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e Conselhos Tutelares
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Introdução
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, também conhecida
como Carta Magna, inaugurou-se uma nova etapa para a sociedade civil
brasileira. Com esse documento, deixou-se de lado uma visão unilateral
técnica e passou-se a dar a devida importância às decisões políticas nas
quais a população deverá opinar. Nesse sentido, dois órgãos passaram a
ter muito destaque e relevância: os Conselhos de Direitos e os Conselhos
Tutelares.
Neste capítulo, você vai analisar como a participação civil passou
a ingressar na gestão pública a partir da Constituição Federal de 1988.
Também vai aprender sobre as competências e responsabilidades que
caracterizam os Conselhos de Direitos e os Conselhos Tutelares, analisando
os seus desafios e suas potencialidades.
É papel dos profissionais de serviço social se engajar, incentivar, propor e lutar pela
efetivação da participação popular nos espaços já estabelecidos e, ainda, contribuir,
junto à sociedade, com novos espaços democráticos de discussão e de fortalecimento
dos interesses populares. Cabe também aos assistentes sociais a luta pela construção
de espaços participativos que tenham efetivo poder de representar os interesses da
sociedade, informando, orientando e criando espaços socioeducativos para incentivar
a importância da participação popular.
Competências e responsabilidades
dos Conselhos de Direitos e dos
Conselhos Tutelares
O ECA, aprovado pela Lei nº. 8.069/1990 (BRASIL, 1990, documento on-line),
defi ne, no art. 88, “[...] a criação de conselhos municipais, estaduais e
nacional dos Direitos da criança e do adolescente, órgãos deliberativos e
controladores das ações em todos os níveis, assegurada a participação
popular paritária por meio de organizações representativas, segundo leis
federal, estaduais e municipais”.
A partir do art. 131, o ECA dispõe também sobre o Conselho Tutelar, defi-
nindo atribuições, competências, conselheiros, entre outras questões. Vamos
abordar cada um desses órgãos individualmente a seguir. Essa separação será
feita tão somente para facilitar o entendimento sobre o tema, pois suas ações
estão intensamente imbrincadas e têm, em larga escala, o objetivo precípuo
de proteger crianças e adolescentes brasileiros.
Como podemos ver, são muitas as atribuições dos Conselhos dos Direitos
da Criança e do Adolescente. Não pretendemos esgotá-las aqui, mas é essen-
cial lembrar que a área do serviço social está diretamente ligada à luta pelos
Direitos humanos, entre eles, os específicos a esse segmento, já apontado na
legislação como prioritário.
8 Conselhos de Direitos e Conselhos Tutelares
Conselhos Tutelares
O Conselho Tutelar foi criado pelo ECA em 1990e estádefi nido entre os arts.
131 ao 140 do ECA. Assim como os Conselhos de Direitos, eles são órgãos
permanentes e autônomos que devem zelar pelo cumprimento dos Direitos de
crianças e adolescentes. Estão administrativamente vinculados à estrutura
orgânica dos municípios, no entanto, sua condição de autônomo garante a não
subordinação ao Poder Executivo. É seu caráter autônomo que dá ao Conse-
lho Tutelar também a possibilidade de tomar, em colegiado, as decisões que
entender adequadas sobre matéria sob sua responsabilidade, ou seja, sobre os
casos por ele atendidos, desde que respeitadas as legislações vigentes no País.
O seu trabalho, apesar de autônomo, não se dá isolado dos demais integrantes
do Sistema de Garantia dos Direitos da Criança e do Adolescente, muito pelo
contrário, deverá ser realizado em conjunto e simultaneamente, respeitadas
as obrigações e competências de cada um dos atores que compõem o sistema
(MPMR, 2018).
A função de zelar pelo cumprimento dos Direitos da infância e da ado-
lescência exige que o Conselho Tutelar proteja, vigie e envide esforços para
que aqueles que têm a função de executar ações da política de atendimento a
crianças e adolescentes o façam com prioridade e garantam o bom atendimento
a essa população. Nesse trabalho, o Conselho Tutelar deve comparar se o
Conselhos de Direitos e Conselhos Tutelares 9
Outra demanda que diretamente afeta o Conselho Tutelar é a luta pela ga-
rantia de condições adequadas para a realização do seu trabalho (espaço físico,
remuneração justa, recursos humanos e materiais necessários). Essa situação
vem sendo discutida em todo o País, inclusive sendo pauta no Congresso por
meio da Frente Parlamentar em Defesa dos Conselhos Tutelares. Nesse mesmo
sentido, tanto no Congresso Nacional quanto na Câmara dos Deputados, há
centenas de Projetos de Lei (PLs) tramitando sobre as demandas dos Conselhos
Conselhos de Direitos e Conselhos Tutelares 13
No link a seguir, você pode pesquisar sobre os PLs relacionados ao Conselho Tutelar
que estão tramitando ou já foram aprovados no Senado.
https://qrgo.page.link/xzZR