Você está na página 1de 10

AULA 14

C ÁLCULO D IFERENCIAL E I NTEGRAL I


P ROFESSOR ROMILDO J OS É DA S ILVA

Nesta aula continuaremos estudando o conceito de limite finito, com a apresentação de novas
propriedades.
Primeiro façamos uma observação geométrica sobre o limite finito no plano cartesiano. Se-
jam f uma função, p ∈ Df0 e L ∈ R. Se L = limx→p f (x), então, no plano cartesiano, o seg-
mento de comprimento f (x) “aproxima-se” do segmento de comprimento L quando x tende a p.
Também o ponto (x, f (x)) ∈ Gf aproxima-se, ao longo do gráfico de f , do ponto (p, L) quando
x tende a p. Deve-se ter em mente tal interpretação geométrica quando L = limx→p f (x), como
esboçado na figura 1.

F IGURA 1. Interpretação geométrica do limite.

Lembrete 1. Dado um ponto p ∈ R e uma vizinhança aberta de p, isto é, um intervalo aberto I
contendo p, dizemos que o conjunto I − { p } é uma vizinhança aberta estrita de p. Em outras
palavras, uma vizinhança aberta estrita de p é qualquer vizinhança aberta de p sem o ponto p,
conforme a figura 2. Sendo X ⊂ R, p ∈ X 0 e I uma vizinhança aberta de p, dizemos que o
conjunto X ∩ (I − { p }) é uma vizihança aberta estrita de p em X. 

Proposição 1. Sejam f e g funções, p ∈ R, L ∈ R. Se


∗ existe δ > 0 tal que f e g estão definidas em (p − δ, p) ∪ (p, p + δ), com f (x) = g(x)
qualquer que seja x ∈ ((p − δ, p) ∪ (p, p + δ)), e
∗ L = limx→p f (x),
então L = limx→p g(x).
Demonstração. Se L = limx→p f (x) e existe δ > 0 tal que
((p − δ, p) ∪ (p, p + δ)) ⊂ (Df ∩ Dg )
e

1
2

F IGURA 2. Vizinhanças de p em R.

f (x) = g(x) qualquer que seja x ∈ ((p − δ, p) ∪ (p, p + δ)),


então, dado  > 0, existe δ1 > 0 tal que
x ∈ Df e 0 < |x − p| < δ1 =⇒ |f (x) − L| < .
Assim, escolhendo δ2 = min{ δ, δ1 }, tem-se δ2 > 0 e
x ∈ Dg e 0 < |x − p| < δ2 =⇒ 0 < |x − p| < δ1 e 0 < |x − p| < δ
=⇒ x ∈ Df , f (x) = g(x) e 0 < |x − p| < δ1
=⇒ f (x) = g(x) e |f (x) − L| < 
=⇒ |g(x) − L| < .
Logo, fica demonstrado que, dado  > 0, existe δ2 > 0 tal que
x ∈ Dg e 0 < |x − p| < δ2 =⇒ |g(x) − L| < .
Isto prova que L = limx→p g(x). 

F IGURA 3. Funções coincidentes numa vizinhança aberta estrita de p em R.


3

A proposição 1 diz que se duas funções estão definidas e coincidem numa vizinhança aberta
estrita de um ponto, e uma delas possui limite nesse ponto, então a outra também possui limite
no mesmo ponto e os limites são iguais, conforme a ilustração na figura 3.
Exemplo 1. Usaremos a proposição 1 para encontrar o limite, em 3, da função f definida por
x2 − 9
f (x) = .
x−3
Observe que não há como calcular o limite de f em 3 utlizando a propriedade operatória do
limite finito, que dá o limite do quociente, pois limite de (x − 3), em 3, é igual a zero. Tem-se
que
∗ f não está definida em 3, isto é, 3 6∈ Df ,
∗ Df = { x ∈ R | x 6= 3 } e
2
∗ f (x) = xx − − 9 = (x + 3).(x − 3) = x + 3 qualquer que seja x ∈ D , isto é,
3 x−3 f

f (x) = x + 3 qualquer que seja x 6= 3.


Sendo h a função definida por
h(x) = x + 3,
tem-se
∗ Dh = R,
∗ h(x) = f (x) qualquer que seja x 6= 3 e
∗ limx→3 h(x) = limx→3 (x + 3) = 6.
Assim, f e h estão definidas e coincidem na vizinhança aberta estrita (−∞, 3) ∪ (3, +∞) de 3,
e h possui limite em 3. Portanto, pela proposição 1, a função f também possui limite em 3 e os
limites são iguais, isto é,
lim f (x) = 6.
x→p

Perceba que existe limx→3 f (x) apesar de não existir f (3). 


O exemplo 1 vai ao encontro da definição do limite finito, a qual diz, entre outras coisas, que
o limite de uma função num ponto, em existindo, depende somente dos valores da função numa
vizinhança aberta estrita desse ponto, no domı́nio da função. Portanto, a existência ou não da
imagem de uma função em um ponto é irrelevante para existência e para o valor do limite dessa
função nesse ponto: se f é uma função e p ∈ Df , o limite de f em p não depende do valor f (p).
Exemplo 2. Observe que

x2 − 9 lim (x2 − 9) −5
x→2
lim = = = 5.
x→2 x − 3 lim (x − 3) −1
x→2

Neste exemplo não é feito o uso da proposicao 1, mas sim das propriedades operatórias do
limite finito. 
Exemplo 3. Seja f a função dada por
x3 − 8
f (x) = .
x2 − 4
4

Neste exemplo, também, não há como calcular o limite de f em 2, utlizando a propriedade
operatória do limite finito que dá o limite do quociente, pois limite de (x2 − 4), em 2, é igual a
zero. Tem-se
∗ Df = { x ∈ R | x 6= −2 e x 6= 2 } e
3 (x − 2).(x2 + 2x + 4) 2
∗ f (x) = x2 − 8 = =x + x+2
2x + 4 qualquer que seja x ∈ D .
f
x −4 (x − 2).(x + 2)
Sendo g a função definida por
x2 + 2x + 4
g(x) = ,
x+2
tem-se
∗ Dg = { x ∈ R | x 6= −2 },
∗ g(x) = f (x) qualquer que seja x 6= −2 e x 6= 2, e
2
∗ limx→2 g(x) = limx→2 x + x+2
2x + 4 = 12 = 3.
4
Como f e g estão definidas e são idênticas na vizinhança aberta estrita (−2, 2) ∪ (2, +∞) de
2, segue pela proposição 1, que 12 é limite de f em 2, isto é,
x3 − 8 (x − 2).(x2 + 2x + 4) x2 + 2x + 4
lim f (x) = lim = lim = lim = 3.
x→2 x→2 x2 − 4 x→2 (x − 2).(x + 2) x→2 x+2
Observe que limx→2 g(x) foi calculado usando o limite do quociente, enquanto limx→2 f (x) foi
calculado usando a proposição 1. 
Cada limite
f (x)
lim ,
x→p g(x)
onde
lim f (x) = 0 e lim g(x) = 0,
x→p x→p

é dito ser uma indeterminação do tipo 00 .


Portanto, são exemplos de indeterminações, do tipo 00 , os limites

x2 − 1 x3 − 8 x2 − 1
lim , lim 2 , lim 2 ,
x→1 x − 1 x→2 x − 4 x→1 x − 2x + 1

x2 − 9 x2 − 2x x16 − 1
lim , lim 2 e lim 3 .
x→2 x − 3 x→2 x − 4x + 4 x→1 x − 1

O pedantismo explı́cito nos exemplos 1 e 2 é necessário para explicar a aplicação da pro-


posião 1 no cálculo de certas indeterminações. Nos livramos deste pedantismo observando a
seguinte sequência de implicações abaixo, proveniente do exemplo 1.
x3 − 8 (x − 2).(x2 + 2x + 4) x2 + 2x + 4 12
lim 2 = lim = lim = = 3.
x→2 x − 4 x→2 (x − 2).(x + 2) x→2 x+2 4
Esta sequência, embora um caso particular, dita o padrão de procedimento que será adotado,
daqui em diante, na resolução de um conjunto considerável de indeterminações do tipo 00 uti-
lizando, implicitamente, a proposião 1. A segunda igualdade, nela presente, é justificada pela
referida proposição.
5

Observe, no próximo exemplo, o modo de proceder (de escrever), bem mais simples, para o
cálculo do limite, o qual é uma indeterminação do tipo 00 .

x3 − 1 (x − 1).(x2 + x + 1)
lim = lim − = lim −(x2 + x + 1) = −3.
x→1 1 − x x→1 x−1 x→1

Neste procedimento não é explicitado o uso da proposição 1, a qual é usada na igualdade


(x − 1).(x2 + x + 1)
lim − = lim −(x2 + x + 1) = −3.
x→1 x−1 x→1

Esta igualdade é plenamente justificada pela proposição 1, como foi feio de forma detalhada,
nos exemplos 1 e 2. Mas o referido detalhamento, sempre que possı́vel, não voltará a ser feito
daqui em diante. Utilizaremos a abordagem direta e simples no cálculo dos limites do tipo 00 .

Observação 1. Preste atenção: 00 não é um número real. É apenas um sı́mbolo que denota um
certo conjunto de limites. Entendeu? Não saia dizendo por aı́ que este texto ensina a dividir
zero por zero! 
Proposição 2. São verdadeiras as seguintes implicações.
∗ Dados x, y ∈ R e n ∈ N∗ par maior que 1, se x > y ≥ 0, então xn > y n .
∗ Dados x, y ∈ R e n ∈ N∗ par maior que 1, se x < y ≤ 0, então xn > y n .
∗ Dados x, y ∈ R e n ∈ N∗ ı́mpar, se x > y, então xn > y n .
Demonstração. Seja n ∈ N, com n ≥ 2. Dados x, y ∈ R,
xn − y n = (x − y) · (xn−1 + xn−2 y + · · · + xy n−2 + y n−1 )
Daı́, se x, y ∈ [0, +∞) e x > y, então (x − y) > 0, x > 0 e, portanto,
xn−1 + xn−2 · y + · · · + x · y n−2 + y n−1 > 0.
Logo,
(x − y) · (xn−1 + xn−2 y + · · · + xy n−2 + y n−1 ) > 0,
isto é, xn − y n > 0. Assim, está demonstrado que
x, y ∈ [0, +∞) e x > y =⇒ xn > y n .
Se n é par, tem-se a implicação
x, y ∈ (−∞, 0] e x > y =⇒ −x, −y ∈ [0, +∞) e − x < −y
=⇒ −x, −y ∈ [0, +∞) e − y > −x
=⇒ (−y)n > (−x)n =⇒ y n > xn
=⇒ xn < y n .
Assim, está demonstrado que, para n par,
x, y ∈ (−∞, 0] e x > y =⇒ xn < y n .
6

Se n é ı́mpar, tem-se a implicação


x, y ∈ (−∞, 0] e x > y =⇒ −x, −y ∈ [0, +∞) e − x < −y
=⇒ −x, −y ∈ [0, +∞) e − y > −x
=⇒ (−y)n > (−x)n =⇒ −y n > −xn
=⇒ −xn < −y n =⇒ xn > y n .
Assim, está demonstrado que, para n ı́mpar,
x, y ∈ (−∞, 0] e x > y =⇒ xn > y n .
Além disso, se n é ı́mpar, então vale a implicação
x, y ∈ R e x > 0 > y =⇒ xn > 0 > y n =⇒ xn > y n .
Portanto, para n ı́mpar, tem-se
x, y ∈ R e x > y =⇒ xn > y n .

Corolário 1. São verdadeiras as seguintes implicações.
√ √
∗ Dados x, y ∈ R e n ∈ N∗ par, se x > y ≥ 0, então n x > n y.
√ √
∗ Dados x, y ∈ R e n ∈ N∗ ı́mpar, se x > y, então n x > n y.
√ √ √ √
Demonstração. Dados x, y ∈ R e n ∈ N∗ par, se x > y ≥ 0 e n x ≤ n y, então 0 ≤ n x ≤ n y.
√ √
Logo, pela proprosição 2, ( n x)n ≤ ( n y)n , ou seja, x ≤ y, o que é um absurdo. Portanto, se
√ √
x > y ≥ 0, então n x > n y.
√ √ √
Dados x, y ∈ R e n ∈ N∗ ı́mpar, se x > y e n x ≤ n y, então, pela proprosição 2, ( n x)n ≤
√ √ √
( n y)n , ou seja, x ≤ y, o que é um absurdo. Portanto, se x > y, então n x > n y. 

Proposição 3. Sejam n ∈ N∗ e f a função dada por f (x) = n x. Dado p ∈ Df ,
√ √
lim f (x) = f (p), ou seja, lim n x = n p.
x→p x→p

Demonstração. Dados x e p no domı́nio de f , tem-se


√ √
x − p = ( n x)n − ( n p)n
√ √ √ √ √ √ √ √
( n x − n p).(( n x)n−1 + ( n x)n−2 . n p + · · · + n x.( n p)n−2 + ( n p)n−1 )
√ √ √n
p p p
( n x − n p).( xn−1 + n xn−2 .p + · · · + n x.pn−2 + n pn−1 ).

n
p p p
Logo, se ( xn−1 + n xn−2 .p + · · · + n x.pn−2 + n pn−1 ) 6= 0, então
√ √ |x − p|
| n x − n p| = √
n
p p p .
| xn−1 + xn−2 .p + · · · + n x.pn−2 + n pn−1 |
n

A prova será dividida nos casos possı́veis.


Caso 1 : p > 0 e n ∈ N∗ . Neste caso, tem-se
|x − p| < p =⇒ −p < x − p < p =⇒ 0 < x < 2p =⇒ x > 0.
7
p
Assim, como n
pn−1 > 0,
√n
p p p p
|x − p| < p =⇒ ( xn−1 + n xn−2 .p + · · · + n x.pn−2 + n pn−1 ) > n pn−1
1 1
=⇒ √ n
p p p < p .
xn−1 + n xn−2 .p + · · · + n x.pn−2 + n pn−1 n
pn−1
p
Daı́, dado  > 0, escolhendo δ = min{ p, n pn−1 . }, tem-se δ > 0 e
p
0 < |x − p| < δ =⇒ |x − p| < p e |x − p| < n pn−1
1 1
=⇒ √ n
pn
pn
pn
< pn
xn−1 + xn−2 .p + · · · + x.pn−2 + pn−1 pn−1
p
e |x − p| < n pn−1 .
|x − p| 1 p n
=⇒ √ n
pn
pn
pn
< p
n
pn−1 .
xn−1 + xn−2 .p + · · · + x.pn−2 + pn−1 pn−1
√ √
=⇒ | n x − n p| < .
Isto prova, neste caso, que dado  > 0 existe δ > 0 tal que
√ √
0 < |x − p| < δ =⇒ | n x − n p| < .
Caso 2 : p < 0 e n ∈ N∗ ı́mpar. Neste caso, tem-se
|x − p| < |p| =⇒ −|p| < x − p < |p| =⇒ −2|p| < x < 0 =⇒ x < 0.
p
Daı́, como n é ı́mpar, tem-se n pn−1 > 0 e
|x − p| < |p| =⇒ x(n−1)−i .pi > 0 qualquer que seja i ∈ { 0, . . . , n − 1 }
p
=⇒ n x(n−1)−i .pi > 0 qualquer que seja i ∈ { 0, . . . , n − 1 }
√n
p p p p
=⇒ ( xn−1 + n xn−2 .p + · · · + n x.pn−2 + n pn−1 ) > n pn−1
1 1
=⇒ √ n
p
n
pn
p
n
< p n
.
xn−1 + xn−2 .p + · · · + x.pn−2 + pn−1 pn−1
p
Assim, dado  > 0, escolhendo δ = min{ |p|, n pn−1 . }, tem-se δ > 0 e
p
0 < |x − p| < δ =⇒ |x − p| < |p| e |x − p| < n pn−1
1 1
=⇒ √ n
p
n
p
n
p
n
< pn
x n−1 n−2
+ x .p + · · · + x.p n−2 + p n−1 pn−1
p
e |x − p| < n pn−1 .
|x − p| 1 p n
=⇒ √ n
p
n
p
n
p
n
< p
n
pn−1 .
x n−1 n−2
+ x .p + · · · + x.p n−2 + p n−1 p n−1
√ √
=⇒ | x − p| < .
n n

Isto prova, neste caso, que dado  > 0 existe δ > 0 tal que
√ √
0 < |x − p| < δ =⇒ | n x − n p| < .
Caso 3: p = 0. Neste caso dado  > 0, escolhendo δ = n , tem-se δ > 0 e
p √ √ √ √
0 < |x − p| < δ =⇒ |x| < n =⇒ n |x| < n n =⇒ | n x| <  =⇒ | n x − 3 p| < .
8

Sendo os três casos acima, os únicos possı́veis, está provado que


lim f (x) = f (p) qualquer que seja p ∈ Df .
x→p


A proposicao 3 diz que, dados n ∈ N∗ e p ∈ R,
√ √
lim n x = n p,
x→p

sempre que estiver definda a raiz n-ésima de p. Guarde este resultado para quando for apresen-
tado o conceito de continuidade.
Exemplo 4. O limite √
x−2
lim
x−4
x→4

não pode ser encontrado usando o limite do quociente, pois x − 2 e x − 4 têm limites nulos
em 4. Mas, pela proposição 1,
√ √ √
x−2 x−2 x−2
lim = lim √ 2 2 = lim √ √
x→4 x − 4 x→4 ( x) − 2 x→4 ( x − 2).( x + 2)

1 1 1
= lim √ = √ = .
x→4 x+2 lim ( x + 2) 4
x→4


Exemplo 5. O limite √
3
s−1
lim 2
s→1 s − 1
é uma indeterminação e, assim, não pode ser calculado usando a propriedade operatória que
dá o limite do quociente. Entretanto, pela proposição 1,
√ √ √
3
s−1 3
s−1 3
s−1
lim 2 = lim = lim √
s→1 s − 1 s→1 (s − 1).(s + 1) s→1 (( s) − 13 ).(s + 1)
3 3
√3
s−1
= lim √ √ 2

s→1 ( s − 1).(( s) + 3 s + 1).(s + 1)
3 3

1 1 1
= lim √ 2
√ = = .
3
s→1 (( s) + 3
s + 1).(s + 1) 3.2 6

A seguinte proposição, junto com a unicidade do limite finito, servirá para demonstrar, em
próximas aulas, a não existência de certos limites. Guarde-a!.
Proposição 4. Sejam f e g funcões, p um ponto de acumulação de Df e de Dg , L ∈ R e
M ∈ R. Se
L = lim f (x), M = lim g(x)
x→p x→p
e existe A ⊂ R tal que p é ponto de acumulação de A, f e g estão definidas em A, e f e g
coincidem em A, então L = M .
9

Demonstração. Se L = limx→p f (x), M = limx→p g(x) e existe A ⊂ R tal que p é ponto de


acumulação de A, A ⊂ (Df ∩ Dg ) e f (x) = g(x) ∀x ∈ A, então, para cada  > 0, existe
δ1 > 0 tal que
x ∈ Df e 0 < |x − p| < δ1 =⇒ |f (x) − L| < ,
e existe δ2 tal que
x ∈ Dg e 0 < |x − p| < δ2 =⇒ |g(x) − M | < .
Como min{ δ1 , δ2 } > 0, existe z ∈ A tal que 0 < |z − p| < min{ δ1 , δ2 }. Logo, f (z) = g(z) e
0 ≤ |L − M | = |L − f (z) + g(z) − M | = |(L − f (z)) + (g(z) − M )|
 
≤ |L − f (z)| + |g(z) − M | < + = ,
2 2
isto é, 0 ≤ |L − M | < .
Isto diz que 0 ≤ |L − M | <  qualquer que seja  > 0. Portanto, |L − M | = 0 e, assim,
L = M. 
Exercı́cio 1. Encontre, caso exista, cada um dos limites abaixo.
2
(a) limx→−1 xx + −1 (b) lim x2 − 4
1 x→2 3
x
√ −8
2 3
x−2
(c) limx→−1 4x + 1 (d) limx→8 x − 8
√x + 1
(e) lims→3 ss+−63− 3 (f) limt→1 √t2 − 1
t−1
2 5
(g) limx→0 xx − x (h) limx→1 4 − 1
x
x −1
Exercı́cio 2. Seja f a função definida por f (x) = x − x2 . Encontre, em existindo, os limites
abaixo.
f (x) − f (1) f (x) − f (p)
limx→1 x−1 limx→p x−p para p ∈ R

Exercı́cio 3. Seja f a função definida por f (x) = 12 . Encontre, em existindo, os limites abaixo.
x
f (x) − f (1) f (x) − f (p)
limx→1 x−1 limx→p x−p para p 6= 0

Exercı́cio 4. Seja f a função definida por f (x) = x − 1 . Encontre, em existindo, os limites


1
abaixo.
f (x) − f (2) f (x) − f (p)
limx→2 x−2 limx→p x−p para p 6= 1

Exercı́cio 5. Encontre o limite abaixo.



3
s+6−2
lim
s→2 s−2
Exercı́cio 6. Seja f a função definida por f (x) = √ 1 . Encontre, em existindo, o limite
x−2
abaixo.

f (x) − f (p)
lim para p > 2
x→p x−p
10

Exercı́cio 7. Encontre o limite abaixo.


x3 − 8
lim
x→2 x3 − 2x2 + 4x − 8

Exercı́cio 8. Encontre, caso exista, o limite abaixo.


x2 − 4
lim
x→2 x3 − 8

Exercı́cio 9. Encontre, caso exista, o limite abaixo.


x5 − 1
lim
x→1 x4 − 1

Exercı́cio 10. Encontre, caso exista, o limite abaixo.



s+6−3
lim
s→3 s−3

Você também pode gostar