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Direitos Políticos da População Brasileira Residente em Portugal: uma Análise

Universidade do Minho: Escola de Economia e Gestão

G904P6: Sistemas Eleitorais

Docente: António Pedro Carmo Carneiro Pereira Cipriano

Discentes: Beatriz Ferreira Gaspar Silva, a101681; Carlos Alexandre Neves de Oliveira
Costa Branco, a99703; Cristiana Silva Lopes, a101679; Ivo Veiga Moreno, a99719; José
António Fernandes da Silva, a91350; Luís Gonçalves Martins, a91937; Maria de Lurdes
Pinto Conceição, a36679; Maria Manuel Carvalho Teixeira, a99627; Marta Ferreira, a98007;
Nuno Hora Moreira da Silva, a93043; Tiago Miguel Castro Gomes, a101955

Data: 9 de maio, 2023

Introdução

O trabalho que se segue prende-se com uma breve investigação à natureza do poder político
em Portugal e dos direitos políticos de cidadãos brasileiros residentes no país. Mais
especificamente, numa primeira parte, apresenta-se os padrões que orientam o cunho e a
conquista do poder político autárquico. Nessa secção, além de uma curta história, versa-se
sobre os órgãos que compõem o quadro político autárquico, além das suas competências,
funções e responsabilidades. Depois, numa segunda parte dedicada à lei eleitoral portuguesa,
expõe-se, primeiramente, os parâmetros de conquista de poder autárquico, i.e., a natureza do
sufrágio (por listas ou individual/personalizado) e o tipo de escrutínio usado para transformar
votos em mandatos. Segundamente, descomplica-se a apresentação de candidaturas para os
órgãos autárquicos. Em terceiro lugar, distingue-se entre capacidade eleitoral passiva e
capacidade eleitoral ativa, além dos critérios que ditam o modus operandi dessas capacidades.
Finalmente, em luz do texto sobredito e da definição legal clara, disserta-se sobre os direitos
políticos dos estrangeiros em Portugal e, mais especificamente, dos direitos de cidadãos
brasileiros que residem em Portugal — designadamente, no que tange ao poder político
autárquico.

Esta curta investigação cumpre o objetivo de dilucidar em que registo podem os cidadãos
brasileiros residentes em Portugal participar na política autárquica portuguesa. Isto porque,
amiúde, não é claro em que modos é que a sua participação é legal. Tendo isso em consideração,
consultou-se uma pletora de legislação e outros documentos idóneos e relevantes, de modo a
descomplicar este quadro.
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Notavelmente, descortinou-se que os cidadãos brasileiros, que presentemente residem em
Portugal, gozam de uma série de estatutos que permitem uma participação autárquica acessível
e célere — como será, adiante, exposto.

1. Poder político autárquico

As dinâmicas do poder político autárquico, em Portugal, como as conhecemos atualmente, são


relativamente recentes, na medida em que nem sempre o poder autárquico deteve as mesmas
competências e funções, devido aos diversos regimes políticos que Portugal experimentou.
Durante cerca de cinco décadas o Estado Novo concentrou todo o poder político, impedindo a
descentralização territorial (Marcu, 2021). Neste período, os municípios estavam destituídos
de autonomia e de recursos financeiros, sendo totalmente dependentes e subordinados ao
Estado central (Marcu, 2021). Após o 25 de abril de 1974 e com a entrada em vigor da
Constituição da República Portuguesa de 1976, o poder local passou a constituir o terceiro
nível de poder político, adquirindo um maior grau de autonomia (Marcu, 2021). As autarquias
locais passaram a constituir uma verdadeira administração local dotada de autonomia
administrativa e financeira, assim como passaram a ter uma importante missão na prossecução
de interesses próprios e das respetivas populações.

Nos termos da Constituição da República Portuguesa, a organização democrática do Estado


compreende a existência de autarquias locais (“Mandato Autárquico”, 2021). Estas integram a
Administração Pública no seu geral e podem ser entendidas na ótica de duas perspetivas,
nomeadamente em sentido orgânico e em sentido material (“Mandato Autárquico”, 2021). No
que diz respeito à primeira, esta pressupõe que o poder político autárquico compreende o
conjunto das autarquias locais, as pessoas coletivas públicas que visam a satisfação contínua
das necessidades coletivas dos cidadãos locais, bem como do respetivo sistema de órgãos e
serviços (“Mandato Autárquico”, 2021). Por outro lado, numa perspetiva material, ao poder
local estão subjacentes as atividades desenvolvidas pelos diversos órgãos, de forma regular,
permanente e contínua no interesse geral das pessoas, com o intuito de satisfazer o conjunto
das necessidades públicas ou coletivas, algo que é assumido como uma tarefa fundamental para
o desenvolvimento das regiões e das exigências próprias do bem-comum (“Mandato
Autárquico”, 2021). Por outro lado, do conceito constitucional de autarquias locais resultam
quatro aspetos que constituem a definição de autarquia, particularmente:

1. O território, cuja circunscrição condiciona o universo da população cujos interesses


cabe à autarquia satisfazer;
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2. O agregado populacional, que compreende a razão de ser da existência de cada
autarquia, cuja ação é direcionada apenas para a prossecução dos interesses dessa
comunidade;
3. Os interesses comuns, distintos dos interesses estaduais em virtude das especificidades
locais e que justificam a intervenção das autarquias, pela sua proximidade às
populações;
4. Os órgãos representativos, cujos titulares eleitos pelos cidadãos (com a exceção das
juntas de freguesia, em que o Presidente é o cidadão que encabeçou a lista mais votada
para a assembleia de freguesia), os eleitos locais, desempenham o mandato autárquico
(“Mandato Autárquico”, 2021).

Para além disso, o poder local, enquanto uma dimensão do princípio democrático, pressupõe
outros três princípios fundamentais (“Mandato Autárquico”, 2021):

1. O princípio da autonomia local;


2. O princípio da descentralização;
3. O princípio da subsidiariedade.

De uma maneira geral, o princípio da autonomia local remete para o “direito e a capacidade
efetiva de as autarquias locais regulamentarem e gerirem, nos termos da lei, sob sua
responsabilidade e no interesse das respetivas populações, uma parte importante dos assuntos
públicos.” (“Mandato Autárquico”, 2021, p. 5). Nesse sentido, o princípio da autonomia local
engloba três vertentes imprescindíveis para a sua concretização, particularmente a autonomia
administrativa, a autonomia financeira e a autonomia regulamentar (“Mandato Autárquico”,
2021).

No que concerne à autonomia administrativa, esta indica, dentro dos limites da lei, que “as
autarquias são competentes para praticar atos definitivos e exercem os seus poderes
administrativos sob responsabilidade própria, sem sujeição a um poder de direção ou de
superintendência do Estado, nem a formas de tutela de mérito.” (“Mandato Autárquico”, 2021,
p. 6).

Quanto à autonomia financeira, esta traduz-se na responsabilidade que recai sobre os órgãos
autárquicos relativamente à gestão do seu próprio património e das suas finanças (“Mandato
Autárquico”, 2021).
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No que diz respeito à autonomia regulamentar, rege-se pela “possibilidade de criação de
regulamentos independentes, que não carecem da prévia existência de uma lei, desde que o seu
objeto se enquadre no âmbito das atribuições da autarquia.” (“Mandato Autárquico”, 2021, p.
7).

Por outro lado, o domínio da descentralização administrativa baseia-se na transferência de


atribuições e competências do Estado para as autarquias locais, já que as mesmas se encontram
mais bem posicionadas, devido à sua proximidade face aos cidadãos, para as prosseguir a nível
local (“Mandato Autárquico”, 2021).

Por fim, o princípio da subsidiariedade implica que a tomada de decisões e a execução de


políticas públicas sejam empreendidas no âmbito local mais imediato e mais próximo dos
cidadãos. É importante notar que este princípio tem sido largamente defendido pela União
Europeia (“Mandato Autárquico”, 2021).

No que concerne à organização administrativa autárquica, Portugal apresenta municípios e


freguesias (“Mandato Autárquico”, 2021). Ao nível dos municípios, existem a assembleia
municipal (órgão deliberativo do município) e a câmara municipal (órgão executivo do
município) (“Mandato Autárquico”, 2021).

Por sua vez, no domínio das freguesias existem dois órgãos representativos, particularmente a
assembleia de freguesia (órgão deliberativo) e a junta de freguesias (órgão executivo da
freguesia) (“Mandato Autárquico”, 2021). Apesar da existência de diversos órgãos autárquicos,
eleitos simultaneamente pelos cidadãos, estes apresentam dinâmicas eleitorais e de
representação distintas. Posto isto, no ponto seguinte tratar-se-á do sistema eleitoral autárquico
(“Mandato Autárquico”, 2021).

2. Lei eleitoral em Portugal

2.1. Sistema eleitoral autárquico

As eleições autárquicas em Portugal realizam-se de quatro em quatro anos, obrigatoriamente


no período entre 22 de setembro e 14 de outubro, como mencionado no Artigo 15.º da Lei n.º
1/2001, além de só se poderem realizar a um domingo ou a um feriado, e tem como propósito
eleger os membros dos vários órgãos autárquicos para um mandato de 4 anos, como
mencionado no Artigo 75.º da Lei n.º 169/99.
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As eleições são marcadas através de um Decreto do Governo e são organizadas pelo serviço
competente do Ministério da Administração Interna, que neste momento é a Área Eleitoral da
Secretaria-Geral do MAI.

O sistema eleitoral autárquico em Portugal divide-se em três eleições diferentes, sendo elas:
eleição para a Câmara Municipal; eleição para a Assembleia Municipal; e eleição para a
Assembleia de Freguesia (Estabelece o quadro de competências, assim como o regime jurídico
de funcionamento, dos órgãos dos municípios e das freguesias, 1999, art.º 2.º).

Para a Câmara Municipal, os eleitores votam em listas compostas por candidatos de um partido
político ou de um movimento independente (Eleição dos titulares dos órgãos das autarquias
locais, 2001, art.º 11.º). Para poder concorrer às eleições para a Câmara Municipal, cada partido
ou movimento independente deve entregar ao Tribunal Constitucional a sua lista de candidatos,
que deve conter um número de candidatos equivalente ao número de mandatos que serão
atribuídos no total, assim como um número de suplentes (Eleição dos titulares dos órgãos das
autarquias locais, 2001, art.º 16.º, 19.º e 20.º). Depois de conhecidos os resultados, o número
de mandatos atribuídos a cada lista é calculado através do método de Hondt, sendo que as listas
mais votadas elegem os candidatos da sua lista por ordem numérica, de acordo com o número
de mandatos que lhes foi atribuído. O cabeça de lista da lista mais votada é automaticamente
eleito Presidente da Câmara, sendo que este pode ter ou não o apoio da maioria dos vereadores
eleitos, como preconiza o Artigo 57.º da Lei n.º 169/99.

Para a Assembleia Municipal, o processo é semelhante. Tal como na eleição para a Câmara
Municipal, o sufrágio para a Assembleia Municipal é o sufrágio por listas, isto é, cada
candidatura apresenta uma lista de candidatos que, de acordo com os resultados, serão eleitos
pela ordem em que aparece na lista apresentada ao TC. As listas para a Assembleia Municipal
também são compostas pelo número de deputados eleitos para a Assembleia, assim como
alguns suplentes. Depois de contabilizados os votos, os mandatos são atribuídos através do
método de Hondt pelas listas mais votadas. Depois de eleitos, os membros da nova Assembleia
Municipal elegem entre si, através de uma votação, o Presidente da Mesa da Assembleia
Municipal, assim como o 1º Secretário e o 2º Secretário (Estabelece o quadro de competências,
assim como o regime jurídico de funcionamento, dos órgãos dos municípios e das freguesias,
1999, art.º 46.º).

Já para a Assembleia de Freguesia, as eleições funcionam de maneira ligeiramente diferente.


Ao contrário da crença geral, os Presidentes da Junta de Freguesia não são sempre eleitos
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através do voto direto. Isso só acontece quando a freguesia em questão possui mais de 150
eleitores, onde o cabeça de lista da lista vencedora é automaticamente eleito Presidente da
Junta. Caso a freguesia possua menos de 150 eleitores, e como estipulado no Artigo 24.º da Lei
nº 169/99, o Presidente da Junta é eleito através de um plenário com os eleitores da freguesia.
Tal como nos outros dois tipos de eleições autárquicas, o sufrágio é um sufrágio por listas,
sendo que cada partido ou movimento independente tem de apresentar ao TC uma lista
ordenada de candidatos, sendo que o número total de nomes nas listas deve ser igual ao número
total de deputados existentes na Assembleia de Freguesia, e deve conter também um número
de suplentes. Após a realização da eleição, os mandatos são distribuídos pelas listas candidatas
através do método de Hondt. Depois dos novos membros da Assembleia de Freguesia tomarem
posse, estes elegem entre si o novo Presidente da Assembleia de Freguesia que, além de presidir
este órgão do poder local, tem também a função de representar a sua freguesia nas sessões da
Assembleia Municipal, sendo efetivamente um membro desta Assembleia, tal qual consigna o
Artigo 43.º da Lei n.º 169/99.

Tanto os Presidentes da Câmara como os Presidentes da Junta estão abrangidos pela Lei de
Limitação de Mandatos. Por isso, não podem exercer mais do que três mandatos consecutivos
(Estabelece limites à renovação sucessiva de mandatos dos presidentes dos órgãos executivos
das autarquias locais, 2005, art.º 1.º). No entanto, podem voltar-se a candidatar aos seus antigos
cargos depois de alguém os suceder na presidência da Câmara Municipal ou na Junta de
Freguesia.

É importante notar que, se por algum motivo algum destes órgãos perder o quórum ou não
consiga encontrar uma maioria, seja por demissões em massa ou afastamentos de cariz judicial,
devem ser convocadas eleições intercalares para eleger novos membros que cumpram o
presente mandato até às próximas eleições gerais (Eleição dos titulares dos órgãos das
autarquias locais, 2001, art.º 222.º).

2.2. Apresentação de candidaturas

As candidaturas para os órgãos das autarquias locais podem ser apresentadas por várias
entidades como partidos políticos, coligações entre os mesmos ou através de grupos de
cidadãos eleitores. Contudo, não pode haver candidaturas individuais para os órgãos das
autarquias locais. No entanto, os partidos e as coligações eleitorais podem incluir nas suas listas
cidadãos independentes (Eleição dos titulares dos órgãos das autarquias locais, art.º 16.º). Para
além disso, nenhum candidato pode integrar mais do que uma lista candidata a cada órgão, ao
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passo que se for um partido, coligação ou grupo de cidadãos este pode apresentar mais do que
uma lista a cada órgão (Eleição dos titulares dos órgãos das autarquias locais, art.º 16.º).

As listas de candidatos aos órgãos da autarquia são apresentadas perante o “juiz do juízo de
competência genérica com jurisdição no respetivo município, salvo quando o mesmo esteja
abrangido por um juízo local cível, caso as listas apresentadas perante o respetivo juiz, até ao
55º dia anterior à data do ato eleitoral” (Eleição dos titulares dos órgãos das autarquias locais,
art.º 20.º).

Todos os partidos políticos, coligações ou grupos de cidadãos concorrentes aos órgãos de


autarquias locais nomeiam um mandatário não pertencente às listas candidatas com a finalidade
de representar as mesmas, sendo este quem responde pela exatidão e veracidade dos
documentos que cada lista é instruída (Eleição dos titulares dos órgãos das autarquias locais,
art.º 22.º).

Para a apresentação de candidaturas é necessário entregar uma lista que contenha a indicação
da eleição em causa juntamente com a identificação do partido, a coligação ou grupo de
cidadãos proponente mais a identificação dos candidatos e do mandatário da lista e em casos
de coligação, a indicação do partido que propõe cada um dos candidatos (Eleição dos titulares
dos órgãos das autarquias locais, art.º 23.º). Para além disto, é necessário também uma
declaração de candidatura, esta deve ser assinada conjunta ou separadamente pelos candidatos
sobre o compromisso de honra, que estes não figuram em mais de uma lista de candidatos para
o mesmo órgão e que aceitam candidatar-se pelo partido, coligação ou grupo de cidadãos
(Eleição dos titulares dos órgãos das autarquias locais, art.º 23.º).

O grupo de cidadãos eleitores na entrega de listas candidatas aos órgãos de autarquias locais
deve cumprir com inúmeros requisitos, sendo proibido, na sua denominação, conter mais de
seis palavras, não sendo permitido que essa denominação se baseie exclusivamente em nome
de uma pessoa singular, integrar denominações oficiais ou expressões diretamente relacionadas
com partidos políticos, coligações ou até qualquer religião, ou instituto nacional ou local
(Eleição dos titulares dos órgãos das autarquias locais, art.º 23.º).

Após a entrega das listas candidatas, cada lista é instruída com a certidão, ou pública —forma
de certidão do Tribunal Constitucional, sendo este o comprovativo do registo do partido e da
respetiva data (Eleição dos titulares dos órgãos das autarquias locais, art.º 23.º). No caso de
grupos de cidadãos, cada lista será instruída com a declaração de propositura. E, por fim, em
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todos os casos cada lista será instruída com a certidão de inscrição do recenseamento eleitoral
de cada um dos candidatos e do mandatário (Eleição dos titulares dos órgãos das autarquias
locais, art.º 23.º).

O grupo de cidadãos eleitores que, ao apresentarem as suas candidaturas não apresentarem


símbolo, ou cujo símbolo não seja aceite, deverá utilizar em alternativa o numeral romano que
lhes for atribuído aquando do sorteio (Eleição dos titulares dos órgãos das autarquias locais,
art.º 23.º). Sendo o juiz competente quem decide a admissibilidade da denominação, sigla e
símbolo dos grupos de cidadãos eleitores (Eleição dos titulares dos órgãos das autarquias locais,
art.º 23.º).

Por fim, com as listas definitivamente admitidas, o juiz envia por cópia ao presidente da câmara
municipal, as listas, devendo estas ser publicadas no prazo de cinco dias, em editais afixados à
porta dos edifícios do tribunal, da câmara municipal e das juntas de freguesia do município, no
caso das eleições para a assembleia municipal do executivo camarário, e no edifício da junta
de freguesia e noutros lugares da freguesia, no caso das eleições da assembleia de freguesia
(Eleição dos titulares dos órgãos das autarquias locais, art.º 35.º).

No dia das eleições, as listas candidatas aos órgãos de autarquias locais serão novamente
publicadas à entrada das assembleias de voto assim como os boletins de voto (Eleição dos
titulares dos órgãos das autarquias locais, art.º 35.º).

2.3. Capacidade Eleitoral

2.3.1. Capacidade Eleitoral Ativa

A capacidade eleitoral ativa corresponde ao direito de um indivíduo participar no processo


democrático ao exercer o seu voto nas eleições, referendos e plebiscitos. Enquanto direito que
confere a um cidadão a participação ativa no processo eleitoral, este traduz-se no exercício do
voto (Soltan & Anderson, 2009). Este direito é consagrado no artigo 15º da Constituição
Portuguesa, que postula que “todos os cidadãos têm o direito de tomar parte na vida política e
na direção dos negócios públicos do país, diretamente ou por intermédio de representantes
livremente eleitos”. (Constituição da República Portuguesa, 1976, art.º 15.º).

Para cumprir a capacidade eleitoral ativa em Portugal, é necessário que o cidadão cumpra
alguns requisitos previstos na Lei Eleitoral da Assembleia da República, que é regulada pela
Lei n.º 14/79, de 16 de maio. Primeiramente, é necessário que o cidadão tenha a nacionalidade
portuguesa e, ainda, 18 ou mais anos de idade. Além disso, é impreterível que este se encontre
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inscrito no recenseamento eleitoral da sua área de residência, apresentando-se, o recenseamento
eleitoral, como obrigação legal, devendo o cidadão atualizar os seus dados sempre que existam
alterações (como mudança de residência ou alteração do estado civil). Deve fazer-se
acompanhar pelo cartão de cidadão e não pode estar privado do direito de voto por qualquer
motivo legalmente previsto — por conseguinte, os cidadãos portugueses que estão privados de
liberdade, mas não tenham sido privados de direitos políticos, têm o direito de votar. (CNE,
sem data)

É importante salientar que a capacidade eleitoral ativa é um direito fundamental e, como tal,
deve ser respeitado e protegido pelo Estado. O 49º artigo da Constituição Portuguesa prevê que
o exercício do direito de voto deve ser livre, secreto e pessoal, e que a violação deste direito
constitui um crime. Complementarmente, no 46º artigo, é previsto, ainda, que todos os cidadãos
tenham o direito de constituir partidos políticos e de neles se inscreverem, bem como de
exercerem atividades políticas de forma livre e democrática. (Constituição da República
Portuguesa, 1976) Este conjunto de direitos e liberdades é essencial para a consolidação da
democracia e da cidadania em Portugal.

2.3.2. Capacidade Eleitoral Passiva

A capacidade eleitoral passiva concerne “o direito a ser eleito” (Miguéis et al., 2015). Este
direito encontra-se consignado no art.º 50.º da Constituição da República Portuguesa, que
atenta possuírem “[t]odos os cidadãos [...] o direito de acesso, em condições de igualdade e
liberdade, aos cargos públicos” (Rocha, 2019). Adicionalmente, o n.º 2 do mesmo artigo
sublinha que nenhum cidadão pode “ser prejudicado na sua colocação, no seu emprego, na sua
carreira profissional ou nos benefícios sociais a que tenha direito, em virtude do exercício de
direitos políticos ou do desempenho de cargos públicos” (Rocha, 2019). O que assinala ser a
discriminação de cidadãos relativa à capacidade eleitoral passiva inconstitucional.

Tal como Miguéis et al., (2015) enfatizam, existem duas condições sine qua non para plena
realização da capacidade eleitoral passiva: “a capacidade ativa e a cidadania portuguesa”. De
acordo com Jorge Miranda (1978), a capacidade eleitoral passiva “depende da capacidade
eleitoral ativa — só é elegível quem é eleitor (quem não pode o menos não pode o mais)” (p.
473). Contudo, é perfeitamente legítimo que um cidadão se candidate a um círculo eleitoral,
no caso das eleições legislativas, que não englobe a sua “circunscrição de recenseamento e, por
isso, não [corresponda] ao local do exercício do voto” (Miguéis et al., 2015). No que tange à
cidadania, sublinhe-se três pontos:
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1. a Lei Eleitoral para a Assembleia da República (1979) codifica que apenas são
“elegíveis para a Assembleia da República os cidadãos portugueses eleitores” (art.º 4.º),
e, no caso de cidadãos portugueses com outra nacionalidade, preconiza que “não podem
ser candidatos pelo círculo eleitoral que abranja o território do país dessa nacionalidade,
quando exerçam, em órgãos desse Estado, cargos políticos ou altos cargos públicos
equiparados a estes segundo o critério da lei portuguesa” (art.º 6.º, n.º 2);
2. os requisitos para a efetivação de uma candidatura à Presidência da República são mais
taxativos, exigindo que os candidatos sejam “cidadãos eleitores portugueses de origem,
maiores de 35 anos” (Regulamenta a eleição do Presidente da República, 1976, art.º 4.º,
n.º 1), i.e., é necessário um cidadão ter obtido cidadania portuguesa à nascença para se
poder candidatar ao cargo;
3. para os órgãos das autarquias locais, são passíveis de serem eleitos:
a. “cidadãos portugueses eleitores”;
b. “cidadãos eleitores de Estados membros da União Europeia quando de igual
direito gozem legalmente os cidadãos portugueses no Estado de origem
daqueles”;
c. “cidadãos eleitores dos países de língua oficial portuguesa com residência em
Portugal há mais de quatro anos quando de igual direito gozem legalmente os
cidadãos portugueses no respetivo Estado de origem”;
d. “[o]utros cidadãos eleitores com residência legal em Portugal há mais de cinco
anos desde que nacionais de países que, em condições de reciprocidade,
atribuam capacidade eleitoral passiva aos portugueses neles residentes”
(Eleição dos titulares dos órgãos das autarquias locais, 2001, art.º 5.º).

3. Direitos políticos dos estrangeiros em Portugal

O Estado português é obrigado a conferir os mesmos direitos que o país de origem do cidadão
estrangeiro lhe dispõe, havendo, assim, uma reciprocidade entre os dois. Desse modo, as
pessoas apátridas e os estrangeiros residentes em Portugal têm os mesmos direitos e deveres
dos cidadãos portugueses, tal como está presente no artigo 15º da Constituição da República
Portuguesa (1976).

Desta maneira, é evidente que, aqueles que são os nossos direitos, liberdades e garantias
pessoais enquanto cidadãos portugueses também se aplicam aos imigrantes legalmente
residentes no nosso país, evidenciados na Constituição da República Portuguesa (1976). Um
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dos exemplos de que os cidadãos estrangeiros têm recebido uma grande atenção por parte do
Estado português está demonstrado na lei das associações de imigrantes que “[…] veio
reconhecer o direito de antena às associações representativas de âmbito nacional” (Leitão,
2001).

Ao nível da participação política, os direitos relacionados com esta tem sofrido uma alteração
positiva, tanto a nível europeu como a nacional, já que, para além da reciprocidade entre
Estados, a capacidade eleitoral passiva e ativa abrange-se a vários países, como é o caso do
Brasil, “Os cidadãos brasileiros com o estatuto especial de igualdade de direitos e deveres,
gozam do direito de votar nas eleições para a Assembleia da República e nos referendos
nacionais” (Leitão, 2001). Para além disso, a filiação em partidos políticos também é permitida,
estando consagrado nos estatutos dos principais partidos. No entanto, esta só se aplica aos
Estados-Membros da União Europeia e à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
(Leitão, 2001).

Além da garantia dos direitos e liberdades pessoais, os estrangeiros também gozam da


salvaguarda dos seus direitos do trabalho, bem como económicos, sociais e culturais, tendo
estes a consciência que tal como os cidadãos portugueses, sem deveres não há direitos (Leitão,
2001). Tendo em conta, a religião, ideologia e etnia, os direitos referidos anteriormente não
podem ser violados por terceiros por estas razões, estando também assegurados aos imigrantes,
os direitos mínimos que abrangem os portugueses (Leitão, 2001).

Os direitos políticos não são atribuídos a todos os estrangeiros residentes em Portugal, assim,
num sentido mais estrito e formal o acesso a direitos eleitorais estão limitados a várias
situações, sendo elas (Oliveira e Carvalhais, 2017):

1. aos cidadãos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa com residência efetiva
em Portugal, com reciprocidade assegurada, que permite ao fim de dois anos de
residência, adquirirem o direito de voto e ao fim de três anos de ser eleitos localmente;
2. um determinado grupo de países, em contexto de reciprocidade, têm direito à
capacidade eleitoral ativa e passiva a nível autárquico local, após três anos de residência
em Portugal;
3. os cidadãos dos Estados-membros da União europeia, em condições de reciprocidade,
podem ser eleitos e eleger para o Parlamento Europeu, tendo somente de comprovar a
sua residência no nosso país (Oliveira e Carvalhais, 2017). Contudo, ainda há uma fatia
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de cidadãos estrangeiros residentes em Portugal que não obtêm quaisquer direitos
políticos.

Por último, todos os cidadãos estrangeiros legalmente residentes no país têm direitos eleitorais,
isto é, o direito de participar ativamente e passivamente na vida política do país e da União
Europeia, uma vez que, a nação portuguesa se apresenta como disponibilidade para receber
imigrantes, devido à sua política inclusiva e da possível contribuição que estes podem oferecer
a nível continental, insular e europeu, nas questões políticas. É evidente que a população
estrangeira em Portugal se constitui como uma parte significativa do eleitorado nos atos
eleitorais locais (Oliveira e Gomes, 2017).

Tendo em conta os direitos políticos dos imigrantes no nosso país, o poder político autárquico
é fundamental para o desenvolvimento destes. Este, por um lado, tem a capacidade de limitar
os direitos políticos, através de medidas discriminatórias ou por uma representação inadequada.
Por outro lado, tenta incluir os imigrantes na participação política local. Como referido
anteriormente, esta inclusão acontece através da extensão de direitos como: acesso à educação,
representação e participação nos processos de tomada de decisão. Estas ações têm contribuído
para um panorama mais inclusivo e representativo em Portugal (“Mandato Autárquico, 2021”).

Apesar de os cidadãos imigrantes estarem incluídos na participação política autárquica, se estes


residirem em Portugal há três anos consecutivos e estejam inscritos no recenseamento eleitoral,
não lhes são conferidos direitos políticos plenos. (Comissão Nacional de Eleições, sem data).
Isto significa que não votam em eleições nacionais, como é o caso da eleição para a Assembleia
e Presidente da República, tal como está conferido na Constituição da República Portuguesa
(1976).

Considerando os diversos direitos políticos dos cidadãos imigrantes residentes em Portugal,


destaca-se o “estatuto especial de igualdade de direitos e deveres” conferido aos cidadãos
brasileiros (Leitão, 2001), que lhes dá a capacidade eleitoral ativa e passiva. Em relação à
primeira, os cidadãos brasileiros residentes em Portugal, têm o direito de participar nas eleições
para os órgãos políticos do Brasil. Pelo contrário, a capacidade eleitoral passiva, garante que
estes possam exercer os seus direitos políticos no país em que residem, desde que cumpram
com o que está estipulado na Legislação portuguesa, para isso é necessário estar inscrito no
recenseamento eleitoral em Portugal (Miguéis et al., 2015).
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Em suma, dado o estatuto dos imigrantes brasileiros, residentes em Portugal, estes podem
exercer os seus direitos políticos plenos no Brasil, desde que sigam os requisitos previstos na
legislação eleitoral brasileira. Para além disso, os direitos políticos dos imigrantes em Portugal,
equivalem-se aos direitos políticos dos cidadãos portugueses, excluindo a participação política
nas eleições nacionais, como eleitor ou eleito.

4. Metodologia

A amostragem constitui-se como o árduo processo de seleção de um aglomerado ou segmento


da população — conhecido como amostra — com o intuito de representar em sua totalidade o
universo em questão. A meta que se almeja é a de obter conclusões precisas, substanciadas por
um grupo reduzido de indivíduos. Afigura-se imprescindível, pois, a meticulosa escolha da
amostra, em prol de assegurar uma representatividade fiel da população almejada (Vicente et
al., 2001). O feito amostral viabiliza, por conseguinte, a precisa estimativa das características
inerentes à coletividade, valendo-se, para tanto, das informações captadas junto à amostra.
Nesse processo, conceitos basilares como população, representatividade e erro amostral
assumem papeis de destaque, imprimindo-lhe um caráter imprescindível (Coelho et al., 2016).

O termo "população" ou "universo" remete ao agregado de indivíduos, eventos ou objetos


submetidos a estudo, visando a generalização de conclusões e resultados por intermédio de
amostras. As populações, por sua vez, detêm uma dimensão finita, passível de observação e
quantificação, com variação ao longo do tempo. A definição minuciosa da população assume
preponderância inegável, uma vez que possibilita a avaliação da aplicabilidade dos resultados
a populações análogas (Kish, 1965).

Na investigação sobre a participação política dos residentes brasileiros nos concelhos de Braga,
empreendeu-se o levantamento de determinados indivíduos encontrados em locais públicos,
empregando, por isso, inquéritos autoadministrados e entrevistas pessoais como técnicas de
recolha de dados. Os inquéritos garantiram a confidencialidade e facilitaram a recolha de dados
quantitativos.

Nesse âmbito, o universo em análise restringe-se aos residentes brasileiros em concelho de


Braga, ao passo que a amostra é composta pelos sujeitos que cumpram os requisitos
mencionados e que tenham sido submetidos a inquirições pessoais, bem como à realização de
questionários autoadministrados. A amostragem por quotas foi combinada com a amostragem
bola-de-neve e amostragem por conveniência, selecionando participantes pela acessibilidade
bem como por meio de uma rede de referências. Essas escolhas metodológicas seguiram as
Direitos Políticos da População Brasileira Residente em Portugal: uma Análise
linhas das contribuições de Coutinho (2019), referência no campo da pesquisa científica,
fornecendo fundamentos teóricos e práticos para os tipos de amostragem utilizados.

No tratamento dos dados da pesquisa, optou-se pela utilização do software SPSS (Statistical
Package for the Social Sciences), o qual se revela de notável pertinência em estudos de natureza
quantitativa, neste caso, onde se abarcam variáveis sociodemográficas e respostas quantitativas
relacionadas ao comportamento e envolvimento político de um cidadão brasileiro residente no
concelho Braga. O SPSS, software estatístico amplamente adotado no campo das ciências
sociais, assume-se especialmente útil em pesquisas que implicam a análise de dados
quantitativos. Este software oferece uma ampla gama de recursos e ferramentas que auxiliam
no tratamento, manipulação, análise e interpretação de dados (Acton & Miller, 2009). No
âmbito do estudo em questão, o SPSS permite a condução de análises estatísticas descritivas,
tais como médias, frequências e distribuições, propiciando a compreensão das características
sociodemográficas da amostra em pauta (ibidem). Além disso, o software possibilita a
realização de análises inferenciais, a exemplo de testes de associação, regressão e correlação,
que se revelam valiosos no estudo das inter-relações entre as variáveis sociodemográficas e o
comportamento político dos cidadãos brasileiros em Braga. Através da utilização do SPSS, é
viável produzir representações gráficas, tabulares e relatórios estatísticos que simplificam a
exposição e a interpretação dos resultados, proporcionando uma perceção mais acurada e
abrangente do comportamento político dos sujeitos investigados, de modo que os mesmos
dados e correlações possam ser captados de forma intuitiva e discernidos com eficiência.

5. Descrição dos Dados

5.1. Descrição das variáveis independentes

Dentre a totalidade dos inquiridos, cerca de 50,9% são do género masculino e 49,1% do género
feminino (Tabela 1, infra). Em termos absolutos, recolheram-se as respostas de 55 pessoas, 28
das quais do género masculino e 27 do feminino. Sendo possível afirmar-se que se procurou e
conseguiu atingir um equilíbrio entre o número de homens e mulheres. Complementarmente,
é de notar que cada membro do grupo recolheu respostas de 5 indivíduos distintos.
Direitos Políticos da População Brasileira Residente em Portugal: uma Análise
Tabela 1
Género dos inquiridos

Qual é o seu género? Frequência Absoluta Frequência Relativa


Masculino 28 50,9%
Feminino 27 49,1%
Total 55 100%
Nota: elaborada pelos autores

No que toca às idades dos respondentes, 21,8% têm idades compreendidas entre os 18 e os 29
anos; 18,2% têm entre 30 e 39 anos; outros 18,2% têm entre 40 e 49 anos; cerca de 21,8%
pertencem à faixa etária dos 50-59 anos; e, por fim, 20% têm 60 ou mais anos (ver Tabela 2,
em baixo). Assim, do mesmo modo que se procurou um equilíbrio na distribuição do género,
também se o fez no que concerne a idade.

Tabela 2

Idades dos inquiridos

Qual é a sua idade? Frequência Absoluta Frequência Relativa


18-29 12 21,8%
30-39 10 18,2%
40-49 10 18,2%
50-59 12 21,8%
60+ 11 20%
Total 55 100%
Nota: elaborada pelos autores

Adicionalmente, cerca de três quintos dos indivíduos que responderam são casados (60%), ao
passo que quase dois quintos ou 38,2% são solteiros, como é possível constatar na Tabela 3.
Todavia, somente 1 respondente atentou ser divorciado (o que equivale a 1,8% em termos
relativos).
Direitos Políticos da População Brasileira Residente em Portugal: uma Análise
Tabela 3

Estado Civil dos Inquiridos

Qual é o seu Estado Civil? Frequência Absoluta Frequência Relativa


Solteiro 21 38,2%
Casado 33 60%
Divorciado 1 1,8%
Total 55 100%
Nota: elaborada pelos autores

No que toca à naturalidade dos respondentes, a maioria são do Rio de Janeiro (20%, ou 11
pessoas), conquanto o Rio Grande do Sul fique em segundo lugar por apenas 1,8% (ou 1
pessoa), como demonstra a Tabela 4. São Paulo fica em terceiro lugar, com 14,5% dos
respondentes oriundos da cidade. Tanto Santa Catarina quanto Baía contam com 9,1% das
respostas. Assim, existe uma grande dispersão no que toca à nacionalidade dos inquiridos.

Tabela 4
Naturalidade dos inquiridos por Estado Brasileiro
De que Estado Brasileiro é Frequência Absoluta Frequência Relativa
Natural?
Amapá 2 3,6%
Baía 5 9,1%
Brasília 2 3,6%
Espírito Santo 2 3,6%
Goiás 2 3,6%
Manaus 1 1,8%
Minas Gerais 4 7,3%
Pará 1 1,8%
Pernambuco 1 1,8%
Piauí 1 1,8%
Rio de Janeiro 11 20%
Rio Grande do Sul 10 18,2%
Santa Catarina 5 9,1%
São Paulo 8 14,5%
Nota: elaborada pelos autores
Direitos Políticos da População Brasileira Residente em Portugal: uma Análise
Tendo em conta a análise da variável presente na Tabela 5, é notório que a maior parte dos
inquiridos reside em Braga (29,1%), seguindo-se a freguesia de São Vítor (20%) e a de
Maximinos, Sé e Cividade (18,2%). A maior parte das restantes freguesias de Braga, compõem
1,8% dos inquiridos, como é o caso de Nogueira, Ferreiros, entre outras.

Tabela 5

Freguesia de residência dos inquiridos no concelho de Braga

É residente em que freguesia Frequência Absoluta Frequência Relativa


de Braga?
Braga 16 29,1%
São José 2 3,6%
Lamaçães 2 3,6%
São Vítor 11 20%
São Vicente 2 3,6%
Maximinos, Sé e Cividade 10 18,2%
Nogueira 1 1,8%
Nogueiró 2 3,6%
Ferreiros 1 1,8%
Gualtar 3 1,8%
São Lázaro 2 5,5%
Priscos 1 1,8%
Fraião 1 1,8%
Lamas 1 1,8%
Nota: elaborada pelos autores

Em relação ao nível de escolaridade, apenas um inquirido (1,8%) possui uma pós-graduação.


Contudo, tendo em conta a tabela, os inquiridos de nacionalidade brasileira com licenciatura
(30,9%), com o ensino médio, isto é, 12º ano (25,5%) e com mestrado (20%) compõem os
maiores valores analisados (ver Figura 6, infra).
Direitos Políticos da População Brasileira Residente em Portugal: uma Análise
Tabela 6

Nível de instrução dos inquiridos

Qual o seu nível de Frequência Absoluta Frequência Relativa


escolaridade?
Doutoramento 8 14,5%
Pós-Graduação 1 1,8%
Mestrado 11 20%
Licenciatura/Bacharelado 17 30,9%
Ensino Médio/12.º Ano 14 25,5%
Ensino Fundamental/9.º Ano 4 7,3%
Total 55 100%
Nota: elaborada pelos autores

Da população brasileira inquirida é possível analisar que em relação à atividade profissional,


14,8% são estudantes, compondo, desta forma, a atividade com mais inquiridos, seguindo-se
de 12,7%, onde cerca de 7 pessoas são reformadas. Atividades como professor universitário,
investigador, empregado de mesa e empreendedor correspondem, respetivamente, a cerca de
7,3% dos inquiridos. Por fim, das 25 atividades profissionais analisadas, 16 apenas têm 1,8%
dos inquiridos a exercer essas funções, isto é, um inquirido (ver Tabela 7, abaixo).

Tabela 7

Atividade profissional dos inquiridos

Atividade Profissional Frequência Relativa Frequência Absoluta


Advogado 5,5% 3
Agricultor 1,8% 1
Bancário 1,8% 1
Barbeiro 1,8% 1
Chefe de Produção 1,8% 1
Chefe de Turno na
1,8% 1
Restauração
Costureiro 1,8% 1
Desempregado 3,6% 2
Empreendedor 7,3% 4
Direitos Políticos da População Brasileira Residente em Portugal: uma Análise
Empregado de mesa 7,3% 4
Engenheiro de Software 1,8% 1
Estagiário 1,8% 1
Estudante 14,5% 8
Funcionário Call Center 5,5% 3
Funcionário de Escritório 1,8% 1
Investigador 7,3% 4
Metalomecânico 1,8% 1
Pedagogo 1,8% 1
Pintor 1,8% 1
Professor 1,8% 1
Professor Universitário 7,3% 4
Psicólogo 1,8% 1
Reformado 12,7% 7
Técnico Auxiliar de Saúde 1,8% 1
Voluntário 1,8% 1
Nota: elaborada pelos autores

5.2. Descrição das variáveis dependentes

Os inquiridos de género feminino, na sua grande maioria (70,4%) sabe que pode votar nas
eleições das autarquias locais, enquanto os entrevistados do género masculino, 50% sabe que
pode votar e os outros 50% não sabe que pode votar.

Tabela 8
Relação entre o género e o conhecimento relativo à participação nas eleições para os órgãos
autárquicos

Qual o seu género?


Masculino Feminino
Sabe se pode ou não Frequência Frequência Frequência Frequência
votar nas eleições dos Absoluta Relativa Absoluta Relativa
órgãos das autarquias (Coluna) (Coluna)
locais
Sim 14 50% 19 70,4%
Não 14 50% 8 29,6%
Direitos Políticos da População Brasileira Residente em Portugal: uma Análise
Total 28 100% 27 100%
Nota: elaborada pelos autores

Mais pessoas sabem que podem votar nas eleições para os órgãos das autarquias locais (33
pessoas) do que as que não sabem (22 pessoas), a faixa etária dos 60 anos ou mais é que tem
mais pessoas informadas (cerca de 27%), sendo seguida pela faixa etária dos 50-59 anos (cerca
de 21%), enquanto a faixa etária dos 18 aos 29 anos é que tem mais inquiridos que não sabiam
que podiam votar, com cerca de 27%. No geral, os inquiridos mais velhos são aqueles que
sabiam que podiam votar nas eleições para as autarquias locais.

Tabela 9

A relação entre a idade e o conhecimento relativo à participação nas eleições para os órgãos
autárquicos

Sabe se pode ou não votar nas eleições dos órgãos das autarquias
locais?
Sim Não
Frequência Frequência Frequência Frequência
Qual é a sua idade? Absoluta Relativa Absoluta Relativa
(Coluna) (Coluna)
18-29 6 18,2% 6 27,3%
30-39 5 15,2% 5 22,7%
40-49 6 18,2% 4 18,2%
50-59 7 21,2% 5 22,7%
60+ 9 27,3% 2 9,1%
Total 33 100% 22 100%
Nota: elaborada pelos autores

Dos inquiridos, aqueles que têm licenciatura são os mais informados relativamente a poderem
votar nas eleições para os órgãos das autarquias locais, com cerca de 33%, mas também são
aqueles que não sabiam que podiam votar, com cerca de 27%. Contrariamente às expectativas,
os inquiridos com o maior nível de escolaridade (o doutoramento) fazem parte dos que não
sabiam que podiam votar.
Direitos Políticos da População Brasileira Residente em Portugal: uma Análise
Tabela 10

A relação entre o nível de escolaridade e o conhecimento relativo à participação nas eleições


para os órgãos autárquicos

Sabe se pode ou não votar nas eleições dos órgãos das


autarquias locais?
Sim Não
Frequência Frequência Frequência Frequência
Qual o seu nível de
Absoluta Relativa Absoluta Relativa
escolaridade?
(Coluna) (Coluna)
Doutoramento 3 9,1% 5 22,7%
Pós-Graduação 0 0% 1 4,5%
Mestrado 7 21,2% 4 18,2%
Licenciatura/Bacharelado 11 33,3% 5 27,3%
Ensino Médio/12.º Ano 9 27,3% 5 22,7%
Ensino Fundamental/9.
3 9,1% 1 4,5%
Ano
Total 33 100% 22 100%
Nota: elaborada pelos autores

No que diz respeito à Tabela 11, nela consta a relação entre o género dos inquiridos e a sua
resposta à questão “Sabe se pode ou não pode candidatar-se aos órgãos das autarquias locais?”.
Analisando os dados da referida tabela, é possível aferir que 43,3% dos inquiridos responderam
afirmativamente à questão enunciada e, ao mesmo tempo, são do género masculino. Por outro
lado, 56,7% dos inquiridos são do género feminino e responderam “sim” à questão em análise.
Ora, neste sentido, a maioria dos indivíduos que admitiu saber que poderia candidatar-se aos
órgãos das autarquias locais são do género feminino. Para além disso, importa referir que a
maioria dos inquiridos que respondeu negativamente à questão enunciada são do género
masculino, na medida em que 40% dos indivíduos que afirmou não saber se podia candidatar-
se aos órgãos das autarquias locais são do género feminino e 60% do género masculino.
Direitos Políticos da População Brasileira Residente em Portugal: uma Análise

Tabela 11
Relação entre género e conhecimento sobre a candidatura a órgão locais
Sabe se pode ou não candidatar-se aos órgãos das autarquias
locais?
Sim Não
Frequência Frequência Frequência Frequência
Qual é o seu género? Absoluta Relativa Absoluta Relativa
(Coluna) (Coluna)
Masculino 13 43,3% 15 60%
Feminino 17 56,7% 10 40%
Total 30 100% 25 100%
Nota: elaborada pelos autores

No que concerne à Tabela 12, nela está exposta a relação entre a escolaridade dos indivíduos
e a sua resposta à questão “Sabe se pode ou não pode candidatar-se aos órgãos das autarquias
locais?”. Observando os dados contidos na referida tabela, verifica-se que a maioria dos
inquiridos que respondeu afirmativamente à questão enunciada possuem estudos superiores
(cerca de 63,30%), ao passo que a maioria dos indivíduos inquiridos que respondeu
negativamente à pergunta detinha qualificações superiores (cerca de 72%). Ora, isto evidencia
que, apesar de a maioria dos inquiridos possuir qualificações superiores, cerca de 32,73% não
estava informado de que poderia candidatar-se aos órgãos autárquicos locais e detinha, ao
mesmo tempo, estudos superiores, um valor que pode ser considerado como relevante.

Tabela 12
Relação entre a escolaridade e conhecimento sobre a candidatura a órgão locais
Sabe se pode ou não candidatar-se aos órgãos das autarquias
locais?
Sim Não
Frequência Frequência Frequência Frequência
Qual o seu nível de
Absoluta Relativa Absoluta Relativa
escolaridade?
(Coluna) (Coluna)
Doutoramento 3 10% 5 20%
Pós-Graduação 0 0% 1 4%
Direitos Políticos da População Brasileira Residente em Portugal: uma Análise
Mestrado 6 20% 5 20%
Licenciatura/Bacharelado 10 33,3% 7 28%
Ensino Médio/12.º Ano 8 26,7% 6 24%
Ensino Fundamental/9.
3 10% 1 4%
Ano
Total 30 100% 25 100%
Nota: elaborada pelos autores

No que diz respeito à Tabela 13, podemos observar que a percentagem de pessoas do género
masculino inscritas no recenseamento eleitoral é superior à de não inscritos, correspondendo a
58,8% dos inquiridos. Tal não se observa relativamente ao género feminino, dado que a
percentagem de pessoas não inscritas é superior às que estão inscritas (52,6%).

Tabela 13
Relação entre género e recenseamento eleitoral
Está inscrito no recenseamento eleitoral?
Sim Não
Frequência Frequência Frequência Frequência
Qual é o seu género? Absoluta Relativa Absoluta Relativa
(Coluna) (Coluna)
Masculino 10 58,8% 18 47,4%
Feminino 7 41,2% 20 52,6%
Total 17 100% 38 100%
Nota: elaborada pelos autores

No que diz respeito à Tabela 14 podemos afirmar que a maior parte dos cidadãos inscritos no
recenseamento eleitoral, tem uma idade correspondente a 60 anos ou mais, sendo estes cerca
de 35,3%, de seguida as faixas etárias onde mais cidadãos estão inscritos são as de idades
compreendidas entre os 40-49 e 50-59, nomeadamente com uma percentagem de 23,5%. Pelo
contrário, as idades com menos pessoas inscritas no recenseamento eleitoral são entre os 18-
29, com uma percentagem de 26,3%, seguindo-se as idades entre os 30-39 e ainda a faixa etária
entre os 50-59.
Direitos Políticos da População Brasileira Residente em Portugal: uma Análise
Tabela 14
Relação entre idade e recenseamento eleitoral
Está inscrito no recenseamento eleitoral?
Sim Não
Frequência Frequência Frequência Frequência
Qual é a sua idade? Absoluta Relativa Absoluta Relativa
(Coluna) (Coluna)
18-29 2 11,8% 10 26,3%
30-39 1 5,9% 9 23,7%
40-49 4 23,5% 6 15,8%
50-59 4 23,5% 8 21,1%
60+ 6 35,4% 5 13,2%
Total 17 100% 38 100%
Nota: elaborada pelos autores

Um pouco mais da metade dos inquiridos do género masculino, cerca de 55,5%, reconheceram
que não tinham conhecimento de que se poderiam inscrever. Um pequeno grupo dos inquiridos,
22,2% dos mesmos, reconhece que não tem a documentação necessária. Nas restantes razões,
com a exceção daqueles que demonstram um eventual descontentamento face ao sistema
político português, uma vez que nenhum dos entrevistados escolhe essa razão para não estar
inscrito, apresentem a mesma percentagem, de 5,6%.

Nos inquiridos do género feminino, na sua grande maioria, de 85%, não possuíam
conhecimento de que se poderiam inscrever. Às razões de não possuírem toda a documentação,
não se interessarem pela vida política em Portugal e por não se interessarem por votar têm uma
percentagem comum de 5%. O mesmo cenário verifica-se nas restantes razões, em que não
houve entrevistados a escolherem as mesmas.
Direitos Políticos da População Brasileira Residente em Portugal: uma Análise
Tabela 15
A relação entre o género e as razões de não inscrição no recenseamento eleitoral

Nota: elaborada pelos autores

Analisando a Tabela 16, poderemos constatar que, na sua maioria, as motivações por detrás da
fraca participação eleitoral a nível local por parte da comunidade brasileira se prende com
questões burocráticas, por um lado nota-se que grande parte dos inquiridos demonstrou não ter
sido informado da possibilidade de participar neste ato de sufrágio, por outro lado, outra parte,
revela não deter a documentação necessária à sua participação. Fora de situações meramente
burocráticas, encontra-se, pelo menos um indivíduo, que atesta algum descontentamento para
com o sistema político português, revelando ainda outro indivíduo não acreditar que é residido
em Portugal o tempo suficiente para tomar uma decisão consciente sobre em quem votar.

Tabela 16
A relação entre a idade e as razões de não inscrição no recenseamento eleitoral

Nota: elaborada pelos autores


Direitos Políticos da População Brasileira Residente em Portugal: uma Análise
No que concerne à Tabela 17, na mesma consta a relação entre o género dos indivíduos
inquiridos no presente trabalho de investigação e as várias fontes de informação sobre o seu
recenseamento eleitoral. A partir da análise dos dados expostos, de uma maneira geral pode
concluir-se que, dos 55 indivíduos alvo do inquérito efetuado, apenas 17 (18,18% do género
masculino e 12,73% do género feminino) tinham conhecimento de que podiam recensear-se
em Portugal. Ora, a maioria dos 18,18% dos homens que possuía a informação de que era
possível inscreverem-se no recenseamento eleitoral, obteve essa informação através da Junta
de Freguesia/Câmara Municipal ou através de conversas com familiares e amigos (cerca de
30% para cada uma das fontes de informação). No caso das mulheres, das 12,73% que
admitiram saber que poderiam recensear-se, a sua maioria obteve esse esclarecimento
sobretudo através da Junta de Freguesia/Câmara Municipal ou através do Serviço de
Estrangeiros e Fronteiras (cerca de 71,50% para cada uma das fontes de informação).

Tabela 17
A relação entre o género e a obtenção de informação sobre o recenseamento

Nota: elaborada pelos autores

Tanto os inquiridos na faixa etária entre os 18-29 e os 50-59 obtiveram a informação de que se
podia recensear através do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, 33,3% dos cidadãos entre as
idades de 60 ou mais anos obteve a informação pelo Consulado/Embaixada do Brasil em
Portugal, 50% dos indivíduos tanto na faixa etária dos 40-49 e dos 60 ou mais anos informou-
se através da Junta de Freguesia ou Câmara Municipal, 16,7% dos inquiridos na faixa etária
dos 60 ou mais anos, recebeu a informação através das associações locais. Através de conversas
Direitos Políticos da População Brasileira Residente em Portugal: uma Análise
com familiares e amigos, a maior parte dos cidadãos inquiridos situa-se na faixa etária dos 18-
29. 100% dos cidadãos inquiridos na faixa etária dos 30-39 é também cidadão português. Por
fim, nenhum dos inquiridos recebeu a informação através de órgãos de comunicação social.

Tabela 18
A relação entre a idade e a obtenção de informação sobre o recenseamento

Nota: elaborada pelos autores

No que diz respeito à Tabela 19, a maior parte dos inquiridos que já votaram para os órgãos
das autarquias locais em Portugal, encontra-se na faixa etária dos 60 ou mais anos (54,5%),
seguindo-se a faixa etária dos cidadãos entre os 50-59 anos (18,2%), sendo a restante
percentagem dividida igualmente nas restantes faixas etárias. Pelo contrário, a faixa etária onde
existem mais cidadãos que nunca votaram para os órgãos das autarquias locais, diz respeito às
idades entre os 40-49 anos.

Tabela 19
A relação entre a idade e o voto nas autarquias locais

Nota: elaborada pelos autores

Com base na Tabela 20, na qual relaciona se já ou não votou para os órgãos das autarquias
locais em Portugal com o género, podemos concluir que, ainda que uma maioria tenha votado,
Direitos Políticos da População Brasileira Residente em Portugal: uma Análise
uma percentagem elevada dos inquiridos não exerceu o seu direito. Depois, mais homens do
que mulheres votaram (35,3% vs. 29,4%).

Tabela 20
A relação entre a idade e o voto nas autarquias locais

Nota: elaborada pelos autores

Dados dos inquiridos quando questionados sobre as razões mais importantes para os levar a
votar nas eleições autárquicas correlacionado com o género: 100% dos inquiridos masculinos
e 80% femininos responderam que consideram que ao votar estão a defender os seus interesses.
Os restantes 20% femininos responderam que o motivo que as leva a votar é acreditarem que
os candidatos/ partidos políticos defendem a comunidade brasileira.

Tabela 21
A relação entre o género e motivações de voto para as eleições autárquicas.

Nota: elaborada pelos autores

As respostas dos inquiridos revelam que diferentes faixas etárias têm motivações semelhantes
para votar nas eleições autárquicas e que estas são unânimes em cada faixa etária. Jovens de
18 a 29 anos e adultos de 30 a 39 anos estão unidos na crença de que votar é uma forma de
Direitos Políticos da População Brasileira Residente em Portugal: uma Análise
defender seus interesses pessoais (100%). Inquiridos de 40 a 49 anos estão unidos na perceção
de que candidatos ou partidos políticos defendem a comunidade brasileira (100%). Inquiridos
de 50 a 59 anos e acima de 60 anos compartilham a visão de que votar é uma maneira de
defender seus interesses (100%).

Tabela 22
A relação entre idades e motivações de voto para as eleições autárquicas.

Nota: elaborada pelos autores

Com base na Tabela 23, 40% dos inquiridos do género feminino e 0% do género masculino
responderam que o seu voto não tem qualquer influência na vida política da sua freguesia e do
seu município de Braga. Por outro lado, de entre os inquiridos que reconhecem que o seu voto
tem muita influência, 20 % são do género feminino e 16,70% do género masculino.

Tabela 23
Relação entre género e a perceção que têm sobre a influência do seu voto na vida política da
sua freguesia e do município de Braga

Nota: elaborada pelos autores

Com base na Tabela 24, na qual relaciona grupos etários e a perceção que têm sobre a
influência do seu voto na vida política da sua freguesia e do município de Braga, podemos
aferir com base nas respostas dadas que os grupos dos 18 aos 29 anos e dos 40 aos 49 anos,
Direitos Políticos da População Brasileira Residente em Portugal: uma Análise
100% dos inquiridos não se sentem influentes. Por outro lado, os inquiridos no grupo etário
dos 50 aos 59 anos (50%) e acima dos 60 (16,70%) afirmam ter muita influência.

Tabela 24
Relação da idade e a perceção que têm sobre a influência do seu voto na vida política da sua
freguesia e do município de Braga

Nota: elaborada pelos autores

A maior parte dos entrevistados pretendem votar nas próximas eleições autárquicas (33
pessoas). A maioria do género feminino (59%), pretende votar, relativamente ao género
masculino, cerca de 57% pretende votar nas próximas eleições autárquicas (Tabela 25, infra).

Tabela 25
A relação entre o género e a intenção de votar nas eleições autárquicas de 2025

Nota: elaborada pelos autores

Dos inquiridos que não tem intenção de votar nas eleições autárquicas de 2025, são os da faixa
etária 50 a 59 anos e os de 60 anos ou mais, com 18,2%, enquanto os entrevistados na faixa
etária dos 30 aos 39 anos são os que mais tem a intenção de votar (cerca de 27%). Da amostra,
os que pretendem votar, os de 50 anos a 59 são os que mais tem intenção (cerca de 24%), sendo
seguidos pelas faixas etárias de 18-29 anos, 40-49 anos e 60 anos ou mais, com 24% cada
(Tabela 26, abaixo).
Direitos Políticos da População Brasileira Residente em Portugal: uma Análise
Tabela 26
A relação entre a idade e a intenção de votar nas eleições autárquicas de 2025

Nota: elaborada pelos autores

A maior parte dos cidadãos que costuma falar de política com familiares e amigos, faz parte de
associações comunitárias, participa em reuniões ou manifestações públicas, está inscrito num
partido político, faz greves e/ou boicotes, faz parte de algum sindicato, contacta órgãos de
comunicação social e recorre a atos de violência para defender os seus direitos insere-se no
género masculino. Contrariamente, a maior parte de cidadãos que participa em campanhas
eleitorais e convence os amigos a votar no mesmo candidato/partido, pertence ao género
feminino. No entanto, os cidadãos de ambos os géneros têm a mesma percentagem no que diz
respeito à subscrição de petições (23,6%) (Tabela 27, infra).
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Tabela 27
A relação entre o género e alguns comportamentos dos inquiridos (variável dicotómica)

Nota: elaborada pelos autores

Analisando a Tabela 28, conclui-se que os cidadãos que mais costumam falar de política com
familiares e amigos, se enquadra na faixa etária entre os 50-59 (21,8%) enquanto aqueles que
menos o fazem têm idades compreendidas entre os 18-29 e entre os 40-49 (3,6%). De igual
modo, os que mais participam em campanhas eleitorais e convencem os amigos a votar no
mesmo candidato ou partido inserem-se na faixa etária entre os 50-59 e os que menos
participam e tentam convencer os amigos pertencem à faixa etária entre os 18-29. A faixa etária
com mais pessoas a fazer parte de associações comunitárias é a dos 40-49 (9,1%) e as faixas
etárias onde menos pessoas fazem é a dos 18-29, 30-39 e ainda 50-59 com uma percentagem
respetiva a 16,4%. No que diz respeito à participação em reuniões ou manifestações públicas,
podemos observar que a maior parte dos cidadãos se insere na faixa etária entre os 18-29,
fazendo parte das faixas etárias entre os 50-59 e os 60 ou mais aqueles que menos participam.
As idades onde mais cidadãos estão inscritos em partidos políticos corresponde à dos 60 ou
mais anos, sendo os que têm menos cidadãos inscritos aqueles com idades compreendidas entre
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os 18-29, 40-49 e 50-59. Os cidadãos que mais subscrevem petições enquadram-se nas idades
entre os 40-49 e os que menos fazem entre os 18-29, os que mais fazem boicotes estão na faixa
etária dos 30-39, sendo os que menos fazem com idades entre os 50-59 ou com 60 anos ou
mais, os que mais fazem parte de algum sindicato têm idades entre os 30-39, 50-59 ou 60 ou
mais anos, os que não fazem parte de nenhum sindicato estão na faixa etária dos 18-29 e dos
40-49. As pessoas que mais contactam órgãos de comunicação social estão na faixa etária dos
40-49 e aquelas que menos o fazem têm idades entre os 50-59. Por fim, a única faixa etária que
recorre a atos de violência para defender os seus direitos é a dos 18-29.

Tabela 28
A relação entre a idade e alguns comportamentos dos inquiridos (variável dicotómica)

Nota: elaborada pelos autores

No que concerne à Tabela 29, nela está discriminada a relação entre o género dos inquiridos
como as respetivas formas de participação política. Primeiramente, é possível aferir que do
número total de inquiridos existe uma maior percentagem de indivíduos do género masculino
a falar muitas vezes ou sempre de política com familiares e amigos, cerca de 34,50%, ao passo
que, a percentagem de indivíduos do género feminino que fala de política muitas vezes ou
sempre com amigos e familiares é de 27,30%. Para além disso, é admissível concluir que da
percentagem total de inquiridos há uma maior percentagem de mulheres de nacionalidade
brasileira (16,40%) que nunca ou raramente falam de política com familiares e amigos, em
comparação com os 9,10% dos homens.
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No que diz respeito à participação em campanhas eleitorais, denota-se uma fraca participação
quer dos inquiridos do género masculino (36,40%) como do género feminino (34,50%). O
mesmo acontece no que respeita ao convencer os amigos a votar no mesmo candidato ou
partido que o dos inquiridos, na medida em que, cerca de 29,10% dos indivíduos do género
masculino e 27,30% do género feminino nunca ou raramente o fazem.

Por outro lado, uma percentagem considerável dos inquiridos nunca ou raramente participa em
reuniões ou manifestações públicas, já que 30,90% dos indivíduos do género masculino e
36,4% das mulheres nunca ou raramente adotam a referida forma de participação política. De
um modo geral e de acordo com os dados recolhidos e expostos na Tabela 29, há uma tendência
de fraca participação política nos indivíduos de nacionalidade brasileira inquiridos, já que
existe uma elevada percentagem de pessoas, quer do género masculino, quer do género
feminino que nunca ou raramente subscrevem petições (32,70% e 30,90%, respetivamente),
fazem greves e/ou boicotes (41,80% para ambos os géneros), contactam órgãos de
comunicação social (32,70% e 40%, respetivamente) e recorrem a atos de violência para
defender os seus direitos (49,10% para ambos os géneros).
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Tabela 29
A relação entre o género e alguns comportamentos dos inquiridos (opção múltipla)

Nota: elaborada pelos autores


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No que concerne à Tabela 30, a mesma expõe a relação entre a idade dos inquiridos e a
frequência com que adotam algumas formas de participação política. Através da sua análise,
de uma maneira geral é possível aferir que, no total dos inquiridos, a classe etária que participa
politicamente com maior frequência (“sempre” ou “muitas vezes”) é a classe dos 50 aos 59
anos. Por sua vez, a faixa etária que participa politicamente com menor frequência é a faixa
entre os 18 e 29 anos, já que nas diversas formas de participação política apresentam taxas de
frequência (“raramente” ou “nunca”) entre os 7,3% e os 18,2%. No entanto, é importante
evidenciar que a percentagem de indivíduos que adota formas de participação política ilegais
com frequência (“sempre” ou “muitas vezes”) é de 0% em todas as faixas etárias.

Tabela 30
A relação entre a idade e alguns comportamentos dos inquiridos (opção múltipla)

Nota: elaborada pelos autores


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Mais inquiridos femininos avaliaram positivamente a junta de freguesia, enquanto os
masculinos foram mais favoráveis à câmara municipal. Também os inquiridos femininos
classificaram como "razoável" a assembleia de república portuguesa e o primeiro-ministro. As
avaliações do presidente da república foram semelhantes entre géneros. Em relação aos
presidentes do Brasil, mais inquiridos femininos votaram "muito mau" em ambos. No sistema
político brasileiro, os inquiridos masculinos tiveram uma distribuição de votos entre "mau" e
"razoável", enquanto as opiniões das inquiridas femininas foram ambíguas.

Tabela 31
A relação entre género e perceções sobre instituições políticas.

Nota: elaborada pelos autores


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Jovens dos 18 aos 39 têm uma visão positiva da junta de freguesia e a maioria considera a
câmara municipal como "razoável" ou "bom". Opiniões variam, sobretudo, entre os inquiridos
de 40 a 49 anos em relação às diferentes entidades políticas. Inquiridos de 50 a 59 anos dão
destaque à câmara municipal com "muito bom". Por fim, os inquiridos acima de 60 anos têm
uma avaliação positiva da junta de freguesia e opiniões diversas sobre líderes políticos e o
sistema político brasileiro. Existe, ainda, uma classificação sobretudo negativa para o ex-
presidente brasileiro e opiniões divididas sobre o atual presidente.

Tabela 32
A relação entre idade e perceções sobre instituições políticas.

Nota: elaborada pelos autores


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Conclusão

Em jeito de conclusão, com a presente investigação sobre a participação política da


comunidade brasileira, residente no concelho de Braga e respetivas freguesias ou uniões de
freguesia, foi possível evidenciar alguns aspetos relevantes. Por um lado, de uma forma
sintética, aferiu-se que a maioria dos inquiridos não participa, frequentemente, em atividades
de participação política, nomeadamente em campanhas eleitorais, participa em reuniões ou
manifestações públicas ou assina petições públicas. Ainda no âmbito das formas de
participação política, nenhum dos indivíduos inquiridos pratica atos de violência para defender
os seus interesses.

Uma outra conclusão importante prende-se com o facto de a maioria dos inquiridos (cerca de
60%) ter conhecimento de que poderiam votar nas eleições para os órgãos das autarquias locais,
ao passo que 40% não detinha essa informação. Dos indivíduos que sabiam que poderiam
exercer o seu direito de voto nas eleições autárquicas, os da classe etária de 60 ou mais anos
foram os que mais admitiram saber de tal facto (cerca de 27,3%), enquanto os indivíduos com
idades compreendidas entre os 18 e os 29 anos foram os que mais declararam não saber que
poderiam votar no referido ato eleitoral (cerca de 27,3%). Não obstante a maioria das pessoas
inquiridas sabe que pode votar nas eleições para os órgãos autárquicos, o presente estudo
revelou, também, que quase 70% do universo de entrevistados não está inscrito no
recenseamento eleitoral. Todavia, a maioria dos inquiridos pretende votar nas próximas
eleições autárquicas (cerca de 60%).

Uma outra consideração que é importante a tecer tem a ver com as limitações encontradas ao
longo da execução do estudo. Em primeiro lugar, a maior limitação prendeu-se com uma
elevada dificuldade na inquirição de indivíduos com mais de 60 anos, já que foi relativamente
visível a presença de um maior número de indivíduos de classes etárias mais jovens nas ruas
do concelho de Braga. Por fim, o baixo número de estudos sobre a participação política dos
emigrantes brasileiros residentes em Portugal dificultou a possibilidade de se tirar conclusões
mais concretas na presente investigação, numa perspetiva comparada.

Tendo por base os aspetos supramencionados, importa tecer uma pequena reflexão final. Ora,
se uma elevada percentagem dos indivíduos alvo da presente investigação têm interesse em
votar nas próximas eleições autárquicas e, por outro lado, se a maioria dos entrevistados não
está inscrito no recenseamento eleitoral, se outros tantos não sabem que poderão exercer o seu
direito de voto e candidatar-se aos órgãos autárquicos em Portugal, e se a maioria não pratica
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atividades de âmbito político, é necessário o desenvolvimento de um conjunto de iniciativos e
de mecanismos que aproximem estes cidadãos interessados do poder político local e,
possivelmente, do poder político central, melhorando, em última instância, a qualidade da
democracia portuguesa.

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