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EXPERIMENTO 6
Dispersão da luz em um prisma
Dayvison Costa
Ítalo Figueiredo
Objetivos: com o auxílio de um espectroscópio, determinar o índice de refração
de um prisma para diferentes comprimentos de onda e, a partir dos valores
obtidos, determinar qual é o material e estudar sua curva de dispersão, obtendo
também a força de oscilador e a frequência de ressonância.
1. Introdução
Os metais são bons refletores, ou seja, eles não conduzem a luz, mas
refletem em sua superfície. Isso ocorre porque o metal possui íons livres nos
metais, assim quando uma onda eletromagnética tenta penetrar no interior do
metal (de maneira geral um condutor), os elétrons se reorganizam de forma a
expulsar o campo elétrico; sem campo elétrico também não há campo
magnético, culminando na não propagação da onda.
Já em materiais dielétricos esse fenômeno não ocorre, já que seus
elétrons são presos ao núcleo. Assim, a luz se propaga no interior do material
com uma velocidade v menor que a velocidade de propagação 𝑐 da luz no vácuo.
Essa redução vem da resposta das partículas carregadas do material. De
maneira geral, essa velocidade de propagação dependerá da frequência da luz.
Quando a luz vem do vácuo e penetra um material transparente com
índice de refração 𝑛, ela será refratada conforme a lei de Snell:
𝜔2 1
(𝑛2 − 1)−1 = − 2 2
+ 2 1.2
𝑓 𝜔0 𝑓
Figura 2.1: Representação esquemática de um raio de luz incidindo sobre o prisma para a
determinação do ângulo A.
𝑅 + 2𝑅 ′ = 𝑅 + 𝛿𝑚𝑖𝑛
2𝑅 ′ = 𝛿𝑚𝑖𝑛
𝛿𝑚𝑖𝑛
𝑅′ =
2 2.2
𝛿𝑚𝑖𝑛 + 𝐴
𝜃1 =
2 2.3
𝛿𝑚𝑖𝑛 + 𝐴
𝜃1 =
2
Considerando o índice de refração do ar 𝑛𝑎𝑟 = 1, temos, Pela Lei de
Snell:,
sin 𝜃1 = 𝑛 sin 𝜃2
𝛿𝑚𝑖𝑛 + 𝐴
sin ( )
2 2.4
𝑛=
𝐴
sin ( 2 )
Questão 2:
Consideremos o feixe de luz incidindo sobre o prisma segundo a
configuração da Figura 2.2. Percebemos que, considerando as três retas
𝑅
verticais paralelas, 2 = 𝑏1 + 𝑏2 . Também, 𝐴 = 𝑎1 + 𝑎2 . Como o raio incidente e
o refletido devem formar o mesmo ângulo com a normal, e, portanto, o mesmo
ângulo com a superfície do prisma, 𝑎1 = 𝑏1 e 𝑎2 = 𝑏2 . Ou seja, 𝑎1 + 𝑎2 = 𝑏1 + 𝑏2 .
Logo:
𝑅
=𝐴
2
𝑅 = 2𝐴 2.5
Figura 2.2: Representação esquemática da luz incidindo sobre o
prisma, com a reta que passa pelo vértice de ângulo A paralela ao
feixe incidente.
3. Experimento
Primeiramente, determinamos o valor de 𝐴. Para isso, posicionamos o
prisma com o vértice de ângulo 𝐴 direcionado ao feixe de luz que sai pelo centro
do espectroscópio e medimos os ângulos 𝜑1 e 𝜑2 . Repetimos o processo 5 vezes
e tomamos a média dos valores de 𝜑1 e 𝜑2 no intuito de, pela combinação da
Equação 2.5 e da relação 𝑅 = 𝜑1 − 𝜑1 , calcular 𝐴.
Em seguida, posicionamos o prisma segundo a configuração apresentada
na Figura 3.1 e, assim, conseguimos observar as raias espectrais da luz emitida.
Figura 3.1: Representação esquemática do posicionamento do prisma para a medição
dos ângulos das raias à esquerda.
Medimos os ângulos 𝛿𝑚𝑖𝑛 à esquerda do eixo por onde passa a luz que
sai do espectroscópio para as seguintes raias cujos comprimentos de onda são
mostrados na Tabela 3.1. Os ângulos foram medidos no ponto de retorno das
raias.
Tabela 3.1: Cores das raias e seus respectivos comprimentos de onda
𝑖 𝜑2 𝜑1
1 127°27′ 235°10′
2 126°20′ 234°10′
3 129°30′ 232°10′
4 127°35′ 235°25′
5 129°25′ 237°15′
𝜆(𝑛𝑚) 𝑛
690,720 1,7057
579,070 1,7163
576,962 1,7165
546,070 1,7213
491,600 1,7316
435,830 1,7475
407,780 1,7605
dividindo por 2𝜋, para que a frequência seja dada em Hz, obtemos:
𝝎𝟎 = (𝟏, 𝟓 ± 𝟎, 𝟏) ∙ 𝟏𝟎𝟏𝟓 𝑯𝒛
Sendo a incerteza obtida pelo método das derivadas parciais. No espectro
das ondas eletromagnéticas, essa frequência corresponde ao ultravioleta.
5. Conclusão
O experimento permitiu estudar o comportamento do índice de refração
do prisma para diversos comprimentos de onda diferentes. Os objetivos
estabelecidos previamente foram atingidos: o índice de refração de cada
comprimento de onda foi determinado, o que possibilitou a construção de um
gráfico do índice em função do comprimento; o material do prisma foi
identificado; o gráfico linearizado de (𝑛2 − 1)−1 em função de 𝜔2 foi produzido e,
a partir dele, calculamos a força de oscilador e a frequência de ressonância do
prisma, que está na faixa do ultravioleta. Sendo os resultados satisfatórios,
concluímos que a prática foi efetiva para o estudo da curva de dispersão do
material do prisma.