Você está na página 1de 41

Processos estocásticos

Disciplina ofertada pelo DECAT/UFS

Código: ESTAT0077
Nı́vel: Graduação
Carga horária: 60h
Perı́odo: 2020.2
Professor responsável e ministrante: Luiz Henrique Dore

Aula 4: funções média, de autocorrelação e


de autocovariância
Informações sobre a aula
Introdução
Aula 4
Referências

Sumário

1 Informações sobre a aula


Metas
Objetivos
Pré-requisitos

2 Introdução

3 Aula 4
Tópico 7: função média
Tópico 8: função de autocorrelação
Tópico 9: função de autocovariância

4 Referências

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore


Informações sobre a aula
Metas
Introdução
Objetivos
Aula 4
Pré-requisitos
Referências

Metas

1 Introduzir a função média, a função de autocorrelação, a função


de autocovariância, a função de variância e o coeficiente de
autocorrelação.

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore


Informações sobre a aula
Metas
Introdução
Objetivos
Aula 4
Pré-requisitos
Referências

Objetivos

Após estudar essa aula, o aluno ou aluna será capaz de:


1 definir e interpretar a função média, a função de autocorrelação,
a função de autocovariância, a função de variância e o coeficiente
de autocorrelação;
2 calcular essas quantidades em situações simples.

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore


Informações sobre a aula
Metas
Introdução
Objetivos
Aula 4
Pré-requisitos
Referências

Pré-requisitos

1 Aula 2.

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore


Informações sobre a aula
Introdução
Aula 4
Referências

Introdução

Conforme visto na aula 2, um processo estocástico pode ser


definido como um conjunto {X (t), t ≥ 0}, cujos elementos são
variáveis aleatórias unicamente identificadas por um ı́ndice t.
Os processos estocásticos podem ser utilizados como modelos
para fenômenos, cujas observações apresentam algum tipo de
interdependência como, por exemplo, uma interdependência
temporal; nesse contexto, o ı́ndice t é referido como tempo.
Estudar uma variável aleatória significa estudar sua distribuição
de probabilidade.
Isso também vale para um processo estocástico.
A distribuição de probabilidade de um processo estocástico é
determinada pela distribuição de ordem k do processo.

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore


Informações sobre a aula
Introdução
Aula 4
Referências

Introdução

A distribuição de ordem k de um processo estocástico é a


distribuição de probabilidade conjunta do processo estocástico
em k instantes de tempo distintos.
A distribuição de probabilidade de ordem k de um processo
estocástico pode ser especificada a partir da sua função de
distribuição de ordem k (ver definição 4, aula 2).
Se o espaço de estados do processo é discreto, sua distribuição
de ordem k pode ser especificada a partir da sua função de
probabilidade de ordem k (ver definição 6, aula 2).
Se o espaço de estados do processo é contı́nuo, sua distribuição
de ordem k pode ser especificada a partir da sua função de
densidade probabilidade de ordem k (ver definição 6, aula 2).

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore


Informações sobre a aula
Introdução
Aula 4
Referências

Introdução

Três caracterı́sticas relacionadas à distribuição de ordem k de


um processo, bastante importantes no contexto dos processos
estocástico, são a função média, a função de autocovariância e
a função de autocorrelação.
Na presente aula, são apresentadas definições para as funções
média, de autocovariância e de autocorrelação.
São apresentadas também algumas propriedades dessas funções
e alguns exemplos envolvendo o cálculo e a interpretação dessas
funções .
A presente aula trata também de uma função denominada
coeficiente de correlação, a qual quantifica o grau de associação
linear entre o processo estocástico em dois instantes distintos
de tempo.
Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore
Informações sobre a aula
Tópico 7: função média
Introdução
Tópico 8: função de autocorrelação
Aula 4
Tópico 9: função de autocovariância
Referências

Tópico 7: função média

Definição 1

A função média, no tempo t, de um processo estocástico


{X (t), t ≥ 0} é definida como [1, p. 49]

mX (t) = E [X (t)].

A função média é, simplesmente, a função que retorna a média


do processo num instante qualquer de tempo.
A função média é uma caracterı́stica associada à distribuição
de ordem 1 do processo estocástico.
A fórmula da função média depende da natureza do espaço de
estados SX (t) do processo estocástico.

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore


Informações sobre a aula
Tópico 7: função média
Introdução
Tópico 8: função de autocorrelação
Aula 4
Tópico 9: função de autocovariância
Referências

Tópico 7: função média

Se SX (t) é discreto, então X


mX (t) = x · p(x; t),
x∈SX (t)

onde p(x; t) é a função de probabilidade de ordem 1 do processo.


Se SX (t) é contı́nuo, então
Z ∞
mX (t) = x · f (x; t)dx,
−∞
onde f (x; t) é a função de densidade de ordem 1 do processo.
Exemplo 1

Seja {Xn , n = 0, 1, 2, · · · } o passeio aleatório, descrito no


exemplo 1 da aula 2.

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore


Informações sobre a aula
Tópico 7: função média
Introdução
Tópico 8: função de autocorrelação
Aula 4
Tópico 9: função de autocovariância
Referências

Tópico 7: função média

Continuação do exemplo 1
Se os arremessos da moeda são independentes, então a função
de probabilidade de ordem 1, no tempo 2, é dada por

 2p(1 − p) se x = 0;
 2
p se x = 2;
p(x; 2) ≡ P[X2 = x] = 2

 (1 − p) se x = −2.
0 outros casos,
onde p := P[{Coroa}] (ver exemplo 13, aula 2). Portanto, o
valor a função média em t = 2 é
P
mX (2) = E [X2 ] = x2 P[X2 = x2 ] =
x2 ∈SX2

= −2 · P[X2 = −2] + 0 · P[X2 = 0] + 2 · P[X2 = 2] =


= −2 · (1 − p)2 + 0 · 2p(1 − p) + 2 · p 2 = 2(2p − 1).

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore


Informações sobre a aula
Tópico 7: função média
Introdução
Tópico 8: função de autocorrelação
Aula 4
Tópico 9: função de autocovariância
Referências

Tópico 7: função média

Exemplo 2

Seja {Xn , n = 0, 1, · · · } a cadeia de Ehrenfest, descrita no


exemplo 4 da aula 2. Se d = 10 e X0 = 4, a função de
probabilidade de ordem 1, no tempo 1, é (exemplo 14, aula 2)

4/10, se x1 = 3;
p(x1 ; 1) = P[X1 = x1 ] =
6/10, se x1 = 5;
Portanto, o valor a função média em t = 1 é
P
mX (1) = E [X1 ] = x1 P[X1 = x1 ] =
x1 ∈SX1

= 3 · P[X1 = 1] + 5 · P[X1 = 5]
4 6 42
=3· 10 +5· 10 = 10 = 4, 2.

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore


Informações sobre a aula
Tópico 7: função média
Introdução
Tópico 8: função de autocorrelação
Aula 4
Tópico 9: função de autocovariância
Referências

Tópico 7: função média

Exemplo 3

Seja {Xn , n = 0, 1, · · · } a cadeia de Ehrenfest, descrita no


exemplo 4 da aula 2. Se d = 10 e X0 = 4, a função de
probabilidade de ordem 1, no tempo 2, é (exemplo 14, aula 2)
12/100, se x2 = 2;
(
p(x2 ; 2) = P[X2 = x2 ] = 58/100, se x2 = 4;
30/100, se x2 = 6.
Portanto, o valor a função média em t = 2 é
P
mX (2) = E [X2 ] = x2 P[X2 = x2 ] =
x2 ∈SX2

= 2 · P[X2 = 2] + 4 · P[X2 = 4] + 6 · P[X2 = 6] =


12 58 30 436
=2· 100 +4· 100 +6· 100 = 100 = 4, 36.

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore


Informações sobre a aula
Tópico 7: função média
Introdução
Tópico 8: função de autocorrelação
Aula 4
Tópico 9: função de autocovariância
Referências

Tópico 7: função média

Exemplo 4

Seja {X (t), t ≥ 0} o processo estocástico descrito no exemplo


15 da aula 2. A função de densidade de probabilidade de ordem
1, no tempo t, é (ver exemplo 15, aula 2)

1/x se t < x < te;
f (x; t) =
0 caso contrário.
Portanto, a função média é
Z ∞ Z te
1
mX (t) = E [X (t)] = x · f (x; t)dx = x · dx =
−∞ t x
Z te
= 1 · dx = te − t = t(e − 1).
t

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore


Informações sobre a aula
Tópico 7: função média
Introdução
Tópico 8: função de autocorrelação
Aula 4
Tópico 9: função de autocovariância
Referências

Tópico 7: função média

Exemplo 5

Seja {Xn , n = 0, 1, 2, · · · } o passeio aleatório, descrito nos


exemplo 1 da aula 2. Para cada, n ∈ {1, 2, · · · }, seja Yn
a variável que corresponde ao deslocamento da partı́cula que
resulta do n-ésimo lançamento da moeda. Isto é,

−1 se a face da moeda é cara;
Yn =
1 se a face da moeda é coroa.
Para cada n ∈ {1, 2, · · · }, a posição Xn da partı́cula, após n
arremessos da moeda pode, é a soma dos deslocamentos em
cada arremesso. Isto é,
Xn = Y1 + Y2 + · · · + Yn .

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore


Informações sobre a aula
Tópico 7: função média
Introdução
Tópico 8: função de autocorrelação
Aula 4
Tópico 9: função de autocovariância
Referências

Tópico 7: função média

Continuação do exemplo 5
Fazendo p = P[{Coroa}], tem-se que

1 − p se yn = −1;
P[Yn = yn ] =
p se yn = 1.
Portanto,
E [Yn ] = −1 · (1 − p) + 1 · p = 2p − 1
e a função média do passeio aleatório é
mx (n) = E [Xn ] = E [Y1 + Y2 + · · · + Yn ] =
= E [Y1 ] + E [Y2 ] + · · · + E [Yn ] = n(2p − 1).
Em particular, mX (2) = 2(2p − 1), como no exemplo 1.

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore


Informações sobre a aula
Tópico 7: função média
Introdução
Tópico 8: função de autocorrelação
Aula 4
Tópico 9: função de autocovariância
Referências

Tópico 8: função de autocorrelação

Definição 2

A função de autocorrelação, nos tempos t1 e t2 , de um processo


estocástico {X (t), t ≥ 0} é definida como [1, p. 49]

RX (t1 , t2 ) = E [X (t1 )X (t2 )].

A função de autocorrelação é a média do produto do processo


estocástico em dois instantes de tempo distintos.
A função de autocorrelação é uma caracterı́stica associada à
distribuição de ordem 2 do processo estocástico.
A fórmula da função autocorrelação depende da natureza do
espaço de estados SX (t) do processo estocástico.

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore


Informações sobre a aula
Tópico 7: função média
Introdução
Tópico 8: função de autocorrelação
Aula 4
Tópico 9: função de autocovariância
Referências

Tópico 8: função de autocorrelação

Se SX (t) é discreto, então


X X
RX (t1 , t2 ) = x1 x2 · p(x1 , x2 ; t1 , t2 ),
x1 ∈SX (t1 ) x2 ∈SX (t2 )

onde p(x1 , x2 ; t1 , t2 ) é a função de probabilidade de ordem 2.


Se SX (t) é contı́nuo, então
Z ∞Z ∞
mX (t) = x1 x2 · f (x1 , x2 ; t1 , t2 )dx1 dx2 ,
−∞ −∞
onde f (x1 , x2 ; t1 , t2 ) é a função de densidade de ordem 2.
Exemplo 6

Experimentos independentes, do tipo sucesso/fracasso, para


os quais a probabilidade de sucesso é a mesma em cada
experimento, são experimentos de Bernoulli [1, p. 51].
Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore
Informações sobre a aula
Tópico 7: função média
Introdução
Tópico 8: função de autocorrelação
Aula 4
Tópico 9: função de autocovariância
Referências

Tópico 8: função de autocorrelação

Continuação do exemplo 6
Por exemplo, pode-se lançar um dado um número indefinido de
vezes, de maneira independente, e definir o sucesso como sendo
o número “6”. Um processo de Bernoulli é uma sequência
{X1 , X2 , · · · } de variáveis aleatórias de Bernoulli associadas
a experimentos de Bernoulli. Isto é, Xk = 1 se o k-ésimo
experimento é um sucesso e Xk = 0 caso contrário. A função
de probabilidade de ordem 1, no tempo k, é

1 − p se x = 0;
p(x; k) ≡ P[Xk = x] =
p se x = 1,
onde p é a probabilidade de sucesso. Logo, a função média é
mX (k) = E [Xk ] = 0 · (1 − p) + 1 · p = p.

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore


Informações sobre a aula
Tópico 7: função média
Introdução
Tópico 8: função de autocorrelação
Aula 4
Tópico 9: função de autocovariância
Referências

Tópico 8: função de autocorrelação

Continuação do exemplo 6
Se k1 6= k2 , então

1 se Xk1 = Xk2 = 1;
Xk1 Xk2 =
0 caso contrário.
Como Xk1 e Xk2 são independentes, tem-se que

P[Xk1 = 1, Xk2 = 1] = P[Xk1 = 1]P[Xk2 = 1] = p 2 .


Portanto,
p2

se x = 1;
P[Xk1 Xk2 = x] = 2
1 − p se x = 0,

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore


Informações sobre a aula
Tópico 7: função média
Introdução
Tópico 8: função de autocorrelação
Aula 4
Tópico 9: função de autocovariância
Referências

Tópico 8: função de autocorrelação

Continuação do exemplo 6
Logo, se k1 6= k1 , a função de autocorrelação em k1 e k2 é
RX (k1 , k2 ) = E [Xk1 Xk2 ] = 0 · (1 − p 2 ) + 1 · p 2 = p 2 .
Se k1 = k2 = k, então Xk1 Xk2 = Xk2 . Como Xk só pode assumir
os valores 0 ou 1, tem-se que Xk2 = Xk . Logo, se k1 = k2 = k,
RX (k1 , k2 ) = RX (k, k) = E [Xk2 ] = E [Xk ] = p.
Portanto, a função de autocorrelação em k1 e k2 é
 2
p se k1 6= k2 ;
RX (k1 , k2 ) =
p se k1 = k2 .

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore


Informações sobre a aula
Tópico 7: função média
Introdução
Tópico 8: função de autocorrelação
Aula 4
Tópico 9: função de autocovariância
Referências

Tópico 8: função de autocorrelação

Exemplo 7

Seja {Xn , n = 0, 1, · · · } a cadeia de Ehrenfest, no exemplo 4


da aula 1. Se d = 10 e X0 = 4, a função de probabilidade de
ordem 2, nos tempos 1e 2, é (exemplo 14, aula 2)

 12/100, se x1 =3 e x2 = 2;
28/100, se x1 =3 e x2 = 4;

p(x1 , x2 ; 1, 2) =

 30/100, se x1 =5 e x2 = 4;
30/100, se x1 =5 e x2 = 6.

Portanto, a função de autocorrelação nos tempos 1 e 2 é


P P
RX (1, 2) = x1 x2 · p(x1 , x2 ; 1, 2) =
x1 ∈SX1 x2 ∈SX2

= 3 · 2p(3, 2; 1, 2) + 3 · 4p(3, 4; 1, 2) + 5 · 4p(5, 4; 1, 2) + 5 · 6p(5, 6; 1, 2) =


12 28 30 30 1.908
=6· 100
+ 12 · 100
+ 20 · 100
+ 30 · 100
= 100
= 19, 08.

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore


Informações sobre a aula
Tópico 7: função média
Introdução
Tópico 8: função de autocorrelação
Aula 4
Tópico 9: função de autocovariância
Referências

Tópico 8: função de autocorrelação

Exemplo 8

Seja {X (t), t ≥ 0} o processo no exemplo 15 da aula 2. A


variável aleatória X (t) é definida como X (t) = e Y t. Logo,
X (t1 ) · X (t2 ) = (e Y t1 )(e Y t2 ) = t1 · t2 · e 2Y .
Daı́, obtém-se
RX (t1 , t2 ) = E [X (t1 )X (t2 )] = E [t1 t2 e 2Y ] = t1 t2 E [e 2Y ].
Como Y ∼ U(0, 1), tem-se que
R∞ R1
E [e 2Y ] = −∞
e 2y · fY (y )dy = 0
e 2y · 1 · dy = 21 e 2y =
= 12 (e 2 − 1)
t1 t2 2
Portanto, RX (t1 , t2 ) = 2 (e − 1).

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore


Informações sobre a aula
Tópico 7: função média
Introdução
Tópico 8: função de autocorrelação
Aula 4
Tópico 9: função de autocovariância
Referências

Tópico 9: função de autocovariância

Definição 3

A função de autocovariância, nos tempos t1 e t2 , de um


processo estocástico {X (t), t ≥ 0} é definida como
CX (t1 , t2 ) = Cov [X (t1 ), X (t2 )]
= E [(X1 − mX (t1 )) (X2 − mX (t2 ))]

A função de autocovariância, nos tempos t1 e t2 , é a covariância


entre X (t1 ) e X (t2 ).
A função de autocovariância, nos tempos t1 e t2 , é a covariância
do processo, no tempo t1 , com ele próprio, no tempo t2 .
A função de autocovariância é uma caracterı́stica associada à
distribuição de ordem 2 do processo estocástico.
Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore
Informações sobre a aula
Tópico 7: função média
Introdução
Tópico 8: função de autocorrelação
Aula 4
Tópico 9: função de autocovariância
Referências

Tópico 9: função de autocovariância

Se SX (t) é discreto, então


P P
CX (t1 , t2 ) = (x1 − mX (t1 ))(x2 − mX (t2 )) · p(x1 , x2 ; t1 , t2 ),
x1 ∈SX (t1 ) x2 ∈SX (t2 )

onde p(x1 , x2 ; t1 , t2 ) é a função de probabilidade de ordem 2.


Se SX (t) é contı́nuo, então
R∞ R∞
CX (t1 , t2 ) = −∞ −∞ (x1 − mX (t1 ))(x2 − mX (t2 )) · f (x1 , x2 ; t1 , t2 )dx1 dx2 ,

onde f (x1 , x2 ; t1 , t2 ) é a função de densidade de ordem 2.


Pode-se mostrar que a função de autocovariância pode ser
escrita, em termos das funções média e de autocorrelação, da
seguinte maneira [1, p. 49]

CX (t1 , t2 ) = RX (t1 , t2 ) − mX (t1 )mX (t2 ). (1)

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore


Informações sobre a aula
Tópico 7: função média
Introdução
Tópico 8: função de autocorrelação
Aula 4
Tópico 9: função de autocovariância
Referências

Tópico 9: função de autocovariância

Exemplo 9

No exemplo 6, viu-se que a função média de um processo de


Bernoulli, com probabilidade de sucesso p, é
mX (k) = E [Xk ] = 0 · (1 − p) + 1 · p = p
e que a função de autocorrelação é
 2
6 k2 ;
p se k1 =
RX (k1 , k2 ) =
p se k1 = k2 .
Utilizando esses resultados e a fórmula (1), obtém-se

0 se k1 6= k2 ;
CX (k1 , k2 ) =
p(1 − p) se k1 = k2 .

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore


Informações sobre a aula
Tópico 7: função média
Introdução
Tópico 8: função de autocorrelação
Aula 4
Tópico 9: função de autocovariância
Referências

Tópico 9: função de autocovariância

Exemplo 10

Seja {Xn , n = 0, 1, · · · } a cadeia de Ehrenfest, no exemplo 4


da aula 1. Nos exemplos 2, 3 e 7 da presente aula, viu-se que
42 436 1908
mX (1) = , mX (2) = e RX (1, 2) = .
10 100 100
Utilizando esses resultados e a fórmula (1), obtém-se
CX (1, 2) = RX (1, 2) − mX (1)mX (2) =
1.908 42 436
= − · =
100 10 100
768
= = 0, 768.
1.000

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore


Informações sobre a aula
Tópico 7: função média
Introdução
Tópico 8: função de autocorrelação
Aula 4
Tópico 9: função de autocovariância
Referências

Tópico 9: função de autocovariância

Exemplo 11

Seja {X (t), t ≥ 0} o processo no exemplo 15 da aula 2. Nos


exemplos 4 e 8 da presente aula, viu-se que
t1 t2 2
mX (t) = t(e − 1) e (e − 1).
RX (t1 , t2 ) =
2
Utilizando esses resultados e a fórmula (1), obtém-se
CX (t1 , t2 ) = RX (t1 , t2 ) − mX (t1 )mX (t2 ) =
t1 t2 2
= (e − 1) − t1 t2 (e − 1)2 =
2
t1 t2
= (e − 1)(3 − e)
2

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore


Informações sobre a aula
Tópico 7: função média
Introdução
Tópico 8: função de autocorrelação
Aula 4
Tópico 9: função de autocovariância
Referências

Tópico 9: função de autocovariância

Definição 4

A função de variância, no tempos t, de um processo estocástico


{X (t), t ≥ 0} é definida como
h i
VX (t) = Var [X (t)] = E (X − mX (t))2 .

A função de variância é, simplesmente, a função que retorna a


variância do processo num instante de tempo qualquer.
A função de variância é uma caracterı́stica associada à distribuição
de ordem 1 do processo estocástico.
A fórmula da função média depende da natureza do espaço de
estados SX (t) do processo estocástico.
Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore
Informações sobre a aula
Tópico 7: função média
Introdução
Tópico 8: função de autocorrelação
Aula 4
Tópico 9: função de autocovariância
Referências

Tópico 9: função de autocovariância

Se SX (t) é discreto, então


X
VX (t) = (x − mX (t))2 · p(x; t),
x∈SX (t)
onde p(x; t) é a função de probabilidade de ordem 1 do processo.
Se SX (t) é contı́nuo, então
Z ∞
VX (t) = (x1 − mX (t1 ))2 · f (x; t)dx,
−∞
onde f (x; t) é a função de densidade de ordem 1 do processo.
É fácil ver que a função de variância, no tempo t, é igual
à função de autocovariância, calculada em dois instantes de
tempos iguais a t. Isto é, VX (t) = CX (t, t) [1, p. 50]. Logo, a
função de variância pode ser escrita como
VX (t) = CX (t, t) = RX (t, t) − mX (t)mX (t) = E [X (t)2 ] − mX (t)2 . (2)

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore


Informações sobre a aula
Tópico 7: função média
Introdução
Tópico 8: função de autocorrelação
Aula 4
Tópico 9: função de autocovariância
Referências

Tópico 9: função de autocovariância

Exemplo 12

Seja {Xn , n = 0, 1, 2, · · · } o passeio aleatório, descrito no


exemplo 1 da aula 2. No exemplo 1, viu-se que
mx (2) = 2(2p − 1).
A partir da função de probabilidade de ordem 1 no tempo 2,
que se encontra no exemplo 1, obtém-se
RX (2, 2) = E [X22 ] = x22 P[X2 = x2 ] =
P
x2 ∈SX2

= 4 · (1 − p)2 + 0 · 2p(1 − p) + 4 · p 2 = 4(2p 2 − 2p + 1).


Utilizando esses resultados e a fórmula 2, tem-se que
VX (2) = RX (2, 2) − mX (2)2 = 4(2p 2 − 2p + 1) − 4(2p − 1)2 = 8p(1 − p).

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore


Informações sobre a aula
Tópico 7: função média
Introdução
Tópico 8: função de autocorrelação
Aula 4
Tópico 9: função de autocovariância
Referências

Tópico 9: função de autocovariância

Exemplo 13

Seja {Xn , n = 0, 1, · · · } a cadeia de Ehrenfest, descrita no


exemplo 4 da aula 2. No exemplo 2, viu-se que, se d = 10
e X0 = 4, então mX (1) = 42/10. A partir da função de
probabilidade de ordem 1 no tempo 1, que se encontra no
exemplo 2, obtém-se
RX (1, 1) = E [X12 ] = x12 P[X1 = x1 ] =
P
x1 ∈SX1

= 32 · P[X1 = 1] + 52 · P[X1 = 5]
4 6 186
=9· 10 + 25 · 10 = 10 = 18, 6.
Utilizando esses resultados e a fórmula 2, tem-se que
186 42 2 96
VX (1) = RX (1, 1) − mX (1)2 =

10 − 10 = 100 = 0, 96.

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore


Informações sobre a aula
Tópico 7: função média
Introdução
Tópico 8: função de autocorrelação
Aula 4
Tópico 9: função de autocovariância
Referências

Tópico 9: função de autocovariância

Exemplo 14

Seja {Xn , n = 0, 1, · · · } a cadeia de Ehrenfest, descrita no


exemplo 4 da aula 2. No exemplo 3, viu-se que, se d = 10
e X0 = 4, então mX (2) = 436/100. A partir da função de
probabilidade de ordem 1 no tempo 2, que se encontra no
exemplo 3, obtém-se
RX (2, 2) = E [X22 ] = x22 P[X2 = x2 ] =
P
x2 ∈SX2

= 22 · P[X1 = 2] + 42 · P[X1 = 4] + 62 · P[X2 = 6]


12 58 30 2.056
=4· 100 + 16 · 100 + 36 · 100 = 100 = 20, 56.
Utilizando esses resultados e a fórmula 2, tem-se que
2.056 436 2 15.504
VX (2) = RX (2, 2) − mX (2)2 =

100 − 100 = 10.000 = 1, 5504.

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore


Informações sobre a aula
Tópico 7: função média
Introdução
Tópico 8: função de autocorrelação
Aula 4
Tópico 9: função de autocovariância
Referências

Tópico 9: função de autocovariância

Exemplo 15

Seja {X (t), t ≥ 0} o processo no exemplo 15 da aula 2. No


exemplo 8, viu-se que CX (t1 , t2 ) = t12t2 (e − 1)(3 − e). Utilizando
2
esse resultado e a fórmula 2, tem-se que VX (t) = t2 (e − 1)(3 − e).

Exemplo 16

No exemplo 9, viu-se que a função de autocovariância de um


processo de Bernoulli, com
 probabilidade de sucesso p, é
0 6 k2 ;
se k1 =
CX (k1 , k2 ) =
p(1 − p) se k1 = k2 .
Utilizando esse resultado e a fórmula 2, tem-se que
VX (k) = CX (k, k) = p(1 − p).

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore


Informações sobre a aula
Tópico 7: função média
Introdução
Tópico 8: função de autocorrelação
Aula 4
Tópico 9: função de autocovariância
Referências

Tópico 9: função de autocovariância

Exemplo 17

Seja {Xn , n = 0, 1, 2, · · · } o passeio aleatório, descrito nos


exemplo 1 da aula 2. No exemplo 5, viu-se que Xn pode ser
escrita como
Xn = Y1 + Y2 + · · · + Yn .
onde Y1 , · · · , Yn são variáveis aleatórias independentes tais que

1 − p se y = −1;
P[Yn = y ] =
p se y = 1.
Como Y1 , · · · , Yn são independentes, tem-se que
VX (n) = Var [Xn ] = Var [Y1 + · · · + Yn ] =
= Var [Y1 ] + · · · + Var [Yn ].

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore


Informações sobre a aula
Tópico 7: função média
Introdução
Tópico 8: função de autocorrelação
Aula 4
Tópico 9: função de autocovariância
Referências

Tópico 9: função de autocovariância

Continuação do exemplo 17
Sabe-se que Var [Yn ] = E [Yn2 ] − (E [Yn ])2 . Conforme visto no
exemplo 5, E [Yn ] = 2p − 1. Além disso, como Yn só pode assumir
os valores 1 ou -1, tem-se que P[Yn2 = 1] = 1. Logo, E [Yn2 ] = 1 e
Var [Yn ] = E [Yn2 ] − (E [Yn ])2 = 1 − (2p − 1)2 = 4p(1 − p).
Dessa forma, conclui-se que
VX (n) = Var [Xn ] = Var [Y1 ] + · · · + Var [Yn ] = n4p(1 − p).
Em particular, se n = 2, então
VX (n) = VX (2) = 8p(1 − p),
como no exemplo 12.

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore


Informações sobre a aula
Tópico 7: função média
Introdução
Tópico 8: função de autocorrelação
Aula 4
Tópico 9: função de autocovariância
Referências

Tópico 9: função de autocovariância

Definição 5

O coeficiente de autocorrelação, nos tempos t1 e t2 , de um


processo estocástico {X (t), t ≥ 0} é definido como [1, p. 49]
CX (t1 , t2 ) CX (t1 , t2 )
ρX (t1 , t2 ) = p =p .
VX (t1 )VX (t2 ) CX (t1 , t1 )CX (t2 , t2 )

O coeficiente de autocorrelação, nos tempos t1 e t2 , corresponde


ao coeficiente correlação entre X (t1 ) e X (t2 ).
O coeficiente de autocorrelação mede o grau de associação
linear do processo estocástico, num tempo t1 , com o próprio
processo, num tempo t2 6= t1 .
Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore
Informações sobre a aula
Tópico 7: função média
Introdução
Tópico 8: função de autocorrelação
Aula 4
Tópico 9: função de autocovariância
Referências

Tópico 9: função de autocovariância

Exemplo 18

Seja {Xn , n = 0, 1, · · · } a cadeia de Ehrenfest, no exemplo 4


da aula 1. Nos exemplos 10, 13 e 14, viu-se que
768 86 15.504
CX (1, 2) = , VX (1) = e VX (2) = .
1000 100 10.000
O coeficiente de autocorrelação, nos tempos 1 e 2, é
CX (1, 2) 768/1.000
ρX (1, 2) = p =p =
VX (1)VX (2) 86/100 · 15.504/10.000
768
=√ ≈ 0, 6651.
86 · 15.504

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore


Informações sobre a aula
Tópico 7: função média
Introdução
Tópico 8: função de autocorrelação
Aula 4
Tópico 9: função de autocovariância
Referências

Tópico 9: função de autocovariância

Exemplo 19

Seja {X (t), t ≥ 0} o processo no exemplo 15 da aula 2. Nos


exemplos 11 e 15 , viu-se que
t1 t2 t2
CX (t1 , t2 ) = (e − 1)(3 − e) e VX (t) = (e − 1)(3 − e).
2 2
O coeficiente de autocorrelação, nos tempos t1 e t2 , é
CX (t1 , t2 )
ρX (t1 , t2 ) = p =
VX (t1 )VX (t2 )
t1 t2
2 (e − 1)(3 − e)
=q = 1.
t12 t22
2 (e − 1)(3 − e) · 2 (e − 1)(3 − e)

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore


Informações sobre a aula
Tópico 7: função média
Introdução
Tópico 8: função de autocorrelação
Aula 4
Tópico 9: função de autocovariância
Referências

Tópico 9: função de autocovariância

Exemplo 20

O processo estocástico {Yn , n = 0, 1, 2, · · · } é dito ser um ruı́do


branco se ele satisfaz as seguintes condições:
1 mY (n) = 0;
2 VY (n) = σ 2 , onde σ 2 > 0 é uma constante;
3 Se m 6= n, então Ym e Yn são independentes.
Seja {Yn , n = 0, 1, 2, · · · } um ruı́do branco. O processo
estocástico {Xn , n = 1, 2, · · · } definido como
Xn = µ + αYn−1 + Yn .
é um processo de médias móveis de ordem 1. O arquivo
mediasMoveis.pdf, na pasta da presente aula, contém os
cálculos de mX (n), RX (m, n), CX (m, n) e ρX (m, n).

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore


Informações sobre a aula
Introdução
Aula 4
Referências

Referências I

[1] M. Lefebvre, Applied stochastic processes, Springer, New York,


NY, EUA, 2007.

Processos estocásticos Funções média, de autocorrelação e de autocovariância Luiz Henrique Dore

Você também pode gostar