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CAMPUS ITUMBIARA
CURSO DE CIRCUITOS III
Desenvolvimento
Condições
As condições que uma função periódica f(t) deve satisfazer para que possamos
expressá-la como uma série de Fourier convergente (condições de Dirichlet) são as
seguintes:
f(t) deve ser unívoca,
o número de descontinuidades de f(t) no intervalo periódico deve ser finito,
o número de máximos e mínimos de f(t) no intervalo periódico deve ser finito,
a seguinte integral deve existir.
𝑡0 +𝑇
∫ |𝑓(𝑡)| 𝑑𝑡
𝑡0
Essas condições são suficientes, porém não necessárias. Portanto, se f(t) satisfazer
as condições, é sabido que essa função poderá ser representada com uma série de Fourier.
No caso de não satisfazer, ainda sim pode ser possível expressá-la como série de Fourier.
As condições necessárias não são conhecidas.
Coeficientes de Fourier
Fourier descobriu que uma função periódica pode ser expressada por uma soma
infinita de funções seno e cosseno, sendo essas de frequências múltiplas harmonicamente
relacionadas. Isso implica que o período de qualquer termo trigonométrico na série infinita
é um múltiplo inteiro, ou harmônico, do período fundamental da função periódica. Com isso,
Fourier mostrou que uma função periódica pode ser definida como:
𝑎𝑣
𝑓(𝑡) = ( ) + ∑(𝑎𝑛 𝑐𝑜𝑠(𝜔0 𝑡) + 𝑏𝑛 𝑠𝑒𝑛(𝜔0 𝑡))
2 (1.1)
Para sabermos o 𝑎𝑣 (valor médio da função), integra-se de ambos os lados de (1.1) por um
periodo completo.
𝑇 ∞
𝑇 𝑇
𝑎𝑣
∫ 𝑓(𝑡)𝑑𝑡 = ∫ 𝑑𝑡 + ∑ ∫ (𝑎𝑛 cos(𝑛 𝜔0 𝑡) + 𝑏𝑛 𝑠𝑒𝑛(𝑛𝜔0 𝑡))𝑑𝑡
0 2 𝑛=10
0
Fazendo desta maneira, sabemos que a função cosseno e a função seno possuem a
mesma área tanto em seu ciclo positivo quanto em seu ciclo negativo. Isso faz com que a
integral por um periodo completo de uma função trigonometrica não deslocada seja 0, pois
o somatório de sua área será nulo.Desta forma, sobra-se apenas o termo:
𝑇
𝑎𝑣 𝑇
= ∫ 𝑓(𝑡)𝑑𝑡
2 0
Isolando 𝑎𝑣 :
2 𝑇
𝑎𝑣 = ∫ 𝑓(𝑡)𝑑𝑡 (1.2)
𝑇 0
Dado que 𝑎0 pode ser escrito como o termo n=0 de 𝑎𝑛 , sabemos então que:
𝑎𝑣 = 𝑎0 cos(0𝜔0 𝑡)
Todavia, mesmo que no caso de 𝑎0 , n assuma o valor 0, isso muda para os termos n>0.
Portanto, ao multiplicar 𝑓(𝑡) por cos(𝑚𝜔0 𝑡), temos:
𝑇 ∞
𝑇 𝑇
𝑎𝑣
∫ 𝑓(𝑡)cos(𝑛𝜔0 𝑡)𝑑𝑡 = ∫ cos(0𝜔0 𝑡)𝑑𝑡 + ∑ ∫ (𝑎𝑛 cos(𝑛 𝜔0 𝑡)cos(𝑚𝜔0 𝑡)
0 2 0
𝑛=1
0
+ 𝑏𝑛 𝑠𝑒𝑛(𝑛𝜔0 𝑡)cos(𝑚𝜔0 𝑡))𝑑𝑡
Como sabemos, o produto de uma função impar com uma função par será sempre uma
função impar e a integral de uma função impar é sempre zero. Desse modo, o termo que
multiplica 𝑏𝑛 é zero, sobrando:
𝑇 ∞
𝑇 𝑇
𝑎𝑣
∫ 𝑓(𝑡)cos(𝑛𝜔0 𝑡)𝑑𝑡 = ∫ cos(0𝜔0 𝑡)𝑑𝑡 + ∑ ∫ (𝑎𝑛 cos(𝑛 𝜔0 𝑡)cos(𝑚𝜔0 𝑡)
0 2 0
𝑛=1
0
Sendo:
𝑝+𝑞 𝑝−𝑞
cos(𝑝) ∗ cos(𝑞) = 2(cos ( ) + cos ( ))
2 2
Então, a integral onde n≠m é nula, já que a integral por periodo completo de cosseno é
zero. Portanto, para sabermos um termo específico de 𝑎𝑛 , basta fazermos n=m, caindo
𝑇 𝑇
em∫0 𝑎𝑛 cos²(𝑛 𝜔0 𝑡)𝑑𝑡 = 2 𝑎𝑛 .Dessa forma:
2 𝑇
𝑎𝑛 = ∫ 𝑓(𝑡)cos(𝑛𝜔0 𝑡)𝑑𝑡 (1.3)
𝑇 0
Se para descobrir 𝑎𝑛 foi necessário multiplicar 𝑓(𝑡)por cos(n𝜔0 t), para calcular 𝑏𝑛 basta
multiplicar por sen(n𝜔0 t).
2 𝑇
𝑏𝑛 = ∫ 𝑓(𝑡)sen(𝑛𝜔0 𝑡)𝑑𝑡 (1.4)
𝑇 0
Propriedades de simetria
Possuindo uma simetria em relação ao eixo vertical (y), a função par apresenta
seguinte forma:
𝑓(𝑡) = 𝑓(−𝑡)
Já uma função impar, que apresenta simetria em relação a origem, tem a seguinte
propriedade:
𝑓(𝑡) = −𝑓(−𝑡)
A seguir na figura (a) temos uma função par, e respectivamente uma função ímpar na figura
(b).
Vamos analisar as propriedades de simetria que podem reduzir o esforço nos cálculos da
série de Fourier. Como podemos ver na imagem (b), a área de -a até 0 é idêntica à de 0 até
a. Podemos estabelecer o resultado da seguinte forma
𝑎 0 𝑎
∫ 𝑓(𝑡) 𝑑𝑡 = ∫ 𝑓(𝑡) 𝑑𝑡 + ∫ 𝑓(𝑡)𝑑𝑡
−𝑎 −𝑎 0
0 𝑎
= − ∫ 𝑓(−𝛕) 𝑑τ + ∫ 𝑓(𝑡)𝑑𝑡
𝑎 0
0 𝑎
= ∫ 𝑓(τ) 𝑑τ + ∫ 𝑓(𝑡)𝑑𝑡
𝑎 0
𝑎
= 2 ∫ 𝑓(𝑡)𝑑𝑡
0
O resultado do produto entre funções deste tipo pode ser dado da seguinte maneira:
Par se o produto for entre duas funções de mesma paridade
Ímpar se o produto for entre duas funções de paridades diferentes
Tendo salientado estas propriedades, Para funções periódicas pares, as equações para
os coeficientes Fourier se reduzem a
2 𝑇
𝑎𝑣 = ∫ 𝑓(𝑡)𝑑𝑡,
𝑇 0
2 𝑇
𝑎𝑛 = ∫ 𝑓(𝑡) cos(𝑛𝜔0 𝑡) 𝑑𝑡,
𝑇 0
𝑏𝑛 = 0, Para todo 𝑛.
𝑎𝑣 = 0,
𝑎𝑛 = 0, Para todo 𝑛.
2 𝑇
𝑏𝑛 = ∫ 𝑓(𝑡) sen(𝑛𝜔0 𝑡) 𝑑𝑡.
𝑇 0
Em resumo, nos dois casos um conjunto de coeficientes será nulo, o outro conjunto
é obtido fazendo o dobro da integral sobre a metade do período. Uma função par não tem
termos em seno e uma função ímpar não tem termos em constantes e em cosenos.
Além das simetrias das funções pares e ímpares temos mais duas simetrias, de meia-onda
e de quarto de onda. Se uma função satisfaz a equação
𝑇
𝑓(𝑡) = −𝑓(𝑡 − )
2
ela então possui simetria de meia onda. Outra forma de identificar é dizer que se após ser
deslocada metade de um período e invertida, for idêntica à função original. Para esse caso
seus coeficientes são determinados como.
𝑎𝑣 = 0,
𝑎𝑛 = 0, Para 𝑛 par;
4 𝑇
𝑎𝑛 = ∫ 𝑓(𝑡) cos(𝑛𝜔0 𝑡) 𝑑𝑡, Para 𝑛 ímpar;
𝑇 0
𝑏𝑛 = 0,
Para 𝑛 par;
Para 𝑛 ímpar;
Já o termo simetria de quarto de onda descreve uma função periódica que tem simetria de
meia-onda e, além disso, é simétrica em relação aos pontos médios dos semi-ciclos positivo
e negativo. Essa função pode ser transformada em par ou em ímpar pela escolha adequada
do ponto t = 0. Se a função for transformada em par, os coeficientes serão
, para 𝑛 ímpar;
, para 𝑛 ímpar;
De início procuramos graus de simetria na onda, e podemos concluir que se trata de uma
função impar, e existe tanto simetria de meia-onda quanto de quarto de onda. Logo, isso
implica que os coeficientes av e ak serão nulos, já bk será nulo para valores pares de k. Para
valores ímpares de k, bk será
8𝐼𝑚 𝑛𝜋
= 𝑠𝑒𝑛 ( ) (𝑛 é impar)
𝜋²𝑛² 2
O valor eficaz de uma função pode ser expresso em termos dos coeficientes de Fourier;
por definição,
1 𝑡0+𝑇
𝐹𝑒𝑓 =√ ∫ 𝑓(𝑡)²𝑑𝑡
𝑇 0
Sendo f(t) representado por sua série de Fourier, temos
1 𝑡0+𝑇 ∞
𝐹𝑒𝑓= √ ∫ [𝑎𝑣 + ∑ (𝐴𝑛 cos 𝑛𝜔0 𝑡 − 𝜃0 )] ²dt
𝑇 0 𝑛=1
O cálculo será facilitado visto que os únicos termos que sobrevivem à integração
são relacionados ao termo constante e aos produtos harmônicos de mesma frequência.
Assim a equação se reduz a
∞
1 𝑇
𝐹𝑒𝑓= √ (𝑎𝑣2 𝑇 + ∑ (𝐴 ²))
𝑇 2 𝑛
𝑛=1
∞
𝐴𝑛 ²
= √(𝑎𝑣2 + ∑ ( ))
2
𝑛=1
∞
𝐴𝑛
= √(𝑎𝑣2 + ∑ ( ) ²)
𝑛=1
√2
Vamos usar a seguinte função periódica v(t) para determinarmos o valor eficaz da tensão.
É possível verificar que não existe simetria, portanto é preciso calcular todos os
coeficientes de Fourier.
𝑇 𝑇
2 4 4
𝑎𝑛 = ∫ 𝑉𝑚 cos(𝑛𝜔0 𝑡) 𝑑𝑡 + ∫ (0) cos(𝑛𝜔0 𝑡) 𝑑𝑡
𝑇 0 0
𝑇
2𝑉𝑚 𝑠𝑒𝑛(𝑛𝜔0 𝑡) 4
= |
𝑇 𝑛𝜔0 0
𝑉𝑚 𝑛𝜋
= 𝑠𝑒𝑛( )
𝑛𝜋 2
𝑇
2 4
𝑏𝑛 = ∫ 𝑉𝑚 sen(𝑛𝜔0 𝑡) 𝑑𝑡
𝑇 0
𝑇
2𝑉𝑚 𝑠𝑒𝑛(𝑛𝜔0 𝑡) 4
= |
𝑇 𝑛𝜔0 0
𝑉𝑚 𝑛𝜋
= (1 − 𝑐𝑜𝑠 ( ))
𝑛𝜋 2
Vamos considerar que Vm é igual a 60V e o período é 5ms, vamos encontrar os primeiros
5 termos não nulos da série de Fourier de v(t).
𝑇
60( 4 )
𝑎𝑣 = = 15𝑉.
𝑇
60
𝐴1 = √2 𝜋 =27.01V
=19.10V,
=9V
𝐴4 =0V,
𝐴5 =5.4v
19.10
𝑉2 = 𝑉, 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧 𝑑𝑜 𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜 ℎ𝑎𝑟𝑚ô𝑛𝑖𝑐𝑜
√2
9.00
𝑉3 = 𝑉, 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧 𝑑𝑜 𝑡𝑒𝑟𝑐𝑒𝑖𝑟𝑜 ℎ𝑎𝑟𝑚ô𝑛𝑖𝑐𝑜
√2
5.40
𝑉5 = 𝑉, 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧 𝑑𝑜 𝑞𝑢𝑖𝑛𝑡𝑜 ℎ𝑎𝑟𝑚ô𝑛𝑖𝑐𝑜
√2
27.01 2
19.10 2
5.40 2
9.00 2
𝑉𝑒𝑓 = √152 +( ) +( ) +( ) +( )
√2 √2 √2 √2
= 28.76𝑉
Este resultado que obtivemos se trata de uma aproximação, o valor correto é 30V. Para
um valor eficaz mais exato é preciso utilizar mais harmônicos na equação.
Vamos agora usar a seguinte função periódica i(t) para determinarmos o valor eficaz da
corrente.
Conseguimos constatar que se trata de uma função ímpar, além disso ela tem simetria de
meia-onda e de quarto de onda, portanto o único coeficiente será bk quando k for ímpar
Sabemos que nesse período temos duas funções, 2 para 0 <= t <= 4, e 8 para 4 <= t <= 8,
concluímos também que o período terá o valor 32 e ω0 será igual a π/16. Portanto,
calculando bn teremos
8 4 𝑛π 8
𝑛π
𝑏𝑛 =
∫ 2 sen ( 𝑡) 𝑑𝑡 + ∫ 8 sen ( 𝑡) 𝑑𝑡
32 0 16 4 16
1 32 𝑛π 128 𝑛π 𝑛π
𝑏𝑛 = (( (− cos ( ) + 1) + 1) + (−𝑐𝑜𝑠 ( ) + 𝑐𝑜𝑠 ( )))
4 𝑛π 4 𝑛π 2 4
𝑛π 𝑛π
28𝑐𝑜𝑠 ( 4 ) + 1 − 32𝑐𝑜𝑠 ( 2 )
𝑏𝑛 =
𝑛π
b1 = 7,5755 A,
b3 = -1,6763 A,
b5 = -1,0058 A,
b7 = 1,0822 A,
b9 = 0,8417 A.
I1 = 5,3567 A,
I3 = -1,1853 A,
I5 = -0,7112 A,
I7 = 0,7652 A,
I9 = 0,5952 A.
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑓𝑖𝑐𝑎𝑧 = √5,35672 + (−1,1853)2 + (−0,7112 )2 + 0,7652² + 0,5952²
A série de Fourier pode ser escrita em uma outra forma, substituindo seno e cosseno
por suas formas exponenciais obtidas apartir da expansão de Euler. Essa forma é chamada
de Série exponencial de Fourier e é extremamente útil porque nos permite expressar a série
com concisão.
1
cos(𝑛𝜔0 𝑡) = (𝑒 𝑗𝑛𝜔0 𝑡 + 𝑒 −𝑗𝑛𝜔0 𝑡 )
2
1 𝑗𝑛𝜔 𝑡
(𝑒 0 − 𝑒 −𝑗𝑛𝜔0 𝑡 )
sen(𝑛𝜔0 𝑡) =
𝑗2
Estas são as equivalentes exponenciais das funções seno e cosseno. A partir delas,
substituimos em (1.1) e obtemos.
∞
𝑎𝑣 𝑎𝑛 − 𝑗𝑏𝑛 𝑗𝑛𝜔 𝑡 𝑎𝑛 + 𝑗𝑏𝑛 −𝑗𝑛𝜔 𝑡
𝑓(𝑡) = ( ) + ∑ [( )𝑒 0 +( )𝑒 0 ]
2 2 2
𝑛=1
Se definimos um nono coeficiente,𝑐𝑛 , por
𝑎𝑛 − 𝑗𝑏𝑛
𝑐𝑛=
2
𝑇
E substituirmos 𝑎𝑛 e 𝑏𝑛 de (1.3) e (1.4) respectivamente, com𝑡0 = 2, temos
Ou ainda
Para o conjugado de 𝑐𝑛
𝑎𝑛 + 𝑗𝑏𝑛
𝑐−𝑛=
2
temos
𝑇
1 2
𝑐−𝑛= ∫ 𝑓(𝑡)[cos(𝑛𝜔0 𝑡) + 𝑗𝑠𝑒𝑛(𝑛𝜔0 𝑡)]𝑑𝑡
𝑇 −𝑇
2
Ou ainda
𝑓(𝑡) = ∑ 𝑐𝑛 𝑒 𝑗𝑛𝜔0 𝑡
−∞
Para demonstrar, suponhamos a seguinte expressão:
𝑓(𝑡) = 1; −1 < 𝑡 < 1
= 0; 1 < |𝑡| < 2
𝑓(𝑡 + 4) = 𝑓(𝑡)
Calculando 𝑐𝑛 :
1 1
𝑐𝑛 = ∫ 1 𝑒 −𝑗𝑛𝜔0 𝑡 𝑑𝑡
4 −1
1 𝑒 −𝑗𝑛𝜔0 𝑡 1
= ( )|
4 −𝑗𝑛𝜔0 −1
𝑗
= (𝑒 −𝑗𝑛𝜔0 − 𝑒 𝑗𝑛𝜔0 )
𝑛𝜔0 4
2 𝑛𝜋
= 𝑠𝑒𝑛 ( )
4𝑛𝜋 2
2
1 𝑛𝜋
= 𝑠𝑒𝑛 ( )
𝑛𝜋 2
Calculando 𝑐0 :
1 1 1
𝑐0 = ∫ 1 𝑑𝑡 =
4 −1 2
Resposta:
∞
1 1 𝑛𝜋 𝑗𝑛π
+∑ 𝑠𝑒𝑛 ( ) 𝑒 2 𝑡
2 𝑛𝜋 2
−∞
Espectro de frequêcia
Diferentemente das funções senoidais, que possuem apenas uma frequência, ondas
quadradas e ondas “dentes de serra”, em sua representação em série de Fourier possuem
um numero infinito de frequências. Como foi visto, a forma alternativa da série de Fourier
indica a amplitude e a fase correspondente a cada frequência. Portanto é correto dizer que
a frequência possui uma importância ímpar na definição do formato do sinal.
Uma função 𝑓(𝑡) , representada no dominio do tempo, pode ser também
determinada a partir de informações no domínio da frequência.Em outras palavras, se
conhecermos sua amplitude e sua fase 𝐴𝑛 e 𝜃𝑛 para cada componente, podemos
determinar qual será a função.
Caso deseja-se saber se o enésimo harmônico será aquele que é dominante no sinal
desejado, precisamos examinar 𝐴𝑛 . Isso se faz analisando o grafico de 𝐴𝑛 em função da
frequência.
Utilizaremos a forma exponencial da série de Fourier
∞
𝑓(𝑡) = ∑ 𝑐𝑛 𝑒 𝑗𝑛𝜔0 𝑡
−∞
Passando 𝑐𝑛 para a forma polar
√𝑎𝑛 ² + 𝑗𝑏𝑛 ² 𝑏𝑛
𝑐𝑛 = ( ) ∠ (−𝑡𝑎𝑛−1 )
2 𝑎𝑛
Em função de 𝐴𝑛 e 𝜃𝑛
𝐴𝑛
𝑐𝑛 =
∠𝜃𝑛
2
Para o espectro de amplitude, podemos usar o módulo de 𝑐𝑛
𝐴𝑛
|𝑐𝑛 | =
2
Usando o exemplo do Item anterior, onde
𝑓(𝑡) = 1; −1 < 𝑡 < 1
= 0; 1 < |𝑡| < 2
𝑓(𝑡 + 4) = 𝑓(𝑡)
Ressonância
𝑋𝐿 = 2𝜋𝑓𝐿
1
𝑋𝐶 =
2𝜋𝑓𝐶
Perceba que, dependendo do valor da frequência 𝑓, os valores de 𝑋𝐿 e 𝑋𝐶 serão os
mesmo, tornando o circuito em questão puramente resistivo.Na imagem a seguir, percebos
que em um circuito onde R=5Ω,L=10mH e C=50uF, a frequência de 225.08Hz torna o
circuito puramente resistivo e disse-se portanto, que o circuito está em ressonância.
Exercício demonstrativo
Demonstrar, através da série trigonométrica de Fourier, que uma onda quadrada, similar a
apresentada abaixo, pode ser escrita através de senos e explicitar seu espectro
harmônico. Fazer todo o procedimento passo-a-passo, com todos os detalhes pertinentes
analisados pelos integrantes do grupo.
Sabemos que podemos representar essa função periódica como série de Fourrier, para
isso iremos representá-la através de senos. De início, para facilitar os cálculos,
verificamos que se trata de uma função ímpar, isso implica que só haverá o coeficiente bn.
Se levarmos em consideração que Vm é igual a 1 e -Vm é igual a -1, logo teremos
𝑇
𝑇
2 2
𝑏𝑛 = (∫ 1𝑠𝑒𝑛(𝑛𝜔0 𝑡)𝑑𝑡 + ∫ −1𝑠𝑒𝑛(𝑛𝜔0 𝑡)𝑑𝑡)
𝑇 0 𝑇
2
2 𝑇 𝑇
𝑏𝑛 = ( (cos(𝑛𝜋) + 1) + (cos(𝑛2𝜋) − cos(𝑛𝜋)))
𝑇 𝑛2𝜋 𝑛2𝜋
−4 cos(𝑛𝜋) 2 cos(𝑛2𝜋) + 2
𝑏𝑛 =
𝑛2𝜋
Podemos substituir cos(nπ) por (-1)n, visto que dependendo do valor de n, já que ele
sempre será um valor inteiro, o resultado será -1 ou 1. Já cos(2nπ) será sempre igual a 1.
Portanto teremos
4
𝑏𝑛 = (−(−1)𝑛 + 1)
2𝑛𝜋
Com isso vemos que para qualquer valor de n par o resultado será 0, e para qualquer
valor ímpar, o resultado será 4/(πn). Podemos também modificar essa equação para que
não seja necessário calcular com valores pares, já que sempre será nulo, substituindo n
por 2n+1. Portanto a série de Fourier ficará da seguinte forma
𝑓(𝑡) = ∑ 𝑏𝑛 𝑠𝑒𝑛(𝑛𝜔0 𝑡)
𝑛=1
∞
4
𝑓(𝑡) = ∑ 𝑠𝑒𝑛((2𝑛 + 1)𝜔0 𝑡)
(2𝑛 + 1)𝜋
𝑛=0
Conclusão
Graças ao brilhantismo de Jean Baptiste Joseph Fourier, a resolução de problemas
relacionados aos harmônicos se torna possível. Não somente isso, mas Fourier conseguiu
provar que um sinal não senoidal pode ser representado por uma soma de infinitas senoides,
o que possíbilita não somente resoluções no ramo da engenharia elétrica, mas também em
problemas relacionados à condução de calor, deflexão de vigas uniformemente carregadas,
entre outros problemas fora do ramo da eletricidade.
Bibliografia
JOHNSON, David E.; HILBURN, John L.; JOHNSON, Johnny R. Fundamentos de
Análise de Circuitos Elétricos. 4. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2000.
BOYLESTAD, Robert. L. Introdução à Análise de Circuitos. 13. ed. São Paulo:
Pearson, 2019.
NILSSON, James W.; RIEDEL, Susan A. Circuitos Elétricos. 10. ed. São Paulo:
Pearson, 2016.