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RESUMO
Trata-se de uma síntese das obras da escritora Ayaan Hirsi Ali, constituído de
argumentos comprometedores da estreita aliança entre teologia islâmica e
terror islâmico. O texto deixa evidenciado a importância de uma abrangência
epistemológica sobre a concepção do islã pelo ocidente. Todo o empirismo da
autora é em si uma conclusão factual e testemunhal que o maometismo é
perigoso em si mesmo, pela potencialidade ao fanatismo e ao pragmatismo dos
terroristas internacionais. Religiosamente e historicamente, a escritora abre as
cortinas, desvendando que sim, sempre, o Alcorão e a Sharia foram perigosos
contra as sociedades que os acolheram. Apesar de singela, Ayaan propõem
algumas dicas elucidativas da problemática em questão e isso poderá sim, se
aplicado com cuidado, trazer algum alento a toda escaramuça acumulada pela
mágoa e ressentimento dos ocorridos nos últimos 1.400 anos.
3
Lei islâmica baseada no Alcorão e na tradição do profeta.
QUEM É AYAAN HIRSI ALI
A TV Cultura traz uma biografia reduzida da autora. Entendo que é o
suficiente para o proposto aqui e o entendimento do sobre o porquê ela se
tornou uma das mais aguerridas militantes contra as praticas religiosas do
islamismo:
Ayaan Hirsi Ali nasceu na Somália, mas por causa da militância
política do pai foi obrigada a deixar o país. Aos cinco anos, por
uma tradição local, foi submetida a uma cliterectomia, a
extirpação do clitóris. Criada numa família islâmica, de acordo
com as tradições da religião, se viu forçada pela família a um
casamento com um primo distante, que morava no Canadá. A
caminho de encontrar o marido, fugiu e seguiu para a Holanda,
onde pediu asilo. Estudou ciências políticas e se elegeu
deputada da Câmara Baixa do Parlamento holandês, onde
ficou de janeiro de 2003 a maio de 2006. Deixou o país no final
de 2006, após perder o cargo e a cidadania holandesa,
acusada de mentir ao solicitar asilo. Ayaan Hirsi Ali escreveu o
argumento para o filme Submission [Submissão, filme realizado
em 2004 e exibido na televisão holandesa, é um curta-
metragem de dez minutos sobre a violência exercida contra as
mulheres muçulmanas, especialmente a circuncisão feminina, e
alertando para outros abusos, como incestos, estupros
consentidos, casamentos forçados e o suicídio forçados de
jovens mulheres muçulmanas migrantes], do holandês Theo
Van Gogh. Nele, apresenta o seu ponto de vista sobre a
submissão das mulheres muçulmanas. Após a exibição, viu o
seu parceiro na produção ser assassinado. Um bilhete fincado
em seu peito dizia que ela seria a próxima. Desde então,
passou a andar com seguranças. Em 2007, Ayaan lançou um
livro autobiográfico onde conta a sua trajetória: Infiel retrata o
percurso da garota que nasceu na Somália, um dos países
mais pobres da África, viveu exilada na Arábia Saudita, Etiópia
e Quênia, e que depois se transformou em deputada e
escritora, na Holanda. Neste ano [2008], Ayaan Hirsi Ali
lançou A virgem na jaula: um apelo à razão. O livro é uma
coleção de escritos que elaborou graças ao trabalho de
tradutora que teve nos primeiros anos na Holanda. A
experiência possibilitou que ela tivesse contato com histórias
de outras famílias muçulmanas que, mesmo no Ocidente,
mantêm os costumes de seus países de origem. Em 2005, a
revista Time a incluiu na lista das cem pessoas mais influentes
do mundo. Ayaan Hirsi Ali esteve no Brasil para participar da
conferência Fronteiras do Pensamento Copesul-Braskem,
realizada em Porto Alegre e Salvador, no final do mês de junho
[de 2008]. Atualmente, vive em Washington, nos Estados
Unidos, onde trabalha no American Enterprise Institute [for
Public Policy Research – Instituto Americano de
Empreendimento para a Pesquisa de Política Pública] na
defesa dos direitos das mulheres muçulmanas. (Disponível em:
<http://tvcultura.cmais.com.br/rodaviva/ayaan-hirsi-ali-1>.
Acesso em: 07 de agosto de 2015).
O ISLÃ
O Islamismo é uma das três religiões monoteístas baseada nos
ensinamentos de Maomé ou Mohammad (570-632 D.C.), chamado ―O Profeta‖,
contidos no livro sagrado islâmico, o Alcorão. A palavra islã significa:
submissão, e exprime o servilismo ao conjunto de leis religiosas, a sharia. Seus
seguidores são chamados de muçulmanos, que significa aquele que se
submete ao bom Alá.
Maomé nasceu na cidade de Meca, na Arábia Saudita, centro de
animismo e idolatria. Como qualquer membro da tribo Quirache, Maomé viveu
e cresceu entre mercadores. Seu pai, Abdulá, morreu por ocasião do seu
nascimento, e sua mãe, Amina, quando ele tinha seis anos. Aos 40 anos,
Maomé começou sua pregação, quando, segundo a tradição, teve uma visão
do anjo Gabriel, que lhe revelou a existência de um Deus único. Dentro dessa
conjuntura de visões e revelações, Maomé quase foi à loucura tentando o
suicídio e acreditando que suas visões eram diabólicas, se não fosse a sua
esposa ele teria tirado a sua própria vida. Khadija era uma viúva rica que se
casou com Maomé e investiu toda sua fortuna na propagação da nova doutrina.
Maomé passou a pregar publicamente sua mensagem, encontrando uma
crescente oposição. Perseguido em Meca, foi obrigado a emigrar para Medina,
no dia 20 de Junho de 622. Esse acontecimento, chamado Hégira (emigração),
é o marco inicial do calendário muçulmano até hoje. Maomé faleceu no ano
632.
Segundo os muçulmanos, o Alcorão contém a mensagem de Deus a
Maomé, as quais lhe foram reveladas entre os anos 610 a 632. Seus
ensinamentos são considerados infalíveis. São divididos em 114 suras
(capítulos), ordenadas por tamanho, tendo o maior 286 versos. A segunda
fonte de doutrina do Islã, a Suna, é um conjunto de preceitos baseados nos
hadiz (ditos e feitos do profeta).
O objetivo final do Islamismo é subjugar o mundo e regê-lo pelas leis
islâmicas, mesmo que para isso necessite matar e destruir os ―infiéis ou
incrédulos‖ da religião. Segundo eles, Alá deixou dois mandamentos
importantes: o de subjugar o mundo militarmente e matar os inimigos do
Islamismo – os idólatras (que seriam os judeus e cristãos).
Nesta sinopse sobre o islã, finalizo com o apotegma de Ayaan sobre sua
antiga crença:
Para os muçulmanos, adorar a Deus significa obediência total
às normas de Alá e abstinência total de pensamentos e atos
que ele declarasse proibidos no Alcorão... Quando se diz que
os valores islâmicos são a compaixão, a tolerância e a
liberdade, olho para a realidade, para as culturas e os governos
reais, e simplesmente vejo que não é assim. (ALI, 2009, p.
494).
A SHARIA
Sharia é a doutrina dos direitos e deveres religiosos do islã. Abrange as
obrigações cultuais (orações, jejuns, esmolas, peregrinações), as normas
éticas, bem como os preceitos fundamentais para todas as áreas da vida
(matrimônio, herança, propriedade e bens, economia e segurança interna e
externa da sociedade). Originou-se entre os séculos VII e X d.C. a partir dos
trabalhos de sistematização realizados por eruditos e legisladores islâmicos e
baseia-se no Corão, suplementado pela Suna (ditos e feitos do profeta), a
descrição dos atos normativos do profeta Maomé.
Onde a sharia é estabelecida, o direito civil e a liberdade de expressão
são cruelmente sufocados. A ideologia de grupos extremistas islâmicos visa ao
objetivo de conquistar o mundo para implantar a sharia como legislação
suprema:
Outra mudança seria na sharia, que regula absolutamente tudo
no mundo islâmico. Há organizações e líderes muçulmanos
que sustentam que o Islã não é o problema. O termo
(―islamofobia‖) foi fabricado para calar qualquer discussão ou
crítica ao Islã. Foi criado por quem quer promover a ideia da
sharia. (Disponível em: < http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-
constantino/cultura/islamofobia-e-um-termo-inventado-por-
quem-defende-a-sharia-diz-escritora-perseguida-pelo-isla/>
Acesso em: 17 de setembro de 2015)
Se olharmos a propaganda islâmica e sua agenda, o que estão
dizendo é que as pessoas têm que viver pela lei da Sharia, a lei
divina. É claro que há lei secular e questões de liberdade e
governos que não têm nada a ver com religião. Porém, é
possível ter uma discussão e uma opinião diferente sobre os
seculistas e problemas como governo e sexualidade, mas
tradicionalmente o principal problema tem sido entre pessoas
que querem a religião no centro da moralidade e do governo e
as outras que dizem ‗não, a religião deveria ser pessoal‘.
(Disponível em: < http://www.cacp.org.br/ayaan-hirsi-ali-cultura-
crista-e-superior-a-islamica/ > Acesso em: 17 de setembro de
2015)
A sharia já é uma realidade em guetos dentro de berços democráticos
como a Inglaterra e França. Leis paralelas às democráticas imperam nessas
comunidades islâmicas e Ayaan denuncia isso:
Hoje existem vários tribunais da sharia em funcionamento na
Grã-Bretanha. Segundo a sharia, em vez de herdarem com
igualdade, como manda a lei nacional britânica, as mulheres
muçulmanas só podem herdar metade do que herdam os
homens; mulheres muçulmanas divorciadas não herdam nada
e não podem adotar crianças, e os casamentos de não
muçulmanos não são reconhecidos. A pressão para que a
sharia se aplique em outros países ocidentais também é
crescente. A França, por exemplo, esta sendo pressionada a
mudar suas leis que proíbem a poligamia, pois homens e
países muçulmanos querem que sua segunda ou terceira
esposa imigre para juntar-se a eles. Até o momento as
autoridades francesas se recusaram a sancionar casamentos
polígamos, assim como a apoiar o uso de véu na escola por
algumas muçulmanas. (ALI, 2015, p. 145).
A MISOGINIA ALCORÂNICA
No livro ―A Virgem na Jaula‖ [2008], Ayaan denuncia as atrocidades e
maus tratos às mulheres muçulmanas: garotas que são quase prisioneiras,
dedicadas a servir ao pai, irmãos e maridos. Pequenas meninas,
completamente em idades infantes, são oferecidas em casamentos arranjados
e manipulados por interesses tribais e machistas. Esposas, rechaçadas do
direito de viver, transformadas em máquinas de fazer filhos e em subserviência
extrema aos seus maridos/donos. As mulheres idosas acabam repetindo o ciclo
de opressão e servidão, corroborando com práticas tribais e mutilação genital
de crianças e as ―costuras vaginais‖ que garantem a virgindade das mulheres
até o casamento:
O islã é fortemente dominado por uma moral sexual derivada
de valores tribais árabes, vigentes quando o profeta Maomé
recebeu suas instruções de Alá... A essência de uma mulher
reduz-se a seu hímen. Seu véu serve de lembrete constante ao
mundo externo dessa moral asfixiante, que faz dos homens
proprietários das mulheres, obrigando-os a evitar suas mães,
irmãs, tias, cunhadas, primas, sobrinhas e esposas... É uma
ofensa quando uma mulher olha para um homem, roça seu
braço ou aperta sua mão. A reputação e a honra de um homem
dependem inteiramente do comportamento respeitável e
obediente das mulheres da família. (ALI, 2008, p. 11 e 12).
O ISLÃ E A VIOLÊNCIA
Ayaan havia previsto a violência religiosa muçulmana no ocidente,
pois uma Europa islamizada e com uma alta taxa de refugiados maometanos, é
campo fértil para o aparecimento de fanáticos que levam o Alcorão ao pé da
letra. Os campos islamizados são lugares onde os mais radicais religiosos
fazem suas colheitas; colheitas de pessoas geralmente sem esperança e
prontas para morrer em nome de uma fé abstrata. Nisto estão seguindo de
perto os ensinos do profeta Mohamed com relação ao tratamento dispensado
aos infiéis. Ayaan vaticina isso ao afirmar:
Um muçulmano moderado não questiona Maomé nem
rejeita ou revisa textos do Alcorão. Talvez o muçulmano
moderado não pratique o islã da mesma maneira
praticada por um muçulmano fundamentalista – cobrindo-
se com véus, por exemplo, ou recusando a apertar a mão
de uma mulher -, mas tanto o fundamentalistas como os
chamados moderados concordam quanto à
autenticidade, ao caráter verdadeiro e ao valor das
escrituras muçulmanas. É por isso que os
fundamentalistas conseguem, sem grande dificuldade,
convencer muçulmanos pouco praticantes a começar seu
envolvimento na luta interna, a jihad íntima. Ordens são
claras no Alcorão como ―bata nas mulheres‖ e ―mate os
infiéis‖ se tornaram obscuras, e muitas cercas são
construídas ao seu redor… O islã não é apenas uma
crença, um modo de vida, um modo violento de viver. O
islã está embebido na violência e encoraja a prática da
violência (no mundo). O deus dos fundamentalistas é
todo-poderoso; ele ditou o Alcorão, e precisamos viver
como viveu o Profeta Maomé. Trata-se de uma posição
clara. São teólogos ocidentalizados que estão presos na
confusão, pois querem sustentar que o profeta Maomé
era um ser humano perfeito, cujo exemplo deve ser
seguido, que o Alcorão é uma escritura perfeita, e que
todos os seus mandamentos principais – mate os infiéis,
prepare emboscadas, tome a propriedade deles, obrigue-
os a se converterem, mate os homossexuais e os
adúlteros, condene os judeus, trate as mulheres como
gado (Cf. Surata 4 e 9) – são misteriosos erros de
tradução. Nos últimos anos, os americanos (ocidentais)
que escutaram meus alertas quanto ao impacto cada vez
mais perigoso do islã nas sociedades ocidentais me
perguntaram repetidas vezes: O que pode ser feito? A
mente muçulmana precisa ser aberta. Acima de tudo, a
atitude acrítica dos muçulmanos em relação ao Alcorão
precisa mudar, pois representa uma ameaça a paz
mundial. Eis aqui algo que aprendi do modo mais difícil,
mas que muitas pessoas bem-intencionadas no ocidente
têm dificuldade em aceitar: Todos os seres humanos são
iguais, mas há diferenças entre todas as culturas e
religiões. Uma cultura que celebra a feminilidade é
considera as mulheres senhoras de sua própria vida é
melhor do que uma cultura que mutila a genitália das
meninas e as confina atrás de paredes e véus ou as
açoita e apedreja quando se apaixonam. Uma cultura que
protege os direitos da mulher com lei é melhor do que
uma cultura na qual é permitido a um homem ter quatro
esposas ao mesmo tempo (fora as concubinas) enquanto
às mulheres é negada a pensão alimentícia e metade da
herança. Uma cultura que nomeia mulheres para a
Suprema Corte é melhor do que uma cultura que declara
que o depoimento de uma mulher tem metade do peso do
testemunho de um homem. Oprimir as mulheres faz parte
da cultura muçulmana. <http://www.cacp.org.br/o-isla-e-a-
violencia/> Acesso em: 16 de Novembro de 2015)
O ponto que gostaria de arrazoar é bastante simples. Os Muçulmanos
que cometem atos de violência e terror em nome de Deus podem encontrar
uma grande justificativa para suas ações com base nos ensinamentos do
Alcorão e nos ditos e exemplos do profeta Maomé? A seguir estão apenas
alguns dos versos do Alcorão que podem e têm sido usados na história do Islã
em apoio à violência em nome de Deus e as glórias do martírio em uma guerra
santa – textos que o próprio Osama Bin Laden usou como bandeira da sua
militância:
2:190-193 ―Combatei, pela causa de Deus, aqueles que vos
combatem… Matai-os onde quer se os encontreis… combatei-
os até terminar a perseguição e prevalecer a religião de
Deus…‖
CONCLUSÃO
A odiosidade e as barbaridades causadas pelos islâmicos fanáticos e
terroristas são apontadas por Ayaan como prova de que é necessário e urgente
reformar o maometismo e retirar da religião o que a torna violenta e sangrenta.
Entretanto, a cosmovisão de Ayaan sobre a reforma no islã não deve ser aceita
facilmente ou com pouca rejeição. Ela é isola e rechaçada por ser a mais
sincera com os fatos e por colocar a religião como problema sem fugir do
assunto ou dos acertados crimes da religião do profeta Maomé.
Nas suas obras literárias, a escritora precipita julgamentos e se diz
desolada e decepciona com os liberais ocidentais, que se dizem defensores
dos direitos das mulheres, minorias e gays, mas não se posicionam contra a
teologia assassina e retrógrada da religião muçulmana. Para a autora, não há
dúvida de que a raiz das perseguições no mundo islâmico são frutos de uma
teologia ortodoxa e muito bem documentada no Alcorão e nas tradições do
profeta guerreiro.
No livro "Herege", Ayaan propõe uma série de alvos a reformar no islã,
como a ideia de que o profeta Maomé é infalível e que o Alcorão deva ser
levado sempre ao ―pé da letra‖. Mas o projeto – que transformaria a cultura
religiosa de 1,3 bilhão de pessoas– é tarefa hercúlea. O maometismo,
diferentemente do catolicismo, não tem um papa ou líder central, e a
religiosidade se alargou em torno de variadas interpretações de fé e apreço
pelo metafísico. Ayaan, sabendo disso, tenta encontrar primeiro líderes que
levem adiante esse projeto e, com coragem, disseminem essa nova ideologia
de vida no lugar da cosmovisão da morte.
REFERÊNCIAS:
► Livros:
1. ALI, A. H. Infiel. São Paulo: Cia das Letras, 2007.
2. ________. A Virgem na Jaula, Um Apelo à Razão. São Paulo: Cia das Letras, 2008.
3. ________. Nômade. São Paulo: Cia das Letras, 2011.
4. ________. Herege, Por que o Islã Precisa de Uma Reforma Imediata. São Paulo: Cia
das Letras, 2015.
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Alcorão Sagrado, Tradução Prof. Samir El Hayek, 15° Edição.