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A.L. Curv. Polar Rn æ R Rn æ Rm Max&min Int. múlt. Conceitos Cont. Deriv. Compr.

Curvatura Normal Frenet F

n
Curvas em R - derivabilidade
Proposição
Dadas funções deriváveis – : I æ Rn , — : I æ Rn e f : I æ R, as
funções

– + — : I æ Rn f — : I æ Rn
t ‘æ –(t) + —(t) t ‘æ f (t)—(t)

–·— :I æR – ◊ — : I æ R3 (caso n = 3)
t ‘æ –(t) · —(t) t ‘æ –(t) ◊ —(t)

são deriváveis e:
(– + —)Õ (t) = –Õ (t) + — Õ (t);
(f –)Õ (t) = f Õ (t)–(t) + f (t)–Õ (t);
(– · —)Õ (t) = –Õ (t) · —(t) + –(t) · — Õ (t);
para n = 3, (– ◊ —)Õ (t) = –Õ (t) ◊ —(t) + –(t) ◊ — Õ (t).
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n
Curvas em R - derivabilidade

Exercı́cio
Seja c : I æ Rm derivável tal que c(t) ”= 0 para todo o t œ I.
Mostre que a função

n:IæR
t ‘æ Îc(t)Î

é derivável e que a seguinte fórmula vale para todo o t œ I:

c(t) · c Õ (t)
nÕ (t) = .
Îc(t)Î

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n
Curvas em R - derivabilidade

Proposição
Se uma curva c : I æ Rn é derivável e Îc(t)Î é constante, então
para todo o t œ I, c(t) e c Õ (t) são ortogonais.

Proposição (Regra da Cadeia)


Seja c : I æ Rn uma curva derivável e f : J æ I uma função
derivável. Então c ¶ f é derivável e

(c ¶ f )Õ (t) = c Õ (f (t))f Õ (t).

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Curvas em R - Comprimento de arco
Pretendemos definir comprimento de arco de uma curva –
percorrido entre os instantes t = a e t = b. Para tal, dada a curva

c : [a, b] æ Rn

consideramos uma partição

a = t0 < t1 < · · · < tn≠1 < tn = b

e tomamos, para cada i œ {1, . . . , n},

pi = c(ti ).

A linha poligonal obtida ligando os pi consecutivos por segmentos


de reta é uma aproximação da curva c e o seu comprimento é dado
por
Îp1 ≠ p0 Î + Îp2 ≠ p1 Î + · · · + Îpn ≠ pn≠1 Î
Considerando refinamentos da partição, obtêm-se aproximações
melhores da curva c.
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Curvas em R - Comprimento de curva

Sendo t suficientemente próximo de t0 œ I e a curva c : I æ Rn


derivável em t0 , Îc(t) ≠ c(t0 )Î está tão próximo quanto
desejarmos de ve (t0 )|t ≠ t0 |. Isto motiva a seguinte definição.
Definição
Seja – : [a, b] æ Rn uma curva de classe C 1 regular. O comprimento
da curva – percorrido entre os instantes t = a e t = b é definido
como sendo o integral
⁄ b ⁄ b
Ζ (t)Îdt =
Õ
ve (t)dt.
a a

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Comprimento de curva - Exemplo


Para a curva

– : R æ R2
t ‘æ (e t sen t, e t cos t)

tem-se:

–Õ (t) = e t (sen t + cos t, cos t ≠ sen t))


Ò
v (t) = e 2t (sen t + cos t)2 + e 2t (cos t ≠ sen t)2
Ô
= e t 2 ”= 0

Assim, – é regular e é suave.


O comprimento da curva percorrido entre os instantes t = 0 e
t = 1 é ⁄ 1 Ô Ô Ô
e t 2dt = 2e t |10 = 2(e ≠ 1).
0

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Parametrização por comprimento de arco

Definição
Uma curva c : I æ Rn diz-se parametrizada por comprimento de
arco se ve (t) = 1 para todo o t œ I.

Por exemplo, a curva c : R æ R2 dada por c(t) = (cos t, sen t) é


parametrizada por comprimento de arco.

Proposição
Para qualquer curva c suave parametrizada por comprimento de arco
tem-se
c ÕÕ (t) · c Õ (t) = 0.
Prova. Derivar ambos os membros equação c Õ (t) · c Õ (t) = 1.

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Reparametrização de uma curva

Observações:
Se uma curva é uma reparametrização de outra
(cf. página 33), então ambas têm o mesmo traço.
Se f : I æ R é uma função contı́nua e injetiva, então f ou é
estritamente crescente ou estritamente decrescente. Logo, se
⁄ : I æ J é uma mudança de parâmetro, então I e J são
intervalos do mesmo tipo e ⁄Õ não se anula em I, pelo que
tem o mesmo sinal em todos os pontos.

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Reparametrizações de curvas

Proposição
Seja — : [c, d] æ Rn uma reparametrização da curva – : [a, b] æ
Rn . O comprimento de — do instante t = c ao instante t = d
coincide com o comprimento de – do instante t = a ao instante
t = b.

Prova. Seja ⁄ : [c, d] æ [a, b] uma mudança de parâmetro tal que


— = – ¶ ⁄. O resultado segue da seguinte fórmula de mudança de
variável (t = ⁄(u)) para integrais e da regra da cadeia:
⁄ b ⁄ d ⁄ d
Î–Õ (t)Î dt = Î–Õ (⁄(u))Î⁄Õ (u) du = Η Õ (u)Î du.
a c c

O cálculo acima assume que ⁄ é estritamente crescente, sendo o


caso de ⁄ ser estritamente decrescente tratado analogamente.

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Reparametrizações de curvas

Proposição
Qualquer reparametrização de uma curva regular é regular.

Prova. Seja – : I æ Rn uma curva, seja ⁄ : J æ I uma mudança


de parâmetro e seja — = – ¶ ⁄ a correspondente reparametrização
de –. Então, da regra da cadeia — Õ (t) = –Õ (⁄(t))⁄Õ (t) decorre que
t œ J é um ponto regular de — se e só se ⁄(t) œ I é um ponto
regular de –.

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Reparametrização por comprimento de arco

Definição
Seja – : I æ Rn uma curva suave e regular. Chama-se função
comprimento de arco com inı́cio no instante t0 œ I à função

L:IæR
⁄ t
t ‘æ Î–Õ (u)Î du.
t0

Exercı́cio. Mostre que, se f : I æ J é uma bijeção de classe C n


(n Ø 1) entre dois intervalos de R, cuja derivada não se anula, então
f ≠1 é também de classe C n .

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Reparametrização por comprimento de arco


Teorema
Uma curva suave possui uma reparametrização por comprimento de arco
se e só se ela é regular.

Prova. Para uma curva – : I æ Rn parametrizada por comprimento de


arco, por definição tem-se Î–Õ (t)Î = 1 e, portanto, –Õ (t) ”= 0, para todo
o t œ I. Logo – é regular.
Reciprocamente, para uma curva regular – : I æ Rn , consideremos a
função ⁄ : I æ L(I) dada por ⁄(t) = L(t) onde L é a função comprimento
de arco com inı́cio num instante t0 œ I. Pelo Teorema Fundamental do
Cálculo, tem-se ⁄Õ (t) = Î–Õ (t)Î =” 0 para todo o t œ I, pois – é regular
em t. Adicionalmente, ⁄ é suave porque – é suave. Logo, ⁄ é uma
mudança de parâmetro (pelo exercı́cio precedente). A reparametrização
— = – ¶ ⁄≠1 : ⁄(I) æ Rn é tal que, para ⁄(t) = u, tem-se
. Õ .
. – (t) . Î–Õ (t)Î
Η Õ (u)Î = .
. ⁄Õ (t) . = Î–Õ (t)Î = 1.
.

Logo, — é uma reparametrização de – por comprimento de arco.


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Reparametrização por comprimento de arco

Teorema
Seja “ : I æ Rn uma curva suave regular e seja –1 : J1 æ Rn uma
reparametrização de “ por comprimento de arco. A curva –2 : J2 æ
Rn é também uma reparametrização de “ por comprimento de arco
se e só se –2 = –1 ¶ ⁄ sendo ⁄ : J2 æ J1 a aplicação definida por
⁄(t) = t + c ou ⁄(t) = ≠t + c para alguma constante c.

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Prova. Sejam –i : Ji æ Rn (i = 1, 2) reparametrizações de “.


Para i = 1, 2, temos funções de mudança de parâmetro ⁄i : Ji æ I
tais que –i = “ ¶ ⁄i . Seja ⁄ : J2 æ J1 a mudança de parâmetro
dada por ⁄ = ⁄≠11 ¶ ⁄2 , de forma que –2 = –1 ¶ ⁄.

'
J2 /Io J1
⁄2 ⁄1

–2 –1
✏ ~
Rn
Então, para t œ J2 , pela regra da cadeia tem-se
–2Õ (t) = –1Õ (⁄(t))⁄Õ (t). Como, por hipótese de que –1 é uma
parametrização por comprimento de arco, Ζ1Õ (⁄(t))Î = 1, segue
que Ζ2Õ (t)Î = 1 se e só se |⁄Õ (t)| = 1. Logo, –2 é também uma
parametrização por comprimento de arco se e só se ⁄Õ (t) = ±1
para todo o t œ J1 . Sendo ⁄ suave e J1 um intervalo, concluı́mos
que –2 é uma parametrização por comprimento de arco se e só se
⁄Õ é constante com o valor 1 ou com o valor ≠1, ou seja, se e só se
⁄ tem uma das formas do enunciado.
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Tangente
Definição
c Õ (t)
O vetor tangente unitário à curva regular c : I æ Rn é Îc Õ (t)Î e
definimos a função

Tc : I æ Rn
c Õ (t)
t ‘æ
Îc Õ (t)Î
Supondo que c : I æ Rn é suave e regular e que
C = c ¶ ⁄ : J æ Rn é uma reparametrização de c, para cada t œ J,
tem-se

TC (t) = C Õ (t)/ÎC Õ (t)Î = c Õ (⁄(t))⁄Õ (t)/ÎC Õ (t)Î


= Tc (⁄(t))Îc Õ (⁄(t))Î⁄Õ (t)/ÎC Õ (t)Î,

donde resulta que os vetores unitários TC (t) e Tc (⁄(t)) são


colineares e, portanto, TC (t) = ±Tc (⁄(t)).
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Aceleração
Definição
Dada a curva

– : I æ Rn
t ‘æ (–1 (t), . . . , –n (t)),

chamamos aceleração da curva – em t0 a

–ÕÕ (t0 ) = (–1ÕÕ (t0 ), . . . , –nÕÕ (t0 )).


Se –Õ (t) ”= 0 tem-se que

–Õ (t) –Õ (t)
T– (t) = = logo –Õ (t) = Î–Õ (t)ÎT– (t) e
ve (t) Î–Õ (t)Î

–ÕÕ (t) = veÕ (t)T– (t) + ve (t)T–Õ (t)

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Aceleração
Definição
Chama-se a aceleração tangencial de – no instante t a

aT ,– (t) = veÕ (t)T– (t).

Chama-se a aceleração normal de – no instante t a

aN,– (t) = ve (t)T–Õ (t)

(recorde-se que T– (t) · T–Õ (t) = 0 pois ÎT– (t)Î = 1).


Assim, tem-se

–ÕÕ (t) = aT ,– (t) + aN,– (t)


aN,– (t) = –ÕÕ (t) ≠ aT ,– (t)
–ÕÕ (t) · –Õ (t) Õ
aT ,– (t) = – (t).
Î–Õ (t)Î2
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Aceleração
Por vezes em vez de aT ,– e aN,– escrevemos apenas aT e aN desde
que seja entendido a que curva nos referimos.

Para uma curva C parametrizada por comprimento de arco, tem-se

aT ,C (s) = 0

C ÕÕ (s) = aN,C (s) = TCÕ (s) (’s).


Exemplo: Considere-se a curva – : R+ æ R2 dada por
–(t) = (e t cos t, e t sen t). Tem-se
! " Ô
–Õ (t) = e t (cos t ≠ sen t), e t (sen t + cos t) , ve (t) = 2e t
–ÕÕ (t) = (≠2e t sen t, 2e t cos t)
–Õ (t) · –ÕÕ (t) Õ 2e 2t Õ
aT (t) = – (t) = – (t) = –Õ (t)
Î–Õ (t)Î2 2e 2t
! "
aN (t) = –ÕÕ (t) ≠ aT (t) = ≠e t (cos t + sen t), e t (cos t ≠ sen t) .

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