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A ciência do treinamento esportivo é uma área muito ampla e complexa. Esta ciência
possui um grande número de variáveis intervenientes, ou seja, que vão influenciar em
maior ou menor grau e estão relacionadas entre si. Como foi listado anteriormente
sobre os fatores fundamentais do treinamento, essas variáveis serão de teor prático ou
teórico. Estas poderão estar relacionadas aos objetivos dos principais componentes do
treinamento esportivo, o aprimoramento físico, técnico, tático ou psicossocial.
Os processos de avaliação do treinamento desportivo
Ao começar um novo trabalho, ou um novo ano de trabalho, uma das primeiras coisas
que você irá fazer é decidir seu plano de ensino, traçar suas metas e objetivos para
aquele período. Depois, você escolherá ou decidirá qual(ais) método(s) ou
metodologia(s) de avaliação do desenvolvimento dos seus alunos você usará, sejam
teóricos ou práticos, físicos ou de alguma habilidade ou capacidade específica.
Os processos de avaliação do treinamento desportivo
Assim, vamos olhar um pouco mais detalhadamente quais seriam estes critérios:
Reprodutibilidade: o teste precisa ser reprodutível, ou seja, se for aplicado duas
vezes ou mais com o mesmo grupo de indivíduos na mesma situação terá que
apresentar resultados idênticos ou semelhantes (MATHEWS, 1980). No caso do
exemplo acima, o mesmo grupo de alunos apresentaria resultados muito parecidos no
teste de habilidade se fossem testados uma segunda vez sem a ocorrência de alguma
intervenção que pudesse melhorar o rendimento.
Especificidade: a avaliação do professor precisa ser específica à realidade da
modalidade que ele quer testar (MATHEWS, 1980). Utilizando-se do mesmo exemplo
citado, testar a habilidade dos alunos pedalar em uma bicicleta pouco responderia à
capacidade deles em jogar basquete.
Os processos de avaliação do treinamento desportivo
Concluindo esta parte, Mathews (1980) ainda ressalta que um dos critérios para
selecionar um teste é a sua aplicação educacional. Dessa forma, ao selecionar um
teste é preciso ver se ele se aplica ao programa escolar oferecido e, esse plano deve
ditar os tipos de testes que serão aplicados. Podemos ainda ressaltar a você, caro
acadêmico, que uma avaliação precisa ser bem planejada, clara, objetiva, estruturada,
direta e organizada.
A avaliação dos aspectos físicos
Perceba que não podemos entender estas capacidades como isoladas e sem conexão
com as outras. É preciso ter o entendimento que elas estão conectadas e existem
inter-relações que ainda vão criar outras categorias. Observe que na figura as
conexões criam as categorias de resistência de força, resistência de velocidade e
a potência. Cada uma dessas qualidades poderá ser treinada ou desenvolvida em
menor ou maior grau, dependendo sempre do planejamento de ensino do professor e
dos objetivos traçados durante um determinado período de tempo.
A avaliação dos aspectos físicos
Desta forma, vamos focar principalmente nas ferramentas que poderão ser utilizadas
como avaliação do processo de treinamento. Como dito anteriormente, para a
avaliação física de uma (ou mais) determinada qualidade poderão ser utilizados testes
laboratoriais ou testes de campo. Como o nome propriamente já diz, o teste
laboratorial é aquele em que o indivíduo realiza uma avaliação neste tipo de ambiente.
Geralmente, este tipo de teste é mais válido e é chamado de padrão ouro para
avaliação de determinada qualidade física. Por outro lado, usualmente dependem de
materiais e equipamentos mais caros, não é tão específica a realidade das modalidades
realizadas de maneira individual.
A avaliação dos aspectos físicos
Nesse sentido, os testes de campo surgem buscando atender uma demanda de custo-
benefício para as avaliações físicas. Os testes de campo, historicamente, foram criados
como alternativas para a avaliação dos componentes físicos em um ambiente “fora do
laboratório”, na busca de acompanhar o desenvolvimento e rendimento esportivo no
ambiente em que é praticado, ou seja, o próprio local de prática. Dessa forma, este
tipo de teste geralmente ganha em especificidade e aplicação educacional, pois além
de serem de um custo-benefício melhor, permitem a avaliação de um grupo de
indivíduos simultaneamente e não dependem de equipamentos caros. Esta
possibilidade pode auxiliar o professor que visa acompanhar a evolução dos seus
alunos no próprio ambiente de ensino e prática (quadra esportiva por exemplo) de uma
maneira mais barata e acessível.
A avaliação dos aspectos físicos
Dessa forma, podemos observar que além de tudo que foi citado sobre os testes de
campo, eles podem avaliar também uma ou mais das qualidades físicas exigidas
durante a prática. Um dos mais famosos e utilizados em muitos lugares é o teste de
vai e vem de 20 metros. Inicialmente proposto por Léger e Lambert (1982), se
popularizou e ganhou espaço em muitos clubes, escolas e equipes, que utilizam o teste
para avaliação da resistência aeróbia.
O teste progressivo intermitente de campo de 20 metros (SHT20) de Léger et al. é um
teste incremental máximo, do tipo intermitente escalonado, composto de multiestágios
de 60 segundos de duração em sistema shuttle-run run, constituído de um número de
repetições variadas de corrida. O SHT20 fornece dados de potência (estimativa do
VO2max; PV) e capacidade (ponto de deflexão da FC (PDFC)) aeróbia (ARINS et al.,
2015, p. 759).
A avaliação dos aspectos físicos
Existem outros tipos de testes para avaliar parâmetros de força com um custo mais
baixo. Entre eles, podemos destacar os que utilizam dinamômetros mais simples para
realizar o teste de força de membros inferiores e lombar ou força de preensão manual.
A avaliação dos aspectos físicos
Apesar deste tipo de testes não apresentar grande nível de especificidade, eles
apresentam boas relações com determinados esportes, ou pelo menos com testes mais
específicos de determinados esportes. O teste de preensão manual, por exemplo,
apresenta-se como uma boa ferramenta para avaliar tenistas ou praticantes de
esportes de raquete, visto da necessidade da força para realizar a empunhadura da
raquete (REID; SCHNEIKER, 2008). Neste sentido, Lemos (2015) ressalta a
importância de acompanhar variáveis relacionadas à força em adolescentes tenistas
para identificar possíveis desequilíbrios de força e, consequentemente, evitar o risco de
desenvolvimento de instabilidade e lesão na articulação do ombro. Esta citação
poderemos aplicar a outros tipos de esportes nos quais o movimento de membros
superiores é predominante, como o basquete, handebol e vôlei.
A avaliação dos aspectos físicos
Outro tipo de teste que é comumente utilizado para avaliar os aspectos de força e
potência muscular, principalmente de membros inferiores, são os testes de saltos
verticais. Acreditamos, caro acadêmico, que os mais utilizados são os saltos com
contramovimento (CMJ) e os saltos contínuos (CJ). A questão que mais implica
este tipo de avaliação é a necessidade de uma plataforma de força ou de um
equipamento similar. Porém, primeiramente queremos explicar rapidamente como este
tipo de teste funciona e depois vamos apresentar algumas evidências que mostram a
aplicação prática deles.
A avaliação dos aspectos físicos
A avaliação dos aspectos físicos