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Circuitos com Entradas Senoidais

GCET226: Circuitos Elétricos I

Paulo Fábio Figueiredo Rocha

Universidade Federal do Recôncavo da Bahia | UFRB


Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas | CETEC
Introdução
Introdução

Até aqui, nossas análises foram majoritariamente pautadas no estudo de circuito


alimentados por fontes CC.

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Introdução

Até aqui, nossas análises foram majoritariamente pautadas no estudo de circuito


alimentados por fontes CC.
Outra forma de alimentação de circuitos que tem grande relevância, visto que é am-
plamente utilizado nos sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia,
é a senoidal.

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Introdução

Até aqui, nossas análises foram majoritariamente pautadas no estudo de circuito


alimentados por fontes CC.
Outra forma de alimentação de circuitos que tem grande relevância, visto que é am-
plamente utilizado nos sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia,
é a senoidal.
Como as fontes senoidais variam no tempo, hora positiva hora negativa, é chamada
de corrente alternada (CA).

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Introdução

Até aqui, nossas análises foram majoritariamente pautadas no estudo de circuito


alimentados por fontes CC.
Outra forma de alimentação de circuitos que tem grande relevância, visto que é am-
plamente utilizado nos sistemas de geração, transmissão e distribuição de energia,
é a senoidal.
Como as fontes senoidais variam no tempo, hora positiva hora negativa, é chamada
de corrente alternada (CA).
Embora a importância do estudo de circuitos CA é associada aos sistemas de po-
tência, ela também é muito utilizada em sistemas eletrônicos e nos sistemas de
telecomunicação.

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Fontes Senoidais
Senoides

Uma fonte de tensão senoidal produz uma tensão do tipo


v (t) = Vm cos(ωt + φ) [V]
onde Vm é a amplitude em volt, ω é frequência angular em radianos por segundo
(rad/s) e φ é o ângulo de fase em radiano (rad).
A senoide caracteriza-se por ser periódica, i.e., repete-se após um ciclo completo
de tempo T (perı́odo). Então,
v (t + T ) = v (t)
A relação entre T e ω é dada por

ω=
T
Outro dado importante, é número de ciclos por segundo chamado de frequência:
f = 1/T = 2π/ω 3
Senoides

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Senoides

Obs.: usamos a tensão como exemplo, porém a interpretação da onda senoidal da


corrente é idêntica
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Fase

Na comparação entre duas senoides, o ângulo de fase determina a diferença temporal


(atraso ou avanço) de uma em relação a outra.
Por exemplo, considere as senoides:

v1 = 4 sen(2t)
v2 = 4 sen(2t + 45◦ )
v3 = 4 sen(2t − 30◦ )

Dizemos que v2 está adiantada e v3 está atrasada em relação a v1 .


Observe que não há rigor matemático na representação de v2 e v3 , visto que os
ângulos de fase deveriam estar em radiano. De fato, a representação de fase em
graus é mais usada e iremos manter esse costume.
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Senoides

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Fase

Caso seja estritamente necessário a soma de ωt e φ, a seguinte conversão pode ser


usada
180◦
número em graus = × número em radianos

Para calcular a diferença temporal representada pela fase usa-se
φ
t=
ω
Do exemplo anterior, o ângulo de 45◦ representa uma diferença de 0,393 s e o de
30◦ , 0,262 s.

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Valor Eficaz

O valor eficaz ou valor quadrático médio (RMS - do inglês, root mean square) de
uma função periódica é definido como a raiz quadrada do valor médio da função
ao quadrado. Para a tensão senoidal definida anteriormente
s Z
1 t0 +T 2 Vm
Vrms = Vm cos2 (ωt + φ)dt = √
T t0 2

O valor RMS é muito usado para medidas de tensões e de correntes senoidais e


independe da frequência e da fase.
Esse valor é especialmente significativo nas análises de potência.

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Resposta Senoidal
Resposta Senoidal

Seja o circuito RL com entrada vs = Vm cos(ωt).

Aplicando a LKT temos que


di
L + Ri = Vm cos(ωt) (1)
dt
Já vimos anteriormente que a resposta natural é dada por
R
in = Ke − L t
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Resposta Senoidal

Também discutimos que a resposta natural é desprezı́vel a partir de algumas cons-


tantes de tempo, quando o circuito entra em regime permanente.
Para o circuito fica ligado por um “grande” perı́odo de tempo, a reposta forçada
(regime permanente) é mais significativa.
Como a entrada é senoidal, podemos supor que a resposta forçada é do tipo

if = A cos(ωt) + B sen(ωt)

e, então,
dif
= −Aω sen(ωt) + B ω cos(ωt)
dt
Substituindo em (1)

L[−Aω sen(ωt) + B ω cos(ωt)] + R[A cos(ωt) + B sen(ωt)] = Vm cos(ωt) (2)


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Resposta Senoidal

Igualando os termos, chega-se a


RVm ωLVm
A= 2 2 2
eB= 2
R +ω L R + ω 2 L2
Assim,
RVm ωLVm
if = 2 cos ωt + 2 sen ωt
R + ω 2 L2 R + ω 2 L2
Da propriedade trigonométrica
 
−1 B
p
2 2
A cos(ωt) + B sen(ωt) = A + B cos ωt − tan
A

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Resposta Senoidal

Então,
Vm2
 
−1 ωL
if = √ cos ωt + tan
R 2 + ω 2 L2 R
Vm 2
Chamando Im = √
R 2 +ω 2 L2
e φ = tan−1 ωL
R Chegamos, finalmente, a

if = Im cos(ωt + φ)

A importância desse resultado está no fato de que, a resposta de um circuito em


regime permanente a uma entrada senoidal, também é uma senoide com mesma
frequência com diferenças apenas de amplitude e de fase.

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Fasores
O Conceito de Fasor

O fasor é um número complexo que contém as informações de amplitude e ângulo


de fase de uma função senoidal.
O conceito de fasor é baseado na fórmula de Euler

e ±j θ = cos θ ± j sen θ

em que <{e j θ } = cos θ e ={e j θ } = sen θ


Desse modo, podemos escrever

v = Vm cos(ωt + φ)
= <{Vm e j (ωt+φ) }
= <{Vm e j φ e j ωt }

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O Conceito de Fasor

Observe que Vm e j φ é um número complexo que contém informação da amplitude


e da fase da senoide.
A esse número referimo-nos como fasor.
As notações fasoriais são
V = Vm e j φ
ou, de forma mais simplificada,

V = Vm ∠φ

O forma fasorial também é referida como domı́nio da frequência enquanto a forma


senoidal, domı́nio do tempo.
Outra notação para o fasor é V̇ , que facilita na escrita à mão.
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Representação Gráfica

Como o fasor é um número complexo, ele pode ser representado no plano complexo.
A parte real fica no eixo horizontal e parte imaginária, no eixo vertical.

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Exemplo 1
(a) Escreva a função v = cos(4t + 30◦ ) na forma fasorial.
(b) Escreva o fasor I = 3∠ − 45◦ no domı́nio do tempo.

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Exemplo 2
Dado que

v1 = 20 cos(ωt − 30◦ )
v2 = 40 cos(ωt + 60◦ )

Calcule:

(a) v1 + v2
(b) v1 · v2

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Relações Fasoriais em Elementos
Passivos
Resistor

Seja um elemento resistivo percorrido por uma corrente senoidal i = Im cos(ωt +φ).
Então, pela lei de Ohm,
v = RIm cos(ωt + φ)

Observe que tensão e corrente estão em fase, i.e., o ângulo de fase de ambos é o
mesmo.
Na forma fasorial, temos que
V = RI

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Indutor

Quando uma corrente i = Im cos(ωt + φ) é aplicada a um elemento indutivo, a


relação tensão-corrente é
di
v =L ⇒ v = −ωLIm sen(ωt + φ) = −ωLIm cos(ωt + φ − 90◦ )
dt
Na análise fasorial,
◦) ◦
V = −ωLIm e j (φ−90 = −ωLIm e j φ e −j 90 = j ωLIm e j φ
∴ V = j ωLI

Portanto, a tensão é adiantada de 90◦ em relação à corrente no indutor.

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Capacitor

Uma tensão de há v = Vm cos(ωt + φ) nos terminais de um capacitor, então,

dv
i =C ⇒ i = −ωCVm cos(ωt + φ − 90◦ )
dt
Na forma fasorial
I
I = j ωC V ∴ V =
j ωC
Portanto, a tensão é atrasada de 90◦ em relação à corrente no capacitor.

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Relações Tensão–Corrente

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Impedância e Reatância

As relações tensão–corrente nos elementos ativos têm algo em comum que pode
ser resumida na relação
V = ZI

A constante Z é chamada de impedância, que, embora seja um número complexo,


não é um fasor pois não varia senoidalmente no tempo.
A impedância é a razão entre V e I, assim pode ser escrita na forma
V Vm
Z = = ∠θ = |Z |∠θ
I Im
na qual |Z | é o módulo e θ o ângulo de Z .
A unidade de medida da impedância é a mesma da resistência, ohm (Ω).

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Impedância e Reatância

Como todo número complexo, a impedância possui uma parte real e uma parte
imaginária chamada.
A parte real é a componente resistiva (R), que diz respeito aos resistores do circuito,
e a parte imaginária é a componente reativa ou reatância (X ), que depende dos
indutores e/ou capacitores do circuitos.
A impedância pode, então, ser escrita como
Z = R + jX
Assim, p
|Z | = R2 + X 2
e
X
θ = tan−1
R
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Impedância e Reatância

A reatância do capacitor é dada por


1
X =−
ωC
e do indutor
X = ωL
Na maioria dos circuitos, a impedância é a combinação de resistores, indutores e
capacitores. Dizemos que a impedância é indutiva quando X > 0 e capacitiva
quando X < 0.
A inverso da impedância é a admitância,
1
Y =
Z
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Impedância e Reatância

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Exemplo 3
A tensão e a corrente em uma impedância são, respectivamente, V = 10∠56,9◦ V e
I = 2∠20◦ A. Determine o valor da impedância e se ela é indutiva ou capacitiva.

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Leis de Kirchhoff para Fasores
Leis de Kirchhoff para Fasores

As leis de Kirchhoff são válidas para circuitos fasoriais. Dessa forma, a soma das
tensões fasorais em um caminho fechado é nula, como também é nula, a soma das
correntes fasoriais em um nó.
Considerando uma malha com n tensões, temos que

V1 + V1 + · · · + Vn = 0

E a soma de n correntes em um nó é

I1 + I1 + · · · + In = 0

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Associação de Impedâncias

A associação de impedâncias é análoga à de resistência.


Então, a associação de impedância em série é
N
X
Zeq = Z1 + Z2 + · · · + ZN = Zn
n=1

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Associação de Impedâncias

A associação de impedâncias em paralelo é


N
1 1 1 1 X 1
= + + ··· + =
Zeq Z1 Z2 ZN Z
n=1 n

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Exemplo 4
Calcule v .

6Ω +
1
8 cos(2t) A v 6 F
4H −

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Exemplo 5
Faça o diagrama fasorial das tensões e das correntes do circuito a seguir.

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Referências
Referências

NILSSON, J. W.; RIEDEL, S. A. Circuitos Elétricos. 10. ed. Pearson Prentice-Hall,


2015.
Capitulo 9 (Seções 9.1 a 9.6 e 9.12).
ALEXANDER, C. K.; SADIKU, M. N. O. Fundamentos de circuitos elétricos. 5. ed.
AMGH, 2013. Capı́tulo 9.
DORF, R. C.; SVOBODA, J. A. Introdução aos circuitos elétricos. 7. ed. LTC, 2008.
Capı́tulo 10.
JOHNSON, D. E; HILBURN, J. L.; JOHNSON, J. R. Fundamentos de análise de
circuitos elétricos. 4. ed. LTC, 1994. Capı́tulo 10.

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