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NOV
A IGUAÇU-
RIO DE JANEIRO
2023
Daniel Olindo de Castro Linhares
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade do Grande Rio “Prof. José de Souza
Herdy”, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Biomedicina.
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A IGUAÇU-
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TREINAMENTO FÍSICO MELHORA DISFUNÇÃO MICROCIRCULATORIA
RENAL ASSOCIADA À DIABETES VIA DIMINUIÇÃO DOS PRODUTOS
FINAIS DE GLICAÇÃO AVANÇADA
Trabalho de Conclusão de
Curso apresentado à
Universidade do Grande Rio
“Prof. José de Souza Herdy”,
como requisito parcial para a
obtenção do título de Bacharel
em Biomedicina.
Aprovada em:
Nova Iguaçu de
de 2024.
BANCA EXAMINADORA
LISTA DE FIGURAS
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SUMÁRIO
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TREINAMENTO FÍSICO MELHORA DISFUNÇÃO MICROCIRCULATORIA
RENAL ASSOCIADA À DIABETES VIA DIMINUIÇÃO DOS PRODUTOS
FINAIS DE GLICAÇÃO AVANÇADA
Daniel Olindo de Castro Linhares 1
Karine Lino Rodrigues 2
Anissa Daliry 3
Resumo
A nefropatia diabética (ND) é uma das complicações microvasculares mais frequentes do diabetes tipo 2
(T2D). Acredita-se que o estresse oxidativo seja responsável por induzir a formação de produtos finais de
glicação avançada (AGEs), o que poderia contribuir para ND. No presente estudo tivemos o objetivo de
estudar os efeitos do treinamento aeróbico na microcirculação renal e os mecanismos subjacentes,
incluindo a modulação da via dos produtos finais de glicação avançada e estresse oxidativo em
camundongos com T2D. A T2D foi induzida pela alimentação de camundongos C57BL/6 com uma dieta
rica em gordura e carboidrato por 24 semanas. Nas 12 semanas seguintes, um subgrupo dos camundongos
T2D foi submetido ao treinamento físico aeróbico (T2D EX). Ao final do protocolo foram avaliados o
peso corporal, pressão arterial sistólica, homeostase glicêmica, níveis de AGEs e dano oxidativo, além da
microcirculação renal, que foi avaliada por fluxometria com laser speckle contrast imaging (LSCI). O
grupo T2D EX apresentou uma diminuição no peso corporal, pressão arterial e melhora no metabolismo
da glicose em comparação com o grupo T2D. No rim, o treinamento físico reverteu a diminuição de fluxo
microvascular basal, aumento dos níveis de AGEs e da peroxidação lipídica, observados no grupo T2D.
Nas análises de correlação de Pearson houve uma correlação negativa entre os níveis de AGEs e o fluxo
microvascular renal.O treinamento físico pode ser um potencial tratamento não farmacológico para
disfunção microcirculatória e complicações metabólicas associadas ao T2D, via diminuição da deposição
renal de AGEs e do estresse oxidativo no rim.
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1.Introdução
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dos produtos finais de glicação avançada (RAGE) (Sims et al.1996, Goldin et
al.2006). Após a ligação entre AGE-RAGE acontecer, genes envolvidos no
estresse oxidativo, inflamação, trombose e recrutamento de leucócitos são
ativadas (Sayej et al.2016, Guimarães et al.2010). Recentemente o nosso grupo
demonstrou que apesar de animais alimentados com uma dieta hipercalórica não
apresentarem alteração na expressão dos genes eNOS, VCAM e RAGE e no
conteúdo de AGEs fluorescentes, os mesmos apresentaram disfunção endotelial
e diminuição da defesa antioxidante (Silvares et al.2019). Além disso, a
toxicidade dos Ages nos Rins também é vista com prejuízo na função glomerular
sendo uma das principais causas contribuintes para progressão da doença, como
mostra no trabalho de Chiang et al. portanto, acredita-se que eixo AGE-RAGE
está envolvido na patogênese e progressão da disfunção vascular no T2D.
Sabe-se que a implementação de uma dieta balanceada, rica em alimentos
nutritivos e pobre em açúcares simples e gorduras saturadas, é fundamental na
prevenção ou retardamento do desenvolvimento de complicações decorrentes do
DM2, e que a associação regular com exercício físico tem impactos positivos na
saúde metabólica desses indivíduos (Kirwan et al. 2017, Balducci et al. 2014,
Hamasaki et al. 2018). Essas mudanças de hábitos podem levar a uma melhora a
sensibilidade à insulina, a hemoglobina glicosilada, pressão arterial, parâmetros
glicêmicos e gordura corporal (Poblete-Acro et al. 2018, Amanat et al. 2020).
Recentemente o nosso grupo demonstrou que o treinamento físico foi capaz de
melhorar a função microvascular, os parâmetros de estresse oxidativo e a via
AGE-RAGE no fígado e tecido adiposo de camundongos diabéticos (Rodrigues
et al. 2018). Sendo assim, vários mecanismos moleculares e metabólicos
parecem estar envolvidos nos efeitos benéficos do treinamento na T2D, mas os
mecanismos subjacentes que contribuem para melhorias na função da
microcirculação renal permanecem obscuros.
Desta forma, o objetivo do nosso trabalho foi estudar os efeitos do
treinamento aeróbico na microcirculação renal e os mecanismos subjacentes,
incluindo a modulação da via dos produtos finais de glicação avançada e estresse
oxidativo em camundongos com DM2.
2. MATERIAIS E METODOS
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alojados em gaiolas padrão com temperatura controlada (22 ± 1 °C) e ciclo de
luz/escuro de 12 horas (início do escuro às 18h).
Os camundongos foram divididos em dois grupos distintos: aqueles que
receberam uma dieta comercial (CTL) e os que receberam uma dieta
hipercalórica e hiperlipídica (HCHF). A dieta HCHF consistiu em uma
formulação modificada da ração comum, com teores de 55% de lipídeo (banha
de porco), 34% de carboidrato e 10% de proteína (%kcal), acrescida de 25% de
frutose na água de consumo (Panchal et al.2011). Em contrapartida, a dieta CTL
foi composta por 13% de lipídeo, 66% de carboidrato e 21% de proteína
(%kcal). Após 24 semanas, os camundongos alimentados com dieta HCHF
foram divididos em dois grupos. com base no exercício: T2D (dieta HCHF mais
25% de frutose sem exercício físico, n=10) e T2D EX (dieta HCHF mais
exercício físico com 25% de frutose, n=10). O regime de exercícios físicos
consistiu em corrida em esteira ergométrica, realizado três vezes por semana,
com sessões de 30 minutos cada, a uma intensidade de treinamento
correspondente a 80% da velocidade máxima atingida no teste de velocidade
progressiva até a exaustão. Ao término do protocolo (36 semanas), os
camundongos de todos os grupos (CTL, T2D e T2D EX) foram submetidos a
diversas análises in vivo, incluindo Teste de Tolerância à Glicose (TOTG),
avaliação da pressão arterial, ultrassonografia hepática e microcirculação
hepática. Em seguida, os animais foram submetidos à punção cardíaca para a
coleta de sangue total, eutanásia e coleta de órgãos. O soro foi separado por
centrifugação a 700xg por 15 minutos a 4°C e as alíquotas foram armazenadas a
-80°C para análises futuras.
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por semana. Como uma forma de indução a corrida foi utilizado uma grade de
choque que fornece baixas correntes elétricas 2 mA.
2.5 Teste oral de tolerância à glicose (TOTG): O TOTG foi feito após 6 horas de
jejum, sendo administrado glicose via oral na dose de 2g/Kg para todos os
animais. As medições ocorreram nos tempos 0,15,30,60 e 120 minutos após
administração da glicose, aonde mais uma vez foi utilizado o glicômetro (Accu-
Chek Active, Roche Diabetes Care Brasil).
2.7 Laser Speckle: O fluxo sanguíneo microvascular renal foi medido por meio
de imagens de contraste com laser speckle (LSCI) (Periscam PSI system,
perimed, Suécia), que fornece um índice de perfusão microcirculatória
equivalente à concentração e velocidade média de eritrócitos que são usados
para fornecer a análise de fluxo microvascular em tempo real. O procedimento é
feito com os animais mobilizados e posicionados em uma superfície firme, na
sala onde ocorre o procedimento a temperatura foi controlada com 25ºC, os
animais foram posicionados abaixo da luz do laser com contraste de imagem
com o comprimento de onda em 785 nm para a medição da perfusão do tecido
renal. O fluxo sanguíneo foi expresso em unidades arbitraria de perfusão
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(APUs), a distancia entre a base de varredura e a superfície do tecido foi de
aproximadamente 10cm.
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2.12 Histologia: Os rins foram fixados em solução formalina tameponada com
fosfato de Milloning a pH 7,2, sendo processados e posto em parafina para
microscopia de com coloração hematoxilina e eosina (HE) e tricromo de
masson. Foram feitos e analisados quatro cortes histológicos de quatro animais
por grupo.
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