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Para o escritor Norman Geisler e para o teólogo Tomás de Aquino, existe uma gradatividade
entre os vícios e pecados (nem todos os pecados são iguais).
1) Que textos bíblicos podem ser apresentados para fundamentar esta tese?
2) O documentário brasileiro chamado BAGATELA apresenta uma mulher
extremamente pobre sendo punida pelo roubo de dois queijos que subtraíra para levar
aos filhos. Pode-se dizer que este tipo de roubo tem a mesma gravidade que aquele
cometido por líderes religiosos de comunidades onde não há tesoureiros específicos, e
que por isso, roubam dinheiro dos dízimos e ofertas da comunidade? Por que?
3) Existem crimes cometidos por pessoas de alto poder aquisitivo, e que no Brasil muito
raramente são punidos. Outros, cometidos por pessoas de baixo poder aquisitivo, que
dificilmente escapam do Judiciário. Com essa consciência, é coerente afirmar que o
único fato que diferencia um erro de outro são as suas consequências?
4) Se o Poder Legislativo de um País elegesse a teologia para orientar a criação do
Direito Penal, o que a teologia poderia dizer em relação à gradatividade das penas
entre um crime e outro? As penas deveriam ser todas iguais, independente do tipo de
crime cometido (a mesma pena aplicada para estupradores e assassinos violentos
deveria ser aplicada para que vendesse DVD`s piratas)?
5) Que Argumento de Tomás de Aquino você considerou mais importante?
Respostas (para ter a nota completa, a dissertação deve ter 20 linhas ou mais):
1- A tese de Geisler e Aquino podem ser fundamentadas pelos seguintes textos biblicos:
"Respondeu Jesus: Nenhuma autoridade terias sobre mim, se de cima não te fosse dada; por isso,
quem me entregou a ti maior pecado tem" (João 19.11)
"Quem desobedecer a um desses mandamentos da lei], por menor que seja, e assim ensinar aos
homens, será chamado o menor no reino do céu' (Mateus 5.19)
"Por esse motivo eu digo a vocês: Todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens, mas a
blasfêmia contra o Espírito não será perdoada." (Mateus 12.31)
"Se alguém vir pecar seu irmão, pecado que não é para morte, orará, e Deus dará a vida àqueles
que não pecarem para morte. Há pecado para morte, e por esse não digo que ore. Toda a
iniquidade é pecado, e há pecado que não é para morte" (1 João 5:16 e 17).
2- Pelo prisma teológico de Norman Geisler e Tomás de Aquino os crimes cometidos pela
mulher que rouba alimento para suprir a fome de seus filhos, comparada ao crime cometido por
líderes religiosos que desviam da tesouraria de suas instituições não tem a mesma gravidade. A
finalidade do ato que no caso do furto cometido pela mãe o resultado da ação era saciar a fome de
seus filhos movida por uma necessidade básica para sobrevivência de sua família, diferentemente
do líder religioso que toma posse daquilo que não lhe pertence com a única finalidade de aumentar
suas posses e riquezas, o poder de domínio do próximo, sendo que poderiam ser empregadas em
obras de caridade e até mesmo na manutenção da comunidade envolvida.
3- Não acho coerente afirmar que o único fato que diferencia um erro de outro são as suas
consequências. A impunidade é a grande fragilidade do sistema de justiça criminal na
sociedade brasileira e nos revelam que o direito penal não é uma esfera jurídica justa, posto
que faz parte de uma estrutura social que também não é justa.
Na prática, o sistema judicial coloca em vantagem aqueles que pode impetrar recursos,
garantindo que o processo percorra um longo caminho por todas as instâncias e no tempo
previsto na lei. Como o sistema penal é falho na outra ponta, para quem conta apenas com a
Defensoria Pública ou advogados despreparados, a sensação é que a Justiça trata os brasileiros
de forma desigual.
4- Caso o direito penal fosse orientado pela teologia, deveríamos levar em consideração a
gravidade dessas penas, quanto maior o dano causado, maior deveria ser a punição. Deveria
também ser analisado e levado em conta o grau, visto que um vendedor de DV´S não há como
receber a mesma pena pelo indivíduo que tira a vida de alguém, embora o vendedor esteja
agindo de maneira proibida está lutando para manter sua vida, enquanto o outro acaba de tirar a
vida de alguém;
Questiona-se:
1. Disserte sobre os valores que estão em conflitos neste caso.
Podemos dizer que os valores que estão em conflitos neste caso, são valores morais que
envolvem relações sexuais, o uso do corpo, que considera uma falta gravíssima, visto que a
mulher manteve relações sexuais com outro homem sendo uma pessoa casada, sendo assim
adultério. Podemos entender a razão deste ato, partindo de uma mãe, pois a necessidade e a
vontade de viver com a família e filhos era maior independente do pecado, porém uma condição
que tira todo o respeito e dignidade desta mulher dentro do contexto.
2. A partir do momento em que a sua liberdade se tornou possível, ela passou a ser responsável
por sua volta à casa, junto com esposo e filhos? Por que?
Essa mulher não via outra maneira de viver com sua família, nenhuma outra possibilidade
diante da situação que ela estava, o que não a torna responsável por tal ato. O ato de adultério
não foi sentimento de luxuria, mas a única forma de estar com sua família.
Há neste caso uma situação de ética moral, porém é necessário levar em consideração toda a
necessidade nesta mulher diante de todo o contexto.
4. A ação desta mulher deve ser interpretada como moralmente transgressora? Qual teria sido o
agir correto desta mulher? Por que?
Essa mulher estava proibida de regressar para seu país e viver junto da família e em
liberdade, a decisão de engravidar-se de um homem que não era seu esposo, não considera
moralmente como transgressora, visto que a decisão foi tomada por não oferecer outra
alternativa. Tiraram desta mãe todo respeito e dignidade, pois só lhe restava uma decisão e
ela optou por estar junto com a família, mesmo tendo que se submeter a tal ato.
5. Que conselho daria, se tivesse uma filha em uma situação como esta: voltar para casa grávida
ou correr o risco de morrer longe dos filhos, abandonada em um Campo de Concentração?
È necessário levar em consideração não somente valores éticos e morais, mas sim em
toda a situação que levaram essa mulher a tal ato. Se fosse uma filha, eu aconselharia a
voltar para casa com uma gravidez, mesmo que não planejada. Um conselho, porém, com
indignação pois sabendo que tal ato traria dores, mas minha filha estaria viva e daríamos
todo o suporte para viver uma vida digna. Minha filha não passaria o resto da vida em um
campo de concentração.
6. Que aspectos das teorias tratadas das aulas 01 até a aula 05 poderiam melhor ajudar na
compreensão deste conflito? Cite e explique.
*** Dedique uma atenção especial a esta questão. Elabore respostas fundamentadas, com
argumentação devida. Para ter nota máxima, o total de linhas deve ser de no mínimo 20 linhas.
Abraços.
Prof. Givaldo Matos