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Abril e Maio de 2016

OBSERVATÓRI@
DOS DIREITOS
E CIDADANIA DA
MULHER

Conceito

Igualdade de Gênero.
O que significa?

Políticas Públicas E No Brasil?


Políticas Públicas apontadas pelo Secretaria de
Observatório de Igualdade de Gênero Políticas Públicas
da América Latina e Caribe como para as mulheres:
“Políticas Justas” que papel
desempenha e
qual sua situação.

Internacional Dados sobre a


Igualdade de
Gênero no Brasil
Conheça os países que tem o melhor
índice de Igualdade de Gênero do mundo
e algumas de suas políticas para ampliar
o acesso de mulheres à saúde, educação,
economia e participação política.

Veja Também:
Como se calcula esse índice?
Quais dados são considerados?
Abril e Maio de 2016

Conceito

IGUALDADE DE GÊNERO

O que é: Igualdade de Gênero?

Segundo as Nações Unidas, Igualdade de Gênero se refere aos direitos


iguais, responsabilidades e oportunidades das mulheres e homens, meninas e
meninos. Igualdade não significa que mulheres e homens se tornarão o mesmo,
mas que os direitos, responsabilidades e oportunidades não dependerão de fato
de nascer homem ou mulher. Igualdade de Gênero implica que os interesses,
necessidades e prioridades de homens ou mulheres sejam levadas em
consideração, reconhecendo a diversidade de diferentes grupos. Igualdade de
Gênero não é uma questão das mulheres, mas deve ser preocupação e deve
engajar homens tanto quanto as mulheres. Igualdade entre mulheres e homens é
visto também como uma questão relacionada aos direitos humanos como uma
pré condição, e um indicador de desenvolvimento sustentável centrado nas
pessoas. (Tradução Livre)

Ref letindo sobre essa def inição...

Essa definição reconhece que há diferenças


em acesso e oportunidade entre mulheres e
homens. Mas... O quanto as relações de poder
da sociedade se transformariam ampliando
e igualando oportunidades e acesso para
mulheres e homens? Que outros fatores
também determinam a desigualdade entre
homense mulheres? Segundo Mariana Di Stella
Piazzolla, colaboradora do Espelho de Vênus
essa definição recebe críticas porque se
concentra em variáveis ligadas ao viés
econômico, oriundo do igualitarismo liberal.

Para saber mais acesse: “Pensando a teoria


da Justiça: o que há de aproximações entre as
concepções liberal, libertária, comunitarista,
igualitária e capacitária?” de Walace Ferreira
Abril e Maio de 2016

Conceito

Igualdade ou Equidade? Qual a Diferença?

Alguns autores discutem o uso do termo igualdade pelo seu caráter universalizador e apontam a
possibilidade do uso do termo equidade. A definição de Equidade no dicionário de língua portuguesa
é bastante semelhante à difundida definição de Igualdade: 1 :Justiça natural; 2: Disposição para
reconhecer imparcialmente o direito de cada qual; 3: Igualdade, justiça, retidão. Antônimo:injustiça.

Equidade de gênero denota a equivalência nos resultados da vida para homens e mulheres,
reconhecendo suas diferenças necessidades e interesses, demandando a redistribuição de poder
e recursos (...) as metas da equidade de gênero são vistas como mais políticas que as metas da
igualdade de gênero e portanto menos aceitas pelas principais agências de desenvolvimento”
(Reeves e Baden, 2000)

É por isso que a equidade de gênero é apontada como a abordagem mais adequada, já que esse
termo abarca várias variáveis como classe, etnia, idades sendo capaz de pensar as necessidade de
todos os grupos em sua diversidade.

“Igualdade de Gênero denota que mulheres tem as mesmas oportunidades na vida que os homens,
incluindo a habilidade para participar da esfera pública. Isso expressa a ideia do feminismo liberal, na qual
a remoção da discriminação nas oportunidades para as mulheres permitiria a elas atingirem um status
igual ao dos homens (...) Contudo, esse foco as vezes chamado de igualdade formal, não necessariamente
demanda ou assegura a igualdade dos resultados. Presume que uma vez que as barreiras da
participação são removidas, passa a existir igualdade de condições.” (Reeves e Baden, 2000)

Clique no nome dos documentos para acessar hiperlink


1993 - A Conferência da
ONU em Viena reitera que
“os direitos humanos da
mulher são parte inalienável,
integrante e inseparável dos
direitos humanos universais”
1966 - A Organização das
1945 - Carta de São Francisco:
Nações Unidas completou
O direito Internacional proíbe
o catálogo de direitos
a discriminação pelo sexo. 1995 - Na 4ª Conferencia
juridicamente vinculantes para 1979 - A Convenção da ONU
A Carta da ONU assinada sobre a eliminação de toda Mundial da ONU sobre
todos os estados membros
em São Francisco, EUA em forma de discriminação contra a Mulher em Pequim
através do texto chamado
1945 colocou o princípio da a mulher é considerada manifesta-se consenso
“Declaração Internacional entre estados membro
igualdade de oportunidades obrigatoriedade para os países
dos Direitos Humanos”. Esse sobre a universalidade e
e não discriminação na esfera membros. A convenção amplia
documento é composto pela globalidade dos problemas
dos direitos humanos. Em seu os direitos das mulheres
Carta de São Francisco, a em diversos âmbitos, como das mulheres e destaca a
preâmbulo a carta afirma que:
Declaração Universal dos direitos políticos, questões importância da igualdade
“Se reafirma a fé nos direitos direitos Humanos de 1948, O e a não discriminação em
trabalhistas, educação, saúde
fundamentais do ser humano, pactos internacional de Direitos razão do sexo como fator
e economia. Nesse contexto
na dignidade e no valor da Econômicos, Sociais e Culturais imprescindível para construir
surge a o Comitê para
pessoa humana, na igualdade e o Pacto Internacional de as sociedades do século XXI.
Eliminação da Discriminação
de direitos entre homens direitos Civis e Políticos, contra as Mulheres, órgão que A igualdade de oportunidades
e mulheres das grandes e configuram o princípio de não tem como objetivo a tutela do entre sexos e a autonomia
pequenas nações“ direito a não discriminação por das mulheres se destacam
discriminação como principio
Carta de São Francisco razão de sexo. como um objetivo de
estrutural
desenvolvimento das Nações
Unidas para o milênio.

60 70 80 90

Contexto das revindicações do movimento feminista sufragista, Na década de 80, a difusão da ideia de que o gênero supera
com forte influência da ideologia liberal, as mulheres o determinismo biológico, surge uma abordagem mais atenta
revindicavam igualdade partindo do princípio que também eram às diferenças entre grupos na sociedade. Nesse contexto, a
cidadãs e deveriam ter os mesmo direitos dos homens, sendo igualdade é vinculada à equidade, incluindo as diferenças dentro
consideradas parte da esfera pública. Essa perspectiva influencia da categoria “mulher” e pensar a desigualdade de gênero.
movimentos feministas da década de 70

Fonte: https://es.wikipedia.org/wiki/Igualdad_de_g%C3%A9nero#Marco_internacional
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Internacional

ÍNDICE DE IGUALDADE DE GÊNERO:


COMO SE CALCULA?

O índice Global de Diferença de Gênero classifica o desempenho de 145 países com


relação a diferença entre homens e mulheres no que se refere a saúde, educação,
economia e indicadores políticos. O objetivo é compreender se os países estão
distribuindo seus recursos e oportunidades de maneira equitativa entre mulheres e
homens, independentemente de seus níveis de receita em geral. O informe mede o
tamanho da lacuna em quatro áreas:

• Participação e oportunidade econômicas: salários, participação e liderança


• Educação: acesso a níveis básicos e superiores de educação
• Empoderamento político: representação em estrutura de tomada de decisão
• Saúde e Sobrevivência: expectativa de vida e proporção homem/mulher

O gráfico mostra o desempenho global em cada uma das dimensões analisadas no


ano de 2015.
Abril e Maio de 2016

Internacional
Os resultados do índice podem ser interpretados como a porcentagem da diferença
que diminuiu entre mulheres e homens, e permitem aos países comparar resultados
atuais com os obtidos no passado. Além disso, as classificações permitem que se
possam fazer comparações entre países. 13 das 14 variáveis que são utilizadas para criar
o índice procedem de indicadores de dados públicos de organizações internacionais
como a Organização Internacional do Trabalho, o Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento e Organização Mundial de Saúde, e a outra variável procede de uma
entrevista de percepção realizada pelo Fórum Econômico Mundial.
Para ver a análise do relatório acesse o link (em espanhol).

O mapa do Ranking Completo está disponível em Gender Gap Index 2015


Os dez países com maiores índices de igualdade de gênero
Clique no mapa para conhecer algumas as políticas implementadas nos primeiro colocados do ranking

DESTAQUE: RUANDA

Apesar das mulheres ruandesas ainda terem


dificuldades de acesso à saúde, educação e na
consolidação de sua autonomia econômica, o
País lidera o ranking mundial da participação
feminina na política sendo que 63% das
cadeiras da câmara baixa e 40% das vagas no
Senado são ocupadas por mulheres.
Esse fato é importante para o país que passou por um genocídio estatal em
1994, quando as minorias étnicas tutsis e o hutus moderados foram perseguidos
e assassinados pelo exercito ruandês. Nessa ocasião 10 % da população do
país foi morta e estima-se um número entre 250 mil e 500mil mulheres foram
estupradas. Após o conflito 70% da população adulta de Ruanda era composta
por mulheres. Além da criação de cotas para as mulheres na ocupação de
cargos políticos, foram criados os conselhos locais exclusivos.

Para entender a trajetória e o papel da mulher na sociedade ruandesa antes,


durante e após o genocídio, refletir sobre as mudanças que ocorream e
os mecanismos implementados para o empoderamento da mulher no
país acesse o artigo Ruanda: Os avanços na promoção da igualdade de
gênero e a ascensão das mulheres na política no pós-genocídio realizado
por Suenia Lagares Batista. Separamos também duas reportagens mais
breves que realizam um panorama das mudanças no país. Leia:

• Vinte anos após o genocídio, as mulheres


lideram em Ruanda, publicado pela Revista
Fórum.

• Como o Parlamento de Ruanda se tornou


o mais feminino do mundo, publicado pelo
HuffPost Brasil.

Parlamentares Ruandesas. Fonte: BrasilPost


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Internacional

NA AMÉRICA LATINA País Ranking Global


1º Nicarágua 12
2º Bolívia 22
3º Barbados 24
O índice Global de Diferença de 4º Cuba 29
Gênero realiza também um ranking
5º Equador 33
para a região Latino Americana.
6º Argentina 35
Ranking na América Latina e Caribe 7º Costa Rica 38
8° Bahamas 40
9° Colômbia 42
10° Panamá 44
Fonte: Global Gap Gender Report 2015

Clique na imagem e acesse


a página do Observatório:
www.cepal.org/oig

Objetivos do Observatório de Igualdade


de Gênero de América Latina e Caribe:

1. Analisar e visibilizar o cumprimento de metas e


objetivos internacionais de Igualdade de Gênero

Observatório De Igualdade De Gênero 2. Oferecer apoio técnico e capacitação aos


Da Amériaca Latina E No Caribe Institutos Nacionais de Estatística e de
Mecanismos para o Desenvolvimento da Mulher
Para pensar a Igualdade de Gênero na América
3. Produzir um informe anual divulgando o
Latina utilizaremos os dados e referencial teórico do
diagnóstico sobre as desigualdades entre homens
OBSERVATÓRIO DE IGUALDADE DE GÊNERO DA
e mulheres no que se refere à Trabalho
AMÉRIACA LATINA E NO CARIBE. O Observatório remunerado, uso do tempo e pobreza; Acesso
surge durante a Conferência Regional sobre a Mulher a tomada de decisões e representação política;
de América Latina e do Caribe, em 2007, em Quito Violência de Gênero e Saúde e Direitos
no Equador. A Divisão de Assuntos de Gênero da Reprodutivos
Comissão Econômica para a América Latina e Caribe
da ONU (CEPAL) se responsabilizou por coletar os
dados estatísticos junto aos órgãos responsáveis
por gerar e coletar essa informação em cada um
dos estados-membros, disponibilizando-os em seu
portal on line e gerando publicações.
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Internacional
2007 - Consenso de Quito:
Consenso regional aprovada na 10º
Histórico Regional Conferência Regional sobre a Mulher
da América Latina e do Caribe.
2013 - Consenso
de Santo Domingo:
Consenso regional
1994 - Convenção de Belém do 2007 - Consenso de aprovada na
Pará: Convenção Interamericana para Brasília: Consenso regional Conferência Regional
prevenir, punir e erradicar a violência aprovada na 11º Conferência XII sobre a Mulher da
contra as mulheres, adotada e aberta Regional sobre a Mulher da América Latina e do
à assinatura, ratificação e adesão pela América Latina e do Caribe. Caribe
Assembleia Geral da Organização dos
Estados Americanos.

60 70 80 90 00 10

1995 - Na 4a Conferencia
1966 - Declaração 1979 - A convenção da ONU sobre
Mundial da ONU sonre a
Internacional dos a eliminação de toda forma de
Mulher em Pequim
Direitos Humanos discriminação contra a mulher.
Surge a Comitê para Eliminação
da Discriminação contra as Para outros conhecer outros
Mulheres. 1993 - A Conferência documento e resultados da
1945 - Carta de
da ONU em Viena conferências regionais acesse:
São Francisco
CEPAL, www.cepal.org

Fonte: www.cepal.org Fonte: https://es.wikipedia.org/wiki/Igualdad_de_g%C3%A9nero#Marco_internacional

Para avaliar a Igualdade de Gênero o Observatório


considera as seguintes dimensões de análise:

Marco Conceitual utilizado pelo Observatório da Igualdade


de Gênero da América Latina e do Caribe - CEPAL

Autonomia Física

Violência
Direitos
Reprodutivos

Autonomia para
Tomada de
Decisões
Esfera Privada Esfera Pública
Postos de
Decisão
Política

Autonomia Econômica

Trabalho Não Trabalho


Remunerado Remunerado

Fonte: Observatório da igualde de Gênero da Aérica Latina e Caribe


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Internacional

Autonomia Física

Fonte: CEPAL

Fonte: CEPAL
Abril e Maio de 2016

Internacional

Autonomia para Tomada de Decisões

FONTE: CEPAL (http://www.cepal.org/oig/ws/getRegionalIndicator.as-


p?page=03&language=spanish )

Fonte: CEPAL

Fonte: CEPAL
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Internacional

Nível hierárquico dos Mecanismos de Avanço para as Mulheres (MAM)

Ministério ou entidade de
nível ministerial
América latina El Caribe
Entidade anexada à
presidência ou mecanismo
10.5%
de suporte pelo qual a
5.3%
25% presidência é diretamente
responsável (anexo aos
gabinetes presidenciais,
60%
secretários, institutos
15% nacionais e outras figuras)
84.2%

Entidades dependentes de um
Ministério, (vice ministérios,
subsecretarias, institutos,
conselhos e outras figuras)
Fonte: CEPAL

Como veremos mais adiante, antes de 2015 a Secretaria de Políticas para


Mulheres se enquadrava na categoria representada em amarelo, como uma
Secretaria vinculada ao Gabinete da Presidência

Autonomia Econômica

Note que esse gráfico se refere


à população SEM ingresso, ou
seja considera se há ou não há
ingresso. Essa abordagem é
interessante para mensurar a
autonomia financeira porque
destaca a ausência de ingressos.
Mesmo assim é importante
qualificar o ingresso para
averiguarmos se este é capaz de
conceder autonomia financeira
às mulheres que o recebem.
Fonte: CEPAL

Portanto, o número de mulheres


sem autonomia financeira é ainda
maior que do que o representado
pelo gráfico.
Fonte: CEPAL
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Internacional

Políticas Justas, segundo o OIG

Como o Observatório da
Igualdade de gênero da
América Latina e do Caribe
avalia o que considera
“Políticas Justas”? Veja: A. Identificação e Definição dos problemas
públicos aos quais a política responde
• Quadros de significado
• Identificação do Problema
• Identificação de injustiças de gênero

D. Avaliação B. Formulação/Desenho
• Monitoramento • Objetivo da Ação Estatal
• Produção de informação • Marco Normativo
• Resultados em relação aos objetivos da política • Marco político-social
• Avanço na justiça para as mulheres
• Questões pendentes

Fonte: OIG Latam e Caribe


C. Implementação
• Descrição geral
• Transversalidade
• Relação sistema político- administrativo/ sociedade civil
• Informação e Difusão
• Sustentabilidade
• Desenvolvimento de competências e capacidades

Acesse o mapa e
conheça as políticas
destacadas pelo
Observatório da
Igualdade de Gênero da
América Latina e Caribe
como “políticas justas”.
Abril e Maio de 2016

E no Brasil?

No Brasil foi criada em 2003 a Secretaria de Políticas Públicas Para as Mulheres


através do decreto presidencial No 10.683 de 2003, atendendo às demandas da
sociedade civil e aos compromissos estabelecidos em pactos internacionais. A SPM se
organizou em três principais linhas de ação : (a) Políticas do Trabalho e da Autonomia
Econômica das Mulheres; (b) Enfrentamento à Violência contra as Mulheres; e (c)
Programas e Ações nas áreas de Saúde, Educação, Cultura, Participação Política,
Igualdade de Gênero e Diversidade. No momento de sua criação a estrutura básica da
SPM era composta pelo Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (órgão colegiado),
o Gabinete da Ministra de Estado Chefe, a Secretaria-Executiva e de três outras
Secretarias.

Em 2 de outubro de 2015 a Secretaria foi incorporada ao Ministério das Mulheres,


Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, unindo a Secretaria de Políticas de Promoção
da Igualdade Racial, a Secretaria de Direitos Humanos, e a Secretaria de Políticas para
as Mulheres conforme determinado pela Medida Provisória Nº 696 DE 2015.

Desde a criação da Secretaria, há 13 anos, destacam-se algumas políticas de


impacto na vida das brasileiras, como por exemplo a Lei Maria da Penha Lei
11.340/2006, a Lei do Feminicídio Lei Nº 13.104, De 9 De Março De 2015.
Crítica
Separamos algumas manifestações contrárias a incorporação da
Secretaria pelo novo Ministério. Leia:

“Nós feministas somos contra o fim da Secretaria


de Políticas para Mulheres”
publicada pela Sempreviva Organização Feminista (SOF)

“Feministas criticam ameaça de extinção da


SPM, Seppir e SDH”
publicado pela agência Patrícia Galvão

“Gestoras enviam carta à presidenta Dilma em


defesa da SPM como ministério”
publicado pela agência Patrícia Galvão.
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E no
NOBrasil?
BRASIL?

I Plano Nacional de Políticas para as Mulheres


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O I Plano Nacional de Políticas para as Mulheres foi construído


em 2005 com base nos resultados da I Conferência Nacional
de Políticas para as Mulheres incorporando a perspectiva de
gênero e raça nas políticas públicas para o enfrentando as
desigualdades entre homens e mulheres, negros e negras,
no contexto do projeto político de gestão governamental. O
processo de elaboração do plano contou com a participação
de representantes dos poderes executivos estaduais e
municipais, diversos ministérios e secretarias especiais, além
de organizações de mulheres e feministas.O PNPM está
estruturado em 4 áreas estratégicas de atuação:

• Autonomia, igualdade no mundo do trabalho e cidadania;


• Educação inclusiva e não sexista; saúde das mulheres,
• Direitos sexuais e direitos reprodutivos;
• Enfrentamento à violência contra as mulheres

II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres


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Clique na imagem e acesse a versão compacta do II Plano


Nacional de Políticas para as Mulheres O PNPM II lançado em
2008 deu-se como resultado da II Conferência Nacional de
Políticas para as Mulheres, realizada em 2007. Da conferência
Nacional Participaram 18 órgãos da administração pública
federal e representantes de mecanismos governamentais
estaduais e municipais de políticas para as mulheres e do
Conselho Nacional dos Direitos da Mulher. Este plano é
mais sofisticado que o primeiro já que considera resultados
e aprofundamento de implementação de políticas Públicas
paras as Mulheres contando com 94 metas, 56 prioridades
e 388 ações distribuídas em 11 grandes áreas de atuação.

Último Plano Nacional de Políticas para as Mulheres


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E no
NOBrasil?
BRASIL?

DADOS
Para refletirmos sobre a igualdade de gênero no gráficos que além da comparação de gênero,
Brasil selecionamos alguns dados estatísticos comparam também raça ou cor e população
de gênero. A principal fonte de dados foi o urbana e rural. Esses gráficos mostram a
Relatório Anual Socioeconômico da Mulher complexidade da questão de gênero as
2014 (RASEAM) diferenças materiais entre as mulheres. Essa
questão é fundamental para pensarmos a
Também utilizamos dados do CEPAL e do SNIG, igualdade de gênero, já que os números que
Sistema de informações de gênero do IBGE. abarcam mulheres de maneira geral podem
diluir desigualdades profundas.
Muitos dos dados selecionados mostram que
as constatações diárias que realizamos ao
observarmos a sociedade em suas relações
de gênero, são numericamente comprovadas
através de pesquisas. Esse tipo de informação é Quer
importante para dimensionarmos a desigualdade entender
entre homens e mulheres e somam argumentos melhor o
que são
na luta por ampliação de direitos das mulheres.
dados
estatísticos
Alguns desses dados apresentam a comparação de gênero?
entre homens e mulheres. De qualquer maneira, Veja o
gostaríamos de chamar atenção para os vídeo.

O dados do nosso boletim estão organizados do nas seguintes dimensões:

• Participação e Representação política


• Trabalho e Renda
• Educação
• Saúde e Enfrentamento à Violência de Gênero

1. Estrutura Demográfica

Estrutura Demográfica
Indicadores Mulheres Homens Ano Fonte Tabela

Distrubuição percentual da população residente 51,3 48,7 2012 PNAD 2,1

Esperança de vida ao nascer (em anos) 78,2 70,9 2012 PNAD 2,3

Taxa de Fecundidade total (filhas/os por mulher Projeção da população


1,7 - 2014 do Brasil para o período 2,4
em idade reprodutiva) 2000-2060 / IBGE

Proporção percentual de mulheres de 15 a 19 anis


10,4 - 2012 PNAD 2,7
de idade com filhas/osnascidas/osvivas/os

Distribuição percentual da chefia familia 38,1 61,9 2012 PNAD 2,11 e 2,12
Proporção percentual e mulheres / homens
42,7 3,5 2012 PNAD 2,11 e 2,12
chefes de familia sem cônjurge com filhas/os
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E no Brasil?
Trabalho e Renda

2. Autonomia econômica e igualdade no mundo do trabalho


Indicadores Mulheres Homens Ano Fonte Tabela
Taxa de desocupação das pessoas de 16 a 59 anos de
64,2 86,2 2012 PNAD 3,1
idade

Taxa de descocupação das pessoas de 16 a 59 anos de


8,4 4,7 2012 PNAD 3,3
idade

Proporção percentual de pessoas de 16 anos de idade ou


55,8 57,7 2012 PNAD 3,6
masi ocupados em trabalhos formais

Proporção percentual de pessoas de 16 anos de idade ou


mais ocupadas como trabalhandoras/es domésticas/os, 14,7 0,9 2012 PNAD 3,11
com relação ao total da popoulação opcupada

Proporção percentual de pessoas de 16 anos de idade ou


mais no setor agrícola ocupafas e sem remuneração
22,1 5,8 2012 PNAD 3,12

Rendimento-hora do trabalho principal da população 3,13 e


10,2 12,2 2012 PNAD
ocupada de 16 anos de idade ou mais (em R$) 3,14
Distribuição percentual das pessoas que recebem
56,8 43,2 2012 AEPS 3,15
benefícias da Pevidência Social
Proporção percentual de mulheres de 16 anos ou mais
de idade, com todas/os as/os filhas/os de 0 a 3 anis 20,3 - 2012 PNAD 3,17
frequentando creche

Distribuição percentual de pessoas de 16 anos de idade


67,2 32,8 2012 PNAD 3,19
ou mais que realizam afarezes domésticos

Fonte: IBGE, pesquisa nacional por amortra de domicílios 2012


3. Média de horas semanais gastas em afazeres domêsticos
pelas pessoas ocupadas de 16 anos de idade ou mais (em 20,8 10,0 2012 PNAD 3,21
horas)
Proporçnao percentual de familias com pessoa de
3,27 e
referência do sexo feminino / masculinno com a renda 26,4 22,8 2012 PNAD
3,28
familiar per capita de até 1/2 salário mínimo
Distribuição percentual por sexo das/os beneficiárias do
55,9 44,1 2014 DataSocial 3,30
Programa Bolsa Familia

Distribuição percentual da população de 16 anos de idade


92,3 7,7 2012 PNAD 3,32
ou mais ocupada no trabalho doméstico

Proporção percentual da população de 16 anos de idade


ou mais ocupada no trabalho doméstico com carteira 28,4 50,2 2012 PNAD 3,33
assinada
rendimento médio em todos os trabalhos da população
de 16 anos ou mais de idade ocupada no trabalho 579,81 848,45 2012 PNAD 3,36
doméstico (em R$)
Proporção percentual da populaç~åo de 10 a 15 anos de
idade ocupada no setor agricola
29,6 49,9 2012 AEPS 3,38

Proproção percentual da populaç~åo de 10 a 15 anos de


idade ocupada no trabalho deméstico
23,7 1,3 2012 PNAD 3,38

Destacamos nessa tabela alguns dados que mostram desigualdades importantes entre homens e mulheres
no brasil:
A proporção percentual de pessoas de 16 anos ou mais no setor agrícola ocupadas e sem remuneração
é de 22% para as mulheres e 5,8% para os homens.
A distribuição percentual de pessoas de 16 anos ou mais que realizam afazeres domésticos é de 67,2%
para as mulheres e 32,8% para homens. A tabela mostra que 92,3% dos trabalhadores domésticos no
Brasil são mulheres. 28,4% das mulheres ocupadas no trabalho doméstico possuem carteira assinada,
sendo que entre os homens ocupados no trabalho doméstico 50% possuem carteira assinada.
Destacamos também que 23% das meninas de 10 a 15 estão anos ocupadas no trabalho doméstico. Entre
os meninos da mesma idade o percentual é de 1,3%
Abril e Maio de 2016

E no Brasil?

4. Distribuição percentual das pessoas de 25 anos ou mais de idade ocupadas em


cargos de direção. Por sexo e cor ou raça - Brasil - 2012

1,6%

10,8% Homens brancos

Mulheres brancas

42,6%
19,6% Homens negros

Mulheres negras

Outras/os
25,4%

Fonte: IBGE, pesquisa Nacional por Amostra de Domicilos, 2012.

5. População urbana sem ingressos próprios População rural sem ingressos próprios por
por sexo - 2003 a 2013 (em porcentagem) sexo - 2003 a 2013 (em porcentagem)
46,5
37,0

40
42,5
41,9
33,7

33,4

30
31,9

39,2
30,9

30,2

37,5
29,9

29,5

36,7

34,8
28,3

30
27,9

32,8

29,2

28,9

20
20
18,6

17,4

21,7
16,9

20,9

21,0
20,0
16,5

20,6
16,4

15,9
15,8

20,1

20,7
19,6
19,6

19,7
15,7
15,2

15,2

10
10

0 0
2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2011

2012

2013
2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2011

2012

2013

Mulheres Homens Mulheres Homens

Repare que o último gráfico que mede a população rural sem ingresso
dialoga com o dado destacado na primeira tabela que aponta o alto
percentual de mulheres ocupadas em trabalho rural que não obtém
Fonte: CEPAL
remuneração.
Abril e Maio de 2016

E no Brasil?

6. Distruibição percentual da população ocupada de 16 anos ou mais de idade no


trabalho doméstico, por posse de carteira assinada e sexo - Brasil - 2012

Mulheres 28,4 71,6

Homens 50,2 49,8

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Com Carteira Sem Carteira

Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amotra de Domicilios, 2012

7. Distruibição das mulheres 16 anos ou mais de idade ocupadas no trabalho


doméstico, por cor ou raça - Grandes Regiões - 2012

Brasil 36,1 63,4 0,5

Norte 17,2 81,7 1,1

Nordeste 20,4 79,2 0,4

Sudeste 29,7 60,0 0,3

Sul 65,1 34,3 0,6

Centro - 28,2 71,0 0,8


Oeste
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Branca Negra Outra

Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amotra de Domicilios, 2012


Abril e Maio de 2016

E no Brasil?

8. Média de horas semanais trabalhafas no trabalho pricipal e média de horas gastas em


afazeres domésticos pelas pessoas de 16 anis ou mais de idade ocupadas na semana de
referência. Por sexo, sgundo a situação do domicílio - Brasil - 2012

Total 35,1 20,8

Urbano 37,1 20,0

Rural 27,1 26,3

Total 41,8 10,0

Urbano 42,3 9,9

Rural 39,2 10,1

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%

Trabalho pricipal Afazeres domêsticos

Fonte: IBGE. Pesquisa Nacional por Amotra de Domicilios, 2012

9. Proporção das famílias com mulheres responsáveis, nas famílias únicas e conviventes
principais em domicilios particulares, segundo a cor ou raça do responsável pela família,
o tipo de composição familiar, as classes de rendimento nominal mensal familiar per
capita e a presença de filho/enteado de 0 a 5 anos de idade na família. Brasil 2010

Note que além das 37,3

Fonte: IBGE Censo Demográfico 2010


Total 39,3
mulheres trabalharem 24,8
mais em afazeres
domésticos, trabalham
Cor ou raça

35,6
mais horas no total Branca 37,4
21,4
chegando a quase 38,7
60 horas semanais Preta ou parda 41,2
26,9
no meio urbano. Esse
dado é importante para
23,8
desconstruir a idea de Casal sem filho 25,3
que os homens trabalham 15,8
composição

mais. Trabalham mais 22,7


Casal com filho 23,9
horas no trabalho
Tipo de

familiar

16,4
principal, porém ao 87,4
Responsável sem
somarmos as horas gastas cônjuge com folho(s) 88,3
78,3
com o trabalho principal
e as horas gastas com
afazeres domésticos as 40,8
Até 1/2 salário
rendimento

familiar per
Classes de

46,4
mulheres trabalham mais mínimo per capita 26,0
nominal
mendal

horas.
capita

Mais de 2 salários 32,7


33,2
mínimos per capita 17,1 Total

30,3 Urbano
Presença de filho/enteado
32,2
de 0 a 5 anos de idade 20,8 Rural
Abril e Maio de 2016

E no Brasil?

10.

Observe como as mulheres são maioria em profissões da área de Educação, Saúde


e Bem Estar Social. Destaca-se a importancia social dessas profissões no contexto
brasileiro com conta com educação e saúde universais.

11.
Abril e Maio de 2016

E no Brasil?

12. Distribuição percentual das famílias com pessoa de referência do sexo feminino
por tipo de família - Brasil - 2012

7,3% Unipessoal

17,5%
Casal sem filha/os

9,4% Casal com filhas/os

42,7%
Mulheres sem conjuge com filhas/os

22,9% Outros

Fonte: IBGE, pesquisa Nacional por Amostra de Domicilos, 2012.

13. Distribuição percentual da população ocupada com 25 anos ou mais de idade,


por níval de intrução, segundo o sexo e entre as mulheres - Brasil - 2010

14,8% 11,5% 11,2%


19,2%
26%

27,1%
28,8% 30,4%
31%
Fonte: IBGE Censo Demográfico 2010

31,6%
16%
15,5% 16%
10%
14,2%

40,9% 45,5% 34,8% 28,2% 42,5%

Total Homens Mulheres Mulheres Mulheres


brancas pretas ou
pardas

Superíor completo Fundamental completo e médio incompleto

Médio completo e superior incompleto Sem intrução e fundamental incompleto


Abril e Maio de 2016

E no Brasil?

Para pensar a autonomia econômica da mulher leia:


Severinas, as novas mulheres do sertão, por Eliza Capai, para A Pública.

“Titulares do Bolsa Família, as sertanejas estão começando a transformar seus


papéis na família e na sociedade do interior do Piauí e se libertando da servidão ao
homem, milenar como a miséria”

Fonte: A Pública

14. Participação e Representação Política

Mulheres em espaços de poder e decisão


Indicadores Mulheres Homens Ano Fonte Tabela
Distrubuição percentual de eleitoras/es
52,1 47,9 2014 TSE 7,1
Fonte: RASEAM 2014
incritas/os
Distrubuição percentualde deputadas/os Câmara dos
8,8 91,2 2014 7,2
federais em exercício Deputados
Distrubuição percentual de senadores/es em
12,3 87,7 2014 Senado Federal 7,2
exercício

Mulheres em espaços de poder e decisão


Indicadores Mulheres Homens Ano Fonte Tabela

Distrubuição percentual de gorvernadoras/es


Governadores
7,4 92,6 2014 estaduais e do 7,2
estaduais e do Distrito Federal em exercício
Distrito Federal
Distrubuição percentual de servidoras/es Ministério do
43,0 57,0 2014 7,4
ocupantes de DAS Planejamento

Distrubuição percentual de Ministras/os dos


18,7 81,3 2014 TSE 7,16
Tribunais Superiores

Distrubuição percentual de pessoas em cargos


28,9 71,1 2014 Centrais Sindicais 7,19
de direção das centrais sindicais

Distrubuição percentual de pessoas de 25 anos


36,8 63,2 2012 PNAD 7,22
ou mais de idade ocupadas em cargos de direção
Abril e Maio de 2016

E no Brasil?

15. Composição da Câmara por cor da pele e sexo

71%
15%

3,5%

8,3% Homens Brancos

1,6%
Homens Pardos

Homens Pretos

0,6% Mulheres Brancas

Mulheres Pardas

Mulheres Pretas
Fonte: Agência Patrícia Galvão, 2014

Leia na íntegra: Câmara dos Deputados: 71% de representação de homens


brancos e baixa representação de mulheres negras

Veja também:

• Quem são as Mulheres negras na Política?


Publicado no portal Geledés

• 13 mulheres negras brasileiras de destaque na política,


publicado por portal Geledés

• Você Conhece a história da primeira deputada negra do Brasil?


Para pensarmos a participação das mulheres negras na elaboração de
políticas públicas: “A Fogueira está armada para nós”, por Adrea Dip e Anna
Beatriz Anjos para A Pública via CEERT.
Abril e Maio de 2016

E no Brasil?
16. Mulher na Política
Participado feminino nas assembleias diminiu na maior parte do país
17 Assembleias
terão menos 4 Mantiveram
número de 5 Terão mais
representantes
12 12 2010 2014 mulheres deputadas femininas

10 10
9 9
8 8 8 8
7 7 7 7
6 6 6
5 5 5 5 5 5 5
4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
3 3 3 3 3 3 3
2 2 2 2 2 2 2 2
1 1

RS SC PR ES BA RJ SP MG MT MS GO PI DF PB PE CE RN MA AL SE RO AC AM RR PA AP TO

Presença feminia nas assembleias

33,3 20,8 16,7 16,7 15,2 14,3 13,3 13,3 12,8 12,7 12,5 12,5 12,5 12,5

AP DF SE AC CE MA ES PI RJ RS MS PA RO TO
8 de 24 5 de 24 4 de 24 4 de 24 7 de 46 6 de 42 4 de 30 4 de 30 9 de 70 7 de 55 3 de 24 3 de 24 3 de 24 3 de 24

11,1 10,6 10,2 10 9,7 8,3 8,3 8,3 7,4 6,5 5,5 4,2 4,2 11,4

BA SP PE SC GO PB RR RN AL MG PR MT AM TOTAL
7 de 63 10 de 94 5 de 49 4 de 40 4 de 41 3 de 36 2 de 24 2 de 24 2 de 77 7 de 55 3 de 24 3 de 24 3 de 24 119 de
1,042

Leia na íntegra: Assembleias de todo o País terão 26 mulheres a menos


Leia na íntegra: Eleições 2014: Como é a participação da mulher brasileira na política?

ÚLTIMAS ELEIÇÕES

17. 18.

19. 20.

Fonte para 18, 19 e 20: Agência Patrícia Galvão, 2014 Fonte: DataSenado, 2014
Abril e Maio de 2016

E no Brasil?

Reforma Política e Representatividade Feminina


Veja a Entrevista com a professora mestra em ciência política Raquel Boing Marinucci
que explica que “o Brasil já tem tentando, a partir de políticas de cotas, melhorar esse
quantitativo”. Ela disse que as mulheres constituem mais da metade da população brasileir

Clique na Imagem para ver a entrevista:

Educação

21.
Educação para a Igualdade e Cidadania
Indicadores Mulheres Homens Ano Fonte Tabela
Taxa de alfabetização de pessoas de 50 anos
81,0 81,9 2012 PNAD 4,1
de idade ou mais
Taxa de frequência bruta à creche das
21,2 21,1 2012 PNAD 4,4
crianças de 0 a 3 anos de idade

Taxa de frequência bruta à pré-escola das


78,4 77,9 2012 PNAD 4,4
crianças de 4 e 5 anos de idade

Taxa de frequência líquida das pessoas de 6 a


92,4 92,6 2012 PNAD 4,5
14 anos de idade

Taxa de frequência líquida das pessoas de 15


59,8 48,4 2012 PNAD 4,5
a 17 anos de idade

Taxa de frequência líquida das pessoas de 18


17,4 12,9 2012 PNAD 4,5
a 24 anos de idade

Distribuição percentual das pessoas Censo Escolar /


54,5 45,5 2012 INEP
4,14
concluintes de cursos profissionalizantes
Fonte: RASEAM 2014

Distribuição percentual das pessoas


Censo do Ensino
concluintes de cursos de graduação do 61,2 38,8 2012 Superior / INEP
4.15
ensino superior
Distribuição percentual de bolsas-ano
50,5 49,5 2012 CNPq 4,20
concedidas pelo CNPq no país
Abril e Maio de 2016

E no Brasil?

22. Taxa de alfabetização, por sexo e cor ou raça, segundo os grupos de idade - Brasil - 2012

100.0%
94,0 93,7
90.0% 88,6 88,1 89,1
87,8

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilios, 2012.


83,7 82,2 80,6 82,2
79,6 78,8
80.0%

69,4 69,4 70,8 71,1


70.0%

60.0% 57,6
55,4

50.0%

40.0%

30.0%

20.0%

10.0%

0.0%
50 a 59 anos 60 a 69 anos 70 anos 50 a 59 anos 60 a 69 anos 70 anos
ou mais ou mais
Mulheres Homens

23. Distribuição percentual por sexo das matrículas em cursos


profissionalizantes, segundo a grande área - Brasil - 2012

Desenvolvimento
educacional e social 83,4 16,6

Ambiente e Saúde 82,0 18,0

Turismo,
hospitalidade e lazer 73,0 27,0

Produção
cultural e design 67,3 32,7

Produção
66,8 33,2
Fonte: MEC/Inep/DEED Censo Ensino Superior 2012

aliementícia

Infraestrutura 40,3 59,7

Recursos
naturais 39,3 60,7
Informação e
communicação 37,7 62,3

Controle e
processos 19,4 80,6
industriais

Militar 8,8 91,2

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60%


Mulheres Homens
Abril e Maio de 2016

E no Brasil?

Saúde e Enfrentamento à Violência


24.
Educação para a Igualdade e Cidadania
Indicadores Mulheres Homens Ano Fonte Tabela
Proporção percentual de mulheres de 15 a 49 anos de
67,8 - 2006 PNDS/MS 5,1
idade que utilizam algum método anticonceptivo

Proporção percentual de nascidas/os vivas/os cujas mães


19,3 - 2012 SINASC/MS 5,2
eram menores de 19 anos de idade

Proporção percentual de nascidas/os vivas/os cujas mães


62,4 - 2012 SINASC/MS 5,3
tiveram 7 ou mais consultas de atendimento pré-natal
Proporção percentual de nescidas/os vivas/os por parto
55,7 - 2012 SINASC/MS 5,6
cesáreo
Variação relativa de nascidades/os vivas/os por parto
+46,2% - 2000-2012 SINASC/MS 5,7
cesáreo
Razão de mortalidade materna (RMM) (por 100.000
63,9 - 2011 SIM/MS 5,10
nascidas/os vivas/os)
Proporção percentual da mortalidade materna
por causas obstétricas diretas 66,0 - 2012 SIM/MS 5,11
por causes obstétricas indiretas 30,9
Pesssoas residentes em domicílios particulares
59,9 57,6 2012 PNAD/IBGE 5,16
permanentes com saneamento adequando
10
Prevalêcia de consumo absusivo de álcool (%) 10,3 27,9 2012 VIGITEL/MS 5,17
Prevalêcia (%)
11 11,0
de diabete melito 12,2 2012 VIGITEL/MS 5,22
de hipertensão arterial
12
26,9 21,3

Taxa de internação no Sistema Único de Saúde - SUS, por


30,0 73,9 2012 SIH/SUS/MS 5,24
causas externas (por 10.000 mulheres)
Taxa de incidência anual de neoplasias malignas13
especificas em mulheres (por 10.000 mulheres)

Fonte: Raseam 2014


Neoplasias malignas da pele
71,3
52,5 - 2012-2013 Inca/MS 5,25
Mama
Colo do útero 17,5
Cólon, junç~åo retossigmóide, reto e ânus 15,9
Pulmão, traquéia e brônquios 10,1
25.
Saúde integral, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos
. Indicadores Mulheres Homens Ano Fonte Tabela
Taxa padronizada de mortalidade (por 100,000
mulheres) - 2012 SIM/MS 5,28
por causas obstétricas diretas 12,9
por causes obstétricas indiretas 5,0
Programa de
Distribuição percentual dos casos novos de AIDS 36,7 63,3 2012 DST/Aids/MS
5,31

Programa de
Taxa de incidência de AIDS (por 100,000 habitantes) 14,5 26,1 2012 DST/Aids/MS
5,32

Proporção percentual de casos de AIDS por transmissão Programa de


95,0 93,1 2012 DST/Aids/MS
5,35
sexual
Taxa de mortalidade específica, por 100,000 habitantes,
4,1 7,8 2012 SIM/MS 5,36
de AIDS

Taxa padronizada de mortalidade (por 10.000


habitantes)
de doenças cerebrovasculares 46,9 48,8 5,41 e
de doenças isquêmicas do coração 41,2 58,6 2012 SIM/MS
de diabete melito 24,1 5,42
30,0
de doenças hipertensivas 22,7 20,5
de insuficiência cardíaca 15,0 14,9
Abril e Maio de 2016

E no Brasil?

Fonte: Ministério da Saúde/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Nascidos


26. Proporção de nascidas/os vivas/os cujas mães tiveram sete ou mais

Nota: Exclui os casos com informação ignorada de consultas (1,2%) e de cor ou


consultas durante o pré-natal, por cor ou raça da mãe - Brasil - 2012

80.0%
74,9
70.0% 68,3
62,4
60.0% 56,4
54,8

50.0%

40.0%

raça da mãe não declarada (7,3%)


Dados preliminares para 2012.
30.0%
24,3

Vivos (Sinasc). 2012.


20.0%

10.0%

0.0%
Indígena Parda Preta Amarela Branca Total

27. Distribuição percentual da mortalidade materna por tipo de causa


obstétrica e por tipo de causa obstétrica direta - Brasil - 2012

Fonte: Ministério da Saúde/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre


3,2% Causes Obstétricas Indiretas
4,4%
Causas Obstétricas Não Especificadas
12,1%
Causas Obstétricas Diretas:

20,6% Aborto

Nota: Dados preliminares para 2012


30,9%
66,0% Hemorragia

Mortalidade (SIM). 2012.


7,0%
Hipertensão

Infecção puerperal
21,9%
Outras causas obstétricas diretas
Fonte: Ministério da Saúde/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre

28. Distribuição percentual da 1,4%


mortalidade materna por cor 0,2%
ou raça - Brasil - 2012

Negra

62,8%
Nota: Dados preliminares para 2012

35,6% Branca

Indígena
Mortalidade (SIM). 2012.

Amarela
Abril e Maio de 2016

E no Brasil?

óbitos com causa mas definida estão distribuidos linearmente pelos demias grupos de
calculada sobre o total de óbitos com causas definidas; com isto, considera-se que os
Fonte: Ministério da Saúde/SVS/CGIAE - Sistema de Informações sobre Mortalidade -

Nota: A mortalidade proporcional (percentual de óbitos indormados ao SIM) está


29. Martalidade, distribuição percentual, por sexo, segundo grupo de causas - Brasil, 2011
Distribuição (%)
Grupo de Causas
Total Mulheres Homens

Doenças infecciosas e parasitárias 4,5 4,4 4,6

causas. Estão suprimidos os óbitos sem definição de sexo.


Neoplasias 16,9 18,2 15,9

Doenças do aparelho circulatório 30,7 34,0 28,2

Doenças do aparelho respiratório 11,6 12,8 10,7

Afecções originadas no período perinatal 2,1 2,1 2,1

SIM. Brasília - DF 2011


Causas esternas 13,3 5,5 19,3

Demais causas definidas 20,8 22,9 19,9

30. Óbitos maternos segundo raça cor e causas de mortalidade - Brasil, 2012

5%
1%
0%

Parda

Branca

49% 34%
Preta

Ignorado
DCV-GPP, doenças cardiovasculares complicando a gestação, parto e puerpério

Indígena
11%
Amarela

Branca Preta Amarela Parda Indígena Ignorado


Hipertensão 17,4 22,7 0 20,9 13 18,3
Hemorragia 11,4 8,7 33,3 11,9 17,4 12,7
Infecção puerperal 6,9 7 33,3 7,1 13 7
Aborto 2,8 8,1 0 4,7 4,3 2,8
*2013: Dados preliminares

DCV - GPP 8,8 5,2 0 6,2 0 11,3


Fonte: CGAJE/SVS/MS

Outras Causas 52,7 48,3 33,4 49,2 52,3 47,9


Outras Causas 52,7 48,3 33,4 49,2 52,3 47,9
Total Obitos
534 172 3 780 23 71
Maternos (n)
Abril e Maio de 2016

E no Brasil?

Enfrentamento da Violência

31.
Enfrentamento de Todas as Formas de Violência contra as Mulheres
Indicadores Mulheres Homens Ano Fonte Tabela
Proporção percentual de relatos de violência física Ligue 180/
54,2 - 2013 6,1
contra a mulher SPM
Proporção percentual de relatos de violência contra
Ligue 180/
a mulher praticada por companheiro/a ou ex- 81,8 - 2013 6,7
companheiro/a SPM

Proporção percentual de mulheres em situação de Ligue 180/


82,4 - 2013 6,10
violência com filhas/os SPM
Proporção percentual de filhas/os de mulheres em
Ligue 180/
situação de violência que presenciam ou sofrem 83,1 - 2013 6,12
violência SPM

Distribuição percentual de registros de violências


65,8 - 2000-2012 SINASC/MS 6,13
deméstica, sexual e/ou outras violências

Distribuição percentual de registros de violências


doméstica, sexual e/ou outras violências, cujo agressor 82,0 18,0 2012 SINASC/MS 6,14
era do sexo masculino
Distribuição percentual de registros de violências
doméstica, sexual e/ou outras violênciasem que se 82,9 17,1 2012 SINASC/MS 6,15
suspeita o uso de álcool pelo/a agressor/a

As estimativas do INCA são feitas cada 2 anos, em função da estabilidade da ocorrência, com pouca variação anual; portanto, a taxa de incidência calculada é
anual e os valores apresentados na tabela são válidos para o ano de 2012 e para o ano de 2013. A taxa apresentada para neoplasias malignas da pele exclui a taxa
de incindência de melanoma maligno da pele.

4]\bS(@/A3/; "

32.

Enfrentamento de Todas as Formas de Violência contra as Mulheres


Indicadores Mulheres Homens Ano Fonte Tabela
Proporção percentual dos casos de violência de
Viva
repetição de violências doméstica, sexual e outras 40,8 - 2012 6,20
violências contra mulheres adultas. de 20 a 59 de idade Contínuo/MS

Proporção percentual de agressão física nos casos de Viva


79,2 20,8 2012 6,22
violências doméstica, sexual e/ou outras violências Contínuo/MS

Taxa padronizada de mortalidade por homicídio (por


4,6 51,0 2012 SIM/MS 6,26
100,000 habitantes)

Proporção percentual de escolares frequentando o 9º


ano do ensino fundamental que, nos 30 dias anteriores
11,5 9,6 2012 PeNSE/IBGE 6,33
à pesquisa, foram agredidas/os fisicamente por uma
pessoa adulta da família

Taxa de ocupação de mulheres no sistema penitenciário


1,3 - 2013 InfoPen/MJ 6,5
brasileiro

Proporção percentual da população carcerária que


33,7 40,5 2013 InfoPen/MJ 6,40
cometeu/tentou crimes contra a pessoa

Fonte: RASEAM 2014


Abril e Maio de 2016

E no Brasil?
33.
Serviços exclusivos de atendimento às mulheres em situação de violência
Indicadores Total Ano Fonte Tabela

Número de Delgacias Especializadas no Atendimento à Mulher 421 ESTADIC/


2013 6,42
BGE
Número de Núcleos especualizados em delegacias comuns 110
Número de Núcleos Especualizados da Mulher em Defesorias
53
Públicas ESTADIC/
2013 6,43
Número de Juizados ou varas especiais de violência doméstica e BGE
85
familiar contra a mulher

Número de Serviços de saúde especializados para o atendimento dos


128
casos de violência contra a mulher ESTADIC/
2013 6,44
BGE
Número de Institutos Médico-Legal 288
Número de Centros Especualizados de Atendimento à Mulher em
172 ESTADIC/
Situação de Violência-CEAM 2013 6,45
BGE
Número de Casas-Abrigo 22

0,9%
1,7% 0,5%

Fonte: Central de Antendimento à Mulher - Ligue 180, 2013.


34. Distribuição percentual dos
1,9%
relatos de violência contra
a mulher, segundo o tipo de Violência física
violência - 2013 10,4%
Violência psicológica

Violência moral

Violência patrimonial
54,2%
30,3% Violência sexual

Cárcere privado

Tráfico de pessoas

35. Distribuição percentual dos


1,1%
relatos de violência contra a 0,4% 2,9%
mulher, segundo a relação do
agressor com a vítima - 2013
10,2% Companheiro

Ex-companheiro
13,7%
Famíliares

62,8% Pessoa do convívo interpessoal


19,0%
Pessoa do convívo de trabalho

Fonte: Central de Antendimento à Mulher - Ligue 180, 2013. Pessoas desconhecidas


Obsevação: Na categoria “companheira/o” estão agregados as
demais categorias de relacionamento afetivo, como cônjuge,
namorada/o e amante. Da mesma forma, na categoria “ex- Outros
companheira/o” foram agregados ex-conjuges, ex-namoradas/os
e ex-amantes. Na categoria “famíliares” estão incluidas/os filhas/
os, irmã/o, parentes, pai, mãe, cunhada/o, padastro, madastra
e sogra/o. “Pessoas de convivo interpessoal” referem-se a
amiga/o, vizinha/o e conhecida/o. Já a categoria “pessoas de
convivio de trabalho” inclui chefa/e e colega de trabalho.
Abril e Maio de 2016

Opinião FFC

Para concluir essa edição do boletim, gostaríamos Ainda tendo em vista a concentração de poder no
de apresentar alguns pontos de destaque discutidos gênero masculino, gostaríamos de destacar também
pela nossa equipe sobre o contexto de revindicações a importância da ideia de equidade. Como vimos
das mulheres e atenção jurídica dedicada à elas. o conceito de equidade reconhece equilíbrio entre
entes, considerando as especificidades de cada
um. Nesse sentido é importante notar que tanto
a garantia e quanto a ampliação do acesso das
Igualdade de Gênero e mulheres a oportunidades devem ser modelados
Equidade de Gênero levando-se em conta as necessidades comuns aos
homens e específicas do gênero femenino. Por
Entendemos que o uso do conceito de Igualdade exemplo, além de salário igual, distribuição das
de Gênero, necessita atenção já que vem sendo tarefas domésticas para equilibrar horas diárias
amplamente utilizado para comparar a experiência trabalhadas, as mulheres necessitam garantias de
e as oportunidades de homens e mulheres como poder deixar os filhos em local seguro e responsável
também no âmbito de revindicação por direitos e enquanto trabalham. Necessitam também um
garantias para mulheres. regime laboral que atenda às incumbências da
maternidade que lhe recaem, como por exemplo,
Como vimos nesta edição, a ideia de igualdade amamentar. A mesma garantia deve existir para
muitas vezes está associada ao viés econômico e a permanência estudantil de mulheres mães. Em
ao acesso das mulheres a equipamentos e políticas relação à saúde, mulheres necessitam atendimento
públicas. Gostaríamos de registrar que mesmo que e recursos diferentes dos homens, e principalmente
as dimensões (economia, participação política, de políticas que promovam a historicamente tutelada
saúde e educação) apresentadas pelo Índice Globa autonomia sobre seus corpos. Quanto a participação
de Igualdade de Gênero são, sem dúvida nenhuma, política é necessário que além de garantir através
relevantes para a melhoria na qualidade de vida de políticas afirmativas a participação das mulheres,
das mulheres ao redor do mundo. Em que pese a que todo tipo de discriminação ou intimidação
promoção do acesso às dimensões citadas pelos contra as parlamentares seja repudiado, semeando
índices promovam o equilíbrio de poderes entre o equilíbrio de poderes em âmbito institucional.
homens e mulheres, é necessário atentar para A mesma relação deve-se estabelecer em âmbito
outros aspectos culturais extremamente arraigados privado e no mercado de trabalho.
em nossa sociedade que impedem não apenas o
acesso de mulheres aos equipamentos públicos e É por considerar as diferenças de cada parte
o exercício de seus direitos, mas também impedem envolvida nas relações sociais entre as quais se
o reconhecimento da mulher como detentora dos estabelece comparação que a equidade nos remete
mesmos direitos que os homens, além da negação também a ideia de justiça, já que prevê a distribuição
das necessidades específicas das mulheres e entre igualitária de poderes e recursos sensível às
mulheres. Nesse sentido atentamos para o fato especificidades de cada parte, promovendo o
de que as mudanças em relação ao ampliaçao e equilibrio não entre iguais, mas entre diferentes.
Nesse sentido o Observatóri@ continuará sua
exercício de direitos e acesso as mulheres às políticas
públicas, também passam pelo reconhecimento pesquisa buscando aprofundar-se nesse conceito,
social da mulher como sujeito político. pleno de bem como encontrar ações e políticas afirmativas
direitos. voltadas para as mulheres que promovam a
equidade e a redistribuição de recursos e poderes
A transformação da cultura patriarcal em um cultura sociais entre homens e mulheres.
igualitária, equilibrada, necessita a relativização
e desconstrução do poder centrado na figura
masculina pela sociedade como um todo. Essa A ideia de equidade parece ser adequada também
transformação cultural será potencializada pelo para o tratamento das questões específicas
acesso às dimensões elencadas pelo índice já que da população transgênero. Se reconhecidas as
empoderam mulheres, porém o acesso em si não especificidades desse grupo de mulheres, é possível
garante a transformação estrutural da sociedade aprofundar políticas que promovam seu acesso
machista.
Abril e Maio de 2016

Opinião FFC

ao mercado de trabalho, à saúde, educação e as mulheres, são grandes as desigualdades entre


participação política. Mesmo assim, sabemos que mulheres brancas, negras e indígenas. Também
a transfobia é uma realidade, sendo necessária a há desigualdades notórias entre as mulheres que
transformação da cultura machista transfóbica em vivem no meio urbano e rural.
direção ao reconhecimento social dessas mulheres
como detentoras de direito pleno. Este Observatóri@ Nesse sentido este Observatóri@ continuará a
também seguirá pesquisando e divulgando ações explorar e divulgar ações, políticas e revindicações
e políticas representativas para as mulheres trans, de todos esses grupos, suas necessidades
divulgando e questionando a concentração de específicas, e revindicações oriundas de uma cultura
poder e os privilégios das pessoas cisgêneros. machista e racista, historicamente construída e
praticada. Os dados mostram que para além da
desigualdade de gênero existem diversos eixos de
Dados Estatísticos de opressão que tornam as experiências vividas pelas
Gênero no Brasil mulheres negras, brancas e indígenas brasileiras
muito desiguais conforme apontam os dados sobre
Outro destaque dessa edição foi a apresentação remuneração, educação e saúde. Este Observatório
de dados estatísticos de gênero. Os dados continuará buscando apresentar a perspectiva do
apresentados mostram um contexto social desigual feminismo interseccional, tema da 3ª edição do
e complexo. No que se refere à participação das boletim, para difundir a luta das mulheres em sua
mulheres na política, os dados mostram que mesmo diversidade e para sensibilizar outras mulheres de
que as mulheres representem pouco mais da que a universalização de suas necessidades e/ou
metade do eleitorado, ainda é baixa a participação o não reconhecimento das desigualdades entre as
e permanência das mulheres âmbito parlamentar. mulheres também oprime e silencia. Reconhecer
Essa situação limita a ampliação dos direitos, privilégios e desigualdades pode fortalecer as
facilmente verificável no contexto atual, onde o análises de políticas públicas específicas para
parlamento majoritariamente composto por homens as mulheres, como também pode aprofundar a
legisla e promove políticas públicas que muitas participação democrática no desenho dessas
vezes não atendem e ameaçam as necessidades e políticas para que tenham impacto na vida de
garantias de direitos para mulheres. Esse quadro TODAS.
dramático caracteriza a tutela masculina intrínseca à
A mesma perspectiva interseccional pode ser
institucionalidade estatal e democrática deflagrando
a violência de gênero estrutural, na filosofia do aplicada na instrumentação jurídica e no amparo
direito conceituada como androcentrismo No que legal dado às mulheres. Os dados apresentados, à
luz das garantias e direitos constitucionais e legais
se refere ao trabalho e a economia, são verificáveis
diferenças salariais entre homens e mulheres, além desafiam a prática advocatícia a atuar junto às
da discrepância entre horas semanais trabalhadas. mulheres reconhecendo-as em suas particularidades
Os dados mostram a necessidade de políticas que de gênero, raça, classe social, sexualidade e
equiparem a remuneração, bem como, ações que identidade, oferecendo assim, atenção às mulheres
contribuam para o reconhecimento do trabalho em sua integralidade, com a oportunidade de
doméstico como trabalho inerente à vida humana, fruição plena de seus direitos e contribuindo através
não como tarefa natural das mulheres. da elaboração de teses modeladas caso a caso para
a difusão de estratégias jurídicas baseadas nos
Mas além das disparidades entre homens e mulheres princípios da equidade de gênero.
os dados apresentados mostram que dentro da
“categoria mulher”, existem fortes disparidades em
todas as dimensões, reforçando o entendimento de
que além da opressão de gênero sofrida por todas

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