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1 Preliminares
Inicialmente, recordamos alguns conceitos já vistos no módulo 4, quais sejam:
1) Sendo z0 um número complexo e r um número real positivo chamamos disco aberto de
centro z0 e raio r o conjunto
D(z0 ; r) = {z ∈ C; |z − z0 | < r}
2) Um conjunto X ⊂ C será dito aberto se para todo z ∈ X existe um número real rz > 0
tal que D(z; rz ) ⊂ X. Em outras palavras, um conjunto X será dito aberto se todo ponto de
X é centro de algum disco aberto contido em X.
3) Uma função f : C → C é dita inteira se é derivável em todo ponto z0 .
Doravante quando nos referirmos a uma função f : X → C estaremos sempre supondo,
salvo quando dito algo em contrário, que X é um conjunto aberto. Iniciamos com a seguinte
definição.
Exemplo 2 É simples mostrar que a função f (z) = z 2 só possui derivada na origem e, daı́,
f não é holomorfa em ponto algum.
1
Exemplo 5 Considere a função
z+3
f (z) = .
(z − 1)(z − 2)
Usando o teorema sobre derivadas do quociente é fácil ver que f é derivável, exceto em z = 1 e
z = 2. Note que 1 e 2 são singularidades de f pois, por exemplo, os disco D(1, 1/2) e D(2, 1/2)
satisfazem a definição 1.
2 Função Exponencial
Definição 7 [Função Exponencial] Chamamos função exponencial a função f : C → C dada
por
f (z) = exp(z) = exp(x + iy) = ex (cos y + isen y) (1)
exp(x) = ex . (2)
ez = exp z ∀ z ∈ C.
1. ez 6= 0
2
2. ez .ew = ez+w
3. 1
ez
= e−z
ez
4. ew
= ez−w
5. |ez | = eRe(z) 6= 0
7. (ez )r = erz ∀ r ∈ Z.
8. ez = ez
Prova.
4. Temos
ez
ew
= ez . e1w = ez e−w = ez+−w = ez−w .
Prova. Por definição, temos exp(z) = exp(x + iy) = ex (cos y + isen y) e, portanto,
Daı́, vem:
3
Proposição 13 Seja w um número complexo não nulo. Então, a equação
ez = w
É interessante observar que a função exponencial é tal que podemos identificar, facilmente,
a imagem de retas horizontais e verticais. Vejamos.
Inicialmente, consideremos retas verticais , isto é, vejamos no plano complexo conjuntos do
tipo
Xa = {a + iy; y ∈ R} ⊂ C.
A ideia é descrever a imagem de Xa pela função exponencial, isto é, desejamos encontrar o
conjunto exp(Xa ). Para tanto, notemos que
e, portanto, todos os pontos do conjunto Xa possuem o mesmo módulo e, daı́, estão sobre
a circunferência de centro na origem e raio ea . Observe, ainda, que como y é o argumento
de exp (a + iy), ao variarmos y estaremos cobrindo a circunferência de centro (0, 0) e raio ea .
Iniciando no ponto a + i0 = a, teremos exp (a + i0) = ea (cos 0 + isen 0) = ea . Se fazemos,
agora, y crescer iremos percorrendo a circunferência no sentido anti-horário e, claramente, ao
fazer y diminuir iremos no sentido horário. Veja a figura a seguir.
y y
a+iy
a x e^a x
Note que basta tomar Xa = {a + iy; b ≤ y < b + 2π} e teremos a imagem de Xa cobrindo
a circunferência. Observe a próxima figura.
4
y y
b+2π a+iy
b
b
a x e^a x
Yb = {x + ib, x ∈ R}
teremos todos os números em exp(Yb ) com mesmo argumento b e raio ex variando com x.
Portanto exp(Yb ) é a semirreta de origem em (0, 0) e direção dada por b. Veja a figura a seguir.
y y
b x+ib
e^x
x x
5
5. Considere o conjunto
X = {x + iy; x ≥ 0 e 0 ≤ y < 2π}.
6. Exibir, justificando, um exemplo de polinômios p(z) e q(z) tais que a função racional
p(z)
f (z) =
q(z)
seja sobrejetora, isto é, o conjunto imagem de f seja o conjunto C. Se acredita que tal
exemplo não exista, justifique!