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Dizemos que a função f(x) tem por limite o número L quando x tende para o número p, e
escrevemos:
lim f (x )=L
x→ p
Exemplos:
lim (2 x+1 )
1) Seja a função f(x) = 2x+1, calcule, utilizando a ideia intuitiva de limite, x →2 .
Solução:
Queremos determinar o valor da função "f(x)" quando o valor de "x" se aproxima de 2, seja pela
direita(valores superiores a 2) ou pela esquerda (valores inferiores a 2)
Esquerda Direita
x 2x+1 x 2x+1
1 2.1+1 =3 3 2.3+1 =7
1,5 2.1,5+1 = 4 2,5 2.2,5+1 =6
1,7 2.1,7+1 = 4,4 2,1 2.2,1+1 = 5,2
1,8 2.1,8+1 = 4,6 2,01 2.2,01+1 = 5,02
1,9 2.1,9+1 = 4,8 2,001 2.2,001+1 = 5,002
1,95 2.1,95+1 = 4,9 2,0001 2.2,0001+1 = 5,0002
1,99 2.1,99+1 = 4,98 2,00001 2.2,00001+1 = 5,00002
... ... ... ...
2 5 2 5
Y = 2X + 1
8
4
eixo das ordenadas, Y
-2
-4
-6
-3 -2 -1 0 1 2 3
eixo das abscissas, X
Assim, substituindo estes valores no gráfico observamos que quando x se aproxima de 2 a função
f(x) se aproxima de 5.
4 x−8 4( x−2) 4 4 4
lim 2
=lim =lim = = =−4
4) x →2 x −5 x+6 x →2 ( x−2)( x−3 ) x →2 x−3 2−3 −1 , pois D(f )=ℜ−{2, 3}
A seguir introduziremos propriedades que podem ser usadas para achar muitos limites sem
utilizar a pesquisa do número que aparece na definição de limite.
lim c=c
(P1) Sejam a e c números reais quaisquer, então x →a isto é o limite de uma constante
é a própria constante.
f ( x) L
lim = desde que M≠0
d) x →a g ( x ) M
n n
lim [ f ( x ) ] =L ( p/ ∀ inteiro positivo n )
e) x →a
n n
lim √ f ( x )= √ L , desde que L> 0 p/ n par
f) x →a
lim e f ( x )=e L
h) x →a
2 P3 2 P2
lim (x 2 −3 x+ 1)= ⇒ lim x − lim 3 x+ lim 1 ⇒ 2 −3 . 2+1=−1
x →2 x →2 x→2 x →2
lim f ( x )=f (a )
Vemos neste exemplo que o valor de x →a
Isto na verdade ocorre para todos os polinômios. Enunciando então, formalmente, temos:
lim f ( x )=f (a )
Teorema I: Se f é uma função polinomial, então: x →a .
Exemplos:
2
lim (x −5 x+1 ) 2
1) Calcule x →2 =2 −5⋅2+1=−5
Além deste, temos ainda outros teoremas que nos fornecem resultados úteis para o cálculo de
limites.
lim q( x )=q(a )
x →a
Exemplos:
2
5 x −2 x+1
lim
1) Calcule x →3 6 x−7
Solução:
2 2
5 x −2 x+ 1 5⋅3 −2⋅3+1 40 7
lim = = =3
x →3 6 x−7 6⋅3−7 11 11
3
lim √ 3 x 2−4 x +9
2) Calcular x →5
Solução:
√
3
lim √ 3 x −4 x +9= lim 3 x −4 x +9 = √ 75-20+9=√ 64=4
2 3 2 3 3
x →5 x→5
3 2
Consideremos a função polinomial P( x)=−4 x +6 x −7 x+13 , podemos escrevê-la na seguinte
forma:
3
P( x )=−4 x ⋅ 1+
( 6 7 13
− 2+ 3
4x 4x 4x )
Portanto,
lim P( x )= lim (−4 x )⋅ lim
x →±∞ x →±∞
3
x →±∞ (1+ 46x − 47x +134x )
2 3
x →±∞ ( 6 7 13
lim 1+ − 2 + 3 =1
4x 4x 4x )
Temos, então:
3
lim P( x )= lim (−4 x )
x →±∞ x →±∞
Assim, temos dois casos:
3 3
lim P( x )= lim (−4 x )=−∞ lim P( x )= lim (−4 x )=+∞
x →+∞ x →+∞ e x →−∞ x →−∞
n n−1
Generalizando, sendo P( x )=an x +an−1 x +.. .+a 2 x 2 +a1 x +a0 , podemos sempre escrever:
lim P( x )= lim an x n
x →±∞ x →±∞
1.3. Limite de uma função racional
P( x )
f (x )=
Dada a função racional Q (x ) , onde P e Q são funções polinomiais em x com:
n n−1 2 m m−1 2
P( x )=an x +an−1 x +.. .+a 2 x +a1 x +a0 e Q( x )=b m x +b m−1 x +. ..+b 2 x +b1 x +b 0
Sendo
an ≠0 e bm ≠0 . Tem-se então que:
n
lim P( x ) lim an x a n xn a n
P (x ) x →±∞
lim f ( x )= lim = = x →±∞ = lim = ⋅ lim x n−m
x →±∞ x →±∞ Q ( x ) lim Q( x ) lim bm x m x →±∞ bm xm bm x →±∞
x →±∞ x →±∞
Exemplos:
3 2 3
10 x + x −8 x +115 10 x 10
lim = lim = ⋅ lim x =+ ∞
2
1) x →+∞ 9 x −10 x+ 4 x →+∞ 9 x
2 9 x →+∞
15 x 3 −8 x2 +6 x−119 15 x3 1
lim = lim =−15⋅ lim =−15⋅0=0
x →−∞ x
4 2 4
2) x →−∞ −x +2 x −101 x+2 x →−∞ −x
3 2 3
7 x −8 x +11 x−2 7x 7 7
lim = lim = ⋅ lim 1=
3 5
3 2
3) x →±∞ 5 x +14 x −8 x +5 x →±∞ 5 x x→±∞ 5
Definição: Diremos que L é o limite de uma função f, quando xx0 se, para todo > 0 existe
> 0 tal que
0 < |x - x0| < |f(x) - L| <
Observação: Tomamos 0 < |x - x0| < (|x - x0| 0) para fazer ênfase que na análise do limite o
ponto x = x0 não interessa.
Para entender a definição de Limite, façamos a seguinte interpretação: Por estamos denotando
um número pequeno qualquer, portanto |f(x) – L| < quer dizer que f(x) está próximo de L.
Nestas condições, o limite de f quando x xo é igual a L se existe um intervalo que contenha a
xo, que faça que a imagem de todo ponto deste intervalo continue estando próximo de L, isto é
que faça que |f(x) – L| < . Dai o fato que deve existir um número > 0, pois o intervalo em
questão será ]xo – , xo + [.
Exemplos:
Para mostrar que existe > 0, satisfazendo a propriedade acima, consideramos primeiro a
desigualdade
Por uma simples inspeção, concluímos que podemos tomar = /3, portanto
A técnica de cálculo de limites, consiste na maioria das vezes, em conduzir a questão até que se
possa aplicar os limites fundamentais, facilitando assim, as soluções procuradas. Apresentaremos
a seguir - sem demonstrar - cinco limites fundamentais e estratégicos, para a solução de
problemas.
Exemplo
Para a > 0.
limites, somos conduzidos a uma indeterminação do tipo . Tal situação decorre do facto de
tanto a expressão do numerador como a do denominador se anularem para x = 2. Coloquemos
então em evidência os fatores que se anulam:
Seja, por exemplo, o limite em que, ao aplicarmos as regras operatórias dos
limites, somos conduzidos a uma indeterminação do tipo . Tal situação decorre do facto de
tanto a expressão do numerador como a do denominador corresponderem a infinitamente
grandes. Coloquemos então em evidência os monómios de maior grau:
É de notar que as expressões a vermelho são infinitésimos (tendem para zero quando x tende para
infinito), pelo que
Indeterminações do tipo ∞ - ∞
Ou seja,
- Indeterminações do tipo 0 x ∞
Neste tipo de indeterminações podemos transformar sempre um produto num quociente,
ou .
0,∞ e1
0 0 ∞
Normalmente surge para limites do tipo
lim[f(x)]g(x). Neste caso, faz-se elim[f(x)-1]xg(x).
O valor do qual f se aproxima quando o valor de x se aproxima de a por valores menores do que
a é denominado limite à esquerda de f. Analogamente, o valor do qual f se aproxima quando x
tende para a através de valores maiores que a é o limite à direita de f.
lim f ( x )
Limite à esquerda: x → a− , teremos x < a logo x = a – h, onde h > 0 é muito
pequeno.
lim f ( x )
Limite à direita: x → a+ , teremos x > a logo x = a + h, onde h > 0 é muito pequeno.
Quando temos o gráfico de uma função ou temos esta função definida por várias sentenças fica
simples calcular os limites laterais.
Exemplos:
1) Seja a função definida pelo gráfico da Figura a seguir, calcule:
a ) lim f ( x ) b ) lim f ( x )
x →1+ x →1
−
Solução:
lim f ( x )=5 e lim f ( x )=3
Observando o gráfico, podemos concluir que: x →1+ −
x→ 1
2) Seja a função:
f (x )=¿{x +1 ,para x<2¿ {2 , para x=2¿¿ ¿
2
Calcule:
(a ) lim f ( x )
x → 2+
(b ) lim f ( x )
x →2−
(c ) lim f ( x )
x →2
Solução:
+ 2 lim 9-x 2 = 9-2 2 =5
Quando x →2 significa x > 2 logo f (x )=9−x assim x → 2+
Ao calcular o limite da função f, observamos que o valor deste limite, quando x tende para p é
igual ao valor da função quando x é igual a p, isto é:
lim f ( x) f ( p )
x p
2
Por exemplo, se f ( x) x 4 e p = 2, temos que:
As funções que se comportam desta forma em um ponto qualquer de seu domínio são ditas
contínuas nesse ponto.
2.1. Definição:
Dizemos que uma função f é contínua em um ponto p se forem verificados as três condições
abaixo:
(i) ∃ f ( p)
∃ lim f ( x ), isto é: lim f ( x )= lim f ( x )
(ii) x → p x → p+ x→ p
−
lim f (x )=f ( p )
(iii) x → p
Observação: quando pelo menos uma das três condições não for verificada dizemos que f é
descontínua em x= p .
Exemplos:
|x−2| −x+2
2 2 {
=¿ , se x<2 ¿ ¿¿¿
A seguir, analisaremos uma a uma as três condições:
2−2 0
f (2 )= = =0
2 2 .
Para verificar a existência do limite, devemos calcular os limites laterais:
| x−2 | −x+2 −2+2 0
lim f ( x )= lim =lim = = =0
x→2− x →2 − 2 x →2 2 2 2
e
| x−2 | x −2 2−2 0
lim f ( x )=lim =lim = = =0
x→2+ x →2 + 2 x →2 2 2 2
lim f ( x )=lim f ( x ) ⇒∃ lim f ( x ) lim f ( x )=0
Como x → 2− x →2
+
x →2 e x →2 .
lim f ( x )=f (2 ) lim f ( x )=f (2 )
x →2 . Portanto, como x →2 a função é contínua em x=2 .
3) Verifique se a função
f (x)=¿{x −1, se x<3¿{2, se x=3¿ ¿
2
é contínua em x=3 .
Solução: Analisaremos uma a uma as três condições:
f (3 )=2 .
Para verificar a existência do limite, devemos calcular os limites laterais:
lim f ( x )=lim ( x 2−1)=3 2−1=9−1=8 lim f ( x )=lim ( 3−x )=3−3=0
x → 3− x→ 3
e x → 3+ x→ 3
4) Verifique se a função
f(x)=¿ {2 x, se x≤2¿¿¿¿
é contínua em x=2 .
Solução: Analisaremos uma a uma as três condições:
f (2 )=2⋅2=4 .
Para verificar a existência do limite, devemos calcular os limites laterais:
lim f ( x )=lim ( 2 x )=2⋅2=4 lim f ( x )=lim ( x 2−3 x )=22−3⋅2=4−6=−2
x→2 − x→ 2
e x → 2+ x→ 2
2
x −1
f (x )=
5) A função x−1 não é contínua no ponto x=1, pois a função dada não é definida no
ponto especificado. Graficamente, temos:
6) A função
{
x2−1
g(x)=¿ , se x≠1¿¿¿¿
x−1 também não é contínua no ponto x=1, pois:
g(1)=1 .
Limites laterais:
2
( x −1 ) ( x−1)⋅( x+1 )
lim g ( x )=lim =lim =lim ( x +1)=1+1=2
x→1 − x →1 x−1 x→1 (x −1) x→1
e
2
( x −1 ) ( x−1)⋅( x+1 )
lim g ( x )=lim =lim =lim ( x +1)=1+1=2
x → 1+ x →1 x−1 x→1 (x −1) x→1
lim g ( x )=2≠1=g( 2 )
x →1
Portanto, como não foi satisfeita a terceira condição, a função dada não é contínua no ponto
especificado, como confirma o gráfico a seguir:
Obs: Uma função diz-se contínua num intervalo se ela for contínua em todos os pontos desse
intervalo.
TAREFAS
x 2 +5 x−4
lim 2
b) x →3 x −5
x
lim
c) x →0 √2− √2−x
3 x 4 +x 3 −5 x 2 + 2 x
lim
d) x →0 x 2 −x
lim f ( x )
c) x → 2+
lim f ( x )
d) x →2
e) f (−2 ) =
f) f (7 ) =