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P3, ÁLGEBRA COMUTATIVA, MM 427A (15/07/2016):

SUGESTÃO DE SOLUÇÃO

1. Seja A o anel de polinômios em n indeterminadas com coefficientes em um corpo


algebraicamente fechado k. Provar que existe uma bijeção emtre a coleção de ideias
maximais de A e o produto cartesiano k n .

Sugestão de solução . Seja A = k[X1 , . . . , Xn ] e M a coleção de ideais maximais de


A. Para P = (a1 , . . . , an ) ∈ k n , seja ϕ(P ) o ideal de A gerado por Xi − ai , i = 1, . . . , n.
Temos que A/ϕ(P ) é isomorfo a k e logo ϕ(P ) ∈ M. Vejamos que ϕ : k n → M é uma
bijeção .

Sobrejetividade. Seja m ∈ M. Logo Z(m) 6= ∅ pelo teorema dos zeros de Hilbert.


Seja P = (a1 , . . . , an ) ∈ Z(m). Logo m ⊆ I(P ) = (X1 − a1 , . . . , Xn − an ) ( A e pela
maximalidade de m, ϕ(P ) = m.

Injetividade. Seja ϕ(P ) = ϕ(Q), então {P } = Z(ϕ(P )) = Z(ϕ(Q)) = {Q} implica


P = Q.

2. Seja B ⊆ R uma extensão inteira de aneis. Provar que dim(B) = dim(R).

Sugestão de solução . Esbozamos algums resultados previos.

a. Seja B ⊆ R uma extension de aneis, S (resp. I) um subconjunto multiplicativo (resp.


um ideal) de R (resp. de B). Considere a familia de ideis

Σ := {J ideal de R tal que S ∩ J = ∅, I ⊆ B ∩ J} .

Soponhamos que Σ 6= ∅. Usando como ordem a inclusão de conjuntos ⊆ temos, pelo


lema de Zorn, que (Σ, ⊆) tem elemento maximal, digamos m. Afirmamos que m é primo:
Suponhamos que α, β 6∈ m e assem S ∩ (m, α) 6= ∅ e S ∩ (m, β) 6= ∅. Temos então relações
do tipo s = a + a1 α, t = b + b1 β com s, t ∈ S, a, b ∈ m, a1 , b1 ∈ R. Isto produce uma
expresão do tipo

st = M + a1 b1 αβ ,
1
2

com M ∈ m. Segue-se então que αβ 6∈ m pois S ∩ m = ∅.

b. Seja B ⊆ R uma extension inteira de aneis e p um ideal primo de B. Então existe um


ideal primo P de R tal que B ∩ P = p (∗).

No contexto de (a), consideramos S = B \ p e I = p. Supondo ter mostrado que Σ 6= ∅,


seja P = m um elemento maximal de (Σ, ⊆) (e pelo tanto primo de R). A condição
S ∩ P = ∅ implica B ∩ P ⊆ p. Logo a condição p ⊆ B ∩ P implica (∗).

Mostremos agora que Σ 6= ∅; para isto provaremos que pR ∈ Σ. Sendo que p ⊆ B ∩ pR,
basta provar que S ∩ pR = ∅. Suponha que existe s ∈ S ∩ pR. Logo temos uma expresão
do tipo
sn + b1 sn−1 + . . . + bn = 0

com cada bi ∈ p e logo sn ∈ p e s ∈ p, uma contradição pois S ∩ p = ∅.

c. Seja B ⊆ R uma extensão inteira. Ahora consideramos p ( q dois primos de B e


P primo de R tal que B ∩ P = p que existe por (b). Ahora consideramos a extensão
inteira R/P sobre B/p. Aplicando (b) novamente existe primo Q/P de R/P tal que
B/p∩Q/P = q/p. Temos que P ( Q pois p ( q e B∩Q = q. Segue que dim(B) ≤ dim(R).

d. Seja B ( R como em (c). Mostremos finalmente que se P ( Q são primos de R, então


p ( q sendo p = B ∩ P e q = B ∩ Q. Seja x ∈ Q \ P . Existe relação da forma

xn + b1 xn−1 + bn−1 x + bn = 0 ,

onde cada bi ∈ B. Temos que bn ∈ q = B ∩ Q. Podemos trabalhar a relação anterior em


A/P e sendo este DI podemos selecionar n tal que bn 6∈ P e logo podemos supor bn ∈ q \ p.
Isto mostra dim(R) ≤ dim(B).

3. Seja Q um ideal pimario de um anel A, p = rad(Q). Para tudo x ∈ A \ Q, provar que


rad(Q : x) = p.

Sugestão de solução . Seja α ∈ rad(Q : x). Logo αn ∈ (Q : x) para algum n ∈ N0


e segue-se que αn x ∈ Q. Como x 6∈ Q, αn ∈ rad(Q) = p e logo α ∈ p pois p é
primo. Recı́procamente, se α ∈ p, então αn ∈ Q para certo n ∈ N0 e assem αn x ∈ Q e
α ∈ rad(Q : x).
3

4. Sejam Q um ideal primario e S um conjumto multiplicativo [ambos conjuntos contidos


em um anel A]. Suponhamos que S ∩rad(Q) é não vazio. Então provar que S −1 Q = S −1 A.

Sugestão de solução . Seja s ∈ S ∩ rad(Q). Logo existe n ∈ N0 tal que sn ∈ Q. Aqui


tambem sn ∈ S pois S é multiplicativo e pelo tanto sn /sn = 1/1 ∈ S −1 Q.

5. Seja k um corpo e A = k[X, Y ] o anel de polinomios nas indeterminadas X, Y e


coeffientes em k. Probar que dim(A) = 2.

Sugestão de solução . A cadeia prima (0) ( (X) ( (X, Y ) mostra dim(A) ≥ 2. Seja
p0 = (0) ( p1 ( . . . ( pt uma cadeia prima de A com t ≥ 2. Trabalhamos em B = A/p1
onde teremos um cadeia de longitude t−1. Seja x (resp. y) a classe de X (resp. Y ) modulo
p1 . Temos B = k[x, y]. Existe polinomio nâo nulo f ∈ p tal que f (x, y) = 0. Razonando
como na aula, A = k[x1 , y] onde A é inteiro sobre k[x1 ]; logo dim(A) = dim(k[x1 ]) ≤ 1.
Logo t − 1 ≤ 1 e pelo tanto dim(A) ≤ 2.

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