Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1 Polinômios 2
1.1 Anel dos Polinômios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.2 Algoritmo da Divisão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.3 Relação de divisibilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
1.4 Zeros de um Polinômio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.5 Critério de Eisenstein . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2 Exercicios 19
1
Capítulo 1
Polinômios
nX
1 +n2 1 −1
nX nX
1 +n2
dn1 +n2 = ai bn1 +n2 −i = ai bn1 +n2 −i + an1 bn2 + ai bn1 +n2 −i .
i=o i=o i=n1 +1
Portanto, dn1 +n2 = an1 bn2 e dk = 0 , para todos k > n1 + n2 , implicando que
{di }i∈N ∈ K[X].
Observe que o polinômio nulo é a sequência 0 = {ai }i∈N com ai = 0, ∀i ∈ N
e o polinômio identidade é dado por 1 = {ai }i∈N com ao = 1 e ai = 0, ∀i ≥ 1.
Obviamente, 0 e 1 pertencem a K[X].
Além disso, dado um polinômio f = {ai }i∈N em K[X], denindo-se −f =
{−ai }i∈N tem-se que −f pertence a K[X] e é chamado oposto ou inverso aditivo
de f . Das observações acima, pode-se mostrar que com essas operações, K[X] é
um anel comutativo, com identidade. (exercício 2.)
Teorema 1.1.1 (K[X], +, ·) é um domínio de integridade.
2
Demonstração. Sejam f 6= 0 e g 6= 0 em K[X] quaisquer. Então existem
m e n em N de modo que am 6= 0 e am+i = 0, ∀i ≥ 1 e bn 6= 0 e bn+i = 0, ∀i ≥ 1
. Um cálculo análogo ao que foi feito acima permite concluir que dm+n = am bn
e dk = 0, para todo k > m + n. Como am 6= 0 e bn 6= 0 e K é um domínio de
integridade, segue que am bn 6= 0. Decorre que dm+n 6= 0, provando que K[X] não
tem divisores do zero.
Observe também que os únicos elementos invertíveis do anel K[X] são os
elementos invertíveis do anel K .
Observação 1.1.2 Observe que K[X] não é um corpo, mesmo que K o seja.
Denição 1.1.3 Seja f = {ai }i∈N ∈ K[X], f 6= 0. Chamamos de grau de f ,
denotado por ∂f , ao maior número natural n tal que an 6= 0, an é chamado
coeciente líder de f e se an = 1, então f é mônico.
Proposição 1.1.4 Sejam f = {ai }i∈N e g = {bi }i∈N dois polinômios não nulos
em K[X]. Tem-se:
a) se f + g 6= 0, então ∂(f + g) ≤ max{∂f, ∂g}
b) se ∂f 6= ∂g , então f + g 6= 0 e ∂(f + g) = max{∂f, ∂g}.
c) ∂(f.g) = ∂f + ∂g .
3
m
Daqui para frente será usada a notação f = ao +a1 X +· · ·+am X =
X
1 m
ai X i
i=o
para umXpolinômio em K[X]. Na realidade, um polinômio em X é uma série
formal ai X i , onde se requer que somente um número nito dos coecientes
i≥0
ai sejam não nulos. Um monômio de grau p é uma série formal ai X i tal que
X
i≥0
ai = 0, para todo i 6= p. A família dos monômios {ai X}X i∈N é somável e sua soma
é a série formal ai X . Isto justica a notação formal ai X i para polinômios.
X
i
i≥0 i≥0
∂(r − r) ≥ n.
0
4
Observação 1.2.2 O algoritmo da divisão é verdadeiro se g e f pertencem a
A[X], onde A é um domínio de integridade e o coeciente líder an de f é invertível
em A.
Exemplo 1.2.3 A demonstração da existência do teorema anterior fornece um
modo prático de dividir dois polinômios. Por exemplo, sejam g = 8X 4 − 6X 2 +
3X − 2 e f = 2X 2 − 3X + 2 em Q[X].
1o. passo: ∂g = 4 > ∂f = 2. Então q1 = 8.2−1 .X 4−2 = 4X 2 e g1 = g − q1 .f =
12X 3 − 14X 2 + 3X − 2.
2o.passo: ∂g1 = 3 > ∂f = 2. Então q2 = 12.2−1 .X 3−2 = 6X e g2 = g1 −q2 .f =
4X 2 − 9X − 2.
3o. passo: ∂g2 = 2 = ∂f = 2. Então q3 = 4.2−1 = 2 e g3 = g2 − q3 .f =
−3X − 6.
4o.passo: ∂g2 = 1 < ∂f = 2. O processo para e toma-se r3 = g3 .
Conclusão: g = q.f + r, onde r + g3 + g2 − q3 .f = g1 − q2 .f − q3 .f =
g − q1 .f − q2 .f − q3 .f = g − (q1 + q2 + q3 .f . Portanto, g = (q1 + q2 + q3 ).f + r.
Então 8X 4 − 6X 2 + 3X − 2 = (4X 2 + 6X + 2)f + (−3X − 6).
Denição 1.2.4 Sejam f e g em K[X], com f 6= 0. Diz-se que f é um divisor
de g (f | g ) ou ainda f divide g se existe q ∈ K[X] tal que g = q.f . Observe que
pelo algorítmo da divisão, q é único.
Denição 1.2.5 Sejam f e g dois polinômios não nulos de K[X]. Um polinômio
mônico d ∈ K[X] é o máximo divisor comum de f e g , denotado por d = (f, g),
se:
i) d | f e d | g e
ii) para qualquer outro polinômio d que divide f e g , tem-se que d | d.
0 0
Muitas vezes não é fácil achar o máximo divisor comum, usando a denição
dada acima. Uma forma de facilitar os cálculos é usar o processo das divisões
sucessivas, baseado nos seguintes resultados.
5
Teorema 1.2.8 Sejam f e g dois polinômios não nulos de K[X]. Então (f, g) =
(g, r), onde r é o resto da divisão de f por g .
Teorema 1.2.9 Sejam f e g dois polinômios não nulos de K[X] com ∂f ≥ ∂g.
Escreva r0 = f e r1 = g . Se ri+1 não é um divisor de ri , seja ri+2 o resto da
divisão de ri por ri+1 , para i = 0, 1, 2, · · · . Esta sequencia de divisões termina em
um resto nulo; o último resto não nulo, rk , tornado monico, é o máximo divisor
comum (f, g).
Demonstração. Do algorítmo da divisão existem q e r em K[X] tais que f =
q.g + r, com ∂r < ∂g . Do teorema anterior, segue que (f, g) = (g, r) e como
6
r3 = r1 −(X+1)r2 = r1 −(X−1)(r0 −(X+2)r1 ) = −(X+1)r0 +(X 2 +3X+3)r1 ,
dando α = −1/2(X + 1) e β = 1/2(X 2 + 3X + 3) e (r0 , r1 ) = 1/2r3 .
Teorema 1.2.11
rn = (−1)n αn .f + (−1)n+1 βn .g
Demonstração.
Tem-se que
f = r0 = 1.f − 0.g = α0 .f − β1 .g
7
(qn−1 .βn−1 + βn−2 )
Exemplo 1.2.12 f = 2X 4 + X 3 − 6X 2 + 7X − 2 e g = 2X 3 − 7X 2 + 8X − 4
Tem-se que r0 = f e r1 = g, α0 = 1, β0 = 0, q1 = X + 4, α1 = 0, β1 = 1, q2 =
1/7(X − 2), α2 = 1, β2 = X + 4.
Portanto r3 = (r0 , r1 ) = 7f + (−1)3 (X + 4)g .
8
f.K ∗ = {g ∈ K[X], g ∼ f } = {g = a.f, a ∈ K ∗ }
Como para todo polinômio f 6= 0, existe um único polinômio mônico, a saber,
a .f , onde a é o coeciente líder de f , que é associado a f , este polinômio será
−1
com a ∈ K ∗ .
Denição 1.3.4 Um polinômio não constante p ∈ K[X] é irredutível se p =
f.g implica ou f ou g constante. Caso contrário, diz-se que p é redutível. Um
polinômio irredutível e mônico é chamado polinômio primo.
Observe que se p é irredutível e p = f.g , então ou f ∼ p ou g ∼ p e se f ∼ g ,
então f é irredutível se, e somente se, g é irredutível.(exercício 4.)
Assim, para estudar a redutibilidade ou irredutibilidade basta estudar apenas
os polinômios mônicos.
Teorema 1.3.5 Um polinômio mônico não constante f ∈ K[X] é redutível se,
e somente se, existem polinômios mônicos g e h em K[X] tais que f = g.h e
0 < ∂g < ∂f e 0 < ∂h < ∂f .
9
Um ideal gerado por um elemento é chamado ideal principal.
Um domínio de integridade tal que todo ideal é principal é chamado Domínio
de Ideais Principais.(PID).
(exercício 5.)
Teorema 1.3.10 Seja I[X] um ideal de K[X], onde K é um corpo. Então I[X]
é principal, isto é K[X] é um PID.
Observe que no teorema anterior pode-se tomar como gerador do ideal não
nulo de K[X] um polinômio mônico.
Demonstração. Seja (d) = (f ) + (g). Basta vericar que d = (f, g). Tem-se
que (f ) ⊂ (d) e (g) ⊂ (d), o que implica d | f e d | g .
Seja d outro divisor comum de f e de g . Então (f ) ⊂ (d ) e (g) ⊂ (d ), o que
0 0 0
10
Demonstração. Seja d = (p, f ). Então d | p e, como p é irredutível e d mônico,
segue que d = 1 ou d = a−1 .p, onde a é o coeciente líder de p. Se d(X) = a−1 .p,
então a−1 p seria um divisor de f , contradição. Logo d = 1.
11
Teorema 1.3.17 Seja f um polinômio não nulo em K[X], onde K é um corpo.
São equivalentes:
a) f é irredutível.
b) O ideal principal (f ) é maximal (primo).
c) O anel quociente K[X]/(f ) é um corpo.
Demonstração. Provemos que a condição a implica b : Seja J[X] = (g) um
ideal qualquer tal que (f ) ( (g) ⊂ K[X].Então f ∈ (g) e portanto f = h.g, h ∈
K[X]. Mas como f é irredutível, então ou h = c 6= 0 ou g = d 6= 0. Sendo K um
corpo, segue-se h = c, então g = a−1 f (contradição) . Logo g = d 6= 0 e portanto
1 ∈ (g). Então (g) = K[X], pois 1 = d−1 .d = d−1 .g . Logo (f ) é maximal.
Para provarmos que a condição b implica c, basta provar que todo elemento
não nulo de K[X]/(f ) tem inverso. Seja g + (f ) 6= (f ), com g ∈ K[X]. Então
g∈/ (f ). Logo (f ) ( ((f ), g) ⊂ K[X]. Como (f ) é maximal, tem-se que ((f ), g) =
K[X], portanto 1 = α.f + β.g . Segue que 1 − β.g = α.f , o que implica 1 − β.g ∈
(f ). Então, 1 + (f ) = β.g + (f ) , ou seja 1 + (f ) = (g + (f )) ⊗ (β + (f )). Portanto
g + (f ) tem inverso.
Provemos agora que c implica a, completando assim as equivalências. Suponha
f redutível. Então f = g.h, com ∂g ≥ 1 e ∂h ≥ 1. Logo, g.h ∈ (f ), ou seja,
g.h + (f ) = (f ), o que implica g + (f ) ⊗ (h + (f )) = 0 + (f ). Observe que se
g + (f ) = (f ) ⇐⇒ g ∈ (f ) ⇐⇒ g = α.f . Logo f = h.g = (1 − α.h)f = 0
e como K[X] é de integridade e f 6= 0, tem-se que 1 = α.h e, portanto α e h
são invertíveis, o que dá uma contradição. Se α é inversível, (g) ⊂ (f ) e se h
é inversível, então h = cte 6= 0. O mesmo ocorre se h + (f ) = (f ). Portanto
K[X]/(f ) não seria um corpo.
Teorema 1.3.18 Todo polinômio não constante f ∈ K[X] admite pelo menos
um fator mônico irredutível.
Demonstração. De fato, seja S o conjunto dos polinômios p ∈ K[X] tais que p
é polinômio mônico e não constante e p | f . Tem-se que S 6= ∅, pois a−1 f ∈ S ,
onde a é o coeciente líder de f . Segue que existe em S um polinômio p de grau
mínimo. Se g é um divisor não constante e mônico de p, então ∂g ≤ p e g | f ,
logo g ∈ S e, então ∂g = ∂p. Segue que g = p e, portanto p é um fator irredutível
e mônico de f .
12
polinômio de grau menor que n e tome f de grau n. Se f é irredutível, basta
fatorar pelo seu coeciente líder. Se f é redutível é possível escrever f = g.h,
onde g, h ∈ K[X], 0 < ∂g < n e 0 < ∂h < n. Da hipótese de indução, vem:
g = a1 .g1 . · · · gr
h = a2 .h1 . · · · hs
onde a1 e a2 são elementos não nulos de K e gi e hi são polinômios mônicos.
Assim,
f = cp1 · · · pr = dq1 · · · qs
são duas fatorações de f .
Observe que c = d, pois ambos são o coeciente líder de f .
Além disso, p1 divide o produto q1 · · · qs ,e então divide um dos membros, por
exemplo q1 . Como são mônicos e irredutíveis, então q1 = p1 . Temos então
f 1 = p2 · · · pr = q 2 · · · qs
Mas agora ∂f1 < n, então segue da hipótese de indução que a fatoração é
única, a menos da ordem.
Juntando cp1 = dq1 , completa-se a prova.
f = k.pα1 1 · · · pαmm
que
0 0 0
f = k.p1 .p2 · · · ps .
Observe que os polinômios p1 , p2 , · · · , ps não são necessariamente distintos
dois a dois. Usando-se uma notação conveniente, segue o resultado.
13
1.4 Zeros de um Polinômio
f (t) = ao + a1 t + · · · + an tn ,
para todo t ∈ R. Observe que cada uma destas funções é completamente deter-
minada pelo natural n e por ao , a1 , · · · , an . Essas funções são chamadas funções
polinomiais. As operações
i=o
n
x, denotado por f (x) é dado por f (x) = ai xi ∈ B .
X
i=o
14
Denição 1.4.7 Dado um polinômio f ∈ A[X], a função polinomial sobre B
determinada pelo polinômio f é a aplicação fB : B −→ B denida por fB (x) =
f (x), para todo x ∈ B .
i=o
domínio de integridade, dene-se a derivada de f , como sendo o polinômio
n−1
ai X i .
X
f0 =
i=1
Observe que há uma grande semelhança com a derivada de uma função, mas
neste caso a denição é puramente algébrica e não envolve conceitos do Cálculo
Diferencial. Considerando-se a função D : A[X] −→ A[X] dada por D(f ) = f 0 ,
vê-se que D(X n ) = nX n−1 , n = 1, 2, · · · ao passo que se g é constante, então
Dg = 0 e D(gf ) = gD(f ). Logo:
Xn n−1
X
0 i
f = D( ai X ) = ai D(X i )
i=o i=1
Segue que
f 0 = m(X − α)m−1 q + (X − α)m q 0 = (X − α)m−1 (mq + (X − α)m q 0 )
e mq(α) + 0.q 0 (α) 6= 0. Logo α é um zero de multiplicidade (m − 1) de f 0 .
Reciprocamente, todo zero do polinômio f é um zero m-uplo para algum
m, (teorema 2.4.15 a seguir) e se é um zero k -uplo de f 0 , então mostramos que
m − 1 = k.
15
Exemplo 1.4.12 1) A função polinomial determinada pelo polinômio constante
a ∈ A é denida por fB (x) = a, ∀x ∈ B .
2) Sejam f = X 3 − X ∈ Z3 [X] e B = Z3 . Então f (0) = f (1) = f (2) = 0.
Segue que a função polinomial fB é a função nula fB (x) = 0, ∀x ∈ B . mo 3)
Considere os polinômios f = X 3 + 1 ∈ Z3 [X] e g = X + 1 ∈ Z3 [X] e Z3 . Tem-se
que f (0) = g(0); f (1) = g(1); f (2) = g(2). Então fB = gB , porém f 6= g .
Denição 1.4.13 Sejam f, g ∈ A[X]. Diz-se que f é idêntico a g (f ≡ g) se, e
somente se, f (x) = g(x), ∀x ∈ A. Quando f ≡ 0, então f é identicamente nulo.
Teorema 1.4.14 Sejam K um corpo e f ∈ K[X], f 6= 0. Então f tem no
máximo ∂f raízes em K .
Demonstração. A demonstração será por indução sobre n = ∂f .
Se n = 1, então f = αX + β , onde α, β ∈ K e α 6= 0. Se a ∈ K é tal que
f (a) = 0, então αa + β = 0, donde se conclui que a = −β.α−1 , ou seja, f tem
uma única raiz.
Suponha que o resultado é verdadeiro para todos os polinômios de grau menor
que n e seja f em K[X], com ∂f = n.
Se f não tem raízes em K , então o resultado está provado, pois tendo zero
raízes, tem no máximo n raízes.
Suponha assim que f tenha uma raiz a ∈ K e que a tenha multiplicidade m.
Segue que m ≤ n, pois (X − a)m | f . Então f = (X − a)m .q , onde q ∈ K[X] e
∂q = n − m.
Desde que (X −a)m+1 -f , então (X −a) -q , pois se (X −a) |q e como (X −a)m |f
implicaria que (X − a)m+1 |f .
Segue do Teorema do resto que q(a) 6= 0, i.é, a não é raiz de q . Agora, se
b 6= a é uma raiz, em K , de f , então 0 = f (b) = (b − a)m q(b).
Como K é um corpo e b 6= a, então q(b) = 0, ou seja, b é uma raiz de q em K .
Logo, qualquer raiz de f , em K , diferente de a, é raiz de q . Como ∂q = n−m < n,
segue da hipótese de indução que q tem no máximo n − m raízes, em K .
Mas, a é uma raiz de multiplicidade m de f . Então f tem no máximo m +
(n − m) = n raízes em K , o que completa a indução e prova o teorema.
16
Demonstração. De fato, se r/s é uma raíz racional de f , então multiplicando
f (r/s) por sn , temos a equação:
17
Demonstração.
Suponha que
f = (bs X s + · · · + bo )(ct X t + · · · + co ).
Pelo teorema anterior, pode-se assumir que ambos os fatores são polinômios
com coecientes inteiros. Pode-se assumir também que ou bo ou co não é divisível
por p, pois bo co = ao não é divisível por p2 . Assumindo que p - ci , para algum i,
desde que por hipótese an = bs ct não é divisível por p, seja m o menor índice tal
que cm não é divisível por p. Então da equação
am = bo cm + b1 cm−1 + · · · + bm co
vê-se que am não é divisível por p, pois cada termo da direita é divisível por p,
com exceção de bo cm . Assim m = n, pois ai é divisível por p, para i < n, logo f é
irredutível porque não pode ser fatorado em um produto de polinômios de grau
menor.
18
Capítulo 2
Exercicios
1. Prove que se f = {ai }i∈N e g = {bi }i∈N são dois polinômios em K[X] e,
denindo-se a soma f + g = {ci }i∈N por ci = ai + bi , tem-se que {ci }i∈N ∈ K[X].
2. Prove que K[X] com as operações de adição e multiplicação denidas em
2.1. é um anel comutativo, com identidade.
3. Sejam f, g ∈ K[X]. Mostre que se f e g são mônicos, então f ∼ g se, e
somente se, f = g .
4.Se p é irredutível e p = f.g , então ou f ∼ p ou g ∼ p e se f ∼ g, então f é
irredutível se, e somente se, g é irredutível.
5. Mostre que a relação de divisibilidade em K[X] pode ser expressa em
termos de ideais principais:
f | g ⇐⇒ (g) ⊂ (f )
ou ainda f ∼ g ⇐⇒ (g) = (f ).
6. Considere no conjunto F (R) constituído por todas as funções polinomiais
f : R −→ R, as operações
19
11. Mostre que existem exatamente (p2 −p)/2 polinômios mônicos irredutíveis
de grau 2 sobre Zp .
12. Seja f /g uma função racional, onde f, g ∈ R[X].
a) Mostre que se g(X) = h(X)k(X), com (h(X), k(X)) = 1, então existem
polinômios s e t tais que
f /g = s/h + t/k
b) Mostre que se h(X) = p(X)m , onde p é irredutível, então existem poli-
nômios q, r0 , r1 , · · · , rm−1 tais que para cada i ou ri = 0 ou deg(ri ) < deg(p)
e
s/h = q + rm−1 /p + · · · + r0 /pm
.
c) Mostre que f /g pode ser expresso como um polinômio mais uma soma de
"frações parciais"da forma:
c/(X + a)m ou c(X + d)/(X 2 + aX + b)m .
Dica: Se p e q são relativamente primos, então existem polinômios a e b com
a.p + b.q = 1. Portanto
1/(p.q) = a/q + b/p.
13. Mostre que se o inteiro positivo n não é um quadrado perfeito, então para
algum primo p e algum inteiro k , tem-se: √
X 2 −n/p2k satisfaz o critério de Eisenstein. Conclua que n não é um número
racional.
14. Seja f = an X n +an−1 X n−1 +· · ·+a1 X +a0 um polinômio com coecientes
racionais. Mostre que se b 6= 0 e b é uma raiz de f , então 1/b é uma raiz de
g = a0 X n + a1 X n−1 + · · · + an−1 X + an .
15. Encontre os fatores irredutíveis de X 6 − 1 sobre Q.
16. Prove que R[X]/ < X 2 + 1 > é isomorfo a C. √
17. Prove que Q[X]/ < X 2 − 2 > é isomorfo a Q( 2).
20