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4° CRÉDITO
ILHÉUS – BAHIA
2021
O corpo ℂ (Aula 01_17/08)
(7) Todo z = (x,y) tem um simétrico aditivo, o númeo -z = (-x, -y), ou seja, (x,y) + (-x,-y) =
(0,0).
𝑥 −𝑦
(8) Todo z = (x,y) ≠ (0,0) tem um inverso multiplicativo, o número ( 2 2 , 2 2 ), ou seja,
𝑥 +𝑦 𝑥 +𝑦
𝑥 −𝑦
(x,y) ( 2 2 , 2 2 ) = (1,0).
𝑥 +𝑦 𝑥 +𝑦
Todas essas propriedades decorrem de (1), (2) e do fato de que elas são válidas para a
soma e o produto de números reais. Um conjunto munido de uma soma e de um produto
para os quais valem (3) a (9) é chamado corpo. Concluímos que os números complexos
formam um corpo, que é representado pelo símbolo ℂ.
O número complexo (x,0) é identificado com o número real x (observe que, como (x1,
0) + (x2, 0) = (x1 + x2, 0) e (x1, 0)(x2, 0) = (x1x2, 0), essa identificação é perfeitamente
lícita). Dessa maneira o corpo ℝ dos números reais é visto como um subconjunto ℂ.
Convém notar que as definições dadas no parágrafo anterior para a soma e o produto de
números complexos são formais, isto é, independem do sentido matemático que
possamos atribuir ao número.
x = Re(z) , y = Im(z).
Re(z) e Im(z) são as coordenadas do ponto z no plano R2, ao qual chamaremos de plano
complexo ℂ sempre que considerarmos seus pontos como números complexos.
Definição. Dado um número complexo z = x + iy, definimos o conjugado de z por
𝑧 = x – iy
2 2
|z| : = 𝑥 +𝑦
z = r cos θ + ir sen θ
2 2
Onde r = 𝑥 +𝑦 .
𝑛 𝑛 𝑛 𝑛
𝑧 = 𝑟 [cos 𝑐𝑜𝑠 (𝑛θ) + 𝑖𝑠𝑒𝑛(𝑛θ)] = 𝑟 (𝑐𝑜𝑠θ + 𝑖𝑠𝑒𝑛θ) , n ∈𝑁
π π
1 + 𝑖 = 2(𝑐𝑜𝑠 4
+ 𝑖 𝑠𝑒𝑛 4
).
| 𝑛 | 𝑛
| ∑ 𝑧|≤ ∑ 𝑧 ,
| |
|𝑗 =1 𝑗| 𝑗=1 𝑗
| | ∀𝑧1…, 𝑧𝑛∈ 𝐶
Desigualdade de Cauchy-Schwarz:
|𝑛 | 𝑛
2
𝑛
2
|∑ 𝑧𝑤|≤
| |
|𝑗=1 𝑗 𝑗|
∑ 𝑧𝑗
𝑗=1
| | 𝑗=1
|
∑ 𝑤𝑗 ,| ∀𝑧1, …, 𝑧𝑛, 𝑤1, …𝑤𝑛∈ 𝐶
𝑤 + 𝑧 = 4 + 𝑖 ⇒ |𝑤 + 𝑧| = 1 + 16 = 17.
Por outro lado,
( ) |
𝐷𝑟 𝑧0 = { 𝑧 ∈𝐶 ; 𝑧 − 𝑧𝑜 < 𝑟 } |
( ) |
𝐷𝑟 𝑧0 = { 𝑧 ∈𝐶 ; 𝑧 − 𝑧𝑜 < 𝑟 } |
Fonte: Próprio autor com auxílio do Geogebra.
( ) |
𝐶𝑟 𝑧0 = { 𝑧 ∈𝐶 ; 𝑧 − 𝑧𝑜 < 𝑟 } |
{ ( ) }
int(A) = 𝑧∈𝐶: ∃ 𝑟 > 0 / 𝐷𝑟 𝑧0 ⊂ 𝐴
Demonstração. Suponha por absurdo que existe w ∈ int(Cr(z0)). Assim, deve existir r >
0 tal que Dr(z0) ⊂ Cr(z0). (Contradição!!!). Porque o disco contém todos os pontos que
distam z0 a uma distância menor do que r e o círculo não contém, logo o disco não está
contido no círculo. E portanto int(Cr(z0)) = ∅.
Definição. Seja z0 ∈𝑈'. Dizemos que o w0 ∈ 𝐶 é o limite de f quando f tende a z0 se, para ε
> 0, existir δ> 0 tq.
Notação: 𝑓(𝑧) = 𝑤0
𝑓(𝑧) = 𝑓(𝑧0)
1 *
Exemplo 7. A função 𝑓(𝑧) = 𝑧
é contínua em 𝐶
𝑓(𝑥)−𝑓(𝑥0)
𝑓'(𝑥0) 𝑥−𝑥0
𝑓(𝑧)−𝑓(𝑧0)
𝑧−𝑧0
Neste caso, escrevemos f’(z0) para expressar tal limite e o chamamos de derivada de f
no ponto z0.
OBS. Note que a recíproca da proposição anterior não é verdadeira (em geral). De fato,
as funções f(z) = 𝑧 e g(z) = |z| são contínuas, mas não são deriváveis.
Exemplo 8. A função g: 𝐶 → 𝐶 dada por g(z) = 𝑧 não tem derivada em ponto algum de
𝐶.
∂𝑢
(
{ ∂𝑥 𝑥0, 𝑦0 = ) ∂𝑣
∂𝑦 (𝑥0, 𝑦0) ∂𝑣
∂𝑥 (𝑥0, 𝑦0) = −
∂𝑢
∂𝑦 (𝑥0, 𝑦0)
Exemplo 10. A função ℎ(𝑧) = 𝑧 não possui pontos singulares, pois ela não é derivável
em ponto algum.
∞
Notação. (𝑥𝑛) , (𝑥𝑛) ou (𝑥1, 𝑥2, 𝑥3, … , 𝑥𝑛, …)
𝑛 ∈𝑁 𝑛=1
𝑛
Exemplo 12. 𝑎𝑛 = (− 1) , 𝑛∈𝑁, é divergente, pois conseguimos extrair subsequências
∞ ∞
Definição. A série ∑ 𝑧𝑛 é chamada de absolutamente convergente quando ∑ |𝑧𝑛| é
𝑛=0 𝑛=0
∞
𝑛
Proposição 6. Dada uma série ∑ 𝑎𝑛𝑧 , Existe um disco fechado de centro 0 tq. esta
𝑛=0
∞ 𝑛
𝑧
𝑓(𝑧) = ∑ 𝑛!
;𝑅 = ∞
𝑛=0
Por uma proposição anterior, já sabemos que f é uma função holomorfa (derivável) pois
é definida por uma série de potências.
Note que:
2 3 𝑛
𝑧 𝑧 𝑧
𝑓(𝑧) = 1 + 𝑧 + 2!
+ 3!
+ …+ 𝑛!
+…
Portanto:
2 𝑛−1
' 2𝑧 3𝑧 𝑛𝑧
𝑓 (𝑧) = 1 + 2!
+ 3!
+…+ 𝑛!
+…
∞ 𝑛−1
𝑛𝑧
∑ 𝑛!
𝑛=1
OBS. A proposição 2.9 nos diz que toda função analítica é holomorfa!(Aula 15_26/10)
1
Exemplo 14. A função 𝑓: 𝐷1(0) → 𝐶 dada por 𝑓(𝑧) = 1−𝑧
é analítica.
∞
𝑛
𝑓(𝑧) = ∑ 𝑧
𝑛=0
∞
𝑧 1 𝑛 1 2 1 3
𝑒 = exp 𝑒𝑥𝑝 (𝑧) = ∑ 𝑛!
𝑧 = 1 + 𝑧 + 2𝑧 + 6
𝑧 +…
𝑛=0
Utilizando-se o critério da razão vê-se que o raio de convergência da série acima é ∞,
logo exp: ℂ → ℂ uma função holomorfa em ℂ. Além disto, a sua derivada pode ser
calculada derivando-se a série termo a termo, e temos
∞ ∞
𝑑 𝑛 𝑛−1 1 𝑛
𝑑𝑧
exp 𝑒𝑥𝑝 (𝑧) = ∑ 𝑛!
𝑧 = ∑ 𝑛!
𝑧 = 𝑒𝑥𝑝(𝑧)
𝑛=1 𝑛=0
∞
𝑛
Por outro lado, se S = ∑ 𝑎𝑛𝑧 é uma série de potências tal que S' = S e 𝑎0 = 1, então S
𝑛=0
= exp. Com efeito, a relação S' = S implica que 𝑛𝑎𝑛 = 𝑎𝑛−1, para todo n ≥ 1 logo
1 1 1 1 1
𝑎𝑛 = 𝑛
𝑎𝑛−1 = 𝑛
. 𝑛−1
𝑎𝑛−2 = … 𝑛!
𝑎0 = 𝑛!
.
𝑖𝑡
𝑒 = cos 𝑐𝑜𝑠 𝑡 + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 𝑡, 𝑡∈𝑅
𝑖 0+1.𝑖 0
Exemplo 15. 𝑒 = 𝑒 = 𝑒 (cos 𝑐𝑜𝑠 1 + 𝑖 𝑠𝑒𝑛 1)
π
−1+𝑖 2 −1 π π 𝑖
Exemplo 16. 𝑒 = 𝑒 (cos 𝑐𝑜𝑠 2
+ 𝑖 𝑠𝑒𝑛 2
) = 𝑒
𝑧 = 𝑒𝑥𝑝(𝑤)
Ora, já vimos que
Definição. Seja 𝑧∈𝐶, 𝑧≠0. O logaritmo complexo de z é denotado por log(z) e definido
por
Exemplo 17.
π
𝑃𝑎𝑟𝑎 𝑧 = 1, 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠 𝑞𝑢𝑒 |𝑧| = 1 𝑒 𝐴𝑟𝑔(𝑖) = 2
. 𝐶𝑜𝑚𝑜 𝑙𝑛|𝑖| = ln 𝑙𝑛 1 = 0, 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑒 𝑞𝑢𝑒
π π
𝐿𝑜𝑔 𝑖 = ln 𝑙𝑛 |𝑖| + 𝐴𝑟𝑔(𝑖) = 0 + 𝑖 2
= 2
𝑖
Referências
LINS NETO, A., Funções de uma Variável Complexa. 2.ed. Rio de Janeiro: IMPA,
2008. (Projeto Euclides).
SOARES, M. G. Cálculo em uma variável complexa. 5.ed. Rio de Janeiro: IMPA, 2014.
(Coleção Matemática Universitária)