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Monografia
MM427 - Álgebra Comutativa
2019
Sumário
Introdução 3
1 Preliminares 4
2 Decomposição Primária 6
2.1 Decomposição Primária em Ideais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.2 Aplicações da Decomposição Primária em Anéis Noetherianos . . . . . . . . 13
2
Introdução
3
Capítulo 1
Preliminares
Definição 1.5. Definimos o ideal quociente dos ideais I e J de A como sendo o ideal
(I : J) = {a ∈ A | a · J ⊆ I}.
4
Definição 1.6. A é um anel artiniano se satisfaz alguma das seguintes condições (que são
equivalentes):
Proposição 1.7. Um anel artiniano A não-nulo tem somente um número finito de ideais
maximais.
Proposição 1.8. Em um anel noetheriano A o nilradical N ill(A) (que, neste caso, coincide
com o radical de Jacobson R) é nilpotente.
5
Capítulo 2
Decomposição Primária
Decorre diretamente da definição que todo ideal primo é primário. Além disso,
uma caracterização para ideias primários é dada pela proposição a seguir.
Proposição 2.2. Um ideal q ⊂ A é primário se, e somente se, A/q 6= 0 e todo divisor de
zero em A/q é nilpotente.
√
Proposição 2.3. Seja q um ideal primário em um anel A. Então q é o menor ideal primo
de A contendo q.
√
Demonstração. Por hipótese, q é a interseção de todos ideais primos de A que contêm q;
√ √
desta maneira, é suficiente provar que q é primo. Sejam ab ∈ q; então, existe m > 0 tal
que (ab)m ∈ q. Como q é primário, ou am ∈ q ou bmn ∈ q para algum n > 0, ou seja, ou
√ √
a ∈ q ou b ∈ q.
6
√ √
Se q é primário e, além disso, p = q, então dizemos que q é p-primário.
Exemplo 2.4. Os ideais primários de Z são (0) e (pn ), sendo p um número primo.
Exemplo 2.5. Seja A = K[x, y, z]/(xy − z 2 ), em que K é corpo. Seja P := (x, z) ideal de A,
em que x e z denotam classes de equivalência em A. Sabemos que existe a seguinte bijeção
Assim, como A/(x, z) ' K[x, y, z]/(x, z, xy − z 2 ) ' K[y] é um domínio de integridade (pois
K é corpo), temos que (x, z) é ideal primo contendo (xy − z 2 ). Logo, P é um ideal primo de
/ P 2 = (x2 , xz, z 2 ) e
A. Desta forma, P é primário. Entretanto, P 2 não é primário, pois x ∈
/ P 2 e xy = z 2 ∈ P 2 .
y∈
Exemplo 2.6. Sejam A = K[x, y] e q = (x, y 2 ). Então, A/q ' K[y]/(y 2 ). Neste anel os
divisores de zero são os múltiplos de y e, logo, são nilpotentes. Segue que q é primário e
seu radical p é (x, y). Temos, então, que p2 ( q ( p; portanto, um ideal primário não é
necessariamente uma potência de um primo.
√
Proposição 2.7. Se I é maximal, então I é primário. Em particular, as potências de um
ideal maximal M são m-primárias.
√
Demonstração. Seja m = I. Se π : A −→ A/I é o homomorfismo projetor, então segue
√
que m = I = π −1 (RA/I ), ou seja, a imagem de m em A/I é um nilradical de A/I. Daí,
teremos que RA/I ⊆ p, o que implica que RA/I = p. Desta forma, o anel A/I tem somente
um ideal primo. Então, todo elemento de A/I ou é uma unidade ou é nilpotente e, assim,
segue que todo divisor de zero de A/I é nilpotente. Isto implica que I é primário. Por outro
√
lado, se m é maximal e ,portanto, ideal primo, temos que m = mn para n > 0; logo, mn é
m-primário para todo n > 0.
Por outro lado, as potências de um ideal primo não necessariamente são primárias:
basta observar o Exemplo 2.5.
√
Exemplo 2.8. Considere o ideal I = (y 2 , xy) ⊂ K[x, y]. Observe que I = (y), ou seja,
√
/ I e xn ∈
I é primo. No entanto, xy ∈ I, mas y ∈ / I para todo n. Logo, I não é primário.
√
Com isso concluímos que se I for somente primo não necessariamente I será primário.
7
Tn
Lema 2.9. Se qi , sendo 1 ≤ i ≤ n, são p-primários, então q = i=1 qi é ideal p-primário.
v
un n
√ u\ \ √
Demonstração. Sabemos que q = t qi = qi = p. Seja xy ∈ q e suponha que y ∈
/ q;
i=1 i=1
√ √
então, para cada i temos que xy ∈ qi e y ∈
/ qi . Desta forma, x ∈ p = qi = q, pois qi é
p-primário. Concluímos que q é p-primário.
Lema 2.10. Seja q um ideal p-primário e seja a um elemento de A. Então, vale que:
a) Se a ∈ q, então (q : a) = A.
b) Se a ∈
/ q, então (q : a) é p-primário.
c) Se a ∈
/ p, então (q : a) = q.
Exemplo 2.12. Considere o anel Z e I = (12) um ideal de Z. Observe que I admite uma
decomposição primária finita, ou seja, I é decomponível. De fato, vejamos que
I = (22 ) ∩ (3),
com (22 ) e (3) ideais primários. Tome, a ∈ I, logo a = 12x, para algum x ∈ Z. Contudo,
a = 12x = 22 · (3x) = 3 · (22 x), ou seja, a ∈ (22 ) ∩ (3). Por outro lado, se a ∈ (22 ) ∩ (3) ,
temos que a = 22 x e a = 3y, com x, y ∈ Z. Contudo, o mínimo múltiplo comum de 22 e 3
é 12, ou seja, a é um múltiplo de 12, isto é, a ∈ (12). Portanto, I = (12) é um ideal que
admite uma decomposição primária, e tal decomposição é precisamente I = (22 ) ∩ (3).
8
Definição 2.13. Se um ideal I for decomponível e satisfaz as condições dadas por
√
a) todos os qi são distintos, e
\
b) qj * qi para 1 ≤ i ≤ n,
j6=i
Exemplo 2.14. Seja I = (xy, yz, zx) um ideal em K[x, y, z]. Vamos encontrar a decompo-
sição primária de I. Para demonstrarmos este fato, iremos utilizar a propriedade de que se
A, B e C ∈ K[x, y, z], são polinômios mônicos, então vale a igualdade
p p p
(A, BC) = (A, B) ∩ (A, C).
Como os ideais (x, z), (y, z) e (y, x) são primos, concluímos que são ideais pri-
mários. Obtemos, assim, a decomposição primária do ideal I.
9
Dessa forma, vemos que
n
\ \
p p
(I : a) = (qi : a) = pj .
i=1 a∈q
/ j
\n
p
Suponha que (I : a) seja primo; então, segue da Proposição 29 (lembrando que se p = Ii ,
p i=1
então p = Ii para algum 1 ≤ i ≤ n) que (I : a) = pj para algum 1 ≤ j ≤ n. Logo, todo
p
ideal primo da forma (I : a) é um dos pj .
\
Reciprocamente, para cada 1 ≤ i ≤ n, existe ai ∈ / q i e ai ∈ qj pois a
a∈q
/ j
p
decomposição é minimal; logo, temos que (I : ai ) = pi .
Proposição 2.16. Seja I um ideal decomponível. Então, todo ideal primo p ∈ I contém um
ideal primo isolado associado a I. Logo, os ideais primos isolados de I são precisamente os
elementos minimais do conjunto V (I).
n n n
\ √ \ √ \
Demonstração. Se p ⊃ I = qi , então p = p⊃ qi = pi . Logo, temos que p ⊃ pi
i=1 i=1 i=1
para algum i e, portanto, p contém um ideal primo isolado de I. Por outro lado temos que,
n n
\ √ \
como I = qi , então I ⊂ I = pi ⊂ pi para todo 1 ≤ i ≤ n. Logo, pi ∈ V (I) para
i=1 i=1
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todo 1 ≤ i ≤ n, ou seja, Assoc(I) ⊂ V (I). Vejamos que os isolados de I são os elementos
minimais de V (I): seja pi ideal isolado de I e suponha que existe em V (I) um ideal primo p
de A tal que p ⊂ pi . Pela primeira parte desta proposição existe um ideal isolado pj tal que
pj ⊂ p ⊂ pi , mas como pi é isolado, temos que pj = pi e, portanto, p = pi . Concluímos que
pi é um elemento minimal de V (I). Seja agora p um elemento minimal de V (I). Novamente
existe um ideal primo isolado pi tal que pi ⊂ p, mas pi ∈ V (I). Logo, pela minimalidade de
p, devemos ter p = pi .
C[x,y]
Exemplo 2.17. Calcularemos agora os ideais primos minimais de A = (x2 ,xy)
. Pelo TCI
os ideais primos minimais de A correspondem aos ideais primos minimais de C[x, y] que
contém (x2 , xy), i.e., correspondem aos elementos minimais do conjunto V (x2 , xy). Segue
da proposição anterior que estes elementos são os ideais isolados de (x2 , xy). Seja (x2 , xy) =
(x)∩(x, y)2 uma decomposição primária minimal qualquer de (x2 , xy), então os ideais primos
associados são:
p
a) (x) = (x), pois (x) é ideal primo de C[x, y].
p
b) (x, y)2 = (x, y) pois (x, y) é um ideal maximal de C[x, y] e toda potência de um maximal
m é m-primário.
Logo, Assoc(x2 , xy) = {(x), (x, y)}. Como (x) ( (x, y), temos que o único ideal
isolado de (x2 , xy) é (x). Daí, teremos que (x̄) é o único ideal primo minimal de C[x,y]
(x2 ,xy)
.
n
\
Proposição 2.18. Sejam I um ideal decomponível e I = qi uma decomposição minimal
√ i=1
com qi = pi . Então,
[n
pi = {a ∈ A|(I : a) 6= I}.
i=1
11
p
Note, também, que (0 : a) = ∩a∈q
/ j pj ⊂ pj para algum j. Dessa forma, vemos que D ⊂
p
∪ni=1 pi . Como cada pi é da forma (0 : a), para algum a ∈ A, segue que D ⊃ ∪ni=1 pi .
Portanto, D = ∪ni=1 pi .
assim, se s ∈ S então s ∈
/ p, pois S ∩ p = ∅. Logo pelo Lema 2.10 temos que (q : s) = q,
para todo s ∈ S. Portanto, ρ−1 (S −1 J) = q.
12
De fato, podemos verificar que
m
! m
\ \
−1 −1 −1 −1
ρ (S I) = ρ S qi = ρ−1 (S −1 qi ).
i=1 i=1
[
Para finalizar a demonstração, tome S = A − p; então, segue da Observação 2.20 que S
p∈Σ
intercepta os p ∈ Assoc(I)−Σ e não intercepta os p ∈ Σ. Desta maneira, segue da Afirmação
3 que
m
\
−1 −1
ρ (S I) = qij ;
j=1
então, a interseção dos qij depende somente de I pois, pelo Primeiro Teorema de Unicidade,
os pi ’s dependem somente do ideal I e não da decomposição primária específica de I.
Nessa seção mostraremos que todo ideal próprio de um anel noetheriano admite
decomposição primária. Para isso, apresentaremos dois lemas e, em seguida, apresentaremos
o resultado principal. Logo depois, apresentaremos algumas proposições que acarretam num
importante teorema, no qual verificamos que um anel é artiniano se, e somente se, este anel
é noetheriano e a sua dimensão é 0.
Definição 2.23. Dizemos que um ideal I é irredutível se toda vez que I = J ∩ K obtemos
ou I = J ou I = K.
Lema 2.24. Em um anel noetheriano A todo ideal é uma interseção finita de ideais irredu-
tíveis.
Demonstração. Considere U , o conjunto dos ideais do anel A que não são interseções finitas
de ideais irredutíveis. Suponha que U 6= ∅; logo, U possui elemento maximal I. Como I é
redutível, segue que I = J ∩ K, no qual I ⊂ I e J ⊂ K. Pela maximalidade de I temos
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que J * U e K * U , ou seja, J e K são interseções finitas de ideias irredutíveis, assim I é
interseção finita de ideais irredutíveis, o que aponta uma contradição. Portanto, U = ∅.
Demonstração. Passando ao anel quociente, é suficiente verificar que, se o ideal nulo é irre-
dutível então tal anel é primário. Seja xy ∈ (0), com y 6= 0, e considere a cadeia de ideais
Ann(x) ⊆ Ann(x2 ) ⊆ · · · ⊆. Pela condição da cadeia ascendente, esta cadeia é estacionária,
ou seja, existe n > 0 tal que Ann(xn ) = Ann(xn+1 ) = · · · . Segue que (xn ) ∩ (y) = (0) pois,
se a ∈ (y) então ax = a0 yx = 0 e se a ∈ (xn ) então a = bxn ; logo, ax = bxn+1 = 0 o que
implica que b ∈ Ann(xn+1 ) = Ann(xn ). Assim bxn = 0, i.e., a = 0. Como (0) é irredutível e
(y) 6= 0 então devemos ter xn = 0, e portanto temos que (0) é primário.
Teorema 2.26. Em um anel noetheriano A todo ideal admite uma decomposição primária.
Demonstração. A prova do teorema segue imediatamente dos dois lemas anteriores., uma vez
que todo ideal noetheriano é interseção finita de ideais irredutíveis e todo ideal irredutível é
primário.
b) O nilradical de A é nilpotente.
Afirmamos que existe j ∈ {1, ..., t} tal que ij ≤ N , implicando que J m ⊂ I. De fato, se para
todo j tivéssemos ij ≤ N1 , então somando essa desigualdade para j = 1, ..., t, concluiríamos
que m ≥ (N − 1)t, o que é absurdo, pois m > (N − 1)t.
b) Sabemos que em um anel noetheriano A, o nillradical de A, que denotaremos
por nill(A), é dado por
\ p
nill(A) = m= (0),
m∈Specmax (A)
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concluindo então que nill(A) é o radical do ideal (0). Então, pelo item a), concluímos que
(0) contém uma potência do seu radical, isto é, existe k ∈ N, tal que
nill(A)k = 0.
Demonstração. Pelo Primeiro Teorema de Unicidade temos que os ideais primos associados
p
a I são os ideais primos que ocorrem no conjunto de ideais (I : a) com a ∈ A. Logo se
p
(I : a) é um ideia primo p de A então (I : a) = (I : a) = p e portanto (I : a) é um ideal
primo associado a I.
\n
Reciprocamente, seja I = qi uma decomposição primária minimal de I e seja
i=1
√ \
pi = qi . Denote por Ii = qj 6= I. Pelo desenvolvimento da demonstração do Primeiro
j6=i
p
Teorema de Unicidade, temos que pi = (I : a) para qualquer a ∈ Ii e a ∈
/ qi , então
(I : a) ⊆ pi . Desta maneira, como qi é pi -primário no anel Noetheriano A, segue da
proposição anterior que existe m ∈ N tal que pm
i ⊆ qi , com isto
Ii pm m
i ⊆ Ii ∩ pi ⊆ Ii ∩ qi .
m−1
Seja m ≥ 1 o menor natural tal que pm
i ⊆ qi e seja b ∈ Ii pi ⊆ Ii ∩ pm−1
i tal que b ∈
/ I.
Então bpi ⊆ I, logo para esse b temos (I : b) ⊇ pi , além disso, como b ∈ Ii e b ∈
/ I segue que
b∈
/ qi , assim (I : b) ⊆ pi .
Portanto, os ideais primos associados a I são exatamente os ideais primos da
forma (I : a) com a ∈ A.
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Proposição 2.30. Sejam A um anel e m1 , m2 , ..., mn ideias maximais tais que m1 · · · mn =
0. Então, R é noetheriano se e somente se é artiniano.
A ⊇ m1 ⊇ m1 m2 ⊇ · · · ⊇ m1 m2 · · · mn = 0. (2.1)
Defina
Mi = m1 m2 · · · mi .
A ⊇ M1 ⊇ · · · ⊇ Mn = 0. (2.2)
Observe que cada módulo quociente Mi−1 /Mi é um A/mi -módulo, pois está bem definida a
aplicação
Além disso, como mi é maximal, então A/mi é um corpo. Concluímos, daí, que Mi−1 /Mi
é um espaço vetorial sobre o corpo A/mi . Logo, pela Observação 2.29, concluímos que
Mi−1 /Mi é um A/mi -módulo artiniano, se e somente se, é um A/mi -módulo noetheriano.
Além disso, note que como mi é maximal, então seus A/mi -submódulos são exatamente
os mesmos que seus A-submódulos. Desta forma, obtemos que Mi−1 /Mi é um A-módulo
artiniano se, e somente se, é um A-módulo noetheriano.
Como obtemos uma equivalência de artiniano e noetheriano para os espaços quo-
cientes Mi−1 /Mi , é natural considerarmos as sequências exatas curtas:
i π
0 → M1 ,→ A A/Mi → 0
i π
0 → M2 ,→ M1 M1 /M2 → 0
..
.
i π
0 → Mi ,→ Mi−1 Mi−1 /Mi → 0
..
.
i π
0 → Mn−1 ,→ Mn−2 Mn−2 /Mn−1 → 0
i π
0 → Mn ,→ Mn−1 Mn−1 /Mn → 0. (2.3)
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quocientes Mi−1 /Mi são A-módulos artinianos para todo i = 1, ..., n. Em particular, para
i = n, isto é, Mn−1 /Mn é A-módulo artiniano; no entanto, Mn = m1 · · · mn = 0, o que ga-
rante que Mn−1 é A-módulo artiniano. Usando a sequência exata curta em (2.3), concluímos
que e Mn−2 /Mn−1 é A-módulo artiniano, o que implica que Mn−2 é A-módulo artiniano.
Aplicando esse processo sucessivamente nas cadeias em (2.3), concluímos que A é A-módulo
artiniano.
De modo análogo, supondo A artiniano e refazendo os mesmos argumentos apre-
sentados anteriormente, concluímos que A é noetheriano.
Por fim, demonstraremos o teorema que fornecerá uma equivalência entre anéis
noetherianos e anéis artinianos.
a) A é artiniano
b) A é noetheriano e dim A = 0.
Demonstração. A ideia principal desta demonstração será encontrar ideais maximais que
satisfaçam a Proposição 2.30.
Inicialmente, suponha que A seja artiniano. Então dim A = 0 e A possui uma
quantidade finita de ideais maximais. Considere, daí, m1 , m2 , ..., mn os ideais maximais de
A. Seja R o anel radical de Jacobson de A, isto é,
\ n
\
R = m = mi .
m∈Specmax (A) i=1
ou seja, concluímos que o ideal 0 é escrito como um produto de ideais maximais; desta
maneira, aplicando a Proposição 2.30, concluímos que A é noetheriano.
Reciprocamente, suponha que A seja um anel noetheriano e dim A = 0. Como
dim A = 0, concluímos que todo ideal primo de A é um ideal maximal (Spec(A) = Specmax (A)).
Também podemos concluir que todo ideal primo é também um ideal primo minimal de A.
Como A é noetheriano, todo ideal tem uma decomposição primária (via Teorema 2.26), em
particular o ideal nulo; logo, os ideais primos associados a (0) (que são os elementos minimais
de Spec(A)) são os ideais primos minimais de A. Como todo ideal primo é maximal, segue
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que os ideais minimais são também maximais, concluindo então que A possui um número
finito de ideais maximais m1 , ..., mn . Assim, podemos escrever o anel de Jacobson como
\ n
\
R= m = mi .
m∈Specmax (A) i=1
Por outro lado, como todo ideal primo é maximal, então o anel de Jacobson coincide com o
ideal nilradical de A (que é a interseção de todos os ideais primos). Como A é noetheriano,
o ideal nilradical de A é nilpotente, isto é, existe k ∈ N tal que
n
Y n
\ k
mki ⊆ mi = Rk = 0.
i=1 i=1
Corolário 2.32. Em um anel artiniano A todo ideal admite uma decomposição primária.
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Referências Bibliográficas
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