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UNIVERSIDADE NORTE DO PARANÁ

SISTEMA DE ENSINO A DISTÂNCIA


EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO

A CONTRIBUIÇÃO DA PRÁTICA DE EXERCICIO FÍSICO NO CONTROLE DO


DIABETES MELLITUS TIPO II:UMA REVISÃO DA LITERATURA

DAVI MESSIAS CORRÊA DE FIGUEIREDO

Lagoa da Prata
2023
DAVI MESSIAS CORRÊA DE FIGUEIREDO

A CONTRIBUIÇÃO DA PRÁTICA DE EXERCICIO FÍSICO NO CONTROLE DO


DIABETES MELLITUS TIPO II:UMA REVISÃO DA LITERATURA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como


requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel
em Educação Física.

Orientador: Prof. Bruno José Frederico Pimenta

Lagoa da Prata
2023
FIGUEIREDO, D. M. C. A CONTRIBUIÇÃO DA PRÁTICA DE EXERCICIO FÍSICO
NO CONTROLE DO DIABETES MELLITUS TIPO II:UMA REVISÃO DA
LITERATURA. 2023. 37 p. Trabalho de Conclusão do Curso de Bacharelado em
Educação Física – Universidade Norte do Paraná, Lagoa da Prata, 2023.

RESUMO

O presenta trabalho trata-se de uma revisão da literatura brasileira acerca da


contribuição da prática de exercício físico no controle do Diabetes Mellitus tipo II. O
Diabetes Mellitus tipo II é uma doença metabólica caracterizada por um excesso de
glicose no sangue (hiperglicemia), devido à incapacidade da insulina exercer
normalmente suas funções. É muitas vezes associado à obesidade e ao
sedentarismo. Devido à grande incidência da doença tanto no Brasil quanto no
mundo, a produção de conhecimento e estratégias para combate-la se torna uma
ferramenta fundamental nessa luta de proporções globais. Buscou-se a partir de
revisões em artigos científicos na base de dados nacional, pesquisas que
corroborassem com a proposta do trabalho, afim de definir a real contribuição da
prática de exercício físico no controle da doença. A pesquisa incluiu livros da área da
saúde, bem como artigos de revisão referentes ao tema abordado, pesquisados nos
bancos de dados disponíveis na internet: BVS- Biblioteca Virtual em Saúde,
Pubmed, Scielo, Portal Capes. As palavras-chave utilizadas foram “diabetes
mellitus”, “exercício físico”, “diabetes tipo 2”. Utilizando essas bases de dados foram
encontradas evidências sólidas sobre os benefícios do exercício físico para os
portadores de diabetes tipo II. Os resultados revelam que a prática regular de
atividades físicas não apenas ajuda a controlar os níveis glicêmicos, mas também
melhora a sensibilidade à insulina, reduzindo complicações e promovendo uma
melhor qualidade de vida para esses indivíduos. Este estudo ressalta a importância
do exercício como uma ferramenta crucial no gerenciamento eficaz do Diabetes
Mellitus tipo II, oferecendo insights valiosos para estratégias de tratamento e
prevenção.

Palavras-chave: Diabetes mellitus. Exercício físico. Controle glicêmico. Insulina.


Atividade física.
FIGUEIREDO, D. M. C. A CONTRIBUIÇÃO DA PRÁTICA DE EXERCICIO FÍSICO
NO CONTROLE DO DIABETES MELLITUS TIPO II:UMA REVISÃO DA
LITERATURA. 2023. 37 p. Trabalho de Conclusão do Curso de Bacharelado em
Educação Física – Universidade Norte do Paraná, Lagoa da Prata, 2023.

ABSTRACT

The present work is a review of Brazilian literature about the contribution of physical
exercise to the control of type II Diabetes Mellitus. Type II Diabetes Mellitus is a
metabolic disease characterized by an excess of glucose in the blood
(hyperglycemia), due to the inability of insulin to perform its functions normally. It is
often associated with obesity and a sedentary lifestyle. Due to the high incidence of
the disease both in Brazil and around the world, the production of knowledge and
strategies to combat it becomes a fundamental tool in this fight of global proportions.
Based on reviews of scientific articles in the national database, research was sought
that corroborated the proposal of the work, in order to define the real contribution of
physical exercise in controlling the disease. The research included books in the
health area, as well as review articles referring to the topic covered, searched in
databases available on the internet: VHL - Virtual Health Library, Pubmed, Scielo,
Portal Capes. The keywords used were “diabetes mellitus”, “physical exercise”, “type
2 diabetes”. Using these databases, solid evidence was found about the benefits of
physical exercise for people with type II diabetes. The results reveal that regular
physical activity not only helps control glycemic levels, but also improves insulin
sensitivity, reducing complications and promoting a better quality of life for these
individuals. This study highlights the importance of exercise as a crucial tool in the
effective management of Type II Diabetes Mellitus, offering valuable insights into
treatment and prevention strategies.

Keywords: Diabetes mellitus. Physical Exercise. Glycemic control. Insulin. Physical


Activity.
LISTA DE FIGURAS

Figura 1-Tabela que demonstra os 10 países com maior número de pessoas com
Diabetes Mellitus em 2017 e sua projeção para 2045 .............................................. 18
Figura 2-Prevalência da Diabetes em adultos de 20 a 79 anos de idade, por regiões.
................................................................................................................................. 19
Figura 3-Percentual de diabéticos por região do Brasil. ........................................... 20
Figura 4-Tabela com caracterização das variáveis nutricionais, alimentares,
psicossociais e funcionais dos indivíduos com diabetes mellitus participantes da linha
de base do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto. .............................................. 24
Figura 5-Gráfico médias pré teste e pós teste glicemia em jejum e da glicemia capilar
do grupo ................................................................................................................... 26
Figura 6-Avaliação do risco cardiovascular no paciente com diabetes mellitus ........ 28
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

DM Diabetes Mellitus

DMI Diabetes Mellitus tipo 1

DMII Diabetes Mellitus

IBGE Instituto brasileiro de geografia e estatistíca

IDF International Diabetes Federation

OMS Organização Mundial de Saúde

OPAS Organização Pan-Americana da Saúde

SUS Sistema único de saúde


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................. 14
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................. 16

CAPÍTULO I – DEFINIÇÃO DE DIABETES MELLITUS ........................................ 16


CAPÍTULO II- DIABETES MELLITUS NO BRASIL E NO MUNDO ....................... 17
CAPÍTULO IV- DIABETES MELLITUS TIPO II ..................................................... 21
CAPÍTULO V- DIABETES MELLITUS TIPO II E A PRÁTICA DE EXERCÍCIO
FÍSICO. ................................................................................................................ 23

3. METODOLOGIA DA PESQUISA...................................................................... 30
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................... 31

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 34

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 35


14

1. INTRODUÇÃO

Na sociedade atual temos evidenciado um aumento nas doenças


crônicas, muito disso relacionado ao estilo de vida da população e ao avanço
tecnológicos e da modernidade presente nessa era.
SILVA E LIMA (2002), apontam as mudanças no estilo de vida ao longo
do tempo na nossa sociedade moderna:

A rapidez e a extensão da urbanização são algumas das


características do século XX. Esse processo provocou modificações
agressivas nos hábitos dietéticos e no estilo de vida das pessoas,
acarretando enorme redução nos níveis de atividade física. Essas
mudanças provocaram um significativo impacto sobre a saúde e a
mortalidade de grandes populações, e constitui- se em um grave
problema de saúde pública (SILVA E LIMA, 2002).

Dentre as diversas doenças que acometem a população, podemos


destacar o Diabetes Mellitus (DM), tanto no tipo 1 quanto no tipo 2. A Diabetes
Mellitus é definida por BARRILE et. al (2015) como:

O diabetes mellitus (DM) é uma desordem metabólica com alta


prevalência na população mundial. Ocorre devido a captação deficiente
de glicose pelos tecidos, com isso, o pâncreas produz quantidade
insuficiente de insulina, conhecida como diabetes mellitus tipo 1 (DM 1)
ou há perda da sensibilidade periférica à insulina, o que incide em 90%
dos casos, levando a altos níveis de glicose circulante, também
conhecido como diabetes mellitus tipo 2 (DM 2) (BARRILE et. al, 2015).

Representando uma grande parcela dos casos, a DM tipo 2, pode ser


desencadeada devido a diversos fatores, como fatores hereditários, estilo de
vida ou até acidentes que comprometam o pâncreas. BARRILE et. al, (2015)
complementa que:
No DM 2 ocorre resistência à insulina levando a diminuição da ação
nos tecidos-alvo principalmente no fígado, músculos e tecido adiposo.
Tem sua etiologia relacionada com causas herdadas ou adquiridas
como obesidade androide, dislipidemia e resistência insulínica,
hipertensão arterial (HA) (conhecidas como síndrome metabólica),
sedentarismo, fatores genéticos e ambientais (BARRILE et. al, (2015).

Assim como em todo o mundo, o Brasil também possui uma grande


incidência do DM, essa grande incidência acabou tornando essa doença em um
grande problema de saúde pública, representando diversos problemas tanto
com relação a quantidade de pessoas infectados, quanto também aos custos do
seu tratamento e impacto na mortalidade precoce.
15

Segundo Lima SILVA E LIMA (2002):

O DM é um dos mais importantes problemas de saúde mundial, tanto


em número de pessoas afetadas como de incapacitação e de
mortalidade prematura, bem como dos custos envolvidos no seu
tratamento. Há uma tendência ao aumento de sua prevalência,
estimando-se que o DM na população brasileira esteja em 7%, sendo
que somente em São Paulo esse número chega a 9% na faixa etária
dos 30 aos 59 anos e, na faixa etária dos 60 aos 69 anos chega a
13,4% (3). Entre os tipos de diabetes, o DM2 é o de maior incidência,
alcançando entre 90 e 95% dos casos, acometendo geralmente
indivíduos de meia idade ou em idade avançada, podendo uma
hiperglicemia estar presente por vários anos, anteriormente ao seu
diagnóstico (4). O tratamento do DM envolve o uso de antidiabéticos
orais e/ou insulina, dieta e atividade física (SILVA E LIMA, 2002).

O pratica de exercício físico tem se mostrado um método tanto de


prevenção quanto de regulação e controle do DM, associado a uma dieta
alimentar bem planejada e uso de tratamento farmacológico, pode-se conseguir
resultados satisfatórios no tratamento, principalmente no controle do DM tipo 2.
A prática de exercício físico concede ao praticamente uma melhora no controle
de problema cardiovasculares, redução da obesidade e sedentarismo, reduz
pressão arterial, melhora a captação de glicose, aumente a sensibilidade a
insulina, entre outros, todos esses benefícios são muito importantes pois
reduzem fatores que contribuem diretamente para o aumento da incidência de
DM (BARRILE et. al, (2015).
Com relação ao tipo de exercício, todos os níveis podem ser realizados
por pacientes com DM, seja eles aeróbico, resistido, flexibilidade etc.. Com
relação a frequência, intensidade e/ou duração devem ser definidos por
profissional de educação física, em conjunto com as orientações médicas,
contudo, estudos apontam que a frequência não deve ser inferior a 3x por
semana, pois sabe-se que o aumento da sensibilidade a insulina influenciado por
exercício físico não permanece por mais que 72 horas (ANGELIS, et. al, 2006).
Para que se consiga todos esses benefícios, é necessário que se
estimule a pratica de exercício físico e busque evidenciar cada vez mais os seus
benefícios e sua relação ao controle do Diabetes Mellitus. Sendo assim, o
presente trabalho vem para buscar na literatura apontar materiais que
evidenciem ou não essa contribuição, buscando reforçar o conhecimento técnico
acerca do tema.
16

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

CAPÍTULO I – DEFINIÇÃO DE DIABETES MELLITUS

A diabetes mellitus é uma doença crônica caracterizada por níveis


elevados de glicose no sangue, devido à incapacidade do corpo em produzir ou
utilizar adequadamente a insulina, um hormônio responsável pela regulação do
açúcar no sangue.
Existem três tipos principais de diabetes mellitus: tipo I, tipo II e diabetes
gestacional. O diabetes tipo I é uma condição autoimune em que o sistema
imunológico do corpo ataca e destrói as células beta do pâncreas, que são
responsáveis pela produção de insulina. Já o diabetes tipo II ocorre quando o
corpo não produz insulina suficiente ou não consegue utilizá-la de forma
eficiente. A diabetes gestacional ocorre durante a gravidez e é causada por
alterações hormonais que afetam a produção de insulina. Os sintomas comuns
da diabetes mellitus incluem aumento da sede e da micção, fadiga, perda de
peso, visão turva, feridas que demoram para cicatrizar e infecções frequentes. O
diagnóstico é geralmente feito por meio de exames de sangue que medem os
níveis de glicose no sangue (GROSS, et. al, 2002).
De acordo com MORAES, et al (2020), o Diabetes Mellitus pode ser
definido como:

O DM é compreendido como um grupo heterogêneo de distúrbios


metabólicos cuja característica marcante é a hiperglicemia. No DM tipo 1,
há uma ausência de produção de insulina pelo organismo e seu
tratamento, obrigatoriamente, necessita de insulina exógena; o DM tipo 2,
responsável por mais de 90% dos casos, está relacionado a defeitos na
ação, secreção da insulina e regulação da produção hepática de glicose,
e seu tratamento implica a tomada de uma série de medidas para
obtenção do controle dietético que incluem o combate à obesidade,
promoção de atividade física regular e uso de medicamentos
antidiabéticos orais, isolados ou combinados (MORAES, et. al, 2020).

Segundo SILVA e ALVES (2018), o Diabetes Mellitus (DM) vem se


sobressaindo devido às suas complicaçãos, e corresponde a uma das maiores
causas de mortalidade no mundo de acordo com a ADA-American Diabetes
Association. Na maioria das vezes, o indivíduo sujeito descobre a enfermidade
através de exames e consultas de rotina. Em razão disso, a doença é conhecida
17

como silenciosa devido à falta de manifestação de sintomas em parte dos


diabéticos.

CAPÍTULO II- DIABETES MELLITUS NO BRASIL E NO MUNDO

O Diabetes Mellitus representa um dos grandes males da atualidade,


acometendo milhões de pessoas pelo mundo, sendo caracterizado em diversos
países como um problema de saúde pública.
Segundo MUZI et. al (2021), aponta as seguintes caracteristícas para a
situação da doença:

O diabetes mellitus é uma doença crônica que afeta cerca de 3% da


população mundial, com prospecto de aumento até 2030, e tem sua
prevalência aumentada dado o envelhecimento populacional. Em 2015, a
Federação Internacional de Diabetes (IDF, em inglês) estimou que um em
cada 11 adultos entre 20 e 79 anos tinha diabetes tipo 2. O diabetes
mellitus ocupa a nona posição entre as doenças que causam perda de
anos de vida saudável (MUZI, et. al, 2021).

Esse cenário só mostra a imporância de se combater a DM, e combater


em escala global, como aponta VALE (2018):

Ao analisar a importância do Diabetes Mellitus como carga de doença, ou


seja, o impacto da mortalidade e dos problemas de saúde que afetam a
qualidade de vida de seus portadores, por meio do Disability Adjusted Life
of Years (DALY), verifica-se que em 1999 o DM apresentava taxa de 12
por mil habitantes, ocupando a oitava posição, sendo superado pelo
grupo das doenças infecciosas e parasitárias, neuropsiquiátricas,
cardiovasculares, respiratórias crônicas, do aparelho digestivo,
neoplasias malignas e doenças musculoesqueléticas. Nessa
comparação, deve-se considerar que o DM, como única entidade, está
sendo comparado a grupos de doenças e, mesmo assim, pode-se notar
sua importância (VALE, 2018).

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que o número


de pessoas com diabetes em todo o mundo aumentou quase quatro vezes nas
últimas décadas, passando de 108 milhões em 1980 para 422 milhões em 2014.
Estima-se que, em 2025, esse número possa chegar a 592 milhões
(SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES MELLITUS, 2019).
Segundo os dados apontados pela IDF-International Diabetes Federation,
mostra que no ano de 2021, aproximadamente 537 milhões de pessoas
possuem diabetes no mundo. Ainda divuldou que entre 2019 a 2021 ocorreu um
18

aumento de 74 milhões de novos casos. O documento ainda destaque mais de


80% dos pacientes adultos acometidos pela doença vivem em países em
desenvolvimento.
Diante de um cenário preocupante, o combate ao Diabetes Mellitus se
torna de extrema importância, sendo uma doença que possui um grande
prospecto de expansão devido ao estilo de vida que a sociedade vem adotando.
O MORAES, et al (2020), cita que os fatores como a urbanização e
industrialização, o aumento global da expectativa de vida e estilo de vida
caracterizado por inatividade física e hábitos alimentares que predispõem ao
acúmulo de gordura corporal têm contribuído para o avanço da epidemia do DM
em todo o mundo.
Essa tendencia se dá, não somente no Brasil, mas em todas as partes do
mundo, acomentendo milhões de pessoas e Um pouco dessas estimativas são
apresentadas na Figura 01- Tabela que demonstra os 10 países com maior
número de pessoas com Diabetes Mellitus em 2017 e sua projeção para 2045, a
seguir:

Figura 1-Tabela que demonstra os 10 países com maior número de pessoas com Diabetes
Mellitus em 2017 e sua projeção para 2045

Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes (2019).


19

Segundo artigo da IDF (International Diabetes Federation), a situação da


prevalência e do cenário da Diabetes Mellitus no mundo pode ser descrita com a
imagem da Figura 02- Prevalência da Diabetes em adultos de 20 a 79 anos de
idade, por regiões, seguir:

Figura 2-Prevalência da Diabetes em adultos de 20 a 79 anos de idade, por regiões.

Fonte: International Diabetes Federation (2020).

Como podemos ver na Fig. 02-Prevalência da Diabetes em adultos de 20 a


79 anos de idade, por regiões; a DM esta presente em todo mundo, com uma
taxa de incidência maior em países em desenvolvimento. Além disso em todas
as regiões do globo, a expectativa de cenários futuros (2030 e 2045) são de
crescimento da incidência da doença, culminando em uma incidência de 8,3%
da doença no mundo em 2019, um amento para 9,2% em 2030 e um aumento
para 9,6% em 2045.
Acompanhando a tendencia mundial, o Diabetes Mellitus está bastante
presente no Brasil, representando um sério problema de saúde pública,
resultando em prejuízos econômicos e com fatores humanos.
De acordo com MORAES, et al (2020), a incidência do DM no Brasil é
bastante preocupante, como podemos ver a seguir:
20

Brasil é o quarto país com mais casos da doença em adultos no mundo


(14,3 milhões de indivíduos); apenas no ano de 2015, ocorreram 130.700
mortes causadas pelo DM.2 Inquérito domiciliar sobre a ocorrência do
DM, realizado no país em 2013, revelou que a prevalência da doença
autorreferida foi de 6,2%, com maior proporção entre as mulheres e os
moradores de áreas urbanas (MORAES, et. al, 2020).

Em dados de 2019 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e


Estatística) apresenta a distribuição percentual de adultos com diabetes,
distribuição está sendo realizada por regiões do país, como mostrado abaixo na
Figura 03- Percentual de diabéticos por região do Brasil.

Figura 3-Percentual de diabéticos por região do Brasil.

Fonte: IBGE (2019).


21

CAPÍTULO IV- DIABETES MELLITUS TIPO II

Diante dos tipos de Diabetes presentes, neste trabalho será abordado o


Diabetes Mellitus tipo II, onde o mesmo é caracterizado como uma doença
crônica caracterizada por um alto nível de açúcar (glicose) no sangue. Ela ocorre
quando o corpo não produz insulina suficiente ou não consegue utilizar
efetivamente a insulina que produz.
O SILVA e ALVES (2018), aponta as seguintes características do
Diabetes Mellitus tipo II:
O diabetes tipo 2 surge como resultado da relação de fatores hereditários
e ambientais e que podem estar associados ao envelhecimento
populacional e a um estilo de vida não saudável, com baixa frequência de
atividade física, obesidade e alimentação inadequada. Estas
características impulsionam o aumento do diabetes mellitus tipo 2 em
todo o mundo, estimando-se que em 2030 a população mundial de
diabéticos chegue a 300 milhões. No DM tipo 2 o pâncreas produz
insulina, porém em quantidade insuficiente. Esse tipo de doença costuma
atingir com mais frequência em pessoas acima de 30 anos, obesas ou
com excesso de peso, embora estejam incluídas neste quadro também
crianças com obesidade. Dessa forma, pode se inferir que o surgimento
do diabetes tipo 2 esteja associado aos novos modos de vida moderna
caracterizando pelo exagero de calorias e sedentarismo (SILVA e ALVES
,2018).

No diabetes tipo II, o corpo se torna resistente à insulina, o que significa


que as células não respondem adequadamente à insulina produzida pelo
pâncreas. Isso faz com que o açúcar se acumule no sangue, levando a sintomas
como sede excessiva, micção frequente, fadiga, visão turva e cicatrização lenta
de feridas. Se não for tratado adequadamente, o diabetes tipo II pode levar a
complicações graves, como doenças cardíacas, danos aos nervos, cegueira e
amputação de membros (FLOR E CAMPOS, 2017).
Segundo LYRA, et. al (2006), são características do Diabetes Mellitus tipo II:

Diabetes mellitus do tipo 2 (DM2) é uma doença metabólica complexa,


multifatorial e de presença global, que afeta a qualidade e o estilo de
vida dos acometidos, podendo levar a uma redução pronunciada na
expectativa de vida dessa população. Portadores de diabetes podem
ter uma redução de 15 ou mais anos de vida, com a grande maioria
morrendo em decorrência das complicações cardiovasculares. Faz-se
necessário o estabelecimento de estratégias efetivas para a redução
do impacto do DM2 para os próximos anos (LYRA, et. al, 2006).
22

Ainda de acordo com LIMA e BRANDÃO (2016), é na categoria do DM


tipo II que se concentra 90% da população dos indivíduos portadores de
diabetes, sendo que é aqui onde a insulina é produzida, porém, sua ação está
comprometida acontecendo uma resistência e aumentando a produção e
concentração da insulina para que se possa manter os níveis normais de
glicose. A instalação do quadro é lenta e os sintomas são praticamente os
mesmos, além das dores nas pernas e alterações visuais.
Acompanhando a tendencia mundial, o Diabetes Mellitus tipo II está
bastante presente no Brasil, representando um sério problema de saúde pública,
resultando em prejuízos econômicos e com fatores humanos.
De acordo com o último levantamento epidemiológico realizado pelo
Ministério da Saúde do Brasil em parceria com a Organização Pan-Americana
da Saúde (OPAS), a prevalência de Diabetes Mellitus tipo II no país é de cerca
de 7,7% da população adulta. Isso representa aproximadamente 13,4 milhões
de pessoas com a doença. A incidência anual de Diabetes Mellitus tipo II no
Brasil varia de acordo com a região, idade, sexo, etnia e outros fatores. Segundo
estudos, a incidência é maior em mulheres, idosos e pessoas com histórico
familiar da doença. Além disso, a prevalência de Diabetes Mellitus tipo II é maior
em regiões urbanas em comparação com áreas rurais. A prevenção e o
tratamento adequado do Diabetes Mellitus tipo II são essenciais para evitar
essas complicações e melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas pela
doença (FLOR E CAMPOS, 2017).
O autor COSTA, et. al (2020), demonstra em sua pesquisa um dado que
aponta que a situação do DM tipo II no Brasil está instalada a tempos no país:

No Brasil, o estudo mais abrangente sobre a prevalência de diabetes


mellitus tipo 2 foi realizado em 1988 em nove capitais brasileiras, quando
se estimou uma prevalência de 7,4% em adultos com idade entre 30 e 69
anos 8. De acordo com a Federação Internacional de Diabetes, o Brasil
ocupa a quarta posição entre os países com o maior número de
diabéticos, cerca de 11,9 milhões em 2013. O envelhecimento da
população, a crescente prevalência da obesidade e do sedentarismo e os
processos de urbanização são considerados os principais fatores
relacionados ao aumento da incidência e prevalência do diabetes mellitus
tipo 2 em todo o mundo. Esse cenário tem gerado um alto custo social e
financeiro ao paciente e ao sistema de saúde, uma vez que o diabetes
mellitus tipo 2 está associado, também, a complicações como
insuficiência renal, amputação de membros inferiores, cegueira, doença
cardiovascular, entre outras (COSTA, etl al, 2020).
23

Outra grande característica dessa doença é a possibilidade de várias


pessoas estarem infetados e sem conhecimento da doença. Segundo pesquisas
que foram realizadas pela International Diabetes Federation (IDF) em 2019,
estima-se que existam cerca de 16,8 milhões de pessoas com diabetes no
Brasil. Esse número representa aproximadamente 7,6% da população brasileira.
Além disso, estima-se que haja um grande número de pessoas que possuem
diabetes e não sabem disso, o que reforça a importância de exames regulares e
da adoção de hábitos saudáveis de vida para prevenir e controlar a doença (IDF,
2019).

CAPÍTULO V- DIABETES MELLITUS TIPO II E A PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO.

Um dos grandes fatores que permeiam a grande incidência do DM tipo II


está associado ao estilo de vida, hábitos alimentares e nível de desenvolvimento
da população onde ele está presente. Atingindo pessoas geralmente a partir de
jovens adultos (+30 anos idade), principalmente aqueles com quadro de
obesidade, embora também podem estar presentes a esse quadro crianças com
obesidade, inferindo assim que o surgimento do DM tipo II esteja associado aos
novos modos de vida moderna característicos de dietas exacerbadas em
calorias e com predominância de indivíduos sedentários (SILVA e ALVES,
2018).
Em um estudo de MORAES, et al (2020), ele aponta fatores
predominantes na população acometida por DM tipo II, onde podemos ver dados
predominantes como a obesidade e sedentarismo. Esses dados estão expostos
na Figura 04-Tabela com caracterização das variáveis nutricionais, alimentares,
psicossociais e funcionais dos indivíduos com diabetes mellitus participantes da
linha de base do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto.
24

Figura 4-Tabela com caracterização das variáveis nutricionais, alimentares, psicossociais e


funcionais dos indivíduos com diabetes mellitus participantes da linha de base do Estudo
Longitudinal de Saúde do Adulto.

Fonte: MORAES, et. al, (2020).

Diante da predominância dessa população ser, na sua grande maioria,


pessoas obesas e sedentárias, a prática de exercício físico regular atua como
uma excelente estratégia para prevenir a incidência da doença, tanto para
retardar e diminuir o numero de pessoas que já são acometidos, uma vez que, o
exercício físico visa extingue o sedentarismo e visa combater a obesidade.
Esse cenário pode ser potencializado quando o indivíduo insere dietas
específica para controle do DM tipo II em sua rotina de vida.
25

O autor OLIVEIRA e GIL (2015), aponta os seguintes benefícios que a


prática regular de exercícios físicos pode acarretar ao paciente com DM tipo II:

Os efeitos benéficos do exercício físico no paciente diabético do tipo II


são vários, entre eles podemos destacar a diminuição das concentrações
de glicose sanguínea antes e após o exercício, melhora do controle
glicêmico, diminuição do uso de medicamentos orais ou insulinas,
melhora na sensibilidade à insulina e no condicionamento cardiovascular
e consequente a diminuição dos fatores de risco cardiovascular. Sendo
assim, a prática sistemática de exercícios físicos é fundamental para
controle e tratamento da diabetes tipo II. Pessoas com diabetes mellitus
tipo II que realizam exercícios físicos podem se beneficiar a curto e/ou em
longo prazo. Em curto prazo, há o aumento da ação da insulina, aumento
da captação da glicose pelo músculo, aumento da captação da glicose no
período pós-exercício, diminuição da taxa de glicose e aumento da
sensibilidade celular à insulina. Em logo prazo, há melhoria das
capacidades cardiorrespiratórias, diminuição de tecido adiposo, redução
dos riscos de doenças coronárias e melhora da qualidade de vida
(OLIVEIRA e GIL, 2015).

A prática de exercício físico atua na prevenção de diversas doenças,


diferentemente de determinado tratamento farmacológico e/ou cirúrgico que atuam
na correção direta do problema. Como o DM tipo II consiste em uma doença com
evolução gradativa, o indivíduo que consegue identicar o seu surgimento e já
busca a mudança de habitos e inserir exerciciso físicos em sua rrotina, tem todo
um cenário favorável para conseguir reverter este quadro. Como aponta o (autor
10) acerca da prática de exercício físico para o indivíduo com DM tipo II:

A prática de exercício físico traz muitos benefícios para os diabéticos tipo


2. Atua na musculatura esquelética tornando mais eficiente o uso da
energia. Age no processo de translocação dos transportadores de glicose
(GLUT-4), melhorando a sensibilidade insulínica nos tecidos. Assim, o
exercício aumenta a captação de glicose mediada pela insulina na
musculatura esquelética e com isso melhora a sensibilidade insulínica. O
exercício físico reduz a incidência do desenvolvimento de diabetes,
melhora o condicionamento cardiovascular facilitando a diminuição da
pressão arterial e dos lipídios que são fatores de risco cardiovasculares.
E também auxilia na redução da massa corporal através da perda de
gordura, preservando a massa muscular. O bem estar e a qualidade de
vida melhoram permitindo a sociabilidade do praticante (JUSTINA, 2010).

Um ponto chave para o indivíduo com DM consiste no controle dos níveis


26

de glicemia. Uma vez que o indivíduo com DM tipo II possui sua capacidade
produção de insulina comprometida ele se apresenta em quadros de hiperglicemia,
um acúmulo dos níveis de glicose na corrente sanguínea. Assim utilizar a prática de
exercícios físicos para o controle da glicemia é uma prevenção e um combate direto
aos fatores percursores da doença.
Em um estudo de SILVA e LIMA (2002), ele aplica um tratamento
experimental, foi feito um programa de exercícios físicos, com 10 semanas de
duração, sendo 4 sessões por semana de 60 minutos cada. Cada sessão estava
assim dividida: 5 minutos de aquecimento (exercícios de alongamento e de
circundunção de membros e tronco); 40 minutos de exercícios aeróbios (caminhada,
corrida ou bicicleta); 10 minutos de exercícios de resistência muscular localiza da
(com pesos); e 5 minutos de resfriamento (com exercícios de alongamento,
flexibilidade e relaxamento). Os exercícios obedeceram a uma intensidade de leve a
moderada (50% a 80% da Fcmáx.) (18), calculada pela fórmula de Karvonen
(Fcmáx. = 220 – idade) (19-21). Podemos ver os resultados pela na Figura 05-
Gráfico médias pré teste e pós teste glicemia em jejum e da glicemia capilar do
grupo, a seguir:

Figura 5-Gráfico médias pré teste e pós teste glicemia em jejum e da glicemia capilar do grupo

Fonte: SILVA e LIMA, 2002.

Podemos observar com os gráficos do seu resultado que a diminuição


crônica da glicemia, tanto em jejum quanto a glicemia capilar, demonstra se
significativa para um programa de exercício físico regular. Podemos ver que o
resultado já se da a partir de um efeito agudo após o término da sessão, como
27

podemos ver com a regressão aguda apontada no resultado da glicemia capilar.

Estudos apontam que a inserção da prática regular de exercícios físicos


traz benefícios tanto a curto prazo quanto a longo prazo, como mostra OLIVEIRA e
GIL, (2015) a seguir:

Pessoas com diabetes mellitus tipo II que realizam exercícios físicos podem
se beneficiar a curto e/ou em longo prazo. Em curto prazo, há o aumento da
ação da insulina, aumento da captação da glicose pelo músculo, aumento
da captação da glicose no período pós-exercício, diminuição da taxa de
glicose e aumento da sensibilidade celular à insulina. Em logo prazo, há
melhoria das capacidades cardiorrespiratórias, diminuição de tecido
adiposo, redução dos riscos de doenças coronárias e melhora da qualidade
de vida. A prática regular de exercício físico é fundamental na melhora da
qualidade de vida e no controle do diabetes mellitus tipo II e o exercício
físico aumenta a captação de glicose no tecido muscular, melhora o controle
glicêmico, diminui os fatores de risco para doença coronariana, contribui
para a perda de peso e melhora a qualidade de vida desses pacientes
(OLIVEIRA e GIL, 2015).

O paciente com DM quando vai iniciar a prática de exercícios físicos em


sua vida deve se atentar a sua condição física, uma vez que a incidência do DM com
o passar do tempo acaba desencadeando risco cardiovascular considerado.
De acordo com a SBD – Sociedade Brasileira de Diabetes (2023), A
individualização do plano de exercício é fundamental para o sucesso terapêutico,
embora algumas recomendações gerais devam ser consideradas. Avaliar o risco
cardiovascular do indivíduo com diabetes tipo 2 que vai iniciar exercício é
fundamental para a segurança e prevenção de eventos adversos.
Como podermos ver a partir da Figura 06 – Avaliação do risco
cardiovascular no paciente com diabetes mellitus, que resume a estratificação do
risco cardiovascular preconizada pela SBD, utilizando estratificadores de alto e
muito-alto risco, a seguir:
28

Figura 6-Avaliação do risco cardiovascular no paciente com diabetes mellitus

Fonte: SBD-Sociedade Brasileira de Diabetes, 2023


29

Como o exercício físico implica diretamente no combate ao Diabetes


Mellitus e, consequentemente, em proporcionar mais saúde e qualidade de vida
para as pessoas, sendo assim, fomentar e disseminar o maior conhecimento
sobre o assunto se faz necessário. Quando tratamos de exercício físico,
diversas individualidades e condições de saúde dos praticantes devem ser
levadas em consideração, visto isso, é necessária uma constante atualização
sobre o tema, através de pesquisas bem embasadas.
Portanto o presente trabalho busca apontar os benefícios que o exercício
físico concede aos seus praticantes que são portadores de Diabetes Mellitus,
revisando a literatura e baseando-se em produções cientificas qualificadas e
bem conceituadas.
30

3. METODOLOGIA DA PESQUISA

O presente estudo será realizado por meio de uma metodologia de revisão de


literatura, caracterizada por uma revisão sistemática sobre a possível contribuição da
pratica de exercício físico para o controle do Diabetes Mellitus tipo II.
Uma revisão de literatura sistemática pode ser definida como uma abordagem
mais objetiva e sistemática, com o objetivo de identificar, avaliar e sintetizar todas as
evidências disponíveis sobre uma determinada questão de pesquisa. A revisão
sistemática segue um protocolo rigoroso para seleção de estudos e avaliação da
qualidade metodológica, o que minimiza o risco de viés. Isso torna a revisão
sistemática uma fonte de evidência mais confiável e robusta (BERTOLOZZI et. al,
2010).
Particularmente essa pesquisa será realizada nas bases de dados brasileiros,
através de pesquisas de artigos sobre os temas: Diabetes Mellitus, Diabetes Mellitus
tipo II, Exercício Físico e Diabetes Mellitus. As bases de dados selecionadas são o
Google Acadêmico, Scielo, Lilacs, dentre outros. Para definir a amostra foram
abordados artigos publicados após os anos 2000. As palavras chaves utilizadas para
a pesquisa foram: Diabetes Mellitus, Diabetes Mellitus tipo II, Exercício Físico.
Após realizadas as pesquisas o presente trabalho busca dar ênfase em
artigos que realizar pesquisas de campo com o publico da amostra, basicamente
filtrando artigos que buscaram replicar ou discorrer acerca de outros artigos, tudo
isso a partir de uma leitura minuciosa destes artigos, extraindo as informações mais
relevantes e condizentes com o objetivo do mesmo.
Feito essa seleção de artigos, o presente trabalho passa a buscar organizar
os dados, apresentando-os por meio de tabelas ou por meio de texto direcionado
evidenciando os principais pontos e buscando padrões decorrentes dessas
informações adquiridas, para assim, apontar se exeiste ou não, contribuições da
prática de exercicios físicos no controle do diabetes mellitus tipo II.
31

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Diabetes mellitus é considerado um problema de saúde pública, uma vez que


é uma doença crônica e de grande prevalência em todo o mundo. A Organização
Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 420 milhões de pessoas em todo o
mundo tenham diabetes, e essa estimativa deve chegar a cerca de 642 milhões até
2040.
Diante de uma situação de uma doença tão abrangente, faz-se necessário
cada vez mais estudos acerca do tema, para se difundir cada vez mais os riscos e
fatores que são associados a doença. Segundo MENDES, et. al (2011), o cenário de
pesquisas sobre o tema discorre da seguinte forma:

Apesar de o diabetes estar aumentando de forma exponencial, há poucos


estudos abrangentes que permitam uma vigilância epidemiológica, além do
desconhecimento sobre o diagnóstico da doença. Em 2007 nos Estados
Unidos, 5,7 milhões de diabéticos não sabiam que tinham a doença. No
Brasil, estudo conduzido em nove capitais de estados brasileiros revelou
que 46% dos indivíduos com diabetes não tinham conhecimento sobre a
doença. A literatura alerta para a falta de informação sobre a enfermidade e
a carga que o diabetes acarreta em perda de anos de vida ajustado por
incapacidade (MENDES, et. al, 2011)

Os custos econômicos e sociais associados ao diabetes também são


significativos. As pessoas com diabetes têm maior risco de desenvolver
complicações graves, como doenças cardíacas, acidente vascular cerebral,
insuficiência renal e cegueira. Essas complicações podem levar a uma redução na
qualidade de vida e à morte prematura.
Segundo MARINHO et. al, (2011) estima-se que:

A Federação Internacional de Diabetes estima que em 2010 os custos


globais com a doença foram de US$ 376,0 bilhões. Estudos de estimativa
do custo anual associado à atenção aos portadores de diabetes melito nos
Estados Unidos e na América Latina revelaram que os custos diretos e
indiretos totalizaram US$ 102,5 e US$ 94,3 bilhões, respectivamente.
Análises de custo do tratamento para o diabetes em países latino-
americanos demonstraram a significante carga econômica da doença para
os sistemas de saúde e sociedade (MARINHO, et. al, 2011)

O diabetes também representa um fardo financeiro significativo para os


sistemas de saúde. Os custos diretos e indiretos do diabetes são enormes e incluem
o tratamento da doença, as complicações relacionadas ao diabetes e a perda de
32

produtividade devido a incapacidade ou morte prematura.


Diante de um problema de saúde pública que afeta diretamente uma
sociedade, impactando todos os seus recursos, tanto econômicos quanto
humanos, todos os mecanismos de combate a essa enfermidade se mostra de
extrema importância. Uma ferramenta de combate direta a Diabetes Mellitus é a
pratica de exercício físico, ela influencia diretamente na prevenção a diversos
fatores de risco associados ao surgimento de Diabetes Mellitus, como
sedentarismo, obesidade, hipertensão, etc.
Analisando a literatura, como proposto na metodologia deste trabalho,
podemos encontrar diversos artigos que indicam a prática de exercicio físico
regular para controlar o DM tipo II.
Como podemos ver no estudo OLIVEIRA e GIL, (2015) que aponta:

A prática de exercício físico é uma das principais formas de reduzir o


risco de diabetes mellitus tipo II e diversas outras doenças crônicas, como
por exemplo, as cardiopatias. O seu papel no controle da diabetes
mellitus está diretamente relacionado ao metabolismo da glicose, redução
de gordura corporal e eficácia contra a resistência à insulina, uma vez
que induz a musculatura esquelética fazer uso da insulina para o
metabolismo energético (OLIVEIRA e GIL, 2015).

Reforçado pela fala do JUSTINA (2010), que nos diz que:

De acordo com Colberg (2003), a atividade mais importante a se fazer


para controlar o açúcar sanguíneo e reduzir o risco de complicações
diabéticas é o exercício físico regular. O exercício físico proporciona
melhoras significativas para os diabéticos tipo 2, como a redução da
glicemia após a realização de exercício, redução da glicemia de jejum, da
hemoglobina glicada, bem como melhora a função vascular. Também
realiza um aumento na massa muscular e reduz a gordura, contribuindo
para uma melhora na sensibilidade à insulina, principalmente em
diabéticos com obesidade (JUSTINA, 2010).

Em estudo elaborado por JUSTINA (2010), mostrou que ao realizar um


programa de exercício físico em indivíduos com DM tipo II, melhora nas variáveis:
glicemia de jejum, HbA1, lipídios plasmáticos, frequência cardíaca de repouso e
índice de massa corporal. Os resultados obtidos para o grupo de diabéticos tipo 2,
estudado após 10 semanas desse programa, estão de acordo com o esperado para
o tratamento dessa doença.
O mesmo autor cita ainda as seguintes característica para essa
33

preconização destes exercícios:

Portanto, fica clara a importância do exercício físico para o indivíduo com


DM 2, tratado ou não com insulina, como resposta do seu efeito agudo
(efeito de uma sessão de exercício físico). Silva e cols. (12) salientam a
importância do exercício físico diário, facilitando o controle do diabetes.
Esses exercícios devem ser executados com uma intensidade de leve a
moderado (50% a 80% da Fcmáx., progressivamente), com exercícios
aeróbios (caminhada, corrida, bicicleta) e exercícios com peso que
desenvolvam a resistência muscular localizada (até 30% de carga), com
uma duração de mais ou menos 60 minutos, de maneira regular (JUSTINA,
2010).

O vasto corpo de evidências na literatura científica reforça de maneira


contundente os benefícios da prática regular de exercícios físicos para pacientes
com Diabetes Mellitus tipo II. Estudos extensivos documentaram consistentemente a
melhoria dos níveis de glicose no sangue, aumento da sensibilidade à insulina e
redução do risco de complicações cardiovasculares associadas ao diabetes em
indivíduos que adotam uma rotina de atividade física. Além disso, a literatura
destaca os efeitos positivos do exercício na composição corporal, promovendo a
redução de peso e a diminuição da gordura visceral, fatores cruciais no manejo da
doença.
A prática regular de atividades físicas também demonstrou impactos
significativos na melhoria da saúde mental, reduzindo o estresse e a depressão, com
efeitos benéficos no controle glicêmico.
Estas evidências não apenas confirmam, mas também enfatizam a
importância da prescrição de exercícios físicos como parte integrante do plano de
tratamento para pacientes com Diabetes Mellitus tipo II. Ao incorporar atividades
físicas adaptadas às necessidades individuais, os profissionais de saúde podem não
apenas auxiliar no controle da doença, mas também melhorar substancialmente a
qualidade de vida e o bem-estar geral desses pacientes. Dessa forma, o exercício
físico surge não apenas como uma recomendação, mas como uma poderosa
ferramenta terapêutica no gerenciamento eficaz do Diabetes Mellitus tipo II.
34

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em conclusão, os resultados desta pesquisa destacam de forma


inequívoca os inúmeros benefícios que a prática regular de exercícios físicos oferece
no controle do Diabetes Mellitus tipo II. Os dados compilados e analisados
demonstram uma clara correlação entre atividade física adequada e a melhoria
significativa nos níveis de glicose no sangue, sensibilidade à insulina e controle do
peso corporal em indivíduos com diabetes tipo II.
A prática de exercícios físicos aeróbicos, como caminhadas, corridas e
natação, mostrou-se particularmente eficaz na redução dos níveis de açúcar no
sangue e na prevenção de complicações associadas ao diabetes. Além disso,
atividades anaeróbicas, como treinamento de resistência, foram identificadas como
promotoras da massa muscular e, consequentemente, melhoraram a utilização da
glicose pelo corpo.
Além dos benefícios fisiológicos, a prática regular de exercícios também
desempenha um papel crucial na melhoria da saúde mental e na qualidade de vida
geral dos pacientes com diabetes tipo II. Aumenta a autoestima, reduz o estresse e a
ansiedade, e promove um senso de bem-estar, fatores igualmente importantes no
controle eficaz da condição.
É imperativo que os profissionais de saúde incentivem e orientem os
pacientes sobre a importância da atividade física regular como parte integrante do
plano de tratamento do diabetes tipo II. Políticas públicas devem ser desenvolvidas
para promover ambientes seguros e acessíveis para a prática de exercícios,
incentivando a população em geral a adotar um estilo de vida ativo.
Em última análise, esta pesquisa reforça a mensagem de que o exercício
físico não é apenas uma opção, mas sim uma estratégia fundamental no manejo do
Diabetes Mellitus tipo II. Ao integrar a atividade física na rotina diária, os indivíduos
podem não apenas controlar sua condição, mas também melhorar significativamente
sua qualidade de vida, proporcionando um futuro mais saudável e mais ativo para
aqueles que vivem com essa doença crônica.
35

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