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INTEGRAIS DUPLAS EM COORDENADAS POLARES

ඵ 𝒇 𝒙, 𝒚 𝒅𝒙𝒅𝒚 = ඵ 𝒇 𝜽, 𝒓 𝒓 𝒅𝒓𝒅𝜽
𝑫 𝑫
a) QUANDO PENSARMOS EM APLICAR, DEVEMOS LEMBRAR
a1) que a mudança para coordenadas polares deve ser utilizada na integral a ser calculada,
quando as curvas que compõem a fronteira da região de integração vierem expressas em
coordenadas polares e
a2) que a mudança para coordenadas polares pode ser útil para a simplificação da integral a ser
calculada, quando a fronteira da região de integração for uma circunferência ou, pelo menos,
alguma porção dessa fronteira corresponder a um arco de circunferência.

b) SE DECIDIRMOS APLICAR, DEVEMOS LEMBRAR


b1) que 𝑥 = 𝑟𝑐𝑜𝑠𝜃 , 𝑦 = 𝑟𝑠𝑒𝑛𝜃 , 𝑟 = 𝑥2 + 𝑦2 e o Jacobiano da mudança para coordenadas
polares vale 𝑟,
b2) que a fórmula geral da mudança de variáveis, no caso de uma mudança para coordenadas
polares, fica

ඵ 𝑓 𝑥, 𝑦 𝑑𝑥𝑑𝑦 = ඵ 𝑓 𝜃, 𝑟 𝑟 𝑑𝑟𝑑𝜃 ,
𝐷 𝐷
b3) que os limites de integração da variável 𝑟 são obtidos de acordo com a seguinte orientação:

a partir do polo, traçamos retas radiais


que invadam a região de integração,
interceptando, consequentemente, sua
fronteira em no máximo dois pontos. A
curva 𝑟 = 𝑟1 (𝜃) na qual se localiza o
ponto de interseção mais próximo do
polo será o limite de integração
inferior da integral com relação à
variável 𝑟; a curva 𝑟 = 𝑟2 (𝜃) na qual se
localiza o ponto de interseção mais
afastado do polo será o limite de
integração superior da integral com
relação à variável 𝑟,
b4) que para obtenção dos limites de integração da variável 𝜃, adotamos o seguinte procedimento:

a partir do eixo polar, fazemos girar, no


sentido anti-horário, uma reta radial
que tenha origem no polo. O menor
ângulo (𝜃 = 𝜃1 ), formado entre a reta
radial e o eixo polar, para o qual se
verifica a interseção dessa reta com a
região de integração, será o limite de
integração inferior da integral dupla
com relação à variável 𝜃 ; o maior
ângulo (𝜃 = 𝜃2 ), formado entre a reta
radial e o eixo polar, para o qual se
verifica a interseção dessa mesma reta
com a região de integração, será o
limite de integração superior da integral
dupla com relação à variável 𝜃.
EXEMPLOS
1) Vamos utilizar a mudança para coordenadas
polares na resolução da integral dupla da
função 𝑓 𝑥, 𝑦 = 𝑥 , sobre a região D, do
primeiro quadrante, definida por
𝐷 = {(𝑥, 𝑦) ∈ ℝ 2 /0 ≤ 𝑥 ≤ 𝑦, 𝑥 2 + 𝑦 2 ≤ 4} .
(A questão corresponde ao Exemplo 2. presente
no arquivo Aulas_14_&_16_Set, resolvido,
naquela oportunidade, sem aplicação da
mudança para coordenadas polares, uma vez que
ainda não conhecíamos esse recurso) .

A análise da figura nos faz notar que, nesse


caso, qualquer reta radial traçada a partir
do polo já invade a região D desde o polo.
Assim, 𝑟1 𝜃 = 0. Evidentemente, 𝑟2 𝜃 = 2
e 𝜋/2 ≤ 𝜃 ≤ 𝜋/4.
Portanto, com base nas observações b1) e b2), escrevemos
2 π/2
3
2 𝜋/2 8 2
ඵ 𝑥 𝑑𝑥𝑑𝑦 = ඵ 𝑟 2 𝑐𝑜𝑠𝜃 𝑑𝑟𝑑𝜃 = න 𝑟 2 𝑑𝑟 . න 𝑐𝑜𝑠𝜃 𝑑𝜃 = 𝑟 /3ቚ . 𝑠𝑒𝑛𝜃ቚ = (1 − ).
0 𝜋/4 3 2
𝐷 𝐷 0 π/4

2) Consideremos, agora, a região D do primeiro quadrante, cuja fronteira é formada pelo arco
superior da circunferência de centro (1, 0) e raio 1 e o eixo X. Sobre essa região, vamos calcular a
integral dupla da função

1 .
𝑓 𝑥, 𝑦 =
𝑥2 + 𝑦2

A circunferência a que se refere o problema tem equação cartesiana (𝑥 − 1) 2 + 𝑦 2 = 1, que se


escreve 𝑟 = 2𝑐𝑜𝑠𝜃 em coordenadas polares. Como 𝑥 2 + 𝑦 2 = 𝑟 e 𝐽 = 𝑟, a análise da figura que
segue nos leva a concluir que
𝜋/2 2𝑐𝑜𝑠𝜃 𝜋/2
1 𝜋/2
ඵ 𝑑𝑥𝑑𝑦 = ඵ 𝑑𝑟𝑑𝜃 = න න 𝑑𝑟 𝑑𝜃 = 2 න 𝑐𝑜𝑠𝜃 𝑑𝜃 = 2 𝑠𝑒𝑛𝜃 ቚ = 2.
𝑥2 + 𝑦2 0
𝐷 𝐷 0 0 0

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