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Introdução

A religião islâmica tem sido um fenómeno de realce, o que nos leva agora a
dedicar-lhe um pouco mais de forma a integrá-la no continente de modo geral. Todavia se
nós termos uma profunda e real compreensão desta corrente religiosa e do seu percurso em
África ajudara-nos, certamente, a esclarecer muitos aspectos importantes das estruturas
sociais e culturais da organização global das sociedades do continente africano.
Assim sendo o nosso estudo estará centrado com uma grande particularidade no
elemento que influenciaram de tal maneira a difusão e a expansão do islamismo , sendo eles
denominados de agentes.

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Objectivos
Geral
➢ O objectivo geral deste estudo consistirá em compreender os agentes do Islamismo,
tendo em conta, a relação do Islamismo com a escravatura.
Específicos
➢ Analisar o conceito agente, Islamismo e escravatura.
➢ Identificar os principais agentes desta religião
➢ Demonstrar como se procedeu a introdução do islamismo no fenómeno da
escravatura

Metodologia de pesquisa
O presente trabalho serviu-se do método qualitativo, e quanto ao tipo de pesquisa
utilizamos a pesquisa bibliográfica para o suporte da fundamentação teórica.

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
1.1 Definição de conceito
Para termos um conhecimento coeso e elementar do tema em estudo, precisamos
entender o conteúdo dos seguintes termos:
Segundo o Dicionário Acadêmico (2011), escravatura é o comércio de escravos,
tráfico de pessoas, sistema social que admite a escravatura como parte de sua organização
económica.
Assim sendo, segundo o professor Simão Makiadi, a escravatura deve ser distinguido
do tráfico negreiro, pois são dois fenómenos sociais diferentes, embora complementares.
[Makiadi 2019 pág:30]
Entretanto, ela consiste em exercer sobre uma pessoa qualquer poder ou conjunto de
poderes inerentes ao direito de propriedade. Ou seja, é uma prática social em que um ser
humano assume direitos de poder sobre outro designado por escravo, ao qual é importa tal
condição por meio da força e violência [Makiadi 2019: 30]
Agente: É aquele que age, que opera, tudo que pode produzir ou causar algum efeito,
e como também poder ser considerado como agente Algem trata de negócios alheios.
Sabendo que a agência consiste no processo dinâmico e contínua que tem na sua
origem a intencionalidade e objectivos dos agentes para alcançar determinados resultados, e
que acontece na continuação da acção dos agentes [Anthony Fiddens. A teoria da
estruturação pág.83: 1996]
Islamismo: é uma religião abraâmica monoteísta. Sendo que foi a primeira religião
estrangeira a ter-se instalado maciçamente em África. [Keita, 2015: 160]
História
Acontecimento histórico de maior vulto durante a Alta Idade Média africana, no
entanto, como é óbvio o Islã, apareceu na cena africana como religião depois do nascimento
de algumas formações políticas e acompanhou a constituição doutras como (Mali e
Songhay).
A introdução, difusão e a consolidação do Islã como religião e como fenómeno
político, social e cultural foram variáveis seguindo as regiões e os povos. [Keita, 2015:160]
Assim sendo o fundador e principal teórico do islamismo foi, como habitualmente
admitido, o profeta Maomé. Todavia, segundo a fá Islâmica, foi escolhido por Deus como o
seu mensageiro e enviado (ou profeta) para transmitir sua palavra aos homens.
Tendo começado a prezar esta palavra aos 40 anos de idade na actual Arábia Saudita
e, mais concretamente nas cidades de Meca e Medina.

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A nova religião começou a tomar corpo numa sociedade dilacerada por lutas entre
adeptos de numerosas crenças, num mundo dominado pelo politeísmo num mundo idolatra
– lutas essas aliás que obrigaram Maomé e seus seguidores a abandonarem a cidade Meca
em 622 para se refugiarem em Medina de onde continuaram a batalha e a mobilizar as
massas (foi ali que Maomé iniciou praticamente a preparação e a elaboração por escrito do
livro santo chamado Al-Qoran (Alcorão).
Esse foi um acontecimento vivido por eles como um desastre para o futuro da nova
religião, tanto mais que, conhecido na hagiografia muçulmana como «Hégira» literalmente
«fuga» marcaria o início do calendário islâmico, o início da história da religião islâmica.
Depois de se ter fortalecido do ponto de vista dos pilares fundamentais da nova fé e
do número de adeptos voltou dez anos mais tarde para Meca onde conseguiu derrubar os
seus adversários, consagrando definitivamente a nova religião. Este acontecimento ocorreu
em 632.
O profeta morreria em 633 e deixaria um legado espiritual, palavras de Deus, normas
e regras de conduta, tradições e ensinamentos, ou seja, tudo aquilo que deve sustentar o
dia-a-dia do crente; ou melhor de todos aqueles que aceitam a submissão a Alá (ou Allah) –
Deus.
Depois da morte de Maomé e principalmente de Ali, o mundo islâmico viria a
encontrar-se dividido em duas grandes correntes sobretudo, ou quase exclusivamente em
conflitos em torno da herança espiritual ou da sucessão do profeta. Cada uma delas por sua
vez e como o decorrer dos tempos, conta com algumas seitas.
Uma primeira corrente é conhecida por «Movimento Xiita» (ou xiismo) que
considera que a sucessão de Maomé deveria caber ao seu primo e genro, Ali (o 4º Imame
na hierarquia espiritual) em vez de Abu Bakr (também um dos fiéis discípulos do profeta).
O Irão de é o maior centro do Xiismo, contando também com um bom número de
adeptos da outra corrente Sunismo e baseado na convicção de que o islamismo deve
continuar com a pura tradição aceitando, deste modo, a linha sucessória com Ali.
O Iraque quer-se depositário e depois santuário do Sunismo (mesmo com uma
apreciável quantidade de xiitas).
Os agentes do islamismo
Tendo em conta a definição referenciada no capítulo anterior, o agente é aquele
indivíduo que produz e causa efeitos significativos com intuito de alcançar determinados
resultados; visto que eles tiveram, ou seja, tornaram-se como motor elemento fundamental
no que toca a difusão, penetração e consolidação do islamismo.

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Os principais agentes
Entre os principais agentes desta religião, podemos destacar em primeiro ludar o seu
fundador como é óbvio Muhammad, considera pelos indivíduos afeita a corrente Islâmica .
Seguem-se nesta ordem de ideia duas figuras que marcaram de tal maneira, todavia, a
religião Islâmica, aquando da morte do profeta no intuito de quem deveria assumir o lugar
do profeta Muhammad, sendo que a corrente conhecida por xiismo considera que a
sucessão do profeta deveria caber ao seu primo e genro Ali (o 4 Imame na hierarquia
espiritual), ao passo que na outra corrente de nome sunismo, se opondo à está opção,
defendeu que a sucessão devia respeitar a hierarquia tradicional, isto é, indicando Abu
Bakr.
Um grupo de agentes que também teve grande impacto na difusão do Islão que
merece ser referenciado são os implacáveis tribos animistas do deserto, a saber de berberes:
Sonadja, Lentuma, Mesufa, Djoloba e entre outros, pois se revela muito importante para o
futuro do movimento de difusão desta religião. [Keita, 2015:153]
Com efeito, com elementos das várias tribos berberes, os árabes conseguiram formar
militares e espiritualmente, um temível contingente de novos combatentes pela fé, e uma
outra figura foi um antigo escravo liberto berbere de nome Tarik I. Ziyad, sendo ele o
responsável pelo comando deste movimento, importa referir que foi através destes novos
elemento, ou seja, a união das tropas arabo-berberes que a religião islâmica ficou
consolidada em várias religiões.
Tráfico e escravatura nos primeiros séculos do Islão
É necessário sublinhar antes de tudo, o carácter permanente da escravatura como
fenómeno social ou socioeconómico, contudo sempre tem sido uma das formas de sujeição
do homem pelo hom [KEITA 2015: 282].
Se o tráfico e a escravatura pré-islâmicos se mantiveram, até onde se pode saber,
marginais em relação ao continente africano, as coisas mudaram fundamentalmente com a
instauração do Islão e, mais particularmente com a criação do Califado, quando da morte do
profeta Muhammad, e com a expansão quer militar e religiosa dos árabes e da nova
religião. [Mbokolo, 1993 e 1994: 208]
É importante sublinhar, que a escravidão no mundo muçulmano era uma prática
iminente à cultura desse povo, todavia, seus escravos proviam das diversas regiões
conquistadas pelo islamismo. A escravatura entre povos árabes se dava, inicialmente, por
meio de mecanismo que era comum desde a antiguidade, os povos vencidos em guerra
eram tomados como escravos.
Quanto mais se produziam escravos de maneira massiva, as conquistas árabes e a
expansão islão provocaram consequências decisivas no desenvolvimento do tráfico e da
escravatura dos negros.

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A escravatura encontram-se, com uma certa leitura do Alcorão, legitimada, pois
dizia-se, que todo e qualquer idólatra captura durante uma guerra Santa devia ser tomado
escravo. Embora a questão não tenha encontrado uma resposta clara, evidente a satisfatória
[Keita, 2015: 286]
Precisamente, estando os especialistas sobre o Islão e os teólogos modernos divididos
sobre a inserção, ou não, desta disposição no livro Santo, essas cláusulas tiveram por
consequência conferir a todas as guerras, ou até, a menos raides o estatuto de Jihad, isto é,
guerra de prevenção, contra o inimigo (A África e o Islão a Sul do Sara, de B. Keita).
As regiões africanas do tráfico
Assim sendo, uma primeira corrente, provavelmente a mais importante e quase em
sentido único a saber África, Arábia, sendo que ligava o continente à Arábia. Os escravos,
neste caso faziam simplesmente parte das mercadorias, tal como o faz o fazim, o marfim,
ouro, madeiras, etc.
E uma segunda corrente, deste vez em duplo sentido, já contava com cálculos
políticos, à mistura com operações militares, todavia, esta dizia mais respeito ao corno da
África, e particularmente à Abissina e à Arábia.
A utilização dos escravizados
Os escravos foram usados em muitas funções, tais como: militares de governo, como
concubinas, mercadorias para exportações, mas plantações e nos palácios, contudo, essas
funções foram frequentemente determinadas pelas pressões locais e por considerações
particulares.
Segundo o professor Elikia Mbokolo na sua obra intitulada (História e Civilização),
ele enfatiza que foram três (3) as funções que predominantemente dominavam no conjunto
destas actividades no mundo arabo-muçulmano, sendo a destacar: a domesticidade, o
serviço das armas e no trabalho, principalmente, na agricultura.
A domesticidade: conforme o seu sexo, os escravos eram destinados as funções
domésticos diferentes, as mulheres participavam de preferência nos serviços domésticos,
como criadas, no entanto, o Oriente árabe não manifestava menor apetite de mulheres
escravas negras.
O serviço de armas: de facto, se os escravos soldados negros participavam de maneira
regular e militar movimentada do mundo muçulmano. Uma única raça, a raça negra
forneceu aos soberanos de Espanha e do Magreb o elemento disciplinar fiel e corajoso que
faltava aos seus exércitos.

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Conclusão
Após estudos e investigação concluímos que o apogeu do islamismo pelo profeta
Maomé mudou radicalmente pós já não era permitido a escravidão de um muçulmanos
igual regra está estabelecida pelo alcorão, mudança essa que permitiu a procura de escravos
para fora do território, a prática de rapto ou afilhamento era feito formalmente aos povos
etíopes, berberes, ou aqueles considerados como heregues que não se curvavam perante ao
grande Alá do Islão, escravos passaram a ser divididos por diferentes categorias militares,
administrativos, agricultores, amós e concubinas tornando às vezes propriedades do seu
dono. Os militares contribuiram para a expansão do islamismo depois da morte do seu
profeta chegando a península ibérica em 711 e espalharam a nova fé para Europa.
Que mais tarde foi o grande motivo das cruzadas com o cristianismo porque ambas
defendiam o monoteísmo. Há relatos que a escravatura é feita até hoje pelos povos judaísta
do Sahara propriamente na Líbia.

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Bibliografia
❖ Mbokolo, Elikia - História e Civilização 1993 e 1994.
❖ Keita, Boubakar - História da África Negra.
❖ Makiadi, Simão - África Austral no tráfico Negreiro transatlântico do séc. XVI ao
séc. XX

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