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I.

INTRODUÇÃO
II. OBJECTIVOS
II.1. Objectivos gerais

II.2. Objectivos específicos


III. REVISÃO LITERÁRIA

III.1. Técnicas e métodos de pesquisa científica

O conhecimento é de importância vital para a humanidade. A busca pelo saber


deve ser constante e incansável

Considera-se como construção o ato de construir algo, e, como ato ou acção a terceira
fase do processo da vontade. Ante um objecto que mobilize o sujeito vão ocorrer três
etapas: a deliberação, a decisão e por fim, a execução. A acção é entendida como um
processo racional e livre decorrente, portanto, da inteligência e da vontade. Embora se
possa falar em ato reflexo, ato instintivo e ato espontâneo como movimentos que partem
do sujeito independentemente da sua vontade, percebe-se que nesses casos não se tem
propriamente um ato, uma acção livre, mas apenas um movimento involuntário
indeterminado. [...] Pode-se, portanto entender a construção do conhecimento como a
constituição dos saberes que resulta da investigação filosófico-científica. RUDGE
WERNECK (2006).

III.1.1. Tipos de conhecimento

Quando falamos em conhecimento, é preciso ter claro em mente que há uma


variedade de conhecimentos, quanto à sua natureza e/ou origem. E é preciso
compreender suas características básicas. O fato é que todo conhecimento, independente
de sua natureza, é produzido no nosso dia a dia.

As literaturas de metodologia estudadas na universidade fazem uma classificação sobre


o conhecimento, separando-as didaticamente. No entanto, essas diversas formas podem,
em muitos casos, serem híbridas, ou seja, coexistirem numa mesma pessoa, e até mesmo
em uma mesma pesquisa. Por exemplo, podemos ter um cientista focado em pesquisas
da física, porém praticante de alguma religião, e ao mesmo tempo, filiado a um sistema
filosófico. Ainda, esse cientista pode estar inserido em uma cultura e ter sua vida
comum, sendo que muitos de seus conhecimentos nasceram do conhecimento popular.

Assim, temos vários tipos citados na literatura de metodologia científica:


III.1.1.1. Conhecimento popular ou senso comum

O conhecimento empírico, vulgar ou popular, por muitos chamado de senso comum,


não se distingue do conhecimento científico por questões de veracidade ou natureza do
objecto conhecido. O que diferencia um do outro é o instrumento de construção, ou seja,
a forma e o método como chegaram às conclusões. Enquanto o senso comum parte de
tradição e observação natural, o conhecimento comum parte de um método mais
objectivo.

Este conhecimento se encontra posto em nosso dia a dia, acontece sem que tenha sido
buscado intencionalmente com um método e ou a partir de referências teóricas sobre o
assunto. Por causa de seu carácter não rigoroso ou não científico, o conhecimento
popular é passível de ser superficial, aparente, fruto apenas das vivências ou emoções,
resultado de experiências não controladas, sendo não organizado ou não sistematizado e
sem validações técnicas. Por isso, são conhecimentos que não se manifestam de forma
crítica.

III.1.1.2. Conhecimento filosófico

A interrogação é a mola propulsora do conhecimento filosófico. Ele está


preocupado em questionar o relacionamento do indivíduo com o meio em que está
inserido, a natureza das coisas, dentre outros. No entanto, apesar de ser um
conhecimento racional, ele não é baseado em experimentações, como é o caso
conhecimento científico. O conhecimento filosófico não está preocupado em verificar se
as conclusões tiradas são válidas cientificamente.

Ele tem um amplo objecto, pois está em busca de conclusões sobre a vida, sobre o
universo, ultrapassando o limite imposto pela ciência. os objectos de análise do
conhecimento filosófico são as ideias e como elas transformam a realidade.

O conhecimento filosófico pode ser considerado como:

 Racional e lógico;
 Sistemático;
 Geral;
 Crítico.
Ainda que o conhecimento não se utilize da experimentação, ele faz uso do método
racional, no qual prevalece o processo dedutivo e a coerência lógica.

III.1.1.3. Conhecimento religioso

O conhecimento religioso ou teológico usa categorias e princípios que o difere


dos demais conhecimentos. De forma abrangente, este parte do princípio de que as
verdades são infalíveis ou indiscutíveis, o que é chamado de dogma. Muitas doutrinas
ou dogmas religiosos têm características peculiares:

São baseadas em uma revelação sobrenatural e proposições sagradas;

 São estudadas a partir do elemento “fé”, o que lhe dá um tom de subjetividade.


Desta forma, sempre está implícita a atitude de “fé” perante um conhecimento
revelado;
 Muitas de suas evidências ou enunciados não podem ser verificadas de forma
científica

III.1.1.4. Conhecimento científico

Os conceitos mais encontrados para a definição do que é conhecimento científico


podem ser encontrados nas seguintes proposições:

 Demonstra a verdade através de experimentos e aplicações práticas;


 Utiliza-se de métodos testados e validados pela comunidade científica;
 Por utilizar-se de métodos, pode ser verificado e testado por outros;
 Caracteriza-se como racional, sistemático e exacto;
 É passível de formulações, reformulações e replicações;
 Estuda as causas dos fenómenos da natureza, sistematizando suas regras, teorias
e leis;
 É baseado em outros conhecimentos também científicos;
 É factual, ou seja, é construído sobre fatos objectivos.

Severino afirma ainda que o processo científico passa por estas etapas:

 Percepção inicial;
 Hipóteses;
 Observação sistemática;
 Testes metodológicos.
III.1.2. Métodos e técnicas de pesquisa cientifica

pesquisa é a busca de verdades e conhecimentos, novos ou não, feitos através de um


método adequado e de técnicas apropriadas. É um procedimento investigativo e
metodológico em que se propõe a busca de conhecimentos específicos, respostas ou
soluções.

Estas são algumas características da pesquisa:

 Deve ser planejada;


 Deve ter uma metodologia clara, que é uma decisão prévia do pesquisador;
 Deve obedecer rigorosamente aos métodos escolhidos;
 Deve ser flexível na sua aplicação, sem perder seu rigor científico;
 Deve partir de um problema;
 Deve ser fundamentada previamente em teorias e conhecimentos já realizados
por outros pesquisadores;
 Deve obedecer aos padrões técnicos estabelecidos

III.1.2.1. Tipos e Técnicas de Pesquisa

os principais tipos de pesquisa, que são:

a) Pesquisa bibliográfica

Utiliza-se de fontes e textos já pesquisados por outros autores. O pesquisador trabalha


em cima da contribuição bibliográfica já feita em livros, teses, artigos, e outros. Esta
será sua principal fonte de consulta e pesquisa.

b) Pesquisa documental

O pesquisador elege como fonte principal os documentos que têm relação com seu
objecto de pesquisa. Por exemplo: jornais, fotos, filmes, processos judiciários. Esta
pesquisa é muito comummente utilizada por historiadores.

c) Estudo de caso

O pesquisador tem como fonte principal os dados e as informações sobre a vida de


alguém ou de um grupo. Todas as as análises teóricas são feitas a partir de casos
específicos, tais como uma biografia, crônicas, memórias, trajetórias pessoais, etc..
d) Pesquisa etnográfica

O pesquisador procura entender os processos cotidianos através de um mergulho em um


determinado grupo social. É um mergulho microssocial (SE VERINO, 1988, p.119).
Dessa forma, o pesquisador descreve o olhar para determinado grupo. Esta pesquisa é
muito utilizada por sociólogos, antropólogos e educadores.

e) Pesquisa de campo

Nesta pesquisa, o objeto pesquisado é analisado em seu próprio ambiente. O


pesquisador coleta todas as informações do fenômeno em suas condições naturais,
observando-o sem qualquer intervenção. É uma pesquisa de natureza descritiva.

f) Pesquisa-acção

O termo já diz, ele “age” e “pesquisa” ao mesmo tempo. Nesta pesquisa, o agente
pesquisador se envolve e propõe intervenção em seu objeto de pesquisa. Assim, ele
analisa o comportamento do objeto frente às intervenções. É possível que o pesquisador
se surpreenda com os resultados encontrados e até mesmo com as mudanças realizadas
no objeto de pesquisa.

g) Pesquisa participante

Aqui, o pesquisador apenas interage com o objecto de pesquisa. Seu propósito é ampliar
a visão sobre o objeto a partir dessa interacção. Não há intervenção.

h) Pesquisa experimental

O objeto de pesquisa é manipulado em ambientes de controle onde todas as condições


naturais são reproduzidas. É muito utilizada em pesquisas de biologia, tecnologia,
dentre outros.

i) Pesquisa exploratória

Visa desenvolver e/ou esclarecer conceitos. Alguns teóricos da metodologia a associam


à pesquisa explicativa,, que por sua vez, analisa e registra os fenômenos de forma
qualitativa
III.1.2.2. Técnicas de pesquisa científica

As técnicas de pesquisa são procedimentos práticos e operacionais que se aplicam


durante a pesquisa. É importante ressaltar que as técnicas escolhidas pelo pesquisador
devem ser compatíveis com o tipo de pesquisa a que se propõe realizar e também
compatíveis com a área do conhecimento em que se situa. As principais técnicas de
pesquisa são:

A. Entrevista;
B. História de vida;
C. Observação;
D. Grupos de estudo;
E. Grupo focal;
F. Grupos de controle;
G. Documentação;
H. Testes;
I. Sociometria.

III.1.2.3. Métodos de pesquisa cientifica

Ainda dentro da metodologia de uma pesquisa, existem outros elementos metodológicos


que devem ser delineados pelo pesquisador no panejamento prévio de sua pesquisa, que
são os Métodos de Análise dos dados e os Métodos de Abordagem dos conteúdos.

Quanto aos métodos de análise dos dados, ela pode ser

A) Pesquisa Quantitativa

Este tipo de pesquisa parte do pressuposto de que seu objecto de estudo pode ser
quantificável, ou seja, traduzido em números, opiniões e informações contáveis. Após
isso, pode ser classificado e analisado sob vários ângulos e categorias. Este método de
análise faz uso de recursos e de técnicas estatísticas, tais como percentagem, média,
moda, mediana, desvio padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão, entre
outros tratamentos estatísticos. Um bom exemplo é a pesquisa eleitoral. Nela, procura-
se analisar os números e os percentuais de eleitores e intenções de voto.

B) Pesquisa Qualitativa
Já na pesquisa qualitativa, o objeto de estudo não pode ser medido por números. Por
exemplo, a análise de crenças, situações, a natureza de algo, os valores de um grupo,
teorias, etc. Neste tipo, busca-se compreender causas e natureza de um fenômeno, por
exemplo, analisar a qualidade do ar em uma determinada região, etc.

A pesquisa qualitativa é orientada para análise de casos particulares e concretos em um


determinado tempo e em algum espaço geográfico. O objetivo da pesquisa qualitativa é
buscar interpretações sobre fenômenos particulares acerca do sujeito em seu contexto.

(ALVES -MAZZOTI et. al., 2007, p. 16; FLIC K, 2004, p. 19-31).

Métodos de abordagem dos dados

a. Método Indutivo

A definição mais simples e mais comum sobre o método indutivo é: O método Indutivo
é uma modalidade de raciocínio que, a partir de premissas ou argumentos Particulares,
chega a conclusões Gerais ou universais.

É o mais comum em pesquisas científicas, pois observa, registra, analisa e classifica


fatos específicos, tirando conclusões mais abertas e possíveis generalizações. O método
indutivo se estabelece com base na observação repetida de objetos ou acontecimentos da
mesma natureza, podendo chegar a conclusões para todos os objetos ou para eventos
natureza idêntica ou semelhante.

b. Método Dedutivo

Na dedução, as premissas ou os argumentos são verdadeiros e inquestionáveis, e o


pesquisador os aplica a algo específico ou particular. Ou, utilizando as palavras de
Galliano (1979, p. 39), “a dedução consiste em tirar uma verdade particular de uma
verdade geral na qual ela está implícita”.

Este tipo de raciocínio parte do conhecido para o desconhecido com pequena margem
de erro, desde que coerentes. O método dedutivo possui grande aplicação em ciências
como a Matemática e a Física, cujos princípios podem ser enunciados como leis;

De acordo com este método, partindo-se de teorias e leis gerais, pode-se chegar à
determinação ou previsão de fenômeno ou fatos particulares.
c. Método Hipotético-dedutivo

Seu ponto de partida é a formulação de hipóteses, a partir das quais os resultados


obtidos podem ser deduzidos com base nas quais se podem fazer previsões que, por sua
vez, podem ser confirmadas ou refutadas.

Enquanto no método dedutivo procura-se a todo custo confirmar a hipótese, no


hipotético-dedutivo, ao contrário, procuram-se evidências empíricas para derrubá-las. O
pesquisador que não conseguir demonstrar qualquer caso concreto capaz de falsear a
hipótese, terá, então, que corroborar com o já deduzido anteriormente. Nesse caso, a
hipótese mostra-se válida, pois superou todos os testes, mas não definitivamente
confirmada, já que a qualquer momento pode surgir um fato que a invalide.

O método hipotético-dedutivo deve passar por estas fases:

 E laboração de um problema;
 O bservação cuidadosa das hipóteses (princípios do método indutivo);
 Testes das premissas em busca do que pode falsear a hipótese;
 Corroboração ou não as hipóteses anteriormente formuladas.

Note que este método se funde com o indutivo. Ele não se limita a generalização, mas
lança-se ao empirismo das observações que segue o das teorias e leis. Feitos esses testes
de premissas, os resultados podem ser confirmados ou negados.
IV. CONCLUSÃO
V. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. BARROS , J. D. O projeto de pesquisa em História: da escolha do tema ao


quadro teórico. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.
2. GOLDE NBERG, M. A arte de pesquisar. Como fazer pesquisa qualitativa em
ciências sociais. Rio de Janeiro: Record, 1997.
3. ROD RIGUES , Márcia, B.F. Paradigmas para o século XXI: possibilidades de
aplicação do paradigma indiciário de corte psicanalítico às ciências humanas e
sociais, In Revista Passagens, vol. 6 - No. 2 - Maio a Agosto. Editorial 206. ISS
N (on-line): 1984-2503. 2014.
4. VIEI RA, M. P. A. et al. A pesquisa em História. São Paulo: Ática, 1991 (Série
Princípios).

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