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Universidade Federal de Goiás

Instituto de Matemática e Estatı́stica


Data:21/03/2024 Profa:Marina (sala 206 - IME/UFG)
1 História dos Números complexos - continuação
Este texto é extraı́do do Texto The Magic of Complex Numbers - Imperial College London.

1. Descartes (1630) introduziu o termo número “imaginário ” para refletir a sua observação: “Para toda equação de grau
n, podemos imaginar n raı́zes que não correspondem a nenhuma quantidade real”.
2. Girard (1629) no tratado “L’Invention Nouvelle en l’Algébre” afirma que existem n raı́zes para um polinômio de ordem
n. A mesma foi aceita como uma meia verdade mas sem a garantia que a solução é do tipo a + ib, a, b ∈ R.
3. Representações geométricas:
• John Wallis (1685) em De Algebra Tractatus e Gaspard Wessel (1797) no Proceedings of the Copenhagem Academy
- quando os números complexos foram aceitos;
• Wallis (1673) em suas investigações para obter representações
√ geométricas das raı́zes de polinômios. Estuda o
polinômio x2 + 2bx + c2 = 0 cuja solução é x = −b ± b2 − c2 e afirma que uma interpretação geométrica possı́vel
somente para b2 − c2 ≥ 0, considerando deslocamento
√ de −b. Cada solução é interpretada como o vértice de um
triângulo retângulo com altura c e lado b2 − c2 desde que b2 − c2 ≥ 0. No caso, b2 − c2 < 0, b < c é possı́vel
visualizar o número complexo como um ponto.

• Leonhard Euler (1732) obteve a solução da equação xn − 1 = 0 na forma cos(θ) + −1sen(θ) e tentou visualizá-los
como os vértices de um polı́gono planar;
• Moivre (1730) e Euler (1748) introduzirama as identidades
(cos(θ) + isen(θ))n = cos(nθ) + isen(nθ) e cos(θ) + isen(θ) = eiθ ;
• Euler(1749) provou TFA para polinômios reais no tratado Recherches Sur Le Racines Imaginairies des Équations
removendo o segundo remo de maior grau e a decomposição de um polinômio mônico.
• Argand (1806) publicou a prova do TFA utilizando a ideia de d’Alembert (1746) interpretando i como uma rotação
de 900 e introduziu o plano de Argand como uma representação geométrica
p do número complexo ±]sqrt−1 através
2 2
de um reta perpendicular ao eixo real. Além disso, a quantidade x + y deu o nome de módulo.

• Gauss: notação i = −1 eo termo número complexo; provou o TFA ; 1831 associou o número z = x + iy com o
ponto (x, y) no plano; introduziu as regras de adição e de multiplicação;
4. Notações atuais: Gauss, Cauchy (conjugado), Hankel(1867) introduziu o termo coeficiente de direção para cos(θ) +
isen(θ) ; Weierstrass (1815-1897) - valor absoluto para módulo; Riemann (1826-1866) aspectos analı́ticos . Projeção
estereográfica de Riemann - redução da dimensão pela imersão de C em R3 , ou seja z = a + ib, (a, b, 0) ∈ R3 . Tome
Σ = {(x, y, u) ∈ R3 |x2 + y 2 + (u − d)2 = r2 , d, r ∈ R}. Tem-se uma correpondência um a um entre os pontos de C
e de Σ, excluindo o pólo norte N Sdesde que a reta de qualquer ponto z ∈ C toca Σ N em um único ponto. Assim
precisamos do plano estendido: C {∞} então N será incluso e temos a esfera de Riemann sobre esse plano.

2 Números Complexos
Observação 1: Dada funções do tipo f (x) = ax2 + bx + c quais são as possibilidades para o gráfico dessa função em relação
ao eico do domı́nio Ox? √ √ √
Observação 2:( Euler, 1777) - Ao longo do curso utilizaremos que i = −1. Por exemplo −5 = i 5. Pense em um
exemplo diferente e escreva-o para utilizar uma ideia semelhante.
Definição 1. Um número complexo é um número da forma a + ib onde a e b são números reais.
Observação 3: Em geral utilizamos a letra z ou w para simbolizar um número complexo. Se z = a + ib, temos a parte
real de z , denotada por a = Rez e a parte imaginária denotada por b = Imz.
Observação 4: Um número real é aquele que possui a parte imaginária b = 0 para z = a + ib.
Observação 5: C é o conjunto de todos os números complexos.
Exemplo 2. Por exemplo se temos z = 2 − 3i, então Rez = 2 e Imz = −3. Agora construa você um exemplo e veja se
conseuiu entender o conceito ???
Observação 6: Números reais são representados em uma única reta, enquanto que números complexos tendo 2 com-
ponentes pode ser representado no plano . Devido a esse fato às vezes C é denominado plano comlexo , mas normalmente
chamamos de diagrama de Argand, onde o ponto (a, b) representa o número complexo a + ib tal que o eixo Ox contém a
parte real e o eixo Oy (também conhecido como eixo imaginário) a parte imaginária.
Exemplo 3. Dado os números complexos z1 = 2 + 3i, z2 = 2 − 4i, z3 = −1 + 5i, represente-os no plano complexo.
2.1 A Álgebra dos números complexos
Sejam z1 = a + ib ou z1 = (a, b) e z2 = c + id ou z2 = (c, d); a, b, c, d ∈ R

1. adição e subtração dos números complexos z1 com z2 :


z1 ± z2 = (a ± c) + i(b ± d) ou z1 ± z2 = (a, b) ± (c, d) = (a ± c, b ± d);
2. produto ou multiplicação dos números complexos z1 com z2 :
z1 · z2 =

3. divisão o u quociente dos números complexos z1 com z2 :


z1
=
z2

Observação:

Exemplo 4. Obtenha o resultado na forma a + ib nas operações entre os números complexos z1 = 1 + 3i e z2 = 2 − 6i)

2.2 Módulo e conjugado de um número complexo


Definição 5. Seja z = a + bi. O conjugado de z é o número a − bi e é denotado por z̄( ou algumas vezes z ∗ )
Observação: Note que se z ∈ R ⇒ z = z̄.
Observação: Dois números complexos são iguais se e somente se as partes reais e imaginárias correspondentes forem
iguais.


Definição 6. Seja z = a + bi. O módulo, valor absoluto ou a norma de um número complexo é o número real |z| = a2 + b2 .

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