Você está na página 1de 38

Internet e Liberdade de Opinião

Docente: Paulo Peixoto

Trabalho realizado por:

Jorge Camoesas nº 2010146063

Coimbra – 2010
Internet e Liberdade de Opinião
                    

Trabalho de Avaliação Contínua Realizado no Âmbito da Unidade de Fontes


de Informação Sociológca

Imagem da Capa: caelis.blog.br

http://www.caelis.blog.br/tag/internet/

Jorge Camoesas

Coimbra – 2010
Índice

1. Introdução ---------------------------------------------------------------------- 1

2. Estado das Artes ------------------------------------------------------------- 2

2.1 Internet ---------------------------------------------------------------- 2

2.2 Liberdade de Opinião --------------------------------------------- 7

2.3 Vantagens ou Desvantagens, no Exercício da


Liberdade de Opinião, na Internet ---------------------------------- 12

3. Descrição Detalhada da Pesquisa -------------------------------------- 17

4. Avaliação da Página da Internet ----------------------------------------- 18

5. Ficha de Leitura -------------------------------------------------------------- 20

6. Conclusão ---------------------------------------------------------------------- 23

7. Referências Bibliográficas ------------------------------------------------- 24

Anexo I

Página da Internet Avaliada

Anexo II

Texto de Suporte da Ficha de Leitura


Fontes de Informação Sociológica

1. Introdução

Dentro dos 4 temas propostos para avaliação contínua na disciplina de


Fontes de Informação Sociológica decidi escolher o tema “Internet e Liberdade
de Opinião”.

Escolhi este tema porque foi aquele que me suscitou mais interesse dentre
todos os outros. Este tema é relativamente actual e a relação entre os dois
subtemas do tema geral dão azo ao mais variado número de perguntas.

Decidi então delimitar uma estratégia de pesquisa. Para tal, fragmentei o


tema geral em 3 subtemas, que me pareceram ser os mais pertinentes. A
primeira fragmentação resumiu-se à definição da internet. Na segunda defini o
que é a liberdade de opinião, de que trata. No terceiro segmento, já sabendo
pormenorizadamente cada um dos assuntos implícitos no tema geral,
relacionei-os, dando a perceber quais as vantagens e desvantagens da internet
para a liberdade de opinião.

Numa parte já mais avançada do trabalho, tendo concluído a sistematização


dos conteúdos do assunto em questão, analisei uma página da internet que
anda nas bocas do mundo e concluí com a produção duma ficha de leitura
sobre o excerto de um capítulo, excerto esse que continha as ideias mais
relevantes para o trabalho. Este trabalho dirige se a pessoas que tenham uma
certa instrução e ou capacidade de análise, pois é necessário um certo
raciocínio. Quem ler este trabalho tem de ser em parte curioso e ter a
capacidade de pôr questões.

1
Fontes de Informação Sociológica

2.1 Internet

A invenção da Internet, constituiu uma revolução tecnológica tão grande na


comunicação humana, que só outra se lhe compara em toda a história (nesta
mesma área), a impressora tipográfica de Gutenberg. (Platt, 2006) Antes de
Gutenberg, as boas bibliotecas, salvo casos muito excepcionais, não possuíam
mais de 20 livros! Depois dele as bibliotecas passaram a possuir números
incontáveis de livros.

Mas afinal o que é a internet?

“Internet” significa literalmente “entre redes”. (Infopédia, 2003a) Esta


denominação nasce da expressão inglesa “Interaction (interconnection)
between computer networks”. E é por este nome que se designa hoje a rede
mundial de computadores, pública e privada, espalhada por todo o mundo.
Esta rede de comunicação, de origem norte-americana, possibilita aos seus
utilizadores (um público ilimitado) a troca de mensagens, bem como aceder a
uma grande quantidade de informação.

Essa vasta rede de computadores interconectados usa como suporte toda


uma infraestrutura de telecomunicações: linhas telefónicas, satélites e outros
sistemas, abrangendo sub-redes institucionais (que gerem o acesso nacional e
regional) e públicas (que facultam o acesso aos utilizadores).

Na Internet cada computador tem associado um número que o distingue


individualmente. Parece algo similar à atribuição do número de telefone a cada
habitação (ao ligar certo número de telefone fixo, sabemos a que casa vai ter a
chamada). Nos computadores denomina-se esta identificação por “endereço
IP”. Este endereço é constituído por 32 bits, o que permite 4 294 967 296
combinações de endereços diferentes. Mas, visto que somos 6 biliões de
pessoas a habitar na Terra, estão em processo, hoje, novas definições

2
Fontes de Informação Sociológica

internacionais, com o objectivo de aumentar os endereços, permitindo que


todos os habitantes da Terra adquiram o seu computador.

A antecedente da Internet, chamava-se Arpanet e esta resultou de decisões


governamentais dos EUA, em plena Guerra Fria, sob a ameaça de um
holocausto nuclear, nos anos sessenta. (Platt, 2006) O seu objectivo era o de
ligar vários computadores espalhados pelo país, numa tentativa de estar
preparado para o negro futuro que se previa. O Departamento de Defesa
Americano e a ARPA (Agência de Desenvolvimento de Projectos Avançados)
criaram então uma rede de computadores, para transmitir informações
impossíveis de serem sabotadas. (Leonardi, 2002) Ainda em 1969, os EUA
lançaram o programa chamado “Grande Sociedade” em que um dos projectos
era a interligação de municípios por linhas telefónicas.

Com o desenrolar dos anos, esse medo de uma nova guerra mundial foi-se
dissipando e, em 1982, a Arpanet foi substituída pela Internet. Mas o seu uso
limitava-se ainda a instituições militares e académicas.

A partir do início dos anos noventa, a Internet vulgarizou-se entre o cidadão


comum e, em 1991, ao ser suspensa pela NSF (National Science Fondation) a
proibição à comercialização da rede, a internet veio “abrir as portas” ao
comércio.

Hoje, quer pelo elevado número de utilizadores, quer pela imensidão de


informação, ela está vulgarizada como ferramenta de trabalho e de negócios.
Para participar na Internet é necessário ter um computador, um “software”
(programas adequados) e uma ligação telefónica de acesso. A comunicação
estabelece-se entre computadores por meio de um protocolo que coordena e
envia mensagens de dados (Protocolo TCP/IP = Transmission Control
Protocol/Internet Protocol). Este protocolo utiliza a tecnologia de comutação de
pacotes. Esta tecnologia pode ilustrar-se com três computadores: O
computador “A” está ligado a “B” e o computador “B” a “C”. E o “C” está ligado
a “A”. Nenhum dos caminhos é prioritário. A mensagem pode seguir A-B-C mas
caso esse caminho tenha um bloqueio, ela será enviada A-C. Cada mensagem

3
Fontes de Informação Sociológica

é dividida em vários pacotes que são enviados para o destino (endereço IP)
pelas rotas possíveis. (Efagundes.com, 1996) No destino juntam-se os pacotes
de novo e é quase impossível uma nota não chegar ao seu destino, porque ela
irá procurar todos os caminhos possíveis para o fazer e porque presentemente
existem milhares de rotas na Internet.

O serviço mais utilizado no presente na Internet é o World Wide Web


(WWW, Web; W3). O arquitecto original da Web, foi Tim Berners-Lee em
colaboração com o CERN (Conseil Européen por la Recherche Nucléaire). O
WWW compõe-se de utilitários que possibilitam o acesso, a procura, o
ordenamento e a apresentação de informação. Por exemplo o “browser” é um
programa de computador que faz uma dupla ligação ou “interface”, o que
permite mostrar texto, imagens, gráficos, etc. O texto e imagem podem por elas
mesmo ter também ligações para outras fontes de informação. Essas ligações
chamam-se “Hiperlinks” (hiperligações). Ao ser activada uma dessas ligações,
a informação chega pela rede e é manipulada pelo browser. (Infopédia, 2003a)

A Internet é usada principalmente e especificamente para:

“E-mail”: correio electrónico. Envio de mensagens escritas entre os


utilizadores da rede e comparável ao correio de cartas. Apesar de ser uma
função similar ao convencional correio, a mensagem chega ao destino num
tempo muito mais curto (minutos habitualmente). O e-mail está também já a
usar a voz, o vídeo, os gráficos, etc.

“Newgroups”: grupos de discussão por temas. Troca de mensagens escritas


entre utilitários com os mesmos interesses.

“Telnet”, “rlogin”: acesso remoto a um computador central, permitindo o


trabalho em rede de qualquer terminal de onde se acede.

“WWW” (“gopher” ou “ftp”): Captura de informação espalhada na rede.

4
Fontes de Informação Sociológica

“IRC” (“Chat”): conjunto de canais que permitem o mesmo que o


“newgroups”, só que os utilizadores comunicam interactivamente em tempo
real com pessoas de qualquer ponto do mundo, precisando apenas para isso
de possuir 1 programa que aceda a um servidor de “IRC”. Em Portugal a rede
que faz isso é a ptnet. Cada canal (sala) tem um tópico de interesse e o
utilizador escolhe o que a si interessa “falar”. As conversas podem ser públicas
ou privadas e o utilizador usa uma alcunha (“nickname”) como apresentação de
si mesmo. Existem regras de etiqueta. Escrever em maiúsculas significa gritar
e deve ser evitado. (Infopédia, 2003b)

Não obstante esta aparente trama técnica, socialmente, a Internet enfrenta


um fenómeno de massificação.

Actualmente, as pessoas dependem bastante da Internet, quer para se


comunicarem quer para actividades do dia-a-dia como, efectuar pagamentos,
negócios, consultar horários, pesquisar lugares, “telefonar” para a família, etc.
(Dodd, 1997)

Com tantas facilidades de acessos e contactos e com tanta possibilidade de


realização, é fácil entender porque é usada e procurada a Internet. Mas além
de um meio de comunicação e de negócio, ela é um meio de divertimento e
transmissão de informação. Informação que não é controlada por uma só fonte
poderosa, mas que resulta do contributo de todos nós como fontes. E isso é
poderoso!

De forma democrática, existe a livre expressão de ideias, opiniões e


ideologias. É possível criar conteúdos independentes e subjectivos.

Mas esta nossa dependência da Internet é tão benéfica, quanto maléfica.


Para estarem actualizadas, tirarem proveito dela, estarem numa boa posição
no seu trabalho, na escola, na sua vida, as pessoas têm cada vez menos
tempo para aprender sobre cada nova tecnologia. É o preço do benefício real,
do sucesso por meio da tecnologia. Os novos produtos são lançados cada vez
mais rapidamente, gerando uma vastíssima gama de produtos que vão sendo

5
Fontes de Informação Sociológica

sucessivamente adicionados na facilitação da comunicação. A comunicação é


agora vivida como um poder que se eleva acima das pessoas. Um poder que
suga o tempo às pessoas e que de algum modo se autovaloriza em si mesma,
num círculo vicioso. Já não se discute e se fala ao vivo, em cafés, na rua ou
nas praças públicas. Não se tem tempo. Fala-se, escreve-se para um
computador. Diz-se o que se pensa e é-se escutado pelo mundo inteiro e em
muito pouco tempo. Veja-se o caso mediático do “Wikileaks”.

Emissoras de rádio e televisão implicavam e implicam poder económico e


político para a sua criação. Há que estabelecer o alcance, a frequência,
necessita-se equipamento como torres e satélites e é preciso uma concessão
do governo. Na Internet, qualquer pessoa de poucas posses pode “montar” a
sua emissora, sem concessão governamental e com um alcance mundial (o
poder de aceder, de comunicar ao mundo).

Por um lado as redes sociais, como o “Facebook” e o “Twitter” e sites como


a “wikipédia” têm abrangido imensas pessoas e ajudado em múltiplas
situações, como é o exemplo da eleição do presidente Barack Obama nos
EUA. (Brpress, 2010) O activismo “on-line” (na rede) pode influenciar e mudar
políticas. Quando houve o derrame do crude no Golfo do México, foi a vez de
forças governamentais pedirem aos cidadãos ideias nas redes sociais para
resolver o problema. (Super interssante, s.d) Do outro lado são os arquitectos
dessas redes, os construtores dessas plataformas de comunicação que de
algum modo estabelecem também eles regras de sociedade. (Brpress, 2010)

Para se ter legalmente um cão precisa-se licença, mas para se falar ao


mundo inteiro basta que nos sentemos num “cibercafé”. Quando cada um de
nós coloca o que lhe vem à ideia numa página da Internet pensa no resultado
dessa acção? Exercemos o livre direito da expressão de ideias, opiniões e
ideologias, mas será só isso mesmo que fazemos?

6
Fontes de Informação Sociológica

2.2 Liberdade de Opinião

O que é a liberdade de opinião? A liberdade de opinião faz parte da


liberdade de expressão e este é um tema difícil de definir e como tal, é
largamente discutido a nível internacional. Que limites se impõem às
comunicações e que ética, são temas de discussão, de análise e de estudo. É
consensual que as normas contidas na legislação vigente são o pano de fundo
no qual se desenrolam as limitações da comunicação. Uma sociedade justa,
onde o homem se realize, tem de garantir o direito à liberdade de expressão e
opinião. Liberdade que se acha consagrada entre as liberdades fundamentais
do ser humano. Isso mesmo é o que vemos nas declarações
internacionalmente constituídas.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos proclamada em 1948, refere-


se à liberdade de expressão relacionando-a com opiniões, pensamentos,
informações. O que implica não só emitir como receber, pois que o acesso à
opinião, pensamento e informações de outros, não pode estar vedado.

Lê-se no artigo 19 “Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de


expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e
o de procurar receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e
ideias por qualquer meio de expressão.” (Dhnet, 1995)

Em Portugal, a Declaração Universal dos Direitos do Homem é adoptada em


1978 e publicada no Diário da República que a ela se refere em termos de
enaltecimento no preâmbulo da sua publicação, “considerando (…) que o
advento de um mundo em que os seres humanos sejam livres de falar e de
crer, libertos do terror e da miséria, foi proclamada como a mais alta
inspirações dos homens.”

7
Fontes de Informação Sociológica

Na VII Revisão Constitucional, da Constituição da Republica Portuguesa, em


2005, reafirma-se a liberdade de expressão e informação “Todos têm o direito
de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento pela palavra, pela imagem
ou por qualquer outro meio, bem como o direito de informar, de se informar e
de ser informados, sem impedimentos nem discriminações.” (AR - Assembleia
da República, 2008)

No campo internacional surgiram após a Declaração Universal dos Direitos


Humanos, outras declarações:

A Declaração americana dos Direitos e Deveres do Homem, datada de


1948, refere em três artigos (na ordem seguinte) respectivamente o direito á
liberdade de expressão e opinião, o respeito pela correspondência individual e
vai mais além e estabelece o limite desses direitos: “(Artigo IV) Toda pessoa
tem o direito à liberdade de investigação, de opinião e de expressão e difusão
do pensamento, por qualquer meio.(…) (Artigo X) Toda pessoa tem direito à
inviolabilidade e a circulação da sua correspondência. (…)(Artigo XXVIII) Os
direitos do homem estão limitados pelos direitos do próximo, pela segurança de
todos e pelas justas exigências do bem-estar geral e do desenvolvimento
democrático.” (Dhnet,1995)

A Convenção sobre a Protecção dos Direitos humanos e das Liberdades


Fundamentais ou Convenção Europeia dos direitos do Homem, celebrada em
Roma em 1950 (e aprovada em Portugal em 1978) no seu Artigo 10º afirma
“(1)Qualquer pessoa tem direito à liberdade de expressão. Este direito à
liberdade compreende a liberdade de opinião e a liberdade de receber ou
transmitir informações ou ideais sem que possa haver ingerência de quaisquer
autoridades públicas e sem considerações de fronteiras. O presente artigo não
impede que os Estados submetam as empresas de radiodifusão, de
cinematografia ou de televisão a um regime de autorização prévia. (2) O
exercício dessas responsabilidades portanto implica deveres e
responsabilidades, pode ser submetido a certas formalidades, condições,

8
Fontes de Informação Sociológica

restrições ou sanções previstas pela lei, que constituam providências


necessárias, numa sociedade democrática, para a segurança nacional, a
integridade territorial ou a segurança pública, a defesa da ordem e a prevenção
do crime, a protecção da saúde ou da moral, a protecção da honra ou dos
direitos de outrem, para impedir a divulgação de informações confidenciais, ou
para garantir a autoridade e a imparcialidade do poder judicial.” (Cuidar
Criança, 2010) Aqui se alude a que a liberdade de opinião não pode ter
fronteiras mas tem responsabilidades e deveres.

O Pacto de San José da Costa Rica ou Convenção Americana de Direitos


Humanos assinada em 1969, reafirma o propósito de consolidar a liberdade
pessoal e a justiça social, fundada no respeito dos direitos essenciais do
homem. Esta declaração trata-se de um tratado internacional entre os países
membros da organização dos Estados Americanos e foi fruto da Conferência
Especializada Interamericana de Direitos Humanos, que decorreu na cidade de
San José da Costa Rica. (Dhnet, 1995) É curioso notar que este tratado só
entou em vigência no ano de 1978, no entanto, ele é ainda hoje uma das bases
do sistema Americano de Direitos Humanos. Encontra-se no Artigo 13 no tema
“Liberdade de pensamento e de expressão” a consagração desses direitos:

“(1)Toda pessoa tem direito à liberdade de pensamento e de expressão.


Esse direito compreende a liberdade de buscar, receber e difundir informações
e ideias de toda natureza, sem consideração de fronteiras, verbalmente ou por
escrito, ou em forma impressa ou artística, ou por qualquer outro processo de
sua escolha.

(2) O exercício do direito previsto no inciso precedente não pode estar


sujeito a censura prévia, mas a responsabilidades ulteriores, que devem ser
expressamente fixadas pela lei e ser necessárias para assegurar:

(a) o respeito aos direitos ou à reputação das demais pessoas; (b) ou a


proteção da segurança nacional, da ordem pública, ou da saúde ou da
moral públicas.

9
Fontes de Informação Sociológica

(3) Não se pode restringir o direito de expressão por vias ou meios indiretos,
tais como o abuso de controles oficiais ou particulares de papel de imprensa,
de frequências radioelétricas ou de equipamentos e aparelhos usados na
difusão de informação, nem por quaisquer outros meios destinados a obstar a
comunicação e a circulação de idéias e opiniões.

(4) A lei pode submeter os espetáculos públicos a censura prévia, com o


objetivo exclusivo de regular o acesso a eles, para proteção moral da infância e
da adolescência, sem prejuízo do disposto no inciso 2.

(5) A lei deve proibir toda propaganda a favor da guerra, bem como toda
apologia ao ódio nacional, racial ou religioso que constitua incitação à
discriminação, à hostilidade, ao crime ou à violência.”

Percebe-se que a inspiração por trás deste tratado é a Declaração Universal


dos Direitos Humanos de 1948, como aliás o é um pouco para todas as
declarações que se lhe seguem. Aqui fala de um assunto importante, que é a
Censura. Portugal conhece bem este tema das páginas da História recente e
da vivência de muitos dos portugueses ainda vivos. O Mundo ainda a conhece
melhor, pela queima de livros levada a cabo pelo movimento nazi, o genocídeo
de judeus e o assassinato de outros homens cujo pensamento ideológico e
nacionalidade lhes era oposta. No entanto, percebe-se que também a censura
é necessária na dose certa para protecção, de menores ao regular por exemplo
as idades para se assistir a determinado espectáculo.

A Declaração dos Princípios da Cooperação Cultural Internacional, da


Organização das Nações Unidas (ONU), reunida em Paris em 1996, lembra
desde logo no segundo parágrafo que a dignidade do Homem exige a difusão
da Cultura e fala no parágrafo seguinte que a ONU tomou a resolução de
assegurar a busca da verdade e a livre troca de ideias e conhecimentos e daí
decorre a decisão de desenvolver e multiplicar as relações entre os respectivos
povos, transcreve-se o artigo 7º:

10
Fontes de Informação Sociológica

“1. A vasta difusão das ideias e conhecimentos, baseada no intercâmbio e


no confronto mais livres, é essencial à actividade criadora, à busca da verdade
e à realização da pessoa humana.

2. A cooperação cultural realçará as ideias e os valores propícios à criação


de um clima de amizade e de paz. Excluirá quaisquer vestígios de hostilidade
nas atitudes e na expressão das opiniões. Esforçar-se-á por assegurar um
carácter de autenticidade à difusão e à apresentação das informações.” (Fórum
de ética, 2007) Esta declaração fortifica de novo que a realização da pessoa
humana passa pela difusão e confronto das ideias e da necessidade dos povos
evitarem ser hostis uns para com os outros face à exposição dessas mesmas
ideias.

Parece também importante referir que no caso do jornalismo a liberdade de


expressão jornalística, se insere dentro da liberdade de expressão (geral) e
que, portanto, ela deve ser veículo de verdades, realidades, factos,
posicionando-se criticamente sobre estas, mas não ensinando crenças ou
dogmas.

Sendo matéria deste trabalho a relação entre a Internet e a liberdade de


opinião põe-se a questão: O que traz a Internet à liberdade de opinião ou
expressão?

11
Fontes de Informação Sociológica

2.3 Vantagens ou Desvantagens, no Exercício

da Liberdade de Opinião, na Internet


Internet

Os estados democráticos têm como valor fundamental o exercício da


liberdade, que inclui a liberdade de expressão, de opinião, de pensamento, de
manifestação, de convicção política, ideológica, religiosa. A liberdade de
expressão, de opinião e manifestação é um direito inalienável do indivíduo e
muitas gerações de Homens lutaram por ele. Estava-se ainda na Grécia antiga
já os homens questionavam as relações do Estado com a Religião e com o
Indivíduo num exercício de expressão do pensamento. Para que se materialize
o pleno respeito pela liberdade de expressão e opinião em todas as suas
formas, dever da verdade, responsabilidade pública, direito à informação, etc é
necessário que estes valores, contidos nas declarações internacionais,
inspirem a ordem social e que os cidadãos adiram a eles, pois de nada serve
se apenas se encontrarem escritos num papel.

É claro e sem margem de dúvida que a Internet chega a todo o lugar e é


acedida por uma imensa massa de gente, o que de algum modo lhe confere
um estatuto de meio de comunicação social. O seu papel informativo e de
modelador de opiniões é potencialmente similar ao de jornais, revistas, livros,
televisão e rádio. E ainda por cima é possível publicar informação sem
qualquer identificação e sem qualquer possibilidade de encontrar estes autores.
O Direito da maioria dos países não vê a Internet como um meio de
comunicação social e não lhe aplicam as leis que se destinam a esse meio.
Mas ignorar o que a Internet é, não traz qualquer benefício a ninguém. Sites
nazistas fizeram propaganda das suas ideologias, num incitamento à desordem
e à violência em sites argentinos. Mais tarde conseguiram-se remover os sites,
mas eles retornaram em sites americanos, onde a legislação é permissiva
demais. A rede mundial permanece sem legislação adequada.

12
Fontes de Informação Sociológica

A sociedade tem regras e limites, leis que regulamentam a interacção social


e só é possível respeitar a individualidade de cada um respeitando também o
bem de todos, o que impõe limites à liberdade de expressão. Quando nos
sentamos frente a um computador para registar a nossa opinião e não nos
preocupamos com aquilo que estamos a escrever, e não avaliamos o nosso
comentário, pode ser-se rude de uma forma que o não faríamos com o nosso
vizinho, porque o conhecemos e nos sentimos responsáveis por manter
relações pacíficas com os vizinhos. Somos nós inteiramente livres de falar o
que bem entendemos na Internet, simplesmente porque não vemos as
pessoas, ou porque não são nossos vizinhos? A liberdade implica um
benefício, e portanto (como exemplo) se queremos um mundo pacífico teremos
de ser pacíficos. Não devemos pensar no que nos é permitido fazer na Internet,
mas o que é benéfico fazer na Internet. Muitos não estão dispostos a
comprometerem-se com a liberdade de expressão, a Internet é um reflexo do
mundo real e o mundo real tem cidadãos que vivem à margem, fora da lei.
Muitos não estão dispostos a comprometerem-se pelos outros. Mas visto que
vivemos em sociedade, não somos livres de dizer o que nos apetecer. Os
limites, que defendem a pessoa individual e os seus bens e que asseguram a
ordem instituída são formalidades que temos de cumprir. Essas formalidades
são uma garantia do exercício dos nossos direitos. E os direitos que valem no
mundo real têm de valer no mundo virtual. A regulamentação ideal seria uma
cultura de respeito e bom senso, a regra de ouro (fazer aos outros o que
queremos que nos façam a nós). (Brpress, 2010) Mas como isso não acontece
têm de se fazer leis e estruturas sociais. O direito de liberdade de expressão
deve se auto-limitar com os outros direitos que garantem a segurança nacional,
a segurança pública, a protecção da saúde e da moral, da reputação dos
outros, da confidencialidade, do poder judicial, entre outras. Existem as leis dos
Estados, mas diante de questões que se colocam com o uso da Internet será
necessário regular a Internet também? E esta regulação diz direito a cada país
ou dever-se-ia elaborar um tratado internacional?

É possível ludibriar a lei de um país que não permite determinado conteúdo,


sediando o conteúdo noutro país. O que atravessar fronteiras possibilita uma

13
Fontes de Informação Sociológica

convivência cultural rica, permite por outro lado ocultar em computadores no


exterior, conteúdos subversivos, proibidos.

A Internet é para além de um inovador meio de comunicação, uma


importante questão jurídica. A Internet traz questões diplomáticas a ter de
serem examinadas pelo direito internacional, porque entram em conflito dois
temas: liberdade de expressão e soberania do Estado. A liberdade de
expressão e opinião só é assegurada pelos seus limites, porque só os limites
garantem o direito a essa liberdade. No desrespeito dessa liberdade é que
surgem as penalidades. Quando por omissão ou abuso da mesma se constata
uma violação do direito à livre expressão. Existem duas violações gerais à livre
expressão: a que diz respeito à honra da pessoa e as que dizem respeito ao
desafio da ordem social ou da segurança nacional. É pertença dos Estados
estabelecer os parâmetros que limitam a liberdade de expressão, através do
Direito de cada país e dos seus sistemas de coação e punição.

Presentemente só há um meio de punição. É ter o acesso cortado, ser


processado, sofrer uma pena, mas a punição gera sociedades negativas,
autoritárias. Deviam implantar-se também gratificações. Homens e mulheres
talentosos da nossa sociedade podiam viver das suas criações, na Internet,
com a implantação de micropagamentos, ao invés de todos terem acesso a
tudo gratuito sem valorização do talento criador. Liberdade de expressão não é
sinónimo de grátis. (Escola de redes, 2010)

Uma das mais importantes garantias ao direito da liberdade de expressão é


o direito à resposta (responder contra qualquer forma de atentado quanto à
honra). Mas o direito à resposta é difícil de obter na Internet, pelo grande
número de utilizadores, grande número de computadores e grande número de
informação espalhada pelo mundo. Pelo que vemos, ainda várias questão no
campo do Direito, ligado à Internet e à garantia da liberdade de expressão e
opinião estão por funcionar.

Como já foi referido atrás, os construtores das redes sociais da Internet,


estão de alguma forma a inspirar também eles regras na sociedade. Jaron

14
Fontes de Informação Sociológica

Lanier, o “pai” da realidade virtual1, lamenta a forma como o uso indevido da


Internet pode suprimir a voz individual. Com uma experiência adquirida através
de décadas de trabalho no campo informático e na própria sociedade, Lanier
desafia-nos a expressar a nossa humanidade essencial através da tecnologia
do século 21 ao invés de desaparecer nela. Ele considera que muitos dos
arquitectos das redes sociais são usualmente jovens, sem experiência de vida,
sedeados em apenas um ou dois países, sobretudo do sexo masculino (sem
modelos femininos próximos), cerebralmente muito capacitados mas com
limitações graves ao nível da comunicação e regra geral pessoas anti-sociais e
que ao construírem modelos para os outros se comunicarem, estabelecem um
padrão diferente de uma comunicação natural. Podem produzir-se assim
ideais, informações, arquivos deturpados. As gerações que se sucedem
“constroem” uma realização do que é ser pessoa que é apenas um fragmento
do ser humano e daquilo que ele poderá ser. (Escola de redes, 2010) E deste
modo porque somos seres que somos seduzidos pelo que faz a multidão
estamos a ser subtilmente “privados” das nossas opiniões pela opinião da
maioria. Ele considera também que a comunicação está a tornar-se mais
valorizada que o ser humano e tem descido a níveis de desvalorização do
comunicado, dos conteúdos, que envergonham a raça humana ao invés de a
elevar. E que por estes motivos deveria existir algum tipo de censura prévia
(que consiste numa análise á partida da expressão do pensamento, da opinião,
de informações, análise essa com poder de censurar, os casos fixados pela
lei.) Comentários expostos em “blogues” referem que, onde Jaron Lanier vê um

1
É um dos cientistas pioneiros da computação, desenvolveu simulações para a medicina no
campo cirúrgico, para o interior de veículos automóveis, foi o arquitecto da realidade virtual no
filme Minority Report de Steven Spielberg, foi pesquisador visitante da Silicon Graphics inc. é
sócio da Microsoft, compositor musical, pianista e executante de instrumentos de sopro, artista
visual com exposições nos museus dos Estados Unidos e Europa e palestrante sobre alta
tecnologia, negócios, o impacto social de práticas tecnológicas, a filosofia da consciência e da
informação, política de Internet e o futuro do humanismo. Escreveu para The New York Times,
Discover - onde foi colunista -, The Wall Street Journal, Forbes, revista Harpers, a revista Wired
-da qual foi fundador-, Scientific American e revistas SPIN e Civilização. Ele é uma das 100
"pessoas extraordinárias" da Global Business Network. Em 2005 foi seleccionado como um dos
melhores cem intelectuais do mundo pelos leitores da Prospect e revistas Foreign Policy. A
Enciclopédia Britânica incluiu-o na lista dos 300 melhores inventores de sempre. Em 2010 é
eleito como um dos 100 homens mais influentes pela revista Times. Já escreveu dois livros, o
último em 2010 You are not a gadget: a manifesto.

15
Fontes de Informação Sociológica

“Frankstein Tecnológico”, outros vêem o oposto, um enriquecimento da pessoa,


que com todas as possibilidades da Internet, consideram que o ser humano faz
agora parte, de um relacionamento muito mais rico, entre todos os povos!
(Escola de redes, 2010)

A verdade é que a Internet é uma tão grande revolução tecnológica, que


ainda muita coisa está por fazer. Não podemos é deixar de nos lembrar que os
estados democráticos se baseiam no pluralismo de ideias, de pensamentos,
tolerância de opiniões e espírito aberto ao diálogo e que dessa forma se
permite a liberdade de expressão, que termina onde começa a liberdade de
expressão dos outros.

16
Fontes de Informação Sociológica

3. Descrição Detalhada da Pesquisa

Ao fazer esta pesquisa, sobre a Internet e a liberdade de opinião, recorri a


várias fontes. Inicialmente, comecei pela Internet, por ser o meio mais rápido e
acessível, para quem passa a vida com o computador portátil atrás. Seguindo
uma sugestão do Professor Paulo Peixoto, recorri primariamente ao Zotero,
uma aplicação informática.

Depois passei para a forma de investigação mais clássica, que foi a consulta
de livros. Usando um termo tecnológico fiz “zapping” de vários livros, mas todos
me pareciam pouco apropriados. Acabei por me limitar aos livros do tipo
enciclopédico, que não ligando a Internet à liberdade de opinião pelo menos
expunham as duas em separado.

Por fim, consultei familiares (pois o tempo, estava a esgotar-se) sobre as


suas opiniões (visto este trabalho falar de opinião), sobre as vantagens e
desvantagens da Internet na livre expressão de ideias, pensamentos e
opiniões.

Ao recolher a matéria fiz os possíveis para construir as frases de modo a


não plagiar ninguém, mas concentrar as informações de todos numa escrita
simples e clara.

17
Fontes de Informação Sociológica

4. Avaliação da Página da Internet

A página que escolhi é uma página que me suscitou bastante interesse pelo
facto de ultimamente ser muito falada e conter informação extremamente
chocante no panorama mundial.

O nome da página é wikileaks, tendo como objectivo único informar todas as


pessoas de assuntos confidenciais sobre governos e empresas. As
informações postas no site são anónimas e estão escritas em inglês.

O link da página que escolhi para analisar é portanto o seguinte:

http://www.wikileaks.ch/

Este site é gerido por uma empresa, Wikileaks, estando bem visível o nome
da mesma à esquerda numa ampulheta com o globo a desfazer-se.

O endereço URL é bastante curto e fácil de relembrar, a navegação dentro


do site é simples tem 7 opções gerais, Main, Vídeo, Support, About,
Submissions, Medias e Mirrors. A informação que se pode pesquisar está
presente na opção Main, está informação já é de algumas semanas pois este
site é um Mirror do original, o original foi censurado pela informação que lá
continha mas um apelo a nível mundial do fundador da wikileaks para que
fossem feitos estes sites, cópias do original, manteve assim acessível a todos
nós a verdade. Ausente de qualquer publicidade e a simplicidade da estrutura
do site torna claro o objectivo de tentar transmitir o conteúdo da forma mais
clara e concisa possível o que permite um entendimento por parte dum maior
número de pessoas da sociedade. Será muito difícil fazer comparações entre
este tipo de factos e anteriores factos visto que é a primeira vez que se vêem
realmente provas acerca de suspeições que algumas pessoas já faziam. O

18
Fontes de Informação Sociológica

aspecto da página é bastante atractivo embora seja um pouco básico, o texto


está perceptível, sem necessidade de fazer esforço exagerado para o ler.

Em conclusão este site é muito oportuno para a temática que estou a


abordar, pelo facto que o fundador da empresa Wikileaks, Julian Assange, foi
preso por crimes que supostamente cometeu mas nunca nada relacionado com
o que ele “afixou” no site, embora o site esteja censurado e não se saiba o dia
de reabertura. Nada posso referir relativamente à forma como arranjou as
informações, nunca as arranjaria de forma totalmente ilícita, isto é com a
aprovação do governo que as continha. Contudo será que é justo bloquear o
site e prender o seu fundador? Isso provavelmente aconteceu porque tudo o
que lá foi referido era verdade, caso contrário seria preso por crimes de
difamação e não outros.

19
Fontes de Informação Sociológica

5. Ficha de Leitura

Titulo da publicação: Crítica da Autor: Lucien Sfez


Comunicação

Local onde se Data de Local de edição Cota:


encontra: publicação: 1994 da editora:
316.77
Biblioteca Torres Vedras
Municipal de SFE
Mortágua
(A)

Páginas: Capítulo Data da leitura: Área científica:


analisado: Comunicação
287-294 Dezembro de
Capítulo III
2010
A Teologia
Frankenstein

Observações: Trata-se duma tradução de Serafim Ferreira. O título original do


livro é Critique de la Communication.

Assunto: A comunicação, como fenómeno teológico.

Resumo: O Capítulo em análise, trata da questão da América apresentar


características diferentes do resto do mundo, enquanto país, características
que fazem com que existam movimentos que ligam Deus ao reino da
Comunicação. Fala de um estudo efectuado em França, em que esta ligação
Comunicação/Deus não se verifica.

20
Fontes de Informação Sociológica

Desenvolvimento: Os Americanos são um povo que é muito religioso (80%


são frequentadores de cultos; 95% crê em Deus; 67% na imortalidade da
alma). O inquérito feito em França não liga uma interpretação teológica ao
fenómeno da Comunicação. O autor refere que não havendo uma interpretação
religiosa, talvez exista uma ideia imaginária de que a ciência é capaz de tudo.
O que faz existir a ideia de que há uma espécie de religião da ciência, onde
existem 3 grupos na sociedade: o Estado, os intelectuais e os outros. Os outros
aceitam, negoceiam ou rejeitam as proposições dos intelectuais. O autor
pergunta se estes outros enquanto grupo que fica de fora poderá conservar o
bom-senso.

Os Americanos mantêm trocas constantes entre o mundo secular e o mundo


religioso. Os cidadãos crêem de forma religiosa nos benefícios da tecnologia.
Deus é único, produz tudo, encontram-se em fusão religiões orientais,
ocidentais, seitas, ecologia e forma-se uma moral universal cujo principio está
na relação entre os homens, a moral universal da comunicação, junta com a
prática da psicoterapia e da inteligência artificial.

O autor refere que se constata uma procura da espiritualidade, sobretudo


em movimentos terapêuticos, visto que as religiões tradicionais, num
desequilíbrio entre o Estado e a Igreja estão em falência. A teologia Americana
faz passar a ideia de uma nova Israel de Deus na América. A falência da
religião tradicional é causada pelo capitalismo empresarial, que destruiu o
trabalho da empresa familiar e também os valores. Sobressai a cultura do eu.
O individuo tem uma visão própria do mundo, desconfia da razão, tem de ser
activo, competitivo, voluntário, os desfavorecidos são os culpados do seu
destino, e por isso a colectividade não tem a responsabilidade de redistribuir o
poder ou saúde.

Na resposta ao vazio da religião falida aparecem novas religiões e terapias.


“Os doutores da lei” Erhard e Shaw, constroem a realidade do seu tempo
tecnológico, formando uma moral artificial que se liga com a inteligência
artificial. As razões disto assentam em vários pontos:

21
Fontes de Informação Sociológica

1. A velocidade da comunicação faz com que o utilizador se identifique aos


terminais.

2. Eficácia da máquina e do homem, que se adaptam e ligam um ao outro e


a moral de um é a do outro.

3. É competente e de fácil acesso, mas cheia de “performances”

4. Verdade e realidade são ambas relativas e a mesma, o que importa é a


sua utilidade.

5. É universal.

6. O novo deus é o “eu”. A máquina constrói-se como o cérebro e o cérebro


é como uma máquina.

7. Abater o passado, que causa bloqueios à acção.

Existem assim pontos comuns na inteligência artificial e nas novas terapias.


E tal como a inteligência artificial constrói outras máquinas inteligentes para o
homem, também a moral artificial tem efeitos no produtor.

Pontes fortes e fracos

Caracteriza a relação das tecnologias com a moral e refere que a tecnologia


da comunicação pode alterar a moral humana.

Por outro lado fala sobretudo da América, e não aborda directamente a


Internet, apesar de se entender que tecnologia da comunicação a inclui.

Relaciona-se com a liberdade de opinião, na medida em que uma alteração


da moral pode conduzir a uma imposição de opiniões e não a uma liberdade de
opiniões.

22
Fontes de Informação Sociológica

6. Conclusão

Na realização do trabalho defrontei me com algumas dificuldade, tais como,


o facto de o tema ser um tema actual, o que faz com que a abundância de
informação seja elevada.

Outro aspecto que causa algumas dificuldades foi que muita gente tem
opinião sobre esta relação entre a “Internet” e a “Liberdade de Opinião”,
encontram se assim o mais variado número de pensamentos acerca de tal
tema.

Por mais que se queira é muito difícil fazer uma pequena abordagem a um
assunto como este, é uma temática que nos dá a possibilidade para
desenvolver mais e certamente acabaria com um trabalho de umas cem
páginas.

Assim, ao concluir a realização integral do trabalho a ideia com que se fica é


que a internet traz muitas vantagens ao nível da expressão de ideias e opiniões
mas há todo um trabalho por fazer que é o de regular essa liberdade. As leis
dos estados não parecem estar a conseguir impor os limites necessários ao
abuso dessa liberdade.

23
Fontes de Informação Sociológica

7. Referências Bibliográficas

Fontes Electrónicas:

Amazon.com (1996), “You Are Not a Gadget: A Manifesto”. Página


consultada em 15 de Dezembro de 2010, acedida em:

http://www.amazon.com/you_are_not_gadget_manifesto/dp/0307269647/ref
=ntt_at_ef_dpt_1

AR – Assembleia da república (2008), “Constituição da República


Portuguesa ”. Página consultada em 7 de Dezembro de 2010, acedida em:

http://www.parlamento.pt/Legislacao/Paginas/ConstituicaoRepublicaPortugu
esa.aspx

Brpress (2010), “GENTE – "A internet não existe"”. Página consultada em 5


de Dezembro de 2010, acedida em:

http://www.brpress.net/index.php?option=com_content&view=article&id=394
4:gente-qa-internet-nao-existeq&catid=58:comportamento&Itemid=98

Cuidar criança (2010), “Categorias”. Página consultada em 8 de Dezembro


de 2010, acedida em:

http://www.cuidarcrianca.com/index.php?option=com_docman&task

24
Fontes de Informação Sociológica

Dhnet (1995), “Liberdade de Expressão”. Página consultada em 4 de


Dezembro de 2010, acedida em:

http://www.dhnet.org.br/dados/cursos/dh/br/pb/dhparaiba/5/liberdade.html

Efagundes.com (1996), “ Como funciona a Internet”. Página consultada em 5


de Dezembro de 2010, acedida em:

http://www.efagundes.com/artigos/Como%20funciona%20a%20INTERNET.h
tm

Escola de redes (2010), “LANIER, JARON: Gadget – Voce não é um


Aplicativo – Um Manifesto”. Página consultada em 5 de Dezembro de 2010,
acedida em:

http://escoladeredes.ning.com/profiles/blogs/lanier-jaron-gadget-voce-nao

Fórum de ética (2007), “Declaração dos Princípios da Cooperação Cultural


Internacional – Nações Unidas”. Página consultada em 8 de Dezembro de
2010, acedida em:

http://www.eticus.com/documentacao.php?tema=4&doc=160

Infopédia – enciclopédia e dicionários porto editora (2003a), “Internet”


Página consultada no dia 4 de Dezembro de 2010, acedida em:

http://www.infopedia.pt/$internet

25
Fontes de Informação Sociológica

Infopédia – enciclopédia e dicionários porto editora (2003b), “IRC (Internet)”.


Página consultada no dia 4 de Dezembro de 2010, acedida em:

http://www.infopedia.pt/$irc-%28internet%29%3E

Infopédia – enciclopédia e dicionários porto editora (2003c), “ISP”. Página


consultada no dia 4 de Dezembro de 2010, acedida em:

http://www.infopedia.pt/$isp%3E

Super Interessante (s.d), “Bem-vindo à cidade 3.0”. Página consultada em 5


de Dezembro de 2010, acedida em:

http://www.superinteressante.pt/index.php?option=com_content&view=article
&id=277:bem-vindo-a-cidade-30&catid=12:artigos&Itemid=86

Wikipédia – A enciclopédia livre (2001), “Carta das Nações Unidas”. Página


consultada em 8 de Dezembro de 2010, acedida em:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Carta_das_na%C3%A7%C3%B5es_unidas

Publicações:

Breton, Philippe e Prolux, Serge (1997), Explosão da Comunicação. Lisboa:


Bizâncio.

Dodd, Tony (1997), A Informática. Minho: Círculo de Leitores.

26
Fontes de Informação Sociológica

Leonardi, Antonio (2002), O Mundo dos Computadores – Volume 19.


Matosinhos: Hiperlivro.

Paiva, Raquel(2002), Ética, cidadania e imprensa. Rio de Janeiro: Mauad

Platt, Richard (2006), Comunicação: dos hieróglifos à internet. Rio de Mouro:


Círculo de Leitores.

Santos, Rogério (1998), Os Novos Media e o Espaço Público. Lisboa:


Gradiva.

27
Anexo I

Página da Internet Avaliada


Anexo II

Texto de Suporte da Ficha de Leitura

Você também pode gostar