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OBSERVATÓRI@
DOS DIREITOS Conceito
E CIDADANIA DA
Interseccionalidade
MULHER Para pensar o feminismo.
Gênero e Lei
Projetos de Lei: Direitos das
Mulheres em Cheque
Acesse o
infográfico e
conheça esse
projetos de
Projetos de Lei.
Internacional
Feminismo Islâmico Personagem
O contexto geopolítico atual vem
reforçando através do meios de Djamila Ribeiro
comunicação estereótipos sobre a
cultura árabe e religião islâmica. Um dos
Conheça o trabalho dessa filósofa e
argumentos para desqualificar a religião,
feminista que tem contribuído tanto para a
cultura e modo de viver dos islâmicos é a
visibilidade do feminismo negro no Brasil.
opressão contra as mulheres. Mas afinal,
conhecemos a opinião das mulheres
islâmicas? Quais são seus questionamentos
e revindicações? Conheça alguns pontos
de vista sobre o uso do véu e seus tipos,
interpretação do Corão e liberdade.
Políticas Públicas
As políticas públicas não estão atingindo
as mulheres negras. Assista a entrevista
de Djamila Ribeiro para o Justificando.
Fevereiro de 2016
Internacional
FEMINISMO ISLÂMICO
Internacional
HIJAB
O QUE?
Fonte: Wikipedia
Fevereiro de 2016
Internacional
O QUE É A CHARIA?
A charia, xaria, xária, xaria, (em árabe: ;ةعيرش O termo charia significa “caminho para a fonte” ou
transl.: sharīʿah, “legislação”), também grafado “rota para a fonte [de água]”, e é a estrutura legal
sharia, shariah, shari’a ou syariah, é o nome que dentro do qual os aspectos públicos e privados
se dá ao direito islâmico. Em várias sociedades da vida do adepto do islamismo são regulados,
islâmicas não há separação entre a religião e o para aqueles que vivem sob um sistema legal
direito, todas as leis sendo fundamentadas na baseado na fiqh (os princípios islâmicos da
religião e baseadas nas escrituras sagradas ou jurisprudência) e para os muçulmanos que vivam
nas opiniões de líderes religiosos. fora do seu domínio. A charia lida com diversos
aspectos da vida quotidiana, bem como política,
O Alcorão é a mais importante fonte da negócios, contratos, família, higiene, sexualidade
jurisprudência islâmica, sendo a segunda a e questões sociais.
Suna (obra que narra a vida e os caminhos do
profeta). Na Suna se encontram os ahadith, A charia é, atualmente, o sistema legal
as narrações do profeta. Também existe como religioso mais utilizado no mundo, e um dos
parâmetro de jurisprudência o ijma, o consenso três sistemas legais mais comuns do planeta,
da comunidade. O Qiyas, o raciocínio por juntamente com a common law anglo-saxônica
analogia, foi usado pelos estudiosos da lei e e o sistema romano-germânico. Durante a Era
religião islâmica para lidar com situações onde de Ouro Islâmica, a lei islâmica clássica pode ter
as fontes sagradas não providenciam regras influenciado o desenvolvimento da lei comum,
concretas. Algumas práticas incluídas na charia e também influenciaram o desenvolvimento de
têm também algumas raízes nos costumes diversas instituições da lei civil
locais.
Opinião:
Poder de Escolha.
“Meu Hijab não tem nada
a ver com opressão. É
uma afirmação feminista”
(para assistir o vídeo é necessário
ter conta no facebook)
Fevereiro de 2016
Internacional
MULHERES DO ISLÃ
Mapeamos algumas personagens para oferecer
um breve panorama de diferentes experiências
de luta para ampliar os direitos das mulheres em
países islâmicos
DESTAQUE
Você conhece
a luta por
direitos de
outras mulheres
islâmicas? Ajude
a construir
nosso mapa e
encaminhe sua
sugestão para
nós!
Fevereiro de 2016
Personagem
DJAMILA RIBEIRO
Foto: geledes.org.br
Recomendamos também a leitura de seu texto
“E se sua mãe tivesse te abortado?”, no qual
Djamila conta que quando tinha 16 anos sua mãe
dividiu com ela a culpa de ter tentado aborta-la e
sua reflexão pessoal sobre o episódio.
FALA DJMILA!
Conceito
INTERSECCIONALIDADE
Djamila utiliza o conceito de interseccionalidade “A interseccionalidade é uma conceituação do
em produção acadêmica e também na militância problema que busca capturar as conseqüências
como feminista negra. Trata-se de um estruturais e dinâmicas da interação entre
aporte teórico de grande relevância para o dois ou mais eixos da subordinação. Ela trata
feminismo, bem como para o movimento especificamente da forma pela qual o racismo,
social como um todo. o patriarcalismo, a opressão de classe e outros
sistemas discriminatórios criam desigualdades
O que é o Feminismo Interseccional? básicas que estruturam as posições relativas
de mulheres, raças, etnias, classes e outras”.
Como ele contribui para a desconstrução da (CRENSHAW, 2002: 177).
ideia de “universalidade” nas categorias que
pautam o movimentos sociais? Ela conta que também que Cristiano Rodrigues
em seu artigo “Atualidade do Conceito de
No artigo publicado em agosto de 2015 no Blog da Interseccionalidade para a pesquisa e prática
BoiTempo. Djamila Ribeiro destaca que esse feminista no Brasil” explica que no contexto
conceito é pouco discutido e disseminado no anglo-saxão houve, ao longo dos anos 1980 e
Brasil. Afirma que a abordagem inteseccional vem 1990, uma contínua apropriação do conceito
sendo desenvolvida por mulheres negras ativistas de interseccionalidade por feministas dos mais
há mais de um século e recebeu maior atenção diferentes matizes.
quando a crítica e teórica estadunidense Kimberlé
Crenshaw o utilizou como centro de uma tese, em
1989, para analisar como raça, gênero e classe se Ler o texto na íntegra
interseccionam e geram diferentes formas de
opressão.
1) Classe, raça, gênero, orientação sexual, pertencimento religioso etc. são eixos de
opressão ou eixos de subordinação. Logo, eles não são meros construtores de “identidade”.
A preocupação da perspectiva interseccional não é simplesmente adiferença entre pessoas,
mas e desigualdade entre elas.
Conceito
3ª Onda: Teve início da década de 90,
Ondas do Feminismo começou-se a discutir os paradigmas
Acadêmico no Brasil estabelecidos nas outras ondas, colocando
Feminismo
em discussão a micropolítica. Apesar de que, Interseccional
as mulheres negras estadunidenses, como
1ª Onda: Início do século XIX. As reivindicações Beverly Fisher, já na década de 70, começaram
eram voltadas para assuntos como o direito a denuncias a invisibilidade das mulheres
ao voto e à vida pública. Um grande nome negras dentro da pauta de reivindicação do
dessa onda é Nísia Floresta. Em 1922, nasce movimento. No Brasil, o feminismo negro
a Federação Brasileira pelo Progresso começo a ganha força no fim dessa década,
Feminino, que tinha como objectivo lutar pelo começo da de 80, lutando para que as
sufrgio feminino e o direito ai trabalho sem a mulheres negras fossem sujeitos políticos.
autorizaçnao do marido.
“Interseccionalidade é uma sensibilidade analítica, uma maneira de pensar sobre a identidade e sua
relação com o poder. Articulada originalmente em favor das mulheres negras, o termo trouxe à luz a
invisibilidade de muitos cidadãos dentro de grupos que os reivindicam como membros, mas que muitas
vezes não conseguem representá-los. O apagamento interseccional não é exclusivo das mulheres
negras. Pessoas negras ou de outras raças/etnias dentro dos movimentos LGBT; meninas negras ou de
outras raças/etnias na luta contra o sistema que empurra os jovens da escola para a cadeia; mulheres
nos movimentos de imigração; mulheres trans dentro dos movimentos feministas; e as pessoas com
deficiência lutando contra o abuso policial — todas essas pessoas sofrem vulnerabilidades que refletem
as interseções entre racismo, sexismo, opressão de classe, transfobia, capacitismo e muito mais. A
interseccionalidade deu a muitas dessas pessoas uma forma de destacar as suas circunstâncias e lutar
por sua visibilidade e inclusão.”
Fevereiro de 2016
Conceito
NA PRÁTICA:
Selecionamos
alguns artigos que
expressam as diferentes
circunstâncias nas quais
a interseccionalidade é
evocada como proposta
norteadora na luta por
conquistas por direitos.
Conceito
“(...) o incômodo que me levou a escrever essa postagem foi observar que nós
ainda precisamos caminhar um bocado para incluir as demandas transfeministas
na agenda dos direitos humanos. Precisamos ainda rever nossos privilégios
cissexuais (simploriamente,(...). Seria o contrário de transexual), assim como
queremos que os homens o façam com relação às mulheres, os brancos o façam
com relação aos não brancos, os heterossexuais o façam com relação aos bi e
homossexuais, a classe média o faça com relação aos mais pobres etc infinito.
“Interseccionar é compreender que não existe uma única opressão, mas que
essas estão interligadas. É ter um olhar mais profundo sobre as desigualdades
sociais e os grupos marginalizados existentes e saber que enquanto um não for
livre, nenhum será, mesmo que as lutas sejam distintas. Eu, mulher negra e pobre,
protagonizo algumas lutas porque vivencio elas, como a luta das mulheres, dos
negros e de classe. Fato é que isso não me impede de APOIAR outras que não
protagonizo, como a LGBTs e a dos servidores públicos com enfoque para os
professores (...) ” Leia o texto na íntegra http://blogueirasnegras.org/2015/05/01/
por-um-primeiro-de-maio-interseccional/
Foto: Nympheminist
Fevereiro de 2016
Conceito
Foto: filopol.milharal.org
se possa pensar em fazer política em direção
a um referente vazio de conteúdo, capaz
de representar não um grupo previamente
restrito a certas características identitárias,
mas a todas as singularidades (o que, a rigor,
redunda numa outra forma de universalidade,
• Interseccionalidade nas
Políticas Públicas (em espanhol)
Conceito
REFLEXÃO
• Um marxismo interseccional é possível?
Pontapé inicial para um debate. por Bárbara Araújo
(...)
É muito difícil escancarar estas questões pessoalmente, mas meu texto é um
apelo para que o feminismo tenha responsabilidade com as pautas que diz
representar. A representação é sim muito importante para alguns grupos, mas a
simples representação sem uma real preocupação com os motivos pelos quais
aquilo precisa ser representado e incorporado nas pautas cotidianamente e não
apenas em datas esporádicas, nada mais é do que praticar um falso feminismo
interseccional, em que o que importa é a utilização de mulheres negras, gordas,
pobres, lésbicas e bissexuais, trans ou com deficiência como cartas na manga
para poder dizer que o seu feminismo não é hegemônico.”
Mais Referências
Foto: Naomekahlo.com
Se interessou?
Acese esse aqui para ver a
Lista de links para artigos sobre
interseccionalidade produzidos
no Brasil, México, Espanha,
Alemanha, Chile e Guatemala.
Fevereiro de 2016
Conceito
OPINIÃO FFC
Por isso, nós do FFC Advogadas primamos pela escuta, valorizando a diversidade
humana e as particularidades de cada experiência em relação ao contexto em
que ela se dá. Se considerarmos classe, raça e gênero eixos de poder, é cabível
retomar o pensamento de Foucalt, quando afirmava que o poder não é uma
propriedade, senão uma relação. As relações estão sujeitas à mudanças com o
surgimento de novos conflitos e novos pontos de resistência, que por sua vez,
produzem novos sujeitos (FOUCAULT, 1995).
Foto: Señora Milton para Pikara Magazine SANTOS, Sônia B. dos. As ONGs de mulheres negras no Brasil, in revista
de Soc. e Cult., Goiânia, v. 12, n. 2, p. 275-288, 2009.