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ÁLGEBRA (MESTRADO)

2a LISTA DE EXERCÍCIOS

1. Seja A um anel. Mostre que:


a) a0 = 0a = 0 para todo a ∈ A.
b) −(a + b) = −a − b, (−a)b = a(−b) = −ab e (−a)(−b) = ab para quaisquer a, b ∈ A.
c) a(b − c) = ab − ac e (a − b)c = ac − bc para quaisquer a, b, c ∈ A.
d) Se A possui unidade, então a(−1) = (−1)a = −a para todo a ∈ A.

2. Sejam A um anel, a ∈ A e n ∈ Z. Definimos:

na = a + . . . + a (n termos) e an = a · . . . · a (n termos) , para n positivo.

na = −(|n|a) , para n negativo , e 0a = 0A .


Se A é um anel com unidade, definimos também

a0 = 1A , para a ̸= 0A , e an = (a|n| )−1 , para a ∈ U (A) e n < 0.

Para quaisquer a, b ∈ A e n, m ∈ Z, mostre que:


a) −na = (−n)a b) (m + n)a = ma + na
c) (ma)b = m(ab) = a(mb) d) m(a + b) = ma + mb
e) (mn)a = m(na) f) (ma)(nb) = (mn)(ab)
g) am+n = am an e (am )n = amn , para m e n positivos, ou a, b ∈ U (A) e m e n quaisquer.

3. Dizemos que um elemento a de um anel é idempotente se a2 = a. Se A é um anel onde


todo elemento é idempotente, mostre que:
a) −a = a para todo a ∈ A.
b) A é comutativo.

4. Sejam R e S anéis. Considere o produto cartesiano R × S e as operações de soma e


produto em R × S definidas por

(r1 , s1 ) + (r2 , s2 ) = (r1 + r2 , s1 + s2 ) e (r1 , s1 )(r2 , s2 ) = (r1 r2 , s1 s2 ) .

a) Mostre que R × S, munido destas operações é um anel (este anel é chamado de produto
direto de R e S).

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b) Mostre que R × S é comutativo se, e somente se, R e S são comutativos.
c) Mostre que R × S possui unidade se, e somente se, R e S possuem unidade.
d) R × S pode ser um corpo? Justifique.

5. Considere o conjunto C2 = C × C e as operações “ + ” e “ ∗ ” em C2 definidas por

(z1 , z2 ) + (z3 , z4 ) = (z1 + z3 , z2 + z4 ) e (z1 , z2 ) ∗ (z3 , z4 ) = (z1 z3 − z2 z4 , z1 z4 + z2 z3 ) .

Mostre que (C2 , +, ∗) é um anel com divisão.

6. Sejam G um grupo abeliano e End(G) o conjunto dos endomorfismos de G. Considere


“ ◦ ” a composição de funções e, para φ1 , φ2 ∈ End(G), defina

φ1 + φ2 : G −→ G
.
g 7−→ (φ1 + φ2 )(g) = φ1 (g)φ2 (g)

a) Mostre que φ1 + φ2 e φ1 ◦ φ2 são endomorfismos de G.


b) Mostre que o conjunto End(G), munido das operações “ + ” e “ ◦ ”, é um anel com
unidade e determine o zero e a unidade de End(G).
c) Existe algum grupo abeliano G para o qual o anel End(G) é comutativo? Justifique
sua resposta.

7. Seja A um anel. Mostre que são equivalentes:


i) A não possui divisores de zero.
ii) A satisfaz a lei do cancelamento, isto é, para a, x, y ∈ A, com a ̸= 0, valem:

ax = ay =⇒ x = y e xa = ya =⇒ x = y .

8. Seja A um anel com unidade.


a) Mostre que se a ∈ A é um divisor de zero, então a ∈
/ U (A).
b) Mostre que se a, b, c ∈ A são tais que ab = ca = 1, então b = c e portanto a é um
elemento inversı́vel do anel A.
c) Suponha que x ∈ A é tal que xn ∈ U (A) para algum n ∈ N. Mostre que x ∈ U (A).
d) Mostre que se {0} e A são os únicos ideais à direita de A, então A é um anel com
divisão.
e) Mostre que se {0} e A são os únicos ideais à esquerda de A, então A é um anel com
divisão.

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9. Mostre que um anel finito sem divisores de zero é um anel com divisão.

10. Sejam A um anel e n ∈ N. Mostre que se Mn (A) possui unidade se, e somente se, A
possui unidade.

11. Seja R um anel com unidade e H e K subgrupos de U (R). Mostre que:


{( ) } {( ) }
a b a b
G1 = a ∈ H, c ∈ K, b ∈ R e G2 = a ∈ H, b ∈ R
0 c 0 1

são subgrupos de U (M2 (R)).

12. Sejam A um anel comutativo e a, b ∈ A. Mostre que para todo n inteiro positivo vale:
n−1 ( )

n n n n−k k
(a + b) = a + a b + bn
k=1
k
( )
n n!
onde = .
k k!(n − k)!
( ) ( ) ( )
n n n+1
(Sugestão: faça indução em n e use a fórmula + = .)
k k−1 k
13. Dizemos que um elemento x num anel é nilpotente se existe n ∈ N tal que xn = 0.
Considere A um anel e o conjunto

N (A) = {x ∈ A | x é nilpotente} .

Mostre que:
a) Se x ∈ N (A) e n ∈ N é tal que xn = 0, então xm = 0 para todo m ≥ n.
b) Se A é comutativo, então N (A) é um ideal de A. (Dica: se an = 0 e bm = 0, mostre
que (a + b)n+m = 0.)
c) Se A possui unidade e x ∈ N (A), então x ∈
/ U (A) e 1 + x ∈ U (R). (Dica: observe que
1 − a = (1 − a)(1 + a + ... + a ).)
n n−1

d) Se A possui unidade, x ∈ N (A), y ∈ U (A) e xy = yx, então x + y ∈ U (A).

14. Sendo A um anel comutativo com unidade, mostre que são equivalentes:
i) A/N (A) é um corpo.
ii) A = N (A) ∪ U (A).

15. Dê exemplo de um anel com unidade no qual o conjunto dos elementos não é um ideal.

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16. Suponha que R é um anel com 3 elementos. Mostre que:
a) R é comutativo.
b) Se o produto de seus dois elementos não nulos é diferente de zero, então R possui
unidade e é um corpo.

17. Sendo R um anel, mostre que:


a) Z(R) = {a ∈ R | ax = xa, ∀ x ∈ R} é um subanel de R, chamado de centro de R.
b) Se R é um anel simples com unidade, então Z(R) é um corpo.

18. Sendo R um anel finito, mostre que:


a) Se H é um subgrupo do grupo aditivo de R tal que mdc(|H|, |R : H|) = 1, então H é
um ideal de R. (Dica: analise as ordens dos elementos.)
b) Se R é um anel simples finito, então |R| é uma potência de primo.

19. Sejam p ∈ N primo e R um anel com unidade de ordem p2 . Mostre que R é comutativo.
(Dica: trabalhe com o grupo aditivo de R. Mostre que C(a) = {x ∈ R | ax = xa} tem
mais que p elementos e conclua que a ∈ Z(R).)

20. Seja (Z, +, ∗) um anel, onde “ + ” é a soma usual dos inteiros. É possı́vel que “ ∗ ” seja
diferente da multiplicação usual dos inteiros? Caso seja possı́vel, descreva todos os anéis
nestas condições.

21. Sejam D um domı́nio de integridade e S um subconjunto multiplicativamente fechado de


D (ou seja, x, y ∈ S =⇒ xy ∈ S), tal que 1 ∈ S e 0 ∈
/ S. No conjunto D × S, considere
a relação “ ∼ ” definida por

(a, s) ∼ (b, t) se at = bs .

Mostre que esta relação é de equivalência. Dado (a, s) ∈ D × S, denote por a/s a
sua classe de equivalência com respeito à relação “ ∼ ”. Considerando agora o conjunto
quociente S −1 D = {a/s | a ∈ D, s ∈ S}, defina as seguintes operações de soma e produto
neste conjunto

(a/s) + (b/t) = (at + bs)/st e (a/s)(b/t) = ab/st .

a) Mostre que estas operações estão bem definidas e que S −1 D, munido delas, é um
domı́nio de integridade.
b) Identificando o elemento s ∈ S com s/1, mostre que S ⊆ U (S −1 D).
c) Se S = D − {0}, mostre que S é multiplicativamente fechado e que S −1 D é um corpo
(corpo de frações de D).

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22. Mostre que:
a) Se A é um anel, então
{( ) } {( ) }
a b a 0
a, b, c ∈ A
S= a, b, c ∈ A e S1 =
0 c 0 c

são subanéis de M2 (A).


{( ) }
0 b
b) Se A é um anel, então I = b ∈ A é um ideal de S (veja o ı́tem (a)). I
0 0
é um ideal de M2 (R)? Justifique.
c) Se R é um anel e I é um ideal de R, então I[x] (polinômios com coeficientes em I) é
um ideal de R[x].
d) Se R é um anel e I é um ideal de R, então Mn (I) (matrizes n × n com entradas em I)
é um ideal de Mn (R).
e) D(IR) = {f ∈ F (IR) | f é diferenciável} é um subanel de F(IR), o anel de todas as
funções de IR em IR, cujas operações são a soma e o produto usuais de funções.
f) Para a ∈ IR, fixo, S = {f ∈ D(IR) | f ′ (a) = 0} é um subanel e I = {f ∈ D(IR) | f (a) =
f ′ (a) = 0} é um ideal de D(IR) (veja o ı́tem (e)). S é um ideal de D(IR)? I é um ideal
primo de D(IR)? Justifique suas respostas.
g) Se R é um anel com unidade e J é um ideal de M2 (R), então existe algum ideal I de
R tal que J = M2 (I).
h) Se R1 e R2 são anéis com unidade, então todo ideal do produto direto R1 × R2 é da
forma I1 × I2 , onde I1 é um ideal de R1 e I2 é um ideal de R2 .

23. Seja A um anel (não trivial) com unidade. Mostre que que B é um subanel de A com
unidade e B ∩ U (A) ̸= ∅, então 1B = 1A .

24. Em cada ı́tem, mostre que I é um ideal maximal do anel R.


a) R = F(IR) e I = {f ∈ F (IR) | f (1) = 0}.
b) R = K × K (onde K é um corpo) e I = ⟨(0, 1)⟩.

25. Sendo D um domı́nio de integridade, P um ideal primo de D e S = D − P , mostre que


S é um subconjunto multiplicativamente fechado de D e que o anel S −1 D é local.

26. Seja p ∈ N um número primo. Considere o anel S(p) de todas as sequências (a1 , a2 , a3 , . . .)
de números inteiros tais que an+1 ≡ an (mod pn ), para todo n ∈ N, cujas operações são
a soma e o produto termo a termo.

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a) Mostre que I = {(a1 , a2 , a3 , . . .) ∈ S(p) | an ∈ pn Z, ∀ n ∈ N} é um ideal de S(p).
b) Denotando o anel quociente (S(p)/I) por A(p), determine U (A(p)) e mostre que A(p)
é um anel local (A(p) é chamado de anel dos inteiros p-ádicos).
c) Mostre que A(p) possui subanel isomorfo ao anel Z dos inteiros.

27. Sejam R um anel comutativo com unidade, a, b ∈ R e I = aR e J = bR. Mostre que:


a) IJ = abR.
b) Se I + J = R, então I ∩ J = IJ. (Dica: tome x1 ∈ I e x2 ∈ J tais que x1 + x2 = 1.
Se y ∈ I ∩ J, então y = yx1 + yx2 .)

28. Seja A um anel com unidade. Mostre que são equivalentes:


i) A ≃ A1 × A2 , onde A1 e A2 são anéis não triviais com unidade.
ii) Existem ideais não nulos I e J de A tais que I ∩ J = {0} e A = I + J.
iii) Existem elementos e1 , e2 ∈ Z(A), ambos não nulos, tais que e1 e2 = 0 e e1 + e2 = 1.

29. Sejam D um domı́nio de integridade e I e J ideais de D, com I ̸= {0} e J ̸= {0}. Mostre


que I ∩ J ̸= {0}. Dê um exemplo mostrando que este resultado não vale sem a hipótese
de D ser um domı́nio de integridade.

30. Sejam A um conjunto e P(A) o conjunto das partes (subconjuntos) de A. Para X,


Y ∈ P(A), defina:

X + Y = (X − Y ) ∪ (Y − X) e XY = X ∩ Y.

a) Mostre que P(A), munido dessas operações, é um anel comutativo com unidade, no
qual todo elemento é idempotente.
b) Supondo A infinito, mostre que J = {X ∈ P(A) | X é finito} é um ideal de P(A) e
que este ideal não é finitamente gerado.

31. Seja A um anel comutativo com unidade. Mostre que são equivalentes:
i) Todo ideal de A é finitamente gerado.
ii) A satisfaz a condição de cadeia ascendente (CCA) para ideais, ou seja, para cada cadeia
ascendente
I1 ⊆ I2 ⊆ I3 ⊆ . . . ⊆ Ik ⊆ . . .
de ideais de A existe k0 ∈ N tal que Ik = Ik0 para todo k ≥ k0 .
(Quando A satisfaz estas condições é dito um anel noetheriano.)

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32. Considere o anel Z dos inteiros e m, n ∈ N.
a) Mostre que nZ ⊆ mZ se, e somente se, m divide n.
b) Quantos ideais tem o anel quociente Z60 ? Quantos destes ideais são maximais?
c) Repita o ı́tem (b) para o anel Zn , onde n = pa11 . . . par r , p1 , . . . , pr são primos distintos
e a1 , . . . , ar são positivos.

33. Considere n ∈ N e o anel Zn .


a) Mostre que U (Zn ) = {a ∈ Zn | mdc(a, n) = 1} e conclua que |U (Zn )| = ϕ(n), onde ϕ
é a função de Euler.
b) Mostre que se k ∈ N é um divisor de ϕ(n), então o grupo multiplicativo U (M2 (Zn ))
possui subgrupo de ordem kn. (Dica: observe o exercı́cio 11.)
c) Conclua que se p, q ∈ N são primos e p divide q − 1, então existe grupo não abeliano
de ordem pq.

34. Sejam A um anel comutativo com unidade e I um ideal de A. Supondo que todos os
elementos de A são idempotentes, mostre que:
a) A/I também é um anel de idempotentes.
b) Se A é um domı́nio de integridade, então A é um corpo com exatamente 2 elementos.
c) Se I é primo, então A/I possui apenas dois elementos. Conclua que A/I é corpo e
portanto que I é maximal.

35. Sejam A um anel e I um ideal de A tal que a2 − a ∈ I para todo a ∈ A. Mostre que
xy − yx ∈ I para quaisquer x, y ∈ A.

36. Sejam A um anel comutativo com unidade e I um ideal de A. Considere o ideal J de


A tal que N (A/I) = J/I. Mostre que J = {x ∈ A | xn ∈ I, para algum n ∈ N} (J é
chamado de radical de I) e que J está contido em todo ideal primo de A que contém I.

37. Considere o polinômio f (x) = 3+2x+4x2 ∈ Z8 [x]. Verifique que g(x) = 3+6x é o inverso
multiplicativo de f (x) em Z8 [x]. Observe que se A não é um domı́nio de integridade, então
pode haver em A[x] inversı́veis com grau maior que 0.

38. Sejam A e A1 anéis e φ : A −→ A1 um homomorfismo. Mostre que:


a) φ(nx) = nφ(x) para todo n ∈ Z.
b) φ(xn ) = φ(x)n para todo inteiro positivo n.
c) Se B é subanel de A, então φ(B) é subanel de A1 .

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d) Se S é subanel de A1 e I é ideal de A1 , então φ−1 (I) é ideal de A e φ−1 (S) é subanel
de A.

39. Sejam A e R anéis isomorfos. Mostre que:


a) Se A é comutativo, então R é comutativo.
b) Se A possui unidade, então R possui unidade.
c) Se A e R possuem unidade, então os grupos U (A) e U (R) são isomorfos.
d) Se A é domı́nio de integridade, então R é domı́nio de integridade.
e) Se A é corpo, então R é corpo.

40. Considere os seguintes subanéis do corpo dos reais.


√ √ √ √
Z[ 2] = {a + b 2 | a, b ∈ Z} e Z[ 3] = {a + b 3 | a, b ∈ Z} .
√ √
a) Verifique que 3∈
/ Z[ 2].
b) Mostre que estes subanéis não são isomorfos.

41. Mostre que:


a) O anel dos inteiros e o corpo dos racionais possuem um único automorfismo.
b) O corpo dos reais possui um único automorfismo. (Dica: se φ ∈ Aut IR, mostre
primeiro que φ(x) = x para todo x ∈ Q. Mostre também que φ(x) > 0 para todo x > 0,
e conclua que se x < y, então φ(x) < φ(y). Por fim, supondo a ̸= φ(a), tome r ∈ Q com
r entre a e φ(a) e chegue a uma contradição.)

42. Considere o grupo aditivo dos inteiros, (Z, +), e o seu anel de endomorfismos,
End(Z, +) (veja o exercı́cio 6). Para cada n ∈ Z, defina

fn : Z −→ Z
.
x 7−→ fn (x) = nx
Mostre que:
a) fn ∈ End(Z, +).
b) Se f ∈ End(Z, +) e n = f (1), então f = fn .
c) A aplicação ψ : Z −→ End(Z, +), definida por ψ(n) = fn , é um isomorfismo entre os
anéis Z e End(Z, +).

43. Seja G um grupo cı́clico. Mostre que:


a) Se G é infinito, então End(G) ≃ Z.
b) Se G é finito de ordem n, então End(G) ≃ Zn .

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44. Sejam A um conjunto não vazio e B um subconjunto de A.
a) Mostre que P(B) é um subanel de P(A) (cujas operações são a diferença simétrica e
a interseção).
b) Mostre que a aplicação

φ : P(A) −→ P(B)
X 7−→ φ(X) = X ∩ B

é um homomorfismo de anéis e use-a para mostrar que P(B) é isomorfo ao anel quociente
P(A)/P(A − B).

45. Usando o Teorema Fundamental dos Homomorfismos, mostre que:


a) Se R é um anel e I é um ideal de R, então R[x]/I[x] ≃ (R/I)[x] e Mn (R)/Mn (I) ≃
Mn (R/I).
b) S/I ≃ S1 (S, S1 e I como nos ı́tens (a) e (b) do exercı́cio 22).

46. Mostre que:


a) F(IR)/I é isomorfo ao corpo dos reais, onde I é definido como no exercı́cio 24.a.
b) Não existe ideal J de F(IR) tal que F(IR)/J é isomorfo ao corpo dos complexos.

47. Sejam A um anel, S um subanel de A e I ideal de A. Mostre que:


a) S + I é subanel de A e que I é ideal de S + I.
b) A aplicação φ : S −→ S+I
I
, definida por φ(s) = s + I, é um homomorfismo sobrejetivo.
S S+I
c) ker φ = S ∩ I. Conclua que ≃ .
S∩I I
48. Sejam A um anel e I e J ideais de A, com I ⊆ J. Defina

η: A/I −→ A/J
.
a + I 7−→ η(a + I) = a + J

a) Mostre que η é uma função bem definida e que é um homomorfismo sobrejetivo.


A/I A
b) Determine ker η e conclua que ≃ .
J/I J
49. Seja A um anel com unidade. Definimos a caracterı́stica de A, denotada por char A, como
sendo
char A = min{n ∈ N | na = 0A , ∀ a ∈ A} .
Se não existe n ∈ N tal que na = 0A para todo a ∈ A, definimos a caracterı́stica de A
como sendo 0.

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a) Mostre que char A = min{n ∈ N | n1A = 0A }, ou char A = 0 se não existe n ∈ N tal
que n1A = 0A .
b) Dê exemplos de um anel com caracterı́stica 0 e de um anel com caracterı́stica positiva.
c) Se A é um domı́nio de integridade, então char A = 0 ou char A é um número primo.

50. É verdade que para qualquer grupo abeliano G sempre existe algum anel com unidade
cujo grupo aditivo é exatamente G? Justifique.

51. Seja K um corpo de caracterı́stica 0 e defina

ψ: Q −→ K
.
n/m 7−→ ψ(n/m) = (n1).(m1)−1

Mostre que:
a) ψ está bem definida, ou seja, se n/m = x/y, com n, x ∈ Z e m, y ∈ Z∗ , então
(n1).(m1)−1 = (x1).(y1)−1 .
b) ψ é um homomorfismo injetivo. Conclua que K possui um subcorpo isomorfo a Q.

52. Sejam p um inteiro primo positivo e A um anel comutativo com unidade de caracterı́stica
p. Considere a aplicação
φ : A −→ A
.
x 7−→ φ(x) = xp

p!
a) Mostre que φ é um homomorfismo. (Dica: se k ∈ {1, . . . , p − 1}, então é
k!(p − k)!
múltiplo de p.)
b) Mostre que se A é um domı́nio de integridade, então φ é injetivo.

53. Sejam F um corpo finito e p a sua caracterı́stica. Considere o homomorfismo

φ : Z −→ F
.
n 7−→ φ(n) = n1F

a) Verifique que ker φ = pZ e conclua que K = Im φ é subcorpo de F isomorfo a Zp .


b) Mostre que F munido das operações

+ : F × F −→ F · : K × F −→ F
e
(x, y) 7−→ x + y (λ, x) 7−→ λx

é um K-espaço vetorial.

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c) Claramente dimK F é finita. Sendo m = dimK F e β = {x1 , . . . , xm } uma base
de F sobre K, mostre que a aplicação ψ : K m −→ F , definida por ψ(λ1 , . . . , λm ) =
λ1 x1 + . . . + λm xm , é uma bijeção e conclua que F possui pm elementos.
d) Mostre que todo elemento de F é raiz do polinômio f (x) = xp − x ∈ F [x]. (Dica: o
m

grupo multiplicativo U (F ) possui pm − 1 elementos e f (x) = x(xp −1 − 1).)


m

54. Mostre que se K é um corpo finito de caracterı́stica 2, então todo elemento de K tem raiz
quadrada em K (dica: |U (F )| é ı́mpar). Mostre também que sem a hipótese de finitude
de K o resultado não vale.

55. Sejam D um domı́nio de integridade e p1 , p2 , p ∈ D.


a) Se p é irredutı́vel, é possı́vel existir x ∈ D tal que x3 = p? Justifique sua resposta.
b) Se p1 , p2 e p são elementos primos de D tais que p1 p2 = p2 , mostre que p1 e p2 devem
ser associados.

56. Sejam D um domı́nio de integridade e a, b ∈ D∗ − U (D). Mostre que:


a) a é primo se, e somente se, o ideal aD é primo.
b) Se b é primo e a | b, então a também é primo.
c) Se b é irredutı́vel e a | b, então a também é irredutı́vel.
d) Se a e b são associados, então a é primo se, e somente se, b é primo.
e) Se ⟨a, b⟩ = D, então a e b são relativamente primos.

57. Seja D um domı́nio de integridade. Dizemos que uma aplicação N : D −→ Z+ é uma


norma multiplicativa em D se satisfaz:
i) N (a) = 0 ⇐⇒ a = 0.
ii) N (ab) = N (a)N (b) para quaisquer a, b ∈ D.
Nestas condições, mostre que N (a) = 1 para todo a ∈ U (D). Supondo agora que se
N (a) = 1, então a ∈ U (D), mostre que:
a) Se N (α) = min{N (a) | a ∈ D∗ − U (D)}, então α é irredutı́vel em D.
b) Se N (α) é primo, então α é irredutı́vel em D.
c) Se α ∈ D∗ − U (D), então α admite uma fatoração em irredutı́veis. (Dica: indução em
N (α). Se α não é irredutı́vel, então α = βγ, com N (β) e N (γ) menores que N (α).)
√ √
58. Considere o anel Z[ −5] = {a + b −5 | a, b ∈ Z} e a aplicação

N : Z[ −5] −→ Z+
√ .
α = a + b −5 7−→ N (α) = a2 + 5b2

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Mostre que:

a) N é uma norma multiplicativa e que U (Z[ −5]) = {−1, 1}.
b) Se N (α) é primo, então α é irredutı́vel.

c) Não existe α ∈ Z[ −5] tal que tal que N (α) ∈ {2, 3, 7}.
√ √ √ √
d) 2, 3, 7, 1 + −5, 1 − −5, 1 + 2 −5 e 1 − 2 −5 são elementos irredutı́veis.
√ √
e) 3 não é associado a 1 + 2 −5 e nem a 1 − 2 −5. Observando agora que 3.7 = 21 =
√ √ √
(1 + 2 −5)(1 − 2 −5), conclua que Z[ −5] não é um DFU.

59. Sejam D um domı́nio de integridade no qual existe mdc para qualquer par de elementos
não nulos. Mostre que:
a) Se a, b, c ∈ D∗ e d ∈ D é um mdc de a e b, então dc é um mdc de ac e bc.
b) Se a, b, c ∈ D∗ são tais a e b sao relativamente primos e a divide bc, então a deve
dividir c.

60. Sendo D um DFU, considere a aplicação N : D∗ −→ Z+ definida por N (γ) = 0, se


γ ∈ U (D), e N (γ) = n, se γ = p1 . . . pn , com n ∈ N e pi ∈ D irredutı́vel.
a) Mostre que N é bem definida.
b) Dados α1 , α2 ∈ D∗ , tomemos β ∈ D∗ tal que β divide α1 e α2 e N (β) =
max{N (γ) | γ ∈ D∗ , γ divide α1 e α2 }. Mostre que β é um mdc de α1 e α2 .

61. Seja D um domı́nio de integridade (que não é corpo) no qual todo elemento não nulo e
não inversı́vel admite fatoração em irredtı́veis. Mostre que são equivalentes:
i) D é um DFU.
ii) Todo elemento irredutı́vel de D é primo.
iii) Existe mdc de a e b em D para quaisquer a, b ∈ D∗ .

62. Sejam D um DFU e a, b, d ∈ D∗ , sendo d um mdc de a e b. Considere m ∈ D tal que


ab = dm.
a) Mostre que a e b dividem m.
b) Suponha x ∈ D um múltiplo comum de a e b. Verifique que ab divide ax e bx e também
que ab divide dx. Conclua que m divide x e portanto que m é um mmc de a e b.
c) Mostre que se a e b são relativamente primos, então ab é um mmc de a e b.

63. Sejam D um DIP, I um ideal de D e p um elemento irredutı́vel de D. Mostre que:


a) Se existe n ∈ N tal que ⟨pn+1 ⟩ ⊆ I ⊆ ⟨pn ⟩, então I = ⟨pn+1 ⟩ ou I = ⟨pn ⟩.

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b) Se p ∈ I, então I = ⟨p⟩ ou I = D.
c) O resultado do ı́tem (a) não vale sem a hipótese de D ser um DIP. (Dica: tome
D = Z[x], p(x) = x e I = ⟨2p(x), p(x)2 ⟩.)

64. Sejam D um DIP e a1 , . . . , an , d, m ∈ D. Mostre que:


a) ⟨a1 , . . . , an ⟩ = ⟨d⟩ se, e somente se, d é um mdc de a1 , . . . , an .
b) ⟨a1 ⟩ ∩ . . . ∩ ⟨an ⟩ = ⟨m⟩ se, e somente se, m é um mmc de a1 , . . . , an .
c) Se d é um mdc de a1 , . . . , an , então existem x1 , . . . , xn ∈ D tais que d = a1 x1 +. . .+an xn .

65. Considere o anel Z[i] dos inteiros gaussianos.


a) Determine U (Z[i]).
b) Mostre que se p é um inteiro primo positivo que não é a soma de dois quadrados, então
p é irredutı́vel em Z[i].
c) Mostre que se α = a + bi ∈ Z[i] é tal que a2 + b2 é primo, então α é irredutı́vel em Z[i].

66. Mostre que:


a) Se I é um ideal não nulo de Z[i], então o anel quociente Z[i]/I é finito.
b) Z[i]/⟨3⟩ é um corpo com exatamente 9 elementos.
c) Z[i]/⟨2⟩ ≃ Z2 × Z2 .

67. Sejam D um domı́nio euclidiano e δ uma valorização euclidiana em D. Supondo a, b ∈ D∗ ,


mostre que:
a) δ(1) ≤ δ(a).
b) Se a e b são associados, então δ(a) = δ(b).
c) Se δ(a) = δ(ab), então b ∈ U (D). (Dica: tome q, r ∈ D, com r = 0 ou δ(r) < δ(ab),
tais que a = abq + r.)

68. Sejam K um corpo e f (x) ∈ K[x], com ∂f (x) = 2 ou 3. Mostre que f (x) é irredutı́vel
em K[x] se, e somente se, f (x) não possui raiz em K.

69. Sendo K um corpo algebricamente fechado, mostre que:


a) Os polinômios irredutı́veis de K[x] são exatamente os de grau 1.
b) K não pode ser finito. (Dica: suponha K finito e considere p(x) o produto de todos
os polinômios de grau 1 de K[x]. Trabalhe com o polinômio q(x) = p(x) + 1 para chegar
a um absurdo.)

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70. Considere os corpos IR e C e o polinômio p(x) = x2 + 1 ∈ IR[x]. Defina

φ : IR[x] −→ C
, onde i2 = −1.
f (x) 7−→ φ(f (x)) = f (i)

a) Mostre que o homomorfismo φ é sobrejetivo.


b) Mostre que ker φ = ⟨p(x)⟩ e conclua que IR[x]/⟨p(x)⟩ é um corpo isomorfo a C.

71. Considere os polinômios f (x) = x2 + 3x + 2 e g(x) = x5 + 2x4 + 5x3 + 6x + 2 de IR[x].


Determine um mdc de f (x) e g(x) em IR[x] e descreva o ideal ⟨f (x), g(x)⟩ de IR[x].

72. Mostre que os seguintes polinômios são irredutı́veis:


a) g(x) = x5 + 2x3 + 6x − 2 em Q[x].
b) h(x) = x4 + x + 1 em Z2 [x].
c) p(x) = 3x6 + 9x4 + 18x2 − 27x + 36 em Q[x].

73. Sejam K um corpo, p(x) ∈ K[x] um polinômio irredutı́vel de grau n, I = ⟨p(x)⟩ e


Rn (K) = {r(x) ∈ K[x] | r(x) = 0 ou ∂r(x) < n}. Dado f (x) ∈ K[x], denote a classe
lateral f (x) + I por f (x). Mostre que:
a) Se f (x) ∈ K[x], então existe r(x) ∈ Rn (K) tal que f (x) = r(x).
b) Se r1 (x), r2 (x) ∈ Rn (K) e r1 (x) = r2 (x), então r1 (x) = r2 (x). Conclua que a aplicação
η : Rn (K) −→ K[x]/I, definida por η(r(x)) = r(x), é uma bijeção.
c) Se g(x) ∈ K[x] − I, então existem s(x), s1 (x) ∈ K[x] tais que s(x)g(x) + s1 (x)p(x) = 1
e daı́ (g(x))−1 = s(x) em K[x].

74. Mostre que se K é um corpo finito com q elementos e f (x) é um polinômio irredutı́vel
de grau n em K[x], então o anel quociente K[x]/⟨f (x)⟩ é um corpo com exatamente q n
elementos.

75. Seja K um corpo de 2 elementos. Mostre que p(x) = x3 + x + 1 é irredutı́vel em K[x].


Sendo I = ⟨p(x)⟩, mostre que o anel quociente K[x]/I é um corpo com exatamente 8
elementos. Determine o inverso multiplicativo de cada elemento não nulo de K[x]/I.

76. Sejam n, p ∈ Z, com p primo e n ≥ 2, e considere o polinômio h(x) = xn + px + p ∈ Z[x].


Sendo α ∈ C uma raiz de h(x), mostre que I = {f (x) ∈ Q[x] | f (α) = 0} é o ideal
principal de Q[x] gerado por h(x) e que K = {f (α) | f (x) ∈ Q[x]} é um subcorpo de C.

77. Sejam K um corpo e f (x) = a0 + a1 x + ... + an xn ∈ K[x]. Definimos a derivada de f (x)


como sendo o polinômio

f ′ (x) = a1 + 2a2 x + 3a3 x2 + . . . + nan xn−1 ∈ K[x] .

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Se f (x), g(x) ∈ K[x], mostre que:
a) (f (x) + g(x))′ = f ′ (x) + g ′ (x).
b) Se c ∈ K e m ∈ N, então (cxm f (x))′ = mcxm−1 f (x) + cxm f ′ (x).
c) (f (x)g(x))′ = f ′ (x)g(x) + f (x)g ′ (x). (Dica: fixe f (x), arbitrário, e faça indução em
∂g(x).)
d) Se ∂f (x) ≥ 1 e a ∈ K é raiz de f (x), então a é raiz múltipla de f (x) se, e somente se,
a é raiz de f ′ (x).

78. Sejam K um corpo, a ∈ K − {0} e n ∈ N. Mostre que se char K não divide n, então o
polinômio f (x) = xn − a ∈ K[x] não pode ter raı́zes múltiplas.

79. Sejam K um corpo e a, b ∈ D, com a ̸= b. Suponha f (x) ∈ K[x] tal que a é raiz de f (x).
a) Mostre que se b é também raiz de f (x), então o polinômio g(x) = (x − a)(x − b) divide
f (x) em K[x].
b) Sendo r(x) o resto da divisão de f (x) por h(x) = (x−a)2 em K[x], então r(x) = c(x−a),
com c ∈ K.

80. Seja D um domı́nio de integridade. Mostre que se D[x] é um DIP, então D é um corpo.
(Dica: sendo a ∈ D∗ , considere o ideal ⟨a, x⟩ de D[x].)

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