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UNIVERSIDADE FEEVALE

DISCIPLINA DE FARMACOLOGIA

Farmacologia do sistema endócrino:


Tratamento do hipotireoidismo
Tratamento das dislipidemias
Tratamento da diabetes

Prof. Dr. Andresa Heemann Betti

andresa@feevale.br
HIPOTIREOIDISMO

CONCEITO
• Hipotireoidismo → estado clínico resultante de quantidade insuficiente de
hormônios circulantes da tireoide para suprir uma função orgânica normal

PREVALÊNCIA

• Mulheres, idosos

• Pacientes com ingesta de iodo muito elevada

• Pacientes dislipidêmicos (1,4 -11,2%)

Formas:
– Doença tireoidiana primária
– Doença hipotalâmica Hipotireoidismo secundário
– Doença hipofisária
Aspectos clínicos
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
•  da atividade metabólica
• depósito de glicosaminoglicanos e ácido
hialurônico na região intersticial (edema)

OUTROS SINTOMAS
• Sintomas psiquiátricos → depressão,
demência, mudança de personalidade e,
raramente, psicose
• Anemia → pode ocorrer por deficiência
de ferro em razão da menorragia e, em
alguns casos, pela concomitante
deficiência de vitamina B12
• Dislipidemia → pode contribuir para
acelerada aterosclerose (níveis  LDL e
 HDL)
Tratamento farmacológico
• Levotiroxina

Marcas comerciais e dosagens da levotiroxina


Euthyrox® - 25, 50, 75, 100, 125, 150, 175 e 200 µg
Levoid® - 25, 38, 50, 75, 88, 100, 112, 125, 150, 175 e 200 µg
Puran T4® - 25, 50, 75, 88, 100, 112, 125, 137, 150, 175 e 200 µg
Synthroid® - 25, 50, 75, 88, 100, 112, 125, 137, 150, 175 e 200 µg

- Manter o mesmo fabricante durante todo o tratamento


- Dose individualizada

- Avaliação inicial do TSH: após 6 semanas


para ajuste de dose
- Depois: a cada 6 ou 12 meses
Orientações ao paciente
• Administração: deve ser em jejum (mínimo 30 min antes do desjejum)
• 2- 4 h de diferença entre outras medicações e vitaminas

• deve ser ingerida apenas com água, em dose única diária

• Fármacos que alteram a sua absorção


– Colestiraminas
– Sulfato ferroso
– Cálcio
– Antiácidos (hidróxido de alumínio)

• Fármacos que aceleram a sua metabolização


– Anticonvulsivantes
– Rifampicina
– Sertralina
TRIGLICERÍDEOS E COLESTEROL

triglicerídeos (armazenamento de energia) - constituintes essenciais do organismo


colesterol (componente básico das membranas - porém, insolúveis no sangue (precisam
biológicas) de uma “embalagem” para transporte)
TRIGLICERÍDEOS E COLESTEROL

APOLIPOPROTEÍNAS
VLDL (very low density lipoprotein):
transporta triglicerídeos – do fígado para o
sangue → suprem outros tecidos com
ácidos graxos
LDL (low density lipoprotein): transporta
colesterol – retira do fígado e joga no
sangue e/ou supre tecidos extra-hepáticos
HDL (high density lipoprotrein): faz o
caminho inverso, tira colesterol dos tecidos
e devolve para o fígado, que vai excretá-lo
nos intestinos
2013: V Diretriz brasileira de dislipidemias e prevenção da aterosclerose

Aumento do risco de ATEROSCLEROSE


VIDEOS SUGERIDOS

Colesterol – O que é isto?


https://www.youtube.com/watch?v=1lKobAndCBU

Metabolismo de lipoproteínas
https://www.youtube.com/watch?v=h241spqnzUk
Tratamento farmacológico das dislipidemias
Fármacos hipolipemiantes

Inibidores da HMG CoA redutase/Estatinas


Niacina (vitamina B3)
Derivados do ácido fíbrico - Fibratos
Sequestradores de ácidos biliares

Inibidor da reabsorção de colesterol


RESUMO HIPOLIPEMIANTES
Inibidores da HMG CoA redutase
Estatinas
• O fígado obtém a maior parte (60%) da sua necessidade de colesterol por síntese de novo
via acetil-CoA → enzima responsável: HMG CoA redutase (hidroxi-3-methyl-glutaril-CoA redutase)
Inibidores da HMG CoA redutase
Estatinas

• São os fármacos + usados no tratamento das hiperlipidemias em prevenção primária


ou secundária, com o objetivo de  os níveis de algumas lipoproteínas

• Mevastatina: 1º estatina descoberta (retirada do mercado: hepatotoxicidade)


• Atorvastatina (Lipitor®) (2002: fármaco + vendido no mundo)
+ potentes
• Rosuvastatina (Crestor®)
• Sinvastatina (Zocor®), Lovastatina (Mevacor®) (pró-fármacos)
• Pravastatina (Pravachol®)
• Fluvastatina (Lescol®) (- potente)

• Anlodipino + atorvastatina (Caduet®): une anti-hipertensivo bloqueador do canal de


cálcio + atorvastatina → usado no tratamento simultâneo de HAS e colesterol alto
Tratamento farmacológico
Inibidores da HMG CoA redutase
Estatinas
Farmacocinética
• Todos os fármacos deste grupo sofrem MPP hepático
• Excreção pela bile e fezes; apenas cerca de 5-20% da dose é excretada na urina
• t1/2 plasmática varia de 1 a 3h, com exceção da atorvastatina (14h) e da rosuvastatina (19h)
Inibidores da HMG CoA redutase
Estatinas
Usos terapêuticos
• Isoladamente, ou com niacina, na  dos níveis de LDL
• Estudos demonstram que promovem  de HDL e  dos níveis de triglicerídeos

• Administração: fora ou durante as refeições (exceção: lovastativa, que deve ser junto)
• IMPORTANTE! Tomar à noite, pois a produção de colesterol pelo fígado é mais
intensa durante a madrugada, quando o indivíduo está em jejum prolongado.
• Exceção: atorvastatina e rosuvastatina (ação mais prolongada; então não é necessário)

Aterosclerose
• lovastatina, provastatina e sinvastatina apresentam atividade anti-aterogênica
(melhora da disfunção endotelial e vasomotora,  da formação de trombos
plaquetários) →  do índice de mortalidade causado por doenças cardiovasculares
Inibidores da HMG CoA redutase
Estatinas
Efeitos adversos
• hepatotoxicidade: possível  das transaminases TGO/AST e TGP/ALT (avaliação da
função hepática); retornam após a interrupção do tratamento
• dor muscular ou câimbras (2 a 10% dos pacientes), miopatias (fraqueza muscular)
• rabdomiólise (necrose muscular) e insuficiência renal (mais raros) (principalmente
quando associada a niacina)
• uso paralelo de estatinas com eritromicina, ciclosporina, niacina e fibratos:  o risco de
miopatias em 10-30% dos pacientes
• irritabilidade, transtornos do sono, ansiedade
• efeito teratogênico
Niacina (Vitamina B3)
• vitamina hidrossolúvel, administrada por v.o. (= vitamina PP ou ácido nicotínico)
• excretada na urina de forma inalterada e na forma de niaciamida (metabólito)
• Nispan®, Niacor®, Nicolar® e Slo-Niacin®
• administração: 30 min antes de dormir

Efeitos adversos
• náuseas e dor abdominal
• intenso rubor cutâneo (sensação de calor), prurido
(efeitos mediados por PGs: pode-se tomar AAS 30 min antes para evitar)
• hepatotoxicidade
• 30% dos pacientes ocorre  da glicose → diabéticos não devem usar
• inibe a secreção tubular de ácido úrico → agrava o quadro em pacientes com gota
Derivados do ácido fíbrico - Fibratos
• Genfibrozil (Lopid®), fenofibrato (Tricor®), bezafibrato (Bezalip®), clofibrato
• são bem absorvidos no TGI após a administração por v.o.
• excretados através da urina
• administração: 2x/dia: 30 minutos antes do café da manhã e antes do jantar

Indicação
• Hipertrigliceridemia (associada a  níveis de HDL)

Efeitos adversos
• distúrbios GI leves
• litíase (formação de cálculos biliares)
• miosite, miopatia e rabdomiólise (genfibrozil + lovastatina)
Derivados do ácido fíbrico - Fibratos
Mecanismo de ação
• a ativação do PPARα (receptor nuclear expresso em hepatócitos e músculo cardíaco) pelos fibratos
resulta na  dos níveis de triglicerídeos e  dos níveis de HDL
Sequestradores de ácidos biliares
• colestiramina (Questran®)
• colestipol (Colestid®)
• colesevelam (Welchol®)

Mecanismo de ação
• Formam um complexo insolúvel com os ácidos graxos e sais
biliares → impedindo sua reabsorção → favorecendo sua
eliminação (fezes)

• são úteis na  do LDL


•  da conversão de colesterol em ácidos biliares
Sequestradores de ácidos biliares

Efeitos adversos
• Alterações GI: constipação, náuseas e flatulência
• colestiramina e colestipol, em  doses, prejudicam a absorção de vitaminas
lipossolúveis (A, D, E e K → essencial na cascata de coagulação)

• Interferem na absorção intestinal de vários fármacos:


o tetraciclina
o fenobarbital
o digoxina
o diuréticos tiazídicos
(administrações devem ter um intervalo de no mínimo 1 ou 2 h, se
administrados antes, ou 4 a 6 h depois)
Inibidor da reabsorção de colesterol
Ezetimiba (Zetia®)
• Em concentrações terapêuticas:  em 50% a absorção do colesterol
• Pouca ação sobre a absorção de triglicerídeos e de vitaminas lipossolúveis
• Associação com estatinas quando níveis de colesterol não são controlados:
ezetimiba + sinvastatina = Vytorin®
 da absorção de colesterol

 do movimento de colesterol do intestino


para o fígado

 da secreção de VLDL

 da concentração plasmática de VLDL


Tratamento da diabetes
Fármacos antidiabéticos

Insulina
Antidiabéticos orais
1. Biguanidas
2. Secretagogos de insulina
- sulfoniluréias
- meglitinidas
3. Tiazolidinedionas
4. Inibidores da α-glicosidase
5. Incretinomiméticos
6. Inibidores da enzima DPP-4
7. Inibidores da SGLT2
RECEPTOR DA
INSULINA

• Após a digestão dos carboidratos, a insulina é liberada no sangue, liga-se a seu receptor
TIROSINA QUINASE
• e estimula a captação e a utilização da glicose nas células do fígado, tecido adiposo e
músculo esquelético
Diabetes mellitus

• Não é uma doença única: grupo heterogêneo de distúrbios


metabólicos associado à hiperglicemia

Hiperglicemia resulta:
• Defeitos na secreção de insulina
• Defeitos na ação da insulina

Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBE)


Diabetes mellitus
CLASSIFICAÇÃO
Baseada na etiologia e não no tratamento,
segundo Diretrizes da SBE/2007

• DM1 (falta de células β-pancreáticas)


• autoimune
• idiopática (causa desconhecida)
• DM2 (resistência à insulina associada à
incapacidade de  a secreção do
hormônio)
• DM3 ou DM gestacional (4% dos casos)
VIDEOS SUGERIDOS

Diabetes
https://www.youtube.com/watch?v=nyvu2euX8tM

Diabetes e a ação da Insulina sobre a Glicose (Glucose)


https://www.youtube.com/watch?v=E78NsX75Qgo
Insulina

Hormônio peptídico que deve ser administrado por via parenteral (sofre destruição
no TGI)

2 cadeias peptídicas (51 AA) ligadas por 2 pontes dissulfeto

Espécies de origem: Animal


- extração do pâncreas de boi e porco →  incidência de alergias!!!

Hoje: Bacteriana
- engenharia genética (introdução de segmentos do DNA humano no DNA das bactérias
→ replicação da bactéria → passam a produzir a nova proteína)
Insulina
Diferentes preparações
2. De ação intermediária (s.c.) (associada a protamina
e zinco, prolongando o efeito)
1. De ação rápida/ultra-rápida
• Insulina humana recombinante NPH
(i.v. e s.c)
• REGULAR
3. De ação prolongada/lenta (s.c.)
• LISPRO (Humalog®) • GLARGINA (Lantus®)
• ASPARTE (NovoRapid®) • DETEMIR (Levemir®)
• GLULISINA (Apidra®) • DEGLUDECA (Tresiba®)
Insulina
Exemplos de diferentes esquemas de uso de preparações de insulina
Insulina

Cuidados com a insulina

• A insulina que ainda não foi aberta deve ser guardada na geladeira entre 2 e 8ªC
• Depois de aberta, pode ser deixada à temperatura ambiente (menor do que 30°C) por
30 dias, com exceção da detemir (Levemir), que pode ficar em temperatura
ambiente por até 42 dias
• Manter todos os tipos de insulina longe da luz e do calor
• Descartar a insulina que ficou exposta a mais de 30°C ou congelada

SBD - Sociedade Brasileira de Diabetes


Insulina

Administrações da insulina

• A insulina identificada com U-100 significa que existem 100 unidades de insulina
por mililitro (mL) de líquido no frasco

1. Frascos (administrar com seringa e agulha)


2. Canetas
• reutilizáveis ou descartáveis
3. Bombas de insulina
• aparelho com comando eletrônico que envia microdoses de insulina continuamente
durante as 24 horas do dia de forma precisa e pré-programada para manter o controle
glicêmico entre as refeições e ao longo da noite
• local da infusão, onde a cânula é aplicada, deve ser mudado a cada 2 a 3 dias
• custo acima de 12 mil reais
Insulina
INSULINA INALÁVEL
❖ 2005: Pfizer (Exubera®)
- 2007: retirada do mercado (baixa aceitação)

❖ 2014: Sanofi (Afrezza®)


- 15 anos de pesquisa; técnica de engenharia genética
- julho/2014: aprovação FDA
- fevereiro 2015: mercado americano
- 2019: mercado brasileiro
- ação: 12 – 15 min após administração
- custo elevado
- desvantagem: alto custo e não substitui a insulina injetável
- contraindicações: fumantes, portadores de doenças pulmonares como
asma e bronquite crônica, crianças e mulheres grávidas
Insulina
INSULINA VIA ORAL
GLUCAGON
SPRAY NASAL
• Glucagon
• 2015: Eli Lilly adquiriu os direitos globais do produto nasal, que foi originalmente
desenvolvido pela empresa canadense Locemia Solutions

• 2019: Estudo em fase 3

• foram feitos experimentos com adultos com diabetes tipo 1 que estavam tendo um
episódio hipoglicêmico moderado a grave

• pacientes recuperaram a hipoglicemia dentro de 30 min em 96% dos casos


Insulina

Complicações da insulinoterapia

Hipoglicemia

• alimentação tardia ou esquecida


• exercício físico inadequado
• controle de glicemia inadequado
• administração inadequada de insulina

• reações alérgicas (raras)


• lipodistrofia (atrofia do tecido
adiposo s.c. no local da injeção)
• resistência
Insulina
Dinâmica do tratamento do DM2

Diagnóstico do DM2

Dieta + exercícios

Antidiabéticos orais - monoterapia

Antidiabéticos orais - combinações

Antidiabéticos orais + insulina

Insulinoterapia plena
Farmacologia x Fisiopatologia
Estômago e duodeno
Entrada de glicose
Resistência à insulina

Fígado Pâncreas
Produção Secreção
hepática de HIPERGLICEMIA deficiente de
glicose insulina

Captação de glicose
periférica
Músculo esquelético
Tecido adiposo
Antidiabéticos orais

REDUÇÃO DA
GLICEMIA
Antidiabéticos orais
1. Biguanidas
Indicação: tratamento de pacientes com DM2, obesos

Metformina (6 h), metformina de ação prolongada (Glifage® XR) (24 h), fenformina
Mecanismos de ação propostos:
• Estimulação direta da glicólise nos tecidos →  da remoção de glicose do sangue
•  gliconeogênese hepática
•  absorção de glicose pelo TGI
•  níveis plasmáticos de glucagon

Metformina
1º escolha no tratamento do DM2 (especialmente pacientes obesos ou com sobrepeso) →
não associada a ganho de peso
• Combinado com a insulinoterapia para facilitar a utilização da insulina no DM1
• Efeitos adversos: náusea, dor abdominal, dispepsia (dificuldade de digestão)
Antidiabéticos orais
2. Secretagogos de insulina
A) Sulfoniluréias

As gerações de sulfoniluréias

GERAÇÃO FÁRMACOS
1º geração tolbutamida (8 h)
clorpropamida
acetohexamida
tolazanida
2º geração glibenclamida (gliburida)
glipizida (20 h)
gliclazida
Última geração glimepirida (24 h)

• Tomar 30 min antes do café da manhã e janta (se 2x/dia)


Antidiabéticos orais
2. Secretagogos de insulina
A) Sulfoniluréias

Mecanismo de ação:
• Facilitam a liberação de insulina por células β-pancreáticas não funcionais
(ligam-se a um receptor de alta afinidade, que está associado a um canal de K+
sensível ao ATP)
Antidiabéticos orais
2. Secretagogos de insulina
A) Sulfoniluréias

• Rápido início de ação


• São bem toleradas: representam uma 2º opção de
tratamento para pacientes com controle glicêmico
inadequado após o uso de metformina ou pacientes que
não toleram metformina

Efeitos adversos:
• hipoglicemia (grave)
• ganho de peso
Antidiabéticos orais
2. Secretagogos de insulina
B) Meglitinidas

• Constituem uma 2º classe de segretagogas de insulina →  secreção de insulina

repaglinida (1º membro do grupo, aprovado para uso clínico pelo FDA em 1998)
nateglinida
• Tem rápida ação (controle da glicemia pós-prandial) (2 h)

• Vantagens em relação às sulfoniluréias


-  taxas de hipoglicemia
-  ganho de peso

• Usadas como monoterapia ou em associações com outros hipoglicemiantes


Antidiabéticos orais
2. Secretagogos de insulina
B) Meglitinidas
Mecanismo de ação:
• Também modulam a liberação de insulina pelas células β ao regular a saída de
K+ através de canais de K+ → porém, sítio de ligação nas células pancreáticas é
diferente do sítio de ligação das sulfoniluréias
Antidiabéticos orais
3. Tiazolidinedionas

Pioglitazona (Actos®): efeito benéfico sobre o perfil lipídico ( LDL e TRI,  HDL)
Rosiglitazona (Avanadia®, Avandamet®): não interfere em parâmetros lipídicos
• administrados em dose única diária (24 h)

Mecanismo de ação: não é bem estabelecido


•  a resistência à insulina ( a sensibilidade dos tecidos-alvo à insulina → músculo
esquelético e tecido adiposo)
•  taxa de hipoglicemia
Efeitos adversos:
• insuficiência cardíaca
• ganho de peso
• edema
• hepatotoxicidade (toglitazona: retirada do mercado!)
Antidiabéticos orais
4. Inibidores da α-glicosidase
Acarbose (Glucobay®), miglitol
• Introduzido nos EUA em 1996
• Ajuda a  o pico pós-prandial da glicemia →  risco de hipoglicemia
• Efetivos apenas quando administrados nos períodos das refeições (6 h)
• Usada em pacientes com hiperglicemia pós-prandial e hiperglicemia grave

Mecanismo de ação: se ligam mais fortemente que os carboidratos da dieta às enzimas


α-glicosidase → retarda a absorção de carboidratos

Efeitos adversos:
• distúrbios GI (flatulência, distensão e desconforto abdominal)
• associados a um  moderado dos níveis plasmáticos de TRI
• não estão associados à alteração do peso corporal
Antidiabéticos orais
5. Incretinomiméticos

• INJETÁVEIS (s.c.): Exenatida (Byetta®), Liraglutida (Victoza®)

• O efeito incretínico é mediado pelos hormônios GLP-1 (glucagon-like peptide-1) e


GIP (Gastric Inibitory Polypeptide), considerados peptídios insulinotrópicos
dependentes de glicose → aumentam a secreção de insulina apenas quando a
glicemia se eleva. Por outro lado, controlam o incremento inadequado do glucagon
observado nos diabéticos.
• O efeito incretínico é o responsável pela maior redução na glicemia verificada após
ingestão oral de glicose, em comparação com a mesma quantidade injetada via
venosa em pessoas não diabéticas.
• Efeito adverso:
• Promovem intolerância gastrintestinal
Antidiabéticos orais
6. Inibidores da enzima DPP-4

Vildagliptina (Galvus®)
Sitagliptina (Januvia®)
Saxagliptina (Onglyza®)
Linagliptina (Trayenta®)

• possuem ação parecida com a do GLP-1 (exenatida e liraglutida)


• o bloqueio da enzima dipeptidilpeptidase 4 (DPP-4) reduz a degradação do GLP-1
(glucagon-like peptide-1), aumentando a sua vida média → assim, promove a
liberação de insulina e a inibição da secreção de glucagon, bem como reduz a
velocidade do esvaziamento gástrico
• mantém a glicemia no período de jejum, reduzindo no pós-prandial
Antidiabéticos orais
7. Inibidores da SGLT2
• Dapagliflozina, empagliflozina, canagliflozina

• Inibidores do contra-transporte sódio glicose 2 nos túbulos proximais dos rins:


• Reduz a glicemia via inibição da recaptação de glicose nos rins, promovendo
glicosúria → pode controlar a glicemia
independente da secreção e ação da
insulina, com consequente menor risco
de hipoglicemia, podendo favorecer a
perda de peso.
• Apresenta ação diurética (glicosúria),
podendo levar à depleção de volume (cuidar!)
Efeitos adversos
• Perda de peso, redução da PAS, ITU
A escolha do medicamento deve levar em conta:

• O estado geral do paciente e as comorbidades presentes (complicações


do diabetes ou outras complicações).
• Os valores das glicemias de jejum e pós-prandial e da HbA1c.
• O peso e a idade do paciente.
• As possíveis interações com outros medicamentos, reações adversas e
contraindicações.

Pacientes com manifestações graves:


• pacientes com valores glicêmicos superiores a 300 mg/dl e manifestações
graves (perda significante de peso, sintomas graves e/ou cetonúria), iniciar
insulinoterapia imediatamente
Antidiabéticos orais
RESUMO - Efeitos adversos
MAPA CONCEITUAL
Estudo dirigido

1. Explique brevemente como funciona as frações do colesterol VLDL, HDL e LDL.

2. Explique brevemente o mecanismo de ação da insulina no nosso organismo.

3. Quais as classes de fármacos hipolipemiantes? Dê exemplos de fármacos e os


principais efeitos adversos associados.

4. Diferencie o tratamento da diabetes tipo I e tipo II. Dê exemplos de fármacos e


explique como eles agem.

5. Faça uma comparação entre os diferentes tipos de insulina.

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