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CAMPINAS
2016
i
ii
Sumário
1 Limite direto 3
1.1 Definições preliminares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2 Limite direto de módulos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.2.1 Caracterização dos elementos de 𝑀 “exercício 15” . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.2.2 Caracterização de 𝑀 “exercício 16” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
1.2.3 Caracterização de 𝐴-módulo “exercício 17” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.3 Homomorfismo entre limites diretos “exercício 18” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
1.3.1 Sequências exatas em limites diretos “exercício 19” . . . . . . . . . . . . . . 10
2 13
2.1 Exemplos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.2 Exemplos de limites diretos de módulos em outras áreas da matemática . . . . . . . 14
Referências 14
iii
iv
RESUMO
Este trabalho está baseado principalmente nos exercícios 14-19 de [1] Cap. 2. Apresentamos a
definição de limite direto de módulos e algumas de suas propriedades. Apresentamos no Capítulo
2 alguns exemplos que aparecem em diferentes áreas da matemática.
2
Capítulo 1
Limite direto
1. Se 𝑎 ≺ 𝑏 e 𝑏 ≺ 𝑎, então 𝑎 = 𝑏 (Antissimetria)
2. 𝑎 ≺ 𝑎 (Reflexividade)
3. Se 𝑎 ≺ 𝑏 e 𝑏 ≺ 𝑐, então 𝑎 ≺ 𝑐 (Transitividade).
Esta relação formaliza o conceito intuitivo de ordem, sequência, ou arrumação dos elementos
do conjunto. Tal ordem não precisa necessariamente ser total, ou seja, não é necessário que todos
os elementos do conjunto possam ser comparados uns com os outros, a figura 1.1 ilustra isto.
3
Exemplos 1.1.2.
1. O conjunto dos números naturais N com a ordem “menor ou igual” ≤, usual é o exemplo
mais familiar.
Anotação 1.1.3. Em geral se usa a notação ≺ ou ⪯ para denotar ordenes parciais em conjuntos,
daqui em diante denotaremos, com abuso da notação, uma ordem parcial qualquer com a notação
usada em 1.1.2 item 1.
Anotação 1.1.5. Falaremos sempre de 𝐴-módulos sobre um anel 𝐴, o qual suporemos sempre
fixado, portanto quando dizemos simplesmente módulo sera entendido que é módulo sobre um anel
𝐴 subentendido.
Seja 𝐴 um anel e 𝐼 um conjunto dirigido, suponhamos que temos uma família de módulos
(𝑀𝑖 )𝑖∈𝐼 indexada pelo conjunto dirigido 𝐼. Suponha ademais que para cada 𝑖, 𝑗 ∈ 𝐼 tal que 𝑖 ≤ 𝑗
temos um homomorfismo de módulos 𝜇𝑖𝑗 : 𝑀𝑖 → 𝑀𝑗 que satisfazem os seguintes axiomas
𝜇𝑖𝑖 =1
𝑀𝑖 - 𝑀𝑖
@ 𝜇𝑖𝑘
𝜇𝑖𝑗 @
@
? R
@
𝑀𝑗 𝜇𝑗𝑘
- 𝑀𝑘
Definição 1.1.6. A família (𝑀𝑖 )𝑖∈𝐼 junto com os homomorfismos 𝜇𝑖𝑗 é chamada sistema dirigido
pelo conjunto dirigido 𝐼.
Anotação 1.1.7. Daqui em diante, dado um sistema dirigido (𝑀𝑖 )𝑖∈𝐼 , denotaremos o módulo
soma direta 𝑖∈𝐼 𝑀𝑖 simplesmente por 𝐶 e lembramos que 𝐶 é o módulo de uplas (𝑥𝑖 )𝑖∈𝐼 onde
⨁︀
4
1.2 Limite direto de módulos
O que queremos agora é definir um módulo 𝑀 , através de um sistema dirigido (𝑀𝑖 )𝑖∈𝐼 , podemos,
para cada 𝑖0 ∈ 𝐼 identificar 𝑀𝑖0 dentro de 𝐶, simplesmente por declarar que 𝑥𝑖0 = (𝑥𝑖 )𝑖∈𝐼 onde
𝑥𝑖 = 𝑥𝑖0 se 𝑖 = 𝑖0 e 𝑥𝑖 = 0 em outro caso. Com isto podemos identificar um elemento 𝑥 ∈ 𝐶 como
sendo (𝑥𝑖 )𝑖∈𝐼 ..= 𝑥 = 𝑖∈𝑆 𝑥𝑖 , onde 𝑆 ⊂ 𝐼 é o subconjunto finito onde 𝑥𝑖 ̸= 0.
∑︀
Definição 1.2.1. Definimos 𝐷 como sendo o submódulo de 𝐶, dado pelo gerado linear de elementos
da forma 𝑥𝑖 − 𝜇𝑖𝑗 (𝑥𝑖 ) tal que 𝑗 ≥ 𝑖 e 𝑥𝑖 ∈ 𝑀𝑖 .
Olhemos um pouco como são os elementos do submódulo 𝐷 definido acima, um elemento
de 𝐷 é uma combinação linear finita de elementos típicos 𝑥𝑖 − 𝜇𝑖𝑗 (𝑥𝑖 ), i.e., elementos da forma
(𝑖,𝑘) 𝑎𝑘 (𝑥𝑖 − 𝜇𝑖𝑘 (𝑥𝑖 )) onde (𝑖, 𝑘) percorre em um conjunto finito, 𝑖 ≤ 𝑘 e 𝑎𝑘 ∈ 𝐴, ∀𝑘.
∑︀
Observação 1.2.2. Observe que pelas propriedades de 𝐴-homomorfismo de 𝜇𝑖𝑗 temos que
(𝑖,𝑘) (𝑖,𝑘)
logo, renomeando 𝑎𝑘 𝑥𝑖 ∈ 𝑀𝑖 por 𝑥̃︀𝑖 podemos, sem perder generalidade, supor que 𝑎𝑘 = 1 ∈ 𝐴.
Definição 1.2.3. Definimos o módulo quociente 𝑀 ..= 𝐶/𝐷 e 𝜇 : 𝐶 → 𝑀 a projeção natural,
denotaremos a restrição 𝜇|𝑀𝑖 de 𝜇 a 𝑀𝑖 simplesmente por 𝜇𝑖 . O módulo 𝑀 juntamente com a
família de homomorfismos 𝜇𝑖 : 𝑀𝑖 → 𝑀 é chamado limite direto do sistema dirigido (𝑀𝑖 )𝑖∈𝐼 e é
usualmente denotado por lim
−→
𝑀𝑖 .
Observação 1.2.4. Observe que para cada 𝑥𝑖 ∈ 𝑀𝑖 e para cada 𝑗 ≥ 𝑖 temos que 𝑥𝑖 − 𝜇𝑖𝑗 (𝑥𝑖 ) ∈ 𝐷
e portanto
𝜇𝑖
𝜇𝑗
?
𝑀
5
Demonstração. Para a primeira afirmação lembremos que 𝑀 ∋ 𝑥¯ = 𝜇((𝑥𝑖 )𝑖∈𝐼 ) onde 𝑥 = 𝑖∈𝑆 𝑥𝑖
∑︀
para um conjunto finito 𝑆 tal que 𝑥𝑖 ̸= 0 se, e somente se, 𝑖 ∈ 𝑆. Dados 𝑖, 𝑗 ∈ 𝑆 existe 𝑘1 ∈ 𝐼 tal
que 𝑖 ≤ 𝑘1 e 𝑗 ≤ 𝑘1 , então como 𝑆 é finito podemos continuar com o processo e achar um 𝑘 ∈ 𝐼
tal que ∀ 𝑖 ∈ 𝑆 tem-se que 𝑖 ≤ 𝑘. Observado isto e de acordo com 1.2.4 temos que
(︃ )︃
𝑥¯ = 𝜇 𝑥𝑖 = 𝜇(𝑥𝑖 ) ..= 𝜇𝑖 (𝑥𝑖 )
∑︁ ∑︁ ∑︁
𝑖∈𝑆
(︃ )︃
= 𝜇𝑗 𝜇𝑖𝑗 (𝑥𝑖 ) ,
∑︁
𝑖∈𝑆
Para a outra parte, observemos primeiramente que se 𝐶 ∋ 𝑥 = (𝑥𝑖 )𝑖∈𝐼 e tomamos 𝑗 ∈ 𝐼 tal que
𝑗 ≥ 𝑖 ∀𝑖 ∈ 𝑆, então 𝜇𝑖𝑗 (𝑥𝑖 ) ∈ 𝑀𝑗 ∀𝑖 ∈ 𝑆, segue daí que 𝑦 = ∈𝑆 𝑥𝑖 e 𝑥𝑗 = 𝑖∈𝑆 𝜇𝑖𝑗 (𝑥𝑖 ) pertencem
∑︀ ∑︀
Observe também que os elementos de 𝐷 podem ser considerados como na observação 1.2.2. Dito
isto suponha que 𝜇𝑖 (𝑥𝑖 ) = 0, então, 𝑥𝑖 ∈ 𝐷, logo, 𝑥𝑖 ∈ 𝑀𝑖 ∩ 𝐷 e assim ele pode ser escrito como
(𝑖,𝑗)∈𝑇
𝑗∈𝑆
𝑗∈𝑆
(𝑗,𝑘)∈𝑇
(𝑗,𝑘)∈𝑇
6
Proposição 1.2.6. O limite direto é caraterizado a menos de isomorfismo, pela seguinte propri-
edade que chamaremos propriedade universal. Para fixar notação: Seja 𝑁 um módulo e para
cada 𝑖 ∈ 𝐼 seja, 𝛼𝑖 : 𝑀𝑖 → 𝑁 um homomorfismo de módulos tal que 𝛼𝑖 = 𝛼𝑗 ∘ 𝜇𝑖𝑗 sempre que 𝑖 ≤ 𝑗.
Então existe um único homomorfismo 𝛼 : 𝑀 → 𝑁 tal que, 𝛼𝑖 = 𝛼 ∘ 𝜇𝑖 para todo 𝑖 ∈ 𝐼.
Demonstração. Primeiramente vejamos que lim 𝑀𝑖 definido em 1.2.3 satisfaz a propriedade da
−→
proposição 1.2.6. De fato, suponha dadas 𝛼𝑖 : 𝑀𝑖 → 𝑁 tais que 𝛼𝑖 = 𝛼𝑗 ∘ 𝜇𝑖𝑗 , queremos definir
𝛼 : 𝑀 → 𝑁 tal que o seguinte diagrama seja comutativo
𝛼𝑖
𝑀𝑖 - 𝑁
𝜇𝑖
𝛼
?
𝑀
Para 𝜇(𝑥) ∈ 𝑀 temos que 𝑥 = 𝑥𝑖 , logo definimos 𝛼(𝜇(𝑥)) ..= 𝛼𝑖 (𝑥𝑖 ), i.e., definimos
∑︁ ∑︁
𝑖∈𝑆 𝑖∈𝐼
𝛼(𝜇𝑖 (𝑥𝑖 )) = 𝛼𝑖 (𝑥𝑖 ) e estendemos por linearidade. Vejamos que 𝛼 está bem definida, i.e., que
não depende da classe de equivalência, de fato, suponhamos que 𝜇(𝑥) = 𝜇(𝑦), logo 𝑥 − 𝑦 ∈ 𝐷,
suponhamos que 𝑥 − 𝑦 = 𝑥𝑖 − 𝜇𝑖𝑗 (𝑥𝑖 ) um elemento genérico de 𝐷, então
𝛼(𝜇(𝑥) − 𝜇(𝑦)) = 𝛼(𝑥𝑖 − 𝜇𝑖𝑗 (𝑥𝑖 ))
..= 𝛼 (𝑥 ) − 𝛼 (𝜇 (𝑥 ))
𝑖 𝑖 𝑗 𝑖𝑗 𝑖
= 𝛼𝑖 (𝑥𝑖 ) − 𝛼𝑖 (𝑥𝑖 ) = 0
logo, 𝛼 não depende da escolha do representante quando este difere por um elemento gerador em
𝐷. Por linearidade, 𝛼 está bem definida em todo 𝑀 , i.e., 𝑀 satisfaz a propriedade universal.
Suponha que 𝑀 ′ é um outro módulo que satisfaz a propriedade universal, então para 𝑁 = 𝑀
e 𝛼𝑖 = 𝜇𝑖 : 𝑀𝑖 → 𝑁 = 𝑀 temos, como visto na observação 1.2.4, que 𝛼𝑖 = 𝛼𝑗 ∘ 𝜇𝑖𝑗 , logo pela
propriedade universal temos que existe uma única 𝛼′ : 𝑀 ′ → 𝑀 tal que o seguinte diagrama é
comutativo
𝛼𝑖
𝑀𝑖 - 𝑀
𝜇′𝑖
𝛼′
?
𝑀′
i.e.,
𝛼′ ∘ 𝜇′𝑖 = 𝜇𝑖 . (1.2.3)
Agora, como 𝑀 também satisfaz a propriedade universal, podemos tomar 𝑁 = 𝑀 ′ e 𝛼𝑖 = 𝜇′𝑖 : 𝑀𝑖 →
𝑀 = 𝑁 , então existe um único 𝛼 : 𝑀 → 𝑀 ′ tal que o seguinte diagrama é comutativo
𝛼𝑖
𝑀𝑖 - 𝑀′
𝜇𝑖
𝛼
?
𝑀
7
i.e.,
𝛼 ∘ 𝜇𝑖 = 𝜇′𝑖 . (1.2.4)
Vejamos que 𝛼 é a inversa de 𝛼′ , de fato, se 𝑋 ∈ 𝑀 temos como visto antes que existe 𝑖 ∈ 𝐼, tal
que 𝜇𝑖 (𝑥𝑖 ) = 𝑋 logo, usando a equação (1.2.4)
Proposição 1.2.7. Seja (𝑀𝑖 )𝑖∈𝐼 uma família de submódulos de um 𝐴-módulo, tal que para cada
par de índices 𝑖, 𝑗 ∈ 𝐼 existe 𝑘 ∈ 𝐼 tal que 𝑀𝑖 +𝑀𝑗 = 𝑀𝑘 . Defina 𝑖 ≤ 𝑗 se 𝑀𝑖 ⊂ 𝑀𝑗 e 𝜇𝑖𝑗 : 𝑀𝑖 → 𝑀𝑗
o mergulho de 𝑀𝑖 em 𝑀𝑗 , então
lim 𝑀𝑖 = 𝑀𝑖 =
∑︁ ⋃︁
−→
𝑀𝑖 .
logo 𝑀𝑖 ⊂ 𝑀𝑖 .
⋃︀
.
Para ver a continência inversa observe primeiro que a hipótese que dados 𝑖, 𝑗 ∈ 𝐼 então existe
𝑘 ∈ 𝐼 tal que 𝑀𝑖 + 𝑀𝑗 ⊂ 𝑀𝑘 , estende-se indutivamente para um número finito de elementos de
𝐼, i.e., se {𝑖1 , · · · 𝑖𝑛 } ⊂ 𝐼 então existe 𝑘 ∈ 𝐼 tal que 𝑛𝑘=1 𝑀𝑖𝑘 . De fato, para 2 elementos é a
∑︀
hipótese, suponha que isto é válido para 𝑛 elementos e mostremos que vale para 𝑛 + 1. Sejam
{𝑖1 , · · · 𝑖𝑛 , 𝑖𝑛+1 } ⊂ 𝐼, pela
∑︁ hipótese de indução temos que existe um 𝑟1 ∈ 𝐼 tal que 𝑟1 ≥ 𝑖𝑘 para
𝑘 ∈ {𝑖1 , · · · 𝑖𝑛 } = 𝑆 e 𝑀𝑖 ⊂ 𝑀𝑟1 , como a propriedade vale para 2 elementos então para 𝑟1 , 𝑖𝑛+1
𝑖∈𝑆
existe um 𝑟2 ∈ 𝐼 tal que 𝑟2 ≥ 𝑟1 e 𝑟2 ≥ 𝑟1 ≥ 𝑖𝑘 ∀𝑘 ∈ 𝑆. Além disso 𝑀𝑖 + 𝑀𝑖𝑛+1 ⊂ 𝑀𝑟2 , como
∑︁
𝑖∈𝑆
queríamos demonstrar.
.
Observado isto, seja∑︁𝑦 ∈ 𝑀𝑖 , então = 𝑖∈𝑆 𝑥𝑖 , onde 𝑆 ⊂∑︀𝐼 é finito. Seja 𝑗 ∈ 𝐼, tal que
∑︀ ∑︀
𝑦
𝑗 ≥ 𝑖 ∀𝑖 ∈ 𝑆, então 𝑀𝑖 , mostrando assim que 𝑀𝑖 = 𝑀𝑖 .
⋃︁
𝑀𝑖 ⊂ 𝑀𝑗 ⊂
⋃︀
. 𝑖∈𝑆 𝑖∈𝐼
Vejamos agora que lim 𝑖 = 𝑀𝑖 . De fato, neste caso mostramos que 𝐷 = {0}. Para 𝑖 ≤ 𝑗,
⋃︁
−→
𝑀
𝜇𝑖𝑗 : 𝑀𝑖 → 𝑀𝑗 é a inclusão ou o mergulho com as operações do módulo que contém todos os
submódulos 𝑀𝑖 . Então para cada 𝑖 ∈ 𝐼 temos que os geradores 𝑥𝑖 − 𝜇𝑖𝑗 (𝑥𝑖 ) = 𝑥𝑖 − 𝑥𝑖 = 0, logo 𝐷
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é gerado por zero. Daí 𝐷 é o módulo trivial, logo lim
−→
𝑀𝑖 ..= 𝐶/{0} ≃ 𝐶. Assim para a segunda
parte vamos mostrar que 𝑀𝑖 = 𝑀𝑖 .
⨁︁ ⋃︁
𝑖∈𝐼 𝑖∈𝐼
Seja 𝑥 = ∈ 𝐶 e seja 𝑗 ∈ 𝐼 tal que 𝑀𝑖 , portanto 𝐶 ⊂ 𝑀𝑖 .
⋃︁
𝑀𝑖 ⊂ 𝑀𝑖 ⊂ 𝑀𝑗 ⊂
∑︀ ∑︀ ⋃︀
𝑖∈𝑆 𝑖∈𝑆 𝑖∈𝐼
𝑖∈𝐼
Vejamos a continência inversa.
.
Seja 𝑥 ∈ 𝑖∈𝐼 𝑀𝑖 , logo 𝑥 ∈ 𝑀𝑗 para algum 𝑗 ∈ 𝐼, mas podemos identificar 𝑀𝑗 ˓→ 𝐶, portanto
⋃︀
É possível mostrar diretamente que neste caso 𝑀𝑖 é um módulo, pois não é verdade em geral
⋃︁
𝑖∈𝐼
que união de módulos é um módulo.
.
Para concluir defina
ℱ ..= {𝑀𝑖 ⊂ 𝑀 | 𝑀𝑖 é finitamente gerado}.
′ ′
Suponha que 𝑀𝑖 , 𝑀𝑗 ∈ ℱ, então 𝑀𝑖 = (𝑚𝑖 , · · · , 𝑚𝑛 ) e 𝑀𝑗 = (𝑚1 , · · · , 𝑚𝑗 ). Considere 𝑀𝑘 =
′ ′
(𝑚1 , · · · , 𝑚𝑛 , 𝑚1 , · · · , 𝑚𝑗 ), então 𝑀𝑘 ∈ ℱ e 𝑀𝑖 + 𝑀𝑗 ⊂ 𝑀𝑘 , pela proposição acima temos que
lim 𝑀𝑖 =
⋃︁
𝑀𝑖 .
−→
𝑖∈𝐼
Por outro lado, dado 𝑥 ∈ 𝑀 , temos que (𝑥) ∈ ℱ e 𝑀 ⊂ 𝑥∈𝑀 (𝑥) ⊂ 𝑀𝑖 , consequentemente
⋃︀ ⋃︀
𝑖∈𝐼
𝑀 = lim 𝑀𝑖 , como queríamos mostrar.
−→
𝜇𝑖 𝜈𝑖
? ?
𝑁𝑖 𝜈𝑖𝑗
- 𝑁𝑗
9
Proposição 1.3.2. Com as notações acima, mostre que 𝜑 define um único homomorfismo 𝜑 =
lim 𝜑𝑖 : 𝑀 → 𝑁 tal que 𝜑 ∘ 𝜇𝑖 = 𝜈𝑖 ∘ 𝜑𝑖 para todo 𝑖 ∈ 𝐼, i.e., o seguinte diagrama é comutativo
−→
𝜑𝑖
𝑀𝑖 - 𝑁𝑖
𝜇𝑖 𝜈𝑖
? ?
𝑀 ∃! 𝜑
- 𝑁
Demonstração. Sabemos que dado 𝑥 ∈ 𝑀 , então 𝑥 = 𝜇𝑖 (𝑥𝑖 ) para algum 𝑥𝑖 ∈ 𝑀𝑖 , (ver 1.2.5),
definamos então
𝜑(𝑥) ..= 𝜑(𝜇𝑖 (𝑥𝑖 )) = 𝜈𝑖 (𝜑𝑖 (𝑥𝑖 )).
Observe que 𝜑 está definida por avaliar o representante na composição dos homomorfismos 𝜑𝑖 e 𝜈𝑖 ,
logo é 𝐴-linear, o que resta mostrar é que não depende da escolha de um representante. Para isto,
suponha que 𝜇(𝑥) = 𝜇(𝑦) em 𝑀 , isto é, que 𝑥 − 𝑦 ∈ 𝐷. Suponhamos que 𝑥 − 𝑦 = 𝑥𝑖 − 𝜇𝑖𝑗 (𝑥𝑖 ) um
elemento genérico de 𝐷. Então
𝜑(𝜇(𝑥 − 𝑦)) = 𝜑(𝜇(𝑥𝑖 − 𝜇𝑖𝑗 (𝑥𝑖 ))) = 𝜑(𝜇𝑖 (𝑥𝑖 )) − 𝜑(𝜇𝑗 (𝜇𝑖𝑗 (𝑥𝑖 )))
= 𝜑(𝜇𝑖 (𝑥𝑖 )) − 𝜑(𝜇𝑖 (𝑥𝑖 )) = 0.
Logo, 𝜑 não depende da escolha de representantes nos geradores de 𝐷, por linearidade ela está bem
definida em qualquer elemento de 𝑀 . Por fim, resta mostrar que 𝜑 é única com estas propriedades,
de fato, se 𝜓 é um outro homomorfismo satisfazendo 𝜓 ∘ 𝜇𝑖 = 𝜈𝑖 ∘ 𝜑𝑖 , temos que
Logo, 𝜑 é única.
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Demonstração. Denotaremos por 𝑀 = (𝑀𝑖 , 𝜇𝑖𝑗 ), 𝑁 = (𝑁𝑖 , 𝜈𝑖𝑗 ) e 𝑃 = (𝑃𝑖 , 𝜆𝑖𝑗 ), os respectivos
sistemas diretos. Como 𝜑 : 𝑀 → 𝑁 é homomorfismo, temos que 𝜑𝑖 : 𝑀𝑖 → 𝑁𝑖 satisfaz
𝜑𝑖 𝜓𝑖
𝑀𝑖 - 𝑁𝑖 - 𝑃𝑖
𝜇𝑖 𝜈𝑖 𝜆𝑖
? ? ?
𝑀 𝜑
- 𝑁 𝜓
- 𝑃
• Seja 𝑦 ∈ Im 𝜑, então existe 𝑥 ∈ 𝑀 tal que 𝜑(𝑥) = 𝑦, mas então 𝑥 = 𝜇𝑖 (𝑥𝑖 ), logo 𝑦 =
𝜑 ∘ 𝜇𝑖 (𝑥𝑖 ) = 𝜈𝑖 ∘ 𝜑𝑖 (𝑥𝑖 ), assim
𝜑(𝑥) = 𝜑(𝜇𝑗 (𝑥𝑗 ))𝜈𝑗 (𝜑𝑗 (𝑥𝑗 ))𝜈𝑗 (𝜈𝑖𝑗 (𝑦𝑗 )) = 𝜈𝑖 (𝑦𝑖 ) = 𝑦,
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Capítulo 2
2.1 Exemplos
Neste capítulo apresentamos alguns exemplos.
Exemplo 2.1.1. 1. Tome 𝐼 = N como conjunto dirigido, com ordem parcial definida por
3. Definamos o Z-módulo 𝑀𝑛 = Z/𝑛Z, a família (𝑀𝑛 )𝑛∈N é um sistema dirigido. De fato, para
𝑛 ≤ 𝑚 definimos 𝜇𝑛𝑚 : 𝑀𝑛 → 𝑀𝑚 por
⎧
⎨0 𝑛 ̸= 𝑚
𝜑𝑛𝑚 (𝑎 + 𝑛Z) = ⎩
𝑎 + 𝑛Z 𝑚 = 𝑛
Exemplo 2.1.2. Novamente, tome o conjunto dirigido 𝐼 = N com ordem parcial definida por
𝑚 ≤ 𝑛 se, e somente se, 𝑚 | 𝑛. Defina 𝑀𝑛 = Z/𝑛Z ∀𝑛 ∈ N, definimos
𝜇𝑛𝑚 : 𝑎 + 𝑛Z ∈ 𝑀𝑛 → 𝑎 + 𝑚Z ∈ 𝑀𝑚 ∀ 𝑛 ≤ 𝑚.
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No caso 𝑚 = 𝑛 definimos 𝜇𝑛𝑛 como sendo a identidade.
Para ver a condição 𝜇𝑗𝑘 ∘ 𝜇𝑖𝑗 = 𝜇𝑗𝑘 , seja 𝑎 + 𝑖Z ∈ 𝑀𝑖 , então
𝜇𝑗𝑘 ∘ 𝜇𝑖𝑗 (𝑎 + 𝑖Z) = 𝜇𝑗𝑘 (𝑎 + 𝑗Z) = 𝑎 + 𝑘Z
= 𝜇𝑖𝑘 (𝑎 + 𝑖Z),
para cada 𝑎 + 𝑖Z ∈ 𝑀𝑖 , logo (𝑀𝑛 , 𝜇𝑛 )𝑛∈N .
14
Referências
[1] Michael Francis Atiyah e Ian Grant Macdonald. Introduction to commutative algebra. Vol. 2.
Addison-Wesley Reading, 1969.
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