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Introdução
O Teorema Fundamental da Álgebra de Gauss estabelece uma conexão básica
entre Álgebra e Geometria: afirma que qualquer polinômio com coeficientes
complexos de uma variável e de grau n ≥ 1, um objeto algébrico, é determinado
por um escalar e pelo conjunto de suas raízes (com multiplicidades), um objeto
geométrico. O Teorema dos zeros de Hilbert estende esta conexão a certos ideais
de um anel de polinômios em várias variáveis. Essa é uma consequência formal
do Teorema Fundamental da Álgebra no sentido que vale para qualquer corpo
algebricamente fechado.
O principal objetivo deste projeto é estabelecer uma ligação entre Álgebra
e Geometria. Para tal propósito, vamos apresentar e demonstrar dois dos prin-
cipais resultados que caracterizam essa relação, a saber: o Teorema da base
Hilbert e o Teorema dos zeros de Hilbert. Ambos teoremas são resultados clás-
sicos da literatura que nos permitem encontrar condições suficientes para que
todo ideal de k[x1 , . . . , xn ] seja finitamente gerado e construir uma correspon-
dência bijetiva entre ideias radicais em um anel de polinômios, que são objetos
algébricos e variedades afins, que são objetos geométricos.
Além disso, se k é um corpo algebricamente fechado, o Teorema dos zeros
de Hilbert é equivalente a todo ideal maximal em k[x1 , . . . , xn ] é da forma
m = (x1 − a1 , . . . , xn − an )
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Um dos mais importantes objetos de estudo da Álgebra Abstracta são os
anéis de polinômios. Seja R um anel, para cada n ∈ N, o anel de polinômios em
n- variáveis com coeficientes em R, denotado por R[x1 , . . . , xn ]. Dizemos que
um anel R é Noetheriano, se todo ideal de R é finitamente gerado. O Teorema
da base de Hilbert afirma que se R é um anel Noetheriano, então o anel de
polinômios R[x1 , . . . , xn ] é também um anel Noetheriano.
A teoria de anéis de polinômios é a base da Geometria Algébrica. Em par-
ticular, seja k um corpo, denotamos como k n o produto cartesiano de n cópias
de k. Um conjunto algébrico é um conjunto em k n de zeros de polinômios com
coeficientes em k. O Teorema dos zeros de Hilbert , também conhecido como o
Teorema de Nullstellensatz de Hilbert, relaciona os ideais de um anel de polinô-
mios com coeficientes em k a conjuntos algébricos. Mais precisamente, seja k é
um corpo algebricamente fechado, isto é, todo polinômio de uma variável e de
grau maior ou igual a 1, tem pelo menos uma raiz em k. Então o Teorema de
dos zeros de Hilbert diz que se I ⊂ k[x1, . . . , xn ] é um ideal, então
I(Z(I)) = rad I.
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nesta universidade. Na década seguinte, ela foi muito influente no desenvol-
vimento dos conceitos básicos da Álgebra Moderna. Tal universidade é uma
instituição muito famosa por conceber outros matemáticos excepcionais como
Riemann e Gauss.
Este trabalho foi construído em duas etapas: a primeira construimos alguns
conceitos algébricos, já a segunda definimos e construimos conceitos geométricos,
por fim buscamos relacionar esses conceitos e estabelecer os objetivos desejados.
Álgebra e Geometria
Nosso próposito neste projeto é obter uma relação entre Álgebra e Geometria.
Faremos isso, usando resultados clássicos da álgebra Comutativa e Geometria
Álgébrica.
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Theorem 1. Seja R um anel comutativo. Temos que as seguintes afirmações
são equivalentes:
(i) R é Noetheriano;
I1 ⊆ I 2 ⊆ I 3 ⊆ . . . ⊆ I n ⊆ . . .
Tomemos
∪
I= Ii .
i∈N
I = (s1 , . . . , st ) .
Para todo i ∈ {1, . . . , t}, existe ji ∈ N tal que si ∈ Iji . Seja j = max{j1 , . . . , jt }.
Assim, Ij ⊇ {s1 , . . . , st }. Logo, I ⊆ Ij . Notemos que,
∪
Ij ⊆ Ij+1 ⊆ . . . ⊆ . . . ⊆ Isi = I ⊆ Ij .
Por hipotése, R satisfaz a CCA, logo existe k ∈ N tal que Ik = Ij para todo
j ≥ k, absurdo. Logo, I é finitamente gerado.
Seja R um anel que satisfaz a CCA, mostraremos que R satisfaz a CM. Seja
F uma família de ideais de R não-vazia tal que F não tem elemento maximal.
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Assim, seja I1 ∈ F, então existe I2 ∈ F tal que I1 ⊊ I2 . Segue que, existe I3
∈ F tal que I2 ⊊ I3 . Assim, obtemos a seguinte cadeia de ideais
I1 ⊊ I2 ⊊ I3 ⊊ . . . ⊊ In
I 1 ⊆ I2 ⊆ I 3 ⊆ . . . I n ⊆ . . .
Considere F = {Ii / i ∈ N}, temos que F não tem elemento maximal, o que
contraria a hip?tese. Portanto, R satisfaz a CCA.
Assim como os DIPs e os corpos são exemplos de anéis Noetherianos, o
Teorema 1 nos permiti apresentar o seguinte exemplo de um anel que não é
Noetheriano.
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de menor grau possível. Notemos que, as escolhas dos fi sempre é possível
devido ao Princípio da Boa Ordem e o fato de J não ser finitamente gerado.
Para cada i definimos gr(fi ) = mi ̸= 0 e fi = ai xmi + . . .
Tomemos
∑
n
Assim an+1 ∈ (a1 , . . . , an ), ou seja, an+1 = αi ai onde αi ∈ R. Tomemos
i=1
∑
n
g(x) = fn+1 − αi xmn+1 −mi fi (x),
i=1
temos que
(i) g(x) ̸= 0;
(ii) g(x) ̸∈ ( f1 , . . . , fn );
Com efeito,
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Example 3. Por aplicação do Teorema da base de Hilbert, o anel Z[x] é um
anel Noetheriano. Do mesmo modo, o anel de polinômios com coeficientes em
um corpo.
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Conjuntos Álgebricos e o Teorema dos zeros de Hilbert
Seja k um corpo algebricamente fechado. Definimos n-ésimo espaço afim sobre
k, denotado Ank ou simplesmente An , como sendo o conjunto de todas n-uplas
de elementos de k. Um elemento P ∈ An é chamado ponto, e se P = (a1 , . . . , an )
com ai ∈ k, então os ai são chamados de coordenadas de P .
Se A = k[x1 , . . . , xn ] é o anel de polinômios em n variáveis sobre k. In-
terpretaremos os elementos de A como funções do n-ésimo espaço afim para k,
definindo f (P ) = f (a1 , . . . , an ), em que f ∈ A e P ∈ An . Assim, se f ∈ A é um
polinômio, podemos definir o conjunto de zeros de f , a saber
Z(f ) = {P ∈ An | f (P ) = 0}
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ii) V (I ∩ J) = V (I) ∪ V (J);
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Essa correspondência pode ser vista como mais clareza no diagrama abaixo.
{ } I(−)
{ }
Conjuntos −→ Ideais
algébricos de An Z(−)
←− radicais de k[x1 , . . . , xn ]
Assim,
Z(I) = Z(P1 ∩ . . . ∩ Pn ) = Z(P1 ) ∪ . . . ∪ Z(Pn ).
Com isso, podemos concluir que toda variedade é escrita como a união finita de
variedades afins, onde os seus respectivos de ideais são primo.
Remark 2. Nesta parte, optamos por dá uma visão geral dos termos e definir
os objetos de estudos. Sendo assim, optamos por omitir as demonstrações.
Conclusões
Os objetivos traçados estão sendo alcançados na medida que progredimos com
a pesquisa, apresentações de seminários e encontros. É perceptível o amadure-
cimento matemático que orientando obteve ao longo das nossas discursões.
Além disso, demonstramos o Teorema da base de Hilbert e o Teorema dos
zeros de Hilbert. Como também estabelecemos as possíveis relações entre os
objetos algébricos e geométricos, um dos nossos grandes objetivos neste projeto
e com isso conseguimos estabelecer a tão almejada conexão entre Álgebra e
Geometria.
Referências
[1] ATIYAH, M. F., Introduction to Commutative Algebra. University of Oxford.
Addison-Wesley, 1997.
[2] EISENBUD, D., Commutative Algebra (with a view toward Algebraic Geo-
metry). Graduate Texts in Mathematics, vol. 150, Springer-Verlag, 1995.
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[3] FULTON, W., Algebraic Curves: An Introduction to Algebraic Geometry,
3nd edition. Advanced Book Classics, 2008.
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