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disso, para o perfeito entendimento de alguns exemplos, o leitor terá que possuir conhe-
cimentos elementares sobre espaços topológicos e alguma familiaridade com conceitos da
Álgebra Linear, tais como espaços vetoriais e transformações lineares e suas matrizes.
Assim, seria interessante o leitor ter cursado alguma disciplina básica na área de Álgebra.
Ao terminar, agradeço ao Professor Fernando P. P. Reis por ter escrito os capı́tulos 2
e 3 e, gentilmente, me oferecido a oportunidade de continuar sua obra, pela apresentação
de várias sugestões matemáticas ao longo de todo trabalho e pela cuidadosa revisão da
versão final. Estou certo de que seu nome merecia lugar de destaque na capa deste livro,
contudo, sua modéstia me impediu de fazê-lo. Gostaria também de agradecer ao Professor
Karlo F. Rocha pelo árduo trabalho de digitação do capı́tulo 4, o mais extenso do livro e ao
Professor Hugo Luiz Mariano pelo incentivo e valiosas sugestões. Finalmente, agradeço a
Gabriela C. Bremenkamp pela digitação de parte do manuscrito, pela minuciosa correção
gramátical, pelas sugestões que tornaram claros e objetivos os textos presentes nas in-
troduções de cada capı́tulo e, principalmente, por ter comemorado ao meu lado o final de
cada etapa concluı́da.
Sumário
1 Introdução 1
2 Categorias 3
2.1 Definições e exemplos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2.1.1 Construções a partir de categorias existentes . . . . . . . . . . . . . 11
2.2 Princı́pio da dualidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
5
5.2 Generalização da noção de Coproduto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
6 Funtores 105
6.1 Definições, algumas considerações e exemplos . . . . . . . . . . . . . . . . . 105
6.2 Funtores especiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
6.2.1 Funtores Esquecimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117
6.2.2 Bifuntores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118
6.3 A formalização do conceito de Diagrama . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
11 Adjunções 184
11.1 Caracterização de Funtores Adjuntos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 184
11.2 O Teorema do Funtor Adjunto . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 206
Capı́tulo 1
Introdução
1
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 2
Categorias
Em seu famoso livro Categories for the Working Mathematician, Saunders Mac Lane
inicia a descrição de categorias sem fazer uso de recursos da teoria dos conjuntos. Ele
descreve uma categoria por intermédio da noção de Metacategoria, que por sua vez, é
especificada a partir dos conceitos primitivos de Objetos, Setas e operações sujeitas a dois
axiomas. Em seguida, apresenta uma nova abordagem, atribuindo uma interpretação
para os axiomas sobre categorias dentro das linhas da teoria dos conjuntos. Isso permite
definir diretamente uma categoria em termos de ”composições” de setas. Por questões
práticas e didáticas, escolhemos seguir esse segundo caminho.
Definição 2.1 Uma categoria C = hObC , M orC i consiste de um conjunto1 de objetos ObC
e um conjunto de Setas M orC , que satisfazem as seguintes condições:
i) A cada seta f ∈ M orC , estão associados dois objetos A, B ∈ ObC chamados Domı́nio
e Codomı́nio de f respectivamente, e denotados A = dom (f ) e B = cod (f ) . Neste
caso, escrevemos
f
f :A→B ou A −→ B
1
Neste trabalho, quando usarmos o termo ”conjunto” podemos estar nos referindo à conjuntos pequenos
ou a classes segundo discussão dada adiante.
3
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 4
iii) Para cada A ∈ ObC , existe uma seta 1A ∈ M orC (A, A), chamado Identidade2
de A.
Ainda, a operação de composição categorial e a seta Identidade, satisfazem as seguintes
propriedades:
p.1) A composição é associativa; isto é, dados f ∈ M orC (A, B) , g ∈ M orC (B, C) e
h ∈ M orC (C, D) , tem-se
h ◦ (g ◦ f ) = (h ◦ g) ◦ f.
p.2) Fixado A ∈ ObC , para cada B ∈ ObC , f ∈ M orC (A, B) e g ∈ M orC (B, A) temos que
f ◦ idA = f e idA ◦ g = g.
Observação 2.3 O conjunto M orC (A, B) é conhecido como hom-set e, pode ser deno-
tado de uma das seguintes formas:
Observação 2.4 A notação C = hObC , M orC i será usada apenas quando houver risco de
ambiguidade, do contrário, usaremos a notação mais simples C.
2
O propriedade (p.2) afirma que a seta identidade 1A de cada objeto A, atua como elemento neutro
para operação de composição sempre que isso faz sentido.
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 5
Definição 2.11 Uma categoria C = hObC , M orC i é pequena se os conjuntos ObC e M orC
são conjuntos pequenos.
a ⊕ eM = eM ⊕ a = a,
para todo x, y ∈ M.
a) ObMhM,⊕,e = {M };
Mi
b) M orMhM,⊕,e = M;
Mi
é a operação binária ⊕;
d) O morfismo 1M ∈ MhM,⊕,eM i (M, M ) é o elementro neutro eM , isto é 1M = eM .
Note que, dados f, g ∈ MhM,⊕,eM i (M, M ) , tem-se que:
g ◦ f = g ⊕ f ∈ MhM,⊕,eM i (M, M ) .
(h ◦ g) ◦ f = (h ⊕ g) ⊕ f = h ⊕ (g ⊕ f ) = h ◦ (g ◦ f ) ,
e,
f ◦ 1M = f ⊕ 1M = f ⊕ eM = f = eM ⊕ f = 1M ⊕ f = 1M ◦ f.
Portanto, M é de fato uma categoria. Por outro lado, MhM,⊕,eM i é uma categoria pequena
pois, ObMhM,⊕,e , e M orMhM,⊕,e são conjuntos pequenos.
Mi Mi
O exemplo anterior mostra que um monóide hM, ⊕, eM i pode ser visto como uma
categoria MhM,⊕,eM i . Por outro lado, uma categoria pequena, com apenas um objeto,
gera um monóide, no qual a composição de morfismos é a operação binária.
Para o exemplo que segue, seja A um anel comutativo com unidade.
Definição 2.17 Uma categoria C = hObC , M orC i é grande se ObC e M orC são classes
(próprias ou não).
O próximo exemplo, mostra como podemos utilizar linguagem categorial para rela-
cionar conjuntos estruturados.
Um exercı́cio interessante: Mostrar que Poset, Rings, Grp, Vect, e Top são, de
fato, categorias.
Os dois últimos exemplos de categorias são amplamente utilizadas em Ciência da
Computação, (para mais detalhes, veja capı́tulo 3 em [12]).
Definição 2.23 Uma categoria é chamada de Pré-ordem se, para cada par de objetos
A e B, existir no máximo um morfismo f : A → B.
Definição 2.25 Seja C uma categoria. Dados A, B ∈ ObC , se C (A, B) for um conjunto
pequeno, a categoria C é chamada localmente pequena.
Observação 2.26 Neste texto, vamos trabalhar essencialmente com categorias localmente
pequenas. Portanto, a menos que seja feita menção contrária, o termo ”categoria”, indica
”categoria localmente pequena”.
3
Isto é, dados x e y em A, então d2 (f (x) , f (y)) ≤ d1 (x, y) .
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 11
a) ObΠCi é o conjunto formado por todas as n-uplas (A1 , A2 , ..., An ) , onde Ai ∈ ObCi para
cada i = 1, ..., n;
b) M orΠCi é o conjunto formado por todas as n-uplas (f1 , f2 , ..., fn ) , onde fi ∈ M orCi
n
Y
para cada i = 1, ..., n. Ainda, (f1 , f2 , ..., fn ) ∈ Ci ((A1 , A2 , ..., An ) , (B1 , B2 , ..., Bn )) se,
i=1
e somente se, fi ∈ Ci (Ai , Bi ) , para cada i = 1, ..., n;
. . .
c) Dados A = (A1 , A2 , ..., An ) , B = (B1 , B2 , ..., Bn ) e C = (C1 , C2 , ..., Cn ) objetos de
Yn
Ci , a operação de composição categorial
i=1
n
Y n
Y n
Y
◦: Ci (B, C) × Ci (A, B) → Ci (A, C) ,
i=1 i=1 i=1
Exemplo 2.29 (Categoria das setas sobre C) Seja C uma categoria qualquer.
~ definida como segue, constitui uma categoria
C,
C~ = hObC~, M orC~i .
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 12
a) ObC~ = M orC ;
b) O conjunto M orC~ é determinado da seguinte forma:
~ então (α1 , α2 ) ∈ C~ (f, g) se, e somente
Sejam f ∈ C (A, B) e g ∈ C (C, D) objetos de C,
se, α1 ∈ C (A, C), α2 ∈ C (B, D) e α2 ◦ f = g ◦ α1 .
c) Dados a ∈ C (A, B), b ∈ C (C, D) e c ∈ C (E, F ) a operação de composição categorial
é tal que (γ1 , γ2 ) ◦ (α1 , α2 ) = (γ1 ◦ α1 , γ2 ◦ α2 ) , onde (α1 , α2 ) ∈ C~ (a, b) e (γ1 , γ2 ) ∈ C~ (b, c) .
d) Dado a ∈ C (A, B) , o morfismo 1a ∈ C~ (a, a) é o morfismo 1a = (1A , 1B ) .
Note que, se (α1 , α2 ) ∈ C~ (a, b) e (γ1 , γ2 ) ∈ C~ (b, c) , então α1 : A → C, α2 : B → D,
γ1 : C → E, γ2 : D → F. Daı́,
γ1 ◦ α1 ∈ C (A, E) , γ2 ◦ α2 ∈ C (B, F )
(γ2 ◦ α2 ) ◦ a = γ2 ◦ (α2 ◦ a)
= γ2 ◦ (b ◦ α1 )
= (γ2 ◦ b) ◦ α1
= (c ◦ γ1 ) ◦ α1
= c ◦ (γ1 ◦ α1 ) .
= ((β1 , γ1 ) ◦ α1 , (β2 , γ2 ) ◦ α2 )
= (α1 , α2 )
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 13
= (s1 , s2 ) .
Note que, se k X ∈ C↓X (a, b) e wX ∈ C↓X (b, c) , então k ∈ C (A, B) e w ∈ C (B, C) , logo
w ◦ k ∈ C (A, C) . Ainda,
c ◦ (w ◦ k) = (c ◦ w) ◦ k
=b◦k
= a,
logo, wX ◦ k X ∈ C↓X (a, c) . Por outro lado, se d ∈ C (D, X) e hX ∈ C↓X (c, d) , então
hX ◦wX ◦ k X = (h◦w)X ◦ k X
= [(h ◦ w) ◦ k]X
= [h ◦ (w ◦ k)]X
= hX ◦ (w ◦ k)X
= hX ◦ wX ◦ k X .
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 14
X
k X ◦ 1X
a = (k ◦ 1A ) = k
X
X
1X X X
a ◦ l = (1A ◦ l) = l .
De forma análoga, podemos definir a Categoria C↓X , das setas sob X ∈ ObC , onde,
ObC↓X é o conjunto formado por todos os morfismos f ∈ M orC tais que dom (f ) = X.
S (A, B) ⊆ C (A, B)
Definição 2.36 (Categoria Dual) Seja C uma categoria. A categoria dual de C, deno-
tada por C op = hObC op , M orC op i , é definida como segue:
a) ObC op = ObC ;
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 15
.
e tal que g op ◦op f op = (f ◦C g)op , onde g op ∈ C op (B, C), e f op ∈ C op (A, B) ;
d) Dado A ∈ ObC op tem-se que (1A )op = 1A .
A demonstração de que C op é de fato uma categoria, segue diretamente do fato de que C
é uma categoria.
A categoria dual de uma categoria é basicamente a inversão do sentido das suas setas.
A seguir, daremos um exemplo interessante de categoria dual.
Exemplo 2.37 Seja P um conjunto finito, dotado de uma relação de ordem parcial .
Vamos definir uma categoria P(P,) , pondo para objetos dessa categoria os elementos de
P, isto é, ObP(P,) = P . Sejam x, y ∈ ObP(P,) . Se x y então diremos que existe em
P(P,) , um único morfismo entre x e y e representaremos esse morfismo por (x, y) : x → y.
Dessa forma, podemos definir o conjunto dos morfismos de P(P,) pondo
n o
M orP(P,) = (x, y) : x → y ; x, y ∈ ObP(P,) e x y .
Em alguns casos, iremos escrever apenas (x, y) para representar o morfismo (x, y) : x → y.
Vamos mostrar que
D E
P(P,) = ObP(P,) , M orP(P,)
.
(y, z) ◦P (x, y) = (x, z) .
= (x, w)
= (x, w) .
Assim,
(z, w) ◦P ((y, z) ◦P (x, y)) = ((z, w) ◦P (y, z)) ◦P (x, y) .
e
1x ◦P (w, x) = (x, x) ◦P (w, x) = (w, x) .
y x sempre que x y.
1
Com efeito, se f ∈ Set (A, B) não é injetiva, então f ∈ Setop (B, A) não é uma função
2
Basta considerar, por exemplo, o monóide abeliano hM, ⊕, eM i visto como uma categoria M . Do
mesmo modo, qualquer categoria discreta C, é tal que C op = C.
Capı́tulo 3
Definição 3.1 Seja C uma categoria. Dizemos que uma seta f ∈ C (A, B) é um monomor-
fismo, e escrevemos f : A B, se dados dois morfismos g, h ∈ C (X, A) tais que
f ◦ g = f ◦ h, então, g = h.
Exemplo 3.3 Todos os morfismos da categoria MhN,+,0i são monomorfismos. Com efeito,
fixado a ∈ M orMhN,+,0i , tome n e m morfismos em MhN,+,0i tais que a ◦ n = a ◦ m. Por
definição, segue que a + n = a + m. Pela lei do cancelamento em N, concluı́mos que
n = m, isto é, a é um monomorfismo.
Daı́, segue que (z, y) = (w, y) . Assim, z = dom ((z, y)) = dom ((w, y)) = w, donde
concluı́mos que (z, x) = (w, x), ou seja, (x, y) é um monomorfismo.
18
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 19
Definição 3.5 Seja C uma categoria. Dizemos que uma seta f ∈ C (A, B) é um epi-
morfismo, e escrevemos f : A B, se dados dois morfismos g, h ∈ C (B, Y ) tais que
g ◦ f = h ◦ f , então, g = h.
Exemplo 3.7 Nas categorias MhN,+,0i e P(P,) todos os morfismos são epimorfismos.
Exemplo 3.8 Considere a categoria Mon. Sejam hN, +, 0i , hZ, +, 0i ∈ ObMon . O mor-
fismo inclusão i : hN, +, 0i → hZ, +, 0i é um epimorfismo. Com efeito, sejam hM, ⊕, eM i ∈
ObMon e f, g ∈ Mon (hZ, +, 0i , hM, ⊕, eM i) tais que f ◦ i = g ◦ i. Dado n ∈ Z, tem-se:
i) Para n ≥ 0, i (n) = n. Daı́,
f (n) = f (n) ⊕ eM
= f (n) ⊕ g (0)
= f (n) ⊕ g (−n + n)
= f (n − n) ⊕ g (n)
= f (0) ⊕ g (n)
= eM ⊕ g (n)
= g (n) .
Exemplo 3.9 Considere a categoria Top dos espaços topológicos. O morfismo inclusão
i : Q → R é um epimorfismo. De fato, sejam X um espaço topológico qualquer e f, g ∈
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 20
f (x) = f (i (x))
= f ◦ i (x)
= g ◦ i (x)
= g (i (x))
= g (x) .
Exemplo 3.11 Considere um Grupo hA, ⊕, eA i . GhA,⊕,eA i = hObG , M orG i constitui uma
categoria (se for definida de forma análoga ao que foi feito no exemplo 2.15 ). Como
cada elemento de A possui inverso e M orGhA,⊕,e = A, então, cada morfismo de GhA,⊕,eA i
Ai
Demonstração. De fato,
h = h ◦ 1B
= h ◦ (f ◦ g)
= (h ◦ f ) ◦ g
= 1A ◦ g
= g.
f −1 ◦ f = 1A e f ◦ f −1 = 1B .
Demonstração. Iremos demonstrar os itens i) e iii), os outros dois itens serão deixados
a cargo do leitor:
i) Sejam h e k morfismos em C tais que g ◦ f ◦ h = g ◦ f ◦ k. Como, g é monomorfismo,
temos que, f ◦ h = f ◦ k. Analogamente, f é monomorfismo, donde concluı́mos que h = k,
ou seja, g ◦ f é um monomorfismo.
iii) Sejam h e k morfismos em C tais que f ◦ h = f ◦ k. Neste caso,
g ◦ f ◦ h = g ◦ f ◦ k,
u = 1A ◦ u
= (g ◦ f ) ◦ u
= g ◦ (f ◦ u)
= g ◦ (f ◦ v)
= (g ◦ f ) ◦ v
= 1A ◦ v
= v.
z1
ii.b) Se z ∈ Q − Z, existem z1 , z2 ∈ Z − {0} tais que z = . Como g1 , g2 são homomor-
z2
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 23
fismos,
z1
g1 (z) = g1
z
2
α (z1 )
= g1
α (z2 )
1
= g1 (α (z1 )) g1
α (z2 )
1
= g2 (α (z1 )) g1 .
α (z2 )
Ainda,
1
= g1 (α (z2 ))−1
g1
α (z2 )
= [g1 (α (z2 ))]−1
= g2 (α (z2 ))−1
1
= g2 .
α (z2 )
Isso mostra que α é um epimorfismo. Sabemos, entretanto, que não existe um isomorfismo
entre Z e Q.
Demonstração.
i) Suponha f ∈ Set (A, B) uma função injetiva. Sejam C um conjunto e g, h ∈ Set (C, A)
funções tais que f ◦ g = f ◦ h. Dado x ∈ C, temos que
f (g (x)) = f ◦ g (x)
= f ◦ h (x)
= f (h (x)) .
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 24
Daı́, segue que g (x) = h (x), portanto, g = h, isto é, f é um monomorfismo. Reciproca-
mente, sejam x, y ∈ A tais que f (x) = f (y). Consideramos o conjunto C = {1} e o par
de funções g, h ∈ Set (C, A) definidas por g (1) = x e h (1) = y. Temos que
f ◦ g (1) = f (g (1))
= f (x)
= f (y)
= f (h (1))
= f ◦ h (1) ,
x = g (1)
= h (1)
= y.
Portanto, f é injetiva.
ii) Suponha f ∈ Set (A, B) uma função sobrejetora. Sejam C um conjunto e g, h ∈
Set (B, C) tais que g ◦ f = h ◦ f . Dado y ∈ B, existe x ∈ A tal que y = f (x) .Daı́,
g (y) = g (f (x))
= g ◦ f (x)
= h ◦ f (x)
= h (f (x))
= h (y) .
g ◦ f (w) = g (f (w))
= f (w)
= h (f (w))
= h ◦ f (w) .
Exemplo 3.19 Sejam A e B ∈ ObSet . Afirmamos que A ' A × {0} e B ' B × {1} .
Com efeito, considere a função
f : A → A × {0}
x 7→ (x, 0)
A proposição 3.18 não é válida no caso geral, como mostram os seguintes exemplos:
Exemplo 3.28 O conjunto Z é um objeto inicial na categoria Ring1 dos anéis com
unidade.
Exemplo 3.29 Seja (Z, ≤) o conjunto dos inteiros munido da relação de ordem usual.
P(Z,≤) não possui objeto inicial, nem terminal, visto que Z não possui elementos mı́nimo
e máximo.
Observação 3.30 Uma categoria pode ter vários, um ou nenhum objeto inicial, valendo
o mesmo para objeto terminal e objeto zero.
1
Para mais detalhes, veja capı́tulo III em [5].
2
Qualquer função com domı́nio em ∅ é chamada Função vazia, independente do seu contradomı́nio.
A prova de que a função vazia é o único morfismo de Set (∅, A) , para cada A ∈ ObSet , fica a cargo do
leitor.
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 27
Demonstração. Dado A ∈ ObC , existe um único morfismo !AT ∈ C (A, T ) . Daı́, temos
que (!T 0 T )−1 ◦!AT ∈ C A, T é único. Portanto, T é um objeto terminal. Reciproca-
0 0
0 0
mente, se T é um objeto terminal em C, existe um único morfismo !T T 0 : T → T . Uma
vez que !T 0 T ◦!T T 0 ∈ C (T, T ) e T é terminal, tem-se !T 0 T ◦!T T 0 = 1T . Análogamente, é
possı́vel mostrar que !T T 0 ◦!T 0 T = 1T 0 . Portanto, !T 0 T é um isomorfismo.
Teorema 3.32 Sejam C uma categoria, I um objeto inicial e !II 0 o único morfismo de
0 0
C I, I . Então, !II 0 é um isomorfismo se, e somente se I é um objeto inicial.
Corolário 3.33 Se uma categoria C, tem um objeto zero Z, então cada objeto inicial I
e cada objeto terminal T , são isomorfos a Z.
Exemplo 3.34 Pelo corolário anterior, as categorias 2 e Set não possuem objeto zero.
Assim, uma categoria que possui um objeto inicial e um objeto terminal não precisa ter
um objeto zero.
Teorema 3.37 Seja C uma categoria com um objeto inicial e com um objeto terminal.
Então, C tem um objeto zero se, e somente se, C é conectada.
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 28
Exemplo 3.38 Pelo teorema anterior, as categorias Mon e Grp são conectadas, pois
possuem objeto zero.
Exemplo 3.39 A categoria Set não é conectada, pois não possui objeto zero.
Capı́tulo 4
No capı́tulo anterior, vimos que construções universais são conceitos definidos em ter-
mos de existência e unicidade de morfismos. Neste capı́tulo, iremos definir e discutir
aspectos relevantes sobre outros exemplos importantes de tais construções: Produtos,
Equalizadores, Produtos Fibrados e seus respectivos duais, Coprodutos, Coequalizadores
e Somas Amalgamadas. Veremos que conceitos conhecidos em diversas áreas podem ser
reformulados e até generalizados em termos dessas novas noções. Deste modo, poderemos
utilizar a Teoria de Categorias como uma linguagem conveniente para apresentar, rela-
cionar e trabalhar em problemas originados em campos distintos do conhecimento. Além
disso, iremos relacionar essas noções com outros importantes conceitos em Teoria de Cat-
egorias, principalmente através de resultados enunciados no capı́tulo 11, sobre funtores
adjuntos.
Tendo em vista o caráter mais abstrato dessas construções, faremos uso indiscriminado
de diagramas para representar propriedades especı́ficas que caracterizam as construções
universais tratadas neste capı́tulo. Os diagramas são muito utilizados em Álgebra, princi-
palmente na simplificação de enunciados dos mais variados resultados e no entendimento
de suas demonstrações. No capı́tulo 6, porém, iremos definir formalmente um diagrama
em uma categoria usando a linguagem funtorial.
29
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 30
4.1.1 Produto
”Trata-se da menor estrutura através da qual qualquer outra estrutura do mesmo tipo pode
ser definida de forma única”
Frase retirada do livro [12], onde os autores expõem de maneira brilhante uma inter-
pretação de uma construção universal que, em particular, se aplica a noção de Produto
Categorial.
π 1 ◦ h = f1 e π 2 ◦ h = f2 . (4.1)
f1
. ↓h &f2
π1 π2
A ←
− A×B →
− B
comuta.
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 31
Observação 4.5 Em geral, costuma-se usar o sı́mbolo ”99K” (setas tracejadas) para
indicar a existência de um único morfismo que pode ocupar uma determinada posição
em um diagrama, permitindo que o mesmo comute. Neste texto, não faremos uso deste
sı́mbolo.
O Exemplo que segue ilustra o fato de que o produto categorico é uma generalização
do produto cartesiano da Teoria dos Conjuntos:
e
π2 ◦ h (x) = π2 ((f1 (x) , f2 (x))) = f2 (x) ,
e
s = π2 ((r, s)) = π2 (g (z)) = π2 ◦ g (z) = f2 (z) .
Logo,
g (z) = (r, s)
= h (z) .
π1 : G × H → G e π2 : G × H → H
(x, y) 7→ x (x, y) 7→ y.
Definição 4.8 Dizemos que uma categoria C possui todos os produtos se, cada par
de objetos em C possui um produto.
Exemplo 4.9 As categorias Set, Grp, VectF , Ring e Top possuem todos os produtos.
Exemplo 4.10 Considere a categoria discreta1 CX . Não existe produto categórico entre
a, b ∈ ObCX , com a 6= b. Com efeito, suponha por absurdo que a tripla (a × b, π1 , π2 ) é um
produto categórico de a e b. Neste caso, CX (a × b, a) e CX (a × b, b) são conjuntos não
vazios. Por definição, segue que a = a × b = b, contrariando a hipótese. Assim CX não
possui todos os produtos.
Exemplo 4.11 Sejam x, y ∈ ObP(P,≤) tais que min {x, y} existe2 . A tripla
z
|
(z,min{x,y})
(z,x)
. ↓ &(z,y)
x (min{x,y},x)
←−−−−−− x×y (min{x,y},y)
−−−−−−→ y
e,
(min {x, y} , y) ◦P (z, min {x, y}) = (z, y) ,
Observação 4.12 Sempre existem os morfismos (min {x, y} , x) e (min {x, y} , y).
1A
. ↓1A &f
1A f
A ←
− A →
− B
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 34
1A ◦ f = f (4.2)
Portanto, o diagrama
f
. ↓f &!CT
1A !AT
A ←
− A −
→ T
Ou seja, f é o único morfismo que satisfaz as igualdades em 4.2 e 4.3, o que encerra a
prova.
Para as proposições que seguem, suponha que (A × B, π1 , π2 ) é um produto categórico
de A e B.
h
f1
. ↓ & f2
π1 π2
A ←
− A×B →
− B
comuta. Portanto, α = h = β.
π1 ◦ 1A×B = π1 e π2 ◦ 1A×B = π2 .
A×B
1A×B
π1
. ↓ &π 2
π1 π2
A ←−− A×B −−→ B
é comutativo.
Proposição 4.17 Se existe o produto B × A, π1B,A , π2B,A , então A × B ∼
= B × A.
Analogamente, a tripla B × A, π2B,A , π1B,A é um pré-produto de A e B. Logo, existe um
D E
único morfismo π2B,A , π1B,A : B × A → A × B tal que
D E D E
π1 ◦ π2B,A , π1B,A = π2B,A e π2 ◦ π2B,A , π1B,A = π1B,A (4.5)
ou seja, o diagrama
A×B
hπ2 ,π1 i
π2
. ↓ &π1
π1B,A π2B,A
B ←−− B×A −−→ A
hπ2B,A ,π1B,A i
π2
- ↓ %π1
A×B
A×B
π1 π2
A ←−− A×B −−→ B
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 37
comuta, ou seja,
π1 = π2B,A ◦ hπ2 , π1 i
D E
= π1 ◦ π2B,A , π1B,A ◦ hπ2 , π1 i
π2 = π1B,A ◦ hπ2 , π1 i
D E
= π2 ◦ π2B,A , π1B,A ◦ hπ2 , π1 i .
D E
Desse fato, juntamente com a proposição 4.16, obtemos, π1B,A , π2B,A ◦ hπ2 , π1 i = 1A×B .
D E
Com argumentos semelhantes, mostra-se que hπ2 , π1 i ◦ π1B,A , π2B,A = 1B×A . (Deixamos
como exercı́cio essa parte da demonstração). Portanto, hπ2 , π1 i é um isomorfismo e A ×
B∼
= B × A.
A⊗B
hp1 ,p2 i
p1
. ↓ & p2
π1 π2
A ←−− A×B −−→ B
hπ1 ,π2 i
p1
- ↓ % p2
A⊗B
p1 = π1 ◦ hp1 , p2 i
= p1 ◦ (hπ1 , π2 i ◦ hp1 , p2 i)
e,
p2 = π2 ◦ hp1 , p2 i
= p2 ◦ (hπ1 , π2 i ◦ hp1 , p2 i) .
Ou seja,
A⊗B
p1 p2
A ←−− A⊗B −−→ B
comuta. Novamente, da proposição 4.16, segue que 1A⊗B = hπ1 , π2 i ◦ hp1 , p2 i. Usando
argumentos semelhantes, podemos provar que 1A×B = hp1 , p2 i ◦ hπ1 , π2 i. (Deixamos como
exercı́cio essa parte da demonstração). Portanto, hp1 , p2 i é um isomorfismo, e, conse-
quentemente, A × B ' A ⊗ B.
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 39
p1 ◦ k = p1 ◦ h−1 ◦ h̄ = π1 ◦ h̄ = f1
e
p2 ◦ k = p2 ◦ h−1 ◦ h̄ = π2 ◦ h̄ = f2 .
Ou seja, o diagrama
h̄
f1
. ↓ & f2
π1 π2
A ←−− A×B −−→ B
h−1
p1
- ↓ % p2
h◦∆
f1
. ↓ & f2
π1 π2
A ←−− A×B −−→ B
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 40
Observação 4.20 Em palavras, as proposições 4.18 e 4.19 afirmam que o objeto produto
A × B, quando existe, é único a menos de isomorfismo.
B,C B,C
Proposição 4.21 Se existem os produtos B × C, π1 , π2 , ((A × B) × C, p1 , p2 ) e
(A × (B × C) , g1 , g2 ), então A × (B × C) ∼
= (A × B) × C.
Demonstração. Notemos inicialmente que A × (B × C) , g1 , π1B,C ◦ g2 é um pré-produto
de A e B, e, (A × B) × C, π2A,B ◦ p1 , p2 é um pré-produto de B e C. Logo, existem
A × (B × C)
h B,C
γ ◦g2
. ↓ & π2
p1 p2
A×B ←−− (A × B) × C −−→ C
e,
(A × B) × C
z
π1A,B ◦p1
. ↓ &β
g1 g2
A ←−− A × (B × C) −−→ B × C
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 41
= (g1 ◦ z) ◦ h
= g1 ◦ (z ◦ h) .
Ainda,
g2 ◦ z = β (4.10)
A × (B × C)
η
g1
. ↓ &β◦h
g1 g2
A ←−− A × (B × C) −−→ B×C
A × (B × C)
z◦h
g1
. ↓ & g2
g1 g2
A ←−− A × (B × C) −−→ B × C
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 42
Proposição 4.22 Se (C, f, g) e (C, h, k) são dois pré-produtos de A e B tais que hf, gi =
hh, ki então f = h e g = k.
hf,gi
f
. ↓ &g
π1 π2
A ←−− A×B −−→ B
h - ↑ %k
hh,ki=hf,gi
e,
π1 ◦ hh, ki = h e π2 ◦ hh, ki = k.
f = π1 ◦ hf, gi = π1 ◦ hh, ki = h,
e,
g = π2 ◦ hf, gi = π2 ◦ hh, ki = k.
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 43
e,
π1 ◦ hf ◦ g, g ◦ hi = f ◦ h e π2 ◦ hf ◦ g, g ◦ hi = g ◦ h. (4.13)
hf ◦h,g◦hi
f ◦h
. ↓ &g◦h
π1 π2
A ←
− A×B →
− B
f
- ↑ %g
hf,gi
h
↑
π1 ◦ (hf, gi ◦ h) = f ◦ h e π2 ◦ (hf, gi ◦ h) = g ◦ h.
hf ◦ g, g ◦ hi = hf, gi ◦ h.
4.1.2 Coproduto
f1
% ↑h - f2
i1 i2
A →
− A+B ←
− B
i1 : A → A + B i2 : B → A + B
e .
x 7→ (x, 0) y 7→ (y, 1)
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 45
f (x) , se i = 0
1
[f1 , f2 ] (x, i) =
f (x) , se i = 1.
2
É facil verificar que a função [f1 , f2 ] está bem definida. Agora, dados x ∈ A e y ∈ B,
temos que
= [f1 , f2 ] (x, 0)
= f1 (x)
e,
= [f1 , f2 ] (y, 1)
= f2 (y) .
= f1 (x)
= g ◦ i1 (x)
= g (i1 (x))
= g (x, 0)
= g (x, i) ,
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 46
ou,
= f2 (x)
= g ◦ i2 (x)
= g (i2 (x))
= g (x, 1)
= g (x, i) .
Definição 4.29 Dizemos que uma categoria C possui todos os coprodutos se, cada
par de objetos em C possui um coproduto.
Exemplo 4.31 Sejam x, y ∈ ObP(P,≤) tais que max {x, y} existe. A tripla
(max {x, y} , (x, max {x, y}) , (y, max {x, y}))
z
↑
(max{x,y},z)
(x,z)
% | -(y,z)
(x,max{x,y}) (y,max{x,y})
x −−−−−−→ x+y ←−−−−−− y.
Exemplo 4.32 Não existe o coproduto entre dois objetos distintos a e b em uma categoria
CX . Por outro lado, se a = b, então a tripla (a, 1a , 1a ) é coproduto de A consigo mesmo,
pois o diagrama
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 47
1a
% ↑1a -1a
1a 1a
a →
− a ←
− a
é comutativo.
f ◦ 1A = f . (4.14)
f
% ↑f -!IC
1A !IA
A →
− A ←
− I
1A+B ◦ i1 = i1 e 1A+B ◦ i2 = i2 .
[i2 , i1 ] ◦ iB,A
1 = i2 e [i2 , i1 ] ◦ iB,A
2 = i1 . (4.16)
Do mesmo modo, B + A, iB,A
2 , iB,A
1 é um pré-coproduto de A e B, daı́ existe um único
h i
B,A B,A
morfismo i2 , i1 : A + B → B + A tal que
h i h i
iB,A
2 , iB,A
1 ◦ i2 = iB,A
1 e iB,A
2 , iB,A
1 ◦ i1 = iB,A
2 . (4.17)
Assim, o diagrama
A+B
i2
% ↑ -i1
[i2 ,i1 ]
iB,A iB,A
B 1
−→ B+A 2
←− A
i2 & ↑ .i1
B,A B,A
[ i2 ,i1 ]
A+B
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 49
i1 = [i2 , i1 ] ◦ iB,A
2
h i
= [i2 , i1 ] ◦ iB,A2 , iB,A
1 ◦ i1
e,
i2 = [i2 , i1 ] ◦ iB,A
1
h i
= [i2 , i1 ] ◦ iB,A
2 , iB,A
1 ◦ i2 .
h i h i
Portanto, iA,B
2 , iA,B
1 ◦ iB,A B,A
1 , i2 = 1A+B . Analogamente, mostra-se que
h i h i
B,A B,A A,B A,B
i1 , i2 ◦ i2 , i1 = 1B+A .
A+B
i1
% ↑ -i1
[i1 ,i2 ]
I1 I2
A →
− A⊕B ←
− B
i1 & ↑ .i1
[I1 ,I2 ]
A+B
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 50
comuta. Assim,
i1 = [i1 , i2 ] ◦ I1 = ([i1 , i2 ] ◦ [I1 , I2 ]) ◦ i1 (4.20)
e,
i2 = [i1 , i2 ] ◦ I2 = ([i1 , i2 ] ◦ [I1 , I2 ]) ◦ i2 . (4.21)
Da proposição 4.35 e das equações em 4.20 e 4.21, concluı́mos que [i1 , i2 ] ◦ [I1 , I2 ] =
1A+B . Analogamente, prova-se que [I1 , I2 ] ◦ [i1 , i2 ] = 1A⊕B . (Deixamos a cargo do leitor).
Portanto, [i1 , i2 ] é um isomorfismo e A + B ' A ⊕ B.
[f, g] ◦ i1 = f e [f, g] ◦ i2 = g
e,
[h, k] ◦ i1 = h e [h, k] ◦ i2 = k.
Ou seja,
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 51
f
% ↑ -g
[f,g]
i1 i2
A →
− A⊕B ←
− B
[h,k]
h & ↓ .k
comuta. Logo,
f = [f, g] ◦ i1 = [h, k] ◦ i1 = h
e,
g = [f, g] ◦ i2 = [h, k] ◦ i2 = k.
e,
[h ◦ f, h ◦ g] ◦ i1 = h ◦ f e [h ◦ f, h ◦ g] ◦ i2 = h ◦ g. (4.23)
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 52
Ou seja,
C
h◦f
% ↑ -h◦g
[h◦f,h◦g]
i1 i2
A −→ A×B ←− B
f & .g
[f,g]
↓
D
h
↓
Produto de morfismos
Definição 4.42 Sejam A × B, π1A,B , π2A,B e C × D, π1C,D , π2C,D produtos, f : A → C
e g : B → D morfismos em C. O morfismo
D E
f ◦ π1A,B , g ◦ π2A,B : A × B → C × D
induzido por f ◦π1A,B e g ◦π2A,B é chamado produto de morfismos e denotado por f ×g.
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 53
π1A,B π2A,B
A ←−− A×B −−→ B
f ×g
f f ◦π1A,B A,B
↓ . ↓ &g◦π2 ↓g
π1C,D π2C,D
C ←−− C ×D −−→ D
e,
D E
π2C,D ◦ f ◦ π1A,B , g ◦ π2A,B = g ◦ π2A,B .
γ : A×B →C ×D
(a, b) 7→ γ (a, b) = (f (a) , g (b)).
= f (a)
A,B
= f π1 (a, b)
= f ◦ π1A,B (a, b)
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 54
e,
= g (b)
= g π2A,B (a, b)
= g ◦ π2A,B (a, b) .
π1 π2
A ←
− A×B →
− B
π1 π2
A ←
− A×B →
− B
g : C → D, f : D → A, k : C → E e h : E → B morfismos em C, então
hf ◦ g, h ◦ ki = (f × h) ◦ hg, ki .
g k
D ←
− C →
− E
hf ◦g,h◦ki
f f ◦g
↓ . ↓ &h◦k ↓h
π1A,B π2A,B
A ←−− A×B −−→ B
logo,
f◦ π1D,E ◦ hg, ki = f ◦ g e h◦ π2D,E ◦ hg, ki = h ◦ k.
isto é,
π1A,B ◦ (f × h ◦ hg, ki) = f ◦ g e π2A,B ◦ (f × h ◦ hg, ki) = h ◦ k. (4.26)
Logo, o diagrama
π1A,B π2A,B
A ←−− A×B −−→ B
f
↑ f ◦π1D,E - ↑ %h◦πD,E ↑h
2
f ×h
π1D,E π2D,E
D ←−− D×E −−→ E
g - ↑ %k
hg,ki
C
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 56
comuta. Assim, das equações em 4.25 e 4.26, e da proposição 4.15, segue que hf ◦ g, h ◦ ki =
(f × h) ◦ hg, ki .
Proposição 4.47 Sejam A × B, π1A,B , π2A,B C,D C,D
, C × D, π1 , π2 E,F E,F
e E × F, π1 , π2
(f ◦ g) × (h ◦ k) = (f × h) ◦ (g × k).
Logo,
f◦ π1E,F ◦ g × k = (f ◦ g) ◦ π1A,B e h◦ π2E,F ◦ g × k = (h ◦ k) ◦ π2A,B . (4.27)
e,
π2C,D ◦ [(f × h) ◦ (g × k)] = (h ◦ k) ◦ π2A,B ,
π1A,B π2A,B
A ←−− A×B −−→ B
(f ×h)◦(g×k)
f ◦g (f ◦g)◦π1A,B A,B
↓ . ↓ &(h◦k)◦π2 ↓h◦k
π1C,D π2C,D
C ←−− C ×D −−→ D
Coproduto de morfismos
Definição 4.48 Sejam A + B, iA,B
1 , iA,B
2 e C + D, iC,D C,D
1 , i2 coprodutos h : C → A
e z : D → B morfismos em C. O morfismo
h i
A,B A,B
i1 ◦ h, i2 ◦ z : C + D → A + B
iA,B iA,B
A 1
−→ A+B 2
←− B
A,B
A,B
i1 ◦h ◦z
h↑ % ↑ -i2 ↑z
h+z
iC,D iC,D
C 1
−→ C +D 2
←− D
h i
comuta. Portanto, o morfismo h + g = iA,B
1 ◦ h, iA,B
2 ◦ z é o único morfismo tal que
(h + g) ◦ iC,D
1 = iA,B
1 ◦ h e (h + g) ◦ iC,D
2 = iA,B
2 ◦ z.
i1 i2
A →
− A+B ←
− B
i1 ◦1A
1A
↑ % ↑ -i2 ◦1B ↑1B
[i1 ◦1A ,i2 ◦1B ]
i1 i2
A →
− A+B ←
− B
C, g : C → E, h : B → D e k : D → E morfismos em C, então
[g ◦ f, k ◦ h] = [g, k] ◦ (f + g) .
g k
C →
− E ←
− D
f g◦f
↑ % ↑ -k◦h ↑h
[g◦f,k◦h]
iA,B iA,B
A 1
−→ A+B 2
←− B
[g ◦ f, k ◦ h] ◦ iA,B
1 = g ◦ f e [g ◦ f, k ◦ h] ◦ iA,B
2 = k ◦ h. (4.29)
[g, k] ◦ iC,D
1 =g e [g, k] ◦ iC,D
2 = k.
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 59
Logo,
[g, k] ◦ iC,D
1 ◦ f =g◦f e [g, k] ◦ iC,D
2 ◦ h = k ◦ h.
[g, k] ◦ f + g ◦ iA,B
1 = g ◦ f e [g, k] ◦ (f + g) ◦ iA,B
2 = k ◦ h. (4.30)
Logo, o diagrama
iA,B iA,B
A 1
−→ A+B 2
←− B
f +g C,D
f ◦h
↓ iC,D ◦f & ↓ . i2 ↓h
1
iC,D iC,D
C 1
−→ C +D 2
←− D
[g,k]
g & ↓ .k
coprodutos, f : A → E, g : E → C, h : B → F e k : F → D morfismos em C,
então (g ◦ f ) + (k ◦ h) = (g + k) ◦ (f + h) .
f + h ◦ iA,B
1 = iE,F
1 ◦ f e f + h ◦ iA,B
2 = iE,F
2 ◦ h. (4.31)
g + k ◦ iE,F
1 = iC,D
1 ◦ g e f + h ◦ iE,F
2 = iC,D
2 ◦ k.
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 60
Logo,
(g + k) ◦ iE,F
1 ◦ f = i C,D
1 ◦ (g ◦ f ) e (g + k) ◦ iE,F
2 ◦ h = iC,D
2 ◦ (k ◦ h) .
e,
[(g + k) ◦ (f + h)] ◦ iA,B
2 = iC,D
2 ◦ (k ◦ h) .
Portanto, o diagrama
iC,D iC,D
C 1
−→ C +D 2
←− D
iA,B iA,B
A 1
−→ A+B 2
←− B
4.2.1 Equalizadores
Ê
&ı̂
f
h
↓ A −−−→ B
−−−g→
%i
E
i: E →A
x 7→ i (x) = x
e,
i2 : Im Ê →A
x 7→ i2 (x) = x.
Defina a função
α : Ê → Im Ê
x 7→ α (x) = ı̂ (x) .
Dado x ∈ Ê e y ∈ Im Ê , temos que
e
i ◦ i1 (y) = i (i1 (y)) = i1 (y) = y = i2 (y)
ou seja, o diagrama
Ê
α
↓ &ı̂
f
Im Ê i2
A −−−→ B
−−→ −−−g→
i1
↓ %i
E
i ◦ (i1 ◦ α) = (i ◦ i1 ) ◦ α = i2 ◦ α = ı̂.
Exemplo 4.56 No exemplo anterior, poderiamos ter usado a categoria Grp no lugar de
Set, logo, se f, g ∈ Grp (G, H), E = {x ∈ G; f (x) = g (x)} ∈ ObGrp e
i: E →G
x 7→ i (x) = x
f ◦ k = (f ◦ i) ◦ α = (g ◦ i) ◦ α = g ◦ k.
i ◦ l = 1A . (4.32)
i ◦ (l ◦ i) = (i ◦ l) ◦ i = 1A ◦ i = i = i ◦ 1E .
l ◦ i = 1E . (4.33)
i ◦ (k ◦ h) = ı̂ ◦ h = i.
Exemplo 4.61 Considere os morfismos f, g ∈ Set (A, R), com A = R3 − {(0, 0, 1)},
f (x, y, z) = x2 + y 2 + z 2 e g (x, y, z) = 1, para todo (x, y, z) ∈ A. Pelo exemplo 4.55,
1 1
(SN , i) é um equalizador de f e g, onde i : SN → R3 é a função inclusão, e o conjunto
1
SN = {(x, y, z) ∈ A; x2 + y 2 + z 2 = 1} é a esfera sem o pólo norte. Seja
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 64
φ: R2 → A
2 2
(x, y) 7→ 2x
, 2y , x +y −1
x2 +y 2 +1 x2 +y 2 +1 x2 +y 2 +1
.
=1
= g (φ (x, y))
= g ◦ φ (x, y) ,
k: E → A
t 7→ (k1 (t) , k2 (t) , k3 (t)).
Considere a função
hk : E → R2
k1 (t)
t 7→ , k2 (t)
1−k3 (t) 1−k3 (t)
.
Com o auxı́lio da equação em 4.34, é possı́vel verificar que hk é o único morfismo que
satisfaz
φ ◦ hk (t) = k (t) ,
E
&k
f
hk
↓ A −−−→ R
−−−g→
%φ
R2
f ◦ l = (f ◦ ı̂) ◦ h = (g ◦ ı̂) ◦ h = g ◦ l.
l ◦ k = l ◦ h−1 ◦ f
= l ◦ h−1 ◦ f
= (ı̂ ◦ h) ◦ h−1 ◦ f
= ı̂ ◦ f¯
= φ.
Definição 4.63 Dizemos que uma categoria C possui todos os equalizadores se, cada
par de morfismos f, g ∈ C (A, B) tiver um equalizador.
4.2.2 Coequalizadores
C
ci
%
f
A −−−→ B ↓h
−−−g→
ĉi &
Ĉ
B
então o par , φ é um coequalizador de f e g. Com efeito, dado a ∈ A, temos
R
φ ◦ f (a) = f (a)
= g (a)
= φ ◦ g (a) ,
B
h: →C
R
x̄ 7→ ci (x).
A função h está bem definida. De fato, seja Rci é a relação de equivalência em B induzida
por ci . Como, para cada a ∈ A,
ci (f (a)) = ci ◦ f (a)
= ci ◦ g (a)
= ci (g (a)) ,
temos, f (a) Rci g (a). Ora, R é a menor relação que satisfaz a afirmação em 4.35, segue
que R ⊂ Rci . Assim, dado (x, y) ∈ R, então (x, y) ∈ Rci , em outras palavras, se xRy
então xRci y, isto é,
ci (x) = ci (y) . (4.36)
B
Portanto, dados x̄, ȳ ∈ , com h (x̄) = ci (x) e h (ȳ) = ci (y), se x̄ = ȳ, segue da igualdade
R
B
isto é, h ◦ φ = ci . Finalmente, se k : → C é tal que k ◦ φ = ci , temos que h ◦ φ = k ◦ φ.
R
B
R
φ
%
f
A −−−→ B ↓h
−−−g→
ci &
C
B
comutar. Consequentemente, , φ é um coequalizador de f e g.
R
Definição 4.73 Dizemos que uma categoria C possui todos os coequalizadores se,
cada par de morfismos f, g ∈ C (A, B) tiver um coequalizador.
Para o que segue, suponha C uma categoria e (f, g) um par de morfismos tais que f ∈
C (A, C) e g ∈ C (B, C).
Definição 4.75 Um pré-produto fibrado (ou pré-pullback) do par (f, g) é uma tripla
(D, f 0 , g 0 ), constituı́da por um objeto D e dois morfismos f 0 ∈ C (D, A) e g 0 ∈ C (D, B)
tais que f ◦ f 0 = g ◦ g 0 .
Definição 4.76 Um pré-produto fibrado (D, f 0 , g 0 ) é chamado produto fibrado (ou pull-
back) do par (f, g) se, para cada pré-produto fibrado (E, α, β), existe um único morfismo
h ∈ C (E, D) tal que o diagrama
β
E −−→ B
h & %g 0
α
↓ D ↓g
f0 .
f
A −−→ C
comuta. Ou seja, f 0 ◦ h = α e g 0 ◦ h = β.
Exemplo 4.77 Considere a categoria Set e um par de morfismos (f, g) tais que f ∈
Set (A, C) e g ∈ Set (B, C). Sejam D ∈ ObSet definido por
e funções
π1 : D →A e π2 : D →B
(x, y) 7→ x (x, y) 7→ y.
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 70
A tripla (D, π1 , π2 ), é um produto fibrado do par (f, g). Com efeito, note inicialmente que
o diagrama
π2
D −−−→ B
π1
↓ ↓g
f
A −−→ C
comuta. Ainda, para cada pré-produto fibrado (E, α, β) do par (f, g), existe uma única
função
h: E →D
t 7→ (α (t) , β (t)),
que faz o diagrama
β
E −−→ B
h & % π2
α
↓ D ↓g
π1 .
f
A −−→ C
Exemplo 4.78 À luz do exemplo anterior, se f ∈ Set (A, B), então (D, π1 , π2 ), é um
produto fibrado do par (f, f ), onde D = {(x, y) ∈ A × A; f (x) = f (y)} e,
π1 : D →A e π2 : D →A
(x, y) 7→ x (x, y) 7→ y.
iN : N → M
x 7→ x,
então (N, iN , !N Z ) é um produto fibrado do par (f, !ZL ). Com efeito, basta notar que o
diagrama
!N Z
N −−−−→ Z
iN
↓ ↓!ZL
f
M −−→ L
comuta. Além disso, para cada pré-produto fibrado (E, α, β) do par (f, !ZL ), existe uma
única função
h: E →N
t 7→ α (t),
tal que
β
E −−→ Z
h & % !N Z
α
↓ N ↓!ZL
iN
.
f
M −−→ L
comuta.
Para as duas proposições que seguem, suponha que (D, f 0 , g 0 ) é um produto fibrado
de (f, g), onde f ∈ C (A, C) e g ∈ C (B, C).
f 0 ◦ h = f 00 e g 0 ◦ h = g 00 . (4.37)
Por outro lado, (D, f 0 , g 0 ) é um pré-produto fibrado de (f, g). Assim, existe um único
morfismo k : D → E, tal que
f 00 ◦ k = f 0 e g 00 ◦ k = g 0 . (4.38)
f 0 = f 00 ◦ k
= (f 0 ◦ h) ◦ k
= f 0 ◦ (h ◦ k)
e,
g 0 = g 00 ◦ k
= (g 0 ◦ h) ◦ k
= g 0 ◦ (h ◦ k)
g0
D −−→ B
k & %g00
f0 0
↓ E ↑g
f 00
. &h
f0
A ←−− D
que h é um isomorfismo e D ∼
= E.
Observação 4.81 A proposição 4.80 afirma que objeto D quando existe, é único a menos
de isomorfismo.
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 73
iA : A → C e iB : B → C
x 7→ x x 7→ x.
i1A∩B : A ∩ B → A e i2A∩B : A ∩ B → B
x 7→ x x 7→ x.
De fato, o diagrama
i2A∩B
A∩B −−−−→ B
i1A∩B
↓ ↓ iB
iA
A −−−→ C
é comutativo. Ainda, para cada pré-produto fibrado (E, α, β) do par (iA , iB ), existe uma
única função
h: E →A∩B
t 7→ α (t),
β
E −−→ B
h & %i2A∩B
α
↓ A∩B ↓ iB
i1A∩B
.
iA
A −−→ C
comuta. Por outro lado, pelo exemplo 4.77, (D, π1 , π2 ) é também um produto fibrado do
par (iA , iB ), onde
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 74
= {(x, x) ∈ A × B; x ∈ A ∩ B} ,
e,
π1 : D →A e π2 : D →A
(x, x) 7→ x (x, x) 7→ x.
Observação 4.83 O exemplo anterior, mostra que o produto fibrado, generaliza, em certo
sentido, a noção de interseção de conjuntos.
f ◦ α = f ◦ (f 0 ◦ h)
= (f ◦ f 0 ) ◦ h
= (g ◦ g 0 ) ◦ h
= g ◦ (g 0 ◦ h)
= g ◦ β.
f 0 ◦ l = f1 e g 0 ◦ l = f2 . (4.39)
α ◦ k = α ◦ h−1 ◦ l
= α ◦ h−1 ◦ l
= f 0 ◦ h ◦ h−1 ◦ l
= f0 ◦ l
= f1
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 75
e,
β ◦ k = β ◦ h−1 ◦ l
= β ◦ h−1 ◦ l
= g 0 ◦ h ◦ h−1 ◦ l
= g0 ◦ l
= f2 .
Ou seja, o diagrama
f2
F −−→ B
k & %β
f1
↓ E ↓g
α
.
f
A →
− C
e β que,
f 0 ◦ (h ◦ ∆) = α ◦ ∆ = f1 (4.40)
e,
g 0 ◦ (h ◦ ∆) = β ◦ ∆ = f2 . (4.41)
e,
g 0 ◦ (h ◦ k) = β ◦ k = f2 . (4.43)
iK : K → B
x 7→ x.
iK ◦ f¯ (x) = f (x)
= f if −1 (K) (x)
= f ◦ if −1 (K) (x) .
Portanto, o diagrama
f¯
f −1 (K) −−→ K
if −1 (K)
↓ ↓ iK
f
A −−→ B
é comutativo. Agora, dado um pré-produto fibrado (E, α, β), podemos considerar a função
h: E → f −1 (K)
t 7→ α (t).
e,
f¯ ◦ h (t) = f (h (t))
= f (α (t))
= iK (β (t))
= β (t) .
= α (t)
= h (t) ,
β
E −−−→ K
h & %f¯
α
↓ f −1 (K) ↓iK
if −1 (K)
.
f
A −−−→ B
= {(x, y) ∈ A × K; f (x) = y} ,
e,
π1 : D →A e π2 : D →K
(x, y) 7→ x (x, y) 7→ y,
φ: D → f −1 (K)
(x, y) 7→ x
φ−1 : f −1 (K) → D
x 7→ (x, f (x)).
Observação 4.86 O exemplo anterior mostra que o gráfico de uma função é isomorfo
ao seu domı́nio e apresenta o único isomorfismo entre esses conjuntos.
Definição 4.87 Dizemos que uma categoria C possui todos os produtos fibrados se,
cada par de morfismos com mesmo codomı́nio (f, g), possui um produto fibrado.
Teorema 4.88 Seja (f, g) um par de morfismos tais que f ∈ C (A, C) e g ∈ C (B, C). Se
(A × B, π1 , π2 ) é um produto de A e B e (D, i) é um equalizador de f ◦ π1 e g ◦ π2 , então
(D, π1 ◦ i, π2 ◦ i) é um produto fibrado de (f, g)
f ◦ f 0 = f ◦ (π1 ◦ i)
= (f ◦ π1 ) ◦ i
= (g ◦ π2 ) ◦ i
= g ◦ (π2 ◦ i)
= g ◦ g0.
Ou seja, (D, f 0 , g 0 ) é um pré-produto fibrado do par (f, g). Seja (E, α, β) um pré-produto
fibrado qualquer de (f, g). Por definição, (E, α, β) é também, um pré-produto de A e B.
Logo, existe um único morfismo k : E → A × B tal que
π 1 ◦ k = α e π2 ◦ k = β (4.44)
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 79
(f ◦ π1 ) ◦ k = f ◦ (π1 ◦ k)
=f ◦α
=g◦β
= g ◦ (π2 ◦ k)
= (g ◦ π2 ) ◦ k.
E
&k
g◦π2
h
↓ A×B −−
−−→→ C
f ◦π1
%i
D
é comutativo. Logo,
f 0 ◦ h = (π1 ◦ i) ◦ h
= π1 ◦ (i ◦ h)
= π1 ◦ k
=α
g 0 ◦ h = (π2 ◦ i) ◦ h
= π2 ◦ (i ◦ h)
= π2 ◦ k
=β
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 80
ou seja,
β
E −−→ B
h & %g 0
α
↓ D ↓g
f0 .
f
A −−→ C
π1 ◦ (i ◦ ∆) = (π1 ◦ i) ◦ ∆
= f0 ◦ ∆
=α
e,
π2 ◦ (i ◦ ∆) = (π2 ◦ i) ◦ ∆
= g0 ◦ ∆
=β
i ◦ h = i ◦ ∆.
e, (C, f1 , f2 ) é um pré-produto fibrado do par (f, g). Por definição, existe um único
morfismo k : C → D, tal que o diagrama
f2
C −−→ B
k & %g0
f1
↓ D ↓g
f0 .
f
A −−→ T
comuta. Ou seja,
f 0 ◦ k = f1 e g 0 ◦ k = f1 .
Corolário 4.90 Uma categoria C possui todos os produtos finitos e todos os equalizadores
se, e somente se, possui todos os produtos fibrados e um objeto terminal.
hα : A → A × B e hβ : A → A × B,
A A
hα hβ
1A
. ↓ &α 1A
. ↓ &β
π1 π2 π1 π2
A ←
− A×B →
− B A A×B B
←
− →
−
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 82
comutam, ou seja,
π1 ◦ hα = 1A e π2 ◦ hα = α (4.46)
e,
π1 ◦ hβ = 1A e π2 ◦ hβ = β. (4.47)
kα : E → A × B e kβ : E → A × B
kα
1A ◦iα
. ↓ &α◦iα
π1 π2
A ←
− A×B →
− B
1A ◦iβ - ↑ %β◦iβ
kβ
e,
π1 ◦ kβ = 1A ◦ iβ e π2 ◦ kβ = β ◦ iβ (4.50)
e
α ◦ iα = β ◦ iβ
Resultando que
α ◦ iβ = β ◦ iβ .
α ◦ iC = β ◦ iC .
π1 ◦ (hα ◦ iC ) = (π1 ◦ hα ) ◦ iC
= 1A ◦ iC
= (π1 ◦ hβ ) ◦ iC
= π1 ◦ (hβ ◦ iC )
e,
π2 ◦ (hα ◦ iC ) = (π2 ◦ hα ) ◦ iC
= α ◦ iC
= β ◦ iC
= (π2 ◦ hβ ) ◦ iC
= π2 ◦ (hβ ◦ iC ) .
hα ◦ iC = hβ ◦ iC .
(E, iβ , iβ ) = (E, iα , iβ )
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 84
C
&iC
α
k
↓ A −
→
−
→ B
β
% iβ
E
Exemplo 4.91 A categoria Grp possui todos os produtos finitos e todos os equalizadores,
logo, pelo corolário 4.90, possui todos os produtos fibrados. Ainda, se f ∈ Grp (G, C) e
g ∈ Grp (H, C), então (D, π1 ◦ i, π2 ◦ i) é um produto fibrado de (f, g), onde
e,
i: D →G×H
(x, y) 7→ i (x, y) = (x, y)
Proposição 4.92 Se (f, g) é um par de morfismos tais que f, g ∈ C (A, B) e (E, i, i) é
um produto fibrado de (f, g), então (E, i) é um equalizador de f e g.
f ◦ i = g ◦ i,
i0
E0 −−→ A
k & %i
i0
↓ E ↓g
i
.
f
A −−→ B
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 85
comuta, ou seja,
i ◦ k = i0 .
Proposição 4.93 Seja f ∈ C (A, B). A tripla (A, 1A , 1A ) é o produto fibrado de (f, f )
se, e somente se, f é um monomorfismo.
Por definição, segue que (D, g, h) é um pré-produto fibrado de (f, f ). Daı́, existe um único
morfismo k : D → A tal que
1A ◦ k = g e 1A ◦ k = h,
1A ◦ h = α e 1A ◦ h = β, (4.52)
h = α = 1A ◦ k = k.
Proposição 4.94 Seja (D, f 0 , g 0 ) um produto fibrado de (f, g), onde f ∈ C (A, C) e g ∈
C (B, C) . Se f é um monomorfismo, então, g 0 é um monomorfismo.
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 86
g 0 ◦ α = g 0 ◦ β. (4.53)
f ◦ (f 0 ◦ α) = (f ◦ f 0 ) ◦ α
= (g ◦ g 0 ) ◦ α
= g ◦ (g 0 ◦ α)
= g ◦ (g 0 ◦ β) .
g 0 ◦β
E −−−−→ B
k & %g0
f 0 ◦α
↓ D ↓g
f0 .
f
A −−−−→ C
α = k = β,
A demonstração dos principais resultados desta seção serão deixados como exercı́cio para
o leitor, por se tratarem de afirmações duais das respectivas afirmações contidas na seção
anterior.
Para o que segue, suponha C uma categoria e (f, g) um par de morfismos tais que
f ∈ C (C, A) e g ∈ C (C, B).
β
E ←−− B
h - .g 0
α
↑ S ↑g
f0 %
f
A ←−− C
comuta. Ou seja, h ◦ f 0 = α e h ◦ g 0 = β.
max {y, z} , 1max{y,z} , (min {y, z} , max {y, z})
é uma soma amalgamada do par ((x, y) , (x, z)). Com efeito, basta notar que, para
cada pré-soma amalgamada (e, α, β) do par ((x, y) , (x, z)), existe um único morfismo
(max {y, z} , e) tal que o diagrama
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 88
β
e ←−−−−−−−− min {y, z}
- .
α
↑ max {y, z} ↑(x,min{y,z})
%
(x,max{y,z})
max {y, z} ←−−−−−−−−− x
comuta.
i1A∩B : A ∩ B → A e i2A∩B : A ∩ B → B
x 7→ x x 7→ x.
iA : A → A ∪ B e iB : B → A ∪ B
x 7→ x x 7→ x.
iB
A∪B ←−−− B
iA 2
↑ ↑iA∩B
i1A∩B
A ←−−−− A∩B
é comutativo. Além disso, para cada pré-soma amalgamada (E, α, β), definimos o mor-
fismo h : A ∪ B → E, pondo
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 89
α (x) , se x ∈ A
h (x) =
β (x) , se x ∈ B − A.
g (x) = g ◦ iA (x)
= α (x)
= h (x) ,
ii) se x ∈ B − A,
g (x) = g ◦ iB (x)
= β (x)
= h (x) .
β
E ←−− B
-h iB
.
α 2
↑ A∪B ↑iA∩B
iA
%
i1A∩B
A ←−−−− A∩B
comutar.
Para as duas proposições que seguem, suponha que (S, f 0 , g 0 ) é uma soma amalgamada
de (f, g), onde f ∈ C (A, S) e g ∈ C (B, S).
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 90
Proposição 4.100 Se (E, f 00 , g 00 ) é também uma soma amalgamada de (f, g), então
S∼
= E.
Observação 4.102 As proposições 4.100 e 4.101 afirmam que objeto S quando existe, é
único a menos de isomorfismo.
Definição 4.103 Dizemos que uma categoria C possui todas as somas amalga-
madas se, cada par de morfismos com mesmo domı́nio (f, g), possuir uma soma amal-
gamada.
Teorema 4.104 Seja (f, g) um par de morfismos tais que f ∈ C (C, A) e g ∈ C (C, B).
Se (A + B.i1 , i2 ) é um coproduto de A e B e (E, e) é um coequalizador de i1 ◦ f e i2 ◦ g,
então (E, e ◦ i1 , e ◦ i2 ) é uma soma amalgamada de (f, g).
Exemplo 4.105 Considere o par de morfismos (f, g) tal que f ∈ Set (C, A) e
g ∈ Set (C, B). Pelo exemplo 4.28, (A + B, i1 , i2 ) é um coproduto de A e B, onde
A + B = {(a, 0) ; a ∈ A} ∪ {(b, 1) ; b ∈ B}, e
i1 : A → A + B e i2 : A →A+B
a 7→ (a, 0) a 7→ (b, 1).
Sejam
i1 ◦ f : C →A+B e i2 ◦ g : C →A+B
x 7→ (f (x) , 0) x 7→ (g (x) , 1).
A+B
Pelo exemplo 4.67, o par R
,φ é um coequalizador de i1 ◦ f e i2 ◦ g, onde R é a menor
relação de equivalência em A + B tal que:
e,
A+B
φ: A+B → R
t 7→ t̄.
A+B
Portanto, pelo teorema 4.104, R
,φ ◦ i1 , φ ◦ i2 é uma soma amalgamada do par (f, g).
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 91
Se
A+B
φ: A+B → R
t 7→ t̄,
A+B
φ ◦ i1 : A → R
a 7→ (a, 0),
e,
A+B
φ ◦ i2 : B → R
b 7→ (b, 1).
A+B
Segue do exemplo anterior que R
,φ ◦ i1 , φ ◦ i2 é uma soma amalgamada do par (i1A∩B , i2A∩B ).
A+B ∼
Pelo exemplo 4.98, e pela proposição 4.100, = A ∪ B.
R
Proposição 4.107 Sejam I um objeto inicial em uma categoria C e (f, g) é um par de
morfismos tais que f ∈ C (I, A), g ∈ C (I, B) . Se (S, f 0 , g 0 ) é uma soma amalgamada do
par (f, g), então (S, f 0 , g 0 ) é um coproduto de A e B.
Corolário 4.108 Uma categoria C possui todos os coprodutos finitos e todos os coequal-
izadores se, e somente se, possui todas as somas amalgamadas e um objeto inicial.
Proposição 4.111 Seja (S, f 0 , g 0 ) um produto fibrado de (f, g), onde f ∈ C (C, A) e
g ∈ C (C, B) . Se f 0 é um epimorfismo, então, g 0 é um epimorfismo.
Capı́tulo 5
Generalização de Produtos e
Coprodutos
a) ObCpF é o conjunto de todos os pares C, (fi )i∈I constituı́do de um objeto C e uma
famı́lia (fi )i∈I de morfismos fi : C → Ai em C.
92
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 93
ai
. ↓h
bi
Ai ←−− B
F
comuta, para cada i ∈ I. Usaremos a notação hCp para indicar o morfismo h em CpF .
. . .
c) Dados  = A, (ai )i∈I , B̂ = B, (bi )i∈I e Ĉ = C, (ci )i∈I , a operação de composição
categorial
◦CpF : CpF B̂, Ĉ × CpF Â, B̂ → CpF Â, Ĉ
F
é tal que g Cp ◦CpF f Cp = (g ◦ f )Cp .
F F
F
d) O morfismo 1Â ∈ CpF Â, Â é o morfismo 1Â = (1A )Cp .
F F F F
Observação 5.1 Dois morfismos hCp e g Cp em CpF são tais que hCp = g Cp se, somente
se, h = g em C.
n F o
Proposição 5.2 Se CpF A, (ai )i∈I , B, (bi )i∈I = hCp , então o morfismo h ∈ C (A, B)
ai
. ↓g
bi
Ai ←−− B
F
comuta, para cada i ∈ I. Por definição, temos que g Cp ∈ CpF
A, (ai )i∈I , B, (bi )i∈I =
n o
F F F
hCp , isto é, g Cp = hCp , consequentemente, g = h.
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 94
ou,
P = A1 × A2 × ... × An
Exemplo 5.4 Sejam C uma categoria qualquer e (A, B) uma famı́lia de objetos em C. É
fácil verificar (fica a cargo do leitor) que um produto da famı́lia (A, B), quando existe, é
um produto categorial (A × B, π1 , π2 ) em C. Além disso, cada elemento de ObCp(A,B) é um
pré-produto categórico de A e B.
Proposição 5.5 Se P, (pi )i∈I e Q, (qi )i∈I são produtos da famı́lia F = (Ai )i∈I , então
existe em C, um único isomorfismo h : P → Q, tal que qi ◦ h = pi para cada i ∈ I.
Demonstração. Por hipótese, P, (pi )i∈I e Q, (qi )i∈I são objetos terminais em CpF .
F
pelo teorema 3.31, existe um único isomorfismo hCp : P, (pi )i∈I → Q, (qi )i∈I em CpF .
n−1
Q
cada i ∈ In . Como fi ◦ p1 : Ai × An → Ai , para cada i ∈ In−1 , segue que
i=1
n−1
Q
Ai × An , (fi ◦ p1 )i∈In−1 , pn ∈ ObCpF3 . Logo, existe um único morfismo
i=1
n−1 n
Q Q
h: Ai × An → Ai , tal que o diagrama
i=1 i=1
n−1
Q
Ai ×An
i=1
fi ◦p1
. ↓h &pn
n
(ai )i∈In an
Q
Ai ←−−− Ai −−−→ An
i=1
comuta, isto é
ai ◦ h = fi ◦ p1 , para cada i ∈ In−1 , (5.1)
e,
an ◦ h = p n . (5.2)
n
Q
Além disso, temos que Ai , (ai )i∈In−1 ∈ ObCpF1 , logo, existe um único morfismo g :
i=1
n
Q n−1
Q
Ai → Ai tal que
i=1 i=1
fi ◦ g = ai para cada i ∈ In−1 . (5.3)
n
Q
Consequentemente, Ai , g, an ∈ ObCpF2 . Portanto, existe um único morfismo
i=1
n
n−1
Q Q
z: Ai → Ai × An tal que
i=1 i=1
p 1 ◦ z = g e p n ◦ z = an . (5.4)
assim, o diagrama
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 96
n
Q
A
i=1
g
. ↓z &an
n−1
n−1
p1 pn
Q Q
Ai ←−− Ai × An −−−→ An
i=1 i=1
e,
an ◦ (h ◦ z) = an .
Ou seja,
n
Q
Ai
i=1
ai
. ↓h◦z
n
ai
Q
Ai ←−− Ai
i=1
n
Q n−1
Q
comuta. Logo, se K = Ai e L = Ai × An , segue que h ◦ z = 1K . Fica a cargo do
i=1 i=1
n−1 n
Ai × An ∼
Q Q
leitor mostrar que z ◦ h = 1L . Portanto, z é isomorfismo e, = Ai .
i=1 i=1
(A1 × A2 ) × A3 ∼
= A1 × A2 × A3 .
n−1 n−1
Q Q
Proposição 5.8 Se existem os produtos Ai , (fi )i∈In−1 e Ai × An , p1 , pn ,
i=1 i=1
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 97
ai = f i ◦ p 1 ,
n−1
Q
Dado C, (φi )i∈In ∈ ObCpF3 , segue que C, (φi )i∈In−1 ∈ ObCpF1 . Assim, h : C → Ai é o
i=1
n−1
Q
Ainda, (C, h, φn ) ∈ ObCpF2 . Logo, existe um único morfismo g : C → Ai × An tal
i=1
que
p1 ◦ g = h e pn ◦ g = φn . (5.6)
φi
. ↓g
n−1
ai
Q
Ai ←−− Ai × An
i=1
é comutativo, pois
ai ◦ g = fi ◦ (p1 ◦ g)
= fi ◦ h
= φi ,
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 98
an ◦ g = p n ◦ g
= φn .
n−1
Q
Ainda, se ∆ : C → Ai × An satisfaz aj ◦ ∆ = φj para cada j ∈ In , podemos concluir
i=1
satisfaz aj ◦ g = φj , para cada j ∈ In . Como C, (φi )i∈In foi tomado arbitráriamente,
n−1
Ai × An , (aj )j∈In é um objeto terminal em CpF1 , isto é, um produto
Q
segue que
i=1
pi : L → Ai
como i ∈ I, tais que L, (pi )i∈I é um produto de (Ai )i∈I .
Q
Demonstração. Seja h : L → Ai um isomorfismo. Para cada i ∈ I, defina pi : L → Ai
i=1
Q
pondo pi = ai ◦ h. Dado C, (φi )i∈I ∈ ObCpF , existe um único morfismo h̄ : C → Ai em
i=1
pi ◦ k = ai ◦ h̄
= φi .
φi
. ↓k
pi
Ai ←−− L
comuta. Logo L, (pi )i∈I é um produto da famı́lia F = (Ai )i∈I .
Teorema 5.10 Se C é conectada e P, (πi )i∈I é um produto da famı́ila F = (Ai )i∈I ,
então para cada i ∈ I, πi é um epimorfismo.
Ai0
fi 1Ai
. ↓h & 0
πi πi0
Ai ←−− P −−−→ A i0
comuta. Assim, pi0 ◦ h = 1Ai0 , pela proposição 3.15, pi0 é um epimorfismo. Como i0 foi
tomado arbitrariamente, o resultado está demonstrado.
Q
Teorema 5.11 Sejam C uma categoria, Ai , (pi )i∈I um produto da famı́lia F =
i∈I
Q
(Ai )i∈I e X, (vi )i∈I ∈ ObCpF . Se α, β ∈ C X, Ai são tais que pi ◦ α = vi = pi ◦ β,
i∈I
n
é um objeto terminal em CpF e X, (vi )i∈I ∈
Q
Demonstração. Como Ai , (pi )i∈I
i=1
Q
ObCpF , existe um único morfismo h : X → Ai em C, tal que
i∈I
vi
. ↓h
pi
Q
Ai ←−− Ai
i∈I
Definição 5.12 Seja C uma categoria. P ∈ ObC é um produto de uma famı́lia vazia de
objetos de C se, e somente se, é um objeto terminal1 de C.
↓f
Definição 5.13 Dizemos que uma categoria C possui todos os produtos finitos se
cada famı́lia finita de objetos em C possuir um produto.
Definição 5.14 Dizemos que uma categoria C possui todos os produtos arbitrários
se cada famı́lia de objetos em C possuir um produto.
Exemplo 5.15 As categorias Set, Grp, Ab, Ring, FVectK e Top possuem todos os
produtos arbitrários.
Definição 5.16 Dizemos que C é uma categoria cartesiana se, possui um objeto ter-
minal T e todos os produtos.
1
Lembramos que se P é um objeto terminal em C, dado C ∈ ObC , existe um único morfismo f : C → P
em C.
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 101
Teorema 5.17 Uma categoria C possui todos os produtos finitos se, e somente se é uma
categoria cartesiana.
a) ObCcF é o conjunto de todos os pares C, (fi )i∈I constituı́do de um objeto C e uma
famı́lia (fi )i∈I de morfismos fi : Ai → C em C.
b) O conjunto M orCcF é determinado da seguinte forma:
Sejam A, (ai )i∈I e B, (bi )i∈I objetos em CcF . Então h ∈ CpF
A, (ai )i∈I , B, (bi )i∈I
se, e somente se, h ∈ C (A, B) e h ◦ ai = bi , para todo i ∈ I, isto é, o diagrama
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 102
h
↑ - bi
ai
A ←−− Ai
F
comuta, para cada i ∈ I. Usaremos a notação hCc para indicar o morfismo h em CcF .
. . .
c) Dados  = A, (ai )i∈I , B̂ = B, (bi )i∈I e Ĉ = C, (ci )i∈I , a operação de composição
categorial
◦CcF : CcF B̂, Ĉ × CcF Â, B̂ → CcF Â, Ĉ
F
é tal que g Cc ◦CcF f Cc = (g ◦ f )Cc .
F F
F
d) O morfismo 1Â ∈ CcF Â, Â é o morfismo 1Â = (1A )Cc .
Definição 5.19 Um objeto inicial Q, (qi )i∈I em CcF quando existe, é chamado copro-
duto da famı́lia F = (Ai )i∈I (ou simplesmente, coproduto de (Ai )i∈I ). Sempre que
houver risco de ambiguidade, denotaremos
M
Q= Ai
i∈I
ou,
Q = A1 + A2 + ... + An ,
Exemplo 5.21 Sejam C uma categoria qualquer e (A, B) uma famı́lia de objetos em C.
Um coproduto da famı́lia (A, B), quando existe, é um coproduto categorial (A + B, i1 , i2 )
em C. Além disso, cada elemente de ObCcF é um pré-coproduto categórico de A e B.
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 103
Proposição 5.22 Se P, (pi )i∈I e Q, (qi )i∈I são coprodutos da famı́lia F = (Ai )i∈I ,
então existe em C, um único isomorfismo h : P → Q, tal que h ◦ pi = qi , para cada i ∈ I.
n−1 n−1
L L
Proposição 5.23 Se existem os coprodutos Ai , (fi )i∈In−1 , Ai + An , p1 , pn
i=1 i=1
n
n−1
L L
e Ai , (ai )i∈In das famı́lias F1 = (Ai )i∈In−1 , F2 = Ai , An e F3 = (Ai )i∈In res-
i=1 i=1
n−1 n
Ai + An ∼
L L
pectivamente, então = Ai .
i=1 i=1
(A1 + A2 ) + A3 ∼
= A1 + A2 + A3 .
n−1 n−1
L L
Proposição 5.25 Se existem os coprodutos Ai , (fi )i∈In−1 e Ai + An , p1 , pn ,
i=1 i=1
n−1
L
com j ∈ In , tais que Ai + An , (aj )j∈In é um coproduto de F3 = (Ai )i∈In .
i=1
L
Proposição 5.26 Seja Ai , (ai )i∈I um coproduto de uma famı́lia F = (Ai )i∈I de
i=1
φi : Ai → L,
com i ∈ I, tais que L, (φi )i∈I é um coproduto de (Ai )i∈I .
Teorema 5.27 Se C é conectada e Q, (qi )i∈I é um coproduto de (Ai )i∈I , então para
cada i ∈ I, qi é um monomorfismo.
L
Teorema 5.28 Sejam C uma categoria, Ai , (ϕi )i∈I um produto da famı́lia F =
i∈I
L
(Ai )i∈I e X, (vi )i∈I ∈ ObCcF . Se α, β ∈ C Ai , X são tais que α ◦ ϕi = vi = β ◦ ϕi ,
i∈I
Definição 5.29 Seja C uma categoria. Q ∈ ObC um coproduto de uma famı́lia vazia de
objetos em C se, somente se, é um objeto inicial de C.
↑f
Definição 5.30 Dizemos que uma categoria C possui todos os coprodutos finitos
se, cada famı́lia finita de objetos em C possuir um coproduto.
Definição 5.31 Dizemos que uma categoria C possui todos os coprodutos arbitrários
se, cada famı́lia de objetos em C possuir um coproduto.
Teorema 5.32 Uma categoria C possui todos os coprodutos finitos se, e somente
se, possuir um objeto inicial e todos os coprodutos.
Capı́tulo 6
Funtores
105
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 106
satisfazendo:
a) F1 (g ◦ f ) = F1 (g) ◦ F1 (f ), quaisquer que sejam f ∈ C (A, B) e g ∈ D (B, C) ;
b) F1 (1A ) = 1F0 (A) , para todo A ∈ ObC .
MhM,⊕,eM i .
F é um funtor covariante F : MhM,⊕,eM i → MhN,~,eN i . Com efeito, dados x, y ∈
M orMhM,⊕,e , tem-se:
Mi
e,
F1 (1M ) = f (eM ) = eN = 1N = 1F0 (M ) .
Em resumo, um funtor covariante é uma função entre duas categorias, que leva ob-
jetos em objetos, morfismo em morfismos, preservando domı́nios, codomı́nios, identidade
e composições. Quando for conveniente, iremos definir um funtor com auxı́lio de um
diagrama do tipo:
F : C → D
A 7→ F0 (A)
A F0 (A)
↓f 7→ ↓ F1 (f )
B F0 (B).
satisfazendo:
a) F1 (g ◦ f ) = F1 (f ) ◦ F1 (g), quaisquer que sejam f ∈ C (A, B) e g ∈ D (B, C) ;
b) F1 (1A ) = 1F0 (A) , para todo A ∈ ObC .
Observação 6.5 Note que um funtor contravariante inverte o sentido da seta que repre-
senta o morfismo F1 (f ) na categoria D :
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 108
F : C → D
A 7→ F0 (A)
A F0 (A)
↓f 7→ ↑ F1 (f )
B F0 (B).
F : P(P,P ) → P(Q,Q )
x 7→ F0 (x) = α (x)
x α (x)
y α (y),
= (α (z) , α (x))
Ou seja, F1 ((y, z) ◦ (x, y)) = F1 ((x, y)) ◦ F1 ((y, z)). Ainda, como x P x, para todo
x ∈ P, então α (x) Q α (x). Portanto,
Ainda,
F1 (1X ) = (1X )op = 1X = 1F0 (X) .
i) F̄0 : ObC op → ObD , onde F̄0 (A) = F0 (A) para cada objeto A ∈ ObC op ,
e,
ii) F̄1 : M orC op → M orD , associa a cada morfismo f op ∈ C op (B, A) , o morfismo F1 (f ),
é um funtor covariante F̄ : C op → D.
= F1 ((u ◦C v))
= F1 (v) ◦D F1 (u)
e,
ii) G1 : M orP(P, → M orP , é tal que G1 ((y, x)) = F1 ((x, y)).
P) (Q,Q )
O par de funções G é um funtor covariante G : P(P,P ) → P(Q,Q ) .
Doravante, o termo ”Funtor” irá significar funtor covariante. Além disso, usaremos
apenas o sı́mbolo F, para indicar as funções F0 e F1 , sempre que não houver risco de
ambiguidade.
GF = h(GF )0 , (GF )1 i ,
dado por:
e,
F1 (g ◦ f ) = F1 (g) ◦ F1 (f ) .
Daı́,
(GF )1 (g ◦ f ) = G1 (F1 (g ◦ f ))
= G1 (F1 (g) ◦ F1 (f ))
(GF )1 (1X ) = G1 (F1 (1X )) = G1 1F0 (X) = 1G0 (F0 (X)) = 1(GF )0 (X) .
Portanto, GF é um funtor.
A seguir, definimos a categoria Cat, de todas as categorias pequenas1 .
1
Existe também, a categoria CAT , de todas as categorias. Para mais detalhes sobre esse assunto,
sugerimos que o leitor faça uma visita à quinta seção do capı́tulo II do livro [5].
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 112
e,
(HG) F (f ) = H (G (F (f ))) = H (GF (f )) = H (GF ) (f ) .
Exemplo 6.17 (Funtor Morfismo) O par de funções hA = h(hA )0 , (hA )1 i dado por:
i) (hA )0 : ObC → ObSet , onde (hA )0 (X) = C (A, X) para cada X ∈ ObC ,
e,
ii) (hA )1 : M orC → M orSet , associa a cada f ∈ C (X, Y ), o morfismo
onde
(hA )1 (f ) (α) = f ◦ α,
(hA )1 (g ◦C f ) (α) = (g ◦C f ) ◦C α
= g ◦C (f ◦C α)
= (hA )1 (g) (f ◦C α)
isto é, (hA )1 (g ◦C f ) = (hA )1 (g) ◦ (hA )1 (f ). Ainda, dados W ∈ ObC e β ∈ C (A, W ),
tem-se que
Exemplo 6.18 O par de funções hA = hA 0
, hA 1
dado por:
i) hA 0
: ObC → ObSet , onde hA 0
(X) = C (X, A) para cada X ∈ ObC ,
e,
ii) hA 1
: M orC → M orSet associa, a cada f ∈ C (X, Y ), o morfismo
hA hA (X) , hA
1
(f ) ∈ Set 0 0
(Y ) ,
onde
hA
1
(f ) (α) = α ◦ f ,
para todo α ∈ hA 0
(X), define um funtor contravariante hA : C → Set, também
conhecido como funtor morfismo.
homC ( , A) , C ( , A) ou M orC ( , A) .
Para os dois exemplos que seguem, dado um espaço vetorial V de dimensão finita e
um corpo K, os conjuntos V ∗ = F V ectK (V, K) e V ∗∗ = F V ectK (V ∗ , K) são o seu dual
e bi-dual, respectivamente.
Td (α) = αT ,
para todo β ∈ W ∗∗ .O par de funções Gdd é um funtor covariante, conhecido como funtor
bi-dual.
Fica a cargo do leitor verificar que as funções definidas nos três exemplos anteriores
são de fato, funtores.
O exemplo a seguir, será útil no capı́tulo de transformações naturais.
Exemplo 6.22 (Funtor Produto) Sejam C uma categoria que possui todos os produtos
×A
finitos e A ∈ ObC . Definimos um funtor F : C → C, pondo:
×A
i) F (B) = B × A, para cada B ∈ ObC ,
e,
×A
ii) F (f ) = f × 1A , para cada f ∈ C (B, C).
Note que a categoria C possui um produto para cada par de objetos, logo, dados B ∈ ObC
e f ∈ C (B, C), tem-se que:
×A
F (B) = B × A ∈ ObC
e,
×A ×A ×A
F (f ) = f × 1A ∈ C (B × A, C × A) = C F (B) , F (C) .
×A
F (g ◦ f ) = (g ◦ f ) × 1A
= (g ◦ f ) × (1A ◦ 1A )
= (g × 1A ) ◦ (f × 1A )
×A ×A
=F (g) ◦ F (f ) ,
e,
×A
F (1B ) = 1B × 1A = 1B×A = 1F ×A (B) .
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 116
×A
Portanto, F é de fato, um funtor, conhecido como funtor produto.
+A
Exemplo 6.23 (Funtor Coproduto) Considere o funtor F : C → C, dado por:
+A
i) F (B) = B + A, para cada B ∈ ObC ,
e,
+A
ii) F (f ) = f + 1A , para cada f ∈ C (B, C).
Dados B ∈ ObC e f ∈ C (B, C), tem-se que:
+A
F (B) = B + A ∈ ObC
e,
+A +A +A
F (f ) = f + 1A ∈ C (B + A, C + A) = C F (B) , F (C) .
+A
F (g ◦ f ) = (g ◦ f ) + 1A
= (g ◦ f ) + (1A ◦ 1A )
= (g + 1A ) ◦ (f + 1A )
+A +A
=F (g) ◦ F (f ) ,
e,
+A
F (1B ) = 1B + 1A = 1B+A = 1F +A (B) .
+A
O que mostra que F é de fato um funtor.
Algumas das categorias listadas no Capı́tulo 2, possuem como objetos, conjuntos que
são dotados de alguma estrutura adicional. E, como morfismos, funções que satisfazem
propriedades especı́ficas. Veremos nesta seção uma classe de funtores que, de certo modo,
”esquecem” essas estruturas e propriedades adicionais.
6.2.2 Bifuntores
Nesta seção, definimos e construimos dois bifuntores que serão peças fundamentais na
definição do conceito de Funtores Adjuntos. Esse conceito fundamental em Teoria de
Categorias será dado no Capı́tulo 11.
F : C1 × C2 → C3 .
n
Y
Mais geralmente, um multifuntor, é um funtor da forma F : Ci → Cj .
i=1
Observação 6.28 A partir de agora, quando não houver risco de confusão, usaremos as
notações mais simples F0 A e F1 f para indicar F0 (A) e F1 (f ), respectivamente, ou F A e
F f para indicar F (A) e F (f ).
Exemplo 6.29 (Bifuntor Produto) Seja C uma categoria que possui todos os produtos
×
finitos. Definimos um bifuntor F : C × C → C, pondo:
×
i) F (A, B) = A × B, para cada (A, B) ∈ ObC×C ,
e,
×
ii) F (f, g) = f × g, para cada (f, g) ∈ C × C ((A, B) , (C, D)).
Dados (A, B) ∈ ObC×C e (f, g) ∈ C × C ((A, B) , (C, D)), temos
×
F (A, B) = A × B ∈ ObC
e,
× × ×
F (f, g) = f × g ∈ C (A × B, C × D) = C F (A, B) , F (C, D) .
× ×
F ((k, l) ◦ (f, g)) = F ((k ◦ f, l ◦ g))
= (k ◦ f ) × (l ◦ g)
= (k × l) ◦ (f × g)
× ×
=F (k, l) ◦ F (f, g) ,
e,
× ×
F 1(A,B) = F (1A , 1B ) = 1A × 1B = 1A×B = 1F × (A,B) .
×
De onde concluı́mos que F é de fato, um bifuntor.
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 119
Exemplo 6.30 (Bifuntor Coproduto) Seja C uma categoria que possui todos os co-
+
produtos finitos. Podemos definir um bifuntor F : C × C → C, pondo:
+
i) F (A, B) = A + B, para cada (A, B) ∈ ObC×C ,
e,
+
ii) F (f, g) = f + g, para cada (f, g) ∈ C × C ((C, D) , (A, B)).
+
Fica a cargo do leitor verificar que F é de fato, um bifuntor.
Exemplo 6.31 (Bifuntor Morfismo) Seja C uma categoria localmente pequena. Con-
sideremos o par de funções h = hh0 , h1 i dado por:
i) h0 : ObC op ×C → ObSet , onde h0 (A, B) = C (A, B), para cada (A, B) ∈ ObC op ×C ,
e,
ii) h1 : M orC op ×C → M orSet , associa a cada (f op , g) ∈ C op × C (A, B) , Â, B̂ , o
morfismo
h1 (f op , g) ∈ Set h0 (A, B) , h0 Â, B̂ ,
com
h1 (f op , g) (α) = g ◦ α ◦ f
e
op
h1 (f , g) ∈ Set C (A, B) , C Â, B̂ = Set h0 (A, B) , h0 Â, B̂ .
Além disso, se (k op , l) ∈ C op × C (A, B) , Â, B̂ e α ∈ C (A, B), são escolhidos arbi-
trariamente, segue que
= (l ◦ g) ◦ α ◦ (f ◦ k)
= l ◦ (g ◦ α ◦ f ) ◦ k
= l ◦ h1 (f op , g) (α) ◦ k
= h1 (k op , l) (h1 (f op , g) (α))
= h1 (k op , l) ◦ h1 (f op , g) (α) .
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 120
= 1B ◦ α ◦ 1A
=α
= 1C(A,B) (α)
A ∈ ObC op , B ∈ ObD
e,
f op ∈ C op A, Â e g ∈ D B, B̂ .
= T ((f ◦ k)op , l ◦ g)
= ((l ◦ g)op , f ◦ k)
= (g op ◦op lop , f ◦ k)
= (g op , f ) ◦ (lop , k)
= T (f op , g) ◦ T (k op , l) .
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 121
Ainda,
= ((1B )op , 1A )
= 1(B,A)
= 1T (A,B). .
e,
TG (f op , g) = ((Gg)op , f ) ∈ C op ×C GB̂, Â , (GB, A) = C op ×C TG Â, B̂ , TG (A, B) .
op op
Se (k , l) ∈ C ×D Â, B̂ , (C, D) , então
= T ((f ◦ k)op , l ◦ g)
= ((G (l ◦ g))op , f ◦ k)
= ((Gl ◦ Gg)op , f ◦ k)
= ((Gg)op , f ) ◦ ((Gl)op , k)
= T (f op , g) ◦ T (k op , l) .
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 122
Além disso,
= ((G1B )op , 1A )
= ((1GB )op , 1A )
= 1(GB,A)
= 1TG (A,B). .
homD ( , F ) = homD ( , ) TF ,
f : X → Y.
Definição 6.37 Sejam G = hNG , SG , OgG , DtG i e H = hNH , SH , OgH , DtH i grafos. Um
homomorfismo de grafos α com domı́nio G e codomı́nio H, denotado por α : G → H
é um par de operações α = hαN , αS i, tais que:
i) αN : NG → NH , associa a cada nó X ∈ NG , um nó αN (X) ∈ NH ;
ii) αS : SG → SH associa a cada seta f : X → Y de SG , uma seta
αS (f ) : αN (X) → αN (Y ) de SH ;
Definição 6.38 Consideremos os grafos G = hNG , SG , OgG , DtG i, H = hNH , SH , OgH , DtH i
e
L = hNL , SL , OgL , DtL i e os homomorfismos, α : G → H, e β : H → L. A composição
de β e α, denotada por βα : G → L, é dada por
(βα)S (f ) = (βS ◦ αS ) (f )
= (OgL ◦ βS ) ◦ αS
= (βN ◦ OgH ) ◦ αS
= βN ◦ (OgH ◦ αS )
= βN ◦ (αN ◦ OgG )
= h(γN ◦ βN ) ◦ αN , (γS ◦ βS ) ◦ αS i
e,
= αS ((1G )S (f )) = αS (f ) .
Exemplo 6.41 Considere as categorias Cat e GR. Definiremos agora, um par de funções
E : Cat → GR, onde:
e,
OgC (f ) = dom (f ) e DtC (f ) = cod (f ) ;
ii) E : M orCat → M orGR associa à cada funtor T = hT0 , T1 i ∈ Cat (C, D), com
= dom ((T1 ) (f ))
= T0 (A)
= T0 (OgC (f ))
= (T0 ◦ OgC ) (f ) ,
e,
= cod (T1 (f ))
= T0 (B)
= T0 (DtC (f ))
= (T0 ◦ DtC ) (f ) .
E (RT ) = RT = E (R) E (T ) .
Definição 6.42 (Diagrama) Sejam C uma categoria, G = hN, S, Og, Dti um grafo e
E : Cat → GR o funtor esquecimento definido como no exemplo 6.41. Um morfismo
d ∈ GR (G, E (C)) , isto é,
d : G → GC
é chamado um diagrama d em C.
3
Esse funtor ”esquece” a operação de composição entre os morfismos de uma categoria C.
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 127
Sejam
G = h{1, 2, 3, 4} , {(1, 2) , (1, 3) , (1, 4) , (3, 2) , (3, 4)} , OgG , DtG i ∈ ObGR
e,
dS ((1, 2)) = dS ((1, 3)) = dS ((3, 2)) = 1A , dS ((1, 4)) = dS ((3, 4)) = f.
G
2
1 |
E
↓
(1,3)
(1,2) d→ G2
. ↓ &(1,4) −−
(3,2) (3,4) A f B
2 ←− 3 −→ 4 −−→
1A 1B
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 128
Diagrama d:
1A
1A
. ↓ &f
1A f
A ←−−− A −−−→ B
Capı́tulo 7
Limites e Colimites
Neste capı́tulo construimos os conceitos de Limite e Colimite. Tais conceitos surgem com
frequência em Teoria de Categorias e, de certo modo, generalizam, por intermédio da
linguagem funtorial, importantes noções ja vistas nos capı́tulos anteriores. Além disso,
Limites e Colimites também auxiliam na caracterização de importantes propriedades de al-
guns funtores. Essas propriedades são necessárias por exemplo, para garantir a existência
de Funtores Adjuntos, o tema central do capı́tulo 11.
Contudo, tendo em vista o caráter introdutório deste livro, optamos por apresentar um
estudo mais superficial destes conceitos. O Leitor interessado poderá encontrar mais sobre
Limites e Colimites em praticamente todos os textos listados nas referências bibliográficas.
Para uma primeira leitura, este capı́tulo pode ser omitido.
7.1 Limites
Nesta seção definimos Limite e mostramos através de exemplos que este conceito gener-
aliza as noções de Produto, Equalizadores e Produto Fibrado.
No que segue, suponha F : D → C um funtor.
Definição 7.1 Seja (di )i∈I uma famı́lia de objetos de D. Um cone para F (ou F-cone ou
simplesmente cone) é um par C, (fi )i∈I consistindo de um objeto C de C e uma famı́lia
(fi )i∈I de morfismos fi : C → F0 (di ) em C, tais que, para cada morfismo g : di → dj com
i, j ∈ I, tem-se
F1 (g) ◦ fi = fj .
129
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 130
fi
. ↓fj
F1 (g)
F0 (di ) ←−−−− F0 (dj )
comuta.
Definição 7.2 Um F-cone C, (fi )i∈I é chamado um cone-limite de F (ou simples-
mente limite), se para cada F-cone E, (gi )i∈I , existir um único morfismo k : E → C
tal que o diagrama
gi
. ↓h
fi
F0 (di ) ←−− C
é um F-cone.
C C
f1
. &f1 f2
. & f2
F1 (1A ) F1 (1B )
F0 (A) −−−−−→ F0 (A) F0 (B) −−−−−→ F0 (B)
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 131
E
g1
. &g2
k
↓
π1 π2
F0 (A) ←−−− K −−−→ F0 (B).
C C
f1
. ↓ f2 f1
. ↓f2
F1 (F ) F1 (g)
F0 (A) ←−−−−− F0 (B) F0 (A) ←−−−− F0 (B)
F1 (f )
C f1 −−→
→
−−−→ F0 (A) −−
F (g)
1
F0 (B)
(C, f1 : C → F0 (A))
para representar um cone para F . Um limite (E, i : C → F0 (A)) para F , quando existe, é
um equalizador de F1 (f ) e F1 (g). De fato, basta notar que, se o par Ê, ı̂ : Ĉ → F0 (A)
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 132
Ê
&ı̂
F1 (f )
h
↓ F0 (A) −
−F−
−−
−→
→ F0 (B)
(g)
1
%i
E
C C
f1
. &f3 f2
. & f3
F1 (f ) F1 (g)
F0 (A) −−−−→ F0 (C) F0 (B) −−−−→ F0 (C)
f2
C −−−−→ F0 (B)
f1
↓ ↓F1 (g)
F1 (f )
F0 (A) −−−−→ F0 (C)
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 133
Um limite para F , quando existe, é um produto fibrado do par (F1 (f ) , F1 (g)). Com
efeito, dado uma tripla D, fˆ, ĝ tal que F1 (f ) ◦ fˆ = F1 (g) ◦ ĝ, existe um único morfismo
k : D → C tal que o diagrama
ĝ
D −−−→ F0 (B)
h & %f2
fˆ
↓ C ↓F1 (g)
f1 .
F1 (f )
F0 (A) −−−−→ F0 (C)
comuta.
Demonstração.
i) Supondo C, (fi )i∈I e Ĉ, (gi )i∈I limites para F , existem e são únicos os morfismos
k : C → Ĉ e l : Ĉ → C, tais que, para cada i ∈ I, tem-se:
gi ◦ k = fi ,
e,
fi ◦ l = gi .
Então,
fi ◦ (l ◦ k) = fi .
fi ◦ 1C = fi ,
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 134
para cada i ∈ I. Logo, l ◦k = 1C . Fica como exercı́cio para o leitor mostrar que k ◦l = 1Ĉ .
Portanto, k é um isomorfismo e C ∼
= Ĉ.
ii) Sejam C, (fi )i∈I um limite, v : C → Ĉ um isomorfismo e i ∈ I qualquer. Defina o
morfismo pi : Ĉ → F0 (di ), pondo
pi = fi ◦ v −1 . (7.1)
Se E, (gi )i∈I é um F-cone qualquer, existe único morfismo h : E → C que satisfaz:
f i ◦ h = gi . (7.2)
φ = v ◦ h.
pi ◦ ∆ = gi ,
temos
fi ◦ v −1 ◦ ∆ = pi ◦ ∆ = gi .
v −1 ◦ ∆ = h.
Concluı́mos que ∆ = φ. Portanto, φ é o único morfismo que satifaz a equação 7.3, o que
prova que Ĉ, (pi )i∈I é um limite para F .
7.2 Colimites
A noção de Colimite é dual à noção de Limite. Por isso, todas as demonstrações dos
resultados desta seção serão deixadas como exercı́cio para o leitor. A elaboração de
exemplos que mostram que o conceito de Colimite generaliza as noções de Coproduto,
Coequalizador e Soma Amalgamada também é um bom exercı́cio.
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 135
Definição 7.7 Seja (di )i∈I uma famı́lia de objetos de D. Um cocone para F (ou F-
cocone ou simplesmente cocone) é um par C, (fi )i∈I consistindo de um objeto C de C
e uma famı́lia (fi )i∈I de morfismos fi : F0 (di ) → C em C, tais que, para cada morfismo
g : di → dj com i, j ∈ I, tem-se
fj ◦ F1 (g) = fi ,
ou ainda, o diagrama
fi
% ↑fj
F (g)
F (di ) −−−−→ F (dj )
comuta.
Definição 7.8 Um F-cocone C, (fi )i∈I é chamado um cocone-limite de F (ou sim-
plesmente colimite), se para cada F-cocone E, (gi )i∈I , existir um único morfismo k :
C → E tal que
k ◦ fi = gi , para cada i ∈ I.
gi
% ↑k
fi
F (di ) −−→ C
comuta.
ii) Se C, (fi )i∈I é um colimite para F e Ĉ ∈ ObC é isomorfo a C, então existe um
morfismo pi : F0 (di ) → Ĉ, para cada i ∈ I, tal que o par Ĉ, (pi )i∈I é um colimite para
F.
Observação 7.10 Em palavras, as proposições 7.6 e 7.9 afirmam que o limite e o colimite
são únicos a menos de isomorfismos.
Capı́tulo 8
Transformações Naturais
τ : ObC → M orD
A 7→ τA : F (A) → G (A)
que associa a cada objeto A de C um morfismo τA em D (F (A) , G (A)) tal que, para cada
morfismo f ∈ C (A, B) temos G (f ) ◦ τA = τB ◦ F (f ). Ou seja, o diagrama
137
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 138
τA
A F (A) →
− G (A)
f F (f )
↓ ↓ ↓G(f )
τB
B F (B) →
− G (B)
Observação 8.2 Ao definir transformações naturais como uma função, estamos nos
referindo a uma famı́lia de morfismos (τA : F (A) → G (A))A∈ObC indexada por ObC .
Exemplo 8.4 Sejam X um conjunto não vazio, F X× : Set → Set e KX : Set → Set
os funtores produto e constante respectivamente. A função
π : ObSet → M orSet
B 7→ πB
de modo que
πB : X × B →B
(a, b) 7→ a
KX (f ) ◦ πA (a, b) = KX (f ) (a)
= 1X (a)
=a
= πB (a, f (b))
= πB ◦ F X× (f ) (a, b) ,
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 139
πA
A X ×A →
− KX (A)
f F X× (f )
↓ ↓ ↓KX (f )
πB
B X ×B →
− KX (B)
é comutativo.
a ... a1n f (a11 ) ... f (a1n )
11
GLn f ... = ,
... ... ...
an1 ... ann f (an1 ) ... f (ann )
e,
i) G (A) = A∗ , para cada A ∈ ObCRing
e,
ii) G (f ) = f , para cada f ∈ CRing (A, B).
Definimos agora a função
onde detA é o determinante usual de matrizes. Afirmamos que a função det é uma
transformação natural det : F → G. De fato, consideremos M ∈ GLn (A) . Como f é um
homomorfismo e a forma de calcular o determinante é a mesma independente do anel,
segue que
G (f ) ◦ detA (M ) = f ◦ detA (M )
= f (detA (M ))
= detB (GLn f (M ))
= detB ◦GLn f (M )
= detB ◦F (f ) (M ) .
detA
A F (A) −→ G (A)
f F (f )
↓ ↓ ↓G(f )
detB
B F (B) −→ G (B)
é comutativo.
×A
Exemplo 8.7 Sejam A um objeto da categoria Set, F : Set → Set e
F A× : Set → Set funtores produto. A função
τ : ObSet → M orSet
B 7→ τB
onde,
×A
τB : F A× (B) →F (B)
(x, y) 7→ (y, x)
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 141
é um isomorfismo natural τ : F A× ∼
=F ×A
. De fato, dados f ∈ C (B, C) e (x, y) ∈ A×B,
temos
×A
F ◦ τB (x, y) = (f × 1A ) ◦ τB (x, y)
= (f × 1A ) (y, x)
= (f (y) , 1A (x))
= (f (y) , x)
= τC ◦ (1A × f ) (x, y)
= τC ◦ F A× (x, y) .
×A
Ou seja, F ◦ τB = τC ◦ F A× . Além disso, como cada τB é um isomorfismo, concluimos
a afirmação.
Definição 8.8 Dizemos que F e G são funtores isomorfos (ou que F e G são natural-
mente equivalentes) e denotamos F ≈ G, se existe um isomorfismo natural τ : F ∼
= G.
Observação 8.9 Em palavras, quando dois funtores são naturamente equivalentes, eles
são ”essenciamente os mesmos”.
Exemplo 8.10 Os funtores KX e F X× não são naturalmente equivalentes, pois não pode
existir uma transformação natural de KX em F X× . Com efeito, suponha por absurdo,
que
η : ObSet → M orSet
A 7→ ηA : X → X × A
ηA
A X →
− X ×A
f 1X ×f
↓ ↓1X ↓
ηB
B X →
− X ×B
é comutativo. Logo,
= 1X × f (xA , a)
= 1X × f ◦ ηA (x)
= ηB ◦ 1X (x)
= ηB (x)
= (xB , b) ,
×T
Exemplo 8.11 Sejam T = {x0 } um objeto terminal em Set, F : Set → Set o funtor
produto, e 1Set : Set → Set o funtor identidade. A função
τ : ObSet → M orSet
×T
A 7→ τA : 1Set (A) → F (A)
×T
F (f ) ◦ τA (x) = (f × 1T ) (τA (x))
= (f × 1T ) (x, x0 )
= (f (x) , 1T (x0 ))
= (f (x) , x0 )
= τB (f (x))
= (τB ◦ f ) (x)
= τB ◦ 1Set (f ) (x) .
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 143
Portanto, o diagrama
τA
A A →
− A×T
f
↓ f
↓ ↓f ×1T
τB
B B →
− B×T
×T ×T
comuta, isto é, F (f ) ◦ τA = τB ◦ 1Set (f ). Logo, τ : 1Set → F é uma transformação
natural. Além disso, para cada A ∈ ObSet , τA é um isomorfismo, e, τ é um isomorfismo
×T
natural. Consequentemente, 1Set ≈ F .
onde,
τV : V → V ∗∗
x 7→ τV (x) : V ∗ → K
e,
τV (x) : V ∗ →K
f 7→ τV (x) (f ) = f (x)
e,
τW ◦ T (x) = τW (T (x)) . (8.2)
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 144
= τV (x) (hT )
= hT (x)
= h (T (x))
= τW (T (x)) (h) .
V V τV
→
− V ∗∗
T T
↓ ↓ ↓Gdd (T )
W W τW
−
→ W ∗∗
τ −1 : ObC → M orD
A 7→ (τA )−1 : G (A) → F (A)
é um isomorfismo natural τ −1 : G ∼
= F.
= F (f ) ◦ (τA )−1 .
E, o diagrama
(τA )−1
A G (A) −−−→ F (A)
f
↓ ↓G(f ) ↓F (f )
(τB )−1
B G (B) −−−→ F (B)
1F : ObC → M orD
A 7→ 1F (A) : F (A) → F (A)
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 146
F (f ) ◦ 1F (A) = F (f ) = 1F (B) ◦ F (f ) ,
1F (A)
A F (A) −−→ F (A)
f F (f )
↓ ↓ ↓F (f )
1F (B)
B F (B) −−→ F (B)
comuta em D.
η ◦ τ : ObC → M orD
A 7→ (η ◦ τ )A : F (A) → H (A)
onde, (η ◦ τ )A = ηA ◦ τA .
H (f ) ◦ (η ◦ τ )A = H (f ) ◦ (ηA ◦ τA )
= (H (f ) ◦ ηA ) ◦ τA
= (ηB ◦ G (f )) ◦ τA
= ηB ◦ (G (f ) ◦ τA )
= ηB ◦ (τB ◦ F (f ))
= (ηB ◦ τB ) ◦ F (f )
= (η ◦ τ )B ◦ F (f ) .
(η ◦ τ )A = τ −1 ◦ τ
A
= (τA )−1 ◦ τA
= 1F (A)
= (1F )A ,
ηA ◦ τA = (η ◦ τ )A
= (1F )A
= 1F (A) .
η : ObGrp → M orSet
G 7→ ηG : E (G) → hZ (G)
onde,
ηG : G → Grp (Z, G)
a 7→ ηG (a)
e,
ηG (a) : Z → G
n 7→ ηG (a) (n) = na.
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 148
e,
ηB ◦ f (a) = ηB (f (a)) . (8.4)
= f (na)
= f ◦ ηA (a) (n) .
ηA
A A →
− Grp (Z, A)
f f
↓ ↓ ↓hZ (f )
ηB
B B →
− Grp (Z, B) .
τ : ObGrp → M orSet
G 7→ τG : hZ (G) → E (G)
onde,
τG : Grp (Z, G) →G
β 7→ τG (β) = β (1) .
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 149
f ◦ τA (β) = f (β (1))
= f ◦ β (1)
= τB (f ◦ β)
= τB (hZ (f ) (β))
= τB ◦ hZ (f ) (β) .
Logo, f ◦ τA = τB ◦ hZ (f ), ou seja,
τA
A Grp (Z, A) →
− A
f
↓ ↓hZ (f ) f
↓
τB
B Grp (Z, B) →
− B
ηG ◦ τG (β) = ηG (β (1))
= αβ(1)
=β
e,
τG ◦ ηG (a) = τG (αa )
= αa (1)
= 1a
=a
= 1G (a)
= 1E(G) (a) .
[β ◦ (h ◦ τ )]A = βA ◦ (hA ◦ τA )
= (β ◦ h)A ◦ τA
= [(β ◦ h) ◦ τ ]A .
Observação 8.22 A categoria DC costuma ser denotada por F unct (C, D), e, se
F, G ∈ ObDC , o conjunto DC (F, G) é muitas vezes representado por N at (F, G).
2
Para uma discussão mais detalhada sobre esse assunto, veja §4 do capı́tulo 2 de [5].
Capı́tulo 9
Equivalência de categorias
Em Matemática, é muito comum notar semelhanças entre uma propriedade que relaciona
ou caracteriza objetos em uma determinada área e uma propriedade que também relaciona
e caracteriza objetos em uma outra área. Essa semelhança de ”comportamento” conduz
naturalmente ao estabelecimento de identificações entre os objetos. Esse ”mapeamento”
permite tratar um problema originado em uma área, transportando-o para um ambiente
onde, normalmente, pode-se fazer uso de linguagens mais simples e muitas vezes, de
ferramentas mais poderosas. Um exemplo clássico é a utilização da linguagem matricial
para resolver problemas relacionados a transformações lineares entre espaços vetorias de
dimensão finita e vice-versa.
A Teoria de Categorias fornece mecanismos para formalizar todas essas ideias, definindo
a noção de ”Equivalência entre duas categorias”, tema central deste capı́tulo.
151
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 152
e,
ii) F (f, g) = (g, f ), para cada (f, g) ∈ C × D (A, B) , Â, B̂ .
F é um isomorfismo, e F −1 : D × C → C × D é dado por:
Γ (!IA ) = A ∈ ObC ,
e,
Γ hI = h ∈ C (A, B) .
=k◦h
= Γ k I ◦ Γ hI
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 153
e,
Γ (1!IA ) = Γ (1A )I
= 1A
= 1Γ(!IA ) .
e,
Γ∆ (h) = Γ hI = h.
Ainda,
∆Γ (!IA ) = ∆ (A) =!IA
e,
∆Γ hI = ∆ (h) = hI .
Para o exemplo que segue, notemos que, se C é uma categoria qualquer, então, um
funtor F : 2 → C, é completamente determinado pela escolha de um morfismo k ∈
C (C, D) tal que F f = k.
→
−
Exemplo 9.7 Se C é uma categoria qualquer, então C 2 ∼
= C . Definimos um funtor
→
−
Γ : C 2 → C , pondo:
Ff
FA −
→ FB
τA
↓ ↓ τB
Gf
GA −
→ GB
→
− →
−
comuta. Portanto, (τA , τB ) ∈ C (F f, Gf ) = C (Γ (F ) , Γ (G)). Além disso, se δ ∈
C 2 (G, H), então
Γ (δ ◦ τ ) = ((δ ◦ τ )A , (δ ◦ τ )B )
= (δA ◦ τA , δB ◦ τB )
= (δA , δB ) ◦ (τA , τB )
= Γ (δ) ◦ Γ (τ ) ,
e,
= (1F A , 1F B )
= 1F f
= 1Γ(F ) .
Assim, Γ é, de fato, um funtor. Agora, sejam k ∈ C (C, D), h ∈ C C̄, D̄ e l ∈ C Ĉ, D̂ .
→
−
→ . Definimos um funtor ∆ : C → C 2 , pondo:
Neste caso, k, h, l ∈ Ob−
C
e,
→
−
ii) ∆ (α, β) = η α,β , onde (α, β) ∈ C (k, h) e
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 155
(A notação η α,β foi introduzida para manter o padrão usado neste livro na contrução dos
funtores. Ela denota simplesmente a imagem do morfimo (α, β) pelo funtor ∆).
Observemos que
α
C →
− C̄
k
↓ ↓h
β
D →
− D̄
A FA (ηα,β )A GA
−−−−→
f F f =k
↓ ↓ ↓Gf =h
B FB (ηα,β )B GB
−−−−→
Assim, η α,β é uma transformação natural de F em G isto é, η α,β ∈ C 2 (F, G) = C 2 (∆ (k) , ∆ (h)).
→
−
Além disso, se (µ, φ) ∈ C (h, l), então,
η µ◦α,φ◦β
A
=µ◦α
= η µ,φ A ◦ η α,β A
e,
η µ◦α,φ◦β
B
=φ◦β
= η µ,φ B ◦ η α,β B .
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 156
= η µ◦α,φ◦β
= η µ,φ ◦ η α,β
= ∆ (µ, φ) ◦ ∆ (α, β) .
Ainda,
∆ (1k ) = ∆ (1C , 1D )
= ∆ (1F A .1F B )
= η 1F A .1F B
= 1F
= 1∆(k).
Γ∆ (k) = Γ (F )
= Ff
= k,
e,
Γ∆ (α, β) = Γ η α,β
= η α,β A , η α,β B
= (α, β) ,
→
−
→ . Analogamente, ∆Γ = 1C 2 , logo, Γ é um isomorfismo e C 2 ∼
ou seja, Γ∆ = 1− = C.
C
γ: G → Set
N 7→ γ (N )
S 7→ γ (S)
o 7→ γ (o) : γ (S) 7→ γ (N )
d 7→ γ (d) : γ (S) 7→ γ (N )
1N 7→ γ (1N ) = 1γ(N )
1S 7→ γ (1S ) = 1γ(S)
F : GR → SetG
H = hNH , SH , OgH , DtH i 7→ F H : G → Set
N 7→ NH
S 7→ SH
o 7→ OgH : SH 7→ NH
d 7→ DtH : SH 7→ NH
1N 7→ F H (1N ) = 1NH
1S 7→ F H (1S ) = 1SH
H FH
↓ α = hαN , αS i 7→ ↓ Fα
L F L,
onde,
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 158
Fα : ObG → M orSet
N 7→ (Fα )N : F H (N ) → F L (N )
S 7→ (Fα )S : F H (S) → F L (S)
= αN ◦ OgH
= (Fα )N ◦ F H (o) ,
logo, o diagrama
(Fα )S
S F H (S) −−→ F L (S)
o F H(o)
↓ ↓ ↓F L(o)
(Fα )N
N F H (N ) −−→ F L (N )
= αN ◦ DtH
= (Fα )N ◦ F H (d) ,
(Fα )S
S F H (S) −−→ F L (S)
d F H(d)
↓ ↓ ↓F L(d)
(Fα )N
N F H (N ) −−→ F L (N )
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 159
(Fα )S (Fα )N
S F H (S) −−→ F L (S) N F H (N ) −−→ F L (N )
1S F H(1S )
↓ ↓ ↓F L(1S ) 1N
↓ F H(1N )
↓ ↓F L(1N )
(Fα )S (Fα )N
S F H (S) −−→ F L (S) N F H (N ) −−→ F L (N ).
Γ: SetG → GR
γ : G → Set 7→ Γγ = hγ (N ) , γ (S) , γ (o) , γ (d)i
↓τ 7→ ↓ Γτ = hτN , τS i
onde,
τ : ObG → M orSet
N 7→ τN : γ (N ) → θ (N )
S 7→ τS : γ (S) → θ (S)
τS τS
S γ (S) →
− θ (S) S γ (S) →
− θ (S)
o γ(o)
↓ ↓ ↓θ(o) d
↓ γ(d)
↓ ↓θ(d)
τN τN
N γ (N ) →
− θ (N ) N γ (N ) →
− θ (N ).
Portanto,
θ (o) ◦ τS = τN ◦ γ (o) e θ (d) ◦ τS = τN ◦ γ (d) ,
F Γ (γ) = F (Γγ)
= γ,
e,
F Γ (τ ) = F (Γτ )
= F Γτ .
Ora,
ΓF (H) = Γ (F H)
= ΓF H
= H,
e,
ΓF (α) = Γ (F α)
= ΓF α
= h(ΓF α )N , (ΓF α )S i
= hαN , αS i
= α.
Exemplo 9.12 Se F : Set → 1, é um funtor, então F é pleno, mas, não é fiel, e não
é injetivo em objetos.
×
Exemplo 9.13 O bifuntor produto, F : Set × Set → Set, é pleno, fiel e representa-
tivo. Com efeito, fixamos arbitrariamente (A, B) , (C, D) ∈ ObSet×Set e definimos:
×
(F )(A,B),(C,D) : Set × Set ((A, B) , (C, D)) → Set (A × B, C × D)
(f, g) 7→ f × g.
e,
π2C,D ◦ k (a, b) = k2 ◦ π2A,B (a, b) .
×
Pela proposição 4.43, k = k1 × k2 = (F )(A,B),(C,D) (k1 , k2 ). Como
×
concluı́mos que F é pleno. Sejam (f, g) , (h, k) ∈ Set × Set ((A, B) , (C, D)) tais que
× ×
(F )(A,B),(C,D) (f, g) = (F )(A,B),(C,D) (h, k). Neste caso, f × g = h × k. Daı́, dado
(a, b) ∈ (A, B),
= h × k (a, b)
= (h (a) , k (b)) ,
Inicialmente, vamos mostrar que (Gd )V,W é injetiva. Sejam T, Ť ∈ F V ectK (V, W ) tais
que Td = Ťd . Dado α ∈ W ∗ , temos que
αT = Td (α)
= Ťd (α)
= αŤ .
Para cada k ∈ {1, ..., m}, temos M (φ∗k ) ∈ V ∗ , logo, existem zik ∈ K com 1 ≤ i ≤ n, tais
que
n
X
M (φ∗k ) = zik ψi∗ .
i=1
m
X
T (ψs ) = zsj φj ,
j=1
= zsk
n
X
= zik ψi∗ (ψs )
i=1
n
!
X
= zik ψi∗ (ψs )
i=1
= M (φ∗k ) (ψs ) ,
ou seja, φ∗k T = M (φ∗k ). Afirmamos que (Gd )V,W (T ) = M . Com efeito, dado α ∈ W ∗ ,
podemos escrever
m
X
α= cj φ∗j .
j=1
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 165
Daı́,
m
X
cj M φ∗j
M (α) =
j=1
m
X
= cj φ∗k T
j=1
m
!
X
= cj φ∗k T
j=1
= αT
= Td (α)
Portanto, (Gd )V,W é sobrejetiva. Finalmente, como dim W = dim W ∗ para todo W ∈
ObF V ectK , temos que Gd (W ) = W ∗ ∼
= W . Assim, Gd é pleno, fiel e representativo.
h = G (g) = G (F (f )) = GF (f ) ,
ou seja, GF é pleno.
ii) Suponha agora, F e G fieis. Sejam v, u ∈ C (A, B) tais que GF (v) = GF (u), neste
caso, F (v) = F (u) e, consequentemente, v = u, ou seja, GF é fiel.
Nas duas próximas definições, F denota um funtor F : C → D.
Definição 9.16 Dizemos que F preserva uma propriedade categorial P se, sempre que
um objeto, morfismo ou diagrama tem a proprieaade P em C, a imagem sob F deste
objeto, morfismo ou diagrama, tem a propriedade P em D.
Definição 9.17 Dizemos que F espelha uma propriedade categorial P se, sempre que
a imagem sob F de um objeto, morfismo ou diagrama tem a proprieaade P em D, este
objeto, morfismo ou diagrama, tem a propriedade P em C.
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 166
F f −1 ◦D F (f ) = F f −1 ◦C f = F (1A ) = 1F (A)
e
F (f ) ◦D F f −1 = F f ◦C f −1 = F (1B ) = 1F (B) .
Exemplo 9.19 Considere uma categoria GhA,⊕,eA i , onde hA, ⊕, eA i é um grupo finito. Se
F : GhA,⊕,eA i → Set é um funtor, então, pelo exemplo 3.11 e pelo teorema anterior, cada
morfismo F a é um isomorfismo em Set.
i) monomorfismos;
ii) epimorfismos;
iii) Triângulos comutativos. (Isto significa que dados f, g, h ∈ M orC tais que F (h) =
F (g) ◦D F (f ), tem-se que h = g ◦ f ).
Demonstração.
i) Sejam A, B objetos em C e f ∈ C (A, B) tal que F (f ) ∈ D (F (A) , F (B)) é um
monomorfismo em D. Dados g, h ∈ C (X, A) tais que f ◦C g = f ◦C h, temos
F (f ) ◦D F (g) = F (f ◦C g) = F (f ◦C h) = F (f ) ◦D F (h) .
Como F é fiel, h = g ◦ f .
e,
F (1A ) = 1F (A) = v ◦D F (f ) = F (g) ◦D F (f ) = F (g ◦C f )
Observação 9.22 Em outras palavras, podemos dizer que se um funtor F é pleno, fiel e
FA ∼
= F B, então A ∼
= B.
i) Monomorfismos;
ii) Epimorfismos;
iii) Triângulos comutativos. (Isto significa que dados f, g, h ∈ M orC , então F (h) =
F (g) ◦ F (f ) se, e somente se h = g ◦ f ).
u ◦D F (α) = v ◦D F (α) .
F (g ◦C α) = F (g) ◦D F (α)
= w ◦D (u ◦D F (α))
= w ◦D (v ◦D F (α))
= F (h) ◦D F (α)
= F (h ◦C α) .
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 168
= (F (β) ◦D ū) ◦D w̄
= (F (β) ◦D v̄) ◦D w̄
= F (β) ◦D F h̄
= F β ◦C h̄ .
Definição 9.24 Dizemos que C e D são categorias equivalentes, se existem dois fun-
tores F : C → D e G : D → C tais que F G ≈ 1D e GF ≈ 1C .
i) F (A) = a;
ii) F (1A ) = 1a ;
e,
Considerando toda a teoria construı́da ao longo dessa seção, estamos prontos para
enunciar e demonstrar o principal resultado deste capı́tulo:
Teorema 9.27 Duas categorias C e D são equivalentes se, e somente se, existe um funtor
F : C → D pleno, fiel e representativo.
ηB ◦ f = GF (f ) ◦ ηA = GF (g) ◦ ηA = ηB ◦ g
ηA ηA
A A →
− G (A) ←
− A A
GF (f )=GF (g)
f f
↓ ↓ ↓ ↓g g
↓
ηB ηB
B B →
− G (B) ←
− B B
G (K) ∈ ObC , concluı́mos que F é representativo. Mostremos agora que F é pleno. Dado
ḡ ∈ D (F (A) , F (B)), defina f¯ ∈ C (A, B) pondo
ηA
A A →
− GF (A)
GF (f¯)
f¯ f¯
↓ ↓ ↓
ηB
B B →
− GF (B)
Por construção,
ηB ◦ f¯ = ηB (ηB )−1 ◦ G (ḡ) ◦ ηA = G (ḡ) ◦ ηA .
GF (f¯) = G(ḡ).
Como G é fiel1 ,
F f¯ = ḡ.
Portanto, F é pleno.
Reciprocamente, suponha que existe um funtor F : C → D, pleno, fiel e representativo.
Para cada B̂ ∈ ObD , podemos fixar AB̂ ∈ ObC tal que B̂ ∼
= F (AB̂ ) e, considerar a função
G0 : ObD → ObC
B̂ 7 → G0 B̂ = AB̂ ,
−
e um isomorfismo
τB̂ : F G0 B̂ → B̂
1
A prova é análoga a prova para F e será deixada como exercı́cio para o leitor.
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 171
em D. Dado α ∈ D B̂, Ĉ , seja
(τC )−1 ◦ α ◦ τB : F G B̂ → F G Ĉ
tal que
F (fα ) = (τC )−1 ◦ α ◦ τB . (9.2)
G1 : M orD → M orC
α 7−→ G1 (α) = fα ,
Daı́ e de (9.2),
F1 (G1 (α)) = (τC )−1 ◦ α ◦ τB . (9.3)
Como F é fiel,
G1 (k ◦ g) = G1 (k) ◦ G1 (α) ,
e,
G1 (1X ) = 1G0 (X) ,
α ◦ τB = τC ◦ F (G (α)) = τC ◦ F G (α) .
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 172
Logo, a famı́lia τB̂ : F G B̂ → B̂ é um isomorfismo natural τ : F G → 1D , isto
B̂∈ObD
é, F G ≈ 1D . Resta mostrar, que existe um isomorfismo natural η : 1C → GF . De fato,
fixe A ∈ ObC . Como F (A) ∈ ObD , podemos considerar um isomorfismo
e seu inverso
−1
τF (A) : F (A) → F (GF (A)) .
= F (hB ) ◦ F (f ) ,
ou seja,
F (GF (f ) ◦ ηA ) = F (hB ◦ f ) .
No exemplo que segue, para cada espaço vetorial de dimensão finita V sobre um corpo
K, fixe uma base bV .
e,
ii) G (T ) = MT , para cada morfismo T ∈ F V ectK (V, W ), onde MT ∈ M atK (dim W, dim V )
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 173
2
A demonstração dessa afirmação pode ser encontrada no livro [1].
Capı́tulo 10
O Lema de Yoneda
174
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 175
Teorema 10.1 (Lema de Yoneda) Seja F : C → Set um funtor que assume valores
na categoria Set. Dado A ∈ ObC , o conjunto N at (hA , F ), de todas as transformações
naturais de hA em F é isomorfo à F (A).
τ : ObC → M orSet
X 7→ τX : C (A, X) → F (X)
f 7→ τX (f )
τA
A C (A, A) −−−→ F (A)
f hA (f )
↓ ↓ ↓F (f )
τX
X C (A, X) −−−→ F (X)
Daı́,
= τX (f ◦ 1A )
= τX (f ).
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 176
τX : C (A, X) → F (X)
(10.2)
f 7→ τX (f ) = F (f ) (τA (1A )) .
φ : N at (FA , F ) → F (A)
η 7→ φ (η) = ηA (1A ).
É fácil verificar que φ está bem definida. Deixamos essa verificação como exercı́cio. Além
disso, φ é injetiva. De fato, sejam τ, η ∈ N at (FA , F ) tais que φ (τ ) = φ(η). Assim,
τX (f ) = F (f ) (τA (1A ))
= F (f ) (φ (τ ))
= F (f ) (φ (η))
= F (f ) (ηA (1A ))
= ηX (f ) .
e,
λ(a) : ObC → M orSet
X 7→ λ(a)X .
Afirmamos que λ(a) ∈ N at (hA , F ). Com efeito, dados k ∈ C (X, Y ) e g ∈ C(A, X), segue
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 177
que
= λ(a)Y (k ◦ g)
= F (k ◦ g)(a)
= F (k) ◦ F (g)(a)
= F (k)(F (g)(a))
λ(a)X
X C (A, X) −−→ F (X)
k hA (k)
↓ ↓ ↓F (k)
λ(a)Y
Y C (A, Y ) −−→ F (Y )
λ : F (A) → N at (hA , F )
a 7→ λ(a)
Logo,
φ ◦ λ = 1F (A) .
Agora, se η ∈ N at (hA , F ),
isto é, λ (ηA (1A ))X = ηX para cada X ∈ ObC . Portanto, λ (ηA (1A )) = η. Desse fato e,
da igualdade em 10.3, segue que
λ ◦ φ (η) = η.
Assim,
λ ◦ φ = 1N at(hA ,F ) .
C (B, A) = hB (A) ∼
= N at (hA , hB ) .
Seja F : C → Set, um funtor que assume valores na categoria Set. Dado A ∈ ObC ,
segue (como consequência de F na demonstração do Lema de Yoneda) que, para cada
a ∈ F (A), existe uma transformação natural λ(a) : hA → F .
Definição 10.3 Seja F : C → Set, um funtor que assume valores na categoria Set. Se
para algum A ∈ ObC e a ∈ F (A), λ (a) for um isomorfismo natural (neste caso, hA ≈
F ), dizemos que F é um funtor representável e que (A, a) representa F .
Exemplo 10.4 Considere o funtor esquecimento E : Grp → Set, o par (Z, 1) e a trans-
formação natural λ (1) : hZ → E, definida por
onde,
é tal que λ (1)G (β) = Eβ (1) = β (1), para cada G ∈ ObGrp . Note que λ (1) é o isomor-
fismo natural τ definido no exemplo 8.18 (página 147). Portanto, E é representável pelo
par (Z, 1).
Teorema 10.5 O funtor F : C → Set é representável pelo par (A, a) se, e somente se,
para cada objeto X em C e cada x ∈ F (X), existe um único morfismo f : A → X em C
tal que F (f ) (a) = x.
Demonstração. Seja F : C → Set um funtor representável pelo par (A, a). Por definição,
λ (a) : hA → F
em Set é um isomorfismo, em outras palavras, uma bijeção. Logo, para cada x ∈ F (X)
existe um único morfismo f ∈ C (A, X) tal que λ (a)X (f ) = x. Daı́, e de F, segue que
F (f ) (a) = x. Reciprocamente, sejam X ∈ ObC e f, g ∈ C (A, X) tais que λ (a)X (f ) =
λ (a)X (g). Neste caso,
Como
λ (a)X (f ) ∈ F (X)
Observação 10.6 No exemplo 10.4, para cada objeto G em Grp e cada x ∈ E (G) = G,
existe um único morfismo β : Z → G em Grp, tal que E (β) (1) = x.
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 180
Para o exemplo que segue, lembre-se que se uma função h : R → X satisfaz h (x + 2π) =
h (x), para todo x ∈ R, então, dado n ∈ Z, tem-se h (x + 2πn) = h (x).
e,
ii) F (h) = h̄, onde h ∈ Set (X, Y ) e h̄ ∈ Set (F (X) , F (Y )) é tal que h̄ (β) = h ◦ β, para
cada β ∈ F (X).
Defina o conjunto S := {[r] ; r ∈ [0, 2π)}, onde [r] = r + 2πZ. Para todo x ∈ R, é possı́vel
encontrar n ∈ Z tal que x = r + 2πn, com r ∈ [0, 2π)1 . Neste caso, vamos denotar
[xr ] = [r]. Considere a função
ω: R →S
x 7→ [xr ] .
Afirmamos que o par (S, ω) representa o funtor F . Com efeito, dados X ∈ ObSet e
α ∈ F (X), podemos definir a função
fα : S →X
[r] 7→ α (r) .
fα ◦ ω (x) = fα (ω (x))
= fα ([xr ])
= fα ([r])
= α (r)
= α (r + 2πn)
= α (x) .
x
1
Basta tomar n = max m ∈ Z; m ≤ 2π .
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 181
ω
↓ &α
fα
S −−−→ X
g ([r]) = g (ω (r))
= g ◦ ω (r)
= α (r)
= fα ([r]) ,
= F (g) (F (f ) (a))
= F (g) (b)
=a
= 1F (A) (a)
= F (1A ) (a)
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 182
e,
= F (f ) (F (g) (b))
= F (f ) (a)
=b
= 1F (B) (b)
= F (1B ) (b) .
Ora, 1A e 1B são o únicos morfismos que satisfazem F (1A ) (a) = a e F (1B ) (b) = b.
Portanto, g ◦f = 1A e f ◦g = 1B . Logo, f é um isomorfismo, o único tal que F (f ) (a) = b.
Observação 10.10 Em outras palavras, o corolário 10.9 afirma que, se dois pares (A, a)
e (B, b) representam o mesmo funtor F , então, A ∼
= B.
1
ρ : SN →R
x
(x, y) 7→ .
1−y
ω̄ : R →J
x 7→ (cos (x) , sen (x)),
e F : Set → Set, o funtor definido no exemplo 10.8. Note que ω̄ ∈ F (J). Afirmamos
que (J, ω̄) representa o funtor F . Com efeito, dados X ∈ ObSet e α ∈ F (X), podemos
definir a função
ψα : J → X
(cos (x) , sen (x)) 7→ α ◦ ρ ◦ φ (cos (x) , sen (x)),
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 183
onde
φ: J → 1
SN
2x x2 − 1
(cos (x) , sen (x)) 7→ , .
x2 + 1 x2 + 1
ω̄
↓ &α
ψα
J −−−→ X
= α (x)
= ψα ◦ ω̄ (x)
isto é, g = ψα . Logo, ψα = J → X é o único morfismo em Set, tal que F (ψα ) (ω̄) = α.
Portanto, (J, ω̄) representa F . Pelo exemplo 10.8 e, pelo corolário 10.9, existe um único
isomorfismo f : S → J tal que F (f ) (ω) = ω̄.
Capı́tulo 11
Adjunções
184
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 185
(f op , g) ∈ M orC op ×D
homC (G , ) ≈ homD ( , F ) ,
Exemplo 11.3 Seja C uma categoria que possui todos os produtos finitos. Considere o
funtor diagonal
∆: C → C×C
A 7→ (A, A)
A (A, A)
↓f 7→ ↓ (f, f )
B (B, B),
×
afirmamos que ∆ a F . Com efeito, considere a função
τ : Ob(C×C)op ×C → M orSet
×
((A, B) , C) 7→ τ(A,B),C : homC×C (∆C, (A, B)) → homC (C, F (A, B)),
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 186
onde,
τ(A,B),C : C × C ((C, C) , (A, B)) → C (C, A × B)
(f, g) 7→ τ(A,B),C (f, g) = hf, gi.
×
Vamos mostrar que τ : homC×C (∆ , ) → homC ( , F ) é um isomorfismo natural. Se-
(t1 , t2 ) : C̄, C̄ → Ā, B̄ . Temos que:
×
homC h, F (f, g) ◦ τ(Ā,B̄ ),C̄ (t1 , t2 ) = homC (h, f × g) (ht1 , t2 i)
= f × g ◦ ht1 , t2 i ◦ h
= hf ◦ t1 , g ◦ t2 i ◦ h
= hf ◦ t1 ◦ h, g ◦ t2 ◦ hi ,
e,
τ(A,B),C ◦ homC×C (∆h, (f, g)) (t1 , t2 ) = τ(A,B),C ((f, g) ◦ (t1 , t2 ) ◦ (h, h))
= τ(A,B),C (f ◦ t1 ◦ h, g ◦ t2 ◦ h)
= hf ◦ t1 ◦ h, g ◦ t2 ◦ hi .
τ(Ā,B̄ ),C̄
Ā, B̄ , C̄ C×C C̄, C̄ , Ā, B̄ −−−−→ C C̄, Ā × B̄
τ(A,B),C
((A, B) , C) C × C ((C, C) , (A, B)) −−−−→ C (C, A × B)
Consequentemente, τ é uma transformação natural. Agora, basta mostrar que para cada
((A, B) , C) ∈ Ob(C×C)op ×C a função τ(A,B),C é um isomorfismo. Note inicialmente que o
diagrama
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 187
k
π1A,B ◦k A,B
◦k
. ↓ & π2
π1A,B π2A,B
A ←−− A×B −−→ B
D E
é comutativo, logo, k = π1A,B ◦ k, π2A,B ◦ k . Defina a função
τ(A,B),C ◦ φ(A,B),C (k) = τ(A,B),C ◦π1A,B k, π2A,B ◦k
D E
= π1A,B ◦ k, π2A,B ◦ k
= k,
e,
= (f, g) .
−1 ×
Assim, φ(A,B),C = τ(A,B),C . Logo, homC×C (∆ , ) ≈ homC ( , F ).
+
Exemplo 11.4 Fica como um exercı́cio para o leitor mostrar que F a ∆, ou seja, o
bifuntor coproduto é um adjunto esquerdo do funtor diagonal.
Considere os funtores
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 188
F : P(P,P ) → P(Q,Q )
x 7→ α (x)
x1 α (x1 )
x2 α (x2 ),
e,
G: P(Q,Q ) → P(P,P )
y 7→ β (y)
y1 β (y1 )
y2 β (y2 ).
τ : ObC op ×D → M orSet
[x, y] 7→ τ[x,y] : homC (Gy, x) → homD (y, F x),
é um isomorfismo. Note que, dado ((x2 , x1 )op , (y1 , y2 )) ∈ C op × D ([x1 , y1 ] , [x2 , y2 ]) tal que
Gy2 P x2 , o diagrama
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 189
τ[x2 ,y2 ]
[x2 , y2 ] C (Gy2 , x2 ) −−−→ D (y2 , F x2 )
op
↑((x2 ,x1 ) ,(y1 ,y2 ))
↓homC (G(y1 ,y2 ),(x2 ,x1 )) ↓homD ((y1 ,y2 ),F (x2 ,x1 ))
τ [x1 ,y1 ]
[x1 , y1 ] C (Gy1 , x1 ) −−−→ D (y1 , F x1 )
comuta, pois
homD ((y1 , y2 ) , F (x2 , x1 )) ◦ τ[x2 ,y2 ] (Gy2 , x2 ) = homD ((y1 , y2 ) , F (x2 , x1 )) (y2 , F x2 )
= (F x2 , F x1 ) ◦ (y2 , F x1 ) ◦ (y1 , y2 )
= (y1 , F x1 ) ,
e,
τ[x1 ,y1 ] ◦ homC (G (y1 , y2 ) , (x2 , x1 )) (Gy2 , x2 ) = τ[x1 ,y1 ] ((x2 , x1 ) ◦ (Gy2 , x2 ) ◦ (Gy1 , Gy2 ))
= (y1 , F x1 ) .
FB = hB F.
Note que
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 190
FB : C → Set
X 7→ D (B, F (X))
X D (B, F (X))
↓f 7→ ↓ FB (f ) = hB (F f )
Y D (B, F (Y )),
onde,
FB (f ) (α) = hB (F f ) (α) = F f ◦ α,
Teorema 11.6 Se para cada B ∈ ObD , o funtor FB : C → Set é representável pelo par
(AB , aB ), então F possui um adjunto esquerdo G : D → C.
Logo,
aB̄ ◦ g ∈ D (B, F (AB̄ )) . (11.1)
então, de 11.1 e do teorema 10.5, existe um único morfismo fB,B̄ : AB → AB̄ tal que
FB fB,B̄ (aB ) = aB̄ ◦ g. Por outro lado,
FB fB,B̄ (aB ) = hB F fB,B̄ (aB )
= F fB,B̄ ◦ aB .
Consequentemente, o diagrama
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 191
aB
B −−−→ F AB
g
↓ ↓F fB,B̄
aB̄
B̄ →
− F AB̄
comuta, ou seja,
aB̄ ◦ g = F fB,B̄ ◦ aB .
Analogamente, se h ∈ D B̄, H , como h ◦ g : B → H é um morfismo em D, existe um
único morfismo fB,H : AB → AH tal que o diagrama
aB
B →
− F AB
h◦g
↓ ↓F fB,H
aH
H →
− F AH
aH ◦ (h ◦ g) = (aH ◦ h) ◦ g
= F fB̄,H ◦ aB̄ ◦ g
= F fB̄,H ◦ (aB̄ ◦ g)
= F fB̄,H ◦ F fB,B̄ ◦ aB
= F fB̄,H ◦ F fB,B̄ ◦ aB
= F fB̄,H ◦ fB,B̄ ◦ aB .
Portanto,
aB
B −−−→ F AB
h◦g
↓ ↓F (fB̄,H ◦fB,B̄ )
aH
H →
− F AH
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 192
aB
B −−−→ F AB
1B
↓ ↓F (1AB )
aB
B →
− F AB
comuta, logo,
fB,B = 1AB . (11.3)
G: D → C
B 7→ AB
B AB
↓g 7→ ↓ G (g) = fB,B̄
B̄ AB̄ .
e,
G (1B ) = 1G(B) .
τ : ObC op ×D → M orSet
(A, B) 7→ τ(A,B) : homC (GB, A) → homD (B, F A),
onde,
τ(A,B) : C (GB, A) → D (B, F A)
t 7→ τ(A,B) (t),
e,
τ(A,B) (t) = F t ◦ aB .
= F f ◦ (F t ◦ aB̄ ) ◦ g
= F (f ◦ t) ◦ (aB̄ ◦ g) .
= F (f ◦ t ◦ Gg) ◦ aB
= F (f ◦ t) ◦ (F Gg ◦ aB )
= F (f ◦ t) ◦ F fB,B̄ ◦ aB
= F (f ◦ t) ◦ (aB̄ ◦ g) .
τ(Ā,B̄ )
Ā, B̄ C GB̄, Ā −−→ D B̄, F Ā
τ(A,B)
(A, B) C (GB, A) −−→ D (B, F (A))
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 194
FB (ψ) (aB ) = x.
Como
FB (ψ) (aB ) = F ψ ◦ aB ,
segue que
τ(A,B) (ψ) = x.
Exemplo 11.7 Sejam C uma categoria com um objeto terminal T e 1 a categoria definida
no exemplo 2.6. Considere o funtor
F : 1 → C
A 7→ T
A T
↓ 1A 7→ ↓!T T = 1T
A T.
O funtor F possui um adjunto esquerdo G : C → 1. Para mostrar isso, vamos provar que
para cada B ∈ ObC o funtor
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 195
FB : 1 → Set
A 7→ hB (F A) = {!BT }
A {!BT }
↓ 1A 7→ ↓ hB (F 1A )
A {!BT },
é representável pelo par (A, !BT ). Com efeito, dados X ∈ Ob1 e f ∈ FB (X), temos que
X = A e f =!BT , consequentemente, existe um único morfismo g : A → A em 1, a saber,
1A : A → A tal que
f =!BT
= 1T ◦!BT
= F 1A ◦!BT
= hB (F 1A ) (!BT )
= FB (g) (!BT ) ,
· : X∗ × X∗ → X∗
((x1 , ..., xk ) , (y1 , ..., ym )) 7→ (x1 , ..., xk ) · (y1 , ..., ym ) = (x1 , ..., xk , y1 , ..., ym )
((x1 , ..., xk ) , ∅) 7→ (x1 , ..., xk ) · ∅ = (x1 , ..., xk )
(∅, (x1 , ..., xk )) 7→ ∅ · (x1 , ..., xk ) = (x1 , ..., xk ).
h∗ : L (X)
→ L X̄
∅ 7→ ∅
(x1 , ..., xk ) 7→ (f (x1 ) , ..., f (xk ))
é um homomorfismo de monóides.
E: Mon → Set
hM, ⊕M , eM i 7→ M
hM, ⊕M , eM i M
↓f 7→ ↓f
hN, ⊕N , eN i N,
definido no exemplo 6.24, possui um adjunto esquerdo. Com efeito, dado X ∈ ObSet ,
considere a função
aX : X → EL (X)
x 7→ (x).
Afirmamos que o par (L (X) , aX ), representa o funtor
EX : Mon → Set
↓f 7→ ↓ hX (f )
f¯ : L (X) → hM, ⊕M , eM i
(x1 , ..., xk ) 7→ f¯ ((x1 , ..., xk )) = f (x1 ) ⊕M ... ⊕M f (xk ) .
f (x) = f¯ ((x))
= f¯ ◦ aX (x)
= hX E f¯ (aX ) (x)
= EX f¯ (aX ) (x) ,
ou seja,
EX f¯ (aX ) = f .
Suponha agora que existe k : L (X) → hM, ⊕M , eM i tal que EX (k) (aX ) = f . Neste caso,
k ◦ aX = f¯ ◦ aX .
= k ((x1 , ..., xk )) .
Exemplo 11.9 No exemplo anterior, mostramos que o funtor E : Mon → Set, possui
um adjunto esquerdo G : Set → Mon. Agora, a luz da demonstração do teorema 11.6,
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 198
vamos exibir o funtor G. Sejam X, X̄ ∈ ObSet e f : X → X̄. Temos que (L (X) , aX ) re-
presenta EX e L X̄ , aX̄ representa EX̄ , consequentemente, existe um único morfismo
fX,X̄ : L (X) → L X̄ em Mon, tal que
fX,X̄ ◦ aX = aX̄ ◦ f .
h∗ ◦ aX (x) = h∗ ((x))
= (f (x))
= aX̄ (f (x))
= aX̄ ◦ f (x) ,
ou seja,
h∗ ◦ aX = aX̄ ◦ f .
G: Set → Mon
X 7→ L (X)
X L (X)
↓f 7→ ↓ h∗
X̄ L X̄ ,
τ: ObC op ×D → M orSet
7→ τ(A,B) : homC (GB, A) → homD (B, F A)
(A, B)
t 7→ τ(A,B) (t),
onde, para cada par (A, B) ∈ ObC op ×D , o morfismo τ(A,B) é um isomorfismo em Set. Em
particular, dado B ∈ ObD , temos que (GB, B) ∈ ObC op ×D , consequentemente,
é uma bijeção. Além disso, τ(GB,B) (1GB ) ∈ D (B, F GB). Assim, definindo AB = GB e
aB = τ(GB,B) (1GB ), segue que aB ∈ D (B, F AB ) = FB (AB ).
Afirmamos que o par (AB , aB ) representa o funtor FB : C → Set. Com efeito, sejam
X ∈ ObC e x ∈ FB (X), como τ(X,B) : C (GB, X) → D (B, F X) é uma bijeção, existe um
único morfismo f : GB → X tal que,
τ(X,B) (f ) = x. (11.4)
τ(GB,B)
(GB, B) C (GB, GB) −−−→ D (B, F GB)
τ(X,B)
(X, B) C (GB, X) −−→ D (B, F X)
comuta. Daı́,
= F f ◦ aB ◦ 1B
= F f ◦ aB.
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 200
= τ(X,B) (f ) .
x = F f ◦ aB
= hB (F f ) (aB )
= hB F (f ) (aB )
= FB (f ) (aB ) .
x = FB f¯ (aB ) = F f¯ ◦ aB.
(11.5)
τ(GB,B)
(GB, B) C (GB, GB) −−−→ D (B, F GB)
τ(X,B)
(X, B) C (GB, X) −−→ D (B, F X)
x = τ(X,B) f¯ .
f¯ = τ(X,B)
−1
(x) = f .
×
Exemplo 11.11 Sejam C uma categoria que possui todos os produtos finitos e F o
funtor produto. Para cada B ∈ ObC o funtor
FB : C×C → Set
(A, C) 7→ C (B, A × C)
(A, C) C (B, A × C)
↓ (f, g) 7→ ↓ hB (f × g)
Ā, C̄ C B, Ā × C̄ ,
a : ObD → homD
B 7→ aB : B → F GB.
τ(GB,B)
(GB, B) C (GB, GB) −−−→ D (B, F GB)
τ(GK,B)
(GK, B) C (GB, GK) −−−→ D (B, F GK) M ,
= F Gg ◦ aB
e,
= τ(GK,B) (Gg) .
Temos,
F Gg ◦ aB = τ(GK,B) (Gg) . (11.6)
Por outro lado, ((1GK )op , g) ∈ ObC op ×D , e o diagrama abaixo também é comutativo
τ(GK,K)
(GK, K) C (GK, GK) −−−→ D (K, F GK)
(1op
GK ,1B ) ↑ homC (Gg,1GK )
↓ ↓homD (g,F 1GK )
τ(GK,B)
(GK, B) C (GB, GK) −−−→ D (B, F GK)
= 1F GK ◦ aK ◦ g
= aK ◦ g.
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 203
e,
= τ(GK,B) (Gg) .
Logo,
τ(GK,B) (Gg) = aK ◦ g.
aB
B B →
− F GB
g g
↓ ↓ ↓F Gg
aK
K K −
→ F GK
Observação 11.15 Sugerimos que o leitor encontre as unidades da adjunção nos exem-
plos 11.7 e 11.8.
e
aB = τ(GB,B) (1GB ) .
Demonstração.
(1) ⇒ (2) Lema 11.12
(2) ⇒ (1) Fica a cargo do leitor. (Sugestão: use os teoremas 10.5 e 11.6)
τ : homC (G , ) ∼
= homD ( , F )
e,
η : homC (H , ) ∼
= homD ( , F ) ,
F φ B ◦ aB = b B (11.7)
Considere a função
φ : ObD → M orC
B 7→ φB : GB → HB.
Afirmamos que φ é uma transformação natural de G em H. Com efeito, sejam B, K ∈
ObD e g ∈ D (B, K). Note que aB ∈ D (B, F GB) e bB ∈ D (B, F HB) para todo B ∈ ObD ,
além disso, são comutativos, os seguintes diagramas:
aB bB
B B →
− F GB B B →
− F HB
g g
↓ ↓ ↓F Gg g
↓ g
↓ ↓F Hg
aK bK
K K −
→ F GK K K →
− F HK.
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 205
Consequentemente,
F Gg ◦ aB = aK ◦ g
e,
F Hg ◦ bB = bK ◦ g.
Daı́,
= F (Hg ◦ φB ) ◦ aB
= F Hg ◦ (F φB ◦ aB )
= bK ◦ g,
e,
= F (φK ◦ Gg) ◦ aB
= F φK ◦ (F Gg ◦ aB )
= (F φK ◦ aK ) ◦ g
= bK ◦ g.
φB
B GB →
− HB
g Gg
↓ ↓ ↓Hg
φK
K GK −
→ HK
Q
Teorema 11.18 Se Ai , (πi )i∈I é um produto de uma famı́lia (Ai )i∈I em C e
i∈I
Demonstração. Seja B, (bi )i∈I tal que B ∈ ObD e bi : B → F Ai é um morfismo em D.
Como F possui um adjunto esquerdo, (GB, aB ) é um representante de FB . Assim, para
cada i ∈ I, existe um único morfismo vi : GB → Ai tal que
F v i ◦ aB = b i (11.8)
Q
Como Ai , (πi )i∈I é um produto e GB, (vi )i∈I é um pré-produto de uma famı́lia
i∈I
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 207
Q
(Ai )i∈I , existe um único morfismo φ : GB → Ai tal que πi ◦ φ = vi . Logo,
i∈I
F π i ◦ F φ = F vi .
F π i ◦ F φ ◦ aB = b i . (11.9)
Q
Definindo h : B → F Ai pondo h = F φ ◦ aB , segue imediatamente da igualdade
i∈I
bi
. ↓h
F πi
Q
F Ai ←−−− F Ai
i∈I
Q
comuta. Suponha agora que ψ : B → F Ai é tal que
i∈I
F π i ◦ ψ = bi . (11.10)
Q Q Q Q
Como Ai ∈ ObC e ψ ∈ D B, F Ai = hB F Ai = FB Ai , existe um
i∈I i∈I i∈I i∈I
Q
único morfismo t : GB → Ai tal que
i∈I
FB (t) (aB ) = ψ,
isto é,
ψ = F t ◦ aB .
F (πi ◦ t) ◦ aB = bi .
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 208
F (πi ◦ φ) ◦ aB = bi .
h = F φ ◦ aB
= F t ◦ aB
= ψ,
Q
ou seja, h é o único morfismo em D tal que F πi ◦ h = bi . Logo, F Ai , (F πi )i∈I
i∈I
F f ◦ F e = F (f ◦ e)
= F (g ◦ e)
= F g ◦ F e.
pelo teorema 11.10, (GB, aB ) é um representante de FB . Assim, uma vez que A1 ∈ ObC e
B ∈ D (B, F A1 ) = FB (A1 ), existe um único morfismo v : GB → A1 tal que FB (v) (aB ) =
b, isto é,
b = F v ◦ aB .
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 209
FB (f ◦ v) (aB ) = F (f ◦ v) ◦ aB
= F f ◦ F v ◦ aB
= Ff ◦ b
= Fg ◦ b
= F g ◦ F v ◦ aB
= F (g ◦ v) ◦ aB .
GB
&v
f
φ
↓ A1 −−→ A2
−−g→
%e
E
F e ◦ k = F e ◦ F φ ◦ aB
= F (e ◦ φ) ◦ aB
= F v ◦ aB
= b,
ou seja, o diagrama
B
&b
F f
k
↓ F A1 −
−−
−F− →
−g→ F A2
%F e
E
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 210
α = FB (t) (aB ) = F t ◦ aB .
Logo,
F (e ◦ t) ◦ aB = F e ◦ α
=b
= F (e ◦ φ) ◦ aB .
α = F t ◦ aB = F φ ◦ aB = k.
F Ai Ai
fi
%
B ↓F v ↓v
g &
FX X
comuta.
Observação 11.21 Alguns autores chamam a famı́lia (Ai )i∈I , de conjunto solução de
B com respeito a F .
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 211
Demonstração. Seja (G, F, τ ) uma adjunção. Pelo Teorema 11.6, para cada B ∈ ObD ,
o funtor FB : C → Set é representável pelo par (GB, aB ), onde
g = FB (v) (aB )
= F v ◦ aB .
Ou seja, o diagrama
F GB GB
aB
%
B ↓F v ↓v
g &
FX X
Teorema 11.24 Seja C uma categoria com produtos arbitrários e todos os equalizadores.
Se um funtor F : C → D preserva produtos, equalizadores e satisfaz a condição de conjunto
solução, então para cada B ∈ ObD , o funtor FB : C → Set é representável.
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 212
Demonstração. Sejam B ∈ ObD qualquer e (Ai )i∈I uma famı́lia solução de B com
respeito a F . Como Ai ∈ ObC para cada i ∈ I, podemos considerar os produtos
Q Q
Ai , (πi )i∈I e F Ai , (F πi )i∈I das famı́lias (Ai )i∈I e (F Ai )i∈I em C e D res-
i∈I i∈I
pectivamente. Note que, D (B, F Ai ) é um conjunto não vazio, para cada i ∈ I, pois
(Ai )i∈I é uma famı́lia solução de B. Assim se fi ∈ D (B, F Ai ) para cada i ∈ I, segue
que B, (fi )i∈I é um pré-produto da famı́lia (F Ai )i∈I . Logo, existe um único morfismo
Q
h:B→F Ai tal que o diagrama
i∈I
fi
. ↓h
F πi
Q
F Ai ←−−− F Ai
i∈I
F π i ◦ h = fi . (11.12)
Q
Afirmamos que Ai é uma famı́lia solução de B com respeito a F . Com efeito, sejam
i∈I
F v ◦ fi = g. (11.13)
Q
Se definirmos v̄ : Ai → X pondo v̄ = v ◦ πi , segue das igualdades em 11.12 e 11.13, que
i∈I
o diagrama
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 213
Q Q
F Ai Ai
i∈I i∈I
h
%
B ↓F v̄ ↓v̄
g &
FX X
F v̄ ◦ h = F (v ◦ πi ) ◦ h = g,
( ! )
Y Y
S= α∈C Ai , Ai ; Fα ◦ h = h
i∈I i∈I
Q Q
e o produto Aα , (pα )α∈S da famı́lia de objetos (Aα )α∈S em C, onde Aα = Ai para
α∈S i∈I
Q
cada ı́ndice α ∈ S. Note que Ai , (φα )α∈S é um pré-produto da famı́lia (Aα )α∈S , onde
i∈I
Q Q
φα = α ∈ S. Logo, existe um único morfismo γ : Ai → Aα tal que o diagrama
i∈I α∈S
Q
Ai
i∈I
φα
. ↓γ
pα
Q Q
Ai ←−−− Aα
i∈I α∈S
Q
Do mesmo modo, Ai , (1Aα )α∈S é também um pré-produto da famı́lia (Aα )α∈S , conse-
i∈I
Q Q
quentemente, existe um único morfismo β : Ai → Aα , tal que o diagrama
i∈I α∈S
Q
Ai
i∈I
1Aα
. ↓β
pα
Q Q
Ai ←−−− Aα
i∈I α∈S
F pα ◦ F β ◦ h = F 1Aα ◦ h
= 1F Aα ◦ h
=h
= F φα ◦ h
= F (pα ◦ γ) ◦ h
= F pα ◦ F γ ◦ h,
consequentemente,
F β ◦ h = F γ ◦ h. (11.16)
Q Q
Por outro lado, como β, γ ∈ C Ai , Aα então existe um equalizador (E, e) de β e
i∈I α∈S
B
&h
Fβ
η −
−− −→
→
Q Q
↓ F Ai −F− F Aα
i∈I γ α∈S
%F e
FE
comuta, ou seja,
F e ◦ η = h. (11.17)
F k ◦ η = F (v ◦ πi ◦ e) ◦ η
= F (v ◦ πi ) ◦ F e ◦ η
= F (v ◦ πi ) ◦ h
= g.
Logo, o diagrama
FE Ai
η
%
B ↓F k ↓k
g &
FX X
comuta, ou ainda,
FB (k) ◦ η = F k ◦ η = g. (11.18)
F j ◦ m = η. (11.19)
Q
Uma vez que Ai é uma famı́lia solução de B, J ∈ ObC e m : B → F J é um
i∈I
Q
morfismo em D, existe morfismo t : Ai → J tal que o diagrama
i∈I
Q Q
F Ai Ai
i∈I i∈I
h
%
B ↓F t ↓t
m &
FJ X
comuta, isto é,
F t ◦ h = m. (11.20)
Q Q
Defina φ̄ : Ai → Ai pondo φ̄ = e ◦ j ◦ t. Segue, da definição de φ̄ e das igualdades
i∈I i∈I
e ◦ j ◦ t ◦ e = φ̄ ◦ e
= pφ̄ ◦ γ ◦ e
= pφ̄ ◦ (γ ◦ e)
= pφ̄ ◦ (β ◦ e)
= pφ̄ ◦ β ◦ e
= 1Aα ◦ e
=e
= e ◦ 1E ,
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 217
j ◦ t ◦ e = 1E
δ = δ ◦ 1E
= (δ ◦ j) ◦ t ◦ e
= (k ◦ j) ◦ t ◦ e
= k ◦ (j ◦ t ◦ e)
= k ◦ 1E
= k,
isto é, existe um único morfismo k : E → X tal que FB (k) ◦ η = g, de onde concluimos
que FB é representável pelo par (AB , aB ).
Exemplo 11.26 Sabemos que a categoria Grp possui todos os produtos arbitrários e
todos os equalizadores. Além disso, o Funtor esquecimento E : Grp → Set preserva pro-
dutos, equalizadores e satisfaz a condição de conjunto solução1 . Portanto, pelo corolário
11.25, E possui um adjunto esquerdo F : Set → Grp. O funtor F associa a cada conjunto
X o grupo livre F X gerado por X.
Teorema 11.27 (Teorema do Funtor Adjunto) Seja C uma categoria com produtos
arbitrários e todos os equalizadores. Um funtor F : C → D possui um adjunto esquerdo se,
e somente se preserva produtos, equalizadores e satisfaz a condição de conjunto solução.
No capı́tulo 9 do livro [6] o leitor poderá encontrar uma série de aplicações da teoria de
funtores adjuntos e do Teorema anterior. Podemos citar o exemplo 9.10, que fornece uma
caracterização de um anel de polinômios via adjunções. Na seção 9.5 o autor apresenta
um problema de Lógica que foi resolvido por intermédio de adjunções. Finalmente, o
exemplo 9.37 cita uma aplicação do Teorema do Funtor Adjunto. Esta aplicação resulta
na caracterização e reconhecimento de determinados objetos que satisfazem propriedades
estruturais semelhantes as encontradas no conhecido conjunto dos números naturais. Su-
gerimos ao leitor, como último exercı́cio, a leitura desses exemplos.
Referências Bibliográficas
[5] Categories for the working mathematician. Mac Lane, S. Springer - Verlag, 1998.
[6] Category Theory, 2a ed. Awodey, S. Oxford University Press Inc., 2010.
[7] Categories types and structures - An introduction to category theory for the working
computer scientist. Asperti, A. e Longo, G. M.I.T. Press, 1991.
[11] General theory of natural equivalences. Eilenberg, S. e Mac Lane, S. . AMS 58, 1945,
231-294.
219
VERSÃO PRELIMINAR - DIREITOS: MAICO FELIPE SILVA RIBEIRO 220