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ÂNGELA MARIA DE JESUS MEDRADO

ESTRATÉGIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NO DIABETES


MELLITUS TIPO 2 EM ADULTOS

SÃO PAULO
2021
ÂNGELA MARIA DE JESUS MEDRADO

ESTRATÉGIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NO DIABETES


MELLITUS TIPO 2 EM ADULTOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


como requisito parcial para a obtenção do título
de graduado em Nutrição.

Orientador: Aline Vivoda e Juliana Varjão

São Paulo
2021
ÂNGELA MARIA DE JESUS MEDRADO

ESTRATÉGIA ALIMENTAR E NUTRICIONAL NO DIABETES


MELLITUS TIPO 2 EM ADULTOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Faculdade Anhanguera Pirituba, como requisito
parcial para a obtenção do título de graduado
em Nutrição

BANCA EXAMINADORA

Prof.(a). Ms. Aline Caroline Vivoda Cruz

Prof.(a) e (Dr) Luciano Sercovisck

Prof.(a) e (Dra.). Raquel S. Campello Araújo

São Paulo, 03 de dezembro de 2021


Dedico este trabalho de conclusão de
curso (TCC) a mim.

E, a todos (as) que contribuíram ao longo


da minha graduação, a estes (as) toda a
minha dedicação.
AGRADECIMENTOS

Agradeço aos meus professores e orientadores (as) pelos ensinamentos e


orientações, e a todos (as), que fizeram e torceram por mim. Ao longo da minha
graduação, destes quatro anos desafiadores, a estes (as) meus agradecimentos.
Muito obrigado (a).
Que seja teu alimento teu remédio, que teu remédio
seja teu alimento. (Hipócrates)

Nutrição é mais que alimentar um corpo fisicamente,


biologicamente e fisiologicamente nutrição é ciência e
profissão.

Alimentar o corpo é muito mais do que saciar a fome.

Ângela Maria de Jesus Medrado


MEDRADO, Ângela Maria de Jesus. Estratégia alimentar e nutricional no diabetes
mellitus tipo 2 em adultos. 2021. 41 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso
(Graduação em Nutrição) – Faculdade Anhanguera Pirituba, São Paulo, 2021.

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo geral: descrever estratégias alimentares para
pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 2, e os específicos foram: conhecer a
definição e a prevalência do diabetes mellitus tipo 2, destacar as complicações do
diabetes mellitus tipo 2; e discutir sobre a importância da alimentação saudável e
adequada, para o paciente portador de diabetes mellitus tipo 2. O tipo de pesquisa
realizada neste trabalho, foi uma revisão bibliográfica sistematizada de artigos
publicados no Brasil (e ou internacionais) no período de 2010 a 2020 abordando o
tema: estratégia alimentar e nutricional no diabetes mellitus tipo 2 em adultos. Este
estudo foi uma revisão de literatura com buscas por meio de livros acadêmicos,
revistas científicas e sites confiáveis com: (SciELO, Google Acadêmico, LILACS),
utilizando-se os descritores: (Diabetes tipo 2; Definição: Prevalência: Complicações;
Intervenção alimentar e nutricional etc.). O levantamento foi realizado nos meses de
julho e agosto de 2020, os critérios de inclusão foram entre 2010 e 2020, desta foram
utilizados dezesseis artigos. O diabetes mellitus tipo 2, é um conjunto de diferentes
distúrbios metabólicos a hiperglicemia, e uma característica comum, e esta condição
é dada por defeitos na ação e/ou na secreção de insulina ou em ambas, é um
importante e crescente problema de saúde em todos os países, independentemente
do seu desenvolvimento, caraterizado como um quadro como epidêmico de causas
ainda desconhecidas. O tema abordado, foi devido ao aumento da prevalência do
diabetes mellitus tipo 2 na população adulta, mais prevalente em mulheres que
homens, e suas complicações, problemas arteriais, amputações de membros, na
visão: glaucoma, catarata, retinopatia e a cegueira, neuropatias periféricas, o pé
diabético, pele sensível, doença renal, depressão, ansiedade, problemas sexuais,
restrições alimentares, a hipoglicemia e a hiperglicemia, a mortalidade, etc., sobre os
riscos, os malefícios e as consequências das más escolhas alimentares, o consumo
em excesso os carboidratos simples, açúcares refinados, embutidos, carnes
gordurosas, gorduras trans, saturada e o sódio, o consumo de álcool, tabaco e outras
drogas, sobre os alimentos substitutos mais saudáveis, para a intervenção e
prevenção do diabetes mellitus de forma eficaz, entre outras doenças, é com a prática
de atividades físicas regularmente, no mínimo (30minutos por dia) manter uma
alimentação saudável e equilibrada, rica em (frutas, verduras, legumes, grãos
integrais, fibras solúveis e insolúveis, peixes de águas frias, carnes magras, gorduras
mono e poliinsaturadas), comer diariamente verduras, legumes frutas (três porções de
frutas por dia), se necessário suplementar, o consumo adequado de água, manter o
peso controlado, e os benefícios que traria a saúde, o controle adequado do diabetes
não pode ser alcançado sem o planejamento alimentar e nutricional, e assim
contribuindo para a sociedade e comunidade acadêmica.

Palavras-chave: Diabetes tipo 2. Definição. Prevalência. Complicações. Intervenção


Nutricional.
MEDRADO, Angela Maria de Jesus. Food and nutritional strategy in type 2
diabetes mellitus in adults. 2021. 41 sheets. Course Conclusion Paper (Graduate in
Nutrition) – Faculdade Anhanguera Pirituba, São Paulo, 2021.

ABSTRACT

The general objective of this study was: to describe eating strategies for patients with
type 2 diabetes mellitus, and the specific ones were: to know the definition and
prevalence of type 2 diabetes mellitus, highlight the complications of type 2 diabetes
mellitus; and to discuss the importance of healthy and adequate nutrition for patients
with type 2 diabetes mellitus. The type of research carried out in this work was a
systematic literature review of articles published in Brazil (and/or internationally) from
2010 to 2020 addressing the theme: food and nutritional strategy in type 2 diabetes
mellitus in adults. This study was a literature review with searches through academic
books, scientific journals, and trusted websites with: (SciELO, Academic Google,
LILACS), using the descriptors: (Type 2 diabetes; Definition: Prevalence:
Complications; Food intervention and nutritional etc.). The survey was carried out in
July and August 2020, the inclusion criteria were between 2010 and 2020, from which
sixteen articles were used. Type 2 diabetes mellitus is a set of different metabolic
disorders to hyperglycemia, and a common feature, and this condition is given by
defects in the action and/or secretion of insulin or both, it is an important and growing
health problem in all countries, regardless of their development, characterized as an
epidemic of as yet unknown causes. The topic addressed was due to the increased
prevalence of type 2 diabetes mellitus in the adult population, more prevalent in women
than men, and its complications, arterial problems, limb amputations, vision: glaucoma,
cataracts, retinopathy and blindness, neuropathies peripheral diseases, diabetic foot,
sensitive skin, kidney disease, depression, anxiety, sexual problems, dietary
restrictions, hypoglycemia and hyperglycemia, mortality, etc., on the risks, harm and
consequences of poor food choices, consumption in excess of simple carbohydrates,
refined sugars, sausages, fatty meats, trans fats, saturated and sodium, the
consumption of alcohol, tobacco and other drugs, on healthier substitute foods, for the
intervention and prevention of diabetes mellitus effectively , among other diseases, it
is with the practice of physical activities regularly, at least (30 minutes a day) to
maintain a healthy and balanced diet, rich in (fruits, see hard, vegetables, whole grains,
soluble and insoluble fiber, cold water fish, lean meats, monounsaturated and
polyunsaturated fats), daily eating vegetables, fruit vegetables (three servings of fruits
a day), supplement if necessary, adequate consumption of water , keep weight under
control, and the benefits that it would bring to health, adequate diabetes control cannot
be achieved without food and nutrition planning, thus contributing to society and the
academic community.

Keywords: Type 2 diabetes mellitus. Definition. Prevalence. Complications. Nutritional


Intervention.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Mapa mental da fisiopatologia do diabetes mellitus tipo 1 e 2 ................ 14


Figura 2 – Percentual de homens (≥18 anos) que reteriram o diagnostico médico de
diabetes, segundo as capitais dos estados brasileiros e o Distrito Federal. (Vigitel,
2019) ............................................................................................................................ 18
Figura 3 – Percentual de mulhres (≥18 anos) que reteriram o diagnostico médico de
diabetes, segundo as capitais dos estados brasileiros e o Distrito Federal. (Vigitel,
2019) ............................................................................................................................ 19
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Percentual* de adultos (≥18 anos) que referiram diagnóstico médico de


diabetes no conjunto da população adulta (≥18 anos) das capitais dos estados
brasileiros e do Distrito Federal, por sexo, segundo idade e anos de escolaridade.
(Vigitel, 2019...............................................................................................................20
LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Critérios laboratoriais para diagnóstico de normoglicemia, pré-diabetes e


DM, adotados pela SBD..............................................................................................16
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DF Distrito Federal
DM Diabetes Mellitus
DM2 Diabetes mellitus Tipo 2
CFN Concelho Federal dos Nutricionista
IC Intervalo de Confiança
IDF Federação Internacional de Diabetes
MG/DL Miligramas e Decilitros
OMS Organização Mundial da Saúde
RI Resistência Insulina
SBD Sociedade Brasileira de Diabetes
SESA Secretaria de Estado da Saúde do Paraná. Superintendência de Atenção
SM Minsterio da Saúde
SP São Paulo
SUS Sistema Único de Saúde
SVS Secretaria de Vigilância em Saúde
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 13
2. DIABETES MELLITUS TIPO 2. .............................................................................. 15
DEFINIÇÃO E PREVALENCIA DO DIABETES MELLITUS TIPO 2 EM ADULTOS .14
3. DIABETES MELLITUS TIPO 2, E SUAS COMPLICAÇÕES ................................ 22
AS COMPLICAÇÕES DO DIABETES MELLITUS TIPO 2 ......................................... 22
4. DIABETES MELLITUS TIPO 2, E A INTERVENÇÃO NUTRICIONAL ................ 28
A IMPORTÂNCIA DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E ADEQUADA, PARA O
PACIENTE PORTADOR DE DIABETES MELLITUS TIPO 2 EM ADULTOS ............ 28
5. CONSEDERAÇÃOS FINAIS ................................................................................... 37
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 39
13

1. INTRODUÇÃO

O tema abordado, foi devido ao aumento da prevalência do diabetes mellitus


tipo 2, e suas complicações, sobre os riscos, os malefícios e as consequências das
más escolhas alimentares, o consumo em excesso os carboidratos simples, açúcares
refinados, embutidos, gorduras trans, saturada e o sódio, os alimentos substitutos
mais saudáveis, e os benefícios que traria a saúde, contribuindo para a sociedade e
comunidade acadêmica.
É preciso ter uma atenção especial com a alimentação, evitar o excesso de
carboidratos e açucares refinados, sódio, gordura trans, saturadas, carnes
gordurosas, embutidos, controlar o peso, evitar o consumo de álcool, uso do tabaco e
outras drogas, praticar atividade física, para evitar as complicações e os danos
causados pela doença como a resistência à insulina, quadros de hiper e hipoglicemia,
pé diabético, amputação de membros, problemas visuais entre outros.
Diante disso, surgiu o seguinte questionamento: estratégia alimentar e
nutricional, poderia auxiliar no controle do diabetes mellitus tipo 2? foi observado
através de estudos realizados, que sim, e que eram essenciais para o controle do
diabetes mellitus tipo 2 em adultos portadores da doença, e que o controle adequado
do diabetes não poderia ser alcançado sem um planejamento alimentar e nutricional,
para o portador de diabetes.
Observou-se, segundo estudos que manter uma alimentação saudável e
balanceada, focada nas boas escolhas alimentares, rica em: frutas, verduras,
legumes, grãos integrais, fibras solúveis e insolúveis peixes de águas frias, carnes
magras, gorduras monos e poliinsaturadas e água, se fosse necessário suplementar,
manter hábitos e estilos de vida saudáveis, associados a atividade física, para o
controle adequado do diabetes mellitus tipo 2.
O estudo teve como objetivo geral deste trabalho: descrever estratégias
alimentares para pacientes portadores de diabetes mellitus tipo 2, e os específicos
foram: conhecer a definição e a prevalência do diabetes mellitus tipo 2 em adultos,
destacar as complicações do diabetes mellitus tipo 2; e discutir sobre a importância
da alimentação saudável e adequada, para o paciente portador de DM tipo 2.
O tipo de pesquisa realizada neste trabalho, foi uma revisão bibliográfica
sistematizada de artigos publicados no Brasil (e ou internacionais) no período de 2010
14

a 2020 abordando o tema: estratégia alimentar e nutricional no diabetes mellitus tipo


2 em adultos. Este estudo foi uma revisão de literatura com buscas por meio de livros
acadêmicos, revistas científicas e sites confiáveis com: (SciELO, Google Acadêmico,
LILACS), utilizando-se os descritores: (Diabetes tipo 2; Alimentação; Estratégia) o
levantamento foi realizado nos meses de julho e agosto de 2020, os critérios de
inclusão foram entre 2010 e 2020, desta foram utilizados dezesseis artigos.
15

2. DIABETES MELLITUS TIPO 2.

DEFINIÇÃO E PREVALENCIA DO DIABETES MELLITUS TIPO 2 EM


ADULTOS
De acordo com a SBD (2015-2016) o diabetes mellitus (DM) tipo 2, é um
conjunto de diferentes distúrbios metabólicos a hiperglicemia, e uma característica
comum, e esta condição é dada por defeitos na ação e/ou na secreção de insulina ou
em ambas, segundas a (SBD,2016). Observou-se que o (DM2), é um importante e
crescente problema de saúde, segundo a (SBD, 2020), a classificação etiológica do
DM é: Diabetes tipo 1: idiopático, autoimune. Diabetes tipo 2.
Outros tipos específicos de diabetes, gestacional, e decorrentes de defeitos
genéticos associados a outras doenças ou uso de medicamentos, defeitos genéticos
da função da célula beta na ação da insulina; doenças do pâncreas exócrino
(pancreatite, neoplasia, hemocromatose, fibrose cística etc.); induzidos por drogas ou
produtos químicos (diuréticos, corticoides, betabloqueadores, contraceptivos etc.)
segundo (Brasil, 2019).
A fisiopatologia do DM2, é caraterizado como uma sindrome metabolica, e um
quadro como epidêmico, pela Revista Médica Ed. 2 – 2018), de causas ainda
desconhecidas, com criterios para o dignostico proposto pela (OMS,2019), aceitos e
adotados pela (SBD, 2016), e encontram-se descritos Figura 1.

Figura 1- Mapa mental da fisiopatologia do diabetes mellitus tipo 1 e 2, e os critérios


para o diagnóstico, aceitos e adotados no Brasil, sengundo a (SBD, 2016).

Fonte: Sanar Med. Disponível em: https://www.sanarmed.com/mapa-mental-entenda-o-diabetes-


mellitus. Acesso em: 01 de out. 2021.
16

No DM2, responsável por mais de 90% dos casos, ocorrem defeitos tanto na
ação como na secreção da insulina e há desregulação na síntese hepática de glicose,
originada por uma interação de fatores genéticos e ambientais, (Brasil, 2019). Hábitos
saudáveis evita o diabetes, o câncer e outras doenças crônicas não transmissíveis,
segundo a (SBD, 2016). A causa do (DM2) ainda é desconhecida, a melhor forma de
preveni-la, é com práticas de vida saudáveis, alimentação saudável, atividades físicas
e evitando álcool, tabaco e outras drogas, segundo a (SBD, 2017).
Os fatores relacionados ao desenvolvimento do (DM2), são: faltas de hábitos
saudáveis, sedentarismo, dietas ricas em gordura, genéticos, idade mais avançada,
sobrepeso. Aspectos fisiopatológicos e nutricionais das doenças do estômago,
pancreáticas, obesidade etc. segundo (Brasil, 2019)
Observou-se o crescente aumento de diabetes mellitus, caracteriza quadro
como epidêmico Revista Médica Ed. 2 – 2018. As diretrizes da Sociedade Brasileira
de Diabetes, destacam que o diabetes mellitus pode ser considerado uma epidemia
na maioria dos países, dado o aumento considerável nos índices de prevalência,
segundo a (OMS, 2019). O número de diabéticos saltou de 108 milhões, em 1980,
para 422 milhões, em 2014, tendo a taxa de prevalência global da doença em adultos
com idade igual ou superior a 18 anos se elevado de 4,7% para 8,5% no mesmo
período. Pode ocorrer em qualquer idade, com maior frequência após os 40 anos
segundo a, (OMS, 2019).
O diagnóstico de diabetes requer critérios clínicos e laboratoriais, segundo a
(SBD, 2016) com o que é proposto pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 2019)
e adotado aqui no Brasil. Glicemia de jejum alterada e Intolerância oral à glicose, é
estabelecido por a presença de sintomas de hiperglicemia clássicos e exames
laboratoriais que confirmem. Os critérios para diagnóstico do diabetes segundo a
(SBD, 2019-2020) são: Sintomas de: Poliúria, polidipsia e perda ponderal acrescidos
de glicemia casual ≥ 200 mg/dl.
Os valores de normalidade para os respectivos exames, e os critérios
diagnósticos para pré-diabetes e diabetes mellitus mais aceitos e adotados pela
Sociedade Brasileira de Diabetes, (SBD, 2020) no Brasil, encontram-se descritos no
Quadro 1.
17

Quadro 1: Critérios laboratoriais para diagnóstico de normoglicemia, pré-diabetes e


DM, adotados no Brasil pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD, 2020).
Glicose em Glicose 2 horas Glicose ao
HbA1c Observações
jejum após sobrecarga acaso(mg/dL)
(%)
(mg/dL) com 75 g de glicose
(mg/dL)
OMS emprega valor de corte de 110 mg/ dL
Normoglicem < 100 < 140 – < 5,7
para normalidade da glicose em jejum.2
ia

Pré-diabetes ≥ 100 e < ≥ 140 e < 200# ≥ 5,7 e < 6,5 Positividade de qualquer dos parâmetros
ou risco 126* confir madiagnóstico de pré- diabetes.
aumentado
para DM
≥ 200 com Positividade de qualquer dos parâmetros
Diabetes ≥ 126 ≥ 200 sintomas ≥ 6,5 confirma diagnóstico de DM. Método de HbA1c
estabelecido inequívocos de deveser o padronizado. Na ausência de
hiperglicemia sintomas de hiperglicemia, é necessário
confirmaro diagnóstico pela repetição de testes.
Fonte: OMS: Organização Mundial da Saúde; HbA1c: hemoglobina glicada; DM: diabetes mellitus. * Categoria também conhecida
como glicemia de jejum alterada. # Categoria também conhecida como intolerância oral à glicose.

A glicemia casual é aquela medida em qualquer horário do dia,


independentemente do horário das refeições. Jejum mínimo de 8 horas / 2: poliúria,
polidipsia e perda não explicada de peso, a menos que haja hiperglicemia inequívoca
com descompensação metabólica aguda ou sintomas óbvios de diabetes mellitus,
segundo a (SBD, 2019-2020).
A glicemia de jejum alterada ainda não foi oficializada pela Organização
Mundial de Saúde (OMS), entretanto, a Federação Internacional de Diabetes (IDF)
recomenda os pontos de cortes para o diabetes, 100 mg/dl, e de HbA1c ≥ 6,5% a ser
confirmada em outra coleta, segundo a (SBD, 2016).
Dispensável em caso de sintomas ou glicemia ≥ 200 mg/dl. Indivíduos com alto
risco para o desenvolvimento de diabetes: HbA1c entre 5,7 e 6,4%, a intervenção do
diabetes mellitus tipo 2: fundamenta-se em: o esclarecimento sobre a doença e suas
complicações; as modificações no estilo de vida e o uso de medicamentos, o diálogo
com o médico é importante antes de iniciar qualquer tratamento, (Brasil, 2019).
O uso da HbA1-c, deve ser solicitado duas a quatro vezes ao ano, se deu
porque esta é diretamente proporcional à concentração média de glicose no sangue.
O acúmulo de gordura no fígado, músculo e pâncreas, diminui a capacidade hepática
e muscular para metabolizar a glicose, a esteatose hepática está diretamente
relacionada com a Resistência à Insulina (RI) no pâncreas endócrino, ocorre uma
disfunção das células beta, sendo estas destruídas reduzindo a secreção de insulina,
segundo a (SBD, 2016).
18

Aspectos fisiopatológicos e nutricionais das doenças do estômago e pâncreas


para o paciente diabético, o automonitoramento domiciliar, feito com uso de um
glicosímetro e fitas reativas, é extremamente importante e deve ser parte da proposta
terapêutica nutricional para todo paciente diabético. Esse controle reduz o risco de
hipoglicemias e possibilita o entendimento do efeito dos alimentos, do estresse, e dos
exercícios sobre a glicemia do paciente, (Brasil, 2019).
Ao apresentar ao médico, permite ajustes de insulina de forma mais eficiente.
É interessante realizar uma medida de glicemia na madrugada, no mínimo, uma vez
ao mês. As metas de controle glicêmico para adultos diabéticos deve ser: Glicemia
pré-prandial: < 100; Glicemia pós-prandial: < 160; HbA1-c: <7, (SBD, 2016).
O aumento da prevalência do diabetes mellitus Tipo 2 em adultos, tem sido
maior no sexo feminino e está associado a diversos fatores: Rápida urbanização,
transição epidemiológica e nutricional, genéticos, sedentarismo, hábitos alimentares
inadequados, acompanhado de outros problemas de saúde: sobrepeso,
obesidade, triglicerídeos elevados, hipertensão, doenças cardiovasculares na maioria
dos casos, crescimento e envelhecimento populacional e, à maior sobrevida dos
indivíduos com diabetes, segundo Brasil (2014-2015).
De acordo com a OMS (2014) o número de diabéticos saltou de 108 milhões,
em 1980, para 422 milhões, em 2014, tendo a taxa de prevalência global da doença
em adultos com idade igual ou superior a 18 anos se elevado de 4,7% para 8,5% no
mesmo período. No Brasil, de acordo com a (Vigitel, 2016), o número de pessoas com
diagnóstico de diabetes cresceu 61,8% em dez anos, maior no sexo masculino, mas
ainda acomete mais as mulheres, que homens com idade igual ou superior a 65 anos
são os mais acometidos.
De acordo com a SBD (2018) há atualmente, no Brasil, mais de 13 milhões de
pessoas vivendo com a doença, que representa 6,9% da população nacional, e atinge
a uma grande população mundial em todas idades e classes sociais. De acordo
(Vigitel, 2016) os indicadores mostram que pessoas com 12 anos ou mais de estudo
têm menos diabetes em comparação aos de menor escolaridade, definida como de
zero até oito anos de estudo (4,6% vs. 16,8%, respectivamente).
É importante manter acompanhamento médico, e com uma equipe de
multiprofissionais da saúde para tratar, essas outras doenças, que podem estar
associadas, junto com o diabetes, segundo (Brasil, 2019).
19

De acordo com a Vigitel (2016) no Brasil as dez capitais com maior prevalência
foram: Rio de Janeiro (10,4%), Belo Horizonte e Natal (10,1% cada), São Paulo (10%),
Vitória (9,7%), Curitiba e Recife (9,6% cada), Aracaju (9,2%), Campo Grande (8,8%)
e Brasília (8,6%), Boa Vista teve menor frequência da doença em 2016, com 5,3%.
A mortalidade por diabetes e suas complicações constituem as principais
causas de mortalidade precoce na maioria dos países; aproximadamente 5 milhões
de pessoas com idade entre 20 e 79 anos morreram por diabetes em 2015, o
equivalente a um óbito a cada 8 segundos, (Vigitel, 2017), o diagnóstico médico no
Brasil, para o diabestes segundo a (Vigitel, 2019), a frequência de adultos variou entre
4,6%, em Porto Velho, e 8,6%, em Porto Alegre.
A porcentagem de homens (≥18 anos) com o diagnostico médico de diabetes,
mostram que o diabetes aumentou e variou no brasil, mas frequencia ainda é maior
nas mulheres, nas capitais dos estados brasileiros e no Distrito Federal, sengundo a
(Vigitel, 2019) e podem ser observadas, descritas na Figura 2.

Figura 2- Percentual de homens (≥18 anos) que reteriram o diagnostico médico de


diabetes, segundo as capitais dos estados brasileiros e o Distrito Federal, segundo a
(Vigitel, 2019).

Fonte: Secretaria de Vigilância em saúde | SM

De acordo com a Vigitel (2019) na figura 2 no sexo masculino, as maiores


frequências foram observadas no Distrito Federal (10,7%), em Porto Alegre (8,4%) e
20

São Paulo (7,8%); e as menores em Rio Branco (4,1%), Porto Velho (4,3%) e Palmas
(4,5%) segundo a (Vigitel, 2019).
A porcentagem de mulheres (≥18 anos) com o diagnostico médico de diabetes,
mostram que o diabetes, aumentou e variou, mas ainda é mais prevalente nas
mulheres, do que nos homens, nas capitais dos estados brasileiros e no Distrito
Federal, segundo a (Vigitel, 2019), e podem ser observadas, descritas na Figura 3.

Figura 3- Percentual de mulheres (≥18 anos) que reteriram o diagnostico médico de


diabetes, segundo as capitais dos estados brasileiros e o Distrito Federal, segundo a
(Vigitel, 2019).

Fonte: Secretaria de Vigilância em saúde | SM

De acordo com a Figura 3, entre mulheres, o diagnóstico de diabetes foi mais


frequente no Rio de Janeiro (9%), em Belo Horizonte e Fortaleza (8,9%) e Maceió
(8,8%); e menos frequente em Porto Velho e Palmas (4,9%), no Distrito Federal (5,1%)
e em Macapá (5,4%), segundo a (Vigitel, 2019).
No conjunto das 27 cidades, a frequência do diagnóstico médico de diabetes
foi de 7,4%, sendo maior entre as mulheres (7,8%) do que entre os homens (7,1%),
em ambos os sexos, a frequência dessa condição aumentou intensamente com a
idade e diminuiu com o nível de escolaridade, segundo a (Vigitel, 2019), e encontram-
se descritos na Tabela 1.
21

Tabela 1– Percentual* de adultos (≥18 anos) que referiram diagnóstico médico de


diabetes no conjunto da população adulta (≥18 anos) das capitais dos estados
brasileiros e do Distrito Federal, por sexo, idade e anos de escolaridade, segundo a
(Vigitel, 2019).
Sexo
Variáveis Total Masculino Feminino
% IC 95% % IC 95% % IC 95%
Idade (anos)
18 a 24 0,7 0,4 - 1,1 0,6 0,2 - 1,0 0,9 0,2 - 1,5
25 a 34 1,9 1,1 - 2,6 2,4 1,0 - 3,8 1,3 0,8 - 1,9
35 a 44 3,6 2,8 - 4,4 3,7 2,3 - 5,2 3,5 2,5 - 4,5
45 a 54 7,4 6,4 - 8,5 6,4 4,9 - 7,8 8,3 6,8 - 9,8
55 a 64 17,3 15,7 - 18,8 18,9 16,1 - 21,7 16,1 14,3 - 17,8
65 e mais 23,0 21,7 - 24,3 24,6 22,1 - 27,0 22,0 20,5 - 23,5
Anos de escolaridade
0a8 14,8 13,6 - 15,9 13,8 11,9 - 15,8 15,6 14,2 - 16,9
9 a 11 5,4 4,9 - 5,9 4,5 3,9 - 5,2 6,1 5,4 - 6,8
12 e mais 3,5 3,0 - 3,9 4,0 3,2 - 4,9 3,0 2,5 - 3,5
Total 7,4 7,0 - 7,9 7,1 6,4 - 7,8 7,8 7,3 - 8,3
Fonte: Secretaria de Vigilância em saúde | SM *Percentual ponderado para ajustar a distribuição
sociodemográfica da amostra Vigitel à distribuição da população adulta de cada cidade projetada para
o ano de 2019 (ver “Aspectos Metodológicos”). IC 95%: intervalo de confiança de 95%.

O diabetes tipo 2, é mais comum que o tipo 1, no dia 14 de novembro


comemora-se o Dia Mundial do Diabetes, a data foi criada com objetivo de alertar a
população sobre os crescentes números da doença no mundo, (SBD, 2016).
22

3. DIABETES MELLITUS TIPO 2, E SUAS COMPLICAÇÕES.

AS COMPLICAÇÕES DO DIABETES MELLITUS TIPO 2

De acordo com Brasil (2019) as complicações do diabetes, quando não tratado


corretamente, pode evoluir para formas mais graves e apresentar diversas
complicações como: neuropatia diabética, os nervos periféricos eles carregam as
informações que saem do cérebro e as que chegam até ele, além de sinais da medula
espinhal para o resto do corpo, os danos a esses nervos, condição chamada de
neuropatia periférica, fazem com que esse mecanismo não funciona bem, a
neuropatia pode afetar um único nervo, um grupo de nervos ou nervos no corpo
inteiro.
A neuropatia costuma vir acompanhada da diminuição da energia, da
mobilidade, da satisfação com a vida e do envolvimento com as atividades sociais,
tanto as alterações nos vasos sanguíneos quanto as alterações no metabolismo
podem causar danos aos nervos periféricos, a glicemia alta reduz a capacidade de
eliminar radicais livres e compromete o metabolismo de várias células, principalmente
as dos neurônios, o diabetes é a causa mais comum da neuropatia periférica e merece
especial atenção porque a neuropatia é a complicação crônica mais comum e mais
incapacitante do diabetes, ela é responsável por cerca de dois terços das amputações
não-traumáticas (que não são causadas por acidentes e fatores externos), segundo
(Brasil, 2019).
Os problemas arteriais e amputações, muitas pessoas com diabetes têm a
doença arterial periférica, que reduz o fluxo de sangue para os pés, e pode haver
redução de sensibilidade devido aos danos que a falta de controle da glicose causa
aos nervos, essas duas condições fazem com que seja mais fácil sofrer com úlceras
e infecções, que podem levar à amputação de membros, segundo (Brasil 2019).
O pé do paciente portador de diabetes merece atenção especial, pois é uma
situação frequente, irreversível e evitável, desde que os cuidados pertinentes sejam
tomados, o pé diabético, são feridas que podem ocorrer no pé das pessoas com
diabetes e têm difícil cicatrização devido aos níveis elevados de açúcar no sangue
e/ou circulação sanguínea deficiente, (Brasil, 2013).
23

As complicações do diabetes não controlado, aproximadamente 85% das


pessoas com diabetes desenvolver úlceras nos pés que pode levar amputações de
membros inferiores em pacientes com diabetes, dados referentes a cuidados em
pacientes diabéticos depressivos e com multimorbidades podem ser consultados em
capítulos específicos, as orientações da linha de cuidado e todas as informações
pertinentes podem ser consultadas no Caderno da Atenção Básica nº 36 (Brasil,
2013).
A doença renal, os rins são uma espécie de filtro, compostos por milhões de
vasinhos sanguíneos (capilares), que removem os resíduos do sangue, o diabetes
pode trazer danos aos rins, afetando sua capacidade de filtragem, o processo de
digestão dos alimentos gera resíduos, essas substâncias que o corpo não vai utilizar
geralmente têm moléculas bem pequenas, que passam pelos capilares e vão compor
a urina, as substâncias úteis, por sua vez, a exemplo das proteínas, têm moléculas
maiores e continuam circulando no sangue, segundo (Brasil, 2019).
Quando a doença renal é diagnosticada precocemente, durante a
microalbuminúria, diversos tratamentos podem evitar o agravamento, quando é
detectada na fase da microalbuminúrica, a complicação de doença renal terminal, com
o tempo, o estresse da sobrecarga faz com que os rins percam a capacidade de
filtragem, os resíduos começam a acumular-se no sangue e os rins falham, uma
pessoa com doença renal terminal vai precisar de um transplante ou de sessões
regulares de hemodiálise, não são todas as pessoas portadoras de diabetes que
desenvolvem a doença renal, fatores genéticos, baixo controle da taxa glicêmica e da
pressão arterial favorecem o aparecimento da complicação, segundo (Brasil, 2019).
Os problemas na visão como o glaucoma, a catarata, e a retinopatia, se o
paciente controlar bem os níveis de glicemia, é provável que apresente problemas
oculares de menor gravidade ou nem apresente, quem é portador de diabetes está
mais sujeito à cegueira, se não a tratar corretamente, fazendo exames regularmente
e entendendo como funcionam os olhos, fica mais fácil manter essas complicações
sob controle, segundo (Brasil, 2019).
Glaucoma, portadores de diabetes têm 40% de chance de desenvolver
glaucoma, é que a pressão elevada nos olhos. Isso comprime os vasos sanguíneos
que transportam sangue para a retina e o nervo óptico e pode causar a perda gradual
da visão, tratamentos, medicamentoso e cirurgia, segundo (Brasil, 2019).
24

Catarata, portadores de diabetes têm 60% de chance de desenvolver a


catarata, que acontece quando a lente clara do olho, o cristalino, fica opaca,
bloqueando a luz, para ajudar a lidar com graus leves de catarata, é necessário usar
óculos de sol e lentes de controle de brilho nos óculos comuns, quando a opacidade
atrapalha muito a visão, geralmente é realizada uma cirurgia que remove as lentes e
implanta novas estruturas, segundo (Brasil, 2019).
Entretanto, é preciso ter consciência de que, em pessoas com diabetes, a
remoção das lentes pode favorecer o desenvolvimento de glaucoma e retinopatia,
diabética problemas de retina causados pelo diabetes, o não-proliferativo é o mais
comum, os capilares (pequenos vasos sanguíneos) na parte de trás do olho incham e
formam bolsas, há três estágios, leve, moderado e grave, na medida em que mais
vasos sanguíneos ficam bloqueados, em alguns casos, as paredes dos capilares
podem perder o controle sobre a passagem de substâncias entre o sangue e a retina
e o fluido pode vazar dentro da mácula e causar edema macular, a retinopatia
proliferativa é pouco comum, afeta cerca de uma em cada 20 pessoas com
diabetes, é necessário consultar um oftalmologista anualmente ou a cada dois anos,
mesmo que esteja se sentindo bem, segundo (Brasil, 2019).
Pele mais sensível: na maioria vezes, a pele dá os primeiros sinais de que a
pessoa estar com diabetes, portadores diabetes tem mais chance de ter pele seca,
coceira e infecções por fungos e/ou bactérias, entre outros problemas dermatológicos
que podem piorar o quadro do diabetes, altos índices glicêmicas prejudicam os
pequenos vasos sanguíneos responsáveis pelo transporte de nutrientes para a pele e
os órgãos, manchas escuras, rachaduras, feridas, que dificultada a cicatrização (pela
vascularização deficiente), uma hiperglicemia favorece a desidratação, a glicose em
excesso guarda água do organismo, um círculo vicioso, com consequência mais
severa é a amputação do membro afetado, a recomendação é cuidar da dieta, dos
exercícios e da pele, quando controlada, o diabetes pode não apresentar qualquer
manifestação cutânea, segundo (Brasil, 2019).
A alteração de humor, ansiedade e depressão, ao receber o diagnóstico de
diabetes, muitas pessoas apresentam várias reações emocionais, como choque,
negação, medo, raiva, tristeza e ansiedade, isso é absolutamente normal, o mental e
o emocional podem ser afetados com o diagnóstico de alguma doença crônica, como
o diabetes, segundo (Brasil, 2019).
25

A ansiedade, muitos portadores de diabetes apresentam distúrbios de


ansiedade, a má interpretação de alguns sintomas de hipoglicemia como sendo
ansiedade pode prejudicar a rápida correção exigida pelas baixas taxas de glicemia,
a ansiedade em relação a injeções e a visão de sangue podem complicar a vida de
quem precisa tomar diariamente insulina e mensurações várias vezes a glicemia por
dia, o medo de hipoglicemia, uma fonte comum de ansiedade em pessoas com
diabetes, e pode fazer com que os pacientes mantenham seus níveis glicêmicas acima
dos alvos, segundo (Brasil, 2019).
A depressão, ocorre duas vezes mais em portadores de diabetes do que na
população em geral, em aproximadamente 20% dos portadores de diabetes tanto no
tipo 1 quanto no tipo 2, a taxa de depressão é maior nas mulheres, a causa da
depressão em portadores de diabetes ainda é desconhecida, possível resultado da
interação entre fatores psicológicos, físicos e genéticos, a contribuição de cada um
desses fatores para a depressão varia de paciente para paciente, (Brasil, 2019).
As restrições alimentares, o tratamento, as hospitalizações o aumento nas
despesas podem ser estressantes para o portador de diabetes, lidar com as
complicações quando o diabetes está mal controlado pode contribuir para a
depressão, alterações físicas associadas ao diabetes (neuroquímicas e
neurovasculares) podem ser fatores causais, fatores genéticos não relacionados ao
diabetes podem causar depressão em portadores de diabetes, qualquer que seja a
causa, a depressão pode afetar negativamente o controle do diabetes, os números de
sessões de psicoterapia podem precisar de ajustes, é importante que o psicoterapeuta
converse com o médico que trata do diabetes, segundo (Brasil, 2019).
Problemas sexuais: a saúde sexual está diretamente relacionada às
complicações do diabetes, alguns problemas comuns são: disfunção erétil e
problemas de ejaculação. A disfunção sexual do diabetes pode afetar as mulheres,
altas taxas de glicose, lesões nos nervos, depressão e propensão a infecções genitais
são alguns dos fatores que podem afetar a vida sexual da mulher com diabetes,
diminuição da intensidade da ereção, dificuldade de ter e sustentar a ereção,
diminuição da libido, segundo (Brasil, 2019).
De acordo com a SBD (2016) algumas complicações são críticas e podem levar
à morte, manter hábitos e estilos de vida saudáveis são a melhor forma de controlar e
prevenir a doença, o tratamento é estabelecido pelo tripé alimentação – atividade
26

física – terapia medicamentosa, o qual considera cada ciclo da vida e faixa etária, pois
cada uma delas tem necessidades específicas, mesmo para os diferentes tipos de
diabetes, que incluem o diabetes tipo 1, tipo 2 e gestacional, o sistema de saúde deve
garantir toda a terapia necessária.
A hipoglicemia é literalmente nível muito baixo de glicose no sangue e é comum
em pessoas com diabetes, para evitar a hipoglicemia, além das complicações do
diabetes, o segredo é manter os níveis de glicose dentro da meta estabelecida pelo
profissional da saúde para cada paciente, essa meta varia de acordo com a idade,
condições gerais de saúde e outros fatores de risco, além de situações como a
gravidez, durante o tratamento, é essencial manter hábitos saudáveis e estilo de vida
ativo, além de seguir as orientações medicamentosas recomendadas pelo profissional
de saúde para manter a meta de glicose, evitando a hipoglicemia e a hiperglicemia,
segundo (Brasil, 2019).
O que pode causar hipoglicemia em pacientes diabéticos são: aumentar
quantidade de exercícios físicos sem orientação ou sem ajuste correspondente na
alimentação/medicação, pular refeições e os horários de refeições, comer menos do
que o necessário, exagerar na medicação (essa conduta não traz o melhor controle
do diabetes, pelo contrário), ingestão de álcool, a hipoglicemia em situação extremas,
graves podem causar desmaios ou crises convulsivas e necessitam de intervenção
médicas imediata, o paciente deve ter cuidado com sua saúde e siga à risca fielmente
as orientações médicas, diabetes e hipoglicemia severa podem causar acidentes,
lesões, levar ao estado de coma e até à morte, segundo (Brasil, 2019).
Os sintomas da hipoglicemia são: tremedeira, nervosismo e ansiedade, suores
e calafrios, irritabilidade e impaciência, confusão mental e até delírio, taquicardia,
coração batendo mais rápido que o normal; Tontura ou vertigem; palidez; Fome, sede
e náusea, sonolência, visão embaçada, sensação de formigamento ou dormência nos
lábios e na língua, dor de cabeça, fraqueza e fadiga, raiva ou tristeza, falta de
coordenação motora, pesadelos, choro durante o sono, convulsões, inconsciência
segundo (Brasil, 2019).
O denominado ‘fenômeno do alvorecer’ que todas as pessoas passam por essa
condição, tenham ou não diabetes, é uma onda de hormônios o organismo produz
entre 4h e 5h da manhã, todos os dias, que provocam uma reação do fígado, com
liberação de glicose e preparação do organismo para mais um dia de atividades, o
27

organismo produz menos insulina e mais glucagon (hormônio que aumenta a glicose
no sangue), e as pessoas com diabetes não têm respostas normais de insulina para
regular essa onda e a glicemia de jejum pode subir consideravelmente, para evitar
essa condição, jantar no início da noite, fazer uma caminhada leve após o jantar,
perguntar ao médico sobre medicamentos específicos ou ajuste do tratamento do
diabetes, seja insulina ou outros medicamentos, segundo (Brasil, 2019).
28

4. DIABETES MELLITUS TIPO 2, E A INTERVENÇÃO NUTRICIONAL

A IMPORTÂNCIA DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E ADEQUADA, PARA O


PACIENTE PORTADOR DE DIABETES MELLITUS TIPO 2.

De acordo com a SBD (2017) para a intervenção e prevenção do diabetes


mellitus de forma eficaz, entre outras doenças, é com a prática de atividades físicas
regularmente, no mínimo (30minutos por dia) manter uma alimentação saudável e
equilibrada, rica em (frutas, verduras, legumes, grãos integrais, fibras solúveis e
insolúveis peixes de águas frias, carnes magras, gorduras mono e poliinsaturadas)
comer diariamente verduras, legumes frutas (três porções de frutas por dia), se
necessário suplementar, manter o peso controlado, evitar o excesso de carboidratos
e açucares simples, refinados, sódio, gordura trans, saturadas, embutidos, evitando o
consumo de álcool, tabaco e outras drogas.
O incentivo à uma alimentação saudável e balanceada e a prática de atividades
físicas é prioridade do Governo Federal, há um consenso mundial que recomenda
como medidas iniciais para os pacientes com diagnóstico recente de DM tipo 2,
modificações do estilo de vida associada ao uso de metformina, pacientes com
diabetes mellitus, possuem uma gama de complicações agudas, Tríade de Wipple e
crônicas segundo, o Ministério da Saúde adotou internacionalmente metas para frear
o crescimento do excesso de peso e obesidade no País, segundo (SBD, 2016).
De acordo com Brasil (2019) outra ação para a promoção da alimentação
saudável foi a publicação do Guia Alimentar para a População Brasileira, reconhecida
mundialmente pela abordagem integral da promoção à nutrição adequada, a
publicação orienta a população com recomendações sobre alimentação saudável e
para fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da
alimentação, hábitos saudáveis evita o diabetes, o câncer e outras doenças crônicas
não transmissíveis.
O controle adequado do diabetes não pode ser alcançado sem planejamento
alimentar, a obesidade é um preocupante fator de resistência periférica à insulina é
essencial que o indivíduo diabético se alimente diariamente com os mesmos tipos e
proporções de nutrientes, a mesma quantidade de alimentos e, na medida do possível,
nos mesmos horários, a alimentação deve ser fracionada em cinco ou seis refeições
29

ao dia, os pacientes devem ser categorizados, segundo o Índice de Massa Corpórea


(IMC), segundo a (SBD, 2016).
De acordo com a SBD (2016) os objetivos da dieta, é fornecer a quantidade de
energia adequadas para: o peso desejável, controle adequado da glicemia, o controle
dos lipídeos do sangue e prevenção das complicações relacionadas ao mau hábito
alimentar etc. Estratégia alimentar e nutricional no diabetes mellitus tipo 2 em adultos,
são as recomendações nutricionais de macronutrientes ingestão recomendada/dia:
VET (valor energético total), considerar as necessidades individuais, utilizando
parâmetros semelhantes à população não diabética, em todas as faixas etárias, as
vitaminas e minerais, segue as recomendações da população não diabética, o
tratamento clínico nutricional. plano alimentar e nutricional para o portador de
diabetes, segundo a (SBD, 2016),
De acordo com o CFN (2015) são funções privativas do nutricionista no
tratamento do DM, orientar sobre alimentação saudável e escolhas alimentares
indicadas aos portadores de diabetes, realizar o trabalho na perspectiva da atenção
contínua, atenção compartilhada em grupo, operativo e grupos de práticas corporais,
elaborar, em conjunto com a equipe multiprofissional da Atenção Primária e com o
portador de diabetes, o plano de cuidado dos pacientes de baixo e médio risco,
receber e monitorar o plano de cuidado do portador de diabetes com alto risco
acompanhado por uma equipe multiprofissional, promover atividades nas Academias
da Saúde e apoiar os grupos de educação em saúde e educação nutricional.
Participar das atividades de educação permanente em conjunto com a equipe
da Atenção ambulatorial especializada orientar sobre alimentação de acordo com o
quadro clínico do portador de diabetes (Ex. dislipidemia, doença renal crônica), apoiar
a equipe da Atenção Primária a desenvolver atividades de educação nutricional na
UBS, elaborar, em conjunto com a equipe multiprofissional o plano de cuidados,
pactuar com o portador de diabetes as metas do plano de autocuidado, registrar as
informações no prontuário do paciente. Organizar juntamente com a equipe
multiprofissional as atividades de educação permanente a serem realizadas com a
equipe da Atenção Primária (UBS e NASF), elaborar junto com a equipe
multiprofissional as atividades de educação em saúde desenvolvidas na Atenção
Ambulatorial Especializada como atenção contínua e atenção compartilhada em
grupo, segundo o (CFN, 2015).
30

Abordagem inicial, a primeira consulta com o nutricionista, deve ocorrer logo


após a consulta com o médico que fez o diagnóstico de diabetes, e toda a ansiedade
em relação à alimentação vai ser atenuada rapidamente haverá melhora da glicemia,
segundo o (SBD, 2015).
O plano alimentar baseia-se em uma alimentação saudável que considera
todos os grupos de alimentos, a quantidade do alimento a ser consumido vai depender
da necessidade de cada caso, o tratamento é individualizado, na consulta, o
nutricionista realiza uma entrevista (anamnese) a obter dados sobre a doença atual e
outras informações específicas para a elaboração do plano alimentar, constam das
perguntas, à história de algumas doenças (obesidade, anorexia, bulimia,
dislipidemias, pressão alta etc.) e a alimentação atual e pregressa (nascimento e do
passado recente), informações sobre trato gastrointestinal, a mastigação, problemas
no estômago, glândulas anexas e eliminações fisiológicas (fezes e urina), segundo o
(SBD, 2015).
A história alimentar é muito importante na consulta de nutrição pois a partir
desses dados se iniciará a prescrição do plano alimentar, portanto, é necessário ter o
conhecimento das técnicas corretas para se coletar e avaliar estas informações, a fim
de se obter um retrato fiel do perfil alimentar do indivíduo, segundo a (SBD, 2015).
Utilizada se é o recordatório de 24 horas, para saber os horários, locais e as
quantidades de alimentos ingeridos em cada refeição do dia anterior, podem ser
ampliados com informações obtidas pelo questionário de frequência de consumo
alimentar, que classifica os alimentos por grupos (leite e derivados, frutas, hortaliças,
carnes, ovos, óleos etc.), é aconselhável, levar registrado o que foi ingerido por
refeição na última semana ou em 3 dias (2 durante a semana e 1 de final de semana),
o esquema de medicamentos (se houver) e os exames laboratoriais realizados
previamente são importantes para a avaliação do nutricionista e devem ser levados
para a consulta, fornecimento de informações sobre os exercícios físicos, realizados
rotineiramente (horários, tipo, intensidade), plano alimentar poderá ser flexibilizado ou
não a partir desses dados, segundo a (SESA, 2018).
Exame físico, medidas antropométricas, peso, estatura e circunferência da
cintura. elas são importantes para se determinar o peso desejável e para traçar a
estratégia do cálculo do plano alimentar (calorias), dobras cutâneas e percentual de
31

gordura para complementar a avaliação da gordura corporal, são avaliados de


maneira diferente de acordo com a idade do portador de diabetes, (SBD, 2015).
Após avaliação, o plano alimentar é calculado, correlacionando as
necessidades nutricionais para idade e atividade física, com o peso que foi
previamente determinado pela avaliação antropométrica, estes dados, numéricos são
transformados em medidas caseiras de alimentos, para serem distribuídas pelas
refeições, esta distribuição da alimentação leva em consideração a anamnese
alimentar (hábitos alimentares) e o esquema medicamentoso (insulina ou remédio),
segundo a (SBD, 2015).
A parceria entre o nutricionista e da pessoa com diabetes na elaboração do
plano alimentar é fundamental para que este seja viável e prazeroso, o nutricionista
inicia a abordagem sobre a ação dos alimentos no organismo e de como os nutrientes
(carboidratos, proteínas e gorduras) agem sobre a glicemia, temas sobre hipoglicemia
e o uso de produtos diets, adoçantes, frutas, doces etc., devem ser abordados de
maneira que o paciente saia da consulta com segurança de realizar as suas refeições,
(SBD, 2015).
A educação faz parte de todas as consultas e as dúvidas são explicadas
juntamente com a construção do plano alimentar, ao final da consulta é fornecido um
plano alimentar específico às necessidades nutricionais e de saúde, com listas de
substituição de alimentos para consulta sobre o seu conteúdo nutricional e de
carboidratos. estas listas dão opções de alimentos de forma que o plano alimentar não
fica monótono e pode ser modificado pela própria pessoa com diabetes, respeitando
as orientações do nutricionista, segundo a (SBD, 2015).
Após a consulta, o nutricionista disponibiliza o parecer nutricional para o médico
ou para outros profissionais que fazem parte da equipe de atendimento, as consultas
subsequentes são igualmente importantes para que haja a avaliação e possível
modificação da conduta nutricional inicial e possa dar continuidade ao processo
educativo, segundo a (SBD, 2015).
É preciso ter uma atenção especial com a alimentação para evitar os danos
causados pela doença, é possível sim, comer bem, e saudável, sem desistir de
apreciar alimentos gostosos, o controle adequado do diabetes não pode ser alcançado
sem planejamento alimentar, a obesidade é um preocupante fator de resistência
periférica à insulina, é essencial que o indivíduo portador de diabetes se alimente
32

diariamente com os mesmos tipos e proporções de nutrientes, a mesma quantidade


de alimentos e, se do possível, nos mesmos horários, a alimentação deve ser
fracionada em cinco ou seis refeições, os pacientes devem ser categorizados,
segundo o Índice de Massa Corpórea (IMC), segundo a (SBD, 2017).
O objetivo da dieta, é fornecer a quantidade de energia adequadas para: o peso
desejável, crescimento, gestação e lactação, o controle adequado da glicemia, o
controle dos lipídeos do sangue e prevenção das complicações relacionadas ao mau
hábito alimentar, o planejamento alimentar, e as recomendações nutricionais para
pessoas portadoras de diabetes mellitus diabetes, os macronutrientes ingestão
recomendada/dia, segundo a (SBD, 2016).
Estratégia alimentar e nutricional, recomendações nutricionais para o diabetes
mellitus (DM) tipo 2 em adultos, macronutrientes ingestão recomendada/dia: o valor
energético total (VET), considerar as necessidades individuais, utilizando parâmetros
semelhantes à população não diabética, em todas as faixas etárias, vitaminas e
minerais segue as recomendações da população não diabética. Calorias kcal: basear-
se nos hábitos alimentares do paciente e avaliar as necessidades individuais (perder,
manter ou ganhar peso), segundo a (SBD, 2016).
De acordo com a SBD (2020) os carboidratos: deve corresponder a 45 a 60%
do valor calórico total (no diabético magro ou normal), carboidratos complexos (amido)
e ricos em fibras devem ser preferidos: pão integral, arroz, macarrão, feijão e frutas.
Dica para usar: manual de contagem de carboidrato para pessoa com diabetes da
Sociedade Brasileira de Diabetes, (SBD, 2016). Proteína: deve corresponder a 15 a
20% do valor calórico diário total, no caso de existir proteinúria, a restrição de
proteínas não deve ser inferior a 0,8g/Kg/dia, (frango, peixe, carnes magras,
leite/iogurte desnatado ricota, queijo branco), segundo a (SBD, 2020).
Gorduras: deve corresponder a 20 a 35% do valor calórico total, recomenda-se
a ingestão de gorduras a 10% do total, é importante a ingestão de ácidos graxos
Ômega3, (sardinha, poliinsaturadas (óleo de milho, girassol ou soja) ou
monoinsaturadas (óleo de oliva, canola, amendoim e abacate), gordura saturada
(banha, toucinho, pele de aves etc.), inferior arenque, atum, salmão, nozes, sementes
de chia, linhaça), segundo a (SBD, 2020).
33

Sódio: até 2.000 mg/dia a ingestão excessiva contribui para a hipoglicemia,


hipertrigliceridemia e aumento do peso. Dica: Abuse das ervas e temperos (salsinha,
orégano, manjericão, cominho, hortelã, sálvia, entre outros) segundo a (SBD, 2020).
Bebidas: água, suco de fruta com menor índice glicêmico, (acerola, pera, maçã,
morango, maracujá, laranja, limão, goiaba, kiwi), Dica: coma a fruta integral, para
maior ingestão de vitaminas, minerais e fibras. Adoçantes calóricos: (4 Kcal/grama)
Sacarose (açúcar) 5 até 10% sorbitol e xilitol, frutose (xarope de milho, melado etc.),
não se recomenda adição nos alimentos. Adoçantes não calóricos: aspartame,
sacarina, ciclamato, esteviosídeo, acessulfame-K, segundo a (SBD, 2020).
Fibras: recomenda-se a ingestão diária de 14 a 20 gramas de fibras solúveis e
insolúveis na dieta, deve se evitar quantidades excessivas, que podem levar à
diarreia, vegetais ricos em fibras (aipo, abobrinha, brócolis, alface, vagem, cenoura,
pepino, couve-flor, frutas ricas em fibras, farelo de trigo, ervilha, feijão, pão integral,
batata inglesa), não é recomendado o consumo de bebidas alcoólicas, (SBD, 2020).
Em relação a doença, aparecem várias dúvidas sobre a alimentação do
portador de diabetes, viver com diabetes não é sinônimo de privação alimentar.
Portadores de diabetes podem consumir frutas sim, e não existe tipo específico de
frutas que deva ser evitado, não existe fruta proibida para o portador de diabetes.
Desde que não tenha complicação renal, segundo (Brasil, 2019).
Há frutas com índice glicêmico mais elevado, o que aumentam a glicemia
rapidamente, (o melão e a melancia), e não são proibidas, o importante é controlar a
quantidade, o tamanho da porção, ingerir uma fruta média ou porção picada de (150g),
há mitos relacionados: banana, laranja, manga, caqui e uva, e não há fundamentos,
trata-se de frutas de médio e baixo índice glicêmico, segundo (Brasil, 2013).
Os carboidratos não são os grandes vilões para o portador de diabetes, para o
bom controle glicêmico e saúde em geral, as diretrizes clínicas demonstram que os
carboidratos devem ser a base da alimentação, sendo de 45 a 60% do valor energético
total ingerido por dia, deve se observar, para não haver grandes quantidades dos
mesmos carboidratos em uma mesma refeição, respeitando um controle de porções
de acordo com as necessidades nutricionais individuais, segundo a (SBD, 2016).
Portadores diabetes não são totalmente proibidas de comer doces, desde que
tenha um bom controle da glicemia, o importante é a quantidade de carboidratos
ingerida e não o tipo de carboidrato, o açúcar é um tipo de carboidrato conhecido como
34

calorias “vazias” com pouco valor nutricional, deve se controlar a quantidade de


carboidratos ingerida, o melhor é evitar a adição do açúcar, o qual eleva a glicemia
rapidamente , é melhor escolher carboidratos provenientes de frutas, cereais integrais,
leguminosas e laticínios desnatados, mas não há nada que impeça que esse tipo de
alimento incluído seja na alimentação de forma moderada e adequada, vale ressaltar,
a escolha de alimentos in natura e preparações caseiras são melhores que os
alimentos ultraprocessados, segundo a (SBD, 2016).
Portadores de diabetes não podem consumir alimentos dietéticos livremente,
alimentos dietéticos podem ajudar em algumas vezes, e trata-se de alimentos com
restrição de algum nutriente, na maioria dos casos o açúcar adicionado, o que pode
resultar em um produto com menor teor de carboidratos, ele só afetará menos a
glicemia, se for consumido em quantidades controladas, porém, há casos em que a
retirada do açúcar requer inclusão de outro carboidrato ou nutriente, podendo manter
teor final semelhante de carboidratos ou até mais quantidade de gorduras totais. Com
isso, vale sempre a leitura cuidadosa do rótulo e tabela nutricional para saber o quanto
aquele alimento é adequado e se vale a pena ser consumido, (SBD, 2016).
Portadores de diabetes podem consumir bebidas alcoólicas, desde que seja
ingerida dentro do uso moderado, limite de até 1 dose por dia para mulheres e até 2
doses para homens, com o uso moderado da bebida alcoólica, não trará prejuízos
para o portador de diabetes, mas o excesso de bebidas trará prejuízos para quem tem
diabetes, principalmente para quem usa insulina, é importante monitorar a glicemia e
ingerir algum carboidrato conjuntamente para não haver risco de hipoglicemia pelo
consumo do álcool, segundo a (SBD, 2016).
Alimentos de baixo índice glicêmico ajudam a manter o diabetes sob controle
os principais exemplos desses tipos de alimentos são: alimentos com menor índice
glicêmico ajudam na elevação mais lenta da glicose após a refeição, evitando o pico
de glicose sanguínea, e favorece a saciedade prolongada pela digestão mais lenta, o
mais importante é a quantidade de carboidratos ingerida e não só a fonte, porém a
escolha de alimentos de menor índice glicêmico, incluindo alimentos integrais ricos
em fibras, aveia, leguminosas feijões, vegetais e frutas com casca e bagaço, batata
doce, inhame, inclusão de gorduras boas como castanhas e proteínas magras de boa
qualidade como queijo branco, pode ajudar muito no bom controle glicêmico, segundo
a (SBD, 2018).
35

Os cuidados com a alimentação não variam de acordo com o tipo de diabetes


que o portador apresenta, a qualidade da alimentação deverá ser a mesma, mas há
algumas diferenças, quem tem diabetes tipo 1 e usa insulina ultrarrápida, conforme a
ingestão de carboidratos em cada refeição, pode ter uma liberdade nutricional um
pouco maior, pois tem um regime de terapia de insulina flexível, para quem está em
tratamento fixo de insulina ou usa somente medicamentos, é melhor manter metas de
carboidratos por refeições para controle da glicemia, quem tem diabetes tipo 2 e tem
excesso de peso, a prioridade é a perda de peso para melhora da resistência à
insulina, não somente o total de carboidratos é importante, mas também o total
calórico e as escolhas saudáveis em geral, segundo a (SBD, 2018).
Em relação aos cuidados com a alimentação do portador de diabetes, os
principais e as dicas são, o portador de diabetes deverá manter uma alimentação
equilibrada, regular, variada e natural, deverá ser fracionada de 3 em 3 horas para
evitar hipoglicemia e descontrole da fome, resultando em maior ingestão de alimentos
após longos períodos sem alimentar, seguir metas de carboidratos por refeições de
acordo com seu gasto energético total, escolher alimentos mais naturais, menos
industrializados e processados, incluir fibras dietéticas com a ingestão de cereais
integrais, leguminosas, frutas frescas e vegetais, e gorduras boas como azeite, frutas
oleaginosas, peixes e carnes magras, o controle de açúcar, sal, frituras, colesterol e
gordura saturada é bom para todas as pessoas, inclusive para quem tem diabetes,
hábitos tais que devem ser prioridade, segundo a (SBD, 2019).
A prevenção do diabetes, entre outras doenças é a prática de hábitos
saudáveis, comer diariamente verduras, legumes frutas (três porções de frutas por
dia), alimentos ricos em fibras solúveis e insolúveis, carnes magras, reduzir o consumo
de sal, açúcar e gorduras, parar de fumar, praticar exercícios físicos regularmente, (no
mínimo 30 minutos por dia), manter o peso controlado, para de fumar evitar álcool e
drogas, Comportamentos saudáveis evitam o diabetes, e outras doenças crônicas,
como o câncer, segundo (Brasil, 2019).
O País assumiu como compromisso deter o crescimento da obesidade na
população adulta até 2019, por meio de políticas intersetoriais de saúde e segurança
alimentar e nutricional, reduzir o consumo regular de refrigerante e suco artificial em
pelo menos 30% na população adulta, até 2019, e ampliar pelo menos 17,8% o
percentual de adultos que consomem frutas e hortaliças regularmente até 2019,o
36

Governo Federal incentiva a prática de atividades físicas por meio do Programa


Academia da Saúde, com aproximadamente 4 mil polos habilitados e 2.012 com obras
concluídos, segundo a (Brasil, 2019).
37

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.

Entende-se que o diabetes mellitus tipo 2, aparece quando o organismo não


produz insulina suficiente ou as células do organismo, não utiliza a insulina produzida
adequadamente. É um importante e crescente problema de saúde a todos os países,
independentemente do seu desenvolvimento. A prevalência está associada, a rápida
urbanização, transição epidemiológica e nutricional, sedentarismo, excesso de peso,
triglicerídeos elevados, hipertensão e hábitos alimentares inadequados, crescimento
e envelhecimento populacional, maior sobrevida dos indivíduos com diabetes.
O tratamento é estabelecido pelo tripé alimentação – atividade física – terapia
medicamentosa, o qual considera cada ciclo da vida e faixa etária, pois cada uma
delas tem necessidades específicas, mesmo para os diferentes tipos de diabetes, que
incluem o diabetes tipo 1, tipo 2 e gestacional, o sistema de saúde deve garantir toda
a terapia necessária. Comportamentos saudáveis evitam o diabetes, e outras doenças
crônicas, como o câncer.
É preciso ter uma atenção especial com a alimentação, evitar o excesso de
carboidratos e açucares refinados, sódio, gordura trans, saturadas, carnes
gordurosas, embutidos, controlar o peso, o consumo de álcool, uso do tabaco e outras
drogas, para evitar as complicações e os danos causados pela doença, como
resistência à insulina, pé diabético, amputação de membros, quadros de hiper e
hipoglicemia, problemas visuais (glaucoma, catarata, retinopatia não-proliferativo e
proliferativo), infecções frequentes, dificuldade na cicatrização de feridas, neuropatia
diabética, perda de sensibilidade a dor, problemas arteriais, furúnculos, pele mais
sensível, manchas escuras na pele, doença renal, alteração de humor, ansiedade,
depressão, problemas sexuais, algumas complicações são críticas e podem levar à
morte, manter hábitos e estilos de vida saudáveis são a melhor forma de controlar e
prevenir a doença, a obesidade é um preocupante fator de resistência periférica à
insulina.
O controle adequado do diabetes não pode ser alcançado sem planejamento
alimentar, é essencial que o indivíduo portador de diabetes se alimente diariamente
com os mesmos tipos e proporções de nutrientes, a mesma quantidade de alimentos
e, na medida do possível, nos mesmos horários, a alimentação deve ser fracionada
em cinco ou seis refeições ao dia, os pacientes devem ser categorizados, segundo o
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Índice de Massa Corpórea. A estratégia alimentar e nutricional no diabetes tipo 2: é


manter uma alimentação, saudável e balanceada rica em: frutas, verduras, legumes,
grãos integrais, fibras solúveis e insolúveis peixes de águas frias, carnes magras,
gorduras monos e poliinsaturadas, se necessário suplementar, o consumo de
adequado de água, praticar atividade física, manter hábitos e estilos de vida saudáveis
para controlar e prevenir a doença.
39

REFERÊNCIAS

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https://www.saude.gov.br/saude-de-a-z/diabetes. BRASIL. Ministério da
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tratamentos. ministério da saúde. SP. Acesso em: 08 de out. 2020.

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http://antigo.saude.gov.br/saude-de-a-z/diabetes. BRASIL. Ministério da
Saúde. Diabetes. (diabetes mellitus): sintomas, causas e tratamentos. SP.
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BRASILc. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica:
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