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Problema 5. Seja d(n) a soma dos dı́gitos de n. Suponha que n + d(n) + d(d(n)) = 1995. Quais os
possı́veis restos da divisão de n por 9?
Problema 6. Prove que para cada primo p a diferença 111 . . . 11222 . . . 22333 . . . 33 . . . 888 . . . 88999 . . . 99−
123456789 (onde cada digito está escrito exatamente p vezes) é múltiplo de p.
1
Profmat UEM – PR - Roberto Luiz Spenthof
RESUMO DO CONTEÚDO DA 2ª PROVA – MA14 – ARITMÉTICA I
p
Lema 1. Seja p um número primo. Os números , onde 0 i p , são todos divisíveis por
i
p.
Teorema 1 (Pequeno Teorema de Fermat). Dado um número primo p, tem-se que p divide o
número a p a , para todo a .
Corolário. Se p é um número primo e se a é um número natural não divisível por p, então p
divide a p1 1 .
Definição. Seja n um número natural maior do que 1. Denotamos por S n a soma de todos
os divisores de n.
Proposição 1. Seja n p1 1 prr , onde p1, , pr são números primos e 1, , r * .
Então,
1
p1 1 1 prr 1 1
S n
p1 1 pr 1
Corolário. A função S n é multiplicativa; isto é, se n, m 1 , então
S n m S n S m .
Lema 1. Seja n * . Tem-se que S n n 1 se, e somente se, n é um número primo.
Teorema 1 (Euclides-Euler). Um número natural n é um número perfeito par se, e somente
se, n 2 p1 2 p 1 , onde 2p 1 é um primo de Mersenne.
b
Definição. O símbolo significa o quociente da divisão de b por a, na divisão euclidiana.
a
a
b a
Proposição 1. Sejam a e b, c . Temos que .
*
c bc
Teorema 1 (Legendre). Sejam n um número natural e p um número primo. Então,
n n n
Ep n !
p p 2 p 3
onde E p n ! é o expoente de p na decomposição em fatores primos de n ! . Para calcular
E p n ! , usamos o seguinte algoritmo:
n pq1 r1
q1 pq2 r2
qs 1 pqs rs
Como q1 q2 , segue que, para algum s, tem-se que qs p . Portanto, segue-se que
Profmat UEM – PR - Roberto Luiz Spenthof
E p n ! q1 q2 qs .
Lema 2. Sejam a1, , am , b números naturais, com b 0 . Tem-se que
a1 am a1 a
m .
b b b
a1 am !
Corolário. Se a1, , am são números naturais, então é natural o número .
a1 ! am !
Teorema 2. Sejam p, n * com p primo. Suponha que n nr p r nr 1p r 1 n1p n 0
n n 0 n1 nr
seja a representação p-ádica de n. Então E p n ! .
p 1
Definição. Seja m um número natural diferente de zero. Dizemos que dois números naturais a
e b são “congruentes módulo m” se os restos de sua divisão euclidiana por m são iguais, e
escrevemos a b mod m .
Proposição 1. A operação é uma relação de equivalência. De fato, seja m , com
m 1 . Para todos a, b, c , tem-se que:
(i) a a mod m
(ii) se a b mod m , então b a mod m
(iii) se a b mod m e b c mod m , então a c mod m .
Proposição 2. Suponha que a, b são tais que b a . Tem-se que a b mod m se, e
somente se, m | b a .
Definição. Chamamos de “sistema completo de resíduos módulo m” a todo conjunto de
números naturais cujos restos pela divisão por m são os números 0, 1, , m 1 , sem repetições
e numa ordem qualquer.
Proposição 3. Sejam a, b, c, d, m , com m 1 .
(i) Se a b mod m e c d mod m , então a c b d mod m .
(ii) Se a b mod m e c d mod m , então ac bd mod m .
Apenas exemplos.
Resolução
1) De fato:
a. O Pequeno Teorema de Fermat (denotaremos por PTF) nos garante que 7|a 7-a.
b. a7 e a tem mesma paridade, portanto a7-a é par, ou seja, 2| a7-a.
c. Basta mostrar que 3|a7-a= a(a6-1)= a(a3-1) (a3+1). Vejamos:
i. Se a=3k ok.
ii. Se a=3k+1 então (a3-1) = ((3k+1)3-1) = = 3j
iii. Se a=3k-1 então (a3+1) = 3p.
E segue o resultado.
p p1
2) Pelo PTF temos que p | 12 12 ou seja p | 12 (12 1) , como p é primo p|12 ou
p1
p | (12 1) . Dois casos temos a considerar:
a. p|12 então r = 0;
p1 p1 p1
b. p | (12 1) então q N tal que 12 1 p q 12 p q 1, com 1 p r 1
3) De fato:
3 5 2 3 11
n n n
9 5 10 3 11
n n
9
n n5
9 10 3 10 11
n n n n
9
n
10
n
5 3 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15 15
15
9 5
n n
15
10 3
n n
30
15
3
5
2
3
n n 5 n n 3 n 2n.
Obs a. Obs b.
a.
3
5
n 5
n N , pois 5 | n 5 n ( PTF ) ;
b.
3
2
n 3 n N , pois 3 | n 3 n ( PTF ) .
4) Raciocínio idêntico ao da questão anterior. Vejamos:
5 3 5 3 5 3
3n 5n 7n 3n 3n 5n 5n 7n 3n 5n 3(n n) 5(n n) 15n
Cada uma das parcelas é divisível por 15 (veja as observações a. e b. da questão anterior), e o
resultado segue.
PROFMAT-UFRPE Lista de Exercícios U13 MA 14
Pedro José da Silva Santos Júnior
5) De fato:
5 5 4
a. 5 | n n ( PTF ) , mas n n n(n 1) n(n² 1)( n² 1) n(n 1)( n 1)( n² 1)
ou seja,
5 | n(n 1)( n 1)( n² 1) mas 5 não divide qualquer dos três primeiros fatores 5 | (n² 1).
7
Raciocínio análogo sabendo que 7 | n n ( PTF ) e, fatorando, chegaremos ao
b.
resultado pretendido
7 k
6) Sabemos que 7 | n n ( PTF ) para todo n. em particular para n a . Sendo assim
7
7 | a k a 7 | a a 7 | a (a 1), mas (a,7) 1 7 | (a 1)
k 7k k k 6k 6k
7) Mostremos:
a. Por 2 : a13 e a têm mesma paridade
b. Por 13: aplicação direta do PTF
13 13 7 7 6 7 7 6
c. Por 7: a a a a a a a ( a a ) ( a a ) ( a 1)( a 7 a )
7 divide
d. Por 91: 13.7= 91 e (13,7)=1
e. Por 5:
13 13 9 9 5 5 8 5 4 5 5 8 4
a a a a a a a a a ( a a ) a ( a a ) ( a a ) ( a a 1)( a 5 a )
5 divide
f. Por 3:
13 13 11 11 9 9 7 7 5 5 3 3
a a a a a a a a a a a a a a
10 3 8 3 6 3 4 3 2 3 3
a (a a) a (a a) a (a a) a (a a) a (a a) (a a)
10 8 6 4 2
(a a a a a 1)( a3 a )
3 divide
g. Por 273: é por 3 e por 91, com 3.91=273 e (3,91)=1
8) Deve-se mostrar que:
a. 13| a12-b12, se (13,a) = (13,b) = 1. De fato
(*)
13 12 12
i. 13 | a a ( PTF ) 13 | a ( a 1) 13 | ( a 1)
(*)
13 12 12
ii. 13 | b b ( PTF ) 13 | b(b 1) 13 | (b 1)
As implicações (*) se dão pelo fato de (13,a) = (13,b) = 1. Sendo assim temos que temos que:
12 12 12 12
13 | (a 1) (b 1) 13 | a b .
b. 91| a12-b12, de fato. Basta usar a letra d da questão 7 e mesmo raciocínio da letra a. deste
item.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA
PROFESSORES:
ROGER MOURA
GRUPO DE ESTUDO:
FRANJOSSAN
( ) [ ] [ ] [ ] [ ]
( ) [ ] [ ]
( ) [ ] [ ]
( ) [ ] ( ) [ ] ( ) [ ] ( ) [ ]
( ) [ ] ( ) [ ] ( ) [ ] ( ) [ ]
( ) [ ] ( ) [ ] ( ) [ ]
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( ) .
Desta maneira, podemos escrever que a decomposição de 100! Será dado por:
Já com relação a quantidade de zeros de 100! Está vinculado ao às potências de 5. Desta forma teremos que a quantidade de
zeros será determinado pelo expoente de 5 e neste caso será de 24 zeros.
2)
a) Ache as maiores potências de 2 e de 5 que dividem 10000! .
Achar as maiores potências de 2 e 5 que dividem 10000! É encontrar ( ) quando p for igual a 2 ou a 5.
Assim,
( ) [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
[ ] [ ] [ ]
( )
( )
( ) [ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
( )
( )
( ) [ ] [ ] [ ]
Veremos para termos expoente 84, o maior valor de n deverá ser 349, pois 350 acrescentariam mais uma unidade.
Logo, os outros valores deverão ser: 346, 347, 348 e 349.
4) Mostre que não há nenhum número natural n tal que seja a maior potência de 3 que divida n!.
Temos que:
( )
( ) ( )
( )
Faremos agora alguns testes:
( ) [ ] [ ]
( ) [ ] [ ]
( ) [ ] [ ]
( ) [ ] [ ]
Observamos que as potências de 3 entre 15 e 18 (múltiplos de 3) é 6 e 8, mostrando que não aparecerá nenhuma potência de 3
com expoente 7.
Logo, podemos afirmar que não divide nenhum n!.
5) Dados e , mostre que
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
Prova de [ ] [ ] [ ]
Tomando , ..., . Como temos que [ ] [ ] [ ] .
Agora se somarmos membro a membro as igualdades, obteremos
[ ] [ ] ( ) ( )
Desta forma, se ( ) , o que nos dá
[ ] [ ] ( ) (I)
No entanto, se ( ) , com temos que[ ] , e assim
com . Desta forma,
[ ] [ ] ( ), a qual poderemos afirmar que:
[ ] [ ] [ ] (II)
Portanto , tomando (I) e (II) vamos obter que:
[ ] [ ] [ ]
( ) ( ) ( ) ( )< ( ) .
Portanto
[ ] [ ] [ ]
6) (Solução Pablo) Mostre que, se são tais que ( ) , então
( )
( )
Pelo corolário pág. 106, temos que
( ) ( )( ) (( ) )
( )
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
2º Caso: ⁄ e ⁄
[ ] [ ] , temos então [ ] [ ] [ ]
Observamos também que:
[ ] e que: [ ] [ ] e [ ] e que: [ ] [ ]
Então,
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
3º Caso: ⁄ e ⁄
[ ] [ ] [ ] ⁄
[ ] [ ] , temos então {
[ ] [ ] [ ] ⁄
Observamos também que:
[ ] e que: [ ] [ ]e [ ] e que: [ ] [ ]
Então,
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
[ ] [ ] [ ] [ ] [ ]
( )( )
b) ( )
é um número natural.
Pelo corolário pág. 106,
Temos que os números abaixo são naturais
( ) ( ) ( )
( ) ( ) ( ) ( ) ( ) ( )
( ) ( )
( ) ( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )
Como ( )
É natural, tem se então que ( )
também é natural e sabemos ainda que é natural.
( )( )
Portanto, tem-se que ( )
É natural.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ
DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA
PROFESSORES:
ROGER MOURA
GRUPO DE ESTUDO:
FRANJOSSAN
2) Sejam , com , e .
a) Mostre que se então .
Tomando temos que ( ) logo
b) Mostre que ( ) .
Temos que ( ) , a qual temos que ao dividir ( ) por m tem-se que deixa resto , ou seja,
( ) .
g) de ( ) por
Logo,
Ao tomarmos os numa divisão por 7 teremos que o resto da divisão será 4. Logo,
c)
De novo, usaremos o pequeno teorema de Fermat, pois temos que .
Desta maneira,
( ) ( ) ( ) ( )
d)
Tomando .
( )
Desta forma,
Tomando agora
( )
Desta forma,
O resto é 3.
b)
Pelo item anterior os múltiplos de 4 deixam resto 0 quando divididos por 4.
Assim, as potências dos números pares deixam resto 0, pois aparecem , desta maneira temos.
Logo, precisamos saber o resto da divisão de por 4. Podemos observar que todos ( ) deixam resto 1
quando divididos por 4. Assim,
( )
Logo, o resto é 2.
( )
b)
Temos que ( )( ) e como , tem-se que e portanto
.
12) Se , então
tem-se que . Assim, como ( )( ). Logo ou . Assim,
o que nos dá ou .
14) Ache o menor número natural que deixa restos 5 , 4 , 3 e 2 quando dividido, respectivamente, por 6 , 5 , 4 e 3 .
Podemos observar que:
, ou seja, . Assim,
Assim,
15)
a) Mostre que um quadrado perfeito é congruente a 0, 1 ou 4 , módulo 8.
Observamos que um número pode ser escrito da forma . Assim, temos que pode ser escrito como:
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
Logo, os restos de qualquer quadrado perfeito ao ser dividido por 8 é 0, 1 ou 4.
b) Mostre que não há nenhum quadrado perfeito na sequência:
Tomando o número 2 já sabemos que o mesmo não é quadrado perfeito. No entanto, vamos observar que um número é
quadrado perfeito se deixa resto o, 1 ou 4 quando divididos por 8.
Tomando ou outros valores temos
Como, ao dividir por 8 sempre deixa resto 6. Desta maneira, como não deixa resto 0, 1 ou 4. Logo, dentre os números
não existe um quadrado perfeito.
17) Mostre que nenhum número natural da forma pode ser escrito como a soma de dois quadrados.
Um quadrado pode ser escrito como:
(I) ou (II) ou (III)
Assim, Tomando estes valores dois a dois teremos:
( ) ( )
( ) ( ) ( )
( ) ( ) ( )
Desta forma, vemos que a soma de dois quadrados não tem como resultado .