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Índice

2. Introdução ........................................................................................................................... 1

2.1. Objectivos.................................................................................................................... 1

2.1.1. Objectivo Geral .................................................................................................... 1

2.1.2. Objectivo Especifico ............................................................................................ 1

3. Transformada de Pierre - Simon Laplace ........................................................................... 3

3.1. Definição de transformada de Laplace ........................................................................ 3

3.1.1. Propriedades Lineares de transformada de Laplace............................................. 4

3.2. Transformada Inversa de Laplace ............................................................................... 8

3.2.1. Frações Parciais ................................................................................................... 9

3.2.2. Propriedades da Transformada inversa de Laplace ........................................... 11

3.3. Transformada de Laplace de derivadas de funções ................................................... 12

3.3.1. Derivada de Transformada de Laplace .............................................................. 14

3.3.2. Convolução de funções ...................................................................................... 14

3.3.3. Propriedades de convolução de funções ............................................................ 15

3.3.4. Convolução da transformada de Laplace ........................................................... 15

3.4. Resolução de equações diferencias ordinária através da transformada de Laplace .. 17

3.4.1. Apresentação dos 3 exemplos com valor inicial de equações diferencial da


primeira ordem ................................................................................................................. 17

3.4.2. Apresentação dos 3 exemplos com valor inicial de equações diferencial da


segunda ordem .................................................................................................................. 19

4. Conclusão ......................................................................................................................... 21

5. Referências Bibliográficas ................................................................................................ 22


1. Introdução
O trabalho aqui exposto é referente a Transformada de Pierre ̵ Simon Laplace, chamada de
transformada de Laplace. Esta transformada constitui um operador importante na resolução
de Equações Diferenciais Ordinárias Lineares quando as técnicas elementares não são
eficientes. Neste trabalho foram apresentadas definições, propriedades e as relações dos
elementos que fazem parte do conteúdo do Tema em estudo. Para sua elaboração foram
empregues métodos de Pesquisa Bibliográfica e Consulta Documental.

1.1.Objectivos

1.1.1. Objectivo Geral

• Abordar sobre Transformada de Pierre ̵ Simon Laplace

1.1.2. Objectivo Especifico

• Definir Transformada de Laplace e Apresentar suas Propriedades Lineares


(com um exemplo)
• Definir Transformada inversa de Laplace e Apresentar suas Propriedades (com
um exemplo)
• Descrever Transformada de Laplace de Derivadas de funções, e Derivadas de
transformada de Laplace.
• Definir convolução de funções e Apresentar suas Propriedades
• Apresentar Convolução de Transformada de Laplace (com um exemplo)
• Apresentar a Resolução de Equações diferenciais de primeira e segunda ordem
através da transformada de Laplace (3 exemplos para cada caso ).

1
"Deus! Não há mais divindade além d'Ele, Vivente, Subsistente, a Quem jamais alcança a
inactividade ou o sono; d'Ele é tudo quanto existe nos céus e na terra. Quem poderá
interceder junto a Ele, sem a sua anuência? Ele conhece tanto o passado como o futuro, e
eles (humanos) nada conhecem a Sua ciência, senão o que Ele permite. O Seu trono
abrange os céus e a terra, cuja preservacão não o abate, porque é o indulgente, o
Altísiimo."
(Acorão Sagrado: Suratul Al baqara: Versículo 255)

Laplace aparentemente encontrou uma extensão anormal da modéstia quando estava


vivendo seus ´últimos momentos na cama, onde ele pronunciou:
"O conhecimento que temos das coisas é pequeno, na verdade, quando comparado com a
imensidão daquilo em que ainda somos ignorantes".
(Autor do Texto: Fábio Andreotti)

2
2. Transformada de Pierre - Simon Laplace
2.1.Definição de transformada de Laplace

Definição 2.1.( de transformada de Laplace) - Segundo Professor SODRÉ Ulysses:

Se 𝑓 = 𝑓(𝑡) é uma função real ou complexa, definida para todo 𝑡 ≥ 0 e o parâmetro 𝑧 é


um número complexo da forma 𝑧 = 𝑠 + 𝑖𝑣 de modo que para cada 𝑠 > 0 , ocorre a
convergência da integral imprópria

∞ 𝑀
𝐹(𝑧) = ∫ 𝑓(𝑡)𝑒 −𝑧𝑡 𝑑𝑡 = lim [ ∫ 𝑓(𝑡)𝑒 −𝑧𝑡 𝑑𝑡] (2.1)
0 𝑀→∞ 0

então a função 𝐹 = 𝐹(𝑧) definida pela integral acima, recebe o nome de transformada de
Laplace da função 𝑓 = 𝑓(𝑡). Se o parâmetro 𝑧 é um número real, isto é, a parte imaginária
𝑣 = 0, usamos 𝑧 = 𝑠 > 0 e a definição fica simplesmente na forma

𝐹(𝑠) = 𝓛[𝒇(𝒕)] = ∫𝟎 𝒆−𝒔𝒕 𝒇(𝒕) 𝐝𝐭 (2.2)

para todos os valores de s para os quais a integral imprópria seja convergente. Ocorre a
convergência quando o limite

𝑹
𝓛[𝒇(𝒕)] = 𝐥𝐢𝐦 ∫𝟎 𝒆−𝒔𝒕 𝒇(𝒕) 𝐝𝐭 (2.3)
𝑹→∞

existe. Se este limite não existe, a integral imprópria diverge e 𝑓(𝑡) não admite transformada
de Laplace.

A integral imprópria em (2.2) nos fornece uma função de s e, por este motivo, usa - se
também as seguintes notações: ℒ[𝑓(𝑡)] = 𝐹(𝑠) ou ainda ℒ[𝑓(𝑡)](𝑠).

As próximas definições têm o intuito de nos direcionar quais as propriedades que


fornecerão condições suficientes para a existência da Transformada de Laplace de uma
função f(t) dada.

Definição 2.2. ( Função contínua por partes ) - Segundo FIGUEIREDO J. e


RIBEIRO C. :

Uma função f : [0, +∞) → R, é dita contínua por partes se:

(i) f é contínua em todos os pontos de qualquer intervalo [a, b] ⊂ [0, +∞) exceto num
número finito pontos deste subintervalo.
3
(ii) Os limites

𝒇𝒙+
𝟎 = 𝐥𝐢𝐦+ (𝒙𝟎 + 𝒉) e 𝒇𝒙−
𝟎 = 𝐥𝐢𝐦+ (𝒙𝟎 − 𝒉) (2.4)
𝒉→𝟎 𝒉→𝟎

existem em cada ponto 𝑥0 ∈ [0, +∞).

Definição 2.3 (função de ordem exponêncial) – Segundo FIGUEIREDO J. e


RIBEIRO C:

Diz-se que uma função f é de ordem exponencial no intervalo [0, ∞) se existem


constantes C e α, com C > 0, tais que

|𝒇(𝒕)| ≤ 𝑪𝒆𝜶𝒕 ∀ t > 0. Eq. (2.5)

Para comprovar a existência da Transformada de Laplace de funções contínuas por partes


e de ordem exponencial temos o teorema a seguir.

Teorema 2.1 Se f: [0, ∞) → ℝ é uma função contínua por partes e de ordem exponencial,

então existe um número α tal que ∫0 e−st f(t) = ℒ [f(t)] dt converge para todos os
valores s > α.

2.1.1. Propriedades Lineares de transformada de Laplace

Sejam f(t), g(t) : [0, ∞) → ℝ funções cujas Transformadas de Laplace existam, e 𝑘, 𝛼, 𝛽


são constantes, então:

▪ Propriedade de Homogeneidade: 𝓛 = [𝒌𝒇(𝒕)] = 𝒌 𝓛 [𝒇(𝒕)]


▪ Propriedade de Aditividade: 𝓛 = [𝒇(𝒕) + 𝒈(𝒕)] = 𝓛 [𝒇(𝒕)] + 𝓛 [𝒈(𝒕)]
▪ Propriedade de Linearidade: sendo a linearidade uma propriedade da
homogeneidade e da aditividade juntas, tem – se:

𝓛 = [𝜶 𝒇(𝒕) + 𝜷 𝒈(𝒕)] = 𝜶 𝓛 [𝒇(𝒕)] + 𝜷 𝓛 [𝒈(𝒕)]

Exemplo 2.1: Determine a transformada de Laplace de 𝑓(𝑡) = 3 + 2𝑡 2

Resolução

Aplicando a expressão (2.2) e em seguida (2.3) , teremos:

4

𝐹(𝑠) = ℒ[𝑓(𝑡)] = ∫ 𝑒 −𝑠𝑡 𝑓(𝑡) dt


0

∞ 𝑅
−𝑠𝑡 2)
=∫𝑒 (3 + 2𝑡 dt = lim ∫ 𝑒 −𝑠𝑡 (3 + 2𝑡 2 ) dt
𝑅→∞
0 0

De seguidade apliquemos a propriedade linearidade, onde teremos:

𝑅 𝑅
𝐹(𝑠) = ℒ[𝑓(𝑡)] = lim ∫0 3𝑒 −𝑠𝑡 dt + lim ∫0 2𝑡 2 𝑒 −𝑠𝑡 dt
𝑅→∞ 𝑅→∞

Resolvamos cada limite a parte,

Para o primeiro termo, temos:

𝑅 𝑅
i) 𝐹1 (𝑠) = ℒ (3) = lim ∫0 3𝑒 −𝑠𝑡 dt = 3 lim ∫0 3𝑒 −𝑠𝑡 dt
𝑅→∞ 𝑅→∞

Para 𝑠 = 0, teremos:

𝑅 𝑅 𝑅
𝑅
3 lim ∫ 𝑒 −𝑠𝑡 dt = 3 lim ∫ 𝑒 −(0)(𝑡) dt = 3 lim ∫(1) dt = 3 lim t| = 3 lim R = ∞
𝑅→∞ 𝑅→∞ 𝑅→∞ 𝑅→∞ 0 𝑅→∞
0 0 0

Logo, o integral diverge, para 𝑠 = 0

Para 𝑠 ≠ 0, teremos:

∞ 𝑅 𝑅
1
𝐹1 (𝑠) = ℒ (3) = ∫ 3𝑒 −𝑠𝑡 dt = 3 lim ∫ 𝑒 −𝑠𝑡 dt = 3 lim ∫ (− 𝑒 −𝑠𝑡 ) d(−𝑠𝑡)
𝑅→∞ 𝑅→∞ 𝑠
0 0 0
1 𝑅
= 3 lim [− 𝑒 −𝑠𝑡 ]
𝑅→∞ 𝑠 0

−1 −𝑠𝑅 1
= 3 lim ( 𝑒 +𝑠)
𝑅→∞ 𝑠

Quando 𝑠 < 0, −𝑠𝑅 > 0; logo o limite é ∞ e o integral diverge. Quando 𝑠 > 0, −𝑠𝑅 < 0;
1
logo, o limite é 𝑠 e o integral converge, então ,

∞ 3
𝐹1 (𝑠) = ℒ (3) = ∫0 3𝑒 −𝑠𝑡 dt =
𝑠

Para o segundo termo:

𝑅
ii) lim ∫0 𝑒 −𝑠𝑡 2𝑡 2 dt
𝑅→∞

5
2 ∞ ∞
𝐹2 (𝑠) = ℒ (2𝑡 ) = ∫0 𝑒 −𝑠𝑡 2𝑡 2 𝑑𝑡 = 2 lim ∫0 𝑒 −𝑠𝑡 𝑡 2 𝑑𝑡
𝑅→∞

E aplicando a integração por partes duas vezes: ∫ 𝑢𝑑𝑣 = 𝑢𝑣 − ∫ 𝑣𝑑𝑢,

Seja: 𝑢 = 𝑡 2 ⟺ 𝑑𝑢 = 2𝑡𝑑𝑡

1
d𝑣 = 𝑒 −𝑠𝑡 𝑑𝑡 ⟺ 𝑣 = − 𝑠 𝑒 −𝑠𝑡

Então , temos

𝑅
2 1 −𝑠𝑡 𝑅 1
𝐹2 (𝑠) = ℒ (2𝑡 ) = 2 𝑙𝑖𝑚 {[𝑡 ∙ (− 𝑒 )] − ∫ − 𝑒 −𝑠𝑡 2𝑡𝑑𝑡}
2
𝑅→∞ 𝑠 0 0 𝑠

2 1 −𝑠𝑡 𝑅 1 𝑅
𝐹2 (𝑠) = ℒ (2𝑡 ) = 2 𝑙𝑖𝑚 {[−𝑡 𝑒 ] + ∫ 2𝑡𝑒 −𝑠𝑡 𝑑𝑡} 2
𝑅→∞ 𝑠 0 𝑠 0

Seja: 𝑢 = 2𝑡 ⇔ 𝑑𝑢 = 2𝑑𝑡

1
𝑑𝑣 = 𝑒 −𝑠𝑡 ⟺ 𝑣 = − 𝑠 𝑒 −𝑠𝑡

2 1 −𝑠𝑡 𝑅 1 1 −𝑠𝑡 𝑅 1 𝑅 1
𝐹2 (𝑠) = ℒ (2𝑡 ) = 2 𝑙𝑖𝑚 {[−𝑡 𝑒 ] + [−2𝑡 𝑒 ] − ∫ −2 𝑒 −𝑠𝑡 𝑑𝑡}
2
𝑅→∞ 𝑠 0 𝑠 𝑠 0 𝑠 0 𝑠

𝑅
−𝑅2 −𝑠𝑅
2𝑅 −𝑠𝑅
2
= 2 𝑙𝑖𝑚 { 𝑒 − 𝑒 + ∫ 𝑒−𝑠𝑡 𝑑𝑡}
𝑅→∞ 𝑠 𝑠2 𝑠2 0

−𝑅2 2𝑅 2 −1 1
= 2 𝑙𝑖𝑚 { 𝑒−𝑠𝑅 − 𝑒−𝑠𝑅 + ( 𝑒−𝑠𝑅 + )}
𝑅→∞ 𝑠 𝑠2 𝑠2 𝑠 𝑠

𝑅2 2𝑅 2 2
= 2 𝑙𝑖𝑚 {− 𝑒−𝑠𝑅 − 𝑒−𝑠𝑅 − 𝑒−𝑠𝑅 + }
𝑅→∞ 𝑠 𝑠2 𝑠3 𝑠3

𝑅2
Para 𝑠 < 0, 2 lim (− 𝑒 −𝑠𝑅 ) = ∞, a integral imprópria diverge.
𝑅→∞ 𝑠

Para 𝑠 > 0, decorre da aplicação iterada de L´Hospital (para cada fracção, derivamos o
numerador e o denominador em função de R para achar o limite do integral), que

𝑅2 −𝑅2 −2𝑅
➢ 2 𝑙𝑖𝑚 (− 𝑒−𝑠𝑅 ) = 2 𝑙𝑖𝑚 ( ) = 2 𝑙𝑖𝑚 (𝑠2 𝑒𝑠𝑅 )
𝑅→∞ 𝑠 𝑅→∞ 𝑠𝑒𝑠𝑅 𝑅→∞

−2
= 2 𝑙𝑖𝑚 (𝑠3 𝑒 𝑠𝑅 ) = 0
𝑅→∞

6
2𝑅 −𝑠𝑅 −2𝑅 −2
➢ 2 𝑙𝑖𝑚 (− 𝑒 ) = 2 𝑙𝑖𝑚 (𝑠𝑒𝑠𝑅 ) = 2 𝑙𝑖𝑚 (𝑠2𝑒𝑠𝑅 ) = 0
𝑅→∞ 𝑠2 𝑅→∞ 𝑅→∞

2
Também, 2 𝑙𝑖𝑚 (− 𝑒−𝑠𝑅 ) = 0 directamente; logo, a integral convergr, e
𝑅→∞ 𝑠3

2 4
2 𝑙𝑖𝑚 ( 3) =
𝑅→∞ 𝑠 𝑠3

Então combinando todos os casos, temos

4
𝐹2 (𝑠) = ℒ (2𝑡 2 ) = 𝑠3 , para 𝑠 > 0

Finalmente,

3 4
𝐹(𝑠) = ℒ[𝑓(𝑡)] = 𝐹1 (𝑠) + 𝐹2 (𝑠) = 𝑠 + 𝑠3 (Para 𝑠 > 0)

Na prática acha ̶ se a transformada de Laplace de uma função 𝑓(𝑡) por meio da Tabela de
transformada de Laplace.

Tabela 1: Algumas transformadas de Laplace.

N Função 𝑓(𝑡) ℒ[𝑓] N Função 𝑓(𝑡) ℒ[𝑓] Condição


01 ≡1 1⁄ 02 𝑡 1⁄ 𝑠>0
𝑠 𝑠2
03 𝑡2 2⁄ 04 𝑡𝑛 𝑛!⁄ 𝑠>0
𝑠3 𝑠 𝑛+1
05 𝑒 𝑎𝑡 , 𝑎 ∈ ℝ 1 06 𝑒 𝛼𝑡 , 𝛼 ∈ ℂ 1 𝑅𝑒(𝑧 − 𝛼) > 0
𝑠−𝑎 𝑧−𝛼
07 cos(𝑎𝑡) 𝑠 08 sin(𝑎𝑡) 𝑠 𝑠>0
𝑠 + 𝑎2
2 𝑠 + 𝑎2
2

09 𝑒 𝑎𝑡 cos(𝑏𝑡) 𝑠−𝑎 10 𝑒 𝑎𝑡 sin(𝑏𝑡) 𝑏 𝑠>𝑎


(𝑠 − 𝑎)2 + 𝑏 2 (𝑠 − 𝑎)2 + 𝑏 2
11 cosh(𝑎𝑡) 𝑠 12 sinh(𝑎𝑡) 𝑎 𝑠>𝑎
𝑠2 − 𝑎2 𝑠 − 𝑎2
2

13 tcos(𝑎𝑡) 𝑠 2 − 𝑎2 14 t sin(𝑎𝑡) 2𝑎𝑠 𝑠>0


(𝑠 2 + 𝑎2 )2 (𝑠 + 𝑎2 )2
2

Onde:

f(t) - é uma função real ou complexa

t - é a variável da função, (t ≥ 0)

z- é um número complexo da forma z = s + iv

7
s, a (são constantes) ∈ ℝ com, s > 0 e s > a

𝑧, 𝛼 são constantes ∈ ℂ (conjunto dos números Complexos) com 𝑅𝑒(𝑧 − 𝛼) > 0

2.2.Transformada Inversa de Laplace

Considere – se agora o problema inverso, isto é, dada uma função F(s), determinar uma
função f(t) cuja transformada de Laplace é F(s).

Definição 2.4 (Transformada inversa de Laplace), Segundo Prof. Josemar dos Santos:

O processo matemático de se passar da expressão F(s) para expressão no tempo f(t) é


chamada transformada inversa de Laplace. A notação da transformada inversa de Laplace é

𝓛−𝟏 {𝐅(𝐬)} = 𝐟(𝐭) (2.6)

Pelo que,

𝓛 = {𝐟(𝐭)} = 𝐅(𝐬) (2.7)

Nestas condições, f(t) designa –se transformada inversa de Laplace da função F(s). A este
respeito a que ter em conta:

▪ Há funções que têm transformada inversa de Laplace, enquanto que outras não são a
transformada de Laplace de nenhuma função.
▪ Se assumirmos que a transformada inversa de Laplace existe, podemos afirmar que a
transformada inversa é única, se verificar –se o seguinte teorema:

Teorema 2.2. Sejam f(t) e g(t) duas funções contínuas para t ≥ 0 que têm a mesma
transformada de Laplace F(s). Então f(t) = g(t) para todo t ≥ 0. Ou seja, se sabemos que
uma dada função F(s) tem transformada inversa contínua f(t), então f(t) é a única função
contínua que é a transformada inversa de Laplace de F(s), isto é, não existe mais nenhuma
função contínua cuja transformada de Laplace seja F(s).

Um método conveniente para se obter as transformadas inversas de Laplace, consiste em usar


a tabela de Laplace. Neste caso, a transformada deve entrar em forma imediatamente
reconhecível na tabela.

8
Se uma transformada 𝐅(𝐬) não puder ser encontrada na tabela, então deve –se expandir em
frações parciais e escrever 𝐅(𝐬) em termos de funções simples de “s” nas quais as
transformadas são conhecidas.

2.2.1. Frações Parciais

No trabalho com transformada de Laplace ℒ , em geral, nos deparamos com expressões


P(s)
racionais F(s) = Q(s) , onde P(s) e Q(s) são polinómios. Para determinar a inversa ℒ −1 {F(s)}

é conveniente decompor F(s) em frações o mais simples possível. Fazemos isto usando o
método das frações parciais.

Como F(s) → 0 quando s→ ∞, podemos considerar apenas o caso em que o grau de P é


menor do que o grau de Q e sem factores em comum.

Primeiro caso: Factores lineares Distintos:

Se Q(s) só tem factores lineares n`ao repetidos, por exemplo,

𝐐(𝐬) = (𝐬 − 𝐚𝟏 ) ∙ (𝐬 − 𝐚𝟐 ) ∙ ∙ ∙ (𝐬 − 𝐚𝐧 ),

então decompomos F em frações do tipo

A A
F(s) = s−a1 + ⋯ + s−an .
1 n

Como exemplo, decompor

s2 + 3s − 6
F(s) =
s(s − 1)(s − 2)

Como o denominador tem factores lineares não repetidos

Q(s) = s(s − 1)(s − 2),

vamos determinar A, B e C tais que

s2 + 3s − 6 A B C
= + +
s(s − 1)(s − 2) s s−1 s−2

Realizando uma conta simples, obtemos A = −3, B = 2 e C = 2. Logo, temos

9
s 2 + 3s − 6 3 3 2
= − + +
s(s − 1)(s − 2) s s−1 s−2

Segundo Caso: Factores Lineares Repetidos: Se Q(s) tem factores lineares repetidos, a
cada factor linear repetido ax + b que aparece n vezes no denominador, corresponde uma
soma de n fracções parciais da forma

𝐀𝟏 𝐀𝟐 𝐀𝐧
+ ⋯ +
𝐚𝐱 + 𝐛 (𝐚𝐱 + 𝐛)𝟐 (𝐚𝐱 + 𝐛)𝐧

Onde 𝐀 𝟏 , 𝐀 𝟐, ⋯ 𝐀 𝐧 são contantes a serem determinadas.

Por simplicidade vamos supor que Q(s) tem um único factor linear (s − a) repetido m = 2
vezes, isto é, em Q(s) aparece o factor (s − a)m . Neste caso Q(s) tem a forma

𝐐(𝐬) = (𝐬 − 𝐚)𝐦 (𝐬 − 𝐛𝟏 ) ⋯ (𝐬 − 𝐛𝐧 )

Se existem mais termos lineares repetidos devemos incluir termos como os dois primeiros da
igualdade acima.

Como exemplo, decompor

s
F(s) =
(s − 1)2

Como o denominador tem factores lineares repetidos, Q(s) = (s − 1)2 , vamos determinar A
e B,

s A B
= +
(s − 1)2 s − 1 (s − 1)2

Realizando uma conta simples,

s = As − A + B

A =1
−A+B = 0

obtemos A = B = 1 . Logo, temos que

s 1 1
2
= +
(s − 1) s − 1 (s − 1)2

10
Terceiro caso: Factores distintos do segundo Grau: A cada factor do segundo grau
irredutível ax 2 + bx + c que aparece uma vez no denominador, corresponde uma função da
forma

𝐀𝐱 + 𝐁
𝐚𝐱 𝟐+ 𝐛𝐱 + 𝐜

Onde, A e B são constantes a serem determinadas.

Quarto caso: Factores repetidos de segundo grau: A cada factor do segundo grau
irredutível ax 2 + bx + c que aparece n vezes no denominador, corresponde uma soma de n
fracções parciais da forma

𝐀 𝟏 𝐱 + 𝐁𝟏 𝐀 𝟐 𝐱 + 𝐁𝟐 𝐀 𝐧 𝐱 + 𝐁𝐧
𝟐
+ 𝟐 𝟐
+ ⋯+
𝐚𝐱 + 𝐛𝐱 + 𝐜 (𝐚𝐱 + 𝐛𝐱 + 𝐜) (𝐚𝐱 𝟐 + 𝐛𝐱 + 𝐜)𝐧

Onde, Ai , Bi são constantes a serem determinadas.

Nota: Na teoria da transformada e transformada inversa de Laplace é sempre possível


usar números Complexos.

2.2.2. Propriedades da Transformada inversa de Laplace

As propriedades da transformada inversa de Laplace decorrem das propriedades da


transformada de Laplace, as quais se se seguem.

Sejam 𝐹(𝑠) e 𝐺(𝑠) resultados da aplicação do operador ℒ sobre as funções 𝑓(𝑡) e 𝑔(𝑡)
respectivamente e 𝐾, 𝛼, 𝛽 são constantes arbitrárias então:

▪ Propriedade de Homogeneidade: ℒ −1 [𝐾𝐹(𝑠)] = 𝐾 ℒ −1 [𝐹(𝑠)].


▪ Propriedade de Aditividade: ℒ −1 [𝐹(𝑠) + 𝐺(𝑠)] = ℒ −1 [𝐹(𝑠)] + ℒ −1 [𝐺(𝑠)].
▪ Propriedade de Linearidade:ℒ −1 [𝛼 𝐹(𝑠) + 𝛽 𝐺(𝑠)] = 𝛼 ℒ −1 [𝐹(𝑠)] + 𝛽 ℒ −1 [𝐺(𝑠)].
▪ Propriedade de translação: ℒ −1 [𝐹(𝑠 + 𝑎)] = 𝑒 −𝑎𝑡 𝑓(𝑡) – (sendo f (t) uma função
contínua por partes e de ordem exponencial).
▪ Propriedade de Convulação da transformada inversa de Laplace:
ℒ −1 [𝐹(𝑠). 𝐺(𝑠)] = 𝑓(𝑡) ∗ 𝑔(𝑡) → ( sendo 𝑓(𝑡) e 𝑔(𝑡) duas funções que
seccionalmente contínuas para todo o intervalo limitado 0 ≤ 𝑡 ≤ 𝑏 e ambas de ordem
exponencial 𝑒 𝛼𝑡 ).
▪ Propriedade (Transformada inversa de Laplace da derivada):

11
ℒ −1 [𝐹 (𝑛) (𝑠)] = (−𝑡)𝑛 𝑓(𝑡)

𝐹(𝑠) 𝑡
▪ Propriedade (Integral): ℒ −1 [ ] = ∫0 𝑓(𝑢)𝑑𝑢; onde: 𝑢 = 𝑡 − 𝜉; e 0 ≤ 𝜉 ≤ 𝑡.
𝑠

Exemplo 2.2: Determinar

1
ℒ −1 = { }
𝑠(𝑠 2 + 1)

Resolução:

1
ℒ −1 = { }
𝑠(𝑠 2 + 1)

Recorrendo à factorização em fracções parciais,

1 𝐴 𝐵𝑠 + 𝐶
= +
𝑠(𝑠2 +1) 𝑠 𝑠2 +1

Realizando uma conta simples,

1 = A𝑠 2 + 𝐴 + B𝑠 2 + 𝐶𝑠

A=1 A=1
{A + 𝐵 = 0 ⇒ {𝐵 = −1
𝐶=0 𝐶=0

Aplicando a propriedade Aditividade e recorrendo a Tabela temos,

1 1 𝑠 1 𝑠
ℒ −1 { } = ℒ −1 { − 2 } = ℒ −1 { } − ℒ −1 { 2 } = 1 − cos t
𝑠(𝑠 2+ 1) 𝑠 𝑠 +1 𝑠 𝑠 +1

1
Logo, ℒ −1 {𝑠(𝑠2 +1)} = 1 − cos t .

2.3.Transformada de Laplace de derivadas de funções

Definição 2.5 (Transformada de Laplace de derivadas de funções): Seja, uma função 𝑓(𝑡)
e a sua derivada 𝑓′(𝑡), a transformada de Laplace de 𝑓′(𝑡) segundo a definição será:

12
∞ 𝑅
′ (𝑡) −𝑠𝑡
ℒ[𝑓′(𝑡)] = ∫ 𝑓 𝑒 𝑑𝑡 = lim ∫ 𝑓 ′ (𝑡)𝑒 −𝑠𝑡 𝑑𝑡
0 𝑅→∞ 0

Usando o método de integração por partes com


𝑢 = 𝑒 −𝑠𝑡 ⇔ 𝑑𝑢 = −𝑠𝑒−𝑠𝑡 𝑑𝑡
e, 𝑑𝑣 = 𝑓 ′ (𝑡)𝑑𝑡 ⇔ 𝑣 = 𝑓(𝑡)
então teremos:
𝑅
𝑅
ℒ[𝑓 ′ (𝑡)] = lim [𝑓(𝑡)𝑒 −𝑠𝑡 ] − lim ∫ 𝑓(𝑡)(−𝑠)𝑒 −𝑠𝑡 𝑑𝑡
𝑅→∞ 0 𝑅→∞ 0
𝑅
= lim [𝑓(𝑅)𝑒 −𝑠𝑅 − 𝑓(0)] + lim 𝑠 ∫ 𝑓(𝑡)𝑒 −𝑠𝑡 𝑑𝑡
𝑅→∞ 𝑅→∞ 0

= 0 − 𝑓(0) + lim 𝑠 ∫ 𝑓(𝑡)𝑒 −𝑠𝑡 𝑑𝑡
𝑅→∞ 0

= 𝑠 𝐹(𝑠) − 𝑓(0)

Sendo que lim [𝑓(𝑅)𝑒 −𝑠𝑅 ] = 0 pois a função 𝑓 = 𝑓(𝑡) é de ordem exponencial quando 𝑡 →
𝑅→∞
∞, assim
𝓛[𝒇(𝒕)′ ] = 𝒔 𝑭(𝒔) − 𝒇(𝟎), 𝑠>𝛼 (2.8)
Ora, 𝐹(𝑠) existe por hipótese para 𝑠 > 𝛼 (𝑠𝑒 𝛼 = 0, 𝑒𝑛𝑡ã𝑜 𝑠 > 0 ).
Teorema 2.3. Seja 𝑓(𝑡) uma função real contínua para 𝑡 ≥ 0 e de ordem exponencial 𝑒 𝛼𝑡 .
Seja 𝑓(𝑡)′ uma função seccionalmente contínua em todo intervalo 0 ≤ 𝑡 ≤ 𝑏. Então,
𝓛[𝒇(𝒕)′ ] = 𝒔𝓛[𝑓(𝑡)] − 𝒇(𝟎), 𝑠 > 𝛼.
𝓛[𝒇(𝒕)′ ] = 𝒔 𝑭(𝒔) − 𝒇(𝟎)

Denotamos ℒ{𝑓(𝑡)} por 𝐹(𝑡) . Então, sob condições muito amplas, a transformação de
Laplace da n-ésima, derivada (n=1, 2, 3, ...) de 𝑓(𝑡) é

𝒅𝒏 𝒇
𝓛 { 𝒅𝒕𝒏 } = 𝒔𝒏 𝑭(𝒔) − 𝒔𝒏−𝟏 𝒇(𝟎) − 𝒔𝒏−𝟐 𝒇′ (𝟎) − ⋯ − 𝒔𝒇(𝒏−𝟐) (𝟎) − 𝒇(𝒏−𝟏) (𝟎) (2.9)

Se as condições iniciais sobre 𝑓(𝑡) em 𝑡 = 0 são dadas por

𝒇(𝟎) = 𝒄𝟎 𝒇′ (𝟎) = 𝒄𝟏 , … , 𝒇(𝒏−𝟏) (𝟎) = 𝒄𝒏−𝟏 (2.10)

Então podemos escrever

𝒅𝒏 𝒚
𝓛 {𝒅𝒙𝒏 } = 𝒔𝒏 𝑭(𝒔) − 𝒄𝟎 𝒔𝒏−𝟏 𝒇(𝟎) − 𝒄𝟏 𝒔𝒏−𝟐 𝒇′ (𝟎) − ⋯ − 𝒄𝒏−𝟐 𝒔 − 𝒄𝒏−𝟏 (2.11)

Nos casos especiais n=1 e n=2, a equação acima se simplifica para

13
𝓛{ 𝒇′ (𝒕)} = 𝒔𝑭(𝒔) − 𝒄𝟎 (2.12)

𝓛{ 𝒇′′ (𝒕)} = 𝒔𝟐 𝑭(𝒔) − 𝒄𝟎 𝒔 − 𝒄𝟏 (2.13)

2.3.1. Derivada de Transformada de Laplace

Seja 𝐹(𝑠) a transformada de Laplace da função 𝑓(𝑡) ,



𝐹(𝑠) = ∫ 𝑓(𝑡)𝑒 −𝑠𝑡 𝑑𝑡
0

derivando ambos os membros da igualdade acima em relação à variável s, obtemos a


expressão da derivada de transformada de Laplace

𝒅𝑭(𝒔)
= ∫ (−𝒕)𝒇(𝒕)𝒆−𝒔𝒕 𝒅𝒕
𝒅𝒔 𝟎

esta expressão é igual a


𝒅𝑭(𝒔)
= 𝓛[(−𝒕) ∙ 𝒇(𝒕)] (2.14)
𝒅𝒔

Tomando as derivadas sucessivas de 𝐹(𝑠), teremos a regra geral

𝒅𝒏
𝓛[𝒕𝒏 𝒇(𝒕)] = (−𝟏)𝒏 𝑭(𝒔) (2.15)
𝒅𝒔𝒏

2.3.2. Convolução de funções

Um procedimento importante relacionado ao uso de tabelas é aquele que decorre do teorema


da convolução. No entanto, antes de enunciar o teorema, definimos o conceito de convolução
de funções.

Definição 2.6 (Convolução de funções): sejam f e g duas funções que são seccionalmente
contínuas para todo intervalo fechado limitado 0 ≤ t ≤ b . A função h(t) = f(t) ∗ g(t) é
definida por

14
𝒕
𝒉(𝒕) = 𝒇(𝒕) ∗ 𝒈(𝒕) = ∫ 𝒇(𝝉) ∗ 𝒈(𝒕 − 𝝉)𝒅𝝉 (2.16)
𝟎

designa-se convolução das funções f e g.

2.3.3. Propriedades de convolução de funções

Sejam f, g, h funções contínuas no intervalo fechado limitado 0 ≤ 𝑡 ≤ 𝑏 e k uma constante,


nota-se que valem as seguintes propriedades de demonstração imediata:

1. 𝑓 ∗ 𝑔 = 𝑔 ∗ 𝑓
2. 𝑓 ∗ (𝑔 + ℎ) = 𝑓 ∗ 𝑔 + 𝑓 ∗ ℎ
3. 𝑓 ∗ (𝑘𝑔), ∀𝑘 ∈ ℝ
𝑡
4. 1 ∗ 𝑓 = ∫0 𝑓(𝜏)𝑑𝜏
5. 1 ∗ 𝑓 ′ = 𝑓(𝑡) − 𝑓(0)𝑑𝜏

Nota-se que o resultado da convolução de duas funções é ainda uma função. Por outro lado,
𝑡
se no integral ∫0 𝑓(𝜏) ∗ 𝑔(𝑡 − 𝜏)𝑑𝜏, Realizarmos a mudança de variável,

𝑢 = 𝑡 − 𝜏 ⇒ 𝜏 = 𝑡 − 𝑢 ⇒ 𝑑𝜏 = −𝑑𝑢

Assim tem ̵ se,

𝟎 𝒕
𝒇(𝒕) ∗ 𝒈(𝒕) = − ∫ 𝒇(𝒕 − 𝒖)𝒈(𝒖)𝒅𝒖 = ∫ 𝒈(𝒖)𝒇(𝒕 − 𝒖)𝒅𝒖 = 𝒈(𝒕) ∗ 𝒇(𝒕) (2.17)
𝒕 𝟎

Concluindo-se portanto que a convolução é uma operação comutativa.

2.3.4. Convolução da transformada de Laplace

O principal resultado que estabelece a ligação entre a convolução de funções e a transformada


(inversa) de Laplace é dado pelo seguinte teorema:

Teorema 2.4 (Teorema da convolução): sejam f e g duas funções que são seccionalmente
contínuas para todo intervalo fechado limitado 0 ≤ t ≤ b e ambas de ordem exponencial eαt .
Nestas condições a transformada de Laplace

ℒ{𝑓(𝑡) ∗ 𝑔(𝑡)}

15
Existe para 𝑠 > 𝛼. Por outro lado,

ℒ{𝑓(𝑡) ∗ 𝑔(𝑡)} = ℒ{𝑓(𝑡)} ∗ ℒ{𝑔(𝑡)}.

Usando a notação

𝐹(𝑠) = ℒ{𝑓(𝑡)}, 𝐺(𝑠) = ℒ{𝑔(𝑡)}

O teorema de convolução toma desta forma

ℒ{𝑓(𝑡) ∗ 𝑔(𝑡)} = 𝐹(𝑠) ∗ 𝐺(𝑠)

Permitindo escrever,

𝓛−𝟏 {𝑭(𝒔) ∗ 𝑮(𝒔)} = 𝒇(𝒕) ∗ 𝒈(𝒕) (2.18)

Tem-se assim uma forma alternativa de determina a transformada inversa de Laplace de um


produto de duas funções a partir das respectivas transformadas inversas de Laplace

1 1
Exemplo 2.3 : Considere 𝐹(𝑠) = 𝑠2 𝑒 𝐺(𝑠) = 𝑠2 +1 𝑒 𝐻(𝑠) = 𝐹(𝑠) ∗ 𝐺(𝑠),

Determine ℎ(𝑡), 𝑡𝑎𝑙 𝑞𝑢𝑒 ℒ(ℎ(𝑡)) = 𝐻(𝑠).

Resolução:

Notemos que ℒ{𝑡} = 𝐹 𝑒 ℒ{sin 𝑡} = 𝐺. Pelo teorema de convolução temos que

1 1
ℎ(𝑡) = ℒ −1 { 2
∗ 2 }
𝑠 𝑠 +1
𝑡

= ∫(𝑡 − 𝜏) sin(𝜏) 𝑑𝜏 =
0

𝑡
= [−(𝑡 − 𝜏) cos(𝜏) − sin(𝜏)]| = − sin(𝑡) + 𝑡
0

Então, ℎ(𝑡) = − sin(𝑡) + 𝑡.

16
2.4.Resolução de equações diferencias ordinária através da transformada de
Laplace

As transformações de Laplace são utilizadas na resolução de problemas de valor inicial dados


pela equação diferencial linear de n-ésima, ordem com coeficientes constantes

𝑑𝑛 𝑓 𝑑𝑛−1 𝑓 𝑑𝑓
𝑏𝑛 𝑑𝑡 𝑛 + 𝑏𝑛−1 + ... + 𝑏1 𝑑𝑡 + 𝑏0 𝑓 = 𝑔(𝑡) (2.19)
𝑑𝑡 𝑛

Juntamente com as condições iniciais especificadas na Equação (2.10). Primeiro, tomamos a


transformada de Laplace de cada um dos membros da Equação (2.19), obtendo assim uma
equação algébrica em F(s). Em seguida, resolvemos algebricamente em relação a 𝐹(𝑠) e,
finalmente, tomamos a transformada inversa de Laplace para obter 𝑓(𝑡) = ℒ −1 { 𝐹(𝑠)}.

Ao contrário dos métodos precedentes( aprendisos na aula da cadeira de Análise


Matemática), em que resolvemos primeiro a equação diferencial (achando sua solução geral)
para então aplicar as condições iniciais para determinar as constantes arbitrarias, o método da
transformada de Laplace resolve de uma vez todo o problema de valor inicial. Há duas
exceções: quando não são dada as condições iniciais e quando as condições iniciais não se
referem a 𝑥 = 0. Em situações tais, 𝑐0 a 𝑐𝑛 nas equações (2.10) e (2.11) permanecem
arbitrarias, e a solução da equação diferencial (2.19) é obtida em termos dessas constantes, as
quais são então calculadas separadamente desde que se deem condições subsidiarias
apropriadas.

2.4.1. Apresentação dos 3 exemplos com valor inicial de equações diferencial


da primeira ordem

Exemplo 2.4

𝑓 ′ − 5𝑓 = 0; 𝑓(0) = 2.

Tomando a transformada de Laplace de cada um dos membros desta equação diferencial e


aplicando a propriedade 14.1, obtemos ℒ{𝑓 ′ } − 5ℒ{𝑓} = ℒ{0}. Utilizando então a equação
(17.4) com 𝑐0 = 2, obtemos

2
[𝑠𝐹(𝑠) − 2] − 5𝐹(𝑠) = 0 Onde 𝐹(𝑠) = 𝑠−5

Finalmente, tomando a transformada inversa de Laplace de F(s), obtemos

17
2 1
𝑓(𝑡)= ℒ −1 { 𝐹(𝑠)} = ℒ −1 { } = 2ℒ −1 { } = 2𝑒 5𝑡
𝑠−5 𝑠−5

Exemplo 2.5

𝑓 ′ − 5 = 𝑒 5𝑡 ; 𝑓(0) = 0.

Tomando a transformação de Laplace de ambos os membros desta equação diferencial e


aplicando a propriedade Linearidade, obtemos ℒ{𝑓 ′ } − 5ℒ{𝑓} = ℒ{𝑒 5𝑥 }. Utilizando então a
Tabela 1 e a equação (2.12) com 𝑐0 = 0, chegamos a

1 2
[𝑠𝐹(𝑠) − 0] − 5𝐹(𝑠) = Onde 𝐹(𝑠) = (𝑠−5)2
𝑠−5

Finalmente, tomando a transformada inversa de Laplace de F(s), obtemos

1
𝑓(𝑡)= ℒ −1 { 𝐹(𝑠)} = ℒ −1 { (𝑠−5)2 } = 𝑡𝑒 5𝑡

Exemplo 2.6

𝑓 ′ + 𝑓 = 𝑠𝑒𝑛𝑡; 𝑓(0) = 1

Tomando a transformada de Laplace de ambos os membros, obtemos

1
ℒ{𝑓 ′ } + ℒ{𝑓} = ℒ{𝑠𝑒𝑛𝑡}. Ou [𝑠𝐹(𝑠) − 1] + 𝐹(𝑠) = 𝑠2 +1

Resolvendo em relação a 𝐹(𝑠):

1 1
𝐹(𝑠) = 2
+
(𝑠 + 1)(𝑠 + 1) 𝑠 + 1

Finalmente, tomando a transformada inversa de Laplace e utilizando a Tabela 1, obtemos

1 1
𝑓(𝑡)= ℒ −1 { 𝐹(𝑠)} = ℒ −1 { (𝑠+1)(𝑠2 +1)} + ℒ −1 { (𝑠+1)}

1 1 1 3 1 1
= ( 𝑒 −𝑡 − 𝑐𝑜𝑠𝑡 + 𝑠𝑒𝑛𝑡) + 𝑒 −𝑡 = 𝑒 −𝑡 − 𝑐𝑜𝑠𝑡 + 𝑠𝑒𝑛𝑡
2 2 2 2 2 2

18
2.4.2. Apresentação dos 3 exemplos com valor inicial de equações
diferencial da segunda ordem

Exemplo 2.7

𝑓 ′′ + 4𝑓 = 0; 𝑓(0) = 2, 𝑓 ′ (0) = 2.

Tomando as transformadas de Laplace, temos ℒ{𝑓 ′′ } + 4ℒ{𝑓} = ℒ{0}. Utilizando então a


equação (2.13) com 𝑐0 = 2 e 𝑐1 = 2, obtemos

[𝑠 2 𝐹(𝑠) − 2𝑠 − 2] + 4𝐹(𝑠) = 0 Ou
2𝑠 + 2 2𝑠 2
𝐹(𝑠) = 2
= 2 + 2
(𝑠 + 4) (𝑠 + 4) (𝑠 + 4)

Finalmente, tomando a transformada inversa de Laplace, obtemos

𝑠 2
𝑓(𝑡)= ℒ −1 { 𝐹(𝑠)} = 2ℒ −1 { 𝑠2 +4} + ℒ −1 { 𝑠2 +4} = 2𝑐𝑜𝑠2𝑡 + 𝑠𝑒𝑛2𝑡

Exemplo 2.8

𝑓 ′′ − 3𝑓 ′ + 4𝑓 = 0; 𝑓(0) = 1, 𝑓 ′ (0) = 5.

Tomando as transformadas de Laplace, obtemos ℒ{𝑓 ′′ } − 3ℒ{𝑓 ′ } + 4ℒ{𝑓} = ℒ{0} .


Utilizando então ambas as equações (2.12) e (2.13) com 𝑐0 = 1 e 𝑐1 = 5, temos

[𝑠 2 𝐹(𝑠) − 𝑠 − 5] − 3[𝑠𝐹(𝑠) − 1] + 4𝐹(𝑠) = 0 ou


𝑠+2
𝐹(𝑠) =
(𝑠 2 − 3𝑠 + 4)

Finalmente, tomando a transformada inversa de Laplace e utilizando a Tabela 1 , obtemos

√7 √7
𝑓(𝑡) = 𝑒 (3/2)𝑡 𝑐𝑜𝑠 𝑡 + √7𝑒 (3/2)𝑡 𝑠𝑒𝑛 𝑡
2 2

Exemplo 2.9

𝑓 ′′ − 𝑓 ′ − 2𝑓 = 4𝑥 2 ; 𝑓(0) = 1, 𝑓 ′ (0) = 4.

Pelas transformadas de Laplace, temos ℒ{𝑓 ′′ } − ℒ{𝑓 ′ } − 2ℒ{𝑓} = 4ℒ{𝑥 2 }. Então, utilizando
ambas as equações (2.12) e (2.13) com 𝑐0 = 1 e 𝑐1 = 4, obtemos

8
[𝑠 2 𝐹(𝑠) − 𝑠 − 4] − [𝑠𝐹(𝑠) − 1] − 2𝐹(𝑠) = Ou
𝑠3

19
𝑠+3 8
𝐹(𝑠) = (𝑠2 +
−𝑠−2) 𝑠3 (𝑠2 −𝑠−2)

Finalmente, tomando a transformada inversa de Laplace, obtemos

5 2 1 8
𝑓(𝑡) = ( 𝑒 2𝑡 − 𝑒 −𝑡 ) + (−3 + 2𝑡 − 2𝑡 2 + 𝑒 2𝑡 + 𝑒 −𝑡 )
3 3 3 3

= 2𝑒 2𝑡 + 2𝑒 −𝑡 − 2𝑡 2 + 2𝑡 − 3

20
3. Conclusão
Com realização deste trabalho ficou patente que conhecer a Transformada de Pierre ̵ Simon
Laplace constitui algo indispensável para os estudantes de ciências exactas bem como para os
estudantes de Engenharia, pois a Transformada de Laplace constitui um Operador Linear que
facilita a resolução de Problemas de Equações Diferenciais Ordinárias, estas Equações
modelam fenómenos Físicos e Biológicos. A Transformada de Laplace transforma uma
equação Diferencial Ordinária em uma Equação Algébrica que envolve condições iniciais.

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4. Referências Bibliográficas
ANDRADE Doherty ̶ Cálculo Diferencial e Integral - Transformada de Laplace;

DA SILVA Marcio Antonio Jorge – Notas de Aulas: A Transformada de Laplace -


Londrina, 12 de março de 2013
DOS SANTOS Josemar ̶ Modelos Dinâmicos

FIGUEIREDO J. e RIBEIRO C ̶ Apontamentos de Complementos de Análise


Matemática 2008/2009

SODRÉ Ulysses - Notas de aulas: Transformadas de Laplace - de Maio de 2003

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