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Correção M1 Direito Civil

Questão 1: C
No plano da existência estão os pressupostos para um negócio jurídico, ou seja, os seus
elementos mínimos, enquadrados por alguns autores dentro dos elementos essenciais do
negócio jurídico. Constituem, portanto, o suporte fático do negócio jurídico (pressupostos de
existência).
Nesse plano surgem apenas substantivos, sem qualquer qualificação, ou seja,
substantivos sem adjetivos. Esses substantivos são: Partes (ou agentes); Vontade; Objeto;
Forma
O Código Civil de 2002, a exemplo do seu antecessor, não adotou de forma o plano da
existência. Como se sabe, não existem regras a respeito da inexistência do negócio jurídico.
Ademais, o art. 104 do CC/2002 trata diretamente do plano da validade. Por isso, tinha
razão Silvio Rodrigues quando afirmava que a teoria da inexistência seria inexata, inútil e
inconveniente. Inexata, pois, muitas vezes, o ato inexistente cria algo cujos efeitos devem
ser afastados por uma ação judicial.

Questão 2: C
Art 184: Respeitada a intenção das partes, a invalidade parcial de um negócio jurídico não o
prejudicará na parte válida, se esta for separável; a invalidade da obrigação principal implica
a das obrigações acessórias, mas a destas não induz a da obrigação principal.
Art 185: Aos atos jurídicos lícitos, que não sejam negócios jurídicos, aplicam-se, no que
couber, as disposições do Título anterior.
O art 185 do CC se refere não apenas aos atos jurídicos em sentido estrito, mas também
aos negócios jurídicos.
Os "atos jurídicos em sentido estrito" são uma categoria específica dentro do universo dos
atos jurídicos. Eles se referem a ações ou manifestações de vontade que têm um
significado jurídico claro e são reconhecidos pelo sistema legal como relevantes para a
criação, modificação ou extinção de direitos e obrigações. Isso contrasta com os chamados
"atos jurídicos em sentido amplo", que podem incluir também eventos da natureza que têm
consequências jurídicas (como um terremoto que danifica propriedades).
Os atos jurídicos em sentido estrito, por sua vez, incluem atos como contratos, testamentos,
doações, promessas unilaterais, entre outros, nos quais a vontade das partes é fundamental
e há uma relação direta com o direito. Esses atos têm regras específicas que regulam sua
formação e validade no contexto do sistema legal.

Questão 3: B
A autonomia privada é o poder que os particulares têm de regular, pelo
exercício de sua própria vontade, as relações que participam, estabelecendo-
lhe o conteúdo e a respectiva disciplina jurídica. Sinônimo de autonomia da
vontade para grande parte da doutrina contemporânea, com ela porém não se
confunde, existindo entre ambas sensível diferença. A expressão ‘autonomia
da vontade’ tem uma conotação subjetiva, psicológica, enquanto a autonomia
privada marca o poder da vontade no direito de um modo objetivo, concreto e
real
Percebe-se no mundo negocial plena liberdade para a celebração dos pactos e avenças
com determinadas pessoas, sendo o direito à contratação inerente à própria concepção da
pessoa humana, um direito existencial da personalidade advindo do princípio da liberdade.
Essa é a liberdade de contratar.

Questão 4: A
A eficácia de um negócio jurídico está diretamente relacionada à capacidade de produzir os
efeitos desejados pelo agente. Portanto, um negócio é eficaz quando alcança os resultados
pretendidos pelas partes envolvidas. Esse é um princípio fundamental no direito dos
contratos, onde a vontade das partes desempenha um papel essencial na produção dos
efeitos jurídicos pretendidos. A validade e eficácia de um contrato dependem da capacidade
das partes de atingirem seus objetivos acordados.
Um ato jurídico é uma manifestação de vontade humana, intencional e dirigida a produzir
efeitos jurídicos reconhecidos e regulados pelo sistema legal. Em outras palavras, é uma
ação deliberada com a intenção de criar, modificar ou extinguir direitos e obrigações sob a
égide da lei.

Questão 5: A
A regra geral no sistema jurídico brasileiro é a da "liberdade de forma" para a celebração de
negócios jurídicos. Isso significa que, em princípio, as partes envolvidas em um contrato ou
negócio têm a flexibilidade de escolher se desejam formalizá-lo de forma verbal ou por
escrito, de acordo com sua preferência e conveniência.

Enquanto a maioria dos negócios jurídicos pode ser celebrada de forma verbal ou escrita, é
fundamental estar ciente das exceções legais que impõem uma forma específica para
certos tipos de contratos. O não cumprimento desses requisitos pode afetar a validade do
negócio jurídico. Por isso, é aconselhável buscar orientação legal sempre que houver
dúvidas sobre a forma adequada de celebrar um contrato específico.

Questão 6: A
Os atos jurídicos podem envolver declarações de vontade, mas eles não se limitam a isso.
Na verdade, os atos jurídicos abrangem uma gama muito mais ampla de ações e eventos
que têm consequências jurídicas. Eles podem ser classificados em duas categorias
principais:

1. Atos Jurídicos Unilaterais: Estes são atos realizados por uma única parte e que resultam
em efeitos jurídicos. Exemplos incluem testamentos, promessas unilaterais, renúncias e
atos de disposição unilateral, como doações.

2. Atos Jurídicos Bilaterais ou Contratos: Estes envolvem acordos entre duas ou mais
partes, onde as partes expressam suas vontades em relação a um determinado objeto ou
propósito. Contratos são um exemplo típico de atos jurídicos bilaterais, onde as partes
estabelecem direitos e obrigações mútuos.
Portanto, embora alguns atos jurídicos possam consistir em declarações de vontade, outros
atos jurídicos podem envolver ações, transferência de propriedade, aceitação de ofertas,
entre outros. O importante é que esses atos, sejam eles unilaterais ou bilaterais, tenham
relevância jurídica e produzam efeitos reconhecidos pelo sistema legal.
Questão 7: C
O princípio da autonomia privada encontra-se consolidado em muitos sistemas jurídicos,
incluindo o brasileiro. O princípio da autonomia privada reconhece a capacidade das partes
de celebrar contratos e tomar decisões sobre seus interesses e relações jurídicas de acordo
com suas próprias vontades, desde que dentro dos limites estabelecidos pela lei.
Esse princípio é fundamental para a liberdade contratual e para permitir que as pessoas e
entidades jurídicas ajam de forma flexível e adaptável às suas necessidades e
circunstâncias. No entanto, essa autonomia não é absoluta e encontra limites em questões
de ordem pública, moral, ética e legal.
A consolidação desse princípio reflete a importância dada à liberdade contratual e à
capacidade das partes de gerenciar seus próprios assuntos nos sistemas jurídicos
contemporâneos. Ele também desempenha um papel central em áreas como direito civil,
comercial e contratos, onde a vontade das partes é crucial para a celebração e execução de
acordos legais.

Questão 8: D
O propósito das instituições sociais é fornecer estruturas organizacionais e normativas que
regulam e orientam o comportamento das pessoas em uma sociedade. Essas instituições
desempenham papéis fundamentais na organização social e têm os seguintes propósitos:

1. Regulação Social: As instituições sociais estabelecem normas, regras e leis que


governam o comportamento das pessoas. Elas ajudam a manter a ordem e a estabilidade
na sociedade, fornecendo um conjunto comum de expectativas e limites.

2. Transmissão de Valores e Cultura: As instituições sociais desempenham um papel crucial


na transmissão de valores, crenças, tradições e cultura de geração para geração. Isso inclui
a educação, a família e a religião, que moldam a identidade e os princípios culturais de uma
sociedade.

3. Resolução de Conflitos: As instituições sociais também proporcionam mecanismos para


resolver disputas e conflitos. Isso pode ocorrer através do sistema legal, da mediação, ou
de outros meios institucionais.

4. Fornecimento de Serviços Essenciais: Algumas instituições sociais, como o governo e a


economia, têm o propósito de fornecer serviços essenciais à sociedade, como segurança,
assistência médica, educação e provisão de recursos.

5. Promoção do Bem-Estar Social: Muitas instituições sociais têm a responsabilidade de


promover o bem-estar social, garantindo que as necessidades básicas da população sejam
atendidas e que a desigualdade seja reduzida.

6. Organização da Vida Coletiva: As instituições sociais ajudam a organizar a vida coletiva,


definindo estruturas de poder, autoridade e responsabilidade. Elas estabelecem hierarquias
e sistemas de governança.

7. Satisfação de Necessidades Humanas: Em última análise, as instituições sociais têm o


propósito de satisfazer as necessidades humanas em uma sociedade organizada,
proporcionando estruturas e serviços que contribuam para a coexistência pacífica e a
qualidade de vida.

Em resumo, as instituições sociais desempenham papéis vitais na organização e na vida de


uma sociedade, visando promover a convivência harmoniosa e o bem-estar de seus
membros. Elas representam os pilares que sustentam a estrutura social e cultural de uma
comunidade.

Questão 9: C
A autonomia da vontade é um princípio fundamental no direito privado que permite às
pessoas a liberdade de tomar decisões e fazer escolhas relacionadas aos seus interesses e
propriedades. Embora a autonomia da vontade seja uma característica importante do direito
privado, ela não está diretamente ligada ao direito da propriedade.
O direito da propriedade refere-se ao direito de possuir, usar e dispor de bens e recursos
materiais. Embora a autonomia da vontade possa ser aplicada na celebração de contratos
de compra e venda, doações ou outras transações que envolvam propriedade, esses são
conceitos jurídicos distintos.
Embora a autonomia da vontade possa ser aplicada em questões relacionadas ao direito da
propriedade, ela é um princípio mais amplo que se estende a várias áreas do direito
privado, não se limitando exclusivamente a propriedades.

Questão 10: C
Da inexistência do negócio jurídico
O negócio inexistente é aquele que não gera efeitos no âmbito jurídico, pois não preencheu
os seus requisitos mínimos, constantes do seu plano de existência. São inexistentes os
negócios jurídicos que não apresentam os elementos que formam o suporte fático: partes,
vontade, objeto e forma. Desse modo, para a corrente doutrinária que não aceita a ideia de
ato inexistente, os casos apontados como de inexistência do negócio jurídico são resolvidos
com a solução de nulidade.

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