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GESTÃO

GOVERNAMENTAL E
GOVERNANÇA PÚBLICA
Educação e seu Contexto
Histórico-Social

Livro Eletrônico
Presidente: Gabriel Granjeiro
Vice-Presidente: Rodrigo Calado
Diretor Pedagógico: Erico Teixeira
Diretora de Produção Educacional: Vivian Higashi
Gerência de Produção de Conteúdo: Magno Coimbra
Coordenadora Pedagógica: Élica Lopes

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do Gran. Será proibida toda forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer outra forma de
uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o transgressor às
penalidades previstas civil e criminalmente.

CÓDIGO:
240117049491

DANIEL VASCONCELLOS

Daniel Vasconcellos é pós-graduado em Docência do Ensino Superior pela Faculdade


Darwin (2013). Graduado em História pelo Centro Universitário de Patos de Minas
- UNIPAM (2003). Possui mais de 15 anos de experiência em docência nas áreas de
História, Filosofia, Sociologia, Geografia e Metodologia Científica, no Ensino Médio,
Superior e em preparatório para vestibulares e concursos. Atua como professor
concursado da Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal.

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Educação e seu Contexto Histórico-Social
Daniel Vasconcellos

SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Educação e seu Contexto Histórico-Social . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1. Educação e seu Contexto Histórico-Social. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.1. Períodos Históricos e a Educação no Brasil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
Mapas Mentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89
Questões de Concurso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
Gabarito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
Gabarito Comentado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109

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APRESENTAÇÃO
Olá, querido(a)! Seja muito bem-vindo (a).
Chegou mais uma oportunidade para conquistar o cargo que sonha. E olha, que
oportunidade!
Sem perder tempo, porque sei da sua urgência, falaremos um pouco sobre o conteúdo
de Educação e seu contexto histórico-social
Apesar de ser um longo período abordado, serei sucinto, apontando os pontos mais
importantes para que faça uma excelente prova, quiçá, que gabarite as questões.
No decorrer desta aula, caso tenha alguma dúvida ou mesmo queira comentar algo, me
chame no Fórum. Prometo responder o mais rápido. Sei que dúvidas não resolvidas nos
deixam ansiosos.
Antes de seguirmos, peço que avalie nossas aulas. Seu feedback é muito importante
para que, aqui no GRAN, continuemos produzindo materiais que realmente lhe auxiliem na
conquista de sua independência financeira!

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EDUCAÇÃO E SEU CONTEXTO HISTÓRICO-SOCIAL

1. EDUCAÇÃO E SEU CONTEXTO HISTÓRICO-SOCIAL


A educação é reflexo do contexto histórico-social, evoluindo para atender às necessidades
e demandas específicas de cada época. Entender a história da educação é essencial para
avaliar o presente e construir um futuro mais inclusivo, equitativo e orientado para o
desenvolvimento integral do indivíduo e da sociedade.
O contexto histórico-social é o conjunto de circunstâncias, eventos, valores, instituições
e condições sociais que moldam e influenciam o desenvolvimento e a prática educacional
em determinado período histórico e em uma sociedade específica. Esse contexto fornece
o pano de fundo para compreender como as ideias sobre educação, as políticas educacionais
e as práticas pedagógicas evoluíram ao longo do tempo em resposta às mudanças sociais,
políticas, econômicas e culturais.
Para entender o contexto histórico-social da educação, é necessário considerar vários
elementos:
• Estruturas Sociais e Econômicas: As características da estrutura social e econômica
de uma sociedade, incluindo questões como classes sociais, distribuição de recursos,
sistema econômico, influenciam diretamente a forma como a educação é organizada
e acessada.
• Valores Culturais e Filosofias Educacionais: As crenças culturais e filosofias
educacionais predominantes em uma determinada época e sociedade moldam
os objetivos e métodos da educação. Valores como individualismo, coletivismo,
meritocracia e igualdade desempenham um papel crucial na definição das práticas
educacionais.
• Eventos Históricos: Grandes eventos históricos, como guerras, revoluções, movimentos
sociais, têm impacto direto na educação. Por exemplo, guerras podem levar a mudanças
nas prioridades educacionais, enquanto movimentos sociais podem promover reformas
educacionais para lidar com questões de justiça social.
• Políticas Governamentais: As decisões políticas e as políticas governamentais têm
um papel significativo na configuração da educação. Leis, decretos e regulamentações
governamentais podem determinar questões como financiamento, currículo, padrões
de ensino, entre outros.
• Desenvolvimento Tecnológico: A evolução da tecnologia tem impacto direto na
educação. Mudanças nas tecnologias de comunicação e informação influenciam a
forma como o conhecimento é adquirido, compartilhado e ensinado.

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• Movimentos Sociais e Direitos Humanos: Avanços nos movimentos sociais e na


luta pelos direitos humanos frequentemente resultam em mudanças nas políticas
educacionais para promover a igualdade, inclusão e respeito à diversidade.
• Circunstâncias Econômicas: As condições econômicas de uma sociedade afetam a
disponibilidade de recursos para a educação, influenciando a infraestrutura escolar,
os salários dos educadores e a acessibilidade à educação.

001. (CESGRANRIO/SEE SP/DIRETOR DE ESCOLA/2007) Considere a situação abaixo.


Marcelo é professor e trabalha em duas escolas. Percebe que seu comportamento e sua
atuação profissional são diferentes em cada uma delas.
Tal diferença é explicada pela compreensão do que vem a ser cultura organizacional, definida
como:
a) comportamento que cada indivíduo assume nos diferentes lugares em que atua, de
acordo com sua história de vida e suas experiências.
b) conjunto de fatores sociais, culturais e psicológicos que influenciam os modos de agir
da organização e o comportamento das pessoas em particular.
c) modelo de gestão, baseado em pressupostos antropológicos, que tem por meta ampliar
o cabedal cultural de todos os envolvidos na organização.
d) tradições culturais, acumuladas por uma instituição, que têm caráter perene e que
influenciam as decisões coletivas.
e) conhecimento documentado por uma organização e armazenado no capital humano que
a ela se dedica.

A alternativa “b” traz uma definição abrangente e precisa de cultura organizacional, que leva
em conta tanto os aspectos coletivos (sociais e culturais) quanto os aspectos individuais
(psicológicos) que influenciam o comportamento na organização.
Letra b.

1.1. PERÍODOS HISTÓRICOS E A EDUCAÇÃO NO BRASIL


Querido(a), durante o domínio português, a educação no Brasil era, em grande parte,
voltada para a catequese e a formação de clérigos, devido à forte presença da Igreja Católica.
No século XVI, com a chegada dos jesuítas, foram estabelecidas as primeiras escolas e
colégios, como o Colégio dos Meninos em São Paulo e o Colégio Santo Inácio no Rio de

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Janeiro. Contudo, o acesso à educação era restrito a poucos e voltado principalmente para
a elite colonial e aspirantes ao sacerdócio.
Também há de se destacar que, no período colonial, a educação estava fortemente
vinculada aos interesses da metrópole portuguesa, visando a manutenção do controle sobre
as colônias. Com a expulsão dos jesuítas em 1759, a educação no Brasil sofreu um revés,
e a falta de instituições educacionais foi notável até o início do século XIX.
Com a chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil em 1808, houve uma série de reformas
que impactaram a educação. Foi criada a Imprensa Régia e surgiram as primeiras escolas
públicas e instituições de ensino superior, como a Academia Real Militar. No entanto, essas
iniciativas ainda beneficiavam uma parcela reduzida da população.
O século XIX testemunhou esforços de expansão do ensino público. A Constituição de 1824
estabeleceu a gratuidade e a obrigatoriedade do ensino primário, mas a implementação
efetiva dessas medidas enfrentou desafios. A promulgação da Lei de 15 de outubro de
1827, conhecida como Lei Geral da Instrução, instituiu as escolas de primeiras letras em
todas as localidades do país.
Durante o Império, a educação no Brasil ainda era caracterizada pela dualidade entre
ensino público e privado, com predominância de instituições confessionais. A Proclamação
da República em 1889 trouxe mudanças na estrutura educacional, com a laicização do
ensino e a criação de políticas mais inclusivas.
No século XX, ocorreram transformações significativas na educação brasileira. A criação
do Ministério da Educação e Saúde em 1930 e a instituição da Lei Orgânica do Ensino em
1942 foram marcos importantes. A década de 1960 viu a expansão do ensino superior e a
implementação de políticas voltadas para a educação básica.

DICA
Muitas mudanças ocorreram até que se chegasse à pedagogia
dos dias de hoje. As principais reformas foram Benjamim
Constant (1890), Epitácio Pessoa (1901), Rivadávia Correia
(1911), Carlos Maximiliano (1915), João Alves da Rocha Vaz
(1925), Francisco Campos (1932), Gustavo Capanema (1946)
e as Leis de Diretrizes e Bases de 1961, 1971 e 1996. A partir
desses estudos, veremos que a educação sempre esteve a
favor de determinados grupos sociais, com o propósito de
manter seu status quo.

No contexto contemporâneo, a tecnologia desempenha um papel fundamental na


educação, proporcionando novas formas de aprendizado e acesso à informação. Desafios

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como a globalização, a diversidade cultural e as demandas por habilidades do século XXI


influenciam as discussões sobre os objetivos e métodos educacionais.
Contudo, desafios persistem, como a desigualdade no acesso à educação e a qualidade
do ensino oferecido. A história da educação no Brasil reflete as complexidades de um país
diverso, destacando a importância de contínuas reformas e investimentos para promover
uma educação mais equitativa e de qualidade.

1.1.1. BRASIL COLÔNIA (1500-1822)


A educação formal brasileira inicia-se no período do Brasil Colônia, com a chegada dos
jesuítas, em 1549, sob a orientação do Padre Manoel da Nóbrega. Estes religiosos foram
responsáveis pela instrução e catequização até o ano de 1759, quando o Marquês de
Pombal os expulsou e implantou as Reformas Pombalinas. O objetivo fundamental dessa
mudança era a implantação do ensino laico (desvinculado de aspectos religiosos) e público
(acessível a todos).

1.1.1.1. CONTEXTO COLONIAL


O período colonial apresentava-se como um tipo particular de relações políticas e
econômicas com dois elementos: um centro de decisão (metrópole) e outro subordinado
(colônia). No entanto, para que este esquema funcionasse, os lucros advindos da exploração
de bens naturais das colônias não poderiam se concentrar exclusivamente na metrópole.
Uma parte pequena deveria permanecer na colônia com a camada que dirigia internamente
a atividade produtiva.
No Brasil, para a obtenção de um maior controle sobre a produção e a garantia da
apropriação da terra, foram estabelecidas Capitanias Hereditárias. Em função das
dificuldades apresentadas pelo distanciamento e controle sobre as Capitanias Hereditárias,
foi criado o Governo Geral, constituído por integrantes da pequena nobreza portuguesa.
O governador geral foi o primeiro representante do poder público na Colônia. Tinha como
obrigação não substituir, e sim apoiar as Capitanias, a fim de consolidar um modelo
capitalista-mercantil agroexportador dependente, com base na monocultura de produtos
(açúcar, ouro, café, borracha), que era de interesse comercial para os colonizadores. Entre
as monoculturas desenvolvidas no Brasil, a grande produção açucareira foi a única base da
economia colonial até meados do século XVII.
Inicialmente, buscou-se a dominação dos índios através da força, mas como eles tinham
conhecimento geográfico da colônia, os confrontos, apesar da diferença de armamentos,
eram desvantajosos para os colonizadores. Em 1549, chegam com Tomé de Souza quatro
padres e dois irmãos jesuítas, sob a responsabilidade do padre Manoel da Nóbrega. Eles
objetivavam ampliar seu poderio religioso, ameaçado pelo protestantismo iniciado por
Martinho Lutero, através da educação.

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No Brasil colônia, esta atividade almejava também a dominação ideológica sobre os


índios, convertendo-os à fé católica. Os índios eram ensinados a obedecer e aceitar os
dogmas e leis impostas pelos religiosos, sob pena de serem castigados por estarem em
pecado. A conversão possibilitou o domínio do colonizador sobre os nativos, atendendo os
interesses políticos e econômicos de Portugal.
Contudo, os índios não se renderam tão facilmente. Eram necessários, então, outros
braços para ajudar a explorar as riquezas da colônia. Assim, em 1568, aportaram em solo
brasileiro os primeiros grupos de negros, trazidos da África, tornados escravos, para
trabalharem na monocultura latifundiária canavieira.
Além dos administradores portugueses (representantes da Coroa na Colônia) e o clero,
surgiram, neste momento, outras classes sociais: os senhores de engenho (latifundiários)
e escravos (detentores da força de trabalho).

002. (ADVISE/PREFEITURA DE MARAVILHA/PROFESSOR-LÍNGUA PORTUGUESA/2023) Os


Jesuítas foram responsáveis por realizar práticas de ensino na história da educação no
Brasil, especificamente no período conhecido como:
a) Primeira República.
b) Regencial.
c) Primeiro Império.
d) Monárquico.
e) Colonial.

Os Jesuítas realmente atuaram no Brasil durante o período Colonial. Chegaram ao Brasil


em 1549 e foram responsáveis pela primeira iniciativa de educação sistemática no país.
Eles estabeleceram as primeiras escolas e colégios, com o objetivo de catequizar e educar
os indígenas. Contudo, também foram responsáveis pela educação da elite colonial.
Letra e.

1.1.1.2. EDUCAÇÃO JESUÍTA


A presença da Companhia de Jesus garantiu a importação da cultura vinda da Europa,
atendendo às exigências da camada dirigente, que queria se aproximar do estilo de vida
da metrópole. Dessa forma, iniciou-se a educação escolar, distante dos problemas e
necessidades da colônia. Num contexto social com tais características, o ensino só podia ser

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conveniente e interessar a esta camada dirigente (pequena nobreza e seus descendentes),


servindo de articulação entre os interesses metropolitanos e as atividades coloniais.
Todas as escolas jesuítas eram regulamentadas por um documento, escrito por Inácio
de Loiola (fundador da irmandade Jesuíta), o Ratio atque Institutio Studiorum, chamado
abreviadamente de Ratio Studiorum. Veja abaixo o Plano de Estudo dos jesuítas:

O Plano de estudos da Companhia de Jesus, apresentado acima, foi publicado em 1599.


Ele concentrava sua programação nos elementos da cultura europeia, mais precisamente
de Portugal, valorizando conhecimentos religiosos e da área de Humanas.
Era direcionado para os filhos dos dirigentes da sociedade da época, sem pretensão de
instruir índios e negros: a estes era destinada exclusivamente a catequese. As Missões de
Evangelização, responsáveis pela catequese, acabaram, inclusive, transformando os índios
nômades em sedentários, facilitando a captura deles pelos colonos.
Note que no Ratio Studiorum não consta nenhuma disciplina da área científica. Os
jesuítas defendiam o humanismo, enfatizando estudos relativos às atividades literárias e
acadêmicas. Defendiam valores como a autoridade, obediência, fé e tradição, ignorando
etapas de aquisição e desenvolvimento do conhecimento científico, tais como métodos de
pesquisa, análise e experimentação.

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Com o apoio da coroa portuguesa, a Companhia de Jesus adquiriu domínio no campo


educacional. Isto, por sua vez, fez com que os seus colégios fossem procurados por muitos
que não tinham realmente vocação religiosa, mas que reconheciam ser esta a única via de
preparo intelectual.
No século XVII, os graus acadêmicos obtidos nessas escolas eram, juntamente com a
propriedade de terra e escravos, critérios importantes de classificação social. Esta era uma
forma de garantir o prestígio político e econômico do grupo que se encontrava no poder.
A Companhia de Jesus preparava os futuros bacharéis em Belas-artes, Direito, Medicina,
além de teólogos e professores, tanto na Colônia como na Metrópole, fornecendo assim os
quadros dirigentes da administração colonial local. Com isso, a Igreja Católica, através da
arma pacífica que é a educação, exercia poder político, econômico e social.
Os jesuítas mantiveram sua hegemonia educacional no Brasil durante duzentos e dez
anos, até 1759, quando foram expulsos de todas as colônias portuguesas por decisão de
Sebastião José de Carvalho, o marquês de Pombal, primeiro-ministro de Portugal de 1750
a 1777. Até essa data, haviam construído no Brasil 25 residências, 36 missões e 17 colégios
e seminários, além de seminários menores e escolas de primeiras letras instaladas em
todas as cidades onde havia casas da Companhia de Jesus. Apesar da expulsão transitória
dos jesuítas do Brasil no fim do Século XVIII, a Igreja preservou sua força na sociedade civil
ainda nas fases do Império e da Primeira República.

003. (IESES/SAP/PEDAGOGO/2022) Os jesuítas, ao chegarem em solo brasileiro, implantaram


as primeiras “escolas”, com fomento da coroa portuguesa e predominância de uma educação
religiosa. O dilema da educação e sua relação com a doutrina religiosa perpassa a história
da educação brasileira. Sobre questões que se relacionam com a evolução das concepções
pedagógicas no Brasil, assinale a afirmativa correta:
a) Como uma das primeiras concepções pedagógicas brasileiras, destaca-se uma pedagogia
que se caracterizava por uma visão essencialista do homem, sujeito compreendido como
dotado de uma essência universal imutável.
b) As concepções religiosas atreladas às ideias pedagógicas são importantes porque impedem
a entrada de seitas e religiões que não colaboram com o processo formativo do cidadão.
c) A Escola Nova é um movimento que inicia no final do século XIX e que propõe um outro
modelo de ensino religioso católico nas escolas públicas.
d) As reformas pombalinas da instrução pública endossavam o predomínio da educação
religiosa e negavam a pedagogia do humanismo racionalista.

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e) A pedagogia do método intuitivo aparece em oposição à Escola Nova e representa um


retorno aos ideais de educação religiosa, negando o conhecimento a partir da percepção
sensível.

Com forte influência da educação dos jesuítas a pedagogia tradicional estava voltada para
a educação moral, visando formar os alunos aos moldes da sociedade.
Letra a.

1.1.1.3. CONTEXTO POMBALINO (1750-1777)


O século XVIII teve a Inglaterra como centro da política e economia internacional,
responsável pela Revolução Industrial e consequente ascensão do capitalismo em
contraposição à nobreza e ao regime absolutista.
À época, desencadearam-se novas formas de pensar, entre elas o Iluminismo (Ilustração
ou Filosofia das Luzes), movimento típico da segunda metade do século XVIII, que defendia
valores fundamentais da classe burguesa: igualdade jurídica, tolerância religiosa ou
filosófica, liberdade pessoal e social e propriedade privada.
Muitos estudiosos contribuíram e defenderam este ideal filosófico, entre eles Voltaire,
Diderot, D’Alembert, Adam Smith, Immanuel Kant. O Iluminismo também foi adotado
pelos reis da Prússia, Áustria, Rússia, Portugal e Espanha, que aspiravam ao progresso e
melhoria da qualidade da vida humana, através do desenvolvimento da razão, da ciência
(química, física e matemática) e da tecnologia. Estes monarcas ficaram conhecidos como
déspotas esclarecidos, por terem optado por reformas modernizadoras (reis absolutistas
que adotaram princípios iluministas em seus governos).
D. José I e seu ministro, Sebastião José de Carvalho e Melo, o Marquês de Pombal,
foram os representantes do despotismo esclarecido em Portugal. O período pombalino
coincidiu com a época da decadência da mineração. Este fato abalou politicamente a
metrópole, que buscou, através das Reformas Pombalinas, o fortalecimento do Estado e
a autonomia econômica, diminuindo a influência da nobreza e principalmente dos jesuítas
(expulsos de Portugal e de todas as colônias em 1759).
No Brasil, as reformas foram entendidas como tentativas de apaziguar movimentos e
revoltas contra o colonialismo, tais como: Revolta de Beckman (Maranhão, 1684), Guerra
dos Emboabas (Minas Gerais, 1709), Quilombo dos Palmares (Alagoas, 1630-1694) e Guerra
dos Mascates (Pernambuco, 1709-1711).
A tentativa de transformar Portugal numa metrópole capitalista, assim como a Inglaterra,
através das Reformas Pombalinas, não obteve sucesso. Houve, inclusive, nesta ocasião,
um movimento de protesto contra o pombalismo denominado de “Viradeira”, que visava
o retorno ao modelo tradicional de governabilidade.

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A fragilidade social, política e econômica de Portugal era evidenciada através das


inúmeras crises internas e esta situação propiciou a invasão do país pelas tropas francesas,
em 1807, lideradas por Napoleão Bonaparte. Então a família real e a corte foram obrigadas
a se refugiar no Brasil, fato que gerou uma série de modificações nesta colônia.

1.1.1.4. REFORMAS POMBALINAS


O Marquês de Pombal expulsou os jesuítas do Brasil em 1759 com a intenção de
redirecionar os objetivos da educação, desvinculando-os das ideias religiosas, servindo,
assim, aos interesses comerciais do Estado.
Portugal chegou a meados do século XVIII com sua Universidade - a de Coimbra - tão
medieval como sempre fora. A filosofia moderna (de Descartes), a ciência físico-matemática,
os novos métodos de estudo da língua latina eram desconhecidos em Portugal. O ensino
jesuítico, solidamente instalado, continuava formando elementos da corte dentro dos
moldes do Ratio Studiorum.
Através do alvará de 28 de junho de 1759, o Marquês retirou dos jesuítas a responsabilidade
sobre a educação escolar de Portugal e das colônias. Instituiu as denominadas aulas régias
de Latim, Grego e Retórica, as quais eram ministradas por professores específicos, de
forma autônoma e isolada. Além disso, criou o subsídio literário, resultante de imposto
sobre a carne verde, o vinho, o vinagre e a aguardente, para a manutenção dos ensinos
primário e secundário. Contudo, esta taxa, além de irrisória, não era cobrada regularmente
e os professores acabavam recebendo seus vencimentos com muito atraso.
A formação dos professores era precária, sem a devida fundamentação didática,
e desvinculada da realidade política, econômica, histórica e cultural vivenciada no Brasil
colônia. Além disso, a saída dos jesuítas do âmbito educacional não diminuiu a influência do
clero sobre assuntos educacionais. Assim, a grande maioria dos professores era nomeada
por indicação ou sob a concordância de bispos. Esses professores assumiam a função de
forma “vitalícia”.
Apesar destes problemas, a reforma educacional empreendida pelo Marquês de Pombal
propunha alguns avanços, se comparada ao ensino jesuítico. Entre eles estavam:
• a formação do perfeito nobre (negociante);
• simplificação e abreviação dos estudos, motivando o ingresso em cursos superiores;
• melhoria do aprendizado da língua portuguesa;
• inclusão de conhecimentos científicos.
Neste período, a intenção era tornar o ensino laico (sem vínculo religioso) e público
(acessível a todos: aos filhos da elite dirigente). Estes ideais não foram concretizados
plenamente devido à forte influência religiosa exercida pelos jesuítas.

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1.1.1.5. CONTEXTO JOANINO (1808-1820)


Em 1808, a família real foi obrigada a sair de Portugal, por ocasião da invasão da
metrópole pelas tropas francesas, refugiando-se no Brasil. A corte chegou num momento
de descontentamento e revoltas decorrentes das relações políticas e econômicas entre a
metrópole e a colônia, bem como entre o trabalho escravo e os detentores do poder.
Em 1808, foi decretada a abertura dos portos, atendendo a pressões inglesas e aos
interesses dos grupos coloniais. Assim, o monopólio português do comércio externo foi
extinto, alterando a estrutura econômica, política e social brasileira.
A vinda de D. João propiciou também a criação de Academias Militares; Escolas de
Direito e Medicina; da Imprensa Régia (1808) - que possibilitou a divulgação e circulação de
informações e ideias, inclusive políticas, entre a população letrada da época; da Biblioteca
Real (1810), franqueada ao público em 1814; do Jardim Botânico do Rio (1810) e do Museu
Nacional (1818).
Em 1820, o povo português, descontente com o governo, promoveu a Revolução
Constitucionalista (ou Revolução Liberal do Porto), que obrigou a volta da corte de Dom
João VI para Portugal (1821). Este fato impulsionou o processo de emancipação política
do Brasil, ocorrida em 1822.

1.1.1.6. EDUCAÇÃO DO PERÍODO JOANINO


Apesar das modificações realizadas durante a estadia de D. João VI no Brasil, ainda não
havia necessidade de organizar de maneira mais sistemática o ensino escolar brasileiro. No
entanto, o período se caracterizou por medidas e atividades isoladas. Vejamos algumas delas.
Foram criados os primeiros cursos superiores no Brasil: Cursos de Economia (1808),
Matemática Superior (1809), Agricultura (1812), Química (1817), História (1817) e Desenho
Técnico (1818).
Houve um evidente rompimento com a educação jesuítica, que defendia a retórica.
A preocupação central daquele momento era o desenvolvimento de conhecimentos
científicos, voltados para as necessidades locais. Esta situação ocorreu porque o Brasil
herdou de Portugal as dívidas contraídas com a Inglaterra. Esta dependência econômica criou
a necessidade de formação de quadros técnicos administrativos novos, que atendessem
às exigências do mercado europeu.
As escolas primárias continuavam, entretanto, desempenhando apenas função de
ensinar a ler e escrever. O ensino secundário, por sua vez, permaneceu com a estrutura
de Aulas Régias. A educação escolar continuou sendo praticada de forma fragmentada,
desprovida de estrutura organizacional. Este problema constituiu-se uma das lutas da nova
classe dirigente (latifundiários e grandes comerciantes), que estava emergindo no Brasil,
responsável pela luta em favor da emancipação política brasileira.

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1.1.2. BRASIL IMPÉRIO (1822-1889)


1.1.2.1. CONTEXTO IMPERIAL
Em 1821, com o retorno da Família Real a Portugal e com as modificações sociais,
políticas, econômicas e educacionais realizadas por D. João VI, a camada social dominante
no Brasil percebeu a possibilidade de efetivar a emancipação do país. Como consequência
da pressão desse grupo, D. Pedro I, Príncipe Regente, filho de D. João VI, decidiu proclamar
a Independência do Brasil, a 7 de setembro de 1822. Assim, inicia-se o período imperial
brasileiro, que compreende o 1º Império, com D. Pedro I (1822-1831), as Regências (1831-
1840) e o 2º Império, com D. Pedro II (1840-1889). Neste momento histórico, muitas
modificações foram realizadas, mas a nossa dependência econômica se manteve, agora
com relação à Inglaterra.
Nossa economia passou de um modelo agrário-exportador-dependente, vivenciada
no período colonial, ao agrário-comercial-exportador-dependente, utilizando mão-de-
obra escrava.
A sociedade era composta basicamente por dois grandes grupos: a aristocracia rural,
com ideias conservadoras, e os escravos. Em 05 de março de 1824, foi outorgada a 1ª
Constituição Brasileira, inspirada na Constituição Francesa de 1791. O projeto constitucional
de 1823 foi negado por Dom Pedro, por considerá-la excessivamente liberal. Por isso, ao
invés de promulgada, nossa primeira constituição foi outorgada (imposta, sem assembleia
constituinte).
Além dos três poderes (executivo, legislativo e judiciário), a Constituição de 1824
preconizava o Poder Moderador, exclusivo do imperador, que podia utilizá-lo em caso de
discordância entre os outros poderes. Como Dom Pedro já acumulava o poder executivo,
sempre vencia as disputas.
De todo modo, a Constituição de 1824 defendia uma monarquia unitária, hereditária e
representativa; oficializou o catolicismo como religião nacional; estabeleceu a superioridade
do Estado sobre a Igreja; instituiu o voto censitário (baseado na renda) e descoberto
(não secreto).

004. (CESGRANRIO/IBGE/HISTORIADOR/2009) Havia um país chamado Brasil; mas


absolutamente não havia brasileiros.
SAINT-HILAIRE, Auguste de. Viagem pelo Distrito dos Diamantes e litoral do Brasil. Belo Horizonte/São
Paulo: Itatiaia; EDUSP, 1974, p. 213.

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A declaração de Saint-Hilaire, naturalista, que percorreu províncias do Brasil entre 1816 e


1822, se refere, entre outros significados, à seguinte característica da cidadania instaurada
por ocasião da independência política:
a) interdição dos direitos civis dos escravos e dos forros sob a alegação de sua condição
estrangeira como africanos.
b) reconhecimento da nacionalidade brasileira a todos os portugueses de nascimento,
residentes no Brasil à época da emancipação.
c) negligência das populações indígenas, consideradas como fator de impedimento para o
controle das regiões interiores.
d) utilização da religião católica como instrumento de legitimação do pertencimento nacional
frente à proibição da liberdade de culto no âmbito privado.
e) exclusões relativas ao uso dos princípios da liberdade e da propriedade para regular
direitos civis e políticos.

O autor declara que no Brasil não havia brasileiros, ou seja, a colônia não teria formado
ainda uma identidade nacional. Como a cidadania ainda era limitada por volta do ano da
Independência, de fato havia pouca liberdade e a propriedade privada era um privilégio das
elites portuguesas e seus descendentes. Por isso, a resposta em E diz respeito justamente
a esta carência ou exclusão.
Letra e.

É importante esclarecer que a Constituição era liberal, mas foi posta em prática por
uma elite dirigente conservadora, preocupada em manter seu poder político e econômico.
Esse fato provocou descontentamento por parte da aristocracia rural, que visava o livre
comércio, mas o absolutismo do imperador não permitiu essa prática.
Surgem, então, dois grupos com ideais políticos conflitantes: os conservadores e os
liberais. A impopularidade de D. Pedro I foi aumentando devido a vários fatores, entre os quais:
• o abuso de poder, que se dava por intermédio da nomeação e pela demissão de
ministros sem critério político, conforme sua vontade;
• a condenação à morte de várias personalidades que defendiam ideais de liberdade,
entre eles o líder pernambucano Frei Caneca e o jornalista Libero Badaró;
• o volume crescente de empréstimos externos, utilizados fundamentalmente na
manutenção das forças armadas para combater os rebeldes liberais e para custear
os gastos da corte;
• a postura moral do imperador, envolvido em escândalos e relações amorosas
extra-conjugais;

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• o insucesso de medidas políticas e econômicas adotadas, que resultaram na falência


do Banco do Brasil em 1828 e no crescente déficit econômico do país (consumo maior
do que a produção).
Temendo ser derrubado do poder, D. Pedro I abdicou do trono em 7 de abril de 1831, em
favor de seu filho, D. Pedro II, que tinha cinco anos. O menino foi confiado a José Bonifácio,
seu tutor, até que ele atingisse a maioridade e pudesse assumir o trono.
Nesse chamado Período Regencial (1831-1840), registram-se muitas revoltas de caráter
político-administrativas, resultantes da disputa pelo poder dos grupos conservadores e
liberais. As principais foram: a Cabanagem (Pará, 1835-1836), a Sabinada (Bahia, 1837-
1838), a Balaiada (Maranhão, 1838-1841) e a Guerra dos Farrapos (Rio Grande do Sul e
Santa Catarina, 1835-1845).
Diante dessas manifestações, a elite conservadora, representada pelos irmãos Andrada,
irmãos Coutinho e irmãos Cavalcante, encontrou uma maneira de garantir o poder, criando
uma emenda constitucional, antecipando a maioridade do Imperador. Em 23 de julho de
1840, D. Pedro II foi coroado Imperador, aos 14 anos de idade (Golpe da Maioridade).
Desde 1810, através de Tratados, a Inglaterra vinha pressionando o Brasil para extinguir
o tráfico negreiro, substituindo o trabalho escravo pela mão-de-obra livre, coerente com os
princípios e ideologia do capitalismo. Contudo, só em 1850, com a Lei Euzébio de Queirós,
chegou ao fim o tráfico negreiro; em 1871 foi promulgada a Lei do Ventre Livre ou Lei
Visconde do Rio Branco, que concedeu a liberdade às crianças nascidas a partir daquela
data; a Lei do Sexagenário ou Lei Saraiva-Cotegipe, de 1885, que garantia a liberdade aos
negros com idade superior a sessenta anos; e enfim a Lei Áurea, em 13 de maio de 1888,
que aboliu a escravidão no Brasil.
A abolição decorreu da necessidade de se cumprir um acordo diplomático com a Inglaterra
e deixou a aristocracia escravista revoltada, porque não foi indenizada. Esse ato provocou
a adesão do grupo ao Partido Republicano. Nessa época, já havia se iniciado a cultura do
café e com ela a chegada dos imigrantes. A camada média da população, composta por
comerciantes, funcionários públicos, profissionais liberais, militares, religiosos e pequenos
proprietários, estava em crescimento e buscava melhores condições de trabalho.
A estrutura política e econômica imperial não satisfazia aos anseios desta nova classe
social. Os militares também estavam descontentes com o Império, porque não se sentiram
valorizados e reconhecidos por suas lutas e vitórias, principalmente após a Guerra do
Paraguai. Encontraram apoio nas ideias positivistas defendidas pelo professor e militar
Benjamin Constant. A intervenção do Estado nas decisões da Igreja, previstas na Constituição,
contrariaram o clero e a população. Todos esses fatores contribuíram para o fim do 2º.
Reinado, em 1889.

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005. (CESGRANRIO/IBGE/HISTORIADOR/2009)

A partir da década de 1870, as críticas à vigência da escravidão na sociedade brasileira


tornaram-se mais frequentes, figurando em jornais e periódicos, como exemplificado na
charge acima.
Nesse contexto, a condenação da escravidão foi promovida em função da(s)
a) incompatibilidade entre os ideais de ordem e a civilização defendidos pela direção do
Estado imperial e a vigência do liberalismo político no Brasil.
b) difusão de teorias raciais retificadoras dos malefícios da escravidão para as populações
negras e mestiças.
c) inviabilidade de legitimar o escravismo na conjuntura internacional de reconhecimento
dos direitos universais de homens e cidadãos.
d) expansão das propostas de reforma tanto do sistema político brasileiro quanto das
condições do exercício da cidadania.
e) pressões de cafeicultores cuja renda havia diminuído frente à crescente depreciação do
valor da mão de obra escrava.

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a) Errada. Não havia vigência do liberalismo. Funcionava o parlamentarismo às avessas.


b) Errada. Teorias raciais, neste momento, são racistas. Não foram essas teorias que
contribuíram para o fim da escravidão. Essas teorias contribuíram para vigência da escravidão.
c) Errada. O fim da escravidão no Brasil ocorreu por pressão internacional, mas esta visava
o aumento do mercado consumidor e não o reconhecimento dos direitos universais.
d) Certa. Além da pressão feita pela Inglaterra pelo fim da escravidão, interessada em criar
um mercado consumidor para sua ebulição industrial, muitas associações surgiram a fim
de tratar desse tema por volta de 1870. Isso fez com que o debate crescesse e alcançasse
não só a sociedade, mas também os representantes do povo, que eram responsáveis por
fazer as leis.
e) Errada. Os cafeicultores não tinham objetivo de terminar com a escravidão, pois muitos
deles ainda usavam esse tipo de mão de obra. Como o tráfico de escravos já havia sido
proibido há mais tempo o valor do escravo no mercado interno subiu.
Letra d.

1.1.2.2. EDUCAÇÃO DURANTE O IMPÉRIO


Em 1823, houve uma tentativa de suprir a falta de professores através do Método
Lancaster (ensino mútuo), em que um aluno (decurião) acompanhado por um inspetor de
ensino ensinava a um grupo de dez alunos (decúria).
A Constituição (1824) trazia a ideia de um “sistema nacional de educação” e prescrevia
no Art. 179 “instrução primária e gratuita para todos os cidadãos”. Também defendia a
ampliação do número de escolas primárias, ginásios, liceus, academias e universidades,
distribuídas racionalmente por todo o território nacional, onde deveriam ser ensinados
conhecimentos de gramática, ciências e belas artes.
Em 1826, Januário da Cunha Barbosa apresentou um projeto defendendo a Educação
como dever do Estado, bem como a ampliação da quantidade de escolas, com todos os níveis
de ensino para atender à demanda nacional, inclusive ofertando escolas de preparação
para professores. Em 15 de outubro de 1827, criou-se a lei que determinava a criação
de escolas de primeiras letras por todo o território nacional, estabelecendo currículo e
concedendo às meninas o direito de estudar (este foi o único documento geral instituído
pelo Estado até o ano de 1946).
Foi inaugurado, neste mesmo ano, o Observatório Astronômico no Rio de Janeiro e
os cursos de Direito de São Paulo e Olinda; em 1831, a Escola Real das Ciências, Artes e
Ofício passou a se chamar Academia Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro. Apesar
do texto expresso em lei, na prática, o ensino não foi oferecido para todos, porque não

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houve preocupação em ampliar o número de vagas e nem em oferecer cursos de preparação


para professores, mesmo para escolas de primeiras letras.
O ensino assumiu características regionalistas. Faltava também material didático-
pedagógico básico para as aulas. Os professores faltavam muito porque não podiam
dedicar-se integralmente ao magistério; tinham que trabalhar em outras áreas para obter
remuneração necessária ao seu sustento. A educação era privilégio dos homens livres.
O Ensino Secundário era constituído de aulas avulsas e particulares em que eram
estudados latim, retórica, filosofia, geometria, francês e comércio. Em 1837, foi criado,
no Rio de Janeiro, no antigo Seminário de São Joaquim, o Colégio Pedro II, que deveria
ser referência de qualidade do ensino secundário. Este objetivo só foi atingido no Período
Republicano.
O Ato Adicional à Constituição (1834) delegava às províncias a responsabilidade do
ensino primário e secundário. Como não havia professores habilitados para ensinar, este
fato gerou a necessidade de se criar escolas normais. As primeiras surgiram em Niterói
(1835), Bahia (1836), Ceará (1845) e São Paulo (1846). Apesar desta determinação legal,
na prática não ocorreu. As aulas continuaram a ser ministradas de forma isolada, cabendo
a cada estabelecimento de ensino a organização didática (baseada na literatura europeia).
O Império não estabeleceu como prioridade a educação. Preferiu investir na busca de
soluções imediatas para os problemas políticos e econômicos. Essa situação favoreceu o
fortalecimento do domínio inglês, porque não tivemos a preocupação de organizar o sistema
escolar e disponibilizar recursos para o ensino que capacitassem o aluno a criar tecnologia
nacional para desenvolver atividades manufatureiras. Sem concorrência, a Inglaterra
continuou exportando para o Brasil produtos industrializados, instrumentos e máquinas.
A partir de 1850, ocorreram algumas modificações na estrutura educacional. Entre elas
podemos citar:

A criação da Inspetoria Geral e da Instrução Primária e Secundária do Município da Corte, destinada


a fiscalizar e orientar o ensino público e particular (1854); estabelecimentos das normas para o
exercício da liberdade de ensino e de um sistema de preparação do professor primário (1854);
reformulação dos estatutos do Colégio de Preparatórios, tomando-se por base programas e
livros adotados nas escolas oficiais (1854); reformulação dos estatutos da Academia de Belas
Artes (1855); reorganização do Conservatório de música e reformulação dos estatutos da Aula
de Comércio da Corte. (RIBEIRO, 1984, p.56).

Neste momento, há o registro de aprofundamento de estudos pela elite intelectual


brasileira, sobre os seguintes assuntos discutidos na Europa: Liberalismo e Positivismo.
Desta leitura foram retiradas ideias que serviram de base para as reivindicações dos
republicanos. Eis algumas delas: abolição dos privilégios aristocráticos; separação da Igreja
e do Estado; instituição do casamento e registro civil; secularização dos cemitérios; abolição

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da escravidão; libertação da mulher para, através da instrução, desempenhar seu papel de


esposa e mãe; e a crença na educação como chave dos problemas fundamentais do país.
Também se evidenciou o interesse pelo Pragmatismo, especialmente o praticado
nos Estados Unidos. Esta nova forma de pensar a Educação foi trazida para o Brasil pelos
missionários protestantes que, fundamentados nas ideias de Pestalozzi, criaram em
1870, a Escola Americana, o Colégio Piracicabano de ensino primário.
Embora estivesse presente na Constituição um texto defendendo educação para todos,
não era isso que ocorria na prática. Em 1857, no Rio Grande do Sul, o Colégio de Artes
Mecânicas negou-se a aceitar crianças negras como alunas, mesmo elas sendo livres. O
ensino destinava-se, na realidade, aos privilegiados da sociedade, filhos da aristocracia rural.
Para comprovar esta afirmação, basta relatar que o Brasil tinha nesta época uma população
de 10 milhões de habitantes e apenas 150.000 alunos matriculados em escolas primárias.
Com a intenção de resolver os problemas da Educação, foi implantada, em 1879, a
Reforma Leôncio de Carvalho que defendia:
• a liberdade de ensino, concedendo o direito a cada escola de aplicar teorias e métodos
que julgassem convenientes para a consecução de seus objetivos;
• a autonomia do aluno do ensino secundário e superior, deixando a seu critério a
escolha do que, como, quando e com quem gostaria de estudar;
• a dissociação do exercício do magistério dos demais cargos públicos e administrativos,
mediante a melhoria da remuneração do professor.
Esta última medida demorou a ser implantada, devido ao não cumprimento do Estado
em aumentar o valor do salário. Sem a devida atenção à educação, continuamos sendo
um país dependente, aumentando cada vez mais o nosso déficit econômico (porque na
relação com o mercado exterior, os produtos naturais valem menos que os manufaturados)
e cultural ( já que não tínhamos educação voltada para o desenvolvimento tecnológico).

1.1.3. REPÚBLICA VELHA (1889-1930)


1.1.3.1. CONTEXTO DA REPÚBLICA VELHA
Outro grupo começou a surgir na sociedade brasileira: o dos cafeicultores. Conhecidos
também como a “burguesia do café”, aliaram-se à camada média (militares, religiosos,
profissionais liberais e comerciantes) e, influenciados pelas ideias do Positivismo e
Liberalismo, puseram fim ao Império, promovendo a Proclamação da República.
A educação manteve o caráter humanista, conservador. Esta situação favoreceu a
relação de dominação porque nos tornamos reprodutores de conhecimentos, dissociados
da nossa realidade. Não se investiu em ciência e nem em tecnologia.
Não havia sistema escolar e as aulas eram ministradas de acordo com a organização de
cada instituição de ensino. Havia poucos professores habilitados e, muitas vezes, a instrução

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era dada pelos alunos que tinham conhecimento mais aprofundado sobre a matéria. As
condições de ensino eram precárias: existiam poucas escolas; faltava material didático-
pedagógico; os professores eram mal remunerados e as instalações físicas inadequadas.
Os militares Benjamin Constant, Deodoro da Fonseca e Sólon Ribeiro, junto com os civis
Quintino Bocaiúva, Aristides Lobo, Rui Barbosa e Francisco Glicério, lideraram um movimento
que resultou na Proclamação da República, em 15 de novembro de 1889. Esse ato foi possível,
fundamentalmente, em decorrência da união entre o exército e os fazendeiros do café.
Os primeiros anos da República caracterizam-se principalmente:
• pela ascensão da nova aristocracia cafeeira;
• pela intensificação da imigração, principalmente dos italianos, para cuidar das lavouras
do café, mediante pagamento de salário;
• pelo surgimento da classe média (militares, comerciantes, profissionais liberais); e
• pela presença de ideias do Positivismo, do Liberalismo e do Evolucionismo.
O novo governo tinha a pretensão de tornar o Brasil independente economicamente,
através da industrialização. Foi com essa intenção que surgiu a Constituição Republicana
de 1891, segunda do Brasil, baseada no modelo norte-americano. Ela garantia o regime
presidencialista, representativo (deputados e senadores eleitos pelo voto direto) e federativo
(transformação das antigas províncias em vinte Estados autônomos, com ampla autonomia
administrativa e financeira). Estabeleceu três poderes:
• Executivo, exercido pelo presidente eleito diretamente, com mandato de 4 anos de
duração, sem direito à reeleição;
• Legislativo, composto pelo Senado Federal (três senadores por Estado e três pelo
Distrito Federal, com mandato de 9 anos) e Câmara dos Deputados (proporcional ao
número de habitantes, com mandato de 3 anos);
• Judiciário, representado pelo Supremo Tribunal Federal e Juízes Federais e Tribunais
de todo o país.
A nova organização do país mostrava uma preocupação com relação à descentralização
política, atendendo aos interesses do novo grupo dominante. Tinha-se, então, um novo
regime, a República, com antigos fins. A nova Constituição também determinou a separação
entre Igreja e Estado e instituiu o casamento civil.
Os dois primeiros mandatos presidenciais foram de militares. Estes não dominavam os
meios de produção, mas impunham sua força através das armas. Os governos de Marechal
Deodoro da Fonseca e do Marechal Floriano Peixoto foram muito conturbados, porque o
Poder Legislativo, composto por representantes das oligarquias estaduais, queria defender
o livre comércio, principalmente do café (São Paulo) e do leite (Minas Gerais). Essa liderança
paulista e mineira ocorreu devido à condição dada pela Constituição, que determinava que
o número de deputados deveria ser proporcional ao número de habitantes.

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Veja que essa condição liberal favoreceu as desigualdades locais e regionais do país,
porque os investimentos variavam. A crise da República foi superada em 1895, com a
eleição do civil, Prudente de Moraes. Como se vê, o poder econômico estava intimamente
relacionado com o poder político. Esta época foi conhecida como República Café-com-Leite,
porque a presidência da república era assumida ora por representantes de São Paulo ora
por representantes de Minas Gerais (grandes produtores de café e leite, respectivamente).

DICA
A República dos Coronéis, também chamada de República
Oligárquica (1894-1930), foi marcada por um controle
político das Oligarquias de São Paulo e Minas Gerais, no
que se convencionou chamar de política do café-com-leite.

Durante a República Oligárquica foi marcada ocorreu a Política dos Governadores: Um


acordo político firmado durante o período da República Velha (1889-1930), com o objetivo
de unir os interesses dos políticos locais ao governo federal, a fim de garantir o controle
do poder político. O Governo Federal apoiava os governos estaduais sem restrições e, em
troca, eles faziam uso de seus coronéis (“coronelismo”) e elegiam bancadas pró-Governo
Federal para a assembleia legislativa, de forma que nem o governo federal, nem os governos
estaduais, enfrentassem qualquer tipo de oposição. Campos Sales propôs o nome “Política
dos Estados”, dizendo que “o que pensam os Estados, pensa a União”.
Para que a política dos governadores funcionasse, era preciso a garantia dos votos
necessários. Nesse sentido, poder político local era exercido por um coronel. Apesar da
patente no nome, não era um militar. Tratava-se de um mandatário, geralmente um grande
proprietário de terras, que controlava a dinâmica política na sua região em função da
dependência econômica da população local.
A economia local era altamente dependente da atividade do coronel, que obrigava seus
“dependentes” a votarem nos candidatos que ele indicasse. É própria das pequenas cidades
do interior e configura uma forma de mandonismo em que uma elite, personificada pelo
proprietário rural, controla os meios de produção, detendo o poder econômico, social e
político local. O coronelismo foi a base de toda a estrutura que garantia a manutenção das
elites agrárias no governo da República.

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Organizado o acordo da política dos governadores, foi necessária a criação de mecanismos


institucionais para que garantissem a eleição dos candidatos escolhidos pelos dois grupos.
Vamos a eles:
• Voto de Cabresto: a Constituição de 1891 estipulava o voto aberto. Assim, os coronéis
obrigavam seus “dependentes” a votarem em seus candidatos. Aqueles que tentavam
desobedecer eram punidos, perdendo seus empregos ou não conseguindo vender ou
prestar algum serviço para o Coronel.
• Curral eleitoral: Os coronéis negociavam seu apoio e os votos necessários aos
candidatos que negociavam com ele. Ofereciam seu curral eleitoral em troca de favores.
• Comissão Verificadora: Criada pelo Congresso Nacional, se mesmo diante da dominação
coronelista os candidatos dos coronéis não fossem selecionados, uma Comissão
Verificadora de Poderes tinha autoridade para não diplomar o candidato eleito.
Ao final da década de 1920, o PRM (Partido Republicano Mineiro) rompeu com o PRP
(Partido Republicano Paulista), por desavenças na escolha do sucessor às eleições de 1929.
As disputas políticas levaram à Revolução de 30, que conduziu Getúlio Vargas ao poder.

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A produção de café, no final do século XIX, já superava a produção mundial. Mas, com
esta grande quantidade, os cafeicultores estavam encontrando dificuldades para vender
a safra. Em 1924, foi criado o Instituto do Café do Estado de São Paulo, que objetivava
limitar a quantidade de café exportado, conquistar novos mercados consumidores e ajudar
os cafeicultores com empréstimos e financiamentos. É importante dizer que grande parte
deste dinheiro era originária de capital estrangeiro.

006. (CESGRANRIO/IBGE/HISTORIADOR/2009) O que procurei examinar foi sobretudo o


sistema. O coronel entrou na análise por ser parte do sistema, mas o que mais me preocupava
era o sistema, a estrutura e a maneira pelas quais as relações de poder se desenvolviam na
Primeira República, a partir do município.
LEAL, Victor Nunes. Apud. CARVALHO, José Murilo de. “Mandonismo, Coronelismo, Clientelismo: uma dis-
cussão conceitual”. In Dados [online], v. 40 n. 2, 1997.

O coronelismo é uma prática política


a) presente em vários momentos da história brasileira, baseada no domínio do coronel
sobre uma dada localidade.
b) típica de vários momentos da história brasileira, fundado no domínio dos coronéis sobre
o governo estadual.
c) edificada na confluência da implantação do federalismo, na conjuntura de crise do
trabalho escravo e da Proclamação da República.
d) herdada do patriarcalismo da sociedade imperial e das hierarquias do escravismo.
e) produzida pelos conflitos entre elites civis e militares pelo controle da Guarda Nacional
e da direção do Estado Republicano.

O item C está de acordo com o gabarito da banca. Ele corretamente identifica o coronelismo
como um fenômeno edificado na confluência da implantação do federalismo, na conjuntura
de crise do trabalho escravo e da Proclamação da República. Esses fatores históricos
contribuíram para a formação do coronelismo no Brasil. O coronelismo surgiu no contexto
da implantação do federalismo, da crise do trabalho escravo e da Proclamação da República.
(FAUSTO, Boris. História do Brasil. Edusp, 1995.)
Letra c.

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Então, em 1929, aconteceu a Queda da Bolsa de Nova Iorque, deixando baixíssimo o


preço do café no mercado externo. Washington Luis, presidente do Brasil à época, negou-
se a dar auxílio aos cafeicultores e a situação tornou-se insustentável. O enfraquecimento
econômico das oligarquias também se manifestou na política. A classe média (comerciantes,
funcionários públicos, militares e profissionais liberais), menosprezada pelos grandes
fazendeiros do café, participava e apoiava várias manifestações de repúdio ao Governo,
entre elas o Movimento do Forte de Copacabana (1922), a Semana de Arte Moderna (1922),
a fundação do Partido Comunista, a Revolta Tenentista (1924) e a Coluna Prestes (1924 a
1927). Desse modo, com a Revolução de 1930, chegou ao fim a República Café-com-Leite.

007. (CESGRANRIO/IBGE/AGENTE DE PESQUISAS POR TELEFONE/2014)

PORTINARI, Candido Torquato. Café – 1935. Disponível em: <portaldoprofessor.nse.gov.br>. Acesso em: 06
dez. 2013.

A utilização em massa do trabalho assalariado representou a primeira fase de


desenvolvimento do capitalismo no Brasil. A formação do mercado de trabalho assalariado
adquiriu um ritmo mais intenso no país depois da falência definitiva do sistema escravista.
Na análise desse processo, salta à vista o fato de que de, na região de desenvolvimento
mais intenso (Sudeste), praticamente até a década de 1930, a mão de obra assalariada era
recrutada preferencialmente entre os imigrantes, embora já houvesse, desde as últimas
décadas do século XIX, um grande contingente potencial de trabalhadores assalariados
constituído por brasileiros natos.
REGO, José Márcio; MARQUES, Rosa Maria (ORG.) Economia Brasileira. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 37-38.

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Uma explicação para a importação de imigrantes é que o contingente de trabalhadores


brasileiros natos era uma reserva potencial e não real, representando um grupo com
a) ausência de hábito no trabalho agrícola.
b) incapacidade moral para o trabalho livre.
c) quantidade insuficiente de trabalhadores diante da expansão da cafeicultura.
d) capacidade de organização para reivindicação de altos salários.
e) preferência para ocupação na atividade urbano-industrial consolidada.

Note que o enunciado destaca que o “contingente de trabalhadores brasileiros natos era
uma reserva potencial e não real”. Isso se deve porque os libertos não tinham conhecimento
técnico para o plantio e colheita do café e nem experiência com trabalho assalariado como
tinham os imigrantes europeus.
Letra c.

1.1.3.2. EDUCAÇÃO NA REPÚBLICA VELHA


A organização escolar no período da Primeira República recebeu forte influência das
ideias liberais e positivistas. A Constituição de 1891 determinava que a responsabilidade
pela educação seria dos estados, que incentivariam o ensino das ciências, artes e técnicas
de trabalho, desvinculado do caráter religioso. Observe alguns dos artigos da Carta de 1891
relativos à educação:

Art. 35 - Incumbe, outrossim, ao Congresso, mas não privativamente:


1º) velar na guarda da Constituição e das leis e providenciar sobre as necessidades de caráter
federal;
2º) animar no Pais o desenvolvimento das letras, artes e ciências, bem como a imigração, a
agricultura, a indústria e comércio, sem privilégios que tolham a ação dos Governos locais;
3º) criar instituições de ensino superior e secundário nos Estados;
4º) prover a instrução secundária no Distrito Federal.
Art. 72 §6º. – será leigo o ensino ministrado nos estabelecimentos públicos.1

O liberalismo político, econômico e educacional provocou desigualdades acentuadas


nos estados, porque dependia do investimento que cada um deles poderia fazer. As escolas
mais beneficiadas eram as que se encontravam na região Sudeste, onde havia concentração
de capital gerado pelas fazendas de café.
Benjamin Constant, militar e educador positivista, propôs uma reforma que visava
romper com a tradição humanística clássica, priorizando os conhecimentos científicos,

1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao91.htm

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especialmente, a matemática, a astronomia, a física, a química, a biologia, a sociologia


e a moral. Ele entendia que o objetivo maior do ensino deveria ser a formação humana,
baseada na ciência. Discordava, então, da forma de pensar predominante no período
imperial, segundo a qual a Educação deveria ser voltada, sob uma perspectiva humanista,
quase que exclusivamente, para o ingresso no curso superior.
No entanto, embora a nova proposta para educação representasse um avanço para
o ensino, na prática, o que houve foi apenas um acréscimo de disciplinas no currículo,
tornando, assim, o ensino “enciclopédico” e reprodutor. Na verdade, não se evidenciou
uma mudança substantiva na forma de pensar das pessoas e nem a vontade de produzir
conhecimento técnico-científico. A nova elite dirigente continuou pensando e agindo
como os senhores de engenho: estavam preocupados apenas com as questões políticas e
econômicas imediatas.
Esta reforma também defendia a gratuidade do ensino primário e definiu o ensino
seriado, assim organizado:
• Escola Primária: composta pelo 1º grau, para crianças com faixa etária entre 7 e 13
anos; e 2º Grau, para alunos de 13 a 15 anos.
• Escola Secundária: com duração de 7 anos. Por ocasião do término do ensino
secundário, os alunos eram submetidos ao Exame de Madureza, que consistia numa
prova para verificar se eles tinham adquirido conhecimento suficiente para concluir
o curso.
• Ensino superior artístico e técnico para todo o território nacional.
Várias mudanças educacionais ainda ocorreram ao longo da Primeira República (1889-
1930). Vejamos algumas delas:

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Melo, Josimeire Medeiros Silveira de. História da Educação no Brasil; Coordenação Cassandra Ribeiro Joye. -
2 ed. Fortaleza: UAB/IFCE, 2012. 95p.: il.; 27cm.

008. (IDECAN/IFCE/PROFESSOR DE ENSINO BÁSICO, TÉCNICO E TECNOLÓGICO/2021) Analise


as afirmativas a seguir, a respeito das Reformas Educacionais na Primeira República:
I – Ocorrem na seguinte sequência: Reforma Benjamin Constant (1890); Código Epitácio
Pessoa (1901); Reforma Rivadávia Correa (1911); Reforma Carlos Maximiliano (1915);
Reforma João Luiz Alves/Rocha Vaz (1925).
II – Todas estavam preocupadas em organizar o ensino secundário.
III – Todas afirmavam a oferta do 1º grau sob responsabilidade da União.
Assinale
a) se apenas as afirmativas I e III estiverem corretas.
b) se apenas as afirmativas II e III estiverem corretas.
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c) se todas as afirmativas estiverem corretas.


d) se apenas as afirmativas I e II estiverem corretas.

A afirmativa III está errada, pois nem todas as reformas afirmavam a oferta do 1º grau sob
responsabilidade da União. Reforma Benjamin Constant (1890), por exemplo, não afirmava
a oferta do 1º grau sob responsabilidade da União.
Letra d.

A preocupação em aplicar modelos importados, desvinculados das necessidades da


sociedade brasileira (teoria dissociada da prática), acentuou o problema do analfabetismo,
que em 1920 atingia a 75% da população. Não houve um estudo sistemático da realidade
nacional para o planejamento e execução de programas destinados a solucionar este problema.
Assim, contra esta dependência cultural, política e econômica, imposta pelas elites
dirigentes, nacional e estrangeira, surgiram várias manifestações (lideradas principalmente
por intelectuais e militares), que propiciaram a tomada de poder por Getúlio Vargas, em
1930: o Movimento do Forte de Copacabana (1922), a Semana de Arte Moderna (1922), a
fundação do Partido Comunista, a Revolta Tenentista (1924) e a Coluna Prestes (1924 a 1927).

009. (CESGRANRIO/IBGE/ANALISTA-TÉCNICOS EM ASSUNTOS EDUCACIONAIS/2010) “Não seria


possível compreender determinados processos sociais sem a identificação de suas causas
e origens (BLOCH, 1990). Durante a Primeira República no Brasil (1889-1930) manteve-se
a dualidade de sistemas educacionais: de um lado, o sistema federal, cuja finalidade era a
formação das elites nos cursos secundário e superior; do outro lado, os sistemas estaduais,
que se limitavam a manter e organizar a educação popular – ensino primário e profissional
– e assim mesmo de forma bastante precária”.
PILETTI, Nelson. História da Educação no Brasil. São Paulo: Ática, 1997, p. 59.

Com base no texto, comparando o início do processo de educação formal no Brasil aos dias
de hoje, afirma-se que:
I – A dualidade se mantém presente no sistema educacional brasileiro;
II – Muitas modificações foram feitas visando a equalizar as oportunidades de ingresso no
ensino superior, nos últimos 10 anos;
III – Diferente do sistema educacional da Primeira República, o ingresso nas universidades
públicas se dá, em maior medida, pelos alunos oriundos das escolas estaduais de ensino
médio.

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É(São) correta(s) a(s) afirmativa(s)


a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e II, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

A questão pede um comparativo do texto com a atualidade. De acordo com as pesquisas


relativas à educação, a maioria dos discentes que ingressam nas universidades públicas,
são oriundos de instituições particulares.
Letra c.

1.1.4. A ERA VARGAS (1930-1945)


1.1.4.1. CONTEXTO DA ERA VARGAS
No governo de Washington Luis, São Paulo e Minas Gerais apresentavam divergências
de caráter financeiro. Por causa dessa situação, em 1930, foi lançada a candidatura do
gaúcho Getúlio Vargas à presidência e do paraibano João Pessoa à vice-presidência, com
o apoio de Minas Gerais. Eles integravam o movimento conhecido por Aliança Liberal, que
era composto pelos partidos e demais instituições insatisfeitas com a República Velha.
Contudo, a vitória foi do paulista Júlio Prestes, candidato representante das oligarquias.
Foi eleito sem o apoio dos estados de Minas Gerais (frustrado pela impossibilidade de
lançar o mineiro Antônio Carlos Riberio de Andrada à sucessão presidencial), Rio Grande
do Sul e Paraíba.
Contudo, ainda em 1930, estourou a revolução e Getúlio Vargas, apoiado pelos estados
da Aliança Liberal e pelos militares, assumiu a Presidência do Brasil, em caráter provisório,
até 1934. Continuou na presidência, nos períodos de 1934 a 1937 (Governo Constitucional);
de 1937 a 1945 (Estado Novo); e 1951 a 1954 (eleito pelo voto direto).

010. (CESGRANRIO/IBGE/HISTORIADOR/2009) Na década de 1920, diversas práticas


políticas associadas à dominação oligárquica entraram em crise, culminando com o episódio
denominado Revolução de 1930. A crise da década de 1920 se manifestou em determinadas
transformações, à exceção de:
a) crescimento das dissidências entre as grandes oligarquias.

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b) aumento da demanda por maior participação política por parte dos setores urbanos.
c) crítica dos ideais nacionalistas por parte de artistas e intelectuais.
d) maior mobilização em torno da formação de partidos políticos nacionais.
e) insatisfação de setores militares com a política vigente.

a) Certa. A afirmativa é correta, mas não está de acordo com o gabarito da banca. Durante
a década de 1920, houve um crescimento das dissidências entre as grandes oligarquias,
principalmente entre as de São Paulo e Minas Gerais, que se alternavam no poder através
do chamado ‘política do café com leite’.
b) Certa. Também é uma afirmativa verdadeira, mas não está de acordo com o gabarito
da banca. Com o crescimento das cidades e a urbanização do país, houve um aumento da
demanda por maior participação política por parte dos setores urbanos, que se sentiam
excluídos do sistema político dominado pelas oligarquias rurais.
c) Errada. Está de acordo com o gabarito da banca. Na década de 1920, ao contrário do que
afirma o item, houve um fortalecimento dos ideais nacionalistas por parte de artistas e
intelectuais, que se manifestou, por exemplo, na Semana de Arte Moderna de 1922.
d) Certa. Está correto, mas não está de acordo com o gabarito da banca. A crise da década de
1920 levou a uma maior mobilização em torno da formação de partidos políticos nacionais,
como o Partido Democrático, em São Paulo, e a Aliança Liberal, que reuniu políticos de vários
estados contra a política do café com leite.
e) Certa. Está correto, mas não está de acordo com o gabarito da banca. A insatisfação
de setores militares com a política vigente foi um dos fatores que contribuíram para a
Revolução de 1930, que marcou o fim da República Velha.
Letra c.

Durante o governo provisório, Getúlio concedeu anistia às pessoas envolvidas nas


manifestações de protesto contra a política empreendida pela República Velha; garantiu o
voto universal e secreto; criou o Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio e o Ministério
da Educação e Saúde; viabilizou o surgimento da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB);
liberou a propaganda comercial nas rádios; reaproximou a Igreja do Estado, reconhecendo
como oficial a religião católica; decretou a lei da usura, para impedir a aplicação de elevadas
taxas de juros; e declarou moratória para viabilizar o pagamento da dívida externa do Brasil,
cujo valor era bastante elevado.
O período de 1934 a 1937 foi denominado de Governo Constitucional, exercido pelo
Presidente Getúlio Vargas, eleito pelo Congresso. Em 1934, foi promulgada a nossa 3ª
Constituição, influenciada pela Constituição Alemã de Weimar (liberal e centralizadora). Ela
determinou a extinção do cargo de vice-presidente; ampliou as condições para intervenção

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nos Estados; previu a nacionalização gradativa dos bancos e indústrias; concedeu o direito
de voto às mulheres; introduziu capítulos referentes às diretrizes econômicas e sociais, à
educação e à cultura; instituiu a carteira de trabalho e determinou a estabilidade no emprego
após dez anos de serviço; definiu a jornada de trabalho diária e semanal, regulamentou o
salário mínimo e proibiu o trabalho para menores de 14 anos.

011. (CESGRANRIO/IBGE/HISTORIADOR/2009) Ao longo da república, na sociedade brasileira,


o exercício da cidadania sofreu transformações associadas a ações estatais promotoras de
maior inclusão política e social, dentre as quais cita-se o(a)
a) voto feminino, a partir de 1934.
b) seguro desemprego, por meio da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
c) direito de voto para os analfabetos, a partir de 1946.
d) reconhecimento da liberdade sindical, a partir de 1937.
e) proteção dos direitos indígenas, a partir de 1891.

a) Certa. O Código Eleitoral de 1932 permitiu o voto feminino o que foi corroborado pela
Constituição de 1934.
b) Errada. O seguro desemprego não traz inclusão política, mas sim social.
c) Errada. A constituição de 1946 apresentou alguns retrocessos como a exclusão do direito
de voto aos analfabetos.
d) Errada. O período ditatorial de Vargas é tomado por uma orientação fascista. Em 1937 foi
instituída a Constituição conhecida como ‘a polaca’ (baseada na constituição da Polônia).
Ela fortalecia o executivo, retira o direto de greve e admite a pena de morte para crimes
políticos.
e) Errada. “Nesse período, a primeira legislação que garantiu algum direito aos indígenas foi
a Lei Imperial n. 601 de 1850 que reservou a eles as terras dos aldeamentos. A Constituição
Republicana de 1891 não trouxe nenhuma novidade apenas ratificou as leis imperiais enquanto
não fossem revogadas” (https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-constitucional/
evolucao-historica-dos-direitos-indigenas/).
Letra a.

Esse momento foi caracterizado por forte instabilidade política e econômica. Muitas
manifestações grevistas foram registradas, denunciando a falta de emprego, a busca por
aumento salarial e redução do custo de vida (bastante elevado devido à dívida externa),

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apoiados por grupos organizados como a Ação Integralista Brasileira (AIB – Fascista,
liderada por Plínio Salgado) e Aliança Nacional Libertadora (ANL – Comunista, liderada por
Luiz Carlos Prestes. Veja como se caracterizou o primeiro movimento de massas do Brasil:

O agravamento das condições de vida das massas urbanas e rurais, e as tendências autoritárias
de Vargas, fornecem os ingredientes para formar a Aliança Nacional Libertadora (ANL), em março
de 1935. A ANL é uma grande frente política formada por ex-tenentes, comunistas, socialistas,
líderes sindicais e liberais alijados do poder. (...) Defende a suspensão definitiva do pagamento da
dívida externa, ampliação das liberdades civis, proteção aos pequenos e médios proprietários de
terra, reforma agrária nos latifúndios improdutivos, nacionalização das empresas estrangeiras e
instauração de um governo popular (...) Formada à semelhança das frentes populares antifascistas
e antiimperialistas da Europa, é o primeiro movimento de massas de caráter nacional. Congrega
operários, estudantes, militares de baixa patente e membros da classe média. Seu rápido
crescimento assusta as classes dominantes. Surgem campanhas contra a “ameaça comunista”.
Getúlio Vargas começa a reprimir os militantes e, em 11 de julho de 1935, decreta a ilegalidade
da ANL e manda fechar suas sedes.2

012. (CESGRANRIO/IBGE/AGENTE DE PESQUISAS POR TELEFONE/2014) Desde que o jornal


integralista A Offensiva estampara as primeiras convocações para o evento na praça da Sé,
esquerdistas dos mais variados matizes idealizaram uma contramanifestação, combinada
propositadamente para o mesmo dia (7 de outubro de 1934), horário e local. “És amigo da
liberdade? Queres que o Brasil marche para a paz e o progresso? Repugna-te o crime e a
bandalheira? És amante da arte, da ciência e da filosofia? Pois, então, guerra ao integralismo
com todas as suas energias”, incitava um panfleto da Federação Operária de São Paulo, de
orientação anarquista.
NETO, Lira. [ ] Do Governo Provisório à Ditadura do Estado Novo (1930 -1945). São Paulo: Companhia das
Letras, 2013, p.193.

O embate previamente anunciado entre esquerdistas e integralistas foi fatal e ocorreu no


governo do presidente
a) Café Filho.
b) Getúlio Vargas.
c) Jânio Quadros.
d) Washington Luís.
e) Juscelino Kubitschek.

2
https://www.passeiweb.com/estudos/sala_de_aula/biografias/getulio_vargas

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Questão de baixo grau de dificuldade. O acirramento entre AIB e ANL ocorreu durante o
governo constitucional de Getúlio Vargas.
Letra b.

O período de 1937 a 1945 ficou conhecido como Estado Novo e caracterizou-se pelo
golpe de estado e instauração da ditadura imposta por Getúlio Vargas. Ele outorgou a
nova Constituição Brasileira (1937), elaborada por Francisco Campos e conhecida como
“polaca” porque foi baseada na Constituição Polonesa.
Ela instituía o Estado Autoritário, com poder centralizado. Não admitia manifestações
contrárias ao Governo. Por esta razão, a imprensa foi censurada e muitas pessoas foram
presas durante este regime, entre elas, o líder comunista Luiz Carlos Prestes, Monteiro
Lobato e Graciliano Ramos.
O modelo político e econômico da época centrava-se no desenvolvimento da
industrialização nacional e pela diversificação agrária. Esse modelo foi chamado de nacional-
desenvolvimentismo. Muitas instituições foram criadas: o Ministério da Aeronáutica; o
Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP); o Departamento de Imprensa e
Propaganda (DIP); o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); a Companhia
Siderúrgica Nacional (CSN); a Companhia Vale do Rio Doce; o Instituto do Açúcar e do Álcool,
do Mate e do Pinho; a Fundação Getúlio Vargas; o Conselho Nacional do Petróleo (CNP); a
Companhia Hidrelétrica do São Francisco entre outras.
Estas inovações satisfizeram os anseios das burguesias rural e industrial e atenderam
as necessidades imediatas da classe média, ampliando a oferta de empregos públicos e
particulares. Getúlio Vargas criou a Justiça do Trabalho. Outorgou também o Código Penal
e o Código de Processo Penal e a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT.
Assim, o Estado Novo executou uma política denominada populista, em que se
busca equilíbrio e conciliação entre a classe dos trabalhadores e a burguesia, através da
supervalorização dos direitos sociais em contraposição aos deveres.
Em 1939, tem início a Segunda Guerra Mundial. A princípio, o Brasil assumiu uma posição
de neutralidade, embora houvesse proximidade com os países do Eixo – Alemanha, Itália
e Japão – devido à semelhança do modelo político ditatorial adotado por estas nações.
Contudo, visando interesses econômicos, o Brasil integrou-se aos países Aliados – Estados
Unidos, França e Inglaterra – disponibilizando as bases militares de Belém, Natal, Salvador,
Recife e Fernando de Noronha, em troca de recursos financeiros, utilizados para a construção
da Usina Siderúrgica de Volta Redonda.
A oficialização deste apoio resultou no ataque desferido pelos alemães aos navios
mercantes brasileiros, que se encontravam no nosso litoral. Este foi o estopim para o ingresso

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do Brasil na Guerra em 1943, com a Força Expedicionária Brasileira (FEB). Outra negociação
registrada na época foi a exportação de borracha para os Estados Unidos, resultando na
migração de nordestinos para a região Amazônica, para extrair o látex das seringueiras.
Em 1945, chegou ao fim a Segunda Guerra Mundial, com vitória dos Aliados. O modelo
político do Estado Novo fica, então, fragilizado diante da contradição existente entre a
ditadura exercida e os ideais democráticos defendidos pelos países Aliados. Surgem
também movimentos internos de repúdio à ditadura. Getúlio Vargas resolve então minimizar
as pressões anistiando presos políticos, legalizando o PCB e concedendo liberdade de imprensa.
Algumas dificuldades se estabeleceram para a permanência de Getúlio Vargas no poder.
Entre elas estava o fato de ele tentar se aproximar das massas, não para colocar-se como
instrumento delas, mas para usá-las como meio em favor de seus próprios objetivos. Um
outro problema enfrentado pelo então Presidente foi o fato de ele não ser simpático aos
Estados Unidos. Esses fatos fizeram com que sua renúncia se impusesse. Dessa forma, em
1945, Getúlio Vargas foi deposto pelos militares.

013. (CESGRANRIO/PREFEITURA DE SALVADOR–BA/PROFESSOR HISTÓRIA/2010)

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No que se refere à política trabalhista, Getúlio Vargas conjugou com bastante sucesso
uma forte repressão ao movimento operário com a criação de um conjunto de leis que
representaram avanço para os trabalhadores.
No dia 1º de maio de 1943, foi assinado o Decreto-Lei n. 5.452 que instituía a Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT) e unificava toda a legislação trabalhista já existente no país.
Desde então, a CLT sofreu alterações, mas, tendo em vista o Decreto de 1943, registra-se
que, naquela ocasião, os trabalhadores obtiveram as seguintes conquistas:
I - adoção no território nacional da Carteira Profissional, que passou a ser obrigatória para
o exercício de qualquer emprego assalariado;
II - estabelecimento do limite máximo de 8 horas diárias para a jornada de trabalho do
empregado;
III - direito a todo empregado de um descanso semanal de 24 horas consecutivas.
IV - aprovação do salário mínimo, pago diretamente pelo empregador a todo trabalhador
do sexo masculino.
V - liberação para a formação de mais de um Sindicato representativo da mesma categoria
econômica ou profissional, ou profissão liberal, sem restrições por parte do Ministério do
Trabalho, Indústria e Comércio.
Estão corretas APENAS as conquistas apresentadas em
a) I, II e III.
b) I, III e IV.
c) I, III e V.
d) II, IV e V.
e) III, IV e V.

A afirmativa IV está errada. A todo trabalhador, inclusive, do sexo feminino.


A afirmativa V também está errada. Sindicatos de classe eram limitados.
Letra a.

1.1.4.2. EDUCAÇÃO NA ERA VARGAS


A substituição do modelo político e econômico de importação pelo de desenvolvimento
da indústria nacional e diversificação agrária proporcionou mudanças significativas na
educação. Percebe-se, neste momento, o despertar da importância do ensino para o
crescimento do país.
Em 1930, foi criado o Ministério de Educação e Saúde, que priorizou o surgimento da
universidade brasileira, unificando as faculdades isoladas. Um grupo de 26 educadores e
intelectuais da época, participantes do movimento que resultou na posse de Getúlio Vargas,

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lançou, em 1932, o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, redigido por Fernando
de Azevedo, contendo ideias inovadoras para o ensino nacional, propondo uma escola
obrigatória para todos e desprovida de direcionamento religioso.

014. (INSTITUTO AOCP/IFMA/TÉCNICO EM ASSUNTOS EDUCACIONAIS/2023) Analise as 10


características a seguir:
1. Estabelecer um sistema completo de educação.
2. Organizar a escola secundária de forma flexível.
3. Desenvolver uma educação técnico-profissional de nível secundário e superior.
4. Organizar medidas, instituições e orientações profissionais para estudar o trabalho
científico.
5. Criar Universidades.
6. Criar fundos escolares destinados à manutenção e ao desenvolvimento da educação.
7. Fiscalizar todas as instituições particulares de ensino.
8. Promover assistência física e psíquica às crianças em idade pré-escolar.
9. Reorganizar a administração escolar.
10. Reconstruir o sistema educacional visando atender a escola comum e a escola especial.
As características citadas referem-se
a) ao Projeto Rui Barbosa (1882).
b) à Reforma Rivadávia Correia (1970).
c) à Reforma de Ensino Rocha Vaz (1985).
d) ao Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (1932).
e) ao Manifesto dos Educadores Democratas em Defesa do Ensino Público (1989).

a) Errada. O Projeto Rui Barbosa (1882) propôs algumas mudanças na educação, mas não
abrangeu todos os pontos listados no enunciado.
b) Errada. A Reforma Rivadávia Correia (1911-1915) também não englobou todas as
características mencionadas no enunciado.
c) Errada. A Reforma de Ensino Rocha Vaz (1925) não contemplou todas as características
citadas no enunciado.
d) Certa. O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (1932) é o único que engloba todas as
características listadas no enunciado. Este manifesto foi um marco na história da educação
brasileira, propondo uma série de reformas e mudanças no sistema educacional.

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e) Errada. O Manifesto dos Educadores Democratas em Defesa do Ensino Público (1989)


também não abrangeu todas as características mencionadas no enunciado.
Letra d.

Contudo, não foi a proposta dos Pioneiros que se efetivou na prática. Neste mesmo
ano, foi aprovada a reforma Francisco Campos, que oficializava a dualidade do ensino –
secundário e profissionalizante - para a classe dirigente e a proletária, respectivamente.
A justificativa residia na necessidade de preparação de mão-de-obra qualificada para o
trabalho nas indústrias.
A educação precisava ser diferenciada para a formação de patrões e empregados. A
Constituição de 1934 estabelecia a gratuidade e obrigatoriedade do ensino primário; o
ensino religioso facultativo; as responsabilidades em nível Federal, Estadual e Municipal
sobre o financiamento da educação; a criação de um Plano Nacional de Educação que
fiscalizasse todos os graus de ensino; a presença das disciplinas de educação moral e
política nos currículos escolares (para desenvolver o espírito ético e patriótico).
Também em 1934, no governo de Getúlio Vargas, sobre a perspectiva do “ensino agrícola”,
por meio da Lei n. 24.794/34, instituiu a “Inspetoria do Ensino Emendativo”. O termo “Ensino
Emendativo”, era utilizado em referência ao ensino para as pessoas com deficiência, hoje
conhecida como Educação Especial.

DICA
O Ensino Emendativo, tinha como objetivo corrigir as
“falhas” do aluno decorrente da “anormalidade”. Desta
forma, a partir da visão médico-pedagógico, acreditava-se
que com estímulos necessários o aluno poderia se igualar
aos alunos vistos enquanto “normais”. Conforme a Lei esse
ensino deveria ocorrer em: “a) Institutos para cegos; b)
institutos para surdos-mudos; c) escolas de prevenção; d)
escolas de correção; e) escolas reformatórias; f) patronatos
agrícolas.” (BRASIL, 1934). Ou seja, a educação para esses
alunos ficaria a cargo dos institutos especiais, com o objetivo
de “corrigir” a deficiência do aluno para torná-lo padrão
às demais pessoas para adquirirem condições de serem
inseridos na sociedade.

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Porque abria novas possibilidades de ingresso na escola, aliadas aos benefícios e direitos
concedidos pelo Governo à classe trabalhadora, este modelo imposto de educação foi
muito bem aceito.
Já a Constituição de 1937 defendia ideias fascistas e ditatoriais. Ela oficializou a
dualidade do sistema escolar, oferecendo ensino secundário para os que pretendiam cursar
o ensino superior e ensino profissionalizante para os que tinham necessidade imediata de
ingressar no mercado de trabalho. Estabelecia a obrigatoriedade de se criarem escolas nas
indústrias e sindicatos para os filhos dos operários.
Veja que, através da educação, de forma sutil, o governo evitava a mobilidade social,
garantindo a manutenção do status quo dos grupos dirigentes, além de atenderem às
necessidades das empresas particulares, disponibilizando uma quantidade elevada de
mão-de-obra.
É importante citar que esta Constituição permaneceu defendendo a gratuidade e
obrigatoriedade do ensino primário. Estabeleceu também a criação da União Nacional
dos Estudantes – UNE e o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos – INEP.
Em 1942, o Ministro Gustavo Capanema criou vários decretos-lei visando organizar
a educação, denominadas de Leis Orgânicas do Ensino. As propostas centralizaram-se
na reestruturação do currículo do ensino industrial (Decreto n. 4.073/1942), secundário
(Decreto n. 4.244/1942), comercial (Decreto n. 6.141/1943), normal (Decreto n. 8.530/1946)
e agrícola (Decreto n. 9.613/1946). Houve modificação também nos ciclos de estudo (Decreto
n. 4.244/1942). Observe no quadro a seguir a organização do ensino nesta época:

É importante observar que outros decretos pertinentes à Reforma Capanema foram


aprovados. Entre eles, o que cria o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial -SENAI
(Decreto n. 4.048/1942). A Reforma Capanema permaneceu em vigor até a aprovação da Lei
de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB – Lei n. 4.024, de 20 de dezembro de 1961.
O modelo educacional proposto no governo de Getúlio Vargas tinha a pretensão de
apaziguar a relação conflitante entre as classes empresarial e operária, através da
oferta de dois tipos de ensino: um para a formação de condutores do povo e outro para
transformar os trabalhadores em seres passivos.

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015. (UFG/UFG/PEDAGOGO/2022) As primeiras experiências da orientação educacional


no Brasil datam da década de 1920. O processo de implantação teve grande influência da
orientação americana, com ênfase especial no aconselhamento, e também da orientação
educacional francesa. O Brasil instituiu a orientação educacional nos estabelecimentos de
ensino secundário por meio do Decreto-Lei n. 4.244. A legislação que institucionalizou o
serviço de orientação educacional nas instituições de ensino secundário foi a
a) Lei Orgânica do Ensino em 1911 – Reforma Rivadávia Correa.
b) Lei Orgânica do Ensino em 1915 – Reforma Carlos Maximiliano.
c) Lei Orgânica do Ensino em 1925 – Reforma Rocha Vaz.
d) Lei Orgânica do Ensino em 1942 – da Reforma Capanema.

A Lei Orgânica do Ensino de 1942, conhecida como Reforma Capanema é, de fato, a que
institucionalizou o serviço de orientação educacional nas instituições de ensino secundário
no Brasil, portanto, está de acordo com o gabarito da banca.
Letra d.

1.1.5. REPÚBLICA POPULISTA (1945-1964)


Não resta dúvida de que, na Era Vargas, houve uma melhoria considerável nos índices
de analfabetismo do país, mas o ensino continuou apresentando caráter reprodutor, elitista
e desprovido de iniciativa científica, o que permitiu a entrada de teorias e tecnologias
estrangeiras nos governos seguintes. Esta relação contrariava a intenção de Vargas, uma
vez que ele se propunha a ampliar e fortalecer a indústria nacional, para tornar o país
independente do capital internacional.

Denomina-se Populismo, à forma de manifestação das insatisfações da massa urbana e,


ao mesmo tempo, o seu reconhecimento e manipulação pelo Estado. Do ponto de vista da
camada dirigente, o Populismo é, por sua vez, a forma dada ao Estado para dar conta dos
anseios populares e, simultaneamente, elaborar mecanismos de seu controle. Esta nova
conjuntura é determinada pelo desenvolvimento industrial e urbano que ocorrera nos anos
anteriores a 1930, mas que, após a Revolução, é ele próprio induzido pela ação do Estado.

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016. (CESGRANRIO/SEARH–RN/2011) Apesar de gerar controvérsia no meio acadêmico, o


conceito de “populismo” ainda é amplamente utilizado. No caso brasileiro, a maioria dos
livros didáticos caracteriza os governos “populistas” como, necessariamente, associados
à existência de
a) governos ditatoriais
b) pluralidade sindical
c) manipulação da vontade popular
d) censura aos meios de comunicação
e) apoio da mídia através de concessões públicas

O enunciado faz uma crítica a essa visão simplista de que a população é manipulada, quando
na verdade, ela consegue que suas pautas sejam atendidas.
Letra c.

1.1.5.1. PRESIDÊNCIA DO GENERAL EURICO GASPAR DUTRA (1946-1950)


O General Eurico Gaspar Dutra foi um dos responsáveis pela saída de Getúlio do poder.
Elegeu-se pela coligação do Partido Social Democrata (PSD) e do Partido Trabalhista Brasileiro
(PTB), assumindo a presidência em 1946.
Neste mesmo ano, promulgou a nossa 5ª Constituição, de caráter liberal e democrático,
proibindo a censura e a pena de morte; concedeu autonomia aos estados e municípios;
restabeleceu a independência e harmonia entre os três poderes; e determinou eleição
direta para Presidente, Deputados e Senadores.
Os primeiros anos de governo foram caracterizados pelo aumento da inflação, decorrente
principalmente de gastos com produtos supérfluos (consta inclusive a compra de aparelhos
de televisão, mesmo sem haver emissoras no Brasil), importados principalmente dos Estados
Unidos, consumindo os saldos que havíamos acumulado com as exportações realizadas no
período da 2ª Guerra Mundial.
O Brasil tinha estreitado relações com os Estados Unidos, chegando a receber a visita
do Presidente norte-americano Harry Truman, em 1947. Neste mesmo ano, no contexto
da Guerra Fria, o presidente Dutra rompeu oficialmente o contato com a União Soviética
(URSS) e ordenou o fechamento do Partido Comunista do Brasil (PCB), cassando o
mandato dos políticos filiados.

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Surgiram muitos bancos, indústrias e fábricas estrangeiras fantasma, que vendiam títulos
e ações sem valor, aproveitando-se da ausência de controle e fiscalização governamental.
Diante desta situação, a partir de 1948, a importação de bens e serviços só era possível com
prévia autorização do governo. Esta medida favoreceu o crescimento da produção nacional
e incentivou a exportação, ocasionando a elevação do saldo na balança comercial, em 1950.
Durante seu mandato, Dutra elaborou o primeiro plano global nacional, conhecido como
Plano SALTE – Saúde, Alimentação, Transporte e Energia; pavimentou a Rodovia Rio-São
Paulo (Via Dutra); e criou a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF), explorando
os recursos naturais da Cachoeira de Paulo Afonso.

1.1.5.2. PRESIDÊNCIA DE GETÚLIO VARGAS (1950-1954)


Getúlio Vargas foi eleito novamente presidente, em 1950, indicado pela coligação do Partido
Trabalhista Brasileiro (PTB) e pelo Partido Social Progressista (PSP). Durante seu mandato,
Vargas elaborou um Plano Nacional de Reaparelhamento Econômico denominado LAFER,
financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico – BNDE (criado em 1951).
Fundamentado em ideais nacionalistas, priorizava investimentos nas indústrias de
base, principalmente nas siderúrgicas e petroquímicas, bem como visava desenvolver os
setores de transporte, energia e tecnologia agrícola. Criou o Instituto Brasileiro do Café
(IBC), o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), o seguro agrário e a Carteira do Comércio Exterior
(CACEX). Outra decisão de caráter nacionalista foi a criação, em 1953, da empresa petrolífera
Petrobrás, que teria o monopólio da perfuração e refinarias de petróleo em solo brasileiro.
Foi a partir deste fato que se originou o lema “O petróleo é nosso.”
Getúlio também regulamentou a lei sobre crimes contra a economia popular e limitou
a remessa de lucros das empresas estrangeiras para o exterior. Com estas restrições,
limitando a entrada de capital de outros países, houve uma forte reação de oposição a
Vargas, por parte de grupos empresariais internacionais. Eles aliaram-se a outros segmentos
da sociedade e, sob a liderança de Carlos Lacerda, procederam a uma série de acusações
relativas à prática de corrupção realizada por membros da presidência.
Instaurou-se uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apurou um dos casos
mais graves, que dizia respeito ao pagamento de propina ao jornal Última Hora, em troca de
reportagens apoiando o governo. Getúlio se defendia justificando que as acusações feitas
eram resultado de um plano para prejudicá-lo e, assim, permitir que as empresas estrangeiras
tivessem livre acesso ao mercado nacional para obtenção de lucros, comprometendo o
desenvolvimento do país.
Em 1954, Vargas gerou outro fato polêmico, aumentando em 100% o salário mínimo,
fortalecendo o apoio e simpatia dos trabalhadores. Contudo, provocou reação contrária
dos militares, que promoveram um protesto público, denominado de Manifesto dos

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Coronéis. Em 5 de agosto de 1954, houve um atentado na Rua dos Toneleiros contra Carlos
Lacerda, que foi atingido com um tiro no pé. O major da aeronáutica Rubens Vaz, que o
acompanhava, não teve a mesma sorte e morreu no local. Após as investigações, chegou-
se à conclusão de que o crime havia sido planejado por Gregório Fortunato, da segurança
pessoal de Getúlio Vargas.
Todos estes fatores provocaram uma crise política que levou Getúlio Vargas a cometer
suicídio em 24 de agosto de 1954. Ele deixou uma carta-testamento que foi apresentada
na forma manuscrita e datilografada. O vice-presidente assumiu o mandato até as
eleições de 1955.

1.1.5.3. PRESIDÊNCIA DE JUSCELINO KUBITSCHEK (1956-1961)


Em 1955, Juscelino Kubitschek elegeu-se presidente e, João Goulart (Jango), vice-
presidente. Baseado numa política nacional-desenvolvimentista, elaborou o Plano de
Metas – “Cinquenta anos de progresso em cinco de governo” – que consistia em desenvolver
principalmente aspectos relativos à infraestrutura, como a construção de rodovias,
hidrelétricas e aeroportos de modo a atrair indústrias de bens-de-consumo. Para tanto,
construiu empréstimos junto a organizações internacionais, o que, à médio prazo, aumentaria
a dívida externa brasileira.
As ações deste governo não priorizavam, contudo, o setor agrário. Juscelino permitiu a
entrada do capital internacional, através das multinacionais, como a Ford, Volkswagen, Willys
e General Motors (GM), que se localizaram no sudeste, nas cidades do Rio de Janeiro, São
Paulo e região do ABC paulista (Santo André, São Bernardo e São Caetano). Estas empresas
eram isentas do pagamento de impostos, mediante a associação com o capital nacional.
Assim, através deste capitalismo “associado”, o Brasil foi se tornando, politicamente e
economicamente, cada vez mais dependente. Estas indústrias ampliaram a oferta de emprego,
provocando a saída de muitos nordestinos para a região sudeste, já que não dispunham de
condições para trabalhar na agricultura, menosprezada pela política econômica da época.
As principais criações deste governo foram o Grupo Executivo da Indústria Automobilística
(GEIA), com recursos financiados pelo FMI (US$ 47,7 milhões); o Conselho Nacional de
Energia Nuclear; a construção das barragens de Furnas e Três Marias para a obtenção de
energia elétrica; o Grupo Executivo da Indústria de Construção Naval (Geicon); o Ministério
das Minas e Energia, instalado apenas no governo seguinte; a Superintendência para o
Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
A construção de Brasília foi a principal obra do governo de Juscelino, concretizada por
intermédio de volumosos empréstimos ao FMI. Foi planejada pelo arquiteto Oscar Niemayer
e pelo urbanista Lúcio Costa e inaugurada em 21 de abril de 1960.

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A transferência da capital do Brasil do Rio de Janeiro para Brasília tinha o objetivo


de povoar e desenvolver a região centro-oeste, bem como afastar o poder central das
manifestações públicas. A falta de investimentos no setor agrícola, as elevadas quantidades
de empréstimo, as taxas e seguros cobrados sobre os produtos importados e o envio dos
lucros das empresas estrangeiras para o exterior foram as principais causas de desequilíbrio
financeiro no Brasil.
Uma das consequências mais graves da aplicação deste modelo político e econômico
foi o aumento da inflação. Este governo gerou conflito entre grupos defensores do
desenvolvimento da indústria nacional e os que queriam ampliar o poderio das empresas
estrangeiras. De todo modo, é possível destacar pontos positivos e negativos na política
desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek. Por um lado, a entrada de capital estrangeiro,
com a chegada das multinacionais, gerou mais empregos. Por outro, deixou o país mais
dependente de capital externo.
Além disso, o incremento da indústria se deu em detrimento do desenvolvimento agrário.
Some-se tudo isso ao fato de apesar de o país ter ganho uma nova capital, a construção de
Brasília aumentou a dívida externa e provocou a migração e o êxodo rural descontrolados,
o que fez aumentar a pobreza e a violência nas grandes capitais da região sudeste.

017. (CESGRANRIO/IBGE/AGENTE DE PESQUISAS POR TELEFONE/2014) Juscelino Kubitschek


chegou à Presidência da República do Brasil com a promessa de realizar nos 5 anos de
mandato aquilo que, segundo ele, outros governantes levariam 50 anos para realizar. Para
isso, ele instituiu um conjunto de medidas destinado a promover, a partir de vultosos
investimentos, a dinamização da economia nas áreas de energia, transporte, indústria,
educação e alimentos.
Esse conjunto de medidas consta do
a) Plano Trienal, que se construiu com base numa visão marxista.
b) Plano Real, que se construiu com base numa visão neoliberal.
c) Plano de Metas, que se construiu com base numa visão desenvolvimentista.
d) Plano de Integração Nacional, que se construiu com base numa visão liberal.
e) Programa de Aceleração do Crescimento, que se construiu com base numa visão
estruturalista.

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O Plano de Metas consistiu na construção de grandes obras públicas e de infraestrutura


através de empréstimos do Estado junto a instituições internacionais; na atração de
investimentos de empresas multinacionais.
Letra c.

1.1.5.4. PRESIDÊNCIA DE JÂNIO QUADROS (1961-1961)


Jânio Quadros, candidato da União Democrática Nacional (UDN), foi eleito e assumiu a
presidência em 1961. Utilizou a vassoura como símbolo da política que pretendia desenvolver,
varrendo os corruptos do poder. Com o país apresentando elevada inflação, baixos salários
e endividamento externo, Jânio implantou medidas anti-inflacionárias, reduzindo as
importações, incentivando as exportações e congelando os salários. Mas estas tentativas
não foram suficientes para solucionar os problemas gerados pelos governos anteriores.
Alegando o uso de uma política independente e neutra, procurou aumentar as exportações,
através da conquista de outros mercados internacionais, inclusive os socialistas, como a
União Soviética (URSS). Este posicionamento de suposta neutralidade gerou desconfiança
interna (Congresso Nacional e Imprensa) e externa (principalmente dos Estados Unidos),
e agravou-se quando Jânio concedeu a Ordem do Cruzeiro do Sul a Che Guevara, líder da
Revolução Cubana.
As suspeitas se acentuaram quando Carlos Lacerda, da UDN, declarou publicamente
que o presidente pretendia aliar-se aos comunistas e dar um golpe de Estado. Sem apoio,
com apenas sete meses no poder, Jânio renuncia em 25 de agosto de 1961, alegando
pressões de grupos ambiciosos, inclusive estrangeiros, que chamou de Forças ocultas. Este
ato produziu uma crise política e militar porque um grupo defendia que, por direito, o vice
presidente João Goulart deveria assumir o poder, mas outros (inclusive integrantes do
partido liderado por Carlos Lacerda), manifestavam a preocupação com o seu envolvimento
com grupos de esquerda, “anti--americanos”.

1.1.5.5. PRESIDÊNCIA DE JOÃO GOULART (1961-1964)


Com medo de uma possível guerra civil, o Congresso promulgou o Ato Adicional de 1961 e
instituiu uma República Parlamentarista no Brasil. João Goulart assumiu, então, a presidência
em 7 de setembro de 1961, com poderes políticos limitados. O parlamentarismo vigorou
de setembro de 1961 a janeiro de 1963, quando, através de um plebiscito, foi restaurado
o presidencialismo.
Durante o governo, João Goulart procurou aproximação com diferentes partidos políticos,
com o Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), a União Nacional dos Estudantes (UNE)

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e com socialistas e comunistas. Procurou resgatar o nacionalismo, elaborando um plano


de contenção inflacionária e de crescimento econômico denominado Plano Trienal de
Desenvolvimento Econômico e Social.
Impossibilitado de conter a inflação, agravada pelo aumento salarial imposto pelo
funcionalismo público, o governo criou o as Reformas de Base, que previa mudanças
nos setores agrário, administrativo, bancário e fiscal. A proposta de nacionalização das
empresas estrangeiras, a Lei de Remessa de Lucros (regulamentando a saída dos lucros
das multinacionais) e a criação da Superintendência Nacional de Abastecimento – SUNAB
(órgão de fiscalização e controle de preços) provocaram reação de desagrado nos grupos
de empresários que se beneficiavam com o comércio imperialista Norte-Americano.
Outros opositores ao governo eram os latifundiários, que temiam a reforma agrária; os
militares, que lutavam contra as ideias comunistas; e os partidos UDN e o PSD, que queriam
tomar o poder. Desencadearam-se greves e manifestações populares, reivindicando
mudanças radicais na estrutura política, social e econômica do país. Cobravam uma atitude do
governo, concretizando o rompimento com o domínio do capital internacional, cumprimento
da reforma agrária, redução da taxa de inflação, reajuste salarial, melhoria das condições
de trabalho e maior oferta de emprego. Com o propósito de conter a agitação crescente do
povo, evitar uma guerra civil, restabelecer a ordem e evitar a instauração de um governo
comunista, foi realizado um movimento político-militar que depôs João Goulart da
Presidência, em 31 de março de 1964.

018. (CESGRANRIO/BNDES/ECONOMISTA/2009) O Plano Trienal, elaborado por Celso Furtado


e sua equipe para o governo de João Goulart, tinha vários objetivos específicos, dentre os
quais NÃO se encontra o de
a) realizar a reforma agrária com finalidade social e de expansão do mercado interno.
b) garantir o crescimento real dos salários a uma taxa anual 3% superior ao aumento da
produtividade.
c) garantir uma taxa de crescimento do PIB de 7% a.a.
d) resolver a situação do balanço de pagamentos renegociando a dívida externa.
e) reduzir a inflação para 10% a.a. até 1965.

a) Certa. Menciona a realização da reforma agrária com finalidade social e de expansão do


mercado interno. A reforma agrária era, de fato, um dos objetivos do Plano Trienal, visando
a redistribuição de terras e a expansão do mercado interno.

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b) Errada. Menciona a garantia do crescimento real dos salários a uma taxa anual 3% superior
ao aumento da produtividade. Não está de acordo com o gabarito da banca. O Plano Trienal
não previa essa garantia específica, tornando este item a resposta para a questão.
c) Certa. Menciona a garantia de uma taxa de crescimento do PIB de 7% a.a. Está de
acordo com o gabarito da banca. O Plano Trienal tinha como objetivo alcançar uma taxa
de crescimento econômico elevada.
d) Certa. Menciona a resolução da situação do balanço de pagamentos renegociando a dívida
externa. Está de acordo com o gabarito da banca. O Plano Trienal buscava resolver a crise
do balanço de pagamentos, que era um dos principais problemas econômicos do Brasil na
e) Certa. Menciona a redução da inflação para 10% a.a. até 1965. A redução da inflação era
um dos principais objetivos do Plano Trienal.
Letra b.

1.1.5.6. EDUCAÇÃO DE 1946 A 1964


Em 1946, foi promulgada a nossa 5ª Constituição, com ideias liberais e democráticas.
Defendia a educação como direito de todos, condição expressa no Manifesto dos Pioneiros
da Educação Nova, concedia à União a responsabilidade sobre a Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional e estabelecia a obrigatoriedade do ensino primário.
O nível médio continuou dual, oferecendo ensino secundário de cunho acadêmico e
ensino técnico, com característica utilitária. Ambos voltados para o conhecimento empírico,
em detrimento do aprendizado científico. Neste mesmo ano, no governo Dutra, foi criado
o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC). Havia a predominância de escolas
particulares, em sua maioria, confessionais, dirigidas pela Igreja Católica.
Durante o primeiro ano de presidência (1951), Vargas criou o Conselho Nacional de Pesquisa
(CNP) e a Campanha Nacional de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES); e
em 1954 surgiu a Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário (CADES).

019. (FUNEC/PREFEITURA/PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA-ENSINO RELIGIOSO/2020) A


partir de 1942, teve início no Brasil a publicação de vários decretos-lei que modificaram o
ensino secundário, estruturou o ensino industrial e reformou o ensino comercial. Em 1946,
outros decretos-lei organizaram o ensino primário, o ensino normal e o ensino agrícola,
além de criarem o Senac.
Essas reformas foram conhecidas como:

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a) Reforma Rivadávia.
b) Reforma Capanema.
c) Reforma Rocha Vaz.
d) Reforma Francisco Campos.

A Reforma Capanema, citada no item, corresponde à descrição dada na questão. Esta reforma
ocorreu na década de 1940 e reestruturou o ensino secundário, industrial e comercial, além
de organizar o ensino primário, normal e agrícola. Portanto, este item está de acordo com
o gabarito da banca. A Reforma Capanema foi instituída pelos Decretos-Leis n. 4.244/42
(Ensino Secundário), n. 4.073/42 (Ensino Industrial), n. 6.141/44 (Ensino Comercial), n.
8.529/46 (Ensino Primário), n. 8.530/46 (Ensino Normal) e n. 8.531/46 (Ensino Agrícola).
Letra b.

O Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais originou-se em 1955, na presidência


de Juscelino Kubitschek. Este era o tipo de investimento realizado na educação. Havia,
portanto, um aumento pouco significativo de instituições pedagógicas. Não havia estudos
e projetos visando à melhoria qualitativa do ensino, que continuava seletivo e excludente.
Esta situação se explica, em parte, pelo descumprimento do repasse integral da verba
destinada à educação, prevista pela Constituição.
Em 1948, o Ministro da Educação e Saúde, Clemente Mariani, encaminhou à Câmara
o primeiro Projeto de Lei de reforma geral da educação nacional, elaborado por três
comissões (Ensino Primário, Ensino Médio e Ensino Superior) coordenadas pelo educador
Lourenço Filho.
Este projeto ficou 13 anos em tramitação. A Lei foi sancionada apenas em 20 de dezembro
de 1961. Até 1952, o projeto não passou do exame das comissões parlamentares; de 1952
a 1958, transcorre uma fase de debates sobre a interpretação do texto constitucional e,
de 1958 a 1961, transcorre uma segunda fase de debates no plenário da Câmara, iniciada
a partir da apresentação de um substitutivo do então deputado Carlos Lacerda.
Foram realizadas muitas discussões sobre o projeto. O grupo dos adeptos da teoria
francesa da Escola Nova defendia a descentralização do ensino, como condição para
a criação de classes experimentais, favorecendo a renovação e adequação de métodos
e técnicas pedagógicas às características regionais e individuais. A Igreja também
defendia esta posição, ressaltando que o indivíduo e a família tinham direito à liberdade,
previsto pela Constituição. Eles temiam a centralização, porque ela permitiria a definição
e imposição de currículos, programas e metodologia educacionais pelo governo federal.
Os que defendiam a centralização do ensino alertavam para o risco de descontrole
provocado pela diversidade da prática educativa e propunham ao Estado a responsabilidade

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de ofertar ensino laico e gratuito. Em 1957, o Deputado Carlos Lacerda apresentou um


substitutivo ao Projeto. O texto enfatizava o direito que as pessoas tinham de escolher
o tipo de escola que queriam frequentar. Esta pretensa liberdade escondia as intenções
de favorecer as escolas particulares que, em alguns casos, poderiam se beneficiar com
recursos públicos. A Igreja reforçava esta posição, justificando que o ensino na escola pública
se limitava ao desenvolvimento da inteligência, sem considerar o aluno integralmente.
Argumentava também que estas instituições educacionais eram defendidas por socialistas
e comunistas, ligados a partidos radicais de esquerda, anti-cristãos e anti-patrióticos.
Em 1961, foi promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), n.
4.024/61, com ideais de liberdade, nacionalismo, democracia e solidariedade internacional.
Veja seu artigo 1º

TÍTULO I
Dos Fins da Educação

Art. 1º A educação nacional, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade
humana, tem por fim:
a) a compreensão dos direitos e deveres da pessoa humana, do cidadão, do Estado, da família
e dos demais grupos que compõem a comunidade;
b) o respeito à dignidade e às liberdades fundamentais do homem;
c) o fortalecimento da unidade nacional e da solidariedade internacional;
d) o desenvolvimento integral da personalidade humana e a sua participação na obra do bem
comum;
e) o preparo do indivíduo e da sociedade para o domínio dos recursos científicos e tecnológicos
que lhes permitam utilizar as possibilidades e vencer as dificuldades do meio;
f) a preservação e expansão do patrimônio cultural;
g) a condenação a qualquer tratamento desigual por motivo de convicção filosófica, política ou
religiosa, bem como a quaisquer preconceitos de classe ou de raça.3

A Lei privilegiou os estabelecimentos de ensino particulares, omitindo o dever do


Estado de disponibilizar ensino gratuito, previsto pela Constituição de 1946. Estabeleceu
também o princípio da equivalência para os cursos do ensino médio (secundário e técnico),
com articulação horizontal (possibilidade de mobilidade entre os cursos) e vertical (acesso
ao ensino superior mediante aprovação em exame vestibular).
Determinou também a organização e composição do currículo com disciplinas
obrigatórias e disciplinas obrigatórias complementares definidas pelo Conselho Federal
de Educação; e disciplinas optativas, indicadas pelos Conselhos Estaduais de Educação.

3
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1960-1969/lei-4024-20-dezembro-1961-353722-publicacaooriginal-1-pl.
html

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Muitos estabelecimentos de ensino ofertavam disciplinas do curso profissionalizante como


optativas, entre elas as artes industriais, técnicas agrícolas e técnicas comerciais.
Veja que a flexibilidade e a escolha das disciplinas eram realizadas, na prática, pelos órgãos
competentes, sem considerar as peculiaridades das escolas e dos alunos, previstas pela LDB.

Apesar de constar em Lei, o pré-escolar não era obrigatório e poucas escolas ofereciam
este nível de ensino. Esta Lei proporcionou melhorias qualitativas principalmente para
o ensino primário, definindo qualificação mínima para os professores e ampliando o
número de escolas normais.
Apesar de atender aos interesses do mercado internacional, priorizando o ensino
humanístico sobre o científico (para evitar concorrência na área tecnológica), e valorizando
o ensino particular em detrimento do público, a Lei previa o acesso à educação formal.
As pessoas, por sua vez, procuravam se informar sobre seus direitos e pressionavam para
que ela se cumprisse.
Era o despertar sobre a importância da aquisição do conhecimento sistematicamente
elaborado, para uma maior compreensão do processo produtivo, para o crescimento
profissional e melhoria salarial. Esta consciência da classe trabalhadora incomodava a classe
dirigente. E a elite dirigente sentiu-se ainda mais ameaçada com o surgimento, na década
de 60, de projetos que se destinavam a valorizar a cultura e promover a alfabetização de
adultos, uma vez que, escolarizadas, as pessoas das classes menos favorecidas poderiam
participar mais ativamente das questões políticas e econômicas nacionais. Eram conhecidos
como Movimentos de Educação Popular.
Entre eles destacaram-se os Centros Populares de Cultura (CPC), os Movimentos de
Cultura Popular (MCP) e o Movimento de Educação de Base (MEB). Os Centros Populares
de Cultura (CPC) eram vinculados à União Nacional dos Estudantes (UNE) e utilizavam a
arte - principalmente o teatro de rua - para desenvolver o censo crítico das pessoas, visando
à transformação social. Os Movimentos de Cultura Popular (MCP) surgiram em Recife e
procuravam, através do resgate dos valores culturais regionais, promover a alfabetização
de adultos, socializando saberes através do diálogo.

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Trabalho semelhante ocorreu no Rio Grande do Norte, através da campanha “De pé no


chão também se aprende a ler”. O Movimento de Educação de Base (MEB) era ligado à Igreja
Católica e suas atividades ficavam sob a responsabilidade da Confederação Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB). Desenvolvia um projeto de alfabetização baseado na comunicação,
objetivando conscientizar o povo para promover mudanças e melhorias na sua condição
de trabalho.
Em 1962, o pernambucano Paulo Freire desenvolveu, na cidade de Angicos, no Rio
Grande do Norte, um método para alfabetizar adultos em 40 horas. Este trabalho foi
publicado no livro Educação como prática de liberdade. A elaboração e execução deste
processo de ensino e aprendizagem consistia

Como primeira fase, (...) no levantamento do universo vocabular dos grupos com quem se ia
trabalhar; como segunda fase, na escolha das palavras selecionadas no universo vocabular
pesquisado; como terceira fase, na criação de situações existenciais típicas do referido grupo;
como quarta fase, na elaboração de fichas-roteiro que auxiliassem os coordenadores e, como
quinta fase, na leitura de fichas com a decomposição das famílias fonêmicas correspondente
aos vocábulos geradores. (RIBEIRO, 1984, p. 157)

Em 21 de janeiro de 1964, o governo, inspirado pelo resultado positivo deste trabalho


pedagógico, criou o Plano Nacional de Alfabetização (PNA), utilizando o método Paulo
Freire. Estas atividades concretizavam propostas educacionais coerentes com a necessidade
do povo brasileiro, rompendo com o ciclo de importação de ideias pedagógicas. Esta
forma de pensar se contrapõe à dos defensores dos ideais da Escola Nova (“otimismo
pedagógico”). Na verdade, estes movimentos de educação popular buscavam reverter, na
prática, a proposta elitista da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.
Este trabalho foi interrompido pelo golpe militar de 1964, sob a alegação de que era
subversivo, comunista. Outro fato marcante deste período, que precisa ser mencionado,
diz respeito à reforma do ensino universitário promovida na Universidade de Brasília, que
se posicionou contra o modelo universitário importado, o qual privilegiava a ciência e
cultura estrangeiras. As mudanças propostas priorizavam o aprofundamento de estudos
da realidade brasileira, visando à criação de teorias e tecnologia nacional.

020. (CESGRANRIO/CEFET RJ/PEDAGOGO/2014) Lourenço Filho (1897-1970), Fernando


Azevedo (1894- 1974) e Anísio Teixeira (1900-1971) deram importantes contribuições para
o pensamento pedagógico brasileiro no século XX e integraram o(a)
a) movimento escolanovista

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b) tecnicismo liberal
c) humanismo pedagógico
d) pedagogia libertária
e) pedagogia crítico-social dos conteúdos

a) Certa. O movimento da Escola Nova ganhou impulso na década de 30, defendendo uma
educação mais centrada no aluno, em contraposição aos métodos tradicionais de ensino. No
Brasil, conquistou espaço após a divulgação do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova
(1932). Nesse documento, defendia-se a universalização da escola pública, laica e gratuita.
Entre seus signatários, destacou-se: Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo, Lourenço Filho.
b) Errada. O tecnicismo liberal é um movimento pedagógico que surgiu posteriormente ao
escolanovismo, na década de 1960.
c) Errada. O humanismo pedagógico é um movimento que valoriza a formação integral do
indivíduo.
d) Errada. A pedagogia libertária é um movimento que defende a autonomia e a liberdade
do aluno no processo de aprendizagem.
e) Errada. A pedagogia crítico-social dos conteúdos é um movimento que defende a relação
entre o conteúdo escolar e a realidade social do aluno.
Letra a.

1.1.6. DITADURA MILITAR (1964-1985)


Grupos conservadores, como os militares, empresários, banqueiros, Igreja, classe média,
multinacionais e partidos políticos (UDN e PSD), responsabilizaram o presidente pelos
problemas brasileiros e, com receio da implantação de um governo comunista, apoiaram
o golpe de estado em 31 de março de 1964. Iniciou-se, então, o período de Ditadura
militar (que perdurou até 1985), caracterizado por um governo centralizado, autoritário
e antidemocrático. Esse governo restabeleceu a ordem através de dispositivos legais, da
censura e da forte repressão e perseguição política.
Logo depois que os militares tomaram o poder, estabeleceu-se o AI-1. Esse Ato
Institucional continha 11 artigos que, entre outras imposições, concedia ao governo militar
poderes para alterar a Constituição; cassar mandatos de senadores, deputados e vereadores;
suspender direitos políticos por 10 anos e demitir, colocar em disponibilidade ou aposentar
compulsoriamente qualquer pessoa que atentasse contra a segurança do país, o “regime
democrático” e a “probidade da administração pública”. O AI-1 também determinava
eleições indiretas para a Presidência da República. Durante a Ditadura militar, verificou-se
a modernização da indústria, o investimento em máquinas e equipamentos, financiados

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pelo capital estrangeiro, aumentando rapidamente a nossa dívida externa. Acrescente-se


a este cenário a entrada numerosa de empresas estrangeiras, que usufruíam de incentivos
fiscais e exploravam a nossa mão-de-obra barata.

021. (CESGRANRIO/IBGE/AGENTE DE PESQUISAS POR TELEFONE/2014) A ditadura militar


teve a duração de 21 anos, de 31 de março de 1964 a 15 de março de 1985. [...] Foi o mais
longo período de supressão das liberdades políticas na história republicana do Brasil.
Revista Atualidades. São Paulo: Abril, edição 18, 2º sem. 2013, p.110.

O ano de 1968 foi um ano emblemático desse período porque nesse ano aconteceu o
seguinte conjunto de episódios:
a) a extinção dos partidos políticos, a decretação do AI-1 e a posse de Castelo Branco.
b) a posse do presidente Costa e Silva, a decretação do AI-2 e o sequestro do embaixador
dos EUA.
c) a posse do general Geisel, o início da abertura lenta e gradual e o atentado ao Riocentro.
d) a Marcha dos Cem Mil, o fechamento do Congresso e a decretação do AI-5.
e) o fim do milagre econômico brasileiro, a posse do General Médici e a decretação do AI-5.

O ano de 1968 marca a investida mais autoritária do regime militar.


Letra d.

1.1.6.1. GOVERNO DE CASTELLO BRANCO (1964-1967 )


O Marechal Humberto de Alencar Castello Branco, cearense, chefe do Estado Maior do
Exército, foi eleito de forma indireta, pelo Congresso Nacional, como estabelecia o Ato
Institucional n. 1 (AI-1).
Foi elaborado um Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG), responsável pela
melhoria quantitativa e qualitativa das indústrias e comércio nacionais e internacionais.
Extinguiram-se todos os partidos conhecidos. Eles foram substituídos pela Aliança
Renovadora Nacional (ARENA), partido de direita e Movimento Democrático Brasileiro
(MDB), partido de oposição.
A criação dos partidos consistiu numa estratégia ideológica a fim de minimizar para o
povo o caráter ditatorial do governo. Esta afirmação é comprovada com a criação, neste
período, do Serviço Nacional de Informações (SNI), que contradiz a “democracia” defendida
no discurso político dos militares.

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Neste período, foram criados ainda outros órgãos públicos. Entre eles estavam o Banco
Central da República; o Instituto Brasileiro de Reforma Agrária (IBRA); a Empresa Brasileira
de Turismo (EMBRATUR); o Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) e o Banco Nacional
de Habitação (BNH) – que deveria construir casas populares com recurso do FGTS. À época
foi instituído também o Estatuto da Terra.
Em 1967, foi promulgada a nossa 6ª Constituição, a qual institucionalizava a ditadura
militar e estabelecia a manutenção do federalismo, a eleição indireta e mandato de 4 anos
para presidente, o direito de o poder executivo baixar decretos com força de lei.

1.1.6.2. GOVERNO DO MARECHAL COSTA E SILVA (1967-1969)


O Marechal Artur da Costa e Silva, ex-membro do Alto Comando Revolucionário e Ministro
da Guerra, assumiu a presidência em 31 de janeiro de 1967. Criou o Plano Econômico de
Desenvolvimento (PED), dando continuidade ao processo iniciado no governo anterior. Tornou-
se conhecido pelo rigor ao combate às greves e manifestações populares - principalmente
estudantis (UNE) -, de oposição ao governo, ocorridas em 1968.
Havia ações de sequestro e assaltos realizados por guerrilheiros – jovens idealistas
inspirados nos movimentos de esquerda da China, Vietnã e Cuba – para conseguir recursos
que seriam investidos em armamentos para enfrentar os militares. Diante desta situação, os
militares lançaram o Ato Institucional no 5 (AI 5), que negava as garantias constitucionais
do Habeas Corpus e concedia amplos poderes ao Presidente para:
• intervir nos Estados e Municípios;
• cassar os mandatos e suspender direitos políticos;
• demitir ou reformar militares;
• promulgar decretos-lei e atos complementares julgados necessários.
No mesmo dia, lançou o Ato Complementar no 38, que fechava o Congresso Nacional.
Além disso, o presidente Costa e Silva criou o Fundo de Assistência e Previdência do
trabalho Rural (FUNRURAL); o Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL) e definiu
o nome do país como República Federativa do Brasil. O mesmo Presidente deixou o cargo
antecipadamente, com sintomas de trombose cerebral e foi substituído por uma junta militar
(31/8/1969-30/10/1969), formada pelos ministros da Marinha, Exército e Aeronáutica.

1.1.6.3. GOVERNO DE EMÍLIO MÉDICI (1969-1974)


O general Emílio Garrastazu Médici foi eleito pela Junta militar em 1969. No mesmo
dia da posse, entrou em vigor a Emenda Constitucional de 1969, que ampliava o mandato
presidencial para 5 anos; regulamentava a pena de morte para os subversivos; concedia ao
presidente o direito de legislar por decreto e estabelecia número proporcional de deputados
federais aos de eleitores.
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Foi o governo mais radical do período, considerado como “anos de chumbo”. O DOI-CODI
(Destacamento de Operações e Informações e Centro de Operações de Defesa Interna) agia
de forma severa, prendendo, torturando e matando estudantes, políticos, intelectuais,
trabalhadores e artistas que se manifestavam contra o regime.
Neste governo, o crescimento econômico foi tão evidente que foi chamado de “milagre
econômico”. O Produto Interno Bruto (PIB) teve crescimento médio anual de 12%. Com
empréstimos do exterior, o Brasil aumentou as exportações, ampliou o número de indústrias,
construiu rodovias (Transamazônica e Ponte Rio - Niterói), hidrelétricas e aplicou recursos
nas regiões Norte e Centro-Oeste.
Estes investimentos geraram muitos empregos e beneficiaram principalmente a classe
média. Foram feitas muitas propagandas e músicas, com mensagens ideológicas do governo.
Nesta época, os títulos/letras das músicas traziam passagens, como “Brasil: ame-o ou
deixe-o”; “Eu te amo meu Brasil, eu te amo, meu coração é verde, amarelo, branco e azul-
anil (...) ninguém segura a juventude do Brasil”.

1.1.6.4. GOVERNO DE ERNESTO GEISEL (1974-1979)

O general Ernesto Geisel foi eleito presidente em 1974, num momento de crise do
governo anterior. A alta da inflação, os baixos salários, o aumento acentuado da dívida
externa e a recessão mundial geraram insatisfação popular. Caracterizou-se, assim, o fim
do milagre econômico.
Geisel mostrou intenção de realizar a abertura política visando ao retorno de um
governo democrático, cuja instalação se daria de forma lenta e gradual. Mas, em 1976,
lançou a Lei Falcão, que impedia discursos de candidatos no rádio e televisão. Era permitido
apenas mostrar sua foto e número para votação. Lançou o “pacote de abril”, em 1977,
estendendo o mandato de presidente para 6 anos e determinando eleições indiretas para
governadores e senadores.
Muitas organizações e sindicatos começaram a manifestar seu descontentamento com
o governo e apresentaram propostas em defesa da liberdade e justiça. Começaram a surgir
greves, assembleias e passeatas. A oposição também crescia no Congresso Nacional. Durante
o governo Geisel, foi construída a hidrelétrica de Itaipu, criado o Programa Nacional do
Álcool (PROÁLCOOL) e iniciada a implantação de usinas nucleares no Brasil. Um ano antes
de sair, Geisel extinguiu o AI 5 e restaurou o Habeas-Corpus.

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022. (CESGRANRIO/IBGE/ANALISTA DE PLANEJAMENTO/2010)

Retirado de: PANDOLFI, Dulce Chaves. “Voto e participação política nas diversas repúblicas do Brasil”. In
GOMES, Ângela Castro e outros (org.). A República no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; CPDOC, 2002, p.
110.

A charge do cartunista Ziraldo, datada de 1975, ironiza a situação político-partidária na


sociedade brasileira da época, tendo em vista a(o):
a) implementação do pluripartidarismo
b) restrição à propaganda eleitoral nos meios de comunicação por meio da Lei Falcão.
c) edição do Pacote de Abril e o adiamento das eleições previstas para 1978.
d) prorrogação do mandato presidencial para seis anos e a ampliação da censura.
e) crescimento da bancada do partido de oposição no Congresso Nacional.

Questão que exige interpretação! Na charge, a personagem critica a “máquina eleitorá”


justamente pelo crescimento da oposição (MDB).
Letra e.

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1.1.6.5. GOVERNO DE JOÃO BATISTA FIGUEIREDO (1979-1985)


Em 1978, o general João Baptista Figueiredo, ex-chefe do Serviço Nacional de Informações
(SNI), foi eleito presidente pelo MDB, conseguindo 355 votos do Congresso em oposição
a 260 votos de seu concorrente. Decretou a Lei da Anistia, possibilitando o retorno dos
brasileiros exilados durante o regime ditatorial. Concedeu também o direito para criação
de partidos políticos, mas impediu que se fizessem coligações.
A ARENA passou a ser o Partido Democrático Social (PDS) e o MDB tornou-se Partido do
Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Surgiram também o Partido dos Trabalhadores
(PT), Partido Democrático Trabalhista (PDT), o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e o Partido
Popular (PP). Durante esse governo, ocorreram muitas greves por melhoria de salários e
condições de trabalho.
Grupos de militares radicais reprimiam as manifestações, realizando prisões e destruindo
sindicatos. Em 1981, realizou-se a primeira Conferência Nacional das Classes Trabalhadoras
(CONCLAT), que deu origem à Central Única dos Trabalhadores (CUT). Era um momento de
disputa de forças contraditórias pelo poder, disputa entre grupos conservadores (ligados
ao regime militar) e os renovadores (defensores da redemocratização).
Em 1984, houve uma grande mobilização da população brasileira em torno do movimento
denominado Diretas Já, que apoiava a aprovação da emenda Dante de Oliveira, a qual
defendia eleições diretas para presidente. O Congresso, entretanto, não aprovou esta emenda.

1.1.6.6. EDUCAÇÃO DURANTE A DITADURA MILITAR


A partir de 1964, a educação reduziu-se à prática de transmissão de conhecimentos
pelos professores, desprovida de discussão política. O desenvolvimento econômico
brasileiro no período da ditadura militar (1964 – 1985) centrou-se na entrada de empresas
internacionais e empréstimos de capital estrangeiro.
A educação apresentou características pragmáticas e tecnicistas, para atender as
necessidades imediatas do mercado de trabalho, fornecendo principalmente mão-de-
obra para as indústrias estrangeiras. As leis educacionais geradas neste período também
apresentavam estes aspectos. Para atingir objetivos imediatos e garantir a segurança
nacional, foram criadas várias leis, entre elas a Lei n. 4.440/68, que extinguiu a União
Nacional dos Estudantes (UNE) e criou o salário educação; a Lei n. 5.540/68, responsável
pela Reforma Universitária; e a segunda Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional,
LDB n. 5.692/71.
Neste período, evidenciou-se um crescimento quantitativo das universidades brasileiras.
Contudo, elas não conseguiam atender a todos os aprovados nos concursos vestibulares.
Para resolver este problema, foi criado o vestibular classificatório, que limitava o número
de vagas por curso.

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A Lei n. 5.540/68 determinava que as universidades desenvolvessem a pesquisa e a


formação profissional, através do ensino das ciências, das letras e das artes, atendendo
as exigências do modelo desenvolvimentista da época.
A Lei da Reforma Universitária (5.540/68) foi inspirada no Plano Orientador da Universidade
de Brasília, organizado por Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro, e no modelo utilizado nos
Estados Unidos. Resultou de reuniões com 5 americanos e 2 brasileiros, selando o acordo
entre MEC/USAID. As principais modificações foram a implantação de cursos de curta
duração (2 anos), a licenciatura (4 anos) e pós-graduação (Mestrado e Doutorado) entre
2 a 4 anos adicional; implantação dos cursos básicos, sistema de créditos (o que implicava
a dissolução dos cursos feitos em classes seriadas e a matrícula por série).
A reforma universitária brasileira desprezou a participação da comunidade, do corpo
docente e discente, ao contrário do que ocorreu nos países da Europa, como França e
Alemanha Ocidental. Lá o processo foi democrático; aqui foi ditatorial, autoritário. A urgência
das alterações foi necessária para impedir o envolvimento político dos estudantes nas
determinações do governo. Contudo, os alunos poderiam participar de grêmios universitários
e diretórios estudantis, devidamente regulamentados e com atividades direcionadas para
o aprofundamento de estudos e pesquisa científica.
O Decreto-lei n. 4.770/1965 atribuía às autoridades educacionais:

O poder de desligar e suspender estudantes envolvidos em atividades que fossem consideradas


subversivas, isto é, perigosas para a segurança nacional. Durante o tempo de suspensão (três
anos) os estudantes atingidos ficariam impedidos de se matricularem em qualquer outra escola
de nível superior do país. (FREITAG, 1986, p. 88)

Havia também represálias para os professores e demais funcionários defensores e


divulgadores de ideias comunistas, entre elas demissão ou suspensão de suas atividades
por cinco anos. Outras inovações no ensino universitário foram a criação da monitoria; o
regime de tempo integral e a dedicação exclusiva para os docentes; o vestibular unificado
por regiões e classificatório; e o jubilamento, que determinava prazo máximo para o aluno
concluir o curso superior.
Durante o curso, os alunos eram convencidos de que a universidade era o principal meio
para a ascensão social, conscientizavam-se de que eram privilegiados e acreditavam que
haviam conquistado sua vaga exclusivamente por esforço próprio. Não se avaliavam as
condições de desigualdade social que impossibilitavam a mobilidade entre classes sociais.
As injustiças do sistema não eram investigadas e a culpa do fracasso na educação era
do educando.
Em 1971, surgiu a nossa segunda Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a
Lei n. 5.692/1971, que estabeleceu entre outros pontos que:

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CAPÍTULO I
Do Ensino de 1º e 2º graus

Art. 1º O ensino de 1º e 2º graus tem por objetivo geral proporcionar ao educando a formação
necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades como elemento de auto-realização,
qualificação para o trabalho e preparo para o exercício consciente da cidadania.4

Vejamos as inovações fundamentais desta Lei:


• integrou formação acadêmica (Educação Geral) com formação profissional (Formação
Especial), em caráter obrigatório;
• ofereceu ensino de 1º grau com oito séries e ensino de 2º grau com três ou quatro
séries;
• ampliou obrigatoriedade escolar de 4 para 8 anos (1º grau);
• institucionalizou o Ensino Supletivo, com os objetivos de oferecer estudo formal para
adolescentes e adultos que não concluíram o 1º ou 2º graus, e de oferecer oportunidade
de aperfeiçoamento ou atualização através dos cursos profissionalizantes;
• defendeu os princípios da obrigatoriedade, da gratuidade, da concentração de meios,
da descentralização articulada, da integração, da continuidade, da terminalidade e
da progressividade.
O princípio da obrigatoriedade defendia a permanência do aluno na escola durante
as oito séries do 1º grau. Esta garantia previa o aumento de vagas em escolas públicas e
também o financiamento de bolsas de estudo, em escolas particulares, oferecidas por
empresas industriais, comerciais ou agrícolas, para os trabalhadores e seus filhos.
Além disso, estabelecia a necessidade de todos os alunos qualificarem-se para o trabalho,
gerando para isso, uma mudança na estrutura curricular. Foram incluídas em caráter
obrigatório as disciplinas de Educação Artística, Educação Física, Educação Moral e
Cívica, Programas de Saúde e Ensino Religioso. Outra exigência legal foi a presença do
Serviço de Orientação Educacional, direcionado para o aconselhamento vocacional, com
apoio de pais, professores e comunidade. Ainda, determinou-se a inclusão de estudos de
recuperação para os alunos que tiveram aproveitamento da aprendizagem insuficiente.

4
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1970-1979/lei-5692-11-agosto-1971-357752-publicacaooriginal-1-pl.html

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O princípio da gratuidade estava intimamente ligado ao da obrigatoriedade, estabelecendo


a necessidade de ofertar o ensino de 1º grau gratuito para os alunos de 7 a 14 anos de idade.
Esta gratuidade poderia ser estendida para o 2º grau, mediante a comprovação da falta de
recursos financeiros do estudante.
A concentração de meios dizia respeito à utilização de recursos humanos e materiais
por mais de um estabelecimento de ensino, permitindo o aproveitamento da capacidade de
cada uma para suprir a deficiência da outra. Evitava-se, assim, a duplicidade de meios para
o mesmo fim. A descentralização articulada compreendia a unidade curricular, definida por
um núcleo comum a todo o território nacional e por uma parte diversificada para atender
às peculiaridades regionais.
O princípio da integração estabelecia a articulação harmoniosa e sequencial das
disciplinas e conteúdos curriculares. Já a continuidade era a característica própria do
sistema de seriação, distribuída de forma gradativa: o aluno que concluía uma série teria
condições de continuar na série seguinte. Esta sequenciação era organizada em blocos, que
davam a condição de conclusão de grau, condição prevista pelo princípio da terminalidade,
facilitando o ingresso no mercado de trabalho. Assim, muitos alunos adquiriam o curso
profissionalizante e se empregavam, reduzindo a pressão para o ingresso no ensino superior.
Finalmente, o princípio da progressividade previa a implantação deste novo regime
de Lei de forma gradual.
A aplicação da Lei n. 5.692/71 apresentou problemas por vários motivos, entre os quais
estavam a recusa da sociedade em aceitar estudos que privilegiavam o ensino científico
sobre o acadêmico; a insuficiência de recursos financeiros, humanos e materiais para
o funcionamento adequado dos cursos profissionalizantes; a ausência de informações
sobre a necessidade do mercado de trabalho para absorver o egresso da escola; a falta
de entrosamento entre escola e empresa; os currículos distantes da realidade vivenciada
pelos alunos.
A importação deste modelo de ensino americano, resultou em problemas de má
qualificação profissional, a qual inviabilizou o atendimento às necessidades políticas e
econômicas do Brasil. Diante destes problemas, em 1982, surgiu a Lei n. 7.044/82, que
substituiu a ideia presente nos objetivos da Lei n. 5.692/71, de “qualificação para o trabalho”
por “preparação para o trabalho”, desobrigando a oferta de cursos profissionalizantes,
rompendo com a distinção entre a educação geral e a formação especial e mantendo de
forma integrada os núcleos comum e a parte diversificada da estrutura curricular.
Durante o período do regime militar, foram realizadas outras modificações educacionais.
Entre elas estava a criação do Movimento Brasileiro de Alfabetização – MOBRAL (Decreto-lei
n. 5.379/67), primeira iniciativa governamental brasileira para a erradicação do analfabetismo
no país, que visava à qualificação do trabalhador. No MOBRAL, entretanto, aplicou-se de

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forma inadequada o Método Paulo Freire. A proposta desse educador foi utilizada como
prática conservadora, o que tornava impossível concretização dos objetivos do método.
Somada a essa situação, houve também muitas denúncias de corrupção, que resultaram
na extinção do MOBRAL (substituído pela Fundação Educar). Pregava-se a igualdade de
chances de aprendizagem que levassem à melhoria da qualidade de vida das pessoas, mas,
na realidade, elas não concorriam com igualdade de condições. Elas acreditavam que o
sucesso ou fracasso dependiam do esforço de cada um.
Neste período, havia uma profunda contradição na política educacional adotada pelo
governo: a política educacional era teoricamente democrática, mas na prática era imposta
por um regime ditatorial, num meio social autoritário. Em função disso, apresentava
forte caráter ideológico, uma vez que servia aos interesses da classe dominante, e tentava,
portanto, apaziguar o povo e estabelecer uma harmonia social.

1.1.7. NOVA REPÚBLICA (1985 – DIAS ATUAIS)


Os últimos governos da ditadura (Presidente Geisel e Presidente Figueiredo) manifestaram
interesse em realizar a abertura política, que culminou com o movimento popular conhecido
como Diretas Já, em 1984.
Em janeiro de 1985, Tancredo Neves foi eleito Presidente da República, ainda de forma
indireta. Tancredo foi um candidato civil da Frente Liberal – formada pela aliança entre o
PMDB, PDT e outros partidos de oposição ao governo (com exceção do PT) –, obteve vitória
sobre o candidato do PDS, Paulo Maluf. Com essa eleição, terminava a era militar. Mas
Tancredo Neves adoeceu e morreu antes de receber a faixa presidencial. O vice-presidente
José Sarney assumiu o cargo.
O povo cobrou uma nova Constituição e, em 1987, foi criada a Assembleia Nacional
Constituinte (ANC), presidida pelo deputado Ulisses Guimarães. A atual Constituição foi
aprovada em 1988, foi denominada de Constituição-Cidadã, por seu caráter democrático.
As principais determinações constantes na nova Carta foram: manutenção do regime
presidencialista; resgate das eleições diretas para presidente, governadores e prefeitos;
estabelecimento do direito de voto aos analfabetos; definição do prazo de cinco anos para
o mandato de presidente; e concessão de maior liberdade ao cidadão.

023. (CESGRANRIO/IBGE/AGENTE DE PESQUISAS POR TELEFONE/2016) Diretas Já foi um


dos movimentos de maior participação popular da história do Brasil. Teve início em 1983,
no governo de João Batista Figueiredo e propunha eleições diretas. A campanha ganhou o

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apoio de partidos políticos importantes e, em pouco tempo, a simpatia da população, que


foi às ruas para pedir a volta das eleições diretas.
Disponível em: <http://www.infoescola.com/historia/diretas-ja/>. Acesso em: 30 maio 2016. Adaptado.

Essa campanha política teve como objetivo principal garantir eleições diretas para o cargo de
a) deputado federal
b) deputado estadual
c) prefeito municipal
d) senador da República
e) presidente da República

Essa é pra gabaritar. A emenda Dante de Oliveira, que preconizava a eleição direta para
presidente da República, foi rejeitada pelo congresso, apesar da grande mobilização popular.
Letra e.

1.1.7.1. GOVERNO SARNEY (1985-1989): A POLÍTICA ECONÔMICA, O PLANO CRUZADO


Sarney precisou enfrentar um grave problema herdado dos governos militares: a
hiperinflação. Em síntese, a hiperinflação ocorre quando a inflação fica muito alta e fora
de controle. O período de hiperinflação no Brasil ocorreu entre o final da década de 1980 e
começo dos anos 1990. Naquela época, os preços dos produtos e serviços aumentavam de
forma constante. Por exemplo, você poderia ir ao supermercado pela manhã e comprar um
pacote de arroz por um preço X. Se você voltasse no outro dia, o preço do arroz certamente
já teria subido.
A título de comparação, em 2021 a inflação ficou em 10,06%. Isso já é um valor
bem alto e afeta a população em geral. No entanto, em 1989, a inflação no Brasil bateu
1.782% no ano. Enfim, a hiperinflação corrói o poder de compra, pode provocar recessão
e desvalorização da moeda.
Foram várias as causas da hiperinflação no Brasil e existem várias teses que buscam
explicar os motivos técnicos que causaram a hiperinflação. Para facilitar o entendimento,
vamos focar nos motivos principais da hiperinflação.
No começo dos anos 1960 a economia brasileira não estava muito bem. Por exemplo,
em 1964 a inflação batia os 90% ao ano. Já na década de 1970, após um pequeno período
de estabilização, o gasto público foi enorme em várias obras do governo e teve início o
endividamento externo, com juros variando pra cima. A questão é que o preço do petróleo
subiu muito em certos momentos da década de 1970, o que gerou um reajuste mundial.
Além disso, os EUA também aumentaram a taxa de juros.

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Isso fez com que houvesse uma fuga de capital do Brasil, já que investir o dinheiro
nos EUA se tornou mais atrativo do que no Brasil. Na busca por melhorar as condições
para os investidores e para que fosse mais fácil exportar os nossos produtos, a moeda foi
desvalorizada em 30%. Isso fez com que as dívidas aumentassem ainda mais.
Após o superendividamento a situação econômica do Brasil só piorou. Em 1982 o governo
lançou um programa de estabilização da economia, mas ele não deu certo. As dívidas estavam
bem altas e o FMI interrompeu os empréstimos, por medo de calote. Outra atitude do
governo foi a emissão de títulos de dívida pública para captar recursos com os investidores.
Como esse era um investimento com risco muito alto, os juros oferecidos eram bem altos.
Afinal de contas, se o retorno não fosse alto, ninguém iria querer se arriscar. Como os
títulos públicos estavam oferecendo juros altos, o investimento do setor privado migrou
para o setor público. Isso porque, a rentabilidade oferecida no setor público era mais alta.
Como ninguém mais investia na indústria, houve o aumento do desemprego. Entretanto,
comprometer as contas com juros altos que cresciam de acordo com a inflação foi outro
erro grave.
Desse modo, a dívida interna subiu para 50% do PIB, o que piorou mais ainda os prazos
de pagamento. Em resumo, a economia estava travada e o Brasil estava sem crédito.
Planos econômicos ligados a indexação dos salários à inflação fracassaram durante
o governo Sarney. José Sarney (1985-1990) lançou o Plano Cruzado (1986) procurando
estabilizar a economia do país. Essa nova moeda (Cruzado) valia mil Cruzeiros (moeda
anterior). O Plano cruzado visou congelar os preços e o salários, mas infelizmente a medida
não funcionou como o esperado: a inflação não parava de crescer. Outras tentativas foram
feitas, como por exemplo, o plano econômico Blesser (1987) e o Plano Verão (1989) que deu
origem ao Cruzado Novo. Mas, novamente, fracassaram, deixando um legado de hiperinflação.
As principais medidas do primeiro Plano Cruzado foram colocadas em prática pelo
decretos-leis n.º 2.283 e n.º 2.284, o primeiro de 28 de fevereiro de 1986 e o segundo de
10 de março de 1986. Ficou assim conhecido quando trocou a moeda brasileira do cruzeiro
para o cruzado, cortando três zeros da moeda antiga. Além desta medida, o Plano Cruzado
ficou marcado pelo congelamento de preços e salários na economia. O reajuste dos salários
sempre que a inflação passava dos 20% ao mês, conhecido como “gatilho salarial”.
Ainda no congelamento de preços, o próprio povo foi reconhecido para fiscalizar os
preços praticados. Essas pessoas ficaram conhecidas como “fiscais do Sarney”.
Apesar de controlar a inflação, as primeiras medidas do Plano Cruzado elevaram a
demanda de forma que houvesse escassez de produtos para o consumo.
O segundo Plano Cruzado foi lançado em novembro, também de 1986, como um conjunto
de medidas para estimular a poupança e reajustar os preços. A inflação não é controlada,
voltando a aumentar de forma acentuada no ano seguinte.

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O Plano Bresser veio após o Plano Cruzado, em 12 de junho de 1987. Desta vez, além
de tentar conter a inflação seria preciso evitar a recessão, reequilibrando o balanço de
pagamentos e diminuir o déficit público.
Através de decretos federais, o governo adotou medidas em parte considerada heterodoxa
e outra parte ortodoxa. Algumas delas foram:
• congelamento de preços e salários por um prazo mais curto de 90 dias, com supervisão
dos órgãos de vigilância;
• flexibilização dos preços e do câmbio após os 90 dias;
• criação da URP (Unidade de Referências de Preços) para reajuste salarial após
o congelamento, calculada como a média trimestral do IPC (índice de Preços ao
Consumidor);
• reajustes de tarifas públicas e impostos;
• eliminação de alguns subsídios, como para a produção do trigo e ao crédito agrícola;
• imposição das taxas de juros acima dos níveis de inflação.
Da mesma forma que o Cruzado, este plano econômico previa um congelamento de
preços, porém em um período mais reduzido. A URP serviria como indexador para o reajuste
dos preços com a flexibilização.
O Plano Bresser conseguiu reduzir a inflação por apenas poucos meses. Durante o
primeiro semestre de 1987, antes do Plano Bresser, a inflação acumulada foi de 186,07%.
No segundo semestre em que esteve em prática o acumulado foi de 62,88%. Entretanto,
a inflação anual foi de 365,96%, maior valor registrado até então, sendo que no mês de
dezembro voltou aos dois dígitos ao atingir os 14% no mês.
O ministro Bresser-Pereira pediu demissão no final deste mesmo ano, sendo substituído
por Maílson da Nóbrega que veio a realizar o próximo plano econômico: Plano Verão.
O Plano Verão ficou assim conhecido quando entrou em prática em 15 de janeiro de
1989, cerca de um ano e meio após o Plano Bresser.
Comandado pelo ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega, foi um plano econômico
para um período mais curto onde foi extinta a URP da medida anterior e houve um novo
congelamento de preços. Neste plano houve uma reforma monetária que trocou o Cruzado
para o Cruzado Novo, cortando mais três zeros da moeda antiga. Da mesma forma que o
Plano Bresser, este gerou problemas com a atribuição de rendimentos para a caderneta de
poupança, além de controlar a inflação por um período muito curto. Naquele mesmo ano,
o Brasil passou a sofrer com a hiperinflação quando atingiu o acumulado de 1.764,87%.
Com o Plano Verão as taxas de juros ficaram ainda mais altas e o risco de calote da
dívida pública subiu. Além disso, a indexação de preços com base no índice de inflação
também não conseguia impedir a subida de preços. Por exemplo, o preço de um pacote de
feijão ficava preso ao valor da inflação do mês anterior. Logo, ele só poderia ser ajustado
quando fosse definido o novo valor da inflação do mês. No entanto, na prática, o preço dos
produtos subia todos os dias e a tentativa de segurar os preços não deu certo.
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1.1.7.2. GOVERNO COLLOR


Nas eleições presidenciáveis de 1989, a primeira da Nova República, Fernando Collor de
Melo foi eleito para um governar por 4 anos, derrotando Luís Inácio Lula da Silva (PT). Sua
vitória se deve, em grande medida, à propaganda jornalística das emissoras de televisão.
Aliás, devo destacar a edição do último debate presidencial, claramente manipulado,
apresentado no Jornal Hoje, na hora do almoço.
Collor prometeu melhorar a vida dos brasileiros (chamados por ele de “pés-descalços” e
“descaminhados”). Entretanto, uma de suas primeiras medidas foi o confisco da poupança
dos brasileiros, com o discurso de que visava o combate à inflação pela diminuição do
consumo. Chegou a impedir a circulação de 80% dos capitais no país. Obviamente o efeito
foi dos piores, já que a economia estagnou.
A inflação subia sem parar, mas isso era só o começo. O Plano Collor foi criado ainda no
primeiro ano da administração do ex-presidente Collor, no ano de 1990, e recebeu o nome
oficial de “Plano Brasil Novo”. Contudo, ficou popularmente conhecido como Plano Collor.
Sua grande marca, foi o bloqueio da liquidez por meio dos depósitos em contas de
poupanças e também em aplicações financeiras. Este processo ficou mais conhecido como
“confisco” e gerou controvérsias devido à limitação de saques para apenas 50 mil cruzeiros.
Este processo fazia parte da reforma monetária em que haveria a passagem do Cruzado
Novo para o Cruzeiro. Além disso, o projeto incluía o congelamento de preços e salários
à semelhança de outros planos e a criação do imposto IOF (Imposto Sobre Operações
Financeiras).
A inflação não se reduziu como esperado e o Plano Collor foi seguido pelo Plano Collor
II, em 1991. Houveram novos congelamentos de preços na economia, mas que apenas
reduziram a inflação por um curto prazo.
O confisco da poupança e o não controle da inflação desgastaram a popularidade de
Collor. Tudo piorou quando seu próprio irmão Pedro Affonso Collor de Mello fez uma
denúncia de um esquema de corrupção envolvendo o tesoureiro da campanha política de
Fernando Collor, Paulo Cesar Farias, o PC Farias.
Com o esquema vindo à tona, Collor começou a cair no conceito da população. Sua imagem
ficou muita suja, seu governo estava em declínio constante e o fim de sua presidência já
aproximava.
A população se revoltou contra o Governo de Fernando Collor de Mello. Um movimento
que ganhou o nome de Caras Pintadas saiu às ruas pedindo a renúncia do Presidente. A
câmara dos deputados ouviu e instaurou uma comissão parlamentar de inquérito que
levantou provas contra Collor no Esquema de Corrupção.

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O Congresso Nacional se prontificou a discutir sobre a aprovação do Impeachment de


Fernando Collor, porém, o próprio Presidente pediu renúncia ao cargo em 29 de dezembro
de 1993 e o Governo ficou nas mãos de Itamar Franco, seu vice-presidente.
Mesmo com a renúncia, o tramite do impeachment continuou. Em votação aberta, após
tentativa de manobra do presidente para uma sessão secreta, os deputados votaram: 441
votos a favor (eram necessários 336), 38 contra, 23 ausências e uma abstenção.

1.1.7.3. GOVERNO ITAMAR FRANCO


O governo Itamar Franco ficou marcado por ter realizado um dos grandes feitos da
história recente do país: a estabilização da economia e o controle da inflação. Isso ocorreu
por meio da nomeação de Fernando Henrique Cardoso ao Ministério da Fazenda. O trabalho
dele e de sua equipe de economistas na estabilização da inflação no Brasil efetivou-se por
meio do Plano Real.
Itamar Franco era um político tradicional e tinha uma projeção mais regional do que
necessariamente nacional. Em 1992, tornou-se presidente do Brasil, mas sua trajetória
política era de longa data. Antes da ditadura, ele fazia parte do Partido Trabalhista Brasileiro
(PTB) e, nos anos da Ditadura Militar, filiou-se ao partido de oposição ao regime, o Movimento
Democrático Brasileiro (MDB).
O grande desafio de Itamar Franco na presidência foi o mesmo de Sarney e Collor: a
crise econômica e a alta da inflação. Essa crise arrastava-se desde a década de 1980, e
o Brasil havia passado por uma série de planos econômicos – todos fracassados –, havia
mudado de moeda diversas vezes, mas a inflação continuava alta. Em 1992, por exemplo,
a inflação atingiu 1109%.
Durante os primeiros meses de seu governo, Itamar Franco patinou na questão econômica.
Ele nomeou três pessoas para o Ministério da Fazenda – Gustavo Krause, Paulo Haddad e
Eliseu Resende – e nenhum dos indicados conseguiu resolver os problemas da economia
brasileira. Essas nomeações aconteceram entre outubro de 1992 e maio de 1993.

024. (FGV/VESTIBULAR/2012) Recentemente, em julho de 2011, faleceu o ex-presidente


Itamar Franco. A respeito da sua chegada ao poder e do seu governo, é correto afirmar:
a) Venceu Luiz Inácio Lula da Silva no primeiro turno das eleições disputadas em 1994,
graças ao sucesso do Plano Real, implementado no governo de Fernando Henrique Cardoso.
b) Venceu Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 1989 e organizou um governo de coalizão
nacional, do qual participaram todos os demais partidos políticos brasileiros, inclusive o PT.

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c) Assumiu a presidência após o processo de impeachment do presidente Fernando Collor


de Mello e, com seu ministro Fernando Henrique Cardoso, implementou o Plano Real.
d) Foi eleito em janeiro de 1985, em eleição direta pelo colégio eleitoral, e organizou um
governo de reformas políticas e econômicas que permitiram sua reeleição em 1994.
e) Foi eleito em 1994 devido ao sucesso do Plano Real implementado no governo do presidente
Fernando Henrique Cardoso, do qual participou como ministro da Fazenda.

Itamar Franco assumiu a presidência após o impeachment de Fernando Collor de Melo.


Letra c.

Em maio de 1993, Itamar nomeou FHC para o Ministério da Fazenda; Itamar já havia
realizado três trocas no comando do ministério em apenas sete meses. Devido a hiperinflação,
que chegou a 2400 por cento em 1993, o Ministério da Fazenda era o cargo de maior
visibilidade do governo.
Para elaborar um plano de combate à inflação, o novo ministro reuniu um grupo de
economistas no qual se destacam Persio Arida, André Lara Resende, Chico Lopes, Gustavo
Franco, Pedro Malan, Edmar Bacha e Winston Fritsch. Nascia, assim, o Plano Real.
O Plano Real foi dividido em três fases, começando pelos ajustes das contas do governo:
• Ajustes fiscais e reforma monetária com a criação do Cruzeiro Real;
• Criação da Unidade Real de Valor (URV), em 28 de fevereiro de 1994;
• Extinção do Cruzeiro Real e conversão da URV no Real como moeda oficial.
Na primeira fase, o governo implantou o Programa de Ação Imediata (PAI) para que
houvesse a diminuição dos gastos e o aumento das receitas públicas. Neste programa foram
feitos privatizações, cortes de gastos e combate à evasão fiscal para que a arrecadação
fosse maior.
Na segunda fase houve a criação de uma “moeda virtual” que ficou conhecida como
URV (Unidade Real de Valor). Os preços e contratos tinham um valor fixo nela e podiam ser
convertidos em Cruzeiro Real, a moeda da época. O valor para conversão era diariamente
atualizado conforme o Cruzeiro Real se desvalorizava com a inflação. A URV serviu para que
houvesse uma desindexação na economia e os preços deixassem de ser remarcados em um
período muito curto, como era anteriormente.
A terceira fase ocorreu com a transição do Cruzeiro Real para o Real, por meio da URV.
Este processo ocorreu oficialmente em 1 de julho de 1994, quando 1 URV já valia 2750.
Os excessos de gastos feitos pelo governo e a recorrente emissão de moeda eram
grandes responsáveis pela hiperinflação, principalmente entre as décadas de 1960 e 1990.
No Plano Real, os economistas se preocuparam em cuidar destes excessos antes que uma
reforma monetária fosse feita.
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O Plano Real também utilizou da política cambial para indexar a nova moeda ao dólar
americano, uma moeda com inflação bem reduzida. Grandes reservas em dólares foram
criadas, garantindo que R$1 pudesse valer US$ 1.

025. (ESA/2013) O Plano Collor e Plano Real, apesar das diferenças de épocas, possuem em
comum o fato de
a) estabelecerem metas de construção de usinas hidrelétricas, postos de extração de
petróleo, rodovias e outras grandes obras públicas.
b) trazerem excelentes resultados econômicos e sociais, comprovando a boa capacidade
brasileira no planejamento público.
c) serem políticas estatais de intervenção na regulação da moeda nacional.
d) terem estabelecido controle de preços como o Plano Cruzado.
e) terem proposto reformas no Ministério de Educação aplicando a nova Lei de Diretrizes
e Bases da Educação.

O Plano Collor e o Plano Real foram medidas de regulação do valor da moeda, criando novos
nomes e corrigindo valores estabelecendo regras de uso do dinheiro.
Letra c.

1.1.7.4. GOVERNO FHC (1995-2002)


Com a elaboração do Plano Real, Fernando Henrique Cardoso ganhou uma enorme
credibilidade com a população que, como reconhecimento deu a ele a vitória nas urnas em 1994.
Fernando Henrique assumiu a cadeira de Presidente do Brasil no dia 1 de Janeiro de
1995. No Final de 1998, FHC se candidatou novamente e derrotou mais uma vez o candidato
Luís Inácio Lula da Silva. O Governo de FHC ficou no poder até o ano de 2002.
A economia adotada pelo Presidente Fernando Henrique em seu segundo mandato levou
o Brasil a recorrer ao FMI (Fundo Monetário Internacional) e isso levou à desvalorização da
Moeda Real.
Seu governo é creditado com o fornecimento de estabilidade econômica de um país
marcado por anos de hiperinflação. Ao mesmo tempo, as crises econômicas no México em
1997, na Ásia Oriental em 1998, na Rússia em 1998 e na Argentina em 2002 reduziram as
perspectivas de crescimento econômico durante a sua presidência.

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Foi também durante sua administração que muitas empresas estatais foram privatizadas
e que agências reguladoras foram criadas pela primeira vez para fiscalizar e regular muitos
setores da indústria (energia, petróleo, aviação etc.).
A administração de Fernando Henrique Cardoso também colocou um forte foco nas
relações exteriores. Além de aderir à Organização Mundial do Comércio (OMC) e participar
da Rodada Uruguai, o Brasil participou da missão de paz da INTERFET no Timor-Leste.

026. (CESGRANRIO/IBGE/PEDAGOGO/2010) Nos últimos trinta anos, pudemos acompanhar


o acirramento do neoliberalismo, especialmente a partir da queda do Muro de Berlim. No
campo da Educação, as bases econômico-pedagógicas que marcam esse período estão
situadas no neoprodutivismo, que tem como uma de suas características o(a)
a) pleno emprego associado à instalação de grandes corporações globais que demandam
a educação de mão de obra altamente qualificada.
b) preparo de um trabalhador cada vez mais especializado para lidar com tecnologias leves,
por meio de um processo educacional disciplinarizado.
c) equilíbrio econômico como fator para a consecução de políticas públicas que visem ao
bem estar social e ao aprimoramento do capital intelectual.
d) capacidade do Estado no desenvolvimento de políticas que objetivem a realização de
uma educação pública de efetiva qualidade.
e) ênfase nas capacidades e competências que cada pessoa deve adquirir no mercado
educacional para atingir uma melhor posição no mercado de trabalho.

A questão aborda o tema do neoliberalismo e suas implicações no campo da Educação,


especificamente no contexto do neoprodutivismo. O foco principal é identificar uma
característica do neoprodutivismo na educação, que é um reflexo do neoliberalismo. O
neoliberalismo é uma teoria econômica que propõe a redução do papel do Estado na
economia, favorecendo a livre iniciativa privada. No campo da educação, isso se traduz
em uma ênfase na formação de indivíduos para o mercado de trabalho, com foco em
competências e habilidades específicas.
Letra e.

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1.1.7.5. GOVERNO LULA (2003-2010)


Após os oito anos do governo de Fernando Henrique Cardoso, em 2002 elege-se presidente
da República o ex-metalúrgico Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT),
tradicional partido de esquerda brasileiro. Lula aumenta a abrangência dos projetos sociais,
transformando o Bolsa-Escola em Bolsa-Família e criando novos programas, como o Prouni.
Em 2006, Luiz Inácio Lula da Silva é reeleito presidente da República.
Durante o governo Lula houve uma estabilidade macroeconômica que reduziu as taxas
de inflação e de juros e aumentou a renda per capita, colocando o país em uma lista dos
países mais promissores do mundo, ao lado de China, Rússia, Índia e África do Sul (chamados
de BRICS). Contudo, diferenças remanescem ainda entre a população urbana e rural, os
estados do norte e do sul, os pobres e os ricos.
A economia se desenvolveu com uma indústria e agricultura mais sofisticadas, e um
setor de serviços em expansão. As recentes administrações expandiram a inserção do país no
mercado mundial, com saltos de investimentos e produtividade em alguns setores, como o
de telecomunicações e automobilístico, mas ainda deixando a desejar na eficiência de portos
marítimos, estradas de ferro, geração de eletricidade, aeroportos e outros melhoramentos
da infraestrutura, o que reduziria o chamado “custo Brasil”.
O país começou a se voltar para as exportações em 2004, e, mesmo com um real valorizado
e a crise internacional, atingiu em 2008 exportações de US$ 197,9 bilhões, importações de
173,2 bilhões de dólares, o que colocou o país entre os 19 maiores exportadores do planeta.
O tamanho prestígio do sucesso do Governo Lula, permitiu que o presidente elegesse
Dilma Rousseff. Mas escândalos de corrupção, como o Mensalão, é mostra de que nem tudo
foram flores durante o período.

Mensalão é o nome dado ao escândalo de corrupção política mediante compra de votos de


parlamentares no Congresso Nacional do Brasil, que ocorreu entre 2005 e 2006. O caso teve
como protagonistas alguns integrantes do governo do então presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, membros do Partido dos Trabalhadores (PT), Popular Socialista (PPS), Trabalhista
Brasileiro (PTB), República (PR), Socialista Brasileiro (PSB), Republicano Progressista (PRP),
Progressista (PP), e do Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Sendo objeto da ação
penal de número 470, movida pelo Ministério Público no Supremo Tribunal Federal (STF).

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027. (FGV/VESTIBULAR/2017) Sobre os fatores responsáveis pelo aumento da importância


do Brasil como ator internacional, durante o Governo Lula (2003- 2010), analise as
afirmativas a seguir.
I – O crescimento econômico da China e o consequente aumento da participação desse país
nas exportações brasileiras.
II – O aumento da demanda das economias emergentes por bens produzidos pelo Brasil.
III – A desvalorização do real frente ao dólar, o que impulsionou as exportações.
Está correto o que se afirma em:
a) II, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

Não houve desvalorização significativa do real em relação ao dólar durante o governo Lula.
Letra b.

1.1.7.6. GOVERNO DILMA ROUSSEFF (2011-2016)


Em outubro de 2010, em segundo turno, o Brasil elege pela primeira vez uma mulher
como Chefe do poder executivo. Dilma Rousseff (mineira de Belo Horizonte) tomou posse
do cargo de Presidente da República Federativa do Brasil, prestando, assim como os demais
presidentes eleitos na Nova República, juramento solene perante o Congresso Nacional em
1º de janeiro de 2011.
Dilma deu continuidade aos programas do governo Lula tais como. O Luz para Todos,
que beneficiou mais de 3 milhões de famílias até 2013, a segunda fase do PAC que foram
disponibilizados recursos na ordem de R$ 1,59 trilhão em uma série de investimentos, tais
como transportes, energia, cultura, meio ambiente, saúde, área social e habitação, e do
programa Minha Casa, Minha Vida que obteve investimentos na cifra de R$ 34 bilhões da
qual foram construídas 1 milhão de moradias na primeira fase, e 2 milhões de moradias
com investimentos de R$125,7 bilhões na segunda fase do programa.
Em junho de 2013, irromperam no país inúmeras manifestações populares, quando
milhões de pessoas saíram às ruas em todos os estados para contestar os aumentos nas
tarifas de transporte público, a truculência das policiais militares estaduais, além de outras

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reivindicações. Entre os principais desafios do país para o futuro estão um salto qualitativo
na educação e saúde, a desburocratização do empreendedorismo e uma resposta eficiente
aos crescentes problemas de segurança pública e favelização dos centros urbanos.
Tais manifestações resultaram em julho de 2013 no lançamento do programa mais
médicos que teve como objetivo levar 15 mil profissionais da saúde para atender regiões
carentes do Brasil.
Em 2014, o Brasil sedou a Copa do Mundo de futebol. No final do primeiro governo de
Dilma, é deflagrada a Operação Lava Jato, do qual é apurado um esquema de lavagem
de dinheiro que movimentou mais de 10 bilhões de reais, sendo considerado pela polícia
federal o maior esquema de corrupção da história do Brasil.
Após as polarizadas eleições presidenciais de 2014, Rousseff é reeleita com 51,64%
dos votos válidos, ao derrotar em segundo turno o candidato Aécio Neves. Durante a
campanha eleitoral, um acidente aéreo vitimou o candidato Eduardo Campos do PSB. Em
março de 2015 novos protestos acontecem em vários estados principalmente contra a
corrupção, especialmente por conta da Operação Lava Jato conduzida pela Polícia Federal.
Como efeito da enorme e crescente insatisfação popular com o governo, a base política
da presidente foi se deteriorando e um processo de impeachment contra a presidente é
iniciado em dezembro do mesmo ano com base em acusações das chamadas “pedaladas
fiscais” cometidas em seu governo.
O ato causa grande controvérsia e divide o país entre grupos antigovernistas
(majoritariamente de direita) e pró-governo (majoritariamente de esquerda). Em 17 de
abril de 2016, a Câmara dos Deputados aprova o início do processo de impeachment, que
a partir de então é encaminhado para análise no Senado.
Dilma Rousseff terminou seu mandato em meio à maior crise econômica da história do
Brasil com inflação em 2015 a 10,67%, taxa de desemprego em setembro de 2016 a 11,8%,
atingindo 12 milhões de brasileiros e queda do PIB em dois anos consecutivos: 2015 queda
de 3,8% e 2016 um recuo de 3,6%.

1.1.7.7. GOVERNO TEMER (2016-2018)


No dia 12 de maio de 2016, o Senado Federal aprova a admissibilidade do processo
por 55 votos a favor, 22 contra e 2 abstenções. A Presidente Dilma Rousseff é afastada do
exercício do cargo e o vice-presidente Michel Temer assume interinamente até o julgamento
no Senado presidido pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski.
O Brasil sedia, em agosto e setembro, os Jogos Olímpicos e os Jogos Paralímpicos de Verão
de 2016, respectivamente. No dia 31 de agosto de 2016, o Senado aprova o impeachment
de Dilma Rousseff com 61 votos favoráveis e 20 contrários e cassa o mandato de Dilma. O
vice-presidente Michel Temer é então empossado no cargo como Presidente da República
em virtude da vacância do cargo.

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Definido pelo próprio Temer como um governo “reformista”, Temer utiliza seu grande
apoio do Congresso Nacional para produzir uma agenda de reformas polêmicas, tais como
o teto dos gastos públicos, reforma do ensino médio, trabalhista e a da previdência, essa
por última suspensa em 2018, tanto pela falta de votos (apoio no Congresso) como também
pela intervenção federal no Rio de Janeiro, cujo período de vigência impede, por força de
lei, que a reforma fosse aprovada.
Em dezembro de 2018 é decretado intervenção federal em Roraima com objetivo
de amenizar a situação da segurança interna e da crise financeira do estado. Ambas as
interversões foram encerradas no fim do governo Temer. A equipe econômica do governo,
chefiada pelo Ministro da Fazenda Henrique Meirelles, tem sucesso no controle da inflação,
mas o país mantém alta na taxa de desemprego, que atinge 13,7% da população em
Abril de 2017.
Em maio de 2017, após um ano de governo, Temer se vê envolvido em novos escândalos,
especialmente após gravação do sócio do grupo J&F, Joesley Batista. Temer e seu assessor
especial, o deputado Rodrigo Rocha Loures, supostamente negociaram vantagens indevidas
com o grupo, pelas quais Rodrigo é filmado e posteriormente preso por receber propina.
Devido a crescente onda de violência no Brasil, em junho de 2018 o presidente sanciona
a lei que cria o SUSP, vinculado ao recém-criado Ministério da Segurança Pública sob o
comando do ministro Raul Jungmann. Tal medida tem como objetivo unificar em todo o
país o combate a violência e a criminalidade. Michel Temer termina seu mandato com a
maior rejeição desde a ditadura militar, sendo considerado ruim ou péssimo para 62% da
população.

1.1.7.8. GOVERNO BOLSONARO


Em 2018, Jair Messias Bolsonaro (Coligação Brasil Acima de Tudo, Deus Acima de Todos
– PSL/PRTB) venceu as eleições com 57.797.847 votos contra 47.040.906 votos de Fernando
Haddad do PT. O governo Bolsonaro foi marcado pela polarização política. Além disso, as
instituições e as urnas eletrônicas passaram a ser questionadas.
No plano externo, houve um radical distanciamento de governos de esquerda na América
Latina, o que acarretou um esfriamento nas negociações do Mercosul, além de ataques
do Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, contra a China, apesar de esta ser o
maior parceiro comercial do Brasil. Bolsonaro também se envolveu em polêmicas durante
a crise sanitária da Covid-19.
Ainda durante o governo Bolsonaro, foram editados mais de 40 decretos para facilitar
o acesso da população civil às armas. Segundo o Instituto Sou da Paz, o mercado registra
média de aproximadamente 1.300 armas compradas por dia por brasileiros.

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Durante o governo Bolsonaro (2018-2022), foi realizada a reforma da previdência,


e o Ministro da Economia, Paulo Guedes, adotou um discurso de responsabilidade fiscal,
apesar de o governo ter furado o teto dos gastos 5 vezes ao longo de seus quatro anos.
Adotando uma política liberal, ele conseguiu também a autonomia do Banco Central, de
modo que a instituição passou a ter maior liberdade para atuar no controle da inflação,
sem interferências do Planalto. No campo social, houve o implemento do Auxílio Brasil,
uma continuação do auxílio emergencial distribuído durante a crise sanitária da Covid-19.
O governo Bolsonaro se encerra deixando um orçamento inviável para cumprimento
de compromissos correntes, como pagamento de residências a médicos, para o custeio
das universidades e para o próprio Auxílio Brasil. Sobre a economia em 2022, tem-se
números positivos, como a diminuição da taxa de desemprego e o, ainda que modesto,
crescimento do PIB.

O crescimento de 0,4% do PIB no terceiro trimestre reflete o desempenho positivo das três
grandes atividades econômicas (agropecuária, indústria e serviços) e de todos os componentes
da demanda. Apesar desse desempenho positivo o resultado do terceiro trimestre mostra
perda de força da economia, por apresentar taxa de crescimento menor do que as observadas
no primeiro e no segundo trimestre do ano.5

028. (ESPCEX/2016) Diante do impasse econômico-financeiro no país e de circunstâncias


internacionais, os governos brasileiros, no período de 1986 a 1994, tentaram reverter esta
situação combatendo a inflação e procurando retomar o crescimento através de vários planos
econômicos que foram implementados naquela época. Para a conquista da estabilização
econômica, foram implantados os seguintes planos econômicos:
1. Plano Cruzado
2. Plano Collor
3. Plano Real
4. Plano Verão
5. Plano Bresser
A sequência cronológica correta dos planos listados é
a) 4, 2, 3, 1 e 5
b) 3, 5, 4, 1 e 2
c) 5, 2, 1, 4 e 3

5
Disponível em: https://g1.globo.com/economia/noticia/2022/11/21/economia-brasileira-cresce-04-no-3º-trimestre-
-aponta-monitor-do-pib-da-fgv.ghtml

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d) 2, 4, 1, 5 e 3
e) 1, 5, 4, 2 e 3

A banca pede para assinalar a alternativa que indica a ordem cronológica correta dos planos.
Assim, a única alternativa possível é a letra e. No governo Sarney, os planos criados foram o
Cruzado (1986), Bresser (1987) e Verão (1989). O Plano Collor é criado em 1990, enquanto
o Plano Real, com Fernando Henrique Cardoso sendo Ministro da Fazenda do presidente
Itamar Franco, é criado em 1993. Como todas as outras alternativas não são iniciadas por
1, tornam-se automaticamente incorretas.
Letra e.

1.1.7.9. A DEMOCRATIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO


A Constituição de 1988 trouxe inovações para a educação brasileira. No Título VIII, Capítulo
III, Seção I, encontram-se, nos artigos 205 a 214, os princípios, diretrizes e finalidades
da Educação Nacional. Veja:

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para
o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas
e privadas de ensino;
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade;
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos
termos de lei federal.
Parágrafo único. A lei disporá sobre as categorias de trabalhadores considerados profissionais
da educação básica e sobre a fixação de prazo para a elaboração ou adequação de seus planos
de carreira, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I - ensino fundamental obrigatório e gratuito, assegurada, inclusive, sua oferta gratuita para
todos os que a ele não tiverem acesso na idade própria;
II - progressiva universalização do ensino médio gratuito;
III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente
na rede regular de ensino;
IV - educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 (cinco) anos de idade;

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V - acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a
capacidade de cada um;
VI - oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
VII - atendimento ao educando, no ensino fundamental, através de programas suplementares
de material didático-escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2º O não-oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público, ou sua oferta irregular,
importa responsabilidade da autoridade competente.
§ 3º Compete ao poder público recensear os educandos no ensino fundamental, fazer-lhes a
chamada e zelar, junto aos pais ou responsáveis, pela freqüência à escola.
Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e
os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida
a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino.
§ 1º A parcela da arrecadação de impostos transferida pela União aos Estados, ao Distrito Federal
e aos Municípios, ou pelos Estados aos respectivos Municípios, não é considerada, para efeito
do cálculo previsto neste artigo, receita do governo que a transferir.
§ 2º Para efeito do cumprimento do disposto no caput deste artigo, serão considerados os
sistemas de ensino federal, estadual e municipal e os recursos aplicados na forma do art. 213.
§ 3º A distribuição dos recursos públicos assegurará prioridade ao atendimento das necessidades
do ensino obrigatório, nos termos do plano nacional de educação.
§ 4º Os programas suplementares de alimentação e assistência à saúde previstos no art. 208,
VII, serão financiados com recursos provenientes de contribuições sociais e outros recursos
orçamentários.
§ 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social
do salário-educação, recolhida pelas empresas na forma da lei.
§ 6º As cotas estaduais e municipais da arrecadação da contribuição social do salário-educação
serão distribuídas proporcionalmente ao número de alunos matriculados na educação básica
nas respectivas redes públicas de ensino.
Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração plurianual, visando à
articulação e ao desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis e à integração das ações do
poder público que conduzam à:
I - erradicação do analfabetismo;
II - universalização do atendimento escolar;
III - melhoria da qualidade do ensino;
IV - formação para o trabalho;
V - promoção humanística, científica e tecnológica do País. 6

6
www6.senado.gov.br/con1988/index.htm

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029. (CESGRANRIO/UNIRIO/TÉCNICO EM ASSUNTOS EDUCACIONAIS/2019) A matrícula, no


ensino superior público, historicamente tem sido alcançada apenas por um setor específico
da sociedade. Porém, desde a ampliação do ingresso na escola básica e da institucionalização
das cotas para diversos setores sociais, esse cenário sofreu modificações.
Nesse sentido, a Gestão do Conhecimento voltada para a ampliação do espaço universitário
e do direito à educação superior deve demonstrar comprometimento com a
a) evasão
b) democratização
c) centralização
d) autocracia
e) meritocracia

A democratização do ensino superior é um dos principais compromissos da Gestão do


Conhecimento, pois visa garantir o acesso e permanência de todos os setores da sociedade
na universidade.
Letra b.

Em 1990, no governo Collor de Mello foram implantados os Centros Integrados de


Apoio à Criança – CIACs, com proposta semelhante aos Centros Integrados de Educação
Pública – CIEPs, criados em 1982, no Rio de Janeiro, durante o governo de Leonel Brizola.
Quando Itamar Franco assumiu a Presidência, eles foram denominados de Centro de
Atenção Integrada à Criança e ao Adolescente – CAICs. Esses centros tinham como missão
oferecer educação diversificada, em tempo integral.
Aconteceram muitos debates e discussões entre educadores e grupos organizados da
sociedade sobre a criação de uma nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
– LDB, que fosse coerente com a nova Constituição e atendesse aos anseios de prática
democrática da sociedade atual.
Em 1992, o Senador Darcy Ribeiro apresentou o Projeto da LDB, que foi aprovado em
dezembro de 1996. Surgiu assim a Lei n. 9.394/96 que propiciou uma série de inovações, tais
como: práticas democráticas de gestão escolar; maior autonomia das escolas para a definição
e implantação de seu projeto pedagógico; ampliação de vagas para ingresso e permanência
dos alunos na escola; e vários programas como o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento
do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério – FUNDEF, Programa de Avaliação
Institucional – PAIUB, Exame Nacional do Ensino Médio – ENEM. Além disso houve a

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(...) elaboração dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs); fortalecimento do Sistema Nacional
de Avaliação da Educação Básica (Saeb); implantação do Programa de Avaliação Seriada (PAS);
consolidação e ampliação de programas federais permanentes, como o Programa Nacional de
Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD); (...) Programa Dinheiro
Direto na Escola; Programa TV Escola; Programa Nacional de Informática na Educação (Proinfo);
e o Programa de Formação de Professores em Exercício (Proformação). (VIEIRA, 2002, p. 32)

A atual LDB estabelece o reconhecimento de estudos e experiências obtidas pelo


aluno fora da escola regular. Apesar destas inovações, a educação continua sendo uma das
grandes responsáveis pelas desigualdades econômicas e sociais. Ainda se verifica de forma
acentuada, a valorização do saber teórico sobre o prático.
Houve ampliação do número de vagas e matrículas nas escolas, mas ainda é pouca a
qualidade do ensino. Em 2002, uma avaliação revelou que 59% dos estudantes que concluíram
a 4ª série do Ensino Fundamental não dominavam a leitura e a escrita. O “fracasso escolar”
ainda não foi superado. A solução para este problema envolve fatores internos e externos
à escola. Dentre os fatores internos, podemos destacar o elevado número de reprovações,
a falta de material didático-pedagógico, o despreparo dos professores. Como fatores
externos, podemos citar a dificuldade de transporte, choque cultural e necessidade de
trabalho do discente.

030. (CESGRANRIO/SEE SP/PROFESSOR ENSINO FUNDAMENTAL/2005) A participação da


sociedade civil nas decisões públicas é um indicativo do processo de democratização que o
Brasil vem atravessando, o que pode ser verificado no campo da educação. A descentralização
do poder público, produto da transição democrática, pode encobrir, contudo, uma relação
autoritária, especialmente em contexto de políticas neoliberais, porque
a) diminui a ação estatal na área do bem-estar social tendo em vista a redução das despesas
públicas.
b) introduz a participação dos cidadãos nas políticas sociais reivindicatórias, buscando
relações não hierarquizadas.
c) atende às demandas sociais envolvendo paritariamente o Estado e a sociedade na busca
de soluções para os problemas.
d) distribui competências e articulações entre diversos níveis de governo sem qualquer
intervenção da sociedade.
e) aproxima a sociedade civil do Estado, possibilitando uma prestação de serviços equânime
e universal.

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As políticas neoliberais visam a diminuição do estado de bem-estar social, considerado


uma despesa, a fim de sanear o estado.
Letra a.

Em 2004, foi criado pela Lei n. 11.096/2005 o Programa Universidade para Todos
(Prouni) que oferece bolsas de estudo integrais ou parciais para alunos que não têm condições
financeiras de estudar em instituições privadas de educação superior. Convém citar que há
outro programa do MEC que possibilita o financiamento de cursos superiores não gratuitos:
o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES). O pagamento do financiamento (com taxa
de juros de 3,4% ao ano) seria parcelado e após o término do curso.
Até 2009, o governo Lula havia criado onze universidades públicas federais. Logo,
passaram a ser ofertadas ao todo mais de cem mil vagas gratuitas em educação superior.
Contudo, há críticas sobre a dificuldade de repasse de recursos que impede a contratação
de servidores (docentes e técnicos), melhoria da infraestrutura e compra de materiais e
equipamentos. Com a assinatura do Decreto 7.233, de 19 de julho de 2010, espera-se que
haja melhoria na autonomia e gestão dos recursos, a partir de 2011, no Governo da Dilma.

DICA
A Lei de Cotas é uma das principais ações afirmativas do
governo federal. De acordo com dados do Censo da Educação
Superior, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep), 1,1 milhão de estudantes
ingressaram no ensino superior público por meio da lei
entre 2012 e 2022.

O Brasil é um país pluriétnico, pluricultural e mega diverso e, em decorrência disso,


enfrenta tensões socioambientais para as quais a educação é um dos principais meios de
superação. A Base Nacional Curricular Comum (BNCC) dá destaque a dois dispositivos
legais: a Agenda 2030 da ONU e as Diretrizes Nacionais em Educação para os Direitos
Humanos, documentos de ampla repercussão na vida cotidiana dos cidadãos na medida
em que orientam a sociedade em suas relações internas e com o mundo (BRASIL, 2007;
2013; 2018a, p. 8; ONU, 2015).
A articulação nacional e internacional busca reforçar as garantias constitucionais, não
apenas à educação básica como direito fundamental, mas a outros direitos como saúde,
moradia, alimentação, transporte, meio ambiente, segurança, além da proteção contra a
violência de gênero, de raça, de credo, de orientação sexual, de cultura, entre outras.

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No âmbito da diversidade, percebe-se que a discriminação étnico-racial assola populações


negras, indígenas, quilombolas, ciganas, campesinas, bem como pessoas com deficiência,
pessoas em situação de rua, de imigração ou refúgio e aquelas que se distanciam da
heteronormatividade, assim como estudantes privados de liberdade, tanto do sistema
socioeducativo como do prisional.
Quanto às questões étnico-raciais, as Leis Federais n. 10.639/2003 e n. 11.645/2008
dispõem sobre a obrigatoriedade do ensino de história e cultura africana, afro-brasileira e
indígena na Educação Básica, visando o contraponto às narrativas hegemônicas colonialistas,
eurocêntricas, excludentes e assimétricas.
As desigualdades de gêneros presentes em nossa sociedade e as violências a partir delas
perpetradas contra nossas meninas, mulheres e pessoas LGBTQI+ são estruturantes para
as relações de poder que se estabelecem dentro e fora do ambiente escolar.

LEI n. 10.639, DE 9 DE JANEIRO DE 2003.


Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade
da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, e dá outras providências:

Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-
se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.
§ 1º O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História
da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na
formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social,
econômica e política pertinentes à História do Brasil.
§ 2º Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de
todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e História
Brasileiras.
Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da Consciência
Negra’.

031. (QUADRIX/SEDF/PROFESSOR SUBSTITUTO–HISTÓRIA/2018) O nascimento do Brasil


como Estado Nacional, na primeira metade do século XIX, coincide com o esforço das elites
locais para estabelecer uma identidade nacional brasileira. Com o advento da República,

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em 1889, vê‐se a preocupação de buscar no passado elementos que legitimassem a nova


ordem. É na Era Vargas (1930‐1945), especialmente durante a ditadura do Estado Novo
(1937‐1945), contudo, que o projeto de afirmação da nacionalidade adquire foros de algo
sistemático, conduzido pelo governo central.
Tendo as informações acima como referência inicial e considerando a amplitude do tema
abordado, julgue o item.
Conforme disposição legal, a disciplina história da África, a ser ministrada em todos os
níveis de ensino, deve se restringir, fundamentalmente, ao estudo da escravidão.

De acordo com a legislação deve-se abordar questões culturais, sociais e políticas,


ultrapassando o mero estudo estereotipado do negro como escravo.
Errado.

O Ensino Médio sofreu alterações que começaram a ser implementadas em 2022. Veja:

Lei n. 13.415, de 2017, conhecida como Lei do Novo Ensino Médio, alterou a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação (LDB), e o currículo do Ensino Médio passou a ser composto pela Base Nacional
Comum Curricular (BNCC) e por Itinerários Formativos, conforme o artigo 4º.
Art. 4º O art. 36 da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com as seguintes
alterações:
“Art. 36. O currículo do ensino médio será composto pela Base Nacional Comum Curricular e por
itinerários formativos, que deverão ser organizados por meio da oferta de diferentes arranjos
curriculares, conforme a relevância para o contexto local e a possibilidade dos sistemas de
ensino, a saber:
I - linguagens e suas tecnologias;
II - matemática e suas tecnologias;
III - ciências da natureza e suas tecnologias;
IV - ciências humanas e sociais aplicadas;
V - formação técnica e profissional.
§ 1º A organização das áreas de que trata o caput e das respectivas competências e habilidades
será feita de acordo com critérios estabelecidos em cada sistema de ensino.7

7
https://www.gov.br/mec/pt-br/acesso-a-informacao/institucional/secretarias/secretaria-de-educacao-profissional/
iftp-itinerario-da-formacao-tecnica-e-profissional

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Como vimos anteriormente, a BNCC propõe a interdisciplinaridade no Ensino Médio


dividindo o conhecimento escolar por conjunto de disciplinas.
A existência de Eixos Transversais no currículo diz respeito à compreensão que os
estudantes necessitam ter para vivenciar e experimentar as diversas questões em suas
relações sociais, que ora não devem ser esquecidas ou silenciadas na escola.

Acompanhando a perspectiva de uma educação que respeite as especificidades e esteja atenta à


evolução da vida em sociedade, os Eixos Transversais devem permear todas as práticas pedagógicas,
abordando temáticas crítico-reflexivas que tornam o currículo mais humanizado, além de permitir
pensar a integralidade e a inclusão de todas as pessoas. Isto diz respeito especialmente àquelas
historicamente excluídas e marginalizadas, o que demanda capacidade de discussão e estudo
por todos os profissionais da educação. (...) os Eixos Transversais Educação para a Diversidade,
Cidadania e Educação em e para os Direitos Humanos e Educação para a Sustentabilidade buscam
uma unidade integradora para o currículo e demonstram a importância das narrativas da população
negra e indígena, das mulheres e crianças, da luta camponesa e quilombola, dentre tantas outras
historicamente excluídas dos currículos escolares. Ademais, esta Secretaria entende tais eixos
como questões perenes e indispensáveis à consolidação da democracia e do Estado de Direito.8

8
DISTRITO FEDERAL. https://www.educacao.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2019/08/Curriculo-em-Movimento-do-No-
vo-Ensino-Medio-V4.pdf

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Veja os Eixos Transversais para todas as áreas do Ensino Médio:


• Educação para a diversidade
• Cidadania e educação em e para os Direitos Humanos
• Educação para a sustentabilidade
Nesses termos, para resolver demandas complexas do dia a dia, exercer a cidadania
e atuar no mundo do trabalho, torna-se imprescindível a perspectiva dialógica entre
os saberes. Nela, a organização curricular parte de grandes áreas do conhecimento, e o
trabalho interdisciplinar ganha efetividade a partir da interação entre os saberes específicos,
ampliando as possibilidades da formação integral do estudante. Assim, a Formação Geral
Básica é composta pelas seguintes áreas do conhecimento: Linguagens e suas Tecnologias,
Matemática e suas Tecnologias, Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Ciências
Humanas e Sociais Aplicadas.

032. (CESPE/CEBRASPE/PREFEITURA DE SÃO CRISTÓVÃO–SE/PROFESSOR DE EDUCAÇÃO


BÁSICA–HISTÓRIA/2019) Com relação à dinâmica historiográfica e a sua influência no ensino
da história, julgue os itens que se seguem.
A crítica às atividades pedagógicas ligadas à educação para os direitos humanos sustenta-
se com o argumento de que, para proteger uma sociedade de violações graves à dignidade
das pessoas, são suficientes uma boa escolarização e a disseminação de cultura geral

De fato, a educação e a disseminação cultural contribuem para “proteger uma sociedade


de violações graves à dignidade das pessoas”. Mas a educação não pode ser tomada como
única responsável por essa tarefa. Ademais, há uma falha no raciocínio lógico do texto. Se
existem críticas às atividades pedagógicas para os direitos humanos, como poderia afirmar
que essas atividades pedagógicas são suficientes?!
Errado.

Estimado(a), chegamos ao final da apresentação dos conteúdos, sempre com exemplos


de questões para que você se acostume com o “jeito de cobrar” dos examinadores. Mas, a
aula não acabou. Na sequência, estude o resumo e os mapas mentais. Ah, o mais importante:
faça todos os exercícios que listei na seção “Questões de Concursos”. Insisto nesse quesito
porque, além do treinamento, existem temáticas que foram trabalhadas ao longo da aula,
mas que não foram exemplificadas com questões de concursos anteriores.

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Antes de me despedir, peço que avalie esta aula. Sua opinião é fundamental para que
continuemos, aqui no GRAN, a elaborar materiais que lhe auxiliem de verdade na sua
conquista.
Tenho certeza de que fará uma excelente prova!
Abraço,
Professor Daniel

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RESUMO
Educação e seu Contexto Histórico-Social:
• Educação é reflexo de seu contexto:
− Estruturas sociais e econômicas
− Valores culturais e filosofias educacionais
− Eventos históricos
− Políticas governamentais
− Desenvolvimento tecnológico
− Movimentos sociais
Período Colonial (1500-1822):
Jesuítas (1549-1759):
• Criação de escolas de gramática, humanidades e artes, com foco na catequese e
conversão dos indígenas. Formação de clérigos e elites locais.
• Ensino ministrado em latim.
• Educação humanista.
• A expulsão dos jesuítas pelo Marquês de Pombal resulta em uma lacuna na educação
formal.
Escolas Régias e Reformas Pombalinas (1759-1808):
• Criação de escolas régias para substituir as instituições jesuíticas.
• Enfoque na instrução técnica e científica, visando à utilidade prática.
• Influência iluminista nas reformas educacionais.
Chegada da Família Real (1808):
• Abertura de escolas e instituições culturais com a presença da Família Real.
• Fundação da Biblioteca Nacional e da Academia Real Militar.
Período Imperial:
• Estabelecimento de instituições educacionais durante o processo de independência.
• Desenvolvimento de uma estrutura educacional incipiente, ainda voltada, em grande
parte, para a elite.
• Método Lancaster: Ensino Mútuo. Aluno ensinando outros alunos.
• Art. 179 Constituição de 1824: ampliação do n. de escolas. Ensino gratuito. Não
atingiu seus objetivos.
• 1827: Escolas de primeiras letras.
• 1837: Ensino secundário: Colégio Pedro II
• Liberalismo e positivismo: pragmatismo.
• 1879: Reforma Leôncio de Carvalho: Liberdade de ensino, autonomia do aluno no
ensino secundário e superior, profissionalização do professor.

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Primeira República:
• Reforma Benjamin Constant (1891): Positivismo. Priorizar os conhecimentos científicos:
matemática, astronomia, física, química, biologia, sociologia e moral.
• Código Epitácio Pessoa (1901): privilegiou as ciências humanas.
• Reforma Rivadávia Correia (1911): positivismo e liberalismo
• Reforma Carlos Maximiliano (1915): oficialização do ensino, regulamentação do
ensino superior.
• Reforma Rocha Vaz/ João Luiz Alves (1925): Moral e Cívica. Dualidade do sistema
educacional (elite, ciências; popular, formação profissional).

Era Vargas:
• 1930: Ministério de Educação e Saúde.
• 1932: Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova.
• Reforma Francisco Campos: Dualidade do ensino – secundário e profissionalizante.
• Constituição de 1934: gratuidade e obrigatoriedade do ensino primário; o ensino
religioso facultativo; as responsabilidades em nível Federal, Estadual e Municipal
sobre o financiamento da educação; a criação de um Plano Nacional de Educação;
educação moral e política.
• Inspetoria do Ensino Emendativo: pessoas com deficiência.
• Constituição de 1937: UNE, INEP.
• 1942: Reforma Capanema. Leis Orgânicas do Ensino: Ensino industrial, secundário,
comercial, normal, agrícola. SENAI. LDB.

Educação de 1946 a 1964:


• Ensino médio dual: acadêmico e técnico.
• Dutra (1946-1950): SENAC e predomínio de escolas particulares.
• Vargas (1951-1953): CNP, CAPES, CADES, FGV.
• JK (1956-1960): Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais.
• Escola Nova (descentralização) x Igreja e elite (escolas particulares)
• 1961: LDB. Privilegiou estabelecimentos particulares. Criou o vestibular. Disciplinas
obrigatórias, complementares e optativas. Aumento da oferta à educação formal.
• Movimentos de Educação Popular: Centros Populares de Cultura (CPC), os Movimentos
de Cultura Popular (MCP) e o Movimento de Educação de Base (MEB). Os Centros
Populares de Cultura (CPC).
• 1962: Paulo Freire e a experiência de Angicos. Alfabetização de adultos em 40 horas.
• 21/01/1964: Plano Nacional de Alfabetização. Escola Nova. Interrompido pelo golpe
militar de 1964.

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Educação na Ditadura Militar:


• Pragmática e tecnicista. Reduziu-se à prática de transmissão de conhecimentos
pelos professores.
• Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro. MEC/USAID. Cursos de curta duação, licenciatura e
pós-graduação.
• LDB de 1971. Reforma Universitária. Extinção da UNE. Ensino obrigatório, gratuito,
descentralizado, continuado, integrado, terminal e progressivo. Educação Artística,
Educação Física, Educação Moral e Cívica, Programas de Saúde e Ensino Religioso.
Serviço de Orientação Educacional.
• Má qualificação profissional.
• MOBRAL: Movimento Brasileiro de Alfabetização. Visava a erradicação do analfabetismo.
Educação na Nova República:
• Constituição de 1988: artigos 205 a 214; princípios, diretrizes e finalidades.
• Collor: Centros Integrados de Apoio à Criança (CIAC’s).
• Itamar Franco: Centro de Atenção Integrada à Criança e ao Adolescente – CAICs.
• LDB (Lei n. 9.394/96): Senador Darcy Ribeiro. FUNDEF, FUNDEB, ENEM. reconhecimento
de estudos e experiências obtidas pe¬lo aluno fora da escola.
• 2004: Prouni e FIES. Lei n. 11.096/2005.
• BNCC. Base Nacional Curricular Comum, Agenda 2030 da ONU, Diretrizes Nacionais
em Educação para os Direitos Humanos.
• Lei de Cotas: 2012, a Lei Federal n. 12.711/2012, conhecida como Lei de Cotas, foi
sancionada pela então presidenta Dilma Rousseff. A legislação estabelece que, no
mínimo, 50% das vagas das universidades federais e das instituições federais de
ensino técnico de nível médio devem ser reservadas para estudantes que cursaram
integralmente o ensino médio em escolas públicas.
• Leis Federais n. 10.639/2003 e n. 11.645/2008 dispõem sobre a obrigatoriedade do
ensino de história e cultura africana, afro-brasileira e indígena na Educação Básica.
• Novo Ensino Médio (2017, implementado a partir de 2022): Formação Geral Básica e
Itinerários Formativos. Eixos Transversais ( Educação para a diversidade, Cidadania e
educação em e para os Direitos Humanos, Educação para a sustentabilidade). Formação
Geral Básica (Linguagens e suas Tecnologias, Matemática e suas Tecnologias, Ciências
da Natureza e suas Tecnologias e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.)

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MAPAS MENTAIS

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Educação na República
Ensino Laico
República Velha Primeiro Jardim de Infância (1895)
(1889 – 1930) Escola Nova (1920): Conhecimento próximo da realidade do aluno. Aluno
como sujeito mais importante
Ministério da Educação e Saúde (1930)
Era Vargas Ensino tecnicista
(1930 – 1945) Secundário e Universitário: dualista
Manifesto dos pioneiros da Escola Nova (1932)
Alfabetização de Jovens e Adultos
República Populista
Primeira LDB (1961)
(1945 – 1964)
Paulo Freire: Angicos
- MEC/USAID: Reforma Universitária
- LDB 1971: Currículo Educação básica Moral e Cívica, OSPB, Educação
Ditadura Militar
Artística, Educação Física, Educação Moral e Cívica, Programas de Saúde
(1964 – 1985)
e Ensino Religioso. Serviço de Orientação Educacional
- MOBRAL
- CF 1988: Artigos 205 a 214
- LDB – Lei n. 9.394/96
- BNCC.
- Prouni e FIES. Lei n. 11.096/2005
Nova República
- Lei de Cotas: 2012.
- Leis n. 10.639/2003 e n. 11.645/2008 história e cultura africana, afro-
brasileira e indígena na Educação Básica.
- Novo Ensino Médio

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QUESTÕES DE CONCURSO

001. (CESGRANRIO/UNIRIO/TÉCNICO EM ASSUNTOS EDUCACIONAIS/2019) Uma equipe de


três funcionários de uma secretaria acadêmica atua no atendimento aos cursos de Mestrado
e Doutorado de uma faculdade. No mês do preenchimento do relatório de avaliação da
CAPES, o chefe do setor, que possui experiência com a atividade, adoeceu e teve que
se afastar de suas atividades laborais por trinta dias. O servidor mais jovem da equipe,
apesar de pouco tempo de casa, assumiu temporariamente a coordenação da equipe na
realização daquela tarefa, por ter conhecimento prévio advindo de sua atuação na mesma
atividade, em outra IES. Os demais colegas concordaram, tendo em vista o interesse deles
em concluir satisfatoriamente o trabalho e em atender às expectativas da faculdade com
a avaliação da CAPES.
Na situação descrita, o jovem servidor liderou a equipe de um modo característico de uma
liderança
a) contingencial
b) intuitiva
c) personalística
d) de mentoria
e) de estilo

002. (CESGRANRIO/IBGE/HISTORIADOR/2009)

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A carta de Aristides Lobo, publicada no Diário Popular de São Paulo em 18 de novembro


de 1889, é uma das fontes mais conhecidas e citadas sobre o evento da Proclamação da
República no Brasil. Sua percepção sobre esse acontecimento se caracterizou por
a) destacar a ruptura com a monarquia.
b) valorizar a participação popular.
c) defender o apoliticismo dos civis.
d) identificar a unidade dos militares.
e) caracterizar a revolução liberal.

003. (CESGRANRIO/CEFET RJ/PEDAGOGO/2014) Três professores conversam sobre as


dificuldades de aprendizagem de seus alunos e afirmam
Professor X: Os alunos têm dificuldades porque não se esforçam o suficiente para aprender.
Mas há também aqueles com deficit de aprendizagem.
Professor Y: O problema é que o contexto social e a cultura de referência dos alunos não
têm sido considerados pela escola.
Professor Z: Acho que o problema está nas famílias. Elas não têm hábitos de leitura, nem
um nível cultural que ajude os alunos nas tarefas escolares.
A partir das falas dos professores, analise as afirmativas abaixo.
I – X entende o fracasso escolar como um problema individual, baseado nas teorias
cognitivistas.
II – X e Z explicam, respectivamente, as dificuldades de aprendizagem como um problema
do aluno e das famílias.
III – Y entende as dificuldades de aprendizagem na perspectiva da pedagogia das diferenças
culturais.
IV – Os três professores explicam o fracasso escolar pelas teorias do patrimônio genético
e das desigualdades sociais.
Está correto APENAS o que se afirma em
a) I e II
b) II e IV
c) III e IV
d) I, II e III
e) II, III e IV

004. (CESGRANRIO/IBGE/ANALISTA-TÉCNICOS EM ASSUNTOS EDUCACIONAIS/2010) Originada


das contribuições do marxismo, a pedagogia histórico-crítica compreende a educação como
a) processo objetivo e operacional dotado de uma organização racional capaz de minimizar
as interferências subjetivas, sendo necessário operacionalizar objetivos e mecanizar o
processo pedagógico para que resulte em eficiência.

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b) expressão de linguagem que se profere sobre a realidade, referindo-se à clareza dos


enunciados relativos aos fenômenos e não aos próprios fenômenos.
c) modo de adequar as necessidades individuais ao meio social, devendo retratar a vida
cotidiana para promover real aprendizagem, desenvolvendo experiências que permitam ao
educando promover a própria educação.
d) ato de produzir mediação no seio da prática social global, dela decorrendo um método
pedagógico no qual professores e alunos se inserem em um mesmo contexto, com posições
distintas, para a solução de problemas.
e) ato político em que o aprendizado é autogestionário, não espontâneo e voltado para
uma necessidade prática, em um processo de produção que destitua o projeto educativo
da burguesia.

005. (CESGRANRIO/IBGE/PEDAGOGO/2010)

Disponível em: http://blogenaro.blogspot.com/ 2008_10_01_archive.html. Acessado em: 15/11/2009

“Trata-se de preparar os indivíduos para, mediante sucessivos cursos dos mais diferentes
tipos, se tornarem cada vez mais empregáveis, visando a escapar da condição de excluídos. E,
caso não consigam, a pedagogia da exclusão lhes terá ensinado a introjetar a responsabilidade
por essa condição”.
SAVIANI, Dermeval. História das ideias pedagógicas no Brasil. Campinas: Autores Associados, 2007, p. 429.

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Tendo como base a pedagogia histórico-crítica, a proposição abaixo que faz uma associação
consistente entre a charge e o texto é
a) As sucessivas crises econômicas mundiais criaram bolsões de pobreza, em que trabalhadores
desescolarizados se especializaram em consultoria, dentro de sua área de atuação.
b) A educação passou a ser vista como investimento em capital humano individual que
habilita as pessoas para a competição pelos empregos, embora não haja emprego para todos.
c) A ordem econômica pós-keynesiana, que marca a sociedade contemporânea está assentada
na inclusão, a despeito das crises econômicas.
d) A falta de investimentos estatais em educação está na raiz das crises econômicas mundiais,
gerando uma horda de trabalhadores qualificados desempregados.
e) O trabalho assalariado adquiriu nova importância em contextos de crise, em função do
maior preparo educacional buscado pelos próprios profissionais.

006. (CESGRANRIO/PREFEITURA DE CAJAMAR/PROFESSOR-DESENVOLVIMENTO


INFANTIL/2007) Numa perspectiva histórica, as funções da Educação Infantil passaram por
diferentes momentos e, ainda hoje, alguns deles subsistem numa espécie de inconsciente
coletivo em certas instituições. Em algumas delas identificamse, por exemplo, propostas
puramente assistencialistas que impregnam muitos dos profissionais que lá atuam, acabando
por gerar um(a):
a) trabalho voltado para a estimulação da criatividade da criança.
b) visão negativa do cuidar, sendo este considerado como tarefa menor.
c) preocupação com a preparação para o Ensino Fundamental.
d) preocupação com o desenvolvimento motor da criança.
e) ação política e abrangente voltada para a construção da cidadania.

007. (CESGRANRIO/SEE SP/PROFESSOR DOCENTE I-EDUCAÇÃO FÍSICA/2005) Se existe uma


área que pouco avançou na Educação, esta diz respeito à liberdade de atuação corporal
dos alunos. A partir desta reflexão de Freire (2003), assinale a afirmativa correta, quanto
a uma proposta para uma educação de corpo inteiro.
a) A escola não se deve ater apenas à cabeça da criança, mas ao corpo inteiro, apesar de
não haver a necessidade de uma educação dos sentidos, pois esta ocorre naturalmente.
b) A educação deve voltar-se prioritariamente para a inteligência racional, mas sem perder
de vista a motricidade, as emoções, a moralidade.
c) A educação dos sentidos pode ser entendida como o aprender a ver, ouvir, cheirar,
saborear e tocar, o que equivale a dizer que os sentidos devem ser educados tanto quanto
o pensamento lógico ou a moral.

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d) As relações professor-aluno devem ser o ponto de partida para uma educação que privilegie
os sentidos, o brincar, os ritmos de desenvolvimento e a capacidade de concentração dos
alunos na aprendizagem dos conhecimentos teóricos.
e) Os conteúdos de quadra devem passar por uma sistematização que deixe bem claras as
diferenças básicas entre a educação de sala e a educação do corpo.

008. (ADVISE/PREFEITURA DE MARAVILHA/PROFESSOR-LÍNGUA PORTUGUESA/2023)


Considerando seus conhecimentos sobre a história da educação, assinale a alternativa
CORRETA sobre a educação no período renascentista.
a) Enfatizavam a memorização e a exegese de textos religiosos.
b) Valorizavam a educação da aristocracia a partir de princípios do liberalismo.
c) Tinham como foco a formação humanista, considerando a integralidade do indivíduo.
d) Adotavam estritamente os métodos de ensino medievais, salientando os direitos senhoriais.
e) Recuperavam a formação jurídica do Império Romano, trazendo à luz a noção de cidadania
daquele período.

009. (INSTITUTO CONSULPLAN/PREFEITURA DE JEQUIÉ/PEDAGOGO/2023) Ao longo da


história educacional, diferentes teorias e abordagens foram evoluindo, dentre as quais
algumas colocaram como seu maior objetivo o refletir; o pensar; e, o fazer do professor.
Considere a abordagem na qual se percebe a aprendizagem de forma científica, como um
produto do meio, resultante dos fatores externos. Preocupa-se com as relações sociais sem
deixar de privilegiar a capacidade do aluno em assimilar as informações. Nesta teoria, o
professor, além de planejar os conteúdos, preocupa-se em trabalhá-los da melhor forma,
adequando-os ao desenvolvimento dos alunos. O professor é visto como um coordenador
e o aluno como um sujeito ativo em seu processo de aprendiz. Sobre o exposto, infere-se
que se trata da abordagem:
a) Tradicional.
b) Humanista.
c) Cognitivista.
d) Comportamentalista.

010. (FURB/PREFEITURA DE FLORIANÓPOLIS/PROFESSOR DE PORTUGUÊS/2023/ADAPTADA)


A história da educação escolar no contexto ocidental é marcada, desde as suas origens na
Antiguidade Clássica, pela maneira como se organizaram e se organizam as sociedades e
pelas maneiras que atribuem valor e função social à escola ao longo do tempo.
A esse respeito, analise as afirmações a seguir:
A Educação escolar no Brasil Colônia foi profundamente influenciada pela Igreja Católica,
sobretudo pelos educadores jesuítas, cuja abordagem pedagógica era marcada por uma
intensa rigidez na maneira de pensar e de interpretar a realidade e métodos de ensino que
privilegiavam o preparo, a seleção e o controle.
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011. (IESES/SAP/PEDAGOGO/2022) Sobre grandes expoentes da educação brasileira e seus


feitos, assinale a alternativa correta:
a) Florestan Fernandes defendia a escola como instância secundária de educação e restrita
à formação para o trabalho.
b) Anísio Teixeira influenciou setores da educação no Brasil e na América Latina e foi o
principal ator para a elaboração de um modelo educacional no contexto da ditadura militar
brasileira.
c) Darcy Ribeiro foi vice-governador do Rio de Janeiro no primeiro mandato de Leonel
Brizola, responsável pela criação dos CIEPs.
d) Paulo Freire desenvolveu um método de alfabetização de adultos que leva em consideração
a identidade do sujeito, entretanto, o método não teve reconhecimento e projeção.
e) Dorina Nowill desenvolveu um modelo de escola separatista, somente para deficientes
visuais.

012. (IESES/SAP/PEDAGOGO/2022) A “pedagogia brasílica” é uma orientação educacional


que os jesuítas buscaram implantar no Brasil com a liderança do Pe. Manuel da Nóbrega.
Várias foram as ideias e concepções pedagógicas propostas para a sociedade brasileira ao
longo de sua história, sobre tais concepções assinale a alternativa correta:
a) Para a concepção pedagógica produtivista a educação é um bem de produção decisiva
para o desenvolvimento econômico.
b) A pedagogia freireana é proposta elaborada por freiras imigrantes da Itália e Espanha
no início do século XX e propõe uma escola direcionada para valores cristãos.
c) A pedagogia pombalina vigorou no início do século XX como consequência movimento
modernista no Brasil.
d) A pedagogia libertária valoriza as universidades privadas e nega os conceitos educacionais
de “educação integral” e “ensino racionalista”.
e) A pedagogia tecnicista tem como pressuposto a aprendizagem mediante o uso de novas
tecnologias de informação e comunicação e enfatiza a subjetivação do trabalho pedagógico.

013. (CESGRANRIO/IBGE/HISTORIADOR/2009) A construção do Estado e da nação no Brasil,


na primeira metade do século XIX, viabilizou a implementação dos primeiros procedimentos
estatísticos, direcionados não só para a contabilização da população como também para
a elaboração de diagnósticos variados acerca de comportamentos demográficos e de
mapeamentos territoriais. Esses procedimentos estatísticos se caracterizaram por
a) métodos centralizados de coleta de dados sob a jurisdição exclusiva do ministério do
Império.

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b) contabilização populacional e censo eleitoral a partir dos registros paroquiais de nascimento


e de óbitos.
c) mutabilidade das informações em função da dispersão populacional e da incomunicabilidade
entre diversas regiões.
d) técnicas ineficientes de recolhimento e armazenamento dos dados agravadas pelas
fraudes regulares em momentos eleitorais.
e) levantamento dos dados estatísticos dissociados do seu uso regular como instrumento
de orientação para as políticas estatais.

014. (CESGRANRIO/IBGE/AGENTE DE PESQUISAS POR TELEFONE/2014) Euclides da Cunha –


engenheiro, escritor, ativista republicano em 1889 e autor de [...] uma das mais importantes
obras literárias brasileiras – certa vez definiu o Brasil como “o único caso histórico de uma
nacionalidade feita por uma teoria política”. Segundo ele, as instituições nacionais construídas
no Império baseavam-se em conceitos políticos e filosóficos importados de fora, que pouco
tinham a ver com a realidade observada nas ruas e nos campos de um território ermo, pobre
e atrasado. O Brasil da teoria era diferente do Brasil da prática.
A construção desse país de sonhos estava confiada a uma aristocracia relativamente
pequena, que mandava seus filhos estudar na França e na Inglaterra, [...] mas tirava sua
riqueza da exploração da mão de obra cativa e do latifúndio.
GOMES, Laurentino. 1989. São Paulo: Globo, 2013, p.93.

A obra mais importante do escritor citado e as ideias que dominavam no debate das
Universidades e salões da Europa, frequentados pelos filhos da aristocracia, no período
mencionado, são, respectivamente,
a) Os Sertões – ideias liberais.
b) Vidas Secas – ideias marxistas.
c) Raízes do Brasil – ideias nazifascistas.
d) Grande Sertão Veredas – ideias totalitárias.
e) Casa Grande e Senzala – ideias neoliberais.

015. (CESGRANRIO/LIQUIGÁS/PROFISSIONAL JÚNIOR–DIREITO/2018) Considere o texto


abaixo sobre a realidade social brasileira.
Há 114 anos, durante o governo de Rodrigues Alves, acontecia em nosso país a chamada
Revolta da Vacina. Na época, o sanitarista Oswaldo Cruz enviou ao Congresso nacional um
projeto que tornava obrigatória a imunização, visando a erradicar uma doença que provocava
epidemias maléficas, transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Estamos vivendo hoje nas
redes sociais uma crescente resistência aos movimentos de vacinação. Isto se deve sem
dúvida, principalmente ao desconhecimento de nossa história sanitária. Nos dias atuais,

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a mesma doença volta a ameaçar a população brasileira, como sinalizam as mortes de


macacos em áreas silvestres, indicando um novo surto.
LONDRES, L. A revolta da vacina. O Globo, Rio de Janeiro, 27 jul. 2018, Opinião. Disponível em: <https://
oglobo.globo.com/opiniao/a-revolta-da-vacina-22921985>. Acesso em: 24 set. 2018. Adaptado.

A vacinação proposta por Oswaldo Cruz visava à erradicação de uma doença que volta,
efetivamente, a ameaçar a saúde da população brasileira nos dias atuais.
Qual é essa doença?
a) Sarampo
b) Catapora
c) Poliomielite
d) Tuberculose
e) Febre amarela

016. (CESGRANRIO/IBGE/HISTORIADOR/2009) A criação do Instituto Brasileiro de Geografia


e Estatística (IBGE), em 1938, durante a presidência de Getúlio Vargas, objetivou a produção
e a sistematização de informações e dados sobre o povo e o território brasileiros de modo
a conhecer o país e a instrumentalizar o poder público em suas ações destinadas ao
desenvolvimento e à modernização nacional.
PORQUE
Na conjuntura política da época da criação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) – o Estado Novo – ampliaram-se as atribuições do governo federal por meio de
ações centralizadoras e intervencionistas, cuja eficácia em muito dependia de saberes
tecnicamente especializados e confiáveis.
Analisando as afirmações acima, conclui-se que
a) as duas afirmativas são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.
b) as duas afirmativas são verdadeiras, mas a segunda não justifica a primeira.
c) a primeira afirmativa é verdadeira, e a segunda é falsa.
d) a primeira afirmativa é falsa, e a segunda verdadeira.
e) as duas afirmativas são falsas.

017. (CESGRANRIO/IBGE/AGENTE DE PESQUISAS POR TELEFONE/2014) O regime militar


assumiu a direção do país, em 1964, com uma postura tecnocrática-modernizante, [...]. Apesar
das críticas ao nacionalismo econômico do governo deposto, o novo regime manteria um
discurso desenvolvimentista, comprometido com a retomada do crescimento econômico. [...]
Outra linha de críticas é aquela dirigida contra o autoritarismo na implementação das
transformações institucionais [...]. Criticava-se todo um projeto voltado ao fortalecimento
dos grandes oligopólios e ao aprofundamento da desnacionalização da economia [...].
REGO, José Márcio; MARQUES, Rosa Maria (ORG.) Economia Brasileira. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 97-100.

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Nesse contexto, o regime ditatorial promovia perversa distribuição de renda com


a) redução da dívida externa.
b) enfraquecimento dos grandes oligopólios.
c) ruptura do modelo capitalista dependente.
d) aumento da exploração da força de trabalho.
e) queda acentuada da taxa de crescimento do PIB.

018. (CESGRANRIO/PETROBRAS/ASSISTENTE SOCIAL JÚNIOR/2011) A reforma do Estado


tornou-se, durante a década de 90 do século XX, a tônica nos discursos e práticas políticas
na sociedade brasileira.
Dentre o conjunto de suas proposições, o ideário da reforma buscava a tentativa de
a) superação da administração burocrática com a introdução da administração gerencial
b) aferição de resultados na gestão pública sob a ótica dos interesses sociais e coletivos
c) ampliação do gasto público em programas sociais e na remuneração da administração
pública
d) abandono do controle social por onerar o sistema público com incentivo às práticas
patrimonialistas
e) incentivo ao papel exclusivo do Estado na promoção do desenvolvimento social e econômico

019. (CESGRANRIO/IBGE/HISTORIADOR/2009)

Obras, como a construção da rodovia Belém-Brasília, inseriram- se em ações direcionadas


para a promoção do desenvolvimento nacional, entre as décadas de 1930 e 1980, que nos
seus objetivos e desdobramentos proporcionaram o(a)
a) desbravamento do território brasileiro e a respectiva exploração das riquezas hidrominerais
por meio do monopólio governamental.
b) valorização de populações indígenas e sertanejas nas frentes de trabalho, então organizadas
pelos programas de expansão das rodovias.
c) criação de sistema de comunicações viabilizador da industrialização e do crescimento
regional equilibrado.

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d) abertura para capitais privados estrangeiros, utilizados, em grande parte, na estruturação


da rede de transportes terrestres e fluviais.
e) ampliação dos investimentos estatais em obras de infraestrutura destinadas à modernização
agrícola e industrial do país.

020. (CESGRANRIO/IBGE/HISTORIADOR/2009) O Brasil republicano foi e ainda é, nesse sentido,


o tempo da marcha para o oeste. (...) Essa longa e inconclusa história pode começar a ser
percorrida desde as primeiras décadas da República, quando ganhou força uma ideia nem
tão nova: a de que a conquista do território só poderia começar pelo seu conhecimento
real e científico (...). Conquistar e ocupar era, antes de tudo, estudar e planejar o que se
desejava que o povo e o território viessem a ser no futuro.
GOMES, Ângela Castro e outros. A república no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; CPDOC, 2002, p. 169.
(Adaptado).

Dentre as iniciativas que corresponderam às tentativas de conhecer e conquistar o território


brasileiro durante a Primeira República (1889-1930), identifica(m)-se a(s)
a) construção da ferrovia Madeira-Mamoré, obra associada à exploração da borracha na
Amazônia e que garantiu o início das negociações diplomáticas quanto à incorporação do
território do Acre.
b) criação do Serviço de Proteção aos Índios, órgão responsável pela implementação de
políticas indigenistas voltadas para o deslocamento e a assimilação dessas populações em
colônias agrícolas.
c) integração entre ferrovias e rodovias de forma a expandir a fronteira agrícola e promover
maior oferta de emprego para as populações sertanejas.
d) ocupação sistemática e mapeamento da região centro- oeste de modo a garantir a
expansão da pecuária de corte e resguardar fronteiras internacionais interiores.
e) expedições realizadas por Candido Mariano Rondon destinadas à instalação de linhas
telegráficas e que resultaram em contatos com populações indígenas até então isoladas.

021. (CESGRANRIO/IBGE/HISTORIADOR/2009) Em 15 de novembro de 1890, foi instalada


a Assembleia Nacional Constituinte encarregada de elaborar a primeira Constituição
republicana. O tema principal da discussão foi a relação entre o poder central e os estados.
Ao fim e ao cabo, a Constituição de 1891 definiu que
a) as rendas advindas da exportação ficariam com os governos estaduais.
b) as forças armadas ficariam sob o comando do Congresso Nacional.
c) o ensino primário deveria ficar a cargo da União.
d) o sistema de saúde deveria ficar a cargo dos governos estaduais.
e) o orçamento participativo favoreceria a representação municipal.

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022. (CESGRANRIO/BNDES/ECONOMISTA/2009) Entre 1956 e 1960 (correspondendo ao


governo JK), houve, no Brasil, um(a)
a) aumento da participação do setor agropecuário no PIB do País.
b) aumento do valor em dólar das exportações.
c) aceleração da inflação.
d) redução da taxa de crescimento do PIB.
e) redução do deficit orçamentário do governo federal.

023. (CESGRANRIO/IBGE/HISTORIADOR/2009) Os anos iniciais da República no Brasil foram


caracterizados por uma intensa instabilidade política. O governo de Campos Sales (1898-
1902) é visto como o construtor de um pacto político que garantiu certa estabilidade
ao regime. Esse pacto, conhecido como a política dos estados, consistiu num sistema de
compromissos políticos por meio do qual o governo federal garantia a autonomia dos grupos
oligárquicos dominantes em cada estado, em troca de apoio das bancadas estaduais no
Congresso Nacional. Entre os efeitos da política dos estados, identifica-se o(a)
a) fortalecimento do poder Executivo Estadual, em detrimento do poder Executivo Federal
e o do Legislativo.
b) fortalecimento do poder Legislativo que ampliou sua autonomia em relação ao poder
Executivo.
c) equilíbrio de poder entre os estados da federação que alternavam a liderança do Poder
Executivo de forma igualitária.
d) neutralização das oposições, pois o Congresso era controlado pelos partidos republicanos
hegemônicos.
e) fraude eleitoral, pois o voto aberto e não obrigatório favorecia o controle das eleições
por parte das oligarquias locais.

024. (CESGRANRIO/BNDES/TÉCNICO DE ARQUIVO/2009)

No texto, o economista resgata, para o debate atual acerca do Estado brasileiro, uma
característica da gestão política e econômica que marcou os governos de Getúlio Vargas
e de Juscelino Kubitschek.

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Com relação à condução do Estado no período dos governos citados, a principal característica
era o
a) imperialismo.
b) universalismo.
c) protecionismo.
d) desenvolvimentismo.
e) pós-neoliberalismo.

025. (CESGRANRIO/IBGE/AGENTE DE PESQUISAS E MAPEAMENTO/2007) Em 2006, o IBGE


completou 70 anos de sua fundação. Esse instituto foi criado no contexto histórico da(o):
a) Ditadura Militar, de Costa e Silva.
b) Transição Democrática, de José Sarney.
c) Estado Novo, de Getúlio Vargas.
d) Plano de Metas, de Juscelino Kubitschek.
d) Milagre Brasileiro, de Ernesto Geisel.

026. (CESGRANRIO/MPE RO/AUXILIAR DE ENFERMAGEM/2005) A corrente migratória de


mão-de-obra ocorrida durante a segunda metade do século XIX em direção ao norte do
Brasil estava ligada:
a) às atividades agropecuárias
b) às atividades da indústria madeireira
c) às atividades extrativistas
d) ao tráfico negreiro
e) à monocultura de exportação

027. (CESGRANRIO/SEARH–RN/2011) A federação de 1891 abriu as portas do paraíso para o


coronel. [...] Surgiu o coronelismo como sistema [...]. O coronel municipal apoiava o coronel
estadual que apoiava o coronel nacional, também chamado de presidente da República,
que apoiava o coronel estadual, que apoiava o coronel municipal. [...] Aumentou também
o dá-cá-toma-lá entre coronéis e governo. As nomeações de funcionários se faziam sob
consulta aos chefes locais. Surgiram o “juiz nosso” e o “delegado nosso”, para aplicar a lei
contra os inimigos e proteger os amigos. O clientelismo, isto é, a troca de favores com o
uso de bens públicos, sobretudo empregos, tornou-se a moeda de troca do coronelismo.
[...] O coronelismo, como sistema nacional de poder, acabou em 1930, mais precisamente
[...] em 1937.
CARVALHO, José Murilo de. Metamorfoses do coronel. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 6 maio 2001.
Adaptado.

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De acordo com o texto acima, ainda há clientelismo e coronéis no Brasil, mas o coronelismo,
como sistema político nacional, já deixou de existir há décadas. Ele surgiu na Primeira
República e não sobreviveu à Era Vargas.
Com base na definição apresentada no texto acima, que mecanismo político, presente
na “federação de 1891” e extinto em 1937, era responsável por articular os três níveis de
governo do país num sistema coronelista?
a) Clientelismo
b) Voto censitário
c) Política do café com leite
d) Economia agroexportadora
e) Eleição dos governadores estaduais

028. (CESGRANRIO/IBGE/AGENTE DE PESQUISAS POR TELEFONE/2014)

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Juliano (Juliano Cazarré) e Joaquim (Júlio Andrade) são grandes amigos que ficam empolgados
ao tomar conhecimento de Serra Pelada, [...]. A dupla resolve deixar São Paulo e partir para
o local, sonhando com a riqueza. Só que, pouco após chegarem, tudo muda na vida deles:
Juliano se torna um gângster, enquanto Joaquim deixa para trás os valores que sempre
prezou.
Disponível em: <http://www.adorocinema.com/filmes/filme-209317/>.Acesso em: 06 dez. 2013.

O cartaz e a sinopse do filme brasileiro lançado em 2013 tratam do maior garimpo a céu
aberto do mundo.
Esse garimpo ficou famoso na década de
a) 1950, devido à grande corrida de exploração do ferro no estado do Maranhão.
b) 1960, devido à grande corrida de diamantes no estado de Rondônia.
c) 1970, devido à grande corrida de metais preciosos no estado do Amazonas.
d) 1980, devido à grande corrida do ouro no estado do Pará.
e) 1990, devido à grande corrida de diamantes, metais preciosos e ouro no estado do Amapá.

029. (CESGRANRIO/IBGE/AGENTE DE PESQUISAS POR TELEFONE/2014) Ainda que essa


primeira Constituição da República representasse avanço adaptado à República recém -
proclamada, alguns privilégios continuaram a existir.
O ano dessa primeira Constituição Republicana e um conjunto de aspectos restritivos aos
direitos de cidadania presente nessa lei maior são, respectivamente,
a) 1824 - proibição do voto feminino e do voto da população de baixa renda.
b) 1889 - proibição do voto feminino e do voto dos analfabetos.
c) 1890 - proibição do voto feminino, dos votos dos analfabetos e dos militares de baixa
patente.
d) 1891 - proibição do voto feminino, dos votos dos analfabetos, dos militares de baixa
patente e dos religiosos.
e) 1934 – proibição do voto feminino, estabelecimento de voto obrigatório para maiores
de 18 anos e nacionalização das riquezas do subsolo e quedas d’água no país.

030. (CESGRANRIO/BNDES/PROFISSIONAL BÁSICO-COMUNICAÇÃO SOCIAL/2011) O BNDES,


desde a sua criação em 1952, com o objetivo de apoiar empreendimentos que contribuam
para o desenvolvimento do Brasil, tem atuado
a) como o principal provedor de financiamentos imobiliários a longo prazo para a população
brasileira.
b) na captação de recursos através dos depósitos de poupança do público.
c) no financiamento de empresas privadas nacionais, apenas.

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d) como fonte importante de financiamentos a longo prazo para os investimentos industriais


no país.
e) de forma sempre direta com os possíveis tomadores de empréstimos, evitando a
intermediação.

031. (CESGRANRIO/PREFEITURA DE SALVADOR–BA/PROFESSOR–HISTÓRIA/2010) O movimento


de 31 de março de 1964 tinha sido lançado, aparentemente, para livrar o país da corrupção
e do comunismo e para restaurar a democracia.
O novo regime começou a mudar as instituições do país através dos chamados Atos
Institucionais (AI), justificados como decorrência do “exercício do Poder Constituinte,
inerente a todas as revoluções”.
A partir de 1966, passado o primeiro impacto da repressão, a oposição vinha se articulando.
Muitos membros da Igreja defrontaram-se com o governo, os estudantes começaram a se
mobilizar em torno da UNE e os grupos de luta armada começaram suas primeiras ações
em 1968. Nesse contexto, Costa e Silva, em 13 de dezembro de 1968, baixou o AI-5. Ao
contrário dos Atos anteriores, o AI-5 não tinha prazo de vigência.
Sobre a ação autoritária do AI-5, afirma-se que o(a)
a) Presidente da República tinha a competência de enviar projetos de lei que viessem a
criar ou aumentar a despesa pública, assim como suspender as imunidades parlamentares,
e o Comando Supremo da Revolução passou a cassar mandatos e a suspender os direitos
políticos por 10 anos.
b) Ato criou as bases para a instalação dos Inquéritos Policial-Militares (IPMs), a que ficaram
sujeitos os responsáveis “pela prática de crime contra o Estado ou seu patrimônio, contra
a ordem política e social, ou por atos de guerra revolucionária”.
c) núcleo militar do poder concentrou-se na chamada comunidade de informações, naqueles
que estavam no comando dos órgãos de vigilância e repressão, estabelecendo-se, na prática,
a censura aos meios de comunicação e passando a tortura, na prática, a fazer parte dos
métodos de ação do governo.
d) eleição para presidente e vice-presidente da República seria realizada, em definitivo,
pela maioria absoluta do Congresso Nacional, em sessão pública e votação nominal, sendo
que o presidente poderia baixar decretos-leis em matéria de segurança nacional.
e) medida importante foi a extinção dos partidos políticos, uma vez que os militares
consideravam que o sistema multipartidário era um dos fatores responsáveis pelas crises
políticas, forçando à legislação partidária a organizar dois partidos: a ARENA, agrupando
os partidários do governo, e o MDB, reunindo a oposição.

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032. (VUNESP/PREFEITURA DE SANTO ANDRÉ/PROFESSOR DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL


ESPECIALIZADO/2023) De acordo com Gilberta Jannuzzi, no Brasil, a partir de 1930, a
esfera governamental desencadeia algumas ações visando à peculiaridade do aluno com
deficiência, criando
a) institutos psicopedagógicos e centros de reabilitação.
b) escolas junto a hospitais e ao ensino regular.
c) entidades filantrópicas dentro das escolas públicas.
d) o atendimento educacional especializado.
e) associação de pessoas preocupadas com o problema da deficiência.

033. (FGV/CÂMARA DOS DEPUTADOS/CONSULTOR LEGISLATIVO/2023) O Bill Aberdeen


autorizou a marinha inglesa a deter embarcações que estivessem comercializando
escravizados, e a prender e julgar os traficantes na corte portuguesa.

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua 2019. Disponível em: https://educa.
ibge.gov.br/professores/educa-atividades/21504-asmulheres-e-a-educacao.html

Com base no gráfico e na história da educação brasileira, analise as afirmativas a seguir


sobre as conquistas das mulheres pelo direito de acesso à educação.
I – No Império, a Lei Geral de 1827 estabeleceu a educação de mulheres em escolas de
educação básica, com separação física entre os gêneros.

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II – No Estado Novo, a Lei Orgânica do Ensino Secundário incluiu a disciplina de economia


doméstica nessa etapa de ensino, tendo em vista a orientação de educar a mulher para a
sua missão no lar.
III – Em 2019, a presença feminina no ensino superior alcançou a maioria, como resultado
da implementação da Lei de Cotas que assegura a prioridade desse grupo no acesso ao
ensino superior.
Está correto o que se afirma em
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

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GABARITO

1. a
2. a
3. d
4. d
5. b
6. b
7. c
8. c
9. c
10. C
11. c
12. a
13. b
14. a
15. e
16. a
17. d
18. a
19. e
20. e
21. a
22. c
23. e
24. d
25. c
26. c
27. e
28. d
29. d
30. d
31. c
32. b
33. b

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GABARITO COMENTADO

001. (CESGRANRIO/UNIRIO/TÉCNICO EM ASSUNTOS EDUCACIONAIS/2019) Uma equipe de


três funcionários de uma secretaria acadêmica atua no atendimento aos cursos de Mestrado
e Doutorado de uma faculdade. No mês do preenchimento do relatório de avaliação da
CAPES, o chefe do setor, que possui experiência com a atividade, adoeceu e teve que
se afastar de suas atividades laborais por trinta dias. O servidor mais jovem da equipe,
apesar de pouco tempo de casa, assumiu temporariamente a coordenação da equipe na
realização daquela tarefa, por ter conhecimento prévio advindo de sua atuação na mesma
atividade, em outra IES. Os demais colegas concordaram, tendo em vista o interesse deles
em concluir satisfatoriamente o trabalho e em atender às expectativas da faculdade com
a avaliação da CAPES.
Na situação descrita, o jovem servidor liderou a equipe de um modo característico de uma
liderança
a) contingencial
b) intuitiva
c) personalística
d) de mentoria
e) de estilo

O jovem servidor demonstrou um estilo de liderança contingencial, adaptando-se à situação


e assumindo a liderança da equipe para a realização da tarefa necessária.
Letra a.

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002. (CESGRANRIO/IBGE/HISTORIADOR/2009)

A carta de Aristides Lobo, publicada no Diário Popular de São Paulo em 18 de novembro


de 1889, é uma das fontes mais conhecidas e citadas sobre o evento da Proclamação da
República no Brasil. Sua percepção sobre esse acontecimento se caracterizou por
a) destacar a ruptura com a monarquia.
b) valorizar a participação popular.
c) defender o apoliticismo dos civis.
d) identificar a unidade dos militares.
e) caracterizar a revolução liberal.

O artigo de Aristides Lobo, publicado em forma de carta no “Diário Popular”, descreve como
o povo do Rio de Janeiro assistiu à Proclamação da República pelo marechal Deodoro –
bestializado, como se presenciasse uma parada militar. O artigo foi escrito na própria tarde
de 15 de novembro de 1889 e veio à luz na edição do dia 18. Em tempo: Aristides Lobo era
republicano.
Letra a.

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003. (CESGRANRIO/CEFET RJ/PEDAGOGO/2014) Três professores conversam sobre as


dificuldades de aprendizagem de seus alunos e afirmam
Professor X: Os alunos têm dificuldades porque não se esforçam o suficiente para aprender.
Mas há também aqueles com deficit de aprendizagem.
Professor Y: O problema é que o contexto social e a cultura de referência dos alunos não
têm sido considerados pela escola.
Professor Z: Acho que o problema está nas famílias. Elas não têm hábitos de leitura, nem
um nível cultural que ajude os alunos nas tarefas escolares.
A partir das falas dos professores, analise as afirmativas abaixo.
I – X entende o fracasso escolar como um problema individual, baseado nas teorias
cognitivistas.
II – X e Z explicam, respectivamente, as dificuldades de aprendizagem como um problema
do aluno e das famílias.
III – Y entende as dificuldades de aprendizagem na perspectiva da pedagogia das diferenças
culturais.
IV – Os três professores explicam o fracasso escolar pelas teorias do patrimônio genético
e das desigualdades sociais.
Está correto APENAS o que se afirma em
a) I e II
b) II e IV
c) III e IV
d) I, II e III
e) II, III e IV

A questão aborda a visão de três professores sobre as dificuldades de aprendizagem


dos alunos. Cada professor apresenta uma perspectiva diferente, relacionada a teorias
educacionais distintas. O professor X vê o problema como individual, ligado ao esforço do
aluno e possíveis déficits de aprendizagem. O professor Y considera o contexto social e cultural
do aluno, enquanto o professor Z atribui a dificuldade à falta de hábitos de leitura e nível
cultural das famílias. As teorias cognitivistas, mencionadas na afirmativa I, veem o fracasso
escolar como um problema individual, o que está de acordo com a fala do professor X. A
pedagogia das diferenças culturais, mencionada na afirmativa III, considera que o contexto
social e cultural do aluno influencia diretamente seu processo de aprendizagem, o que está
de acordo com a fala do professor Y. A afirmativa II está correta pois os professores X e
Z explicam as dificuldades de aprendizagem como um problema do aluno e das famílias,
respectivamente.
Letra d.

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004. (CESGRANRIO/IBGE/ANALISTA-TÉCNICOS EM ASSUNTOS EDUCACIONAIS/2010) Originada


das contribuições do marxismo, a pedagogia histórico-crítica compreende a educação como
a) processo objetivo e operacional dotado de uma organização racional capaz de minimizar
as interferências subjetivas, sendo necessário operacionalizar objetivos e mecanizar o
processo pedagógico para que resulte em eficiência.
b) expressão de linguagem que se profere sobre a realidade, referindo-se à clareza dos
enunciados relativos aos fenômenos e não aos próprios fenômenos.
c) modo de adequar as necessidades individuais ao meio social, devendo retratar a vida
cotidiana para promover real aprendizagem, desenvolvendo experiências que permitam ao
educando promover a própria educação.
d) ato de produzir mediação no seio da prática social global, dela decorrendo um método
pedagógico no qual professores e alunos se inserem em um mesmo contexto, com posições
distintas, para a solução de problemas.
e) ato político em que o aprendizado é autogestionário, não espontâneo e voltado para
uma necessidade prática, em um processo de produção que destitua o projeto educativo
da burguesia.

A Pedagogia Histórico-Crítica é uma prática pedagógica que visa trabalhar o saber


sistematizado transformando-o em saber significativo de modo que, no processo de
transmissão e assimilação, o aluno seja capaz de realizar conexões relevantes entre as diversas
disciplinas e a realidade contextual à qual ele faz parte, entendendo o conhecimento como
historicamente elaborado. Esse processo parte da defesa pela escola, compreendida como
uma instituição estabelecida histórico-socialmente sendo a responsável pela socialização
do saber sistematizado. É na escola que a Pedagogia Histórico-Crítica se enraíza, ainda que
seus efeitos não sejam limitados a ela, mas estejam voltados para a prática social global.
Letra d.

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005. (CESGRANRIO/IBGE/PEDAGOGO/2010)

Disponível em: http://blogenaro.blogspot.com/ 2008_10_01_archive.html. Acessado em: 15/11/2009

“Trata-se de preparar os indivíduos para, mediante sucessivos cursos dos mais diferentes
tipos, se tornarem cada vez mais empregáveis, visando a escapar da condição de excluídos. E,
caso não consigam, a pedagogia da exclusão lhes terá ensinado a introjetar a responsabilidade
por essa condição”.
SAVIANI, Dermeval. História das ideias pedagógicas no Brasil. Campinas: Autores Associados, 2007, p. 429.

Tendo como base a pedagogia histórico-crítica, a proposição abaixo que faz uma associação
consistente entre a charge e o texto é
a) As sucessivas crises econômicas mundiais criaram bolsões de pobreza, em que trabalhadores
desescolarizados se especializaram em consultoria, dentro de sua área de atuação.
b) A educação passou a ser vista como investimento em capital humano individual que
habilita as pessoas para a competição pelos empregos, embora não haja emprego para todos.
c) A ordem econômica pós-keynesiana, que marca a sociedade contemporânea está assentada
na inclusão, a despeito das crises econômicas.
d) A falta de investimentos estatais em educação está na raiz das crises econômicas mundiais,
gerando uma horda de trabalhadores qualificados desempregados.
e) O trabalho assalariado adquiriu nova importância em contextos de crise, em função do
maior preparo educacional buscado pelos próprios profissionais.

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A pedagogia histórico-crítica, desenvolvida por Dermeval Saviani, é uma abordagem


educacional que se fundamenta na análise crítica das relações sociais e históricas, buscando
compreender o papel da educação na reprodução ou transformação da sociedade. Saviani
destaca a importância de situar a prática educativa no contexto histórico, considerando
as contradições e conflitos presentes na sociedade. Para ele, a escola desempenha um
papel crucial na formação dos indivíduos, e a pedagogia histórico-crítica propõe uma
prática educativa que não apenas transmita conhecimentos, mas também promova a
conscientização e a participação ativa dos alunos na construção de uma sociedade mais
justa. A pedagogia histórico-crítica de Saviani também enfatiza a relação dialética entre
teoria e prática no processo educativo. Ele destaca a importância de superar a dicotomia
entre conhecimento acadêmico e experiência prática, buscando uma integração que permita
aos alunos compreenderem criticamente a realidade em que estão inseridos. Dessa forma,
a pedagogia histórico-crítica visa contribuir para a formação de sujeitos críticos e atuantes,
capazes de compreender e transformar a sociedade em que vivem.
Letra b.

006. (CESGRANRIO/PREFEITURA DE CAJAMAR/PROFESSOR-DESENVOLVIMENTO


INFANTIL/2007) Numa perspectiva histórica, as funções da Educação Infantil passaram por
diferentes momentos e, ainda hoje, alguns deles subsistem numa espécie de inconsciente
coletivo em certas instituições. Em algumas delas identificamse, por exemplo, propostas
puramente assistencialistas que impregnam muitos dos profissionais que lá atuam, acabando
por gerar um(a):
a) trabalho voltado para a estimulação da criatividade da criança.
b) visão negativa do cuidar, sendo este considerado como tarefa menor.
c) preocupação com a preparação para o Ensino Fundamental.
d) preocupação com o desenvolvimento motor da criança.
e) ação política e abrangente voltada para a construção da cidadania.

Questão interpretativa. Uma abordagem assistencialista pode gerar uma visão negativa
do cuidar, considerando-o como uma tarefa menor. Isso é consistente com a ideia de que
o assistencialismo tende a focar em cuidados básicos e necessidades físicas, em vez de
considerar o cuidado como um aspecto integral e importante do desenvolvimento da criança.
Letra b.

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007. (CESGRANRIO/SEE SP/PROFESSOR DOCENTE I-EDUCAÇÃO FÍSICA/2005) Se existe uma


área que pouco avançou na Educação, esta diz respeito à liberdade de atuação corporal
dos alunos. A partir desta reflexão de Freire (2003), assinale a afirmativa correta, quanto
a uma proposta para uma educação de corpo inteiro.
a) A escola não se deve ater apenas à cabeça da criança, mas ao corpo inteiro, apesar de
não haver a necessidade de uma educação dos sentidos, pois esta ocorre naturalmente.
b) A educação deve voltar-se prioritariamente para a inteligência racional, mas sem perder
de vista a motricidade, as emoções, a moralidade.
c) A educação dos sentidos pode ser entendida como o aprender a ver, ouvir, cheirar,
saborear e tocar, o que equivale a dizer que os sentidos devem ser educados tanto quanto
o pensamento lógico ou a moral.
d) As relações professor-aluno devem ser o ponto de partida para uma educação que privilegie
os sentidos, o brincar, os ritmos de desenvolvimento e a capacidade de concentração dos
alunos na aprendizagem dos conhecimentos teóricos.
e) Os conteúdos de quadra devem passar por uma sistematização que deixe bem claras as
diferenças básicas entre a educação de sala e a educação do corpo.

Freire (2003), pedagogo da educação física, foi mais longe e sugeriu a educação dos sentidos
como uma das três dimensões básicas do ensino da educação física. Diz ele: “Como pedagogos,
temos de lidar, antes de mais nada, com a hipótese educacional, segundo a qual as pessoas
precisam ser educadas para ter acesso a uma cultura mais elaborada. Portanto, é preciso
saber ver, ouvir, cheirar, saborear e tocar, o que equivale a dizer que os sentidos devem ser
educados tanto quanto o pensamento lógico ou moral” (FREIRE, 2003, p. 126) pedagogia
do futebol joão batista freire
Letra c.

008. (ADVISE/PREFEITURA DE MARAVILHA/PROFESSOR-LÍNGUA PORTUGUESA/2023)


Considerando seus conhecimentos sobre a história da educação, assinale a alternativa
CORRETA sobre a educação no período renascentista.
a) Enfatizavam a memorização e a exegese de textos religiosos.
b) Valorizavam a educação da aristocracia a partir de princípios do liberalismo.
c) Tinham como foco a formação humanista, considerando a integralidade do indivíduo.
d) Adotavam estritamente os métodos de ensino medievais, salientando os direitos senhoriais.
e) Recuperavam a formação jurídica do Império Romano, trazendo à luz a noção de cidadania
daquele período.

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O humanismo, que é a valorização do homem e de suas capacidades, foi uma das principais
características do Renascimento. Na educação, isso se traduziu em uma abordagem que
buscava desenvolver o indivíduo em sua totalidade, incluindo suas habilidades intelectuais,
artísticas e físicas.
Letra c.

009. (INSTITUTO CONSULPLAN/PREFEITURA DE JEQUIÉ/PEDAGOGO/2023) Ao longo da


história educacional, diferentes teorias e abordagens foram evoluindo, dentre as quais
algumas colocaram como seu maior objetivo o refletir; o pensar; e, o fazer do professor.
Considere a abordagem na qual se percebe a aprendizagem de forma científica, como um
produto do meio, resultante dos fatores externos. Preocupa-se com as relações sociais sem
deixar de privilegiar a capacidade do aluno em assimilar as informações. Nesta teoria, o
professor, além de planejar os conteúdos, preocupa-se em trabalhá-los da melhor forma,
adequando-os ao desenvolvimento dos alunos. O professor é visto como um coordenador
e o aluno como um sujeito ativo em seu processo de aprendiz. Sobre o exposto, infere-se
que se trata da abordagem:
a) Tradicional.
b) Humanista.
c) Cognitivista.
d) Comportamentalista.

a) Errada. A abordagem tradicional de ensino é mais focada na transmissão de conhecimentos


do professor para o aluno, o que não corresponde à descrição dada na questão.
b) Errada. A abordagem humanista enfatiza a importância do desenvolvimento pessoal e
emocional do aluno, o que não é o foco principal da descrição dada na questão.
c) Certa. A abordagem cognitivista é a que melhor se encaixa na descrição dada na questão,
pois vê a aprendizagem como um processo ativo e o aluno como um participante ativo
nesse processo.
d) Errada. A abordagem comportamentalista vê a aprendizagem como o resultado de
condicionamento e reforço, o que não corresponde à descrição dada na questão.
Letra c.

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010. (FURB/PREFEITURA DE FLORIANÓPOLIS/PROFESSOR DE PORTUGUÊS/2023/ADAPTADA)


A história da educação escolar no contexto ocidental é marcada, desde as suas origens na
Antiguidade Clássica, pela maneira como se organizaram e se organizam as sociedades e
pelas maneiras que atribuem valor e função social à escola ao longo do tempo.
A esse respeito, analise as afirmações a seguir:
A Educação escolar no Brasil Colônia foi profundamente influenciada pela Igreja Católica,
sobretudo pelos educadores jesuítas, cuja abordagem pedagógica era marcada por uma
intensa rigidez na maneira de pensar e de interpretar a realidade e métodos de ensino que
privilegiavam o preparo, a seleção e o controle.

Os jesuítas defendiam o humanismo, enfatizando estudos relativos às atividades literárias


e acadêmicas. Defendiam valores como a autoridade, obediência, fé e tradição, ignorando
etapas de aquisição e desenvolvimento do conhecimento científico, tais como métodos de
pesquisa, análise e experimentação.
Certo.

011. (IESES/SAP/PEDAGOGO/2022) Sobre grandes expoentes da educação brasileira e seus


feitos, assinale a alternativa correta:
a) Florestan Fernandes defendia a escola como instância secundária de educação e restrita
à formação para o trabalho.
b) Anísio Teixeira influenciou setores da educação no Brasil e na América Latina e foi o
principal ator para a elaboração de um modelo educacional no contexto da ditadura militar
brasileira.
c) Darcy Ribeiro foi vice-governador do Rio de Janeiro no primeiro mandato de Leonel
Brizola, responsável pela criação dos CIEPs.
d) Paulo Freire desenvolveu um método de alfabetização de adultos que leva em consideração
a identidade do sujeito, entretanto, o método não teve reconhecimento e projeção.
e) Dorina Nowill desenvolveu um modelo de escola separatista, somente para deficientes
visuais.

a) Errada. Florestan Fernandes foi um sociólogo que defendia a educação como um meio
de transformação social, não apenas como formação para o trabalho, tornando essa
alternativa incorreta.
b) Errada. Anísio Teixeira foi um educador que teve grande influência na educação brasileira
durante a Era Vargas, mas não foi ele quem elaborou o modelo educacional durante a
ditadura militar brasileira. Portanto, essa alternativa está incorreta.

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c) Certa. Darcy Ribeiro foi um antropólogo e político que, durante o primeiro mandato de
Leonel Brizola como governador do Rio de Janeiro, foi responsável pela criação dos Centros
Integrados de Educação Pública (CIEPs), tornando essa alternativa correta.
d) Errada. Paulo Freire foi um educador que desenvolveu um método de alfabetização de
adultos que levava em consideração a identidade do sujeito. Este método foi reconhecido
e projetado internacionalmente.
e) Errada. Dorina Nowill foi uma educadora que lutou pela inclusão de deficientes visuais
na sociedade e na educação regular, não criando um modelo segregado de escola.
Letra c.

012. (IESES/SAP/PEDAGOGO/2022) A “pedagogia brasílica” é uma orientação educacional


que os jesuítas buscaram implantar no Brasil com a liderança do Pe. Manuel da Nóbrega.
Várias foram as ideias e concepções pedagógicas propostas para a sociedade brasileira ao
longo de sua história, sobre tais concepções assinale a alternativa correta:
a) Para a concepção pedagógica produtivista a educação é um bem de produção decisiva
para o desenvolvimento econômico.
b) A pedagogia freireana é proposta elaborada por freiras imigrantes da Itália e Espanha
no início do século XX e propõe uma escola direcionada para valores cristãos.
c) A pedagogia pombalina vigorou no início do século XX como consequência movimento
modernista no Brasil.
d) A pedagogia libertária valoriza as universidades privadas e nega os conceitos educacionais
de “educação integral” e “ensino racionalista”.
e) A pedagogia tecnicista tem como pressuposto a aprendizagem mediante o uso de novas
tecnologias de informação e comunicação e enfatiza a subjetivação do trabalho pedagógico.

a) Certa. A concepção pedagógica produtivista realmente vê a educação como um bem de


produção decisivo para o desenvolvimento econômico. Essa visão está alinhada com uma
perspectiva mais capitalista e industrial da educação.
b) Errada. A pedagogia freireana não foi elaborada por freiras imigrantes, mas sim pelo
educador brasileiro Paulo Freire. Ela propõe uma educação voltada para a conscientização
e a transformação social, não necessariamente para valores cristãos.
c) Errada. A pedagogia pombalina não vigorou no início do século XX, mas sim no século
XVIII, durante o período pombalino em Portugal. Ela não está relacionada ao movimento
modernista no Brasil.
d) Errada. A pedagogia libertária não valoriza as universidades privadas nem nega os
conceitos de ‘educação integral’ e ‘ensino racionalista’. Pelo contrário, ela defende uma
educação voltada para a liberdade e a autonomia do indivíduo.

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e) Errada. A pedagogia tecnicista não enfatiza a subjetivação do trabalho pedagógico. Ela


é mais focada na formação de habilidades técnicas e no uso de tecnologias na educação.
Letra a.

013. (CESGRANRIO/IBGE/HISTORIADOR/2009) A construção do Estado e da nação no Brasil,


na primeira metade do século XIX, viabilizou a implementação dos primeiros procedimentos
estatísticos, direcionados não só para a contabilização da população como também para
a elaboração de diagnósticos variados acerca de comportamentos demográficos e de
mapeamentos territoriais. Esses procedimentos estatísticos se caracterizaram por
a) métodos centralizados de coleta de dados sob a jurisdição exclusiva do ministério do
Império.
b) contabilização populacional e censo eleitoral a partir dos registros paroquiais de nascimento
e de óbitos.
c) mutabilidade das informações em função da dispersão populacional e da incomunicabilidade
entre diversas regiões.
d) técnicas ineficientes de recolhimento e armazenamento dos dados agravadas pelas
fraudes regulares em momentos eleitorais.
e) levantamento dos dados estatísticos dissociados do seu uso regular como instrumento
de orientação para as políticas estatais.

Uma vez que a igreja, no 1º reinado, era considerada “parte” do Estado, os registros paroquiais
serviram como base para a incipiente política de censo.
Letra b.

014. (CESGRANRIO/IBGE/AGENTE DE PESQUISAS POR TELEFONE/2014) Euclides da Cunha –


engenheiro, escritor, ativista republicano em 1889 e autor de [...] uma das mais importantes
obras literárias brasileiras – certa vez definiu o Brasil como “o único caso histórico de uma
nacionalidade feita por uma teoria política”. Segundo ele, as instituições nacionais construídas
no Império baseavam-se em conceitos políticos e filosóficos importados de fora, que pouco
tinham a ver com a realidade observada nas ruas e nos campos de um território ermo, pobre
e atrasado. O Brasil da teoria era diferente do Brasil da prática.
A construção desse país de sonhos estava confiada a uma aristocracia relativamente
pequena, que mandava seus filhos estudar na França e na Inglaterra, [...] mas tirava sua
riqueza da exploração da mão de obra cativa e do latifúndio.
GOMES, Laurentino. 1989. São Paulo: Globo, 2013, p.93.

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A obra mais importante do escritor citado e as ideias que dominavam no debate das
Universidades e salões da Europa, frequentados pelos filhos da aristocracia, no período
mencionado, são, respectivamente,
a) Os Sertões – ideias liberais.
b) Vidas Secas – ideias marxistas.
c) Raízes do Brasil – ideias nazifascistas.
d) Grande Sertão Veredas – ideias totalitárias.
e) Casa Grande e Senzala – ideias neoliberais.

Os Sertões é uma obra dividida em três partes: a terra (em que descreve o bioma da
caatinga), o homem (em que argumenta um determinismo geográfico para justificar a força
do homem da região) e A Luta (descrição do conflito em Canudos).
Letra a.

015. (CESGRANRIO/LIQUIGÁS/PROFISSIONAL JÚNIOR–DIREITO/2018) Considere o texto


abaixo sobre a realidade social brasileira.
Há 114 anos, durante o governo de Rodrigues Alves, acontecia em nosso país a chamada
Revolta da Vacina. Na época, o sanitarista Oswaldo Cruz enviou ao Congresso nacional um
projeto que tornava obrigatória a imunização, visando a erradicar uma doença que provocava
epidemias maléficas, transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. Estamos vivendo hoje nas
redes sociais uma crescente resistência aos movimentos de vacinação. Isto se deve sem
dúvida, principalmente ao desconhecimento de nossa história sanitária. Nos dias atuais,
a mesma doença volta a ameaçar a população brasileira, como sinalizam as mortes de
macacos em áreas silvestres, indicando um novo surto.
LONDRES, L. A revolta da vacina. O Globo, Rio de Janeiro, 27 jul. 2018, Opinião. Disponível em: <https://
oglobo.globo.com/opiniao/a-revolta-da-vacina-22921985>. Acesso em: 24 set. 2018. Adaptado.

A vacinação proposta por Oswaldo Cruz visava à erradicação de uma doença que volta,
efetivamente, a ameaçar a saúde da população brasileira nos dias atuais.
Qual é essa doença?
a) Sarampo
b) Catapora
c) Poliomielite
d) Tuberculose
e) Febre amarela

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Cuidado! A Revolta da Vacina visava erradicar a varíola. No entanto, Oswaldo Cruz também
enviou projeto ao Congresso pela obrigatoriedade da vacinação contra a Febre Amarela.
Outra dica do enunciado: das doenças listadas, somente a febre amarela é transmitida
pela picada de mosquitos.
Letra e.

016. (CESGRANRIO/IBGE/HISTORIADOR/2009) A criação do Instituto Brasileiro de Geografia


e Estatística (IBGE), em 1938, durante a presidência de Getúlio Vargas, objetivou a produção
e a sistematização de informações e dados sobre o povo e o território brasileiros de modo
a conhecer o país e a instrumentalizar o poder público em suas ações destinadas ao
desenvolvimento e à modernização nacional.
PORQUE
Na conjuntura política da época da criação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) – o Estado Novo – ampliaram-se as atribuições do governo federal por meio de
ações centralizadoras e intervencionistas, cuja eficácia em muito dependia de saberes
tecnicamente especializados e confiáveis.
Analisando as afirmações acima, conclui-se que
a) as duas afirmativas são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.
b) as duas afirmativas são verdadeiras, mas a segunda não justifica a primeira.
c) a primeira afirmativa é verdadeira, e a segunda é falsa.
d) a primeira afirmativa é falsa, e a segunda verdadeira.
e) as duas afirmativas são falsas.

O desejo de dispor de informações estatísticas confiáveis levou à valorização do


Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Estado centralizador de Vargas
necessitava de informações mais consistentes para colocar em prática sua política nacional
desenvolvimentista.
Letra a.

017. (CESGRANRIO/IBGE/AGENTE DE PESQUISAS POR TELEFONE/2014) O regime militar


assumiu a direção do país, em 1964, com uma postura tecnocrática-modernizante, [...]. Apesar
das críticas ao nacionalismo econômico do governo deposto, o novo regime manteria um
discurso desenvolvimentista, comprometido com a retomada do crescimento econômico. [...]

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Outra linha de críticas é aquela dirigida contra o autoritarismo na implementação das


transformações institucionais [...]. Criticava-se todo um projeto voltado ao fortalecimento
dos grandes oligopólios e ao aprofundamento da desnacionalização da economia [...].
REGO, José Márcio; MARQUES, Rosa Maria (ORG.) Economia Brasileira. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 97-100.

Nesse contexto, o regime ditatorial promovia perversa distribuição de renda com


a) redução da dívida externa.
b) enfraquecimento dos grandes oligopólios.
c) ruptura do modelo capitalista dependente.
d) aumento da exploração da força de trabalho.
e) queda acentuada da taxa de crescimento do PIB.

Apesar do crescimento do PIB durante o “Milagre econômico”, não havia distribuição de


renda e os salários continuaram estagnados.
Letra d.

018. (CESGRANRIO/PETROBRAS/ASSISTENTE SOCIAL JÚNIOR/2011) A reforma do Estado


tornou-se, durante a década de 90 do século XX, a tônica nos discursos e práticas políticas
na sociedade brasileira.
Dentre o conjunto de suas proposições, o ideário da reforma buscava a tentativa de
a) superação da administração burocrática com a introdução da administração gerencial
b) aferição de resultados na gestão pública sob a ótica dos interesses sociais e coletivos
c) ampliação do gasto público em programas sociais e na remuneração da administração
pública
d) abandono do controle social por onerar o sistema público com incentivo às práticas
patrimonialistas
e) incentivo ao papel exclusivo do Estado na promoção do desenvolvimento social e econômico

A reforma buscava superar a administração burocrática, que era vista como ineficiente
e inflexível, introduzindo a administração gerencial, que enfatiza a gestão por resultados
e a responsabilização pelo desempenho. Essa perspectiva esta em consonância com o
neoliberalismo.
Letra a.

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019. (CESGRANRIO/IBGE/HISTORIADOR/2009)

Obras, como a construção da rodovia Belém-Brasília, inseriram- se em ações direcionadas


para a promoção do desenvolvimento nacional, entre as décadas de 1930 e 1980, que nos
seus objetivos e desdobramentos proporcionaram o(a)
a) desbravamento do território brasileiro e a respectiva exploração das riquezas hidrominerais
por meio do monopólio governamental.
b) valorização de populações indígenas e sertanejas nas frentes de trabalho, então organizadas
pelos programas de expansão das rodovias.
c) criação de sistema de comunicações viabilizador da industrialização e do crescimento
regional equilibrado.
d) abertura para capitais privados estrangeiros, utilizados, em grande parte, na estruturação
da rede de transportes terrestres e fluviais.
e) ampliação dos investimentos estatais em obras de infraestrutura destinadas à modernização
agrícola e industrial do país.

A promoção do desenvolvimento nacional, entre as décadas de 1930 e 1980, tinha nos seus
objetivos e desdobramentos proporcionar ampliação dos investimentos estatais em obras
de infraestrutura destinadas à modernização agrícola e industrial do país.
Letra e.

020. (CESGRANRIO/IBGE/HISTORIADOR/2009) O Brasil republicano foi e ainda é, nesse sentido,


o tempo da marcha para o oeste. (...) Essa longa e inconclusa história pode começar a ser
percorrida desde as primeiras décadas da República, quando ganhou força uma ideia nem
tão nova: a de que a conquista do território só poderia começar pelo seu conhecimento

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real e científico (...). Conquistar e ocupar era, antes de tudo, estudar e planejar o que se
desejava que o povo e o território viessem a ser no futuro.
GOMES, Ângela Castro e outros. A república no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; CPDOC, 2002, p. 169.
(Adaptado).

Dentre as iniciativas que corresponderam às tentativas de conhecer e conquistar o território


brasileiro durante a Primeira República (1889-1930), identifica(m)-se a(s)
a) construção da ferrovia Madeira-Mamoré, obra associada à exploração da borracha na
Amazônia e que garantiu o início das negociações diplomáticas quanto à incorporação do
território do Acre.
b) criação do Serviço de Proteção aos Índios, órgão responsável pela implementação de
políticas indigenistas voltadas para o deslocamento e a assimilação dessas populações em
colônias agrícolas.
c) integração entre ferrovias e rodovias de forma a expandir a fronteira agrícola e promover
maior oferta de emprego para as populações sertanejas.
d) ocupação sistemática e mapeamento da região centro- oeste de modo a garantir a
expansão da pecuária de corte e resguardar fronteiras internacionais interiores.
e) expedições realizadas por Candido Mariano Rondon destinadas à instalação de linhas
telegráficas e que resultaram em contatos com populações indígenas até então isoladas.

Rondon foi nomeado para melhorar a comunicação entre Rio de Janeiro e Cuiabá. Ao cumprir
esse seu dever ele também protegeu os povos indígenas de vários estados brasileiros.
“Graças a seus méritos, consegue a pacificação dos Guanás, Bororós, Parecis, Cavaleiros
e Oficiés, com suas mensagens de paz e prosperidade. Funda o Serviço de Proteção aos
Índios, em 1910, que conhecemos hoje como FUNAI. Em 1952 sugere a criação do Parque
Nacional do Xingu, consumado em 1961.” https://www.portalsaofrancisco.com.br/biografias/
marechal-rondon
Letra e.

021. (CESGRANRIO/IBGE/HISTORIADOR/2009) Em 15 de novembro de 1890, foi instalada


a Assembleia Nacional Constituinte encarregada de elaborar a primeira Constituição
republicana. O tema principal da discussão foi a relação entre o poder central e os estados.
Ao fim e ao cabo, a Constituição de 1891 definiu que
a) as rendas advindas da exportação ficariam com os governos estaduais.
b) as forças armadas ficariam sob o comando do Congresso Nacional.
c) o ensino primário deveria ficar a cargo da União.
d) o sistema de saúde deveria ficar a cargo dos governos estaduais.
e) o orçamento participativo favoreceria a representação municipal.

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Art. 9º - É da competência exclusiva dos Estados decretar impostos:


1º) sobre a exportação de mercadorias de sua própria produção;
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao91.htm

Letra a.

022. (CESGRANRIO/BNDES/ECONOMISTA/2009) Entre 1956 e 1960 (correspondendo ao


governo JK), houve, no Brasil, um(a)
a) aumento da participação do setor agropecuário no PIB do País.
b) aumento do valor em dólar das exportações.
c) aceleração da inflação.
d) redução da taxa de crescimento do PIB.
e) redução do deficit orçamentário do governo federal.

Durante o governo JK, houve uma aceleração da inflação. Isso ocorreu devido ao aumento
dos gastos públicos, principalmente com a construção de Brasília e a implementação do
Plano de Metas.
Letra c.

023. (CESGRANRIO/IBGE/HISTORIADOR/2009) Os anos iniciais da República no Brasil foram


caracterizados por uma intensa instabilidade política. O governo de Campos Sales (1898-
1902) é visto como o construtor de um pacto político que garantiu certa estabilidade
ao regime. Esse pacto, conhecido como a política dos estados, consistiu num sistema de
compromissos políticos por meio do qual o governo federal garantia a autonomia dos grupos
oligárquicos dominantes em cada estado, em troca de apoio das bancadas estaduais no
Congresso Nacional. Entre os efeitos da política dos estados, identifica-se o(a)
a) fortalecimento do poder Executivo Estadual, em detrimento do poder Executivo Federal
e o do Legislativo.
b) fortalecimento do poder Legislativo que ampliou sua autonomia em relação ao poder
Executivo.
c) equilíbrio de poder entre os estados da federação que alternavam a liderança do Poder
Executivo de forma igualitária.
d) neutralização das oposições, pois o Congresso era controlado pelos partidos republicanos
hegemônicos.
e) fraude eleitoral, pois o voto aberto e não obrigatório favorecia o controle das eleições
por parte das oligarquias locais.

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As oligarquias adotavam o coronelismo que era uma política que usava de violência para
imposição da vontade. Foi um regime que durou de 1894 a 1930. Através da autonomia
estadual foi formada a política do café com leite era essencialmente uma troca, de apoio
político, de favores entre o poder estadual e o poder federal a fim de fortalecê-la era usado
o voto de cabresto. O voto de cabresto que era a forma de alguém poderoso controlar o
voto do indivíduo. Era comum que os coronéis enviassem seus capangas armado para dentro
da sessão eleitoral a fim de controlar o voto.
Letra e.

024. (CESGRANRIO/BNDES/TÉCNICO DE ARQUIVO/2009)

No texto, o economista resgata, para o debate atual acerca do Estado brasileiro, uma
característica da gestão política e econômica que marcou os governos de Getúlio Vargas
e de Juscelino Kubitschek.
Com relação à condução do Estado no período dos governos citados, a principal característica
era o
a) imperialismo.
b) universalismo.
c) protecionismo.
d) desenvolvimentismo.
e) pós-neoliberalismo.

O item D sugere que a principal característica dos governos de Vargas e Kubitschek era o
desenvolvimentismo, o que está de acordo com o gabarito da banca. O desenvolvimentismo
é uma política econômica voltada para o crescimento econômico e o desenvolvimento,
muitas vezes através da industrialização, que foi uma marca desses governos.
Letra d.

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025. (CESGRANRIO/IBGE/AGENTE DE PESQUISAS E MAPEAMENTO/2007) Em 2006, o IBGE


completou 70 anos de sua fundação. Esse instituto foi criado no contexto histórico da(o):
a) Ditadura Militar, de Costa e Silva.
b) Transição Democrática, de José Sarney.
c) Estado Novo, de Getúlio Vargas.
d) Plano de Metas, de Juscelino Kubitschek.
d) Milagre Brasileiro, de Ernesto Geisel.

Aqui basta fazer umas continhas. 2006 – 70 = 1936. Em 1936, quem governava era Getúlio
Vargas. Note que o Estado Novo se iniciou em 1937, o que caberia recurso, já que nesse
período o contexto é do Governo Constitucional de Vargas (1934-1937).
Letra c.

026. (CESGRANRIO/MPE RO/AUXILIAR DE ENFERMAGEM/2005) A corrente migratória de


mão-de-obra ocorrida durante a segunda metade do século XIX em direção ao norte do
Brasil estava ligada:
a) às atividades agropecuárias
b) às atividades da indústria madeireira
c) às atividades extrativistas
d) ao tráfico negreiro
e) à monocultura de exportação

A extração de látex das seringueiras foi a atividade, no final do século XIX, pela atração de
mão-de-obra nordestina. A seca no Nordeste, a causa de repulsão.
Letra c.

027. (CESGRANRIO/SEARH–RN/2011) A federação de 1891 abriu as portas do paraíso para o


coronel. [...] Surgiu o coronelismo como sistema [...]. O coronel municipal apoiava o coronel
estadual que apoiava o coronel nacional, também chamado de presidente da República,
que apoiava o coronel estadual, que apoiava o coronel municipal. [...] Aumentou também
o dá-cá-toma-lá entre coronéis e governo. As nomeações de funcionários se faziam sob
consulta aos chefes locais. Surgiram o “juiz nosso” e o “delegado nosso”, para aplicar a lei
contra os inimigos e proteger os amigos. O clientelismo, isto é, a troca de favores com o
uso de bens públicos, sobretudo empregos, tornou-se a moeda de troca do coronelismo.

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[...] O coronelismo, como sistema nacional de poder, acabou em 1930, mais precisamente
[...] em 1937.
CARVALHO, José Murilo de. Metamorfoses do coronel. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 6 maio 2001.
Adaptado.

De acordo com o texto acima, ainda há clientelismo e coronéis no Brasil, mas o coronelismo,
como sistema político nacional, já deixou de existir há décadas. Ele surgiu na Primeira
República e não sobreviveu à Era Vargas.
Com base na definição apresentada no texto acima, que mecanismo político, presente
na “federação de 1891” e extinto em 1937, era responsável por articular os três níveis de
governo do país num sistema coronelista?
a) Clientelismo
b) Voto censitário
c) Política do café com leite
d) Economia agroexportadora
e) Eleição dos governadores estaduais

Com a ditadura do Estado Novo, as eleições estaduais foram canceladas e Getúlio indicava
os interventores de estaduais.
Letra e.

028. (CESGRANRIO/IBGE/AGENTE DE PESQUISAS POR TELEFONE/2014)

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Juliano (Juliano Cazarré) e Joaquim (Júlio Andrade) são grandes amigos que ficam empolgados
ao tomar conhecimento de Serra Pelada, [...]. A dupla resolve deixar São Paulo e partir para
o local, sonhando com a riqueza. Só que, pouco após chegarem, tudo muda na vida deles:
Juliano se torna um gângster, enquanto Joaquim deixa para trás os valores que sempre
prezou.
Disponível em: <http://www.adorocinema.com/filmes/filme-209317/>.Acesso em: 06 dez. 2013.

O cartaz e a sinopse do filme brasileiro lançado em 2013 tratam do maior garimpo a céu
aberto do mundo.
Esse garimpo ficou famoso na década de
a) 1950, devido à grande corrida de exploração do ferro no estado do Maranhão.
b) 1960, devido à grande corrida de diamantes no estado de Rondônia.
c) 1970, devido à grande corrida de metais preciosos no estado do Amazonas.
d) 1980, devido à grande corrida do ouro no estado do Pará.
e) 1990, devido à grande corrida de diamantes, metais preciosos e ouro no estado do Amapá.

Na década de 1980 o Brasil assistiu um forte episódio de corrida do ouro. A extração de 42


toneladas do coração da Serra Pelada, no Pará, foi a maior depois das grandes extrações
coloniais dos séculos XVII e XVIII.
Letra d.

029. (CESGRANRIO/IBGE/AGENTE DE PESQUISAS POR TELEFONE/2014) Ainda que essa


primeira Constituição da República representasse avanço adaptado à República recém -
proclamada, alguns privilégios continuaram a existir.
O ano dessa primeira Constituição Republicana e um conjunto de aspectos restritivos aos
direitos de cidadania presente nessa lei maior são, respectivamente,
a) 1824 - proibição do voto feminino e do voto da população de baixa renda.
b) 1889 - proibição do voto feminino e do voto dos analfabetos.
c) 1890 - proibição do voto feminino, dos votos dos analfabetos e dos militares de baixa
patente.
d) 1891 - proibição do voto feminino, dos votos dos analfabetos, dos militares de baixa
patente e dos religiosos.
e) 1934 – proibição do voto feminino, estabelecimento de voto obrigatório para maiores
de 18 anos e nacionalização das riquezas do subsolo e quedas d’água no país.

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Essa é fácil. A primeira Constituição Republicana foi promulgada em 1891. Note que a banca
foca nos aspectos políticos, de exercício e construção da cidadania.
Letra d.

030. (CESGRANRIO/BNDES/PROFISSIONAL BÁSICO-COMUNICAÇÃO SOCIAL/2011) O BNDES,


desde a sua criação em 1952, com o objetivo de apoiar empreendimentos que contribuam
para o desenvolvimento do Brasil, tem atuado
a) como o principal provedor de financiamentos imobiliários a longo prazo para a população
brasileira.
b) na captação de recursos através dos depósitos de poupança do público.
c) no financiamento de empresas privadas nacionais, apenas.
d) como fonte importante de financiamentos a longo prazo para os investimentos industriais
no país.
e) de forma sempre direta com os possíveis tomadores de empréstimos, evitando a
intermediação.

Atente-se para expressões como “apenas”, usada na alternativa “c”. Normalmente deixam
a afirmativa errada.
Letra d.

031. (CESGRANRIO/PREFEITURA DE SALVADOR–BA/PROFESSOR–HISTÓRIA/2010) O movimento


de 31 de março de 1964 tinha sido lançado, aparentemente, para livrar o país da corrupção
e do comunismo e para restaurar a democracia.
O novo regime começou a mudar as instituições do país através dos chamados Atos
Institucionais (AI), justificados como decorrência do “exercício do Poder Constituinte,
inerente a todas as revoluções”.
A partir de 1966, passado o primeiro impacto da repressão, a oposição vinha se articulando.
Muitos membros da Igreja defrontaram-se com o governo, os estudantes começaram a se
mobilizar em torno da UNE e os grupos de luta armada começaram suas primeiras ações
em 1968. Nesse contexto, Costa e Silva, em 13 de dezembro de 1968, baixou o AI-5. Ao
contrário dos Atos anteriores, o AI-5 não tinha prazo de vigência.
Sobre a ação autoritária do AI-5, afirma-se que o(a)
a) Presidente da República tinha a competência de enviar projetos de lei que viessem a
criar ou aumentar a despesa pública, assim como suspender as imunidades parlamentares,

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e o Comando Supremo da Revolução passou a cassar mandatos e a suspender os direitos


políticos por 10 anos.
b) Ato criou as bases para a instalação dos Inquéritos Policial-Militares (IPMs), a que ficaram
sujeitos os responsáveis “pela prática de crime contra o Estado ou seu patrimônio, contra
a ordem política e social, ou por atos de guerra revolucionária”.
c) núcleo militar do poder concentrou-se na chamada comunidade de informações, naqueles
que estavam no comando dos órgãos de vigilância e repressão, estabelecendo-se, na prática,
a censura aos meios de comunicação e passando a tortura, na prática, a fazer parte dos
métodos de ação do governo.
d) eleição para presidente e vice-presidente da República seria realizada, em definitivo,
pela maioria absoluta do Congresso Nacional, em sessão pública e votação nominal, sendo
que o presidente poderia baixar decretos-leis em matéria de segurança nacional.
e) medida importante foi a extinção dos partidos políticos, uma vez que os militares
consideravam que o sistema multipartidário era um dos fatores responsáveis pelas crises
políticas, forçando à legislação partidária a organizar dois partidos: a ARENA, agrupando
os partidários do governo, e o MDB, reunindo a oposição.

O texto menciona que, com a implementação do AI-5, o núcleo militar do poder concentrou-
se na chamada comunidade de informações, controlando os órgãos de vigilância e repressão.
Além disso, estabeleceu-se a censura aos meios de comunicação, indicando uma restrição
à liberdade de expressão. Ainda, a tortura foi adotada como método de ação do governo.
Letra c.

032. (VUNESP/PREFEITURA DE SANTO ANDRÉ/PROFESSOR DE ATENDIMENTO EDUCACIONAL


ESPECIALIZADO/2023) De acordo com Gilberta Jannuzzi, no Brasil, a partir de 1930, a
esfera governamental desencadeia algumas ações visando à peculiaridade do aluno com
deficiência, criando
a) institutos psicopedagógicos e centros de reabilitação.
b) escolas junto a hospitais e ao ensino regular.
c) entidades filantrópicas dentro das escolas públicas.
d) o atendimento educacional especializado.
e) associação de pessoas preocupadas com o problema da deficiência.

Um dos marcos desta época foi voltado para a educação de alunos especiais, que até então,
pouco ou nada se falava. Zanfelici (2008, p. 254) afirma que: A abordagem que fundamentava
o conceito de deficiência naquele momento era o modelo médico, que perdurou até meados

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de 1930, quando foi gradualmente substituído pela pedagogia e psicologia, especialmente


pela ação dos educadores Norberto Souza Pinto e Helena Antipoff. Durante o predomínio
das ciências médicas, o momento histórico destaca a presença dos asilos, das classes anexas
aos hospitais psiquiátricos (ilustrando as primeiras preocupações com a pedagogia para o
ensino especial) e mais adiante, das classes anexas às escolas regulares.
Letra b.

033. (FGV/CÂMARA DOS DEPUTADOS/CONSULTOR LEGISLATIVO/2023) O Bill Aberdeen


autorizou a marinha inglesa a deter embarcações que estivessem comercializando
escravizados, e a prender e julgar os traficantes na corte portuguesa.

Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua 2019. Disponível em: https://educa.
ibge.gov.br/professores/educa-atividades/21504-asmulheres-e-a-educacao.html

Com base no gráfico e na história da educação brasileira, analise as afirmativas a seguir


sobre as conquistas das mulheres pelo direito de acesso à educação.
I – No Império, a Lei Geral de 1827 estabeleceu a educação de mulheres em escolas de
educação básica, com separação física entre os gêneros.
II – No Estado Novo, a Lei Orgânica do Ensino Secundário incluiu a disciplina de economia
doméstica nessa etapa de ensino, tendo em vista a orientação de educar a mulher para a
sua missão no lar.

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III – Em 2019, a presença feminina no ensino superior alcançou a maioria, como resultado
da implementação da Lei de Cotas que assegura a prioridade desse grupo no acesso ao
ensino superior.
Está correto o que se afirma em
a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

Não existe lei de cotas para mulheres.


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Abra

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