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Políticas Públicas e a Constituição Federal de 1988

Atualmente no país em que vivemos, as ações do poder puplico são consideradas


por muitos não tão transparente, centralizadas e interpretadas como paliativas. Por esse
motivo, é fundamental, que se compreenda a criação das políticas publicas, para que já
entendimento de que existe planejamento no setor publico brasileiro.
Iniciamos aqui uma trilha de contéudos a cerca desse assunto que tem como
objetivo explicitar o que são políticas publicas, como elas são planejadas e
implementadas.

Ao longo do tempo as políticas públicas assumiram, uma importância cada vez


mais expressiva no que tange o desenvolvimento do Estado e na vida dos cidadões,
envolvendo ao mesmo tempo a ação governamental e o processo jurídico-institucional
de construção da decisão política. São ações que buscam assegurar direitos de
cidadania, consagrados nas Constituições modernas ou que se afirmam em razão do
reconhecimento da sociedade e dos poderes públicos enquanto novos direitos das
pessoas e comunidades. Enquanto o ramo da ciência política que se preocupam em
entender o porquê e como os governos realizam suas ações; as políticas públicas
traduzem-se em conjuntos de ações, programas e decisões do poder público, com a
participação direta ou indireta de poderes públicos ou privados, objetivando promover
ou assegurar determinados direitos sociais, assegurado constitucionalmente. Deste
modo, para Maria Paula Dallari Bucci (2002, p. 38), políticas públicas são “arranjos
institucionais complexos, que se expressam em estratégias ou programas de ação
governamental e resultam de processos juridicamente definidos para a realização de
objetivos politicamente determinados, com o uso de meios à disposição do Estado.” As
políticas públicas são aqui descrita, portanto, como o “Estado em movimento”, ou seja,
implementação determinada pelo Estado projetos do governo, através de programas e
ações voltadas para específicos setores da sociedade. Deste modo, torna
imperiosos a investigação contextual da elaboração e o posicionamento da elaboração e
o papel Políticas públicas na Constituição Federal de 1988.

Salientando que nos últimos anos o aumento da importância e da visibilidade


do campo de conhecimento das políticas públicas tem aumentado de forma exponencial,
por diversos razoes. Estando o Brasil, atrelado como um dos países de democracia
recente e em desenvolvimento é perceptível a dificuldade em:
Conseguir formar coalizões políticas capazes de equacionar
minimamente a questão de como desenhar políticas públicas capazes
de impulsionar o desenvolvimento econômico e de promover a
inclusão social de grande parte de sua população. (SOUZA, 2006, p.
21).

Tratando ainda de políticas públicas surge, a indagação sobre o espaço que


cabe aos governos em definir e implementar essas políticas públicas. Nessa mesma
linha de pensamento, é reconhecido o valor das políticas públicas em representar a
efetivação dos direitos de cidadania, bem como as intempéries do governo em formular
programas que unam interesses econômicos e sociais, pretende-se destacar o papel da
Constituição Federal de 1988, mantendo relação pelo contexto de seu surgimento,
especialmente quanto ao conjunto histórico e político da época.

Agora, considerando o já foi exposto, passamos a investigar alguns dos


desafios enfrentados para a real concretização desses direitos, tendo em vista o grande
número de reformas constitucionais após constituição de 1988, número este que em sua
maioria sobre políticas públicas. Por fim, sob o olhar dos avanços ocorridos no campo
das políticas públicas brasileiras, é realizada uma observação sobre dos instrumentos
legais contidas na Carta Magna para as buscas das políticas públicas sociais, como
através da implicação de espaços institucionais que garantem a participação da
sociedade civil, o que certamente, representa um expressivo progresso e inovador no
campo das políticas públicas. A priori, é importante esclarecer que o reconhecimento e a
proteção dos direitos do homem estão na base das Constituições democráticas
modernas. São direitos que são considerados históricos, se desenvolvendo sob certas
Políticas públicas na Constituição Federal de 1988 305 CSOnline – Revista Eletrônica
de Ciências Sociais, Juiz de Fora, n. 29 (2019) ambiente, caracterizados por diversas
lutas e novas necessidades sociais, surgindo, assim, de modo gradual.

A carência por parte de muitos, em função da mudança das condições sociais e


quando o desenvolvimento técnico permite satisfazê-los. Desse modo, pode-se perceber
que a origem dos direitos sociais está relacionada com as mudanças da sociedade e suas
atuais necessidades, exigindo do Estado uma ação mais definida. Há a relação entre o
surgimento e crescimento dos direitos sociais, e as mudanças da sociedade, são
evidentes. Provando isso é que as exigências de direitos sociais tornaram-se tanto mais
numerosa quanto mais rápida e profunda foi à transformação da sociedade as exigências
que se concretizam na demanda de uma intervenção pública e de uma prestação de
serviços sociais por parte do Estado só podem realizada em um desenvolvimento
econômico.

Desde o império, Os em todas as constituições brasileiras, os direitos sociais


estiveram presente sempre oscilando em maior ou menos intensidade, apesar disso, é
com a publicação da Constituição Brasileira de 1988 que, pela primeira vez na história
pátria, os direitos sociais são relacionados na pauta direitos fundamentais,
institucionalizando-os. A Constituição de 1988 é a constituição que melhor compôs os
direitos fundamentais, tanto em qualidade como em quantidade. No atual sistema
constitucional brasileiro a essência dos direitos sociais, é constituída pelo direito ao
trabalho e à seguridade social, sobressair em torno deste outros direitos sociais, como o
direito à educação, saúde, lazer e segurança. Dessa maneira, em consonância com Ingo
Wolfgang Sarlet (2007, p. 75), a Constituição Federal de 1988 é a que melhor abrigou
aos direitos socais, pois, “pela primeira vez na história do constitucionalismo pátrio, a
matéria foi tratada com a merecida relevância”. Nesse passo, os direitos sociais
inseridos na Constituição Federal de 1988, são fruto de um contexto histórico advindos
de conquistas políticas e sociais, com intuito de Políticas públicas na Constituição
Federal de 1988 valorizando o trabalho e o indivíduo, baseado no princípio da dignidade
da pessoa humana.

Dessa forma, as políticas públicas refletem-se, também, como resultado de


fatores estruturais e cenários do processo histórico de seu país. A Assembléia
Constituinte de 1987-1988 foi organizada com a intenção de elaborar para o país uma
Constituição que fosse responsável por devolver a ordem política democrática, vinte
anos de governo militar. Dessa maneira, a solução desejada concentrava-se num amplo
quadro de direitos individuais e coletivos capazes de assegurar a participação política
dos cidadãos e a autonomia privada, aliada a diversos instrumentos de consolidação
desses direitos.

Nesse meio-tempo, a Constituição Brasileira pode ser traduzida como um


ensaio de uma filosofia pública, de modo que a constituição brasileira, sem se afastar
dos institutos básicos da tradição liberal.
A Constituição de 1988 é, ainda, o eixo da maioria da agenda do governo de
políticas públicas. A emenda constitucional constitui-se como uma mudança da
Constituição de um Estado, resultando em mudanças pontuais e específicas do texto
constitucional, pertencentes a especificas matérias, não podendo, apenas, ter como
objeto a abolição das chamadas “cláusulas pétreas”. Políticas públicas na Constituição
Federal de 1988.

“Ocorre que quanto mais uma Constituição verse sobre políticas públicas,
maior ela será, o que acaba levando aos governos a governarem por intermédio de
emendas” (ARANTES; COUTO, 2009, p. 29), o que mostra o desafio a ser enfrentados
no planejamento e efetivação das políticas públicas. O número de emendas à
Constitucional é grande, por diversos motivos e interesses. Sendo este o motivo de
investigação ao qual se passa a seguir. “As emendas constitucionais no contexto
democrático: necessidades x limitações Desde que foi promulgada em 1988, a
Constituição Federal brasileira passaram por inúmeras emendas. Tendo acabado de
completar 33 anos, a Constituição Federal de 1988 já possui quase Políticas públicas na
Constituição Federal de 1988 “309 CSOnline – Revista Eletrônica de Ciências Sociais,
Juiz de Fora, n. 29 (2021) 105.

As emendas abrem portas para mais alterações institucionais, e seus efeitos


influenciam sobre toda a organização infraconstitucional, alterando outras normas. Isso
acaba ocasionando insegurança jurídica, por que alterar a Constituição pode ser, ao
mesmo tempo, importante e problemático.

“Dados sobre propostas de emenda à Constituição em tramitação no Congresso


Nacional demonstram que a ânsia de alterar o texto, além de elevada, traz riscos de
fazer com que a Carta Constitucional se torne menos principal e mais casuística”.
(LASSANCE, 2016, p. 11). Visando a importância que as emendas desempenham, é
exigido processo de procedimento especial e numero mínimo qualificado para a
aprovação de mudanças significativas, havendo, ainda, o controle judicial do Supremo
Tribunal Federal (STF).

Conforme com o sítio eletrônico do planalto há 105 emendas no texto


constitucional atual, sendo a última de 20 de março de 2020, instituindo novo regime
especial de contratação pra o enfrentamento da pandemia covid 19 (Imprensa Nacional,
2021) Contudo, apesar das condições existentes, não têm sido suficientes para refrear as
propostas de modificação do texto constitucional, visto o grande número de emendas
aprovadas desde o surgimento da Constituição Federal de 1988. Esse cenário facilita
para baixa estabilidade do texto constitucional, corroborando:

Uma espécie de agenda constituinte, como se, paradoxalmente, o


processo de reconstitucionalização não houvesse se encerrado em
outubro daquele ano. (COUTO, 2006, p. 60).

Ademais, percebe-se que a imutabilidade institucional não concorre, com a


estabilidade constitucional. As propostas de emendas apresentadas no Congresso
Nacional abordam diversos assuntos, tais como o processo legislativo; econômia;
administração pública; e garantias de direitos individuais e coletivos; entre outros.

Outros questionamentos possuem relações com os conteúdos e objetivos dessas


emendas. “Muitas vezes trata-se de um jogo de interesses políticos, no intuito de
beneficiar classes específicas, tais como a classe empresarial, em uma clara relação de
troca entre os políticos e os principais financiadores de suas campanhas”. (REIS, 2008,
p. 75). Regularmente, promessas de campanhas eleitorais são desfeitos e propostas de
reformas são elaboradas indo contra os compromissos eleitorais, o que se torna
vergonhoso para nossa sociedade. “Assim, as ações eleitorais acabam se distanciando da
oportunidade de assistir como recurso para uma democracia plebiscitária, levando a um
esvaziamento dos programas eleitorais, contribuindo para deixar a Constituição ainda
mais vulnerável diante de atitudes oportunísticas”. (LASSANCE, 2016, p. 13).

Diversos grupos sociais ou de interesses, acompanharam a formulação e de


políticas públicas, em especial das políticas públicas sociais. Por exemplo, no Brasil,
dos conselhos de ações comunitários voltados para as políticas sociais e do orçamento
participativo. “A Constituição de 1988 consolidou diversos direitos e estabeleceu a
participação do cidadão na formulação, implementação e controle das políticas públicas,
por intermédio de diversos institutos”. (LESSA, 2008, p. 364).

Para serem mais eficientes os direitos sociais, a Constituição de 1988 dispõe


em suas linhas diversos instrumentos que abordam políticas públicas, como a previsão
de recursos para a seguridade social, com aplicação obrigatória nas ações e serviços de
educação. Entretanto, é importante esclarecer que o processo de obtenção dos direitos
sociais não é harmonioso, o que faz que o reconhecimento da cidadania nem sempre
ocorra sob a visão da universalidade.

Dessa forma, na história brasileira, muitos dos direitos sociais foram


implantados através de um viés corporativista, visando atender as
demandas dos segmentos mais organizados dos trabalhadores e com
maior capacidade de Políticas públicas na Constituição Federal de
1988 pressão política, e, portanto, não se tornaram universais.
(ARAÚJO, 1998, p. 22)

A coligação nas políticas sociais é tendenciosa a se desviar a questão da


universalidade dos direitos sociais, o que leva as políticas públicas a passar e assumir
configurações e formatos de menor relevância, desagregando-as e com uma qualidade
questionável.

Assim, a atuação coletiva entre instituições governamentais e corpos sociais é


necessária para gerar funcionamento eficiente de ambientes destinados a participação
popular no quesito de controle social e deliberação. É substancial apontar que o acesso a
informação sobre políticas publicas é de suma importancia para estimular a participação
popular e por isso faz-se necessário também fortalecê-lo assim como sua transparencia.
O estado, para ser efetivamente publico, deve investir mais em suas praticas sociais para
que o cidadão até de forma mais ativa nas diferentes formas da sociedade. De fato, uma
grande participação popular nas políticas publicas e constitucionais podem influenciar
significativamente prioridades e metas previstas pelas metas governamental.

Mediante o que foi colocado, deve nos chamar atenção mais ainda às políticas
publica educacional, principalmente nesse momento sobre a formação de professores
para o publico atual de alunos. “A CNE 20/12/2019 orienta sobre a formação de
professores e por ela nos norteamos. É sabido que o ensino de formação de professores
precisa melhorar. De acordo com dados do Censo Escolar 2014, 21,5% dos professores
do segundo ciclo do ensino fundamental (6º ao 9º ano) que lecionavam no ano anterior
não tinham diploma de ensino superior” (BASSO 2017). Estamos diante de um cenário
caótico na educação Brasileira. Professores desmotivados, desvalorizados,
despreparados quanto à didática e os conteúdos dentre outros. O governo precisa sim,
criar novas e rever as políticas públicas nacionais.
Com o processo de abertura e democratização da escola pública, os professores
enfrentam novas necessidades formativas para atender as demandas atuais, trazendo
uma atuação diferenciada a partir dos contextos outros sujeitos. Como resultado dessas
mudanças, há também a urgência em formar novos professores para essa nova escola.
Com a aprovação do Plano Nacional de Educação em 2014 tem como
fundamental essa necessidade trazendo em suas metas a valorização do professor e a
formação inicial e continuada desses profissionais como sendo preocupações da Política
Pública Educacional tramitada.
Dessa forma, podemos afirmar que a formação de professores presente nas
Políticas Públicas constitui-se ainda um desafio ante as complexidades da escola pública
e seus sujeitos.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) nº 9.394/96
(BRASIL, 1996) eleva a formação de professores como uma forma de garantir a
qualidade da educação que naquele momento passou por uma reforma por meio da
referida lei. A “proposição de formação a nível superior para todos os professores que
atuavam na Educação Básica a ser buscada dentro da década da Educação como previa
a lei no seu artigo 87, § 4◦ acabou sendo revogada pela Lei nº 12.796/13” (BRASIL,
2013 p. 33). No que diz:
“Nesse ínterim, diferentes programas foram implantados para a formação em
serviço de professores que já atuavam nas redes públicas de ensino no período pós
LDBEN” (BRASIL, 1996).
Entretanto, essa necessidade não foi contemplada em sua maioria e ainda
permaneceram muitos professores formados somente a nível médio e, em alguns casos,
aprendiz. Em outros casos o número expressivo de professores com desvio de função.
Se referindo à apresentação das Notas Técnicas do Plano Nacional de Educação
(PNE) Lei nº 13.005/14 (BRASIL, 2014) a meta de número 15 relata que:
Atualmente no Brasil, muitas vezes devido à escassez de
licenciados em determinadas áreas, é comum que professores de
determinadas disciplinas não possuam formação específica
naquela área. Visando transformar essa realidade, a meta do
novo PNE é garantir, em 2020, que a totalidade de professores
da educação básica possua formação específica de nível
superior, obtida em cursos de licenciatura na área de
conhecimento em que atuam. (MEC, 2014, p. 88).
Ainda nesse documento ainda expressa à necessidade de uma forte expansão da
quantidade de docentes com licenciatura para as disciplinas de língua Portuguesa,
Matemática, Biologia, Química e Física (MEC, 2014).
No ano de 2009 referindo as Políticas Públicas voltadas a essa finalidade, o texto
se remete ao Decreto 6.755/09 que Institui a Política Nacional de Formação de
Profissionais do Magistério da Educação Básica e “limita a atuação da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior -CAPES no fomento a programas de
formação inicial e continuada” (BRASIL, 2009 p. 37) é uma ação conjunta da União,
dos Estados, Municípios e Distrito Federal para atender as demandas de formação de
professores.
No cenário Brasileiro podemos encontrar políticas publicas, podemos citar o PIBID e
Residência Pedagógica. Residência na área da Educação não é uma discussão nova no
Brasil e tem surgido também sob diferentes nomenclaturas. A primeira discussão surgiu
em 2007 com uma proposta do Senador Marco Maciel (DEM/PE) ele admitiu ter-se
inspirado na residência médica, apontando-a como um avanço na formação dessa
categoria. Pelo PLS 227/07, a residência educacional teria carga horária mínima de 800
horas e, depois de dois anos após haver sido implementada, passará a se exigir
certificado de aprovação para professores dos anos iniciais do ensino fundamental.
Tratava-se de uma concepção de modalidade ulterior à formação inicial a qual
denominou de Residência Educacional, incluindo para isto uma proposta de alteração ao
artigo 65 da LDBEN/96, com o seguinte texto:
Aos professores habilitados para a docência na educação infantil
e nos anos iniciais do ensino fundamental será oferecida a
residência educacional, etapa ulterior de formação inicial, com o
mínimo de oitocentas horas de duração, e bolsa de estudo, na
forma da lei. (PLS 227/07)
A adição desse parágrafo único visava à melhoria na formação dos docentes de
Educação Infantil e dos anos iniciais do Ensino Fundamental (1º ao 5º ano) na formação
em cursos de Pedagogia ou outros de licenciatura.
O que consta em documento da Confederação Nacional dos Trabalhadores da
Educação (CNTE), esse projeto só foi revisado em audiência pública no dia 15/04/2009,
pela Comissão de Educação do Senado (CE) e representantes do Conselho Nacional da
Educação (CNE), da CNTE e do Ministério da Educação (MEC), não prosseguindo na
pauta do Congresso Nacional. Apesar de elogiar a iniciativa os representantes acima
citados, ponderaram, na ocasião, que a implementação do PLS 227/07, dependeria de
uma fonte de financiamento para custear bolsas de estudo aos professores residentes e
da negociação de uma política nacional de formação entre os entes federados - União,
Estados, Distrito Federal e Municípios.
No ano de 2012, um projeto do senador Blairo Maggi (PR-MT) adapta o PLS
227 proposto por Marco Maciel (DEM-PE) em 2007. A correção de Maggi, Projeto de
Lei (PLS) nº 284/12, trouxe a denominação de Residência Pedagógica, que seria “uma
etapa ulterior de formação inicial para a docência na educação infantil e nos primeiros
anos do ensino horária mínima de 800 horas. O projeto não previa a residência como
pré-requisito para a atuação na educação básica, para não impedir a atuação de docentes
em exercício que não tiveram acesso a essa formação”.
Mas no ano de 2014, a Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado
aprovou o projeto de lei 6/2014, PLS 6/2014 do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES),
que propôs a alteração da LDB, propondo a Residência Docente. O projeto do senador
Ricardo Ferraço exigia que a formação docente para a educação básica estava incluída a
residência pedagógica como uma etapa extra à formação inicial, de 1.600 horas,
divididas em dois períodos com duração mínima de 800 horas. Estava previsto que os
sistemas de ensino ofertariam a residência docente para licenciados em número igual ou
superior a 4% do respectivo quadro docente em atividade até o ano de 2024, devendo
garantir até o ano de 2017 vagas em número correspondente ao mínimo de 0,5%.
Na Emenda nº 1, de 13 de maio de 2014, a Comissão de Educação do Senado
sugeriu a alteração da redação do parágrafo único do art. 65 da LDBEN/96, na seguinte
conformidade:
Parágrafo único. Aos professores habilitados para a docência na
educação básica será oferecida a residência pedagógica, etapa
ulterior de formação inicial, com o mínimo de mil e seiscentas
horas de duração, e bolsa de estudo, na forma da lei (PLS
6/2014)
Essa proposta provocou discussão entre associações, pois era um tema ainda em
discussão que precisava de aprofundamento e não poderia ser apontado como solução
para a formação de professores e para os problemas da educação básica. A falta de
clareza no projeto de lei tornou-se pontos negativos a implementação.
A residência era uma fase depois à formação inicial do profissional habilitado
para atuar na docência da educação básica, no primeiro projeto de modo obrigatório
para o ingresso na carreira e nos demais como forma pontuação nos concursos e
também de atualização profissional. O termo utilizado nos três projetos citados:
residência educacional, residência pedagógica e residência docente e a forma que são
apresentados mostram o campo de fragilidade teórico-metodológico e pouco
aprofundamento sobre a perspectiva do conceito. Vinculam a residência ao formato da
experiência da formação médica. Como programa de formação continuada, sem
adentrar nas especificidades da formação docente.
Mesmo com os projetos de Lei propostos no Senado Federal não foram
implantados, desde a década de 2000 vem ocorrendo ações de residência isolados no
campo da formação de professores nos sistemas municipais, estaduais e federais da
educação básica e superior. Aqui há uma breve descrição dos programas realizados
divididos em dois eixos:
Eixo 1 – residência na formação inicial relacionada estágio comumente
denominada de residência pedagógica
1- Estado de São Paulo - o Programa Residência Educacional foi instituído por meio
dos Decretos nº 57.978/ 2012 e 59.150 / 2013. Esse programa de Residência
Educacional no Estado de São Paulo foi instituído com a finalidade de aprimorar a
prática docente, como também devido à complexidade do processo de
operacionalização das atividades de Estágio Supervisionado, prescrito nos termos da Lei
Federal nº 11.788, de 25 de setembro de 2008, a qual prevê ações de parcerias, mediante
termos de cooperação técnica, convênios e outros acordos pertinentes. Os Cursos de
Pedagogia não foram contemplados nesse programa de Residência Educacional. O
programa foi suspenso em 2014.
2- A Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade Federal de São
Paulo (EFLCH/Unifesp-Campus Guarulhos) desenvolvem desde 2009, no curso de
Pedagogia, a Residência Pedagógica na perspectiva da pedagogia da alternância, que
consiste em um programa de estágio. Caracterizado, de acordo com o projeto, por um
progressivo contato sistemático entre os estudantes, professores da IES e das escolas de
educação básica.
3- Em Jundiaí (SP), um projeto semelhante à residência pedagógica entrou em vigor em
2014, mas não houve continuidade. A iniciativa partiu da prefeitura local ao firmar
parcerias com três universidades particulares da cidade. Trata-se do Programa de
Estágio Remunerado, que oferece salários no valor de R$ 950,00 para 225 estagiários
das áreas de pedagogia, letras, psicologia e educação física. Com uma carga horária de
cinco horas por dia, os estagiários não só auxiliam os educadores da rede nas atividades
do cotidiano escolar, a exemplo do planejamento de conteúdo, como também,
vivenciam a rotina das unidades escolares, Além da participação em sala de aula,
também aprendem conceitos relacionados à gestão.
4- No Instituto Superior de Educação Ivoti (ISEI), localizado no município Ivoti, no Rio
Grande do Sul (RS), o Projeto de Residência Pedagógica criado em 2008 e ainda
vigente, prevê a migração dos jovens matriculados na instituição, para outras cidades do
país. Eles fazem um estágio supervisionado com duração de uma semana em colégios
da rede Sinodal de Educação3 e, durante esse período, ficam hospedados nas casas dos
professores de cada unidade.
5- Residência Pedagógica (RP), implementado no primeiro ano de estágio probatório
para professores ingressantes na rede municipal de educação de Niterói, RJ, no ano de
2011. A Fundação Municipal de Educação de Niterói estabeleceu uma parceria com o
Centro de Alfabetização Leitura e Escrita (CEALE), vinculado à Faculdade de
Educação da Universidade Federal de Minas Gerais – (UFMG) para as formações. Essa
parceria foi estabelecida por intermédio do Ministério da Educação - MEC que ofereceu
o curso com recursos do Plano de Ações Articuladas – PAR, sem ônus para o
município. A duração do curso foi de 60 horas, garantida a certificação com a chancela
do MEC, da Secretaria de Educação Básica e do CEALE.
Vemos que são iniciativas isoladas e desconectadas, com exceção do projeto
político Pedagógico da Unifesp que na constituição da Proposta de Residência
Pedagógica teve inspiração na Pedagogia da Alternância, produzindo uma metodologia
para a formação prática em estreito vínculo com as escolas públicas de educação básica
do Município de Guarulhos-SP.
Nessas propostas, não há clareza de um projeto da formação de professores na
perspectiva de uma base comum nacional como referência e, portanto, são projetos
pontuais para resolver as questões na relação teoria e prática apresentando como forma
de associação e, em alguns casos, para solucionar problemas da rede municipal de
carência de professores, contatados os licenciandos como estagiários remunerados. O
foco de ação política na formação de professores é marcado, como nos diz Sheibe
(2010, p.985):
[...] grande pressão para que os professores apresentem melhor
desempenho, principalmente no sentido de os estudantes
obterem melhores resultados nos exames nacionais e
internacionais. As críticas ressaltam, sobretudo, os professores
como mal formados e pouco imbuídos de sua responsabilidade
pelo desempenho dos estudantes. A partir daí, os diversos níveis
governamentais vêm criando mecanismos que visam ampliar o
controle do exercício profissional, mediante exames de
certificação de competência, associados à implantação de
incentivos financeiros. Tais medidas, no entanto, se não
totalmente dispensáveis, precisam ser relativizadas frente aos
salários nada compensadores, carreiras que não oferecem
clareza de percurso, imaginário coletivo desmotivado em
relação à profissão, alto índice de abandono da docência e a
progressiva queda na procura pelos cursos de licenciatura.
Revela-se um cenário que exige assumir prioridades para tornar
a ocupação não apenas mais atrativa e valorizada, mas também
mais competente para o desenvolvimento de uma educação com
qualidade para todos (SHEIBE, 2010, p. 985).

O fundamento para residência é respaldada no imediato e não no mediato que


junta múltiplas determinações que se apresentam para essa proposta.
Eixo 2 – Residência como formação continuada comumente denominada de
residência docente
1- CAPES- Diretoria de Educação Básica- Projetos Especiais de Apoio à Educação
Básica- escolas de referência- certificado de especialização: Colégio Pedro II (Rio de
Janeiro) – e Centro Pedagógico da Universidade Federal de Minas Gerais (Belo
Horizonte) - A proposta equivale à curso de pós-graduação lato-sensu e tem o objetivo
de capacitar o docente recém-formado, desenvolvendo estratégias pedagógicas
associadas a trabalhos acadêmicos (pesquisas), buscando o aprimoramento da
capacidade profissional adquirida na graduação, aperfeiçoando a atuação desse docente
nas atividades práticas e na totalidade do ambiente de escola pública.
2- Colégio Visconde de Porto Seguro, localizado em Morumbi, São Paulo – SP. O
“Programa de Residência Docente”, é um projeto piloto e teve início no ano de 2015. A
escola o desenvolve tendo inspiração no Referendaria, curso de formação de professores
que é desenvolvido na Alemanha. Tem a duração de um ano e é destinado a professores
e futuros docentes que pretendem atuar no Colégio Visconde de Porto Seguro, no
ensino fundamental e médio.
No Colégio Visconde de Porto Seguto, segundo os estudos de Araújo (2016), se
apresenta como sendo um programa de residência docente, os elementos se assemelham
com um programa de pré-treino (trainee). O trainnee é um programa de treinamento,
muito utilizado em grandes empresas, que tem como objetivo selecionar um novo
funcionário, geralmente considerados altamente talentosos, que estão no final da
graduação. O programa tem duração de aproximadamente um ano e com remunerações
bem atrativas. Com o término do programa de trainee, o participante pode ser
contratado pela companhia para um cargo de liderança. Quando afirmamos que o
Colégio Visconde de Porto Seguro, se identifica mais com um trainee do que com a
residência docente, nos fundamentamos pelo formato que o programa assume, conforme
acima supracitado e na maneira como são organizadas as atividades destinadas aos
residentes. Além de vivenciar a prática, os “residentes” participam de um curso sobre a
metodologia de ensino da instituição (método alemão). O desenvolvimento do programa
ocorre da seguinte maneira: na parte teórica os residentes participam de seminários e
workshops, realizados uma vez por semana, que abordam temas como planejamento de
aulas, o uso das tecnologias digitais para o ensino, o uso de jogos, elaboração de
materiais e avaliação.
O programa não se limita somente à vivência em sala de aula, mas busca
constituir uma interação entre pesquisa acadêmica e teoria-prática docente. Os
residentes do Colégio D. Pedro II, têm constantes encontros para dialogar e refletir
sobre as suas abordagens e estratégias pedagógicas utilizadas em sala de aula. Além de
participarem de oficinas, também elaboram e aplicam atividades pedagógicas, sobre a
orientação de um professor supervisor, a partir de pressupostos vindos das atividades
desenvolvidas no espaço da Residência, bem como pesquisam o ato pedagógico.
As contradições, avanços, retrocessos e epistemologias ou mesmo a ausência
destes presentes nas experiências de formação de professores nos colocam a
necessidade de estarmos atentos a essas mudanças para não preconizar uma perspectiva
pragmática da formação docente, desvinculada da formação emancipadora do docente.
Freitas, aponta conseqüências diversas para a educação na formação de um novo perfil
profissional como:
O ensino básico e técnico vai estar na mira do capital pela sua
importância na preparação do novo trabalhador; b) a didática e
as metodologias de ensino específicas (em especial alfabetização
e matemática) vão ser objeto de avaliação sistemática com base
nos seus resultados (aprovação que geram); c) a “nova escola”
que necessitará de uma “nova didática” será cobrada também
por um “novo professor” – todos alinhados com as necessidades
do novo trabalhador; d) tanto na didática quanto na formação do
professor haverá uma ênfase muito grande no “operacional”, nos
“resultados” – a didática poderá restringir se cada vez mais ao
estudo de métodos específicos para ensinar determinados
conteúdos considerados prioritários, e a formação do professor
poderá ser aligeirada do ponto de vista teórico, cedendo lugar à
formação de um prático; e) os determinantes sociais da educação
e o debate ideológico poderão vir a ser considerados secundários
– uma “perda de tempo motivada por um excesso de politização
da área educacional” (Freitas, 1995, p. 127).
O edital Capes 06/2018 de Residência Pedagógica: qual e para que a “nova”
formação de professores. O primeiro elemento a ser analisado é a construção de
propostas que reestruturam a formação, entendemos que estas devem ser discutidas no
contexto de uma política global de formação dos profissionais da educação, vinculado a
perspectiva de um Sistema Nacional de formação de professores e com a possibilidade
de construirmos um subsistema nacional de formação, organicamente articulado entre as
diferentes esferas – municipal, estadual e federal.
Parece uma idéia que é com a prática que os acadêmicos de licenciatura
poderão ter a oportunidade de conhecer a sua área de atuação futura, e somente
colocando-se em contato com a vivencia, é que se poderá conhecê-la: “o despertar
pedagógico começa a se manifestar apenas [...] no momento em que os alunos realizam
estágios nas escolas” (ALTHAUS 1997, p. 72). Tal perspectiva fragmenta a unidade
teoria e prática e coloca a ênfase na prática como concepção utilitarista da formação de
professores.
A alternativa sensata calculista no campo educacional, especificamente na
formação de professores, implica, ainda, a escolha de uma concepção de educação que
vê as relações de produção econômica como principal fonte referenciadora. Assim,
estamos meditando que a idéia de uma concepção de Residência docente por ser
apontada como um aperfeiçoamento do estágio supervisionando, está sendo vinculado
ao aprender a aprender centrada numa prática vazia de teoria. O resumo dessa
concepção tem com fundamento e mediação especificamente nos objetivos e tarefas a
serem desenvolvidas:
2.1 O Programa de Residência Pedagógica visa: I. Aperfeiçoar
a formação dos discentes de cursos de licenciatura, por meio do
desenvolvimento de projetos que fortaleçam o campo da prática
e conduzam o licenciando a exercitar de forma ativa a relação
entre teoria e prática profissional docente, utilizando coleta de
dados e diagnóstico sobre o ensino e a aprendizagem escolar,
entre outras didáticas e metodologias;
II. Induzir a reformulação do estágio supervisionado nos cursos
de licenciatura, tendo por base a experiência da residência
pedagógica; [...]
IV. Promover a adequação dos currículos e propostas pedagógicas
dos cursos de formação inicial de professores da educação básica às
orientações da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (Edital
CAPES, 06/2018) [...]
A residência pedagógica consiste na imersão planejada e
sistemática do aluno de licenciatura em ambiente escolar
visando à vivência e experimentação de situações concretas do
cotidiano escolar e da sala de aula que depois servirão de objeto
de reflexão sobre a articulação entre teoria e prática. Durante e
após a imersão o residente deve ser estimulado a refletir e
avaliar sobre sua prática e relação com a profissionalização do
docente escolar, para registro em relatório e contribuir para a
avaliação de socialização de sua experiência como residente.
(Edital CAPES, 06/2018)
Residência na formação de professores nos leva a um terceiro elemento de
análise do edital CAPES 06/2018 que é incluir a reformulação do estágio. E prática
considerando que as pesquisas de Pimenta e Lima (2011) apontam que o estágio nas
licenciaturas pode ser o espaço da prática na formação inserindo
[...] atividades que possibilitem o conhecimento, a análise, a
reflexão do trabalho docente, das ações docentes, nas
instituições, a fim de compreendê-las em sua historicidade,
identificar seus resultados, os impasses que apresentam as
dificuldades (PIMENTA e LIMA, 2011, p. 55).

Há um interesse claro no Programa de Residência de persuadir a forma e o


conteúdo das atividades e reflexões sobre o trabalho docente:
1) vincular as ações de estágio relacionadas as aprendizagens disposto na BNCC; 2)
enfatizar atividades práticas, entendidas como imersão na sala de aula centrando o ato
pedagógico no fazer metodológico-curricular. Leiamos:
3.1.4 Abordagens e ações obrigatórias: a) A apropriação
analítica e crítica da BNCC nos seus princípios e fundamentos;
b) No escopo da BNCC o projeto deverá priorizar o domínio do
conhecimento pedagógico do conteúdo curricular ou o
conhecimento das ações pedagógicas que permitem transformar
os objetos de estudo em objetos de ensino e aprendizagem; c)
Atividades que envolvam as competências, os conteúdos das
áreas e dos componentes, unidades temáticas e objetos de estudo
previstos na BNCC, criando e executando seqüência didáticas,
planos de aula, avaliações e outras ações pedagógicas de ensino
e aprendizagem (Edital Capes, 06/2018)

Chamamos atenção que além de vincular a formação de professores a uma


finalidade estritamente objetiva de servir a uma reformulação curricular da Educação
Básica, a condução da reformulação do estágio também fere a autonomia universitária.
Essa autonomia que permitiu o desenvolvimento das universidades em todas as épocas
e, a partir do século passado, as erigiu em suporte fundamental de todo o sistema
científico e tecnológico.
A autonomia das universidades tem sido a aliada no desenvolvimento da ciência
básica, sem a qual a pesquisa aplicada não encontra suportes científicos adequados. É
importante observarmos os desfechos dessa autonomia. Ela possui implicações diretas
para a própria organização das universidades, que é baseada na divisão dos campos de
conhecimento. Por isso, o exercício da autonomia científica implica a autonomia da
organização interna, que deve ser feita em função do desenvolvimento das disciplinas
científicas.

A residência pedagógica nessa proposta representa uma reforma na política de


formação, mas com processo menor de certificação e da formação referenciado pelo
currículo da Educação Básica. Cabe a nós o confrontarmos aqui, e entendemos ser de
uma guerra de movimentos, propondo inclusive elementos e princípios para pensar uma
residência pedagógica em um caráter crítico.
Esta contida no artigo 2º do PNE que traça as diretrizes do Plano, o inciso IX
cita a valorização dos profissionais da educação como uma a ser cumprida.
O documento das Notas técnicas que explica as metas do PNE
apresenta um conjunto delas que dispõe desde a formação até a
melhoria da remuneração desses profissionais como formas de
valorização dos professores. É inegável que há um avanço no
tocante ao reconhecimento social do professor, no entanto, é
imprescindível que essas questões não se tornem “letra morta”
(BRASIL, 2014 p.12).
Para serem políticas que valorizem o profissional da educação, não basta formar,
é preciso proporcionar que esses formados desejem permanecer na profissão.
“Nesse cenário, com base nas questões levantadas no texto, entendemos que a
preocupação com a qualidade da formação dos professores é um fato coevo no cenário
educacional brasileiro”. (BRASIL, 2014 p. 20) . O acesso ao ensino é uma realidade
contemporânea e muitas das discussões ainda estão pautadas na superação da divisão
entre quantidade (expansão do número de vagas no ensino público) e a qualidade do
atendimento desse novo alunado.

A discussão acerca da formação de professores está fortemente


vinculada à qualidade do ensino, tendo em vista, que há a
necessidade de uma formação sólida e bem embasada para que
esses profissionais possam atender esses alunos que tiveram
garantido o seu direito a educação e que são oriundos dos mais
variados meios, culturas e costumes. (MEC 2014, p. 38)
Sendo assim, a boa formação torna-se primordial para que o professor busque
garantir o atendimento de qualidade desses alunos diferentes que compõe a escola
pública atual.
“No intento de atender essa nova demanda a educação pública brasileira enfrenta
inúmeras dificuldades tais como: a falta de infra-estruturar, a falta de financiamento e
principalmente a falta de profissionais qualificados’. (GATTI, 2011, p 41). Esses fatores
propõem um enorme desafio que seria o de acolher qualitativamente seus alunos,
oferecendo-lhes subsídios para superação das desigualdades que a atual sociedade nos
apresenta.
Sabemos que para oferecer toda essa qualidade precisa de investimentos. Nossas
observações “acerca do que tem sido proposto, são de que, há um esforço nessa busca,
tendo em vista, o que se propõe nas metas estabelecidas pelo Plano Nacional de
Educação” – PNE (BRASIL, 2014), mas muito ainda deve ser feito, principalmente no
que se refere à formação dos professores, pois pesquisas recentes revelam os inúmeros
problemas que a formação de professores tem vivenciado no contexto atual.
O Programa de Residência Pedagógica é uma das ações que integram a Política
Nacional de Formação de Professores na contemporaneidade e tem por objetivo levar o
aperfeiçoamento da formação prática nos cursos de licenciatura, promovendo a imersão
do licenciando na escola de educação básica, a partir da segunda metade de seu curso.
Essa imersão deve contemplar, entre outras atividades, regência de sala de aula e
intervenção pedagógica, acompanhadas por um professor da escola com experiência na
área de ensino do licenciando e orientada por um docente da sua Instituição Formadora.
A Residência Pedagógica, articulada aos demais programas da Capes que compõem a
Política Nacional, tem como premissas básicas o entendimento de que a formação de
professores nos cursos de licenciatura deve assegurar aos seus egressos, habilidades e
competências que lhes permitam realizar um ensino de qualidade nas escolas de
educação básica (CAPES, 2018).
Sendo uma política educacional é de importante refletir o que é uma política
pública; a quem cabe o dever de planejá-la e com qual finalidade, pois, não há
neutralidade quando se propõe uma política pública, todavia, ao chegar ao local em que
é implantada se adequar as especificidades e aos interesses daqueles que a estão
implementando. Vale ressaltar que, enquanto tema contemporâneo, as Políticas Públicas
consistem em um campo do saber em construção.
O referido trabalho busca referenciais, teóricos acerca do que sugere o
planejamento de uma política educacional para a formação do professor de matematica,
mencionando o programa Residência Pedagógica como uma política contemporânea
que tem o objetivo da lisura teoria e prática na formação inicial dos estudantes das
Licenciaturas, a experiência na escola exige do discente uma preparação teórica para
atuação prática nesse espaço, possibilitando a interação e a vivência como fins de
aprendizado para sua futura profissionalização, constatando assim, que a teoria e prática
são indissociáveis: condição fundamental para preparação do educando na
transformação da realidade na qual está inserido, relacionar a teoria apreendida na parte
teórica do curso de licenciatura a uma prática levará o estudante a tomar decisões que
contribuam para sua formação de futuros professores.
“A formação de professores de matemática nas licenciaturas nas
instituições de ensino brasileiras precisam oferecer uma formação para
uma perspectiva crítica, criativa e reflexiva, indo de encontro das
políticas de caráter meritocrático e de regulação”, este pressuposto
será dialogado com a perspectiva histórico crítica proposta por
(SAVIANI, 2013).

Descreveremos a residência pedagógica nas principais regiões: nordeste,


sudeste, centro – oeste, sul e norte do pais.
O Programa Residência Pedagógica, que está sendo desenvolvida no contexto da
educação brasileira com os licenciados do curso de Matemática, traz para as mesmas
contribuições para sua formação inicial e continuada. Em vista dos argumentos
apresentados, são notórios que os desafios a serem enfrentados em sala de aula por um
futuro professor é imenso, sendo que um dos fatores que mais afeta esse obstáculo é a
dificuldade dos alunos entenderem os conteúdos da disciplina de Matemática, então
como licenciando os residentes buscam sempre trabalhar como os alunos de forma
criativa e dinâmica, para que os mesmos venham obter resultados significativos.
O projeto é um vínculo entre a teoria e a prática, no processo de ensino e
aprendizagem juntamente com o apoio da universidade e escola, buscando sempre
aprimorar o conhecimento dos discentes, ressaltando questões políticas que reafirma o
compromisso com a educação pública de boa qualidade, com o propósito de
desenvolver um educador comprometido e ético, mesmo como todas as circunstâncias
dos desafios enfrentados em sala, construir métodos que superam os limites. Assim
podemos concluir que o papel da universidade juntamente com a escola beneficiada
realiza funções muito importantes para as formações, trazendo uma cadeia de ciclos
virtuosos de práticas colaborativas para a inovação e o conhecimento, viabilizando a
ampliação da autonomia e responsabilidade profissional dos futuros professores de
matemática. FIQUEI EM DUVIDA SE FALO AOGRA OU NÃO,

Referências

https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/professores-sem-qualificacao-
fazem-parte-da-realidade-educacional-brasileira-ech6r94m2t7t648hjmzz4vcou

ARANTES, Rogério Basto; COUTO, Cláudio Gonçalves. Uma constituição incomum.


In CARVALHO, Maria Alice Rezende de; ARAÚJO, Cícero; SIMÕES, Júlio Assis
(org.). A constituição de 1988: passado e futuro. São Paulo: Editora Hucitec, 2009.

ARAÚJO, José Prata de. Manual dos Direitos Sociais da População. Belo Horizonte:
Gráfica O Lutador, 1998.

BRASIL. Emendas Constitucionais. Disponível em: Acesso em: 26 de jan. 2021.

BUCCI, Maria Paula Dallari. Direito administrativo e políticas públicas. São Paulo:
Saraiva, 2002. .

COUTO, Cláudio Gonçalves; ARANTES, Rogério Bastos. Constituição, governo e


democracia no Brasil. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 1, n. 61, p. 41-62, 2006.

Político da ordem de 1988. In CARVALHO, Maria Alice Rezende de; ARAÚJO,


Cícero; SIMÕES, Júlio Assis (org.). A constituição de 1988: passado e futuro. São
Paulo: Editora Hucitec, 2009.
BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases
da Educação Nacional.
(MEC). O Plano de Desenvolvimento da Educação: Razões, Princípios e Programas
Brasília, Ministério da Educação, 2010-2011, 2014.
GATTI, Bernardete Angelina, BARRETO, Elba Siqueira de Sá e ANDRÉ, Marli Eliza
Dalmazo de Afonso. Políticas docentes no Brasil: um estado da arte – Brasília:
UNESCO, 2011
IGEPP, Instituto de Gestão em Políticas Públicas
SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histórico-crítica: primeiras aproximações. 11. ed.
rev. Campinas, SP: Autores Associados, 2013
http://www.capes.gov.br/educacao-basica/programa-residencia-pedagogica ACESSO
20/07/2020 ás 19:00 h
https://www.clp.org.br/entendendo-os-conceitos-basicos-mlg2-de-politicas-publicas-
mlg2/ acesso 01/09/2020
http://portal.mec.gov.br/pibid
acesso 01/09/2020

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