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Camila Moura - Aulas particulares Contato

(84) 9.9980-9710
Material de estudo para Duda - 9º ano do Marista

A PRIMEIRA REPÚBLICA
HISTÓRIA
República é uma forma de governo em que o Estado representa os cidadãos e seus
interesses.
Em 1889, o monarca foi substituído pelo presidente após um golpe militar, liderado por
Deodoro da Fonseca, que contou com o apoio da aristocracia rural e das classes médias.
Foi resultado da impopularidade do regime monárquico juntamente da
aliança entre as elites conservadoras oligárquicas e dos os militares
insatisfeitos com a monarquia depois da Guerra do Paraguai.
Deodoro da Fonseca promulgou (publicou uma lei) a constituição de 1891, que foi
redigido pelo jurista baiano Rui Barbosa.
Nela falava que o sistema do governo seria dividido em 3 poderes:
Executivo, Legislativo e Judiciário. | Eleições a cada 4 anos | Separação da
Igreja e do Estado. | Apenas homens independente de renda, alfabetizados,
podiam votar a partir de 21 anos.
Em 23 de Novembro de 1891, Deodoro renunciou o cargo de presidente e quem assumiu
foi Floriano Peixoto, que ficou até 1894, ano de realização da primeira eleição direta, onde
deu inicio ao período da Primeira República ou República Oligárquica.
Tem o nome de República Oligárquica, pois os presidentes nesse período
vinham de um grupo econômico rico, restrito e privilegiado que ditava os
rumos do país.
Na eleição, Prudente de Morais, paulista, foi eleito e ficou no poder até 1898. São Paulo
produzia café e Minas Gerais, leite e café. Esses estados eram as duas maiores potências na
época, dessa forma, eles revezavam os presidentes eleitos, onde o período ficou conhecido
como política do café com leite.
ESTRUTURA POLÍTICA OLIGÁRQUICA E EXCLUDENTE
Por mais que fosse considerada uma república, a maioria da população ficou fora do
sistema de representação. Quem governava usava a maquina estatal (poderes, leis e
administração do Estado) para benefício próprio, pegando recursos financeiros para si e
negociando cargos e vantagem a simpatizantes das ideias políticas ou do partido, gerando a
prática do clientelismo (oferta de bens materiais, postos de trabalho e serviço em troca de
apoio político).
Era um período pouco republicano e pouco democrático. As leis constitucionais excluíam
mais do que acolhiam. Maioria da população analfabeta = poucas pessoas podiam votar.
Dado ao número limitado das pessoas votantes, além do voto ser aberto, a prática do
coronelismo era bem presente, onde os coronéis controlavam e coagiam os eleitores para
que votassem em candidatos que lhes favoreciam. Esse tipo de voto ficou conhecido como
voto de cabresto, que garantia a eleição de um mesmo grupo político nos cargos executivos
e legislativos nas 3 esferas do governo.
Camila Moura - Aulas particulares Contato
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Material de estudo para Hermano - 3º ano do EM

Assegurava a aprovação dos projetos do governo federal, que em troca


reconhecia a liberdade política das lideranças municipais e estaduais.

A política de cooperação nos 3 níveis era a Comissão Verificadora de


Poderes, controlada pelo Executivo.

A IMPORTÂNCIA DO CAFÉ
Depois de Prudente de Morais veio Campos Salles, paulista, que consolidou a política dos
governadores e fez cortes financeiros nas contas públicas, o que gerou uma grande
insatisfação popular. Nessa época SP tinha 42% das exportações de café do país e o café
era 60% das exportações totais.
Os políticos não se preocupavam em agradar a população por conta do controle dos
votos feito pelos coronéis.
O Convênio de Taubaté, criado em 1906, na transição de Rodrigues Alves para Afonso
Pena, foi uma medida que o governo federal e estadual buscou para socorrer os produtores
de café, que foram prejudicados pela superprodução e diminuição no preço da exportação.
Como o café era o carro chefe da economia, os políticos tiraram dinheiro do caixa público e
fez empréstimos para comprar sacas de café para aumentar o valor devido ao pouco
produto em circulação, o que funcionou até a crise de 1929.

DO CAFÉ ÀS INDÚSTRIAS
Os estados mais industrializados atualmente são aqueles que na época da primeira
república mais produziam café. Os produtores recebiam altos lucros, assim, podiam investir
em novas atividades econômicas, contribuindo para uma diversificação da produção
nacional. Nisso, as indústrias ganharam impulso e a burguesia industrial foi beneficiada por
acordos com o Estado e investidores estrangeiros, que melhorou redes rodoviárias,
ferroviárias e os portos dessas regiões, por mais que houvesse sido um processo tardio de
industrialização.
Além disso, industrialização do campo contribuiu para a industrialização de São Paulo e
Rio de Janeiro, pois as pessoas iam à busca de empregos para as capitais, visto que estava
ocorrendo uma mecanização nas indústrias no campo.
OS MODERNISMOS
A semana da arte moderna dói uma manifestação artístico-cutural realizada entre 13 e
18 de fevereiro de 1922, em são Paulo, que originou o movimento modernista.
Os modernistas paulistas buscaram referências locais, a valorização da cultura popular e
das culturas afro-indífenas que passaram a ser fundamentais na construção da identidade
nacional. Porém, ainda se perpetuou o racismo a partir da representação de estereótipos
sobre esses povos.
Destaque no eixo RIO-SP para: Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Oswaldo
de Andrade, Mario de Andrade, Menotti Del Picchia, Manuel Bandeira, Guiomar Novais e
Heitor-Villa Lobos. Já no Nordeste: Gilberto Freyre, José Lins do Rego, Graciliano Ramos, José
Américo de Almeida, Rachel de Queiroz, Jorge Amado. Outras regiões: Érico Veríssimo e
Marques Rebelo.
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O BOOM DA BORRACHA
A produção da borracha na Amazônia foi outra atividade econômica importante do
período da primeira república. A extração de látex impulsionou a ocupação massiva da
Amazônia por forasteiros, causando grandes transformações na vida das populações locais.
O látex era principalmente exportado para a produção de borracha, que originava os pneus,
e as indústrias automobilísticas nos EUA e Europa começavam a se desenvolver.
O governo estimulou a idade de nordestinos para os seringais, para atender o mercado
na extração. Na segunda guerra mundial, os EUA passaram a usar a borracha brasileira, que
foi de importante esforço de guerra, assim, os lucros da produção contribuíram para o
desenvolvimento e modernização da cidade de Manaus, Belém estava logo atrás no
desenvolvimento.

IMIGRANTES NO BRASIL
Entre 1890 e 1930, desembarcaram aproximadamente 3,3 milhões de pessoas no Brasil,
dentre alemães, italianos, ucranianos, portugueses, espanhóis, sírios, libaneses e japoneses.
Esse processo de migração estava relacionado às guerras de unificação e a primeira guerra
mundial, além da industrialização, que deixava os trabalhadores rurais sem emprego.
No Brasil, existiam incentivos à imigração de europeus para o país, de modo a estimular o
crescimento da população branca e colocar os imigrantes como centro da transição do
trabalho escravagista para o assalariado.
Para os negros, era difícil conseguir uma terra para ter a auto-subsistência, mas para os
imigrantes, eles eram direcionados à zona rural com baixa população e eram inseridos como
colonos. Porém, dado ao contexto escravocrata que, por mais que já tenha tido fim à
escravidão, ainda persistia, muitos imigrantes procuravam trabalho nas cidades onde se
formou uma grande classe social de operariado urbano, composto em maior parte pelos
imigrantes. Eles que trabalharam em indústrias nos países de origem trouxeram técnicas de
produção e experiência.

O TRABALHO NAS FÁBRICAS


A jornada chegava a 16 horas, não havia direito a férias e nem descanso semanal
remunerado. Acidentes de trabalho recorrentes e sem indenização. A maior parte dos
operários vivia em lugares de situação precária, como em cortiços e vilas, por conta do valor
que recebiam que era baixo. Crianças e adolescentes eram considerados mão de obra
barata, as mulheres também recebiam valor inferior ao salário dos homens. Entretanto,
como alguns eram imigrantes já com experiência, participantes de sindicatos e greves em
seus países de origem, eles foram importantes para criar sindicatos no Brasil e organizar a
luta por melhores condições de trabalho.
A GREVE DE 1917
Em cada fábrica, passaram a circular jornais e revistas da imprensa operária, veiculando
ideias de inspiração socialista e anarquista trazida da Europa. Tinham reivindicações do
movimento operário e convocavam os trabalhadores a mobilizações diversas.

Objetivos principais: Obrigar os patrões a negociar melhores condições de


trabalho, garantir aumento salarial e protestar contra a extensão do horário
de trabalho noturno.
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Material de estudo para Hermano - 3º ano do EM

Em 1917, trabalhadoras de uma fábrica têxtil organizara, uma greve que se espalhou até
o comércio e a construção civil. Envolveu cerca de 100 mil pessoas. Preço dos produtos
aumentou e o salário não e reivindicaram a liberdade de associação sindical, segurança no
trabalho e proibição do trabalho infantil.
Foi duramente reprimido pela polícia, mas greves começaram em outras cidades e estados
como RJ, Recife e Porto Alegre. Conquistou: construção de moradias populares e a melhoria
nas condições de higiene e segurança nas fábricas. = Dizem ter sido fundamentais no
processo da consolidação das leis trabalhistas.

REVOLTA DA CHIBATA
Aconteceu no Rio de Janeiro entre 22 e 27 de novembro de 1910. Marinheiros se
rebelaram contra castigos físicos realizados com a chibata pelos oficiais brancos da
Marinha. Estopim: Castigo físico que Marcelino Rodrigues de Menezes foi submetido =
250 chicotadas. Não aceitavam que um homem tirasse a camisa para ser chicoteado
por outro. Eles tomaram a esquadra da Marinha onde aprisionaram os oficiais e
ameaçaram bombardear a capital federal, até então que era no Rio de Janeiro. Hermes
da Fonseca prometeu uma anistia, mas que foi falsa. Nada mudou para melhorar as
condições dos marinheiros e vários deles foram presos, torturados, deportados,
perseguidos e mortos.

OS 18 DO FORTE DE COPACABANA
Aconteceu em Julho de 1922 por tenentes, onde os militares estavam insatisfeitos com
os governos civis da Primeira República. = teve apoio de setores da classe média urbana.
Objetivo: Demonstrar a insatisfação com a maneira como ocorreu a eleição para
presidente e derrubar o governo vigente de Artur Bernardes. Exigia reformas no
exército, como melhoria na carreira e nos soldos, além da moralização da política,
implementação do voto secreto e o fortalecimento do Estado. O levante foi massacrado
pelas forças legalistas (Forças do governo) na Avenida Atlântica, mas o movimento não
se enfraqueceu e tomou todo o país. Disso, em 1925, Luis Carlos Prestes, militar,
organizou a Coluna Prestes no interior do país e denunciou os desmandos das
oligarquias. Eles exigiam o voto secreto, moralização da política e denunciavam as
condições de vida e exploração dos setores mais pobres. Porem em 1927, eles
depuseram as armas nas fronteiras do Brasil com a Bolívia e Paraguai, exilando-se
nesses países.

REBELIÕES NO CAMPO
Em locais afastados dos centros urbanos, a população era esquecida pelo poder público.
Nessas regiões havia uma intensa desigualdade, pois as terras estavam na mão de poucos e
o restante vivia na miséria.
GUERRA DE CANNUDOS E O CANGAÇO
Em Belo Monte, interior da Bahia, formou-se uma comunidade autônoma em torno do beato
Antônio Vicente Mendes Maciel, conhecido como Antônio Conselheiro, essa cidade era o
arraial de Canudos. Ele tinha um discurso messiânico em sua luta contra a dominação sócio-
política do latifúndio e baseava-se em um profundo fervor religioso na crítica ao estado.
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A vontade de escapar da fome e da violência do sertão era o motivo que unia os


sertanejos. No auge, cerca de 30 mil pessoas viviam em Canudos, onde viviam em um sistema
comunitário, partilhando da propriedade coletiva da terra, onde podiam trabalhar e tirar o
sustento.
Foi um movimento popular de cunho religioso contra o exército da República. O
funcionamento da comunidade contrariava os interesses dos coronéis, Igreja e governo. Por
isso, em 1896 a 1987, milhares de soldados foram enviados a Canudos com o objetivo de
dizimar o arraial, que aguentou até a quarta investida, quando as forças tinham armas de
grosso calibre e até canhões, o que destruiu a comunidade.
Já sobre o cangaço, era um fenômeno social, existente de 1870 até cerca de 1940,
baseado na ação de bandos armados em fazendas e povoados. Era um grupo que atuava
nas margens da Lei, confrontando o Estado. Para algumas pessoas eram ameaça, para
outras, eram aliados que protegiam as terras e realizavam serviços contra os inimigos. O
bando mais famoso era de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, que ficou conhecido como
Rei do Cangaço, figura temida e respeitada entre os sertanejos.
O grupo percorreu sete estados praticando assaltos, pilhagens e assassinatos até seu
líder ser morto em 1938 em uma emboscada na fazenda de Angicos, interior de Sergipe. Até
hoje há quem diga que o movimento do cangaço se tratava de um movimento de reação ao
poder oligárquico nas zonas rurais, associando-o a ideais de justiça social e libertação
popular, porém em contrapartida, tem quem diga que eram ações criminosas como uma
forma de sobreviver.

GUERRA DO CONTESTADO
Aconteceu no sul do país entre 1912 e 1916. Também aconteceu num contexto rural,
marcado pela desigualdade em um território disputado pelos estados do Paraná e de
Santa Catarina, chamado Contestado, onde indígenas e camponeses pobres sofriam com
a restrição de acesso às terras e com a miséria. Construções de ferrovias invadiram o
espaço que eles viviam tirando a subsistência. O beato José Maria de Jesus, curandeiro
e rezador, pregava por melhores condições de vida, que estavam diretamente
relacionadas ao direito á terra e ao trabalho, o que acabou sensibilizando a população
de pequenos agricultores e operários demitidos. Com a morte dele em combate, originou
uma organização de comunidades autônomas chamas Cidades santas, que formaram a
resistência popular contra os avanços do estado, das oligarquias e dos interesses
privados. Resistiu por 4 anos, foi atacado diversas vezes por tropas do governo e suas
cidades tiveram de ser construídas em novos lugares. Em 1916 o movimento foi
desmoralizado definitivamente e o saldo foi a morte de milhares de pessoas, prisão de
outras e a intensificação da miséria dos sobreviventes.

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