Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2
Sabemos que f K[x] é um ideal (principal) de K[x] para todo f ∈ K[x].
Então vamos focar na prova de que todo ideal de K[x] é principal.
Seja I um ideal de K[x]. Se I for um ideal trivial, então I é principal,
visto que {0} = 0K[x] e K[x] = 1K[x].
Assuma que I ≠ {0}. Neste caso, podemos escolher p ≠ 0 em I. Observe
que, temos duas possibilidades: grau(p) = 0 (ou seja, p é constante) ou
grau(p) ≥ 1.
3
(i) I ∩ J é um ideal de A. (ii) I + J = {i + j ∈ A ∣ i ∈ I, j ∈ J} é um ideal de A.
Demostração: Deixamos como exercı́cio, uma vez que faz parte da questão
4 na Lista 10.
Corolário: Se I1 , ..., In forem ideais no anel comutativo com unidade A,
então I1 + ⋯ + In é um ideal de A. Em particular, se f1 , ..., fn forem elementos
do anel A, tem-se que f1 A + ⋯ + fn A é um ideal de A.
Demostração: Faremos por indução em n, sendo
P (n) ∶ Se I1 , ..., In são ideais em A, então I1 + ⋯ + In é um ideal de A.
● P (1) é verdadeira.
● Assuma que P (k) é verdadeira para um certo k ∈ N.
● Vamos mostrar que P (k + 1) é verdadeira.
Considere I1 , ..., Ik , Ik+1 ideais do anel A. Segue da hipótese de indução
que J = I1 + ⋯ + Ik é um ideal de A. Agora, segue da Proposição 1 que
J + Ik+1 = I1 + ⋯ + Ik + Ik+1 é um ideal de A.
Exemplo 5: No anel Z, considere os ideais I = aZ e J = bZ sendo a e b
inteiros positivos. Verifica-se que:
Lembre que:
(i) a ∣ m e b ∣ m
m = mmc(a, b) ⇐⇒ {
(ii) ∀ m1 ∈ N tal que a ∣ m1 e b ∣ m1 Ô⇒ m ∣ m1 .
(i) d ∣ a e b ∣ b
d = mdc(a, b) ⇐⇒ {
(ii) ∀ d1 ∈ N tal que d1 ∣ a e d1 ∣ b Ô⇒ d1 ∣ d.
4
Por outro lado, note que c ∈ cZ = aZ + bZ. Logo existem α, β ∈ Z tais
que
c = α ⋅ a + β ⋅ b. (1)
Agora, se d = mdc(a, b) então d ∣ a e d ∣ b, Assim, segue de (1) que d ∣ c.
Portanto, d = c.
Exercı́cio 5: No anel K[x] sendo K corpo, considere os ideais I = pK[x] e
J = qK[x] sendo p e q ambos não nulos.
(i) Dê a definição de mmc(p, q) (mı́nimo múltiplo comum) e mdc(p, q) (máximo
comum divisor) em K[x].
(ii) Mostre que:
I ∩ J = hK[x] com h = mmc(p, q) e I + J = tK[x] com t = mdc(p, q).
5
Ideais primos/maximais num corpo
Exemplo 6: Seja K um corpo. Sabemos que os ideais de K são {0} e K.
Assim o único ideal próprio de K é {0}, o qual é primo pois K é D.I. Além
disso, os ideais de K que contém {0} são os triviais, logo {0} é maximal.
Assim,
Spec(K) = M ax(K) = {{0}}.
J = m ou J = A.
x + aα = 1.
bx + ab α = b ∈ m.
® ®
∈m ∈m
6
Afirmação 1: mZ ∈ M ax(Z) ⇐⇒ m é um número primo.
Ô⇒ Observe que m ≠ 1 pois mZ é ideal maximal de Z, logo é um ideal
próprio de Z. Assim, m ≥ 2.
Seja d um divisor positivo de m (vamos mostrar que d = 1 ou d = m,
para concluirmos que m é primo). Assim, m = du para algum u ∈ N. Note
que, como mZ é maximal, então a Proposição 2 (acima) nos garante que mZ
também é um ideal primo de Z. Assim, tem-se que:
mZ ∋ m = du Ô⇒ d ∈ mZ ou u ∈ mZ
Ô⇒ d = mα ou u = mβ para algum α, β ∈ N.
´¹¹ ¹ ¹ ¹¸¹ ¹ ¹ ¹ ¹¶ ´¹¹ ¹ ¹ ¹ ¸ ¹ ¹ ¹ ¹ ¶
(i) (ii)
I ⊆ J Ô⇒ p ∈ mZ Ô⇒ p = mv para algum v ∈ N.
p primo
Ô⇒ p ∣ m ou p ∣ v
± ±
(i) (ii)
p = mv ⇐⇒ p = pαv Ô⇒ 1 = αv Ô⇒ α = 1 Ô⇒ m = p Ô⇒ J = I.
p = mv ⇐⇒ p = mpβ Ô⇒ 1 = mβ = 1 Ô⇒ m = 1 Ô⇒ J = Z.
7
Afirmação 2: mZ ∈ Spec(Z) ⇐⇒ m é um número primo.
Ô⇒ Observe que m ≠ 1 pois mZ é ideal primo de Z, logo é um ideal próprio
de Z. Assim, m ≥ 2. A partir deste ponto, a prova segue da demonstração
da ida (Ô⇒) na Afirmação 1.
⇐Ô Se m é um número primo, então a Afirmação 1 nós garante que mZ é
um ideal maximal. E a partir da Proposição 2, chegamos na conclusão que
mZ é um ideal primo do anel Z.