13 e 14. Não se acham aqui preditas meras imposturas. Os homens são enganados pelos milagres que os
agentes de Satanás têm poder para fazer, e não pelo que pretendam realizar.
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Escatologia
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Escatologia
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Escatologia
BIBLIOGRAFIA
CLARKE, David S. Compêndio de Teologia Sistemática, Casa Editora Presbiteriana, São Paulo, 1988.
DOUGLAS, J. D. O Novo Dicionário da Bíblia, Edições Vida Nova, São Paulo, 1997.
NISTO CREMOS, Casa Publicadora Brasileira, São Paulo, 1989.
ONLINE BIBLE SOFTWARE (CD-ROM), contendo 51 versões bíblicas e dezenas de dicionários,
enciclopédias e comentários bíblicos em inglês, francês, espanhol e alemão.
PEARLMAN, Myer. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia, Editora Vida, São Paulo, 1993.
SEVENTH-DAY Adventist Bible Commentary Series Software (CD-ROM) contendo o
comentário, a encyclopedia e o dicionário bíblicos.
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Escatologia
Antropologia
Biblica
Antropologia Biblica
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Escatologia
O fundamento e a razão de ser da religião cristã apoia-se numa relação vital entre duas pessoas:
Deus e o homem. Portanto, para que a teologia seja fiel à sua proposição e significado, deve
prender-se não só ao estudo da revelação de Deus, mas também do homem.
Tudo quanto pudermos conhecer sobre o homem, e sua natureza, nos servirá no estudo de seu
relacionamento com Deus.
A Palavra Antropologia significa " Estudo do Homem " é uma composição Grega formada de:
ANTROPOS = Homem
LOGOS = Estudo
A Antropologia estuda a história natural do homem, é a ciência que estuda o homem. Há várias
ciências que se preocupam em estudar o homem, dentre elas a:
Antropologia científica que tem como objetivo estudar o homem por suas características físicas.
Antropologia Religiosa entende que o homem não é apenas um ser vivo (animal, vegetal,
Biologia), mas que o homem é um ser Espiritual, é assim deve ser estudado de forma física-
espiritual, o que chamamos de Antropologia Religiosa.
Antes de Moisés tratar da criação do homem com maiores detalhes, ele nos leva a conhecer o
decreto de Deus quanto a essa criação, nas seguintes palavras: “Façamos o homem à nossa
imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn. 1.26).
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Escatologia
A Origem do Homem
O homem desde a antiguidade vem se preocupando com suas origens, por exemplo:
1. Como nasceu o primeiro homem.
2. O homem seria uma evolução do macaco.
3. O homem teria vindo de um outro planeta.
Uma outra coisa que a ciência procura descobrir são as características diferentes do homem:
1. A altura
2. A cor da pele
3. O cabelo
4. As diversidades de línguas
E procurando respostas para todas estas perguntas, surgiram muitas teorias, onde muitos
acreditavam que seus antepassados foram deuses diversos, uns com características totalmente
diferentes dos outros, isto explica o porquê que muitos povos adoravam tantos deuses estranhos
na antiguidade.
1. Os Egípcios
2. Os Babilônicos
3. Os Filisteus
4. Os Gregos
5. Os Etíopes
Dos povos antigos somente os Hebreus não adoravam nenhum animal ou astro celeste, eles se
identificavam como povo de Jeová, por possuir um único Deus, invisível, soberano, e criador de
tudo, inclusive do homem.
Os Hebreus se diferenciavam dos demais povos por possuir sua base de fé nas escrituras
sagradas, Ketubiyn, que também se diferencia dos demais escritos antigos, por atribuir a Deus
Jeová a criação do homem sendo do pó da terra.
Teorias da origem do Homem
A) O EVOLUCIONISMO BIOLÓGICO
Charles Darwin escreveu a teoria do evolucionismo, tentando provar que o homem nasceu da
evolução de uma pequena célula a milhões de anos, e foi evoluindo, passando por diversos tipos
de vidas até chegar ao homem. A Teoria da Evolução compreende a noção de que os indivíduos
podem transmitir determinadas características a seus descendentes. Porém, os autores divergem
quanto a forma que esses traços serão repassados.
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Escatologia
B) O CRIACIONISMO BÍBLICO
As escrituras sagradas descrevem em Gênesis 1-26 e 27, e 2:7 21 a 23, a criação do homem, onde
o primeiro homem Adão que no Hebraico Âdam, significa avermelhado, ou aquele que foi feito
de adamah (terra) e que tem a pele da cor de edom (Vermelho), por causa do dam (Sangue).
Não podemos entender que o homem seja apenas uma criação de Deus, o homem é mais que
uma criatura, pois existe entre o homem e Deus uma relação mais profunda, mais significativa, o
homem foi criado para viver numa situação familiar com Deus, numa íntima comunhão.
Algumas das expressões usadas, no relato da criação do homem, mostram que ela aconteceu de
uma forma imediata, ao contrário do que aconteceu na criação dos demais seres e coisas da
criação em geral. Por exemplo, veja as expressões: “E disse [Deus]: Produza a terra relva, ervas
que dêem semente, e árvores frutíferas que dêem fruto segundo a sua espécie, cuja semente
esteja nele, sobre a terra” (Gn 1.11). “Disse também Deus: Povoem as águas de enxames de
seres viventes e voem as aves sobre a terra, sob o firmamento dos céus” (Gn 1.20). Compare
estas declarações com a que segue:”Criou Deus, pois, o homem…” (Gn. 1.27).
Qualquer indício de mediação na obra da criação, que se acha contida nas primeiras declarações,
referentes à criação das aves dos céus e dos seres marinhos, independe da declaração da criação
do homem. Isto é, Deus planejou a criação do homem e imediatamente a levou a efeito.
Com respeito aos demais seres vivos, tais como os peixes, as aves, as bestas da terra e dos
mares, lemos que Deus os criou “segundo a sua espécie”, isto quer dizer que eles possuem
formas tipicamente próprias de suas espécies. O homem não foi criado assim, e muito menos
conforme o tipo de criaturas inferiores. Com respeito a ele disse Deus: “Façamos o homem à
nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn. 1.26). Assim, em todo o relato bíblico, o
homem surge como um ser que recebeu de Deus cuidados especiais na sua criação.
1.4 Os Elementos da Natureza Humana se Distinguem
Em Gênesis 2.7 vemos a distinção clara entre a origem do corpo e da alma. O corpo foi formado
do pó da terra, um material pré-existente. Na criação da alma, no entanto, não foi necessário o
uso de um material pré-existente, mas sim de uma nova substância. Isto quer dizer que a alma
do homem foi uma nova criação de Deus. A Bíblia diz que o Senhor Deus soprou nas narinas do
homem “o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente” (Gn. 2.7). Outras passagens das
Escrituras que falam da dupla natureza do homem são: Ec. 12.7; Mt. 10.28; Lc. 8.55; 2Co. 5.1-8;
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Escatologia
O homem é apresentado nas Escrituras como a obra prima de Deus. Criado o homem, a criação
estava coroada (Gn. 1.26-28; SI. 8.5-8). Como tal, foi dever e privilégio do homem fazer com que
toda a natureza, e todas as demais coisas criadas colocadas debaixo do seu governo, servissem à
sua vontade e a seu propósito, para que ele e todo o seu glorioso domínio glorificassem o Todo-
poderoso Criador e Senhor do universo.
2 – A NATUREZA DO HOMEM
O patriarca Jó parece ter sido o primeiro dos homens mencionados na Bíblia a interrogar acerca
do homem. Foi ele quem perguntou a Deus: “Que é o homem, para que tanto o estimes, e
ponhas nele o teu cuidado, e cada manhã o visites, e cada momento o ponhas à prova?” (Jó 7.17-
18).
Depois foi a vez do salmista indagar: “Que é o homem, que dele te lembres?” (SI. 8.4), “Senhor,
que é o homem para que dele tomes conhecimento? E o filho do homem para que o estimes?”
(SI. 144.3).
Se quisermos conhecer o homem, temos de ir além do que ensina a filosofia e as demais ciências
humanas, temos de tomar posse das Escrituras, pois só elas respondem satisfatoriamente toda e
qualquer indagação quanto ao passado, presente e futuro do homem.
5. a) Deus é o criador do espírito humano, e o fez de forma individual. Ele habita na parte interior
da natureza do homem, e é capaz de renovação e desenvolvimento. O espírito é a sede da
imagem de Deus no homem, imagem perdida com a queda, mas que pôde ser restabelecida por
Jesus Cristo (1Co. 15.49; 2Co. 3.18; Cl. 3.10).
6. b) O espírito é o âmago e a fonte da vida humana, enquanto a alma possui essa vida e lhe dá
expressão por meio do corpo. A alma sobrevive à morte, porque o espírito a dota de capacidade;
por isso alma e espírito são inseparáveis.
7. c) O espírito humano distingue o homem das demais coisas criadas. Por exemplo, os irracionais
possuem vida comum (Gn. 1.2), mas não possuem espírito.
8. d) O espírito é o canal através do qual o homem pode conhecer a Deus e as coisas inerentes a seu
reino (1Co. 2.11; 14.2; Ef. 1.17; 4.23). O espírito do homem, quando se torna morada do Espírito
Santo, torna-se também centro de adoração (Jo. 4.23-24), oração, cântico, bênção (1Co. 14.15); e
de serviço (Rm. 1.9; Fp. 1.27). Tudo isso em relação a Deus.
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Escatologia
A alma é uma entidade espiritual, incorpórea, que pode existir dentro de um corpo ou fora dele.
A alma é um espírito que habita um corpo, ou nele tem estado, como as almas dos que tinham
sido mortos por causa da Palavra de Deus e pelo testemunho de Jesus Cristo (Ap. 6.9).
Das três entidades que formam o homem, o corpo é aquele sobre a qual a Bíblia menos fala.
Contudo, à luz daquilo que a Bíblia apresenta, o que se sabe é que o corpo humano é o
instrumento, o tabernáculo, a oficina do espírito. Ele é o meio pelo qual o espírito se manifesta e
age no mundo visível e material. O corpo é o órgão dos sentidos e o elo que une o espírito ao
universo material. Pelo corpo o homem pode ver, sentir e apalpar o que está ao seu redor.
As impressões vêm do exterior pelo corpo, porém elas só têm significado quando reconhecidas e
atendidas pelo espírito. Diz-se que os animais, o cão, por exemplo, possui visão, mas não podem
distinguir a cada instante as cores que estão à sua frente, em virtude de faltar-lhe o espírito. A
consciência própria, a direção própria, o poder de pensar, querer e amar pertencem
exclusivamente ao espírito. Diante disto, se entende que o espírito é o agente, enquanto o corpo
é a agência. A Bíblia usa alguns nomes para figurar o corpo do homem, quanto à transitoriedade
de sua existência, e posição que ocupa no plano eterno de Deus. Vejamos, por exemplo:
A crença na ressurreição do corpo, como meio de glorificação do mesmo, é tão antiga quanto à
crença em Deus no Antigo Testamento. No livro de Jó, segundo alguns estudiosos o mais antigo
da Bíblia, encontramos o patriarca dizendo: “Porque eu sei que meu Redentor vive, e por fim se
levantará sobre a terra. Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne verei a
Deus. Vê-lo-ei por mim mesmo, os meus olhos o verão, e não outros” (Jó 19.25-27).
Ainda na expectativa da ressurreição do corpo, escreveu o apóstolo João: “Amados, agora somos
filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser. Sabemos que, quando ele se
manifestar, seremos semelhantes a ele, porque havemos de vê-lo como ele é” (1Jo. 3.2).
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Escatologia
Havendo criado todas as coisas de acordo com a sua vontade, e pelo poder da sua Palavra, no
sexto dia da semana da recriação Deus formou o homem; imagem e semelhança Sua o criou (Gn.
1.26-27).
A Bíblia diz: “Então formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra, e lhe soprou nas narinas o
fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente” (Gn. 2.7).
“Homem” vem do latim homo, palavra que segundo opinião de alguns filósofos vem de “húmus”
= terra. No hebraico, língua original do Antigo Testamento ‘adam’ nome dado ao primeiro
homem, Adão, é traduzido por “aquele que vem da adamah”, da terra. Esta interpretação deve
ser aceita, principalmente quando analisada à luz do que Deus disse na frase proferida em
virtude da queda do homem: “…tu és pó e ao pó tornaras” (Gn. 3.19).
O primeiro ponto que serve de distinção entre o homem, como imagem de Deus, e os animais
irracionais, é a consciência própria. O homem tem o dom de fixar em si mesmo o pensamento, e
isto o faz consciente de sua própria personalidade. A faculdade que ele tem de proferir o
pronome EU, abre um abismo intransponível entre ele e os animais. Nenhum animal jamais
pronunciou EU, e a razão é que eles não têm consciência própria. (A.B.Langston, Esboço de
Teologia Sistemática).
Como imagem de Deus que o homem é, ele ainda se distingue dos irracionais:
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Escatologia
Dizer que o homem foi criado “à semelhança de Deus” não é a mesma coisa que dizer que o
homem foi criado exata e absolutamente igual a Deus. Não! Primeiro, porque o homem foi feito
corpo visível e palpável, enquanto “Deus é espírito” (Jo. 4.24). Segundo, porque homem algum
pode alcançar e se tornar detentor em si mesmo da absoluta perfeição do Todo-poderoso.
Pergunta o patriarca Jó: “Porventura desvendarás os arcanos de Deus ou penetrarás até à
perfeição do Todo-poderoso?” (Jó 11.7). Apesar de toda a limitação do homem, como ser criado,
ele foi criado na semelhança de Deus em duplo aspecto.
Semelhança natural. Intelectualmente o homem se parece com Deus, porque se não houvesse
conformidade de estrutura mental, seria impossível a comunicação de um com o outro, e o
homem não poderia receber a revelação de Deus. O fato de Deus se manifestar ao homem prova
que o homem pode receber e compreender esta manifestação. O homem é uma pessoa, assim
como Deus é uma pessoa, se bem que numa esfera infinitamente superior, e a semelhança entre
um e outro acha-se no espírito, naquilo que o homem é e na sua natureza pessoal. “Assim sendo,
a semelhança natural entre Deus e o homem perdura sempre, porque o homem não poderá
jamais deixar de ser uma pessoa como Deus o é” (B.Langston).
Semelhança moral. Essa semelhança consiste nas qualidades morais que fazem parte do caráter
do homem. Eclesiastes 7.29 diz “Deus fez o homem reto…”. Isto quer dizer que o homem foi
criado dotado de relativa perfeição. Todas as suas tendências eram boas. Todos os sentimentos
do seu coração inclinavam-se para Deus, e nisto consistia a sua semelhança moral com o Criador.
Contudo, tendo dado lugar ao pecado, comendo da árvore do conhecimento do bem e do mal, o
homem ficou condicionado e escravizado ao mal. A semelhança entre o homem e Deus sofreu
dano com a queda do homem, e foi com o objetivo de restaurá-la que Cristo morreu na cruz.
Hoje, graças a isto, milhões de filhos de Deus em toda a terra possuem uma nova identidade com
aquEle que os criou.
A semelhança entre o homem e Deus é sugerida em outras, tais como:
5. a) Uma semelhança triuna: o homem sendo um ser tríplice, e Deus sendo um ser triuno, (1Ts.
5.23);
6. b) Uma semelhança que inclui a imagem pessoal, pois tanto Deus como o homem possuem
personalidade (Êx. 3.13-14);
7. c) Semelhança envolvendo existência interminável, como a que Deus dotou o homem (Mt.
25.46).
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Escatologia
Natureza do Homem
DICÓTOMO OU TRICÓTOMO?
Na teologia, dicotomia e tricotomia são duas designações para o entendimento acerca dos
elementos constitutivos da natureza humana. Dicotomia significa “bi-partido”, do grego diche,
“dupla”, e temnein, “cortar”. Já o termo tricotomia significa “tri-partido”, das raízes gregas triche,
“tripla” e temnein, “cortar”.
Dicotomia – Argumentos
No âmbito da teologia, os dicotomistas acreditam que o ser humano é dividido em duas partes:
corpo e alma (sendo que para eles, alma e espírito são sinônimos).
Mateus 10:28 Não temais os que podem matar o corpo, e não podem matar a alma, temeis antes
aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma quanto o corpo.
Atos 2:31 Nesta previsão disse da ressurreição de Cristo que a sua alma não foi deixada na
morte, nem a sua carne viu a corrupção.
Para os Dicótomos estes textos fazem menção tanto a alma, quanto ao espírito.
A dicotomia diz que o ser humano é composto de dois elementos: um material e outro imaterial.
O componente material do homem é o corpo, e o imaterial é a alma ou espírito. Isso quer dizer
que no dicotomismo alma e espírito são termos sinônimos que se referem à única parte imaterial
do homem focalizada de perspectivas diferentes. Essa parte imaterial é aquela que sobrevive à
morte.
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Escatologia
Corpo: o primeiro elemento é o corpo físico que interage com o ambiente e é energizado pelos
elementos imateriais.
Alma: o segundo elemento é a alma. Apesar de haver diferentes definições sobre a alma entre os
tricotomistas, a ideia predominante é que a alma é o elemento psicológico, o fundamento da
personalidade, a base da razão, a sede das emoções.
Espírito: o terceiro elemento na tricotomia é o espírito. No tricotomismo o espírito é a fonte das
qualidades espirituais do homem; e por isso é a parte essencial em seu relacionamento espiritual
com Deus.
Há muitas variações dentro do pensamento tricotômico. Alguns tricotomistas, por exemplo,
distinguem a alma do espírito; mas ao invés de enxergá-la como parte do aspecto imaterial do
homem, eles consideram a alma uma função do corpo. Então nesse tipo de tricotomia a alma
também morre com o corpo, enquanto o espírito é a parte que sobrevive à morte.
Outra forma semelhante de tricotomia é aquela que diz que o corpo é a parte material da
natureza humana; enquanto a alma é o princípio da vida animal; e o espírito é o elemento
racional, imortal e que pode se relacionar com Deus.
A tricotomia foi muito difundida entre os teólogos alexandrinos. Apesar de algumas diferenças
conceituais, a tricotomia foi apoiada por Clemente de Alexandria, Orígenes, Gregório de Nissa,
Irineu etc. Por outro lado, Atanásio de Alexandria e Teodoreto foram dois dos que rejeitaram a
tricotomia.
A tricotomia entrou em declínio após uma série de exageros que resultaram em pensamentos
heréticos. Mas ela voltou a ganhar proeminência a partir do século 19, sendo defendida,
principalmente, por alguns teólogos ingleses e alemães. Atualmente a tricotomia também parece
ser a interpretação preferida entre alguns teólogos pentecostais; apesar de estar longe de ser
unanimidade entre eles.
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Escatologia
concepção tricotomista. Por isso é mais fácil pontuar primeiro os argumentos a favor do
tricotomismo.
Os argumentos do tricotomismo
No texto de 1 Coríntios, o apóstolo Paulo fala dos seres humanos como sendo carnais, do
grego sarkikos; naturais, do grego psychikos, que significa literalmente “da alma”; e espirituais,
do grego pneumatikos.
Em 1 Tessalonicenses, Paulo também diz: “O mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e o
vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso
Senhor Jesus Cristo” (1 Tessalonicenses 5:23).
Já o escritor de Hebreus, escreve que a Palavra de Deus é “capaz de penetrar até o ponto de
dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é sensível para perceber os pensamentos e intenções
do coração” (Hebreus 4:12).
Alguns tricotomistas também argumentam que em 1 Coríntios 14:14 Paulo parece atribuir a
mente e o entendimento a um elemento distinto do espírito; e que supostamente talvez seria a
alma, embora o texto não deixa explicito.
Os argumentos do dicotomismo
Os dicotomistas argumentam que a distinção entre alma e espírito feita pelos tricotomistas é
forçada e não se sustenta à luz de uma análise bíblica. Para eles, as Escrituras não apoiam uma
divisão que identifica a alma como sendo uma entidade responsável pela personalidade e às
emoções, e o espírito outra entidade relacionada às experiências espirituais.
1. Uma fórmula comum nas Escrituras para designar a pessoa do homem é, na maioria das vezes,
“corpo e alma” (Mateus 10:28) ou “corpo e espírito” (1 Coríntios 7:34; Tiago 2:25).
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Escatologia
2. A Bíblia usa as palavras “alma” e “espírito” de forma intercambiável para designar o elemento
imaterial do homem (Hebreus 12:23; 1 Pedro 3:19; Apocalipse 6:9; 20:4).
3. Os sentimentos são atribuídos ao elemento imaterial do homem que é chamado indistintamente
tanto de “alma” como de “espírito” (1 Samuel 1:10; Isaías; 54:6; João 12:27; 13:21; Atos 17:16; 1
Pedro 2:8).
4. Ao falar do relacionamento entre o homem e Deus, especialmente no que diz respeito à
adoração, os escritores bíblicos usam tanto a palavra “alma” como a palavra “espírito”. Um dos
casos mais claros nesse sentido é o paralelismo no cântico de Maria em Lucas 1:46,47 (cf. Marcos
12:30).
5. “Alma” e “espírito” são palavras igualmente usadas para falar sobre o pecado que atinge o
aspecto imaterial do homem (2 Coríntios 7:1; 1 Pedro 1:22; Apocalipse 18:14).
6. A Bíblia fala da salvação tanto da alma como do espírito de forma equivalente (1 Coríntios 5:5;
Tiago 1:21).
7. A morte é descrita na Bíblia como a partida da alma ou do espírito (Gênesis 35:18; 1 Reis 17:21;
Mateus 10:28; 27:50; Lucas 8:55; 23:46; Atos 7:59).
8. As pessoas que já morreram são designadas em seu estado presente e temporário tanto como
“almas” quanto como “espíritos” (Mateus 10:28; Hebreus 12:23; 1 Pedro 3:18-20; Apocalipse
6:9).
Como a dicotomia responde aos argumentos da tricotomia?
Além dos pontos apresentados no tópico anterior, os dicotomistas sugerem que a interpretação
dos textos bíblicos usados para defender a tricotomia não é a mais apropriada.
Sobre o texto de 1 Tessalonicenses 5:23, os dicotomistas dizem que, em primeiro lugar, esse
texto não traz uma fórmula doutrinária, mas uma oração do apóstolo Paulo. Isso quer dizer que
o objetivo de Paulo no texto não é tratar da antropologia bíblica, mas simplesmente enfatizar
seu desejo de que os crentes sejam santificados por Deus em todo seu ser.
Então Paulo não está tentando separar o homem em três partes; mas apenas fazendo uso de
uma repetição para colocar intensidade em sua declaração acerca da totalidade da pessoa
humana. O Senhor Jesus também usa o mesmo recurso quando diz: “Amarás o Senhor teu Deus
de todo teu coração, de toda tua alma, de todo o teu entendimento e de toda a tua força” (Lucas
10:27). Obviamente Jesus não está organizando a pessoa do homem em quatro partes distintas.
O mesmo princípio pode ser notado no texto de Hebreus 4:12. O escritor bíblico usa linguagem
figurativa para enfatizar que a Palavra de Deus penetra no mais profundo do ser do homem, e
traz à luz seus pensamentos e intenções secretas. Então o objetivo do autor bíblico é apenas
ensinar que nada no ser humano é inescapável ao poder penetrante da Palavra de Deus.
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Escatologia
Irineu, por exemplo, ensinou uma forma bem estranha de tricotomia que defendia que os
incrédulos só possuíam corpos e almas; enquanto que o espírito era uma parte adicional criada
pelo Espírito Santo por ocasião da conversão.
Um dos casos mais graves do uso da tricotomia de maneira errada, ocorre na cristologia
desenvolvida por Apolinário de Laodiceia, que atacava a perfeita humanidade de Cristo. Ele dizia
que como o homem era formado de corpo, alma e espírito, a natureza divina de Cristo ocupou o
lugar do espírito humano na natureza humana que o Filho de Deus assumiu. A tricotomia
também foi usada por teólogos semipelagianos para defender o conceito de que algo no homem
não foi corrompido pelo Pecado Original.
Além disso, a dicotomia e a tricotomia são concepções que podem facilmente se distanciar da
doutrina bíblica e se aproximar da filosofia grega; que partia de um primeiro estágio dicotômico
e culminava numa ideia final tricotômica.
No pensamento platônico, a parte material e a parte imaterial do homem são duas substâncias
distintas; de modo que a parte material é de uma substância inferior à substância imaterial. Por
isso o corpo era visto pelos gregos como um tipo de prisão para a alma.
O teólogo sistemático Louis Berkhof explica que o conceito do homem tripartido teve origem na
antiga filosofia grega que entendia que o corpo e o espírito do homem só podiam se relacionar
mutuamente por meio de um terceiro elemento; e a alma era esse elemento intermediário.
Então enquanto relacionada ao corpo, a alma era vista como mortal; mas na medida em que se
adaptava ao espírito, era tida como imortal.
Dicotomia x tricotomia
Desde que mantida dentro de certos limites, essa discussão entre as posições dicotômica e
tricotômica é de ordem secundária. Há cristãos fieis que defendem tanto a dicotomia quanto a
tricotomia.
Como já foi dito, a dicotomia e a tricotomia são interpretações muito antigas dentro do
pensamento cristão. Também é verdade que a dicotomia foi defendida mais consistentemente
ao longo do tempo pelos eruditos cristãos, e parece ter mais base escriturística.
Mas o fato de a tricotomia aparentemente carecer de uma maior base bíblica, não significa que a
dicotomia seja a melhor solução. Por isso, mais recentemente, bons teólogos têm tratado da
antropologia bíblica enfatizando, principalmente, a unidade da pessoa humana conforme
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Escatologia
apresentada na Bíblia.
Isso significa que, antes de qualquer discussão dicotômica e tricotômica, o homem deve ser visto
em sua inteireza, em sua totalidade, como um ser unitário. Assim, teólogos como Millard
Erickson e Anthony Hoekema preferem evitar esses termos. Erickson fala do homem como uma
“unidade condicional”. Já Hoekema prefere usar o termo “unidade psico-somática”.
O objetivo deles ao rejeitar designações como “dicotomia” e “tricotomia”, é fazer mais justiça à
doutrina bíblica que apresenta o homem como um composto unitário de um elemento material
e outro, imaterial.
Hoekema diz que o homem é uma pessoa que pode, contudo, ser vista de dois ângulos. Erickson
argumenta que o elemento espiritual e o físico nem sempre são distinguíveis, pois o homem é
um ser unitário. Assim, não há conflito entre a natureza material e a imaterial. Esse composto,
porém, pode ser dissociado. Essa dissociação ocorre na morte.
Então entre a morte e a ressurreição do corpo, a pessoa do homem, em seu aspecto imaterial,
experimenta um estado de existência temporário – que para os crentes é de incomparável
alegria (cf. Filipenses 1:23). Mas na ocasião da ressurreição, essa parte imaterial mais uma vez
estará inseparavelmente ligada ao corpo ressurreto, tornando a unidade humana completa
novamente.
Por tudo isso teólogos como Erickson e Hoekema dizem que “dicotomia” e “tricotomia” são
termos muito limitados para falar do conceito bíblico da constituição do homem.
Funções do corpo
1. Se alimentar fisicamente
2. Se movimentar
3. Ouvir
4. Enxergar
5. Se reproduzir
6. Trabalhar (Cultivar o Jardim do Éden)
7. Dominar (Dominai sobre os animais da terra)
8. Estética (E viu Deus que era bom) Etc.
Funções da Alma
As funções da alma dentro do corpo:
1-Pensar 2-Decidir 3-Organizar 4-Comandar o corpo 5-Amar
6- Ter Fé 7- Ter Consciência 8- Arrependimento 9-Tristeza 10- Ira 11-
Perseverança, Etc.
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Escatologia
Funções do Espírito
O espírito dentro do corpo humano é a relação do homem com a vida espiritual, entendendo que
o homem não é apenas corpo, matéria, mas também possui relação com o mundo espiritual.
O conceito mais aceito no meio Cristão é que o homem foi criado a imagem e semelhança de
Deus no sentido espiritual, porém após o pecado de Adão, o pecado manchou esta imagem
divina no homem, e com isto alguns traços da imagem de Deus no homem foram perdendo o
valor, isto é melhor compreendido ao ver o pecado crescendo, e os valores morais perdendo o
valor, e ver que o homem após o pecado tem uma facilidade muito grande de não cumprir suas
palavras, de desrespeitar o próximo, e desobedecer ao seu criador.
Será que os homens de nossos dias ainda são a imagem e semelhança de Deus? a resposta é
não, pois somente a obra expiatória de Cristo poderá recuperar a imagem de Deus no homem,
mediante o arrependimento dos pecados, assim quando o homem recebe o amor de Cristo, o
Apostolo São Paulo afirma que o homem passa a ser uma nova criatura, II Coríntios 5:17, A
palavra nova criatura quer dizer que a primeira criação já não mais existe, a imagem do pecado
que restou de Adão deixa de existir, e assim em Cristo o homem passa a ser novamente a
imagem de Deus, pois tudo se faz novo.
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Escatologia
Quando Deus viu o homem nesta situação, gerando filhos conforme a imagem e semelhança da
doença, do pecado, Deus resolveu resgatar a sua imagem no homem que criou, e por isso enviou
Jesus Cristo a este mundo, para mostrar ao homem a imagem da perfeição, assim Cristo morreu
por nossos pecados procurando nos tirar o pecado do homem e tirando a desobediência dar ao
homem a imagem do perfeito, e quando o homem aceita o sacrifício de Jesus Cristo, Deus assim
dá um destino certo para aqueles que o aceitam, ele nos predestinou a sermos conforme a
imagem de seu filho Jesus Cristo , Romanos 8:29, e quando este homem aceita a Cristo, em sua
mente e coração Deus já começa a recuperar a imagem da perfeição, isto porque mesmo
estando num corpo corruptível, I Coríntios 15:53, o homem pode perfeitamente reprovar as
obras da carne, o homem pode e deve crucificar os seus pecados Romanos 6:6 a 12, vivendo em
novidade de vida Romanos 6:4, e assim quando a mente do homem pune o pecado que
cometeu, então assim Deus recuperou sua imagem na mente do homem, e um dia, no
arrebatamento da igreja então enfim Deus terminará a obra de redenção em nossa vida,
Filipenses 1:6, neste dia Deus irá resgatar a sua imagem de perfeição tanto na vida espiritual
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como no corpo físico do homem, pois de acordo Dom o Apostolo São Paulo o corpo físico que
hoje é corruptível será revestido da incorruptibilidade, o corpo mortal será revestido da
imortalidade, I Coríntios 15:54, então a morte será derrotada, e o homem que aceitou o sacrifício
de Cristo receberá um corpo glorioso Filipenses 3:20-21, então o homem será novamente a
imagem e semelhança de Deus.
4 – O DESTINO DO HOMEM
Não poucos textos do Antigo Testamento giram em torno da questão do destino do homem. Pela
forma singular com que homem foi formado, e por aquilo que as Escrituras mostram a esse
respeito, a conclusão a que chegamos é que o homem, desde a sua criação, foi destinado a viver
eternamente. Porém, até que o homem tenha acesso à vida eterna, ele foi também destinado a
viver aqui no mundo, para amar ao próximo, para dominar a criação, e para o louvor de Deus.
Gênesis 2.7 diz “formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra, e lhe soprou nas narinas o
fôlego da vida, e o homem passou a ser alma vivente”, isto é, Deus fez o homem não somente
como um corpo com alma, com vida; Deus o fez “vida” mesmo. O homem está destinado a viver
e não a desaparecer com a morte física. Por mais catastrófica que a morte física pareça ao
homem, a Bíblia mostra que Deus o criou como um “ser sempre vivo”.
Deus fez os animais e em seguida formou o homem. Contudo, viu Deus que o homem, dada a
sua origem divina, não possuía nenhuma afinidade com os animais. É interessante que Deus não
forçou Adão a exercitar amor pelos animais. Diante disso, viu Deus que não era bom que o
homem estivesse só, pelo que lhe fez uma ajudadora idônea, alguém com quem ele pudesse
partilhar todos os momentos da vida (Gn. 2.18). A Bíblia nos mostra, que deste então, é
perfeitamente do agrado de Deus que o homem viva preso aos seus semelhantes pelos laços
fraternos do amor.
Ao formar o homem, Deus fê-lo partícipe do seu plano governativo do universo; este é o ensino
implícito em Gênesis 1.27-30: “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o
criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou, e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-
vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus, e sobre
todo animal que rasteja pela terra. E disse Deus ainda: Eis que vos tenho dado todas as ervas que
dão semente e se acham na superfície de toda a terra, e todas as árvores em que há fruto que dê
semente; isso vos será para mantimento. E a todos os animais da terra e a todas as aves dos céus
e a todos os répteis da terra, em que há fôlego de vida, toda erva verde lhes será para
mantimento. E assim se fez”.
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O homem foi destinado a exercer domínio sobre a terra, os mares e o espaço, e isto é o que ele
tem feito. A Amazônia, por mais selvagem que seja, não tem sido obstáculo capaz de fazer o
homem recuar na sua sede de conquista, seja abrindo estradas ou explorando as suas riquezas
naturais e minerais. Os mares, por mais profundos que pareçam, têm sido estudados pelo
homem. O espaço, na sua infinitude, tem sido a causa de arrojados estudos do homem, e de
grandes conquistas nestes últimos anos.
O salmista Davi, que no Salmo 8 mostra a superioridade do homem sobre os seres criados na
terra, vai mais além para mostrar que o mesmo homem foi destinado por Deus para o seu
louvor: “Contudo, pouco menor o fizeste do que os anjos, e de glória e de honra o coroaste.
Fazes com que ele tenha domínio sobre as obras das tuas mãos; tudo puseste debaixo de seus
pés: todas as ovelhas e bois, assim como os animais do campo, as aves dos céus, e os peixes do
mar, e tudo o que passa pelas veredas dos mares. Ó Senhor, Senhor nosso, quão admirável é o
teu nome sobre toda a terra!” (SI. 8.5-9).
O Salmo 148 mostra como o homem junta-se em coro às demais criaturas para elevar louvor a
Deus; isso em todos os povos. Os homens, tão diversos e tantas vezes separados, podem ser
unidos no louvor a Jeová.
CONCLUSÃO
Evidentemente o homem, face à sua pecaminosidade, não tem sido capaz de viver na sua
plenitude, vocação para a qual Deus o destinou; porém, graças ao propósito e poder da obra
realizada por Jesus Cristo na cruz, o homem pode ter restaurada em seu ser a imagem de Deus,
que o fará varão perfeito e perfeitamente cônscio do privilégio que goza no cumprimento do
plano de Deus no mundo e na eternidade.
5 – PROVAÇÃO E QUEDA DO HOMEM
A liberdade do homem incluía necessariamente o poder de escolher ou recusar o bem e o mal.
Tem havido dúvidas quanto a ter o homem escolhido o mal sabendo que era mal. Mas não pode
haver dúvida que o homem pudesse tomar o mal por bem. Ele não era infalível, portanto, estava
sujeito ao pecado.
A provação, através da qual Deus provou os nossos primeiros pais, não tinha como propósito
tentá-los e induzi-los inevitavelmente à queda. Ela tinha uma finalidade didática, que em suma
visava conduzir o homem a uma maior perfeição, tornando-o apto para se tornar co-participante
das realizações de Deus na terra.
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Nenhuma autoridade de bom senso estabeleceria leis tendo em mente que elas seriam
quebradas, mas sim obedecidas, contribuindo desta forma para o progresso comum da
sociedade que governa.
Não obstante imperfeito, quando comparado com a absoluta perfeição de Deus, o homem não
estava predestinado à queda e à destruição. Ele caiu como resultado da escolha que fez ao
desobeder a orientação divina. A queda não era a única saída. Ele poderia ter obedecido a Deus,
e assim ser confirmado em obediência, mas não o fez, de sorte que, quando de livre e
espontânea comeu o fruto proibido, descobriu que Deus não é cúmplice do pecado do homem.
O primeiro indício da queda de Eva está no fato dela ter se deixado convencer por Satanás. Ela
foi abrindo o coração a ponto de aceitar a insinuação do adversário, e desejar tornar-se igual a
Deus. Estas atitudes precederam os cinco passos da queda registrados no capítulo 3 de Gênesis:
1. Olhou – “Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos…” (v.6).
2. Desejou – “…árvore desejável para dar entendimento…” (v.6).
3. Tomou – “…tomou do fruto…” (v.6).
4. Comeu – “…comeu… e ele comeu” (v.6).
5. Morreu – “…no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn. 2.17).
A expressão “morrerás” usada no texto bíblico, fala tanto da parte espiritual quanto da física. Em
ambos os sentidos, esta palavra fala da maneira em que se encontra o homem desde a sua
queda. Dentre as consequências da queda do homem, as mais conhecidas são:
– Os incômodos da gravidez e do parto da mulher e sua submissão a seu marido: Gn. 3.16.
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– Sujeição às enfermidades.
Bibliografia:
Doutrinas Bíblicas – Uma introdução à Teologia. Raimundo F. de Oliveira, EETAD, 2ª edição, 1991
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