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3.

5 - Continuidade
Definição: Diz-se que f : Df ⊂ Rn −→ R é
continua em (a1 , a2 , ..., an ) se e só se:

lim f (x1 , x2 , ..., xn ) = f (a1 , a2 , ..., an )


(x1 ,x2 ,...,xn )→(a1 ,a2 ,...,an )

Teorema: Se f e g são funções contı́nuas e k ∈ R


f
então f ± g, f g, e kf também são funções
g
contı́nuas nos respetivos domı́nios.
Exemplo 16: As funções polinomiais são
contı́nuas

f (x, y) = 2xy + x2 − y
Exemplo 17: As funções racionais são contı́nuas
em todo o seu domı́nio:
xy + x
f (x, y) = 2 2
é contı́nua em R2 \ {(0, 0)}.
x +y
Exemplo 18: Estudar a continuidade da função f
no ponto (0, 0):
( x
, (x, y) 6= (0, 0)
f (x, y) = x+y
0 , (x, y) = (0, 0)
3.6 - Derivadas parciais
Definição: Seja f : Df ⊂ R2 −→ R e
(a, b) ∈ Df . Diz-se que f tem:
derivada parcial em ordem a x no ponto
(a, b) se existir o limite:

∂f f (x, b) − f (a, b)
fx0 (a, b) = (a, b) = lim
∂x x→a x−a
derivada parcial em ordem a y no ponto
(a, b) se existir o limite:

∂f f (a, y) − f (a, b)
fy0 (a, b) = (a, b) = lim
∂y y→b y−b
Exemplo 19: Calcular, por definição, as derivadas
parciais de f (x, y) = xy + x2 no ponto (1, −1):
∂f f (x, −1) − f (1, −1)
(1, −1) = lim =
∂x x→1 x−1

−x + x2 − (−1 + 1) x(x − 1)
= lim = lim = lim x = 1
x→1 x−1 x→1 x − 1 x→1

∂f
(1, −1) =?
∂y
Nota: Para calcular as derivadas parciais de uma
função escalar, podemos aplicar as regras de
derivação usuais tratando, em cada caso, todas as
variáveis como se fossem constantes excepto aquela
em relação à qual estamos a derivar.

Exemplo 20: f (x, y) = xy + x2

∂f
=
∂x

∂f
=
∂y
Exemplo 21:
f (x, y, z) = cos(x + y) − ln(z) + (yz)5

∂f
=
∂x

∂f
=
∂y

∂f
=
∂z
Derivadas parciais de ordem superior:

∂ 2f
 
∂ ∂f
= =
∂x2 ∂x ∂x
∂ 2f
 
∂ ∂f
= =
∂y 2 ∂y ∂y
∂ 2f
 
∂ ∂f
= =
∂z 2 ∂z ∂z
Derivadas parciais de ordem superior mistas:
∂ 2f
 
∂ ∂f
= =
∂y∂x ∂y ∂x
∂ 2f
 
∂ ∂f
= =
∂x∂y ∂x ∂y
∂ 2f
 
∂ ∂f
= =
∂z∂x ∂z ∂x
∂ 2f
 
∂ ∂f
= =
∂x∂z ∂x ∂z
∂ 2f
 
∂ ∂f
= =
∂z∂y ∂z ∂y
∂ 2f
 
∂ ∂f
= =
∂y∂z ∂y ∂z
Definição: Seja Ω um aberto de Rn ,
f : Ω ⊂ Rn −→ R e p ∈ N0 .
Diz-se que f é uma função de classe C p em Ω se f
for contı́nua e também existirem e forem contı́nuas
todas as derivadas parciais de f até a ordem p
inclusivé.
Neste caso, escrevemos f ∈ C p (Ω).
Exemplificando em R2 :
Dizemos que f : Ω ⊂ R2 −→ R é de classe C 2 ou
que f ∈ C 2 (Ω) se:
f for contı́nua
existirem e forem contı́nuas as suas derivadas
parciais de primeira ordem:
∂f ∂f
e
∂x ∂y
existirem e forem contı́nuas as suas derivadas
parciais de segunda ordem:

∂ 2f ∂ 2f ∂ 2f ∂ 2f
, , e
∂x2 ∂y 2 ∂x∂y ∂y∂x
Teorema de Schwartz: Seja Ω um aberto de R2
e seja f ∈ C 2 (Ω). Então para qualquer ponto
(a, b) ∈ Ω temos:

∂ 2f ∂ 2f
(a, b) = (a, b)
∂x∂y ∂y∂x
Para funções com mais do que duas variáveis e/ou
derivadas parciais de ordem superior a 2 temos:

Teorema: Seja Ω um aberto de Rn e f ∈ C k (Ω)


com k ≥ 2. Então no cálculo de qualquer derivada
de ordem n ∈ {2, 3, ..., k}, é indiferente a ordem
pela qual se fazem as derivações.
3.7 - Gradiente
Definição: Dada uma função escalar
f : Df ⊂ R3 −→ R com derivadas parciais
continuas define-se vector gradiente de f por:
 
∂f ∂f ∂f
grad(f ) = ∇f = , ,
∂x ∂y ∂z
Analogamente para f : Df ⊂ R2 −→ R temos:
 
∂f ∂f
grad(f ) = ∇f = ,
∂x ∂y
O vector ∇f num dado ponto, aponta sempre
na direção segundo a qual a função cresce
mais rapidamente (a partir desse ponto).
Exemplo 22: f (x, y) = x2 + 2yx
 
∂f ∂f
∇f = , = (2x + 2y, 2x)
∂x ∂y
No ponto (1, 1), por exemplo, temos ∇f1,1 = (4, 2).

Isto significa que se estivermos no ponto (1, 1) e


quisermos aumentar o valor de f o mais
rapidamente possı́vel devemos ir na direção do
vector (4, 2).

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