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ÉTICA EM PSICOLOGIA

Trabalho Av1

Nome: Carolina de Sá Bezerra Mat: 1920004


Nome: Clarissa Marques de A. Gondim Mat: 2263986
Nome: Georgia Magalhães Gomes de Andrade Mat: 2211901
Nome: Letícia Torres Martins Mat: 2216877
Nome: Maria Clara Freitas do Nascimento Mat: 2214855
Nome: Tatiana Cidrack Targino Mat: 2218349

MORAL, ÉTICA E ESTÉTICA DA EXISTÊNCIA EM MICHEL FOUCAULT

O texto selecionado para nossa leitura e apreciação traz a visão de Michel


Foucault sobre a moral, a ética e a estética da existência, a maneira como se aproximam
e relacionam, e como o homem construiu sua imagem e cuidado, individualmente e em
sociedade, ao longo dos anos. Através dos estudos sobre formas culturais, sobre a
sexualidade e sobre a “cultura de si”, podemos perceber como a relação entre esses
conceitos se constituiu.

Os gregos conviviam com questionamentos a respeito da ética e moral, assim


como a verdade, uma vez que havia uma estilização da vida diante das práticas sexuais.
A moral era direcionada ao homem viril e à mulher como objeto de obediência e
submissão. Os questionamentos buscavam investigar, através do poder, da autoridade
e da liberdade do indivíduo, a necessidade de práticas relacionadas ao prazer, que não
fossem condenáveis. Objetos de estudo como a Dietética, a Econômica e a Erótica
guiaram Foucault na averiguação desse tema, que se mostrava paradoxal pela falta de
liberdade por conta das regras e, ao mesmo tempo, a liberdade no uso destas.

Foucault mostra, em Usage des Plaisirs et techniques de Soi, que a palavra


moral aparece de forma ambígua: através da família, igreja, escolas, aparece como um
conjunto de regras e valores. Aparece também como um “comportamento real” em
relação às regras e valores propostos. Já a ética aparece como forma de se conduzir,
como o sujeito deve agir e se constituir como indivíduo moral, e como o autogoverno se
expressa quanto regente do trabalho moral. Os dois conceitos, apesar de serem
opostos, apresentam também uma inseparabilidade e se complementam. Ser um sujeito
moral, praticar ações de valor e ser exemplo perante os demais é também ser ético, ser
moral consigo e se desenvolver como tal.

Estudando a ética ao longo da história, Foucault revela quatro aspectos para


analisar o fazer-se ético. A determinação da substância ética que, para os gregos era a
afrodisia, é como o sujeito constitui tal parte de si como matéria de sua moral. O ato de
amar alguém e não tocá-lo era valorizado. Já para os cristãos, a questão já era qual
desejo deveria se ter na sexualidade. O segundo aspecto é o modo de sujeição, a
maneira a qual o sujeito reconhece a regra moral, se relaciona com ela e se conecta à
obrigação de praticá-la. Há aqui uma outra ambiguidade, de sujeição: a submissão ao
outro, pela supremacia do código, e a submissão a si, pelo afeto à própria identidade.
O terceiro aspecto, o trabalho ético, se dá pelo propósito de modificar a si próprio ao
ponto de ser um ser moral de sua própria conduta, e não somente pela conformidade
entre um comportamento e uma regra. O quarto aspecto é a teleologia, que é a busca
do ser que o indivíduo aspira ser ao se sujeitar à moral. O que o indivíduo busca ser?

Nos séculos I e II d.C. a cultura que se praticava era a atenção ao cuidar-se,


epimeleia heauton, que se tornou um estilo de vida. Nessa época, todo o trabalho e
problematização se voltavam ao trato consigo, que deveria ser cada vez mais eficiente
e determinado. Vemos que a ética foi sendo mudada ao longo dos anos, de acordo com
a cultura vigente, e conforme os costumes e questionamentos do próprio tempo. A ética
é livre para que navegue, se altere e se constitua à medida em que o homem se
expressa em forma de vida.

No período greco-romano vemos que esta estética do cuidado de si ecoou assim


como o ensinamento socrático, “conhece-te a ti mesmo”. Como se nenhuma vida
valesse ser vivida sem ser examinada. As práticas de si eram: abstinência, exame de
consciência, escrita, sonhos. Por mais diferentes que sejam, as práticas atuavam em
comum tanto no fazer como no propósito que estabeleciam, caracterizadas pelo
princípio da conversão de si. A estilização cada vez mais completa da existência em
todas as suas ações éticas provocando uma conversão total. A vida toma outra forma
diante de si mesma.

O retorno ao sujeito significava entender a constituição do sujeito ético na direção


prática de uma liberdade. Contrapondo ao conceito de assujeitamento onde toda forma
de desistência a libertação ganha vigor e morada. A subjetivação é um caminho
desenhado através da construção de atitudes de libertação sem filiações com
dominações. De uma forma criativa. Mas o questionamento continua: É possível mesmo
viver sem se assujeitar?

O caminho apontado para reverter o quadro atual seria com influências pontuais
e possibilidades criativas e efetivas na construção do hoje. Não se imita o modo do
grego sem quebrar barreiras morais da tradição. A questão aqui não é moralizar os
comportamentos mas sendo morais, como liberalizá-los de uma política jurídico social
que domina há séculos. Distingue-se então ética de moral para aproximá-la de um olhar
em torno das próprias ações.

Apontando para algum lugar:


• Um novo afeto, relações e amizades; questionando a cultura vivente,
problematizações da atualidade. A moral é submetida pela prática legal instituída
e reproduzida socialmente (rompimento de limites).
• Cultura greco-romana: aptos a problematizações de primeira ordem.
• A elaboração subjetiva daquela época, não se imita, mas usa-se como influência
para propagar as práticas inovadoras, quebrando as barreiras morais da
tradição.
• O indivíduo de constituir-se como sujeito moral de suas próprias ações, impõe
uma relação de si e fortalece seu modo de vida diante da própria vida.

Nietzsche:
• Objetivo dos gregos: “práticas de si”, efeito de toda fixação de identidade,
determinação de um traçado, aconteci mentalmente, corrigível e transformativo.
• Expande a nossa liberdade definindo-a na identidade que fazemos e pensamos,
com aquilo que somos. A estética da existência, por Foucault “responsabilidade,
autonomia de crítica, no que nos define”.
• Ausência de moral nos permite a buscar um estilo de mudança, vivencia mais
livre.
• Ético-político: individuo nas relações socias; relação entre poder e a resistência.
“Onde existem relações de poder, há resistências”.
• A nossa liberdade é expandida, assim definindo a nossa identidade (fazer,
pensar com aquilo que somos). A estética proposta por Foucault nos mostra
essa responsabilidade, autonomia crítica no que define e transborda dessa
cultura grega.

A estética da existência grego estava relacionada com a austeridade (na


severidade) ou seja, tudo aquilo que proporcionava o bom uso do prazer. A
realização do prazer na severidade não visava o prazer pelo prazer mais sim
diante dos problemas que surgiam.

Moral e Ética
A moral muitas vezes contém dois significados: primeiro, como um “conjunto de
regras e valores”, (família, igreja, instituições educacionais) e o segundo, como
“comportamento real” podemos dizer que esse comportamento real era visto como as
relações individuais em associação com os valores e deveres impostos. A ética é a
forma refletida que toma posse da liberdade, ou seja, os conjuntos de problematizações
a serem refletidas no quesito histórico-ontológico.

No cristianismo, o eixo passa a ser o desejo, a tecnologia, a pureza a


imortalidade. Porém no ascetismo, eram realizados autoexames tomando forma de auto
decifração ou autodeclaração.

Na ética da existência Foucault tenta superar a concepção das relações de poder


já que o mesmo trabalhava com a lógica dicotômica entre dominador e dominado, como
por exemplo: entre forças complexas, estratégicas, e que prezavam pela liberdade.

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