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MÓDULO 2 - AULA 28
Objetivo
Conhecer as aplicações de integrais no cálculo de diversos tipos de volu-
mes de sólidos, especificamente os chamados método das seções transversais
e o método das cascas cilı́ndricas.
Introdução
A aplicação mais imediata da integral definida é a noção de área de
regiões planas. Na verdade, a integral é a maneira adequada de estabelecer e
calcular as áreas de regiões não triangularizáveis. Basta lembrar do exemplo
da área do cı́rculo de raio r
Z r√ Z π/2
A = 2 2 2
r − x dx = 2 r2 cos2 θ dθ = πr2 .
−r −π/2
Área = πr 2
A razão desse sucesso consiste em usar somas de Riemann, que deter-
minam áreas de regiões que aproximam a região em questão. Nesse caso, as
somas de Riemann são as somas de áreas de retângulos alinhados lado a lado.
Nesta aula, você verá como essas idéias podem ser usadas para atribuir
volume a certos sólidos.
Sólidos de revolução
Esta gravura é atribuida ao
Os sólidos de revolução são aqueles obtidos girando uma região plana matemático japonês Seki
R em torno de um eixo, chamado eixo de rotação. Kowa, do século XVII. A
idéia de aproximação por
objetos mais simples é muito
Exemplo 28.1 poderosa e aparece em várias
√ situações, na Matemática.
Seja R o semicı́rculo limitado por y = 1 − x2 e pelo eixo Ox.
Se usarmos o eixo Ox como eixo de rotação, obteremos a esfera sólida
como um objeto de revolução. Se, em contrapartida, usarmos a reta x = −1
como o eixo de rotação, obteremos um sólido de revolução diferente. Veja as
figuras seguintes.
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Aplicações de integrais – Volumes
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Aplicações de integrais – Volumes
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onde |P | = min{∆xi , xi ∈ P }.
Exemplo 28.2
O volume da esfera.
√
Para obter o volume da esfera, basta considerar f (x) = r2 − x2 ≥ 0,
definida no intervalo [−r, r].
Nesse caso,
Z r √ Z
2 2
V = 2 2
π r − x dx = π r2 − x2 dx
−r
r
3
x r3 r3 4πr3
= π r2 x − = π r 3
− + r 3
− = .
3 3 3 3
−r
√
Exercı́cio 2. Seja R a região limitada pela curva y = x, pelo eixo Ox, com
x ∈ [0, 4]. Faça um esboço do sólido obtido pela revolução de R em torno do
eixo Ox e calcule o seu volume.
Exemplo 28.3
Você agora verá como calcular o volume do sólido obtido pela rotação em
torno do eixo Ox do conjunto
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Z b
V = A(x) dx.
a
Exemplo 28.4
Você verá como podemos calcular o volume de uma pirâmide de base qua-
drada, de lado a e de altura h.
Para fazer isso precisamos achar a área da seção transversal obtida pelo
corte dado pelo plano que é perpendicular ao eixo de simetria da pirâmide,
na altura x, para todo x ∈ [0, h].
Esta seção é um quadrado paralelo à base da pirâmide, de lado pro-
porcionalmente menor. Podemos calcular esse lado usando semelhança de
triângulos.
h- x a l
=
h
h h−x
a(h − x) x
l
x l = = a 1−
h h
a
x 2
2 2
Assim, A(x) = l =a 1 − ,e
h
Z
h
x 2 1
V = a2 1 − dx = a2 h.
0 h 3
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Aplicações de integrais – Volumes
Exemplo 28.5
Neste exemplo, vamos calcular o volume da interseção de dois cilindros de
mesmo raio a, cujos eixos de simetria são perpendiculares.
Vamos supor que um dos cilindros tem Ox como seu eixo de simetria, e
o outro cilindro, o eixo Oz. Devido à simetria, este volume é 8 vezes o volume
da parte que se encontra no primeiro octante, representada na figura a seguir,
à esquerda. A figura da direita mostra o sólido com um corte perpendicular
ao eixo Ox.
√
Essa seção, na altura x, é um quadrado de lado a2 − x2 . Assim, a
área desse quadrado é A(x) = (a2 − x2 ). O volume do oitavo do sólido,
representado na figura, é
Z a
a 3
x a3 2a3
(a2 − x2 ) dx = a2 x − = a3 − = .
0 3 3 3
0
16 a3
Portanto, a interseção dos dois cilindros é 3
.
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Aplicações de integrais – Volumes
Exemplo 28.6
Vamos calcular o volume do cone de altura h, com o raio da base r. Para
isso, vamos considerá-lo como o sólido de revolução do triângulo de vértices
(0, 0), (r, 0) e (0, h), em torno do eixo Oy.
Z Z r
r
x hx2
V = 2π xh 1 − dx = 2π hx − dx =
0 r 0 r
r
hx2 hx3 hr2 hr2 πhr2
= 2π − = 2π − = .
2 3r 2 3 3
0
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√
Exercı́cio 2. Seja R a região limitada pela curva y = x, pelo eixo Ox, com
x ∈ [0, 4]. Faça um esboço do sólido obtido pela revolução de R em torno do
eixo Ox e calcule o seu volume.
Z b 2
Para calcular o volume usaremos a fórmula V = π f (x) dx, onde
√ a
f (x) = x, sobre o intervalo [0, 4]. Assim,
Z 4 4
x2
V = π x dx = π = 8π.
0 2
0
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