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02/05/2022 10:40 Introdução à Educação Física

INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO FÍSICA

EDUCAÇÃO FÍSICA E
SAÚDE
Autoria: Ma. Maíra de Souza; Ma. Taís Feitosa Da Silva

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Introdução

Antes de começar reflita sobre as questões: quais as atividades e programas


que têm se tornado tendência nos últimos tempos no mundo do fitness e na
saúde? O que você entende por tendência e modismo? Outra questão: será que
existe alguma política que garanta a promoção da qualidade de vida e a redução
da vulnerabilidade e riscos à saúde da população? Você conhece alguma ação
realizada pelo profissional de educação física na Atenção Básica?
Perguntas como essas deveriam fazer parte do cotidiano, tanto dos estudantes
quanto dos profissionais de educação física, pois a todo o instante estão sendo
provocados a tomar decisões quanto ao investimento em formação continuada,
além de responder às demandas sociais com ética e responsabilidade. Quanto
às respostas dos questionamentos, essas devem ser analisadas considerando a
sua contextualização histórica, pois assim tudo fará sentido.
Neste capítulo você irá conhecer as tendências de saúde e de fitness dos
últimos anos, analisando as diversas possibilidades de intervenção, desde a
utilização de recursos tecnológicos, até a realização de atividades ao ar livre.
Além disso, você será convidado a fazer um resgate histórico da política de
saúde brasileira, compreendendo a sistematização das ações de práticas
corporais e atividades físicas na Atenção Básica, reconhecendo o sentido da
inserção do profissional de educação física nesse âmbito. Vamos lá?
Bons estudos!

Tempo estimado de leitura: 59 minutos.

2.1 Educação Física e o Diálogo com as


Tendências de Saúde e Fitness Identificadas
pelo American College of Sports Medicine

Anualmente, o Colégio Americano de Medicina Esportiva (ACSM), a partir da


publicação no Health & Fitness Journal, divulga as principais tendências de
saúde e de fitness para o ano seguinte, com o objetivo de identificar as
atividades, modalidades e programas que estão crescendo e se desenvolvendo
com maior expressividade em todo o mundo. Esse resultado é fruto de uma
pesquisa de opinião realizada com especialistas da área - incluindo profissionais

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da Ásia, Europa, Austrália, África, América do Norte e América do Sul – na qual


os mesmos descrevem as atividades e técnicas que estão em crescimento e se
destacando nos seus respectivos países.
Há 12 anos essa pesquisa eletrônica indica tendência, e não modismo, que
estão mais em alta, catalogando-as para servir como referência para toda a
indústria de fitness. Neste sentido, os seus resultados podem ajudar o
profissional de educação física a tomar decisões quanto ao investimento em
formação continuada, bem como aos gestores planejarem as melhores
estratégias para maximizar os resultados.

Figura 1 - Práticas saudáveis


Fonte: Shutterstock, 2021.

#PraCegoVer: na figura, temos a fotografia de alguns itens relacionados à


educação física e às práticas saudáveis. Da esquerda para a direita, temos um
caderno aberto no chão de madeira com uma caneta, seguido de três maçãs
(uma vermelha e duas verdes) envoltas por uma fita métrica amarela. Na parte
de baixo, há um fone de ouvido enrolado e um smartphone. Ao lado, já à direita,
encontramos um par de tênis rosa na parte superior, seguido por uma garrada de
água embaixo e um toalha azul enrolada.

No que se refere à pesquisa propriamente dita, as tendências são organizadas


de forma a garantir a representatividade dos quatro setores da indústria da
saúde: corporativo, clínico, comunitário e comercial. As mesmas são seguidas
de uma breve descrição, oferecendo ao entrevistado alguns detalhes. Além
disso, livros e cartões-presente são disponibilizados como incentivo para
finalizarem a pesquisa.

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VOCÊ SABIA?
Você sabe a diferença entre tendencia e modismo? Tendência refere-se
ao desenvolvimento geral ou mudança de comportamento dos indivíduos.
Já o modismo é algo que alcança um entusiasmo expressivo, ocorrendo
apenas em um breve período.

Para analisar os resultados da pesquisa, as respostas são agrupadas e


classificadas da tendência mais popular à tendência menos popular. No recurso
a seguir, serão apresentadas as 16 principais tendências dos últimos anos.
Vejamos!

Treinamento Intervalado de Alta Intensidade - HIIT

Treinamento em Grupo - Aulas Coletivas

Tecnologia Wearables

Treinamento com Peso Corporal

Treinamento de Força

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Treinamento de Força

Profissionais de fitness instruídos, certificados e


experientes

Yoga

Personal Training

Programas de fitness para terceira idade

Treinamento funcional

Exercício e perda de peso

Exercício é Remédio

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Personal Training em pequenos grupos

Esportes ao ar livre

Flexibilidade e mobilidade usando rolos

Licenciamento para profissionais de fitness

2.1.1 Treinamento Intervalado de Alta Intensidade – HIIT


O treino intervalado de alta intensidade se caracteriza por um treino com
sessões de intensidade (cerca de 90% do VO2máx), intervaladas com sessões
de repouso, podendo ser passivas ou ativas. É um modelo de treino de curta
duração, normalmente leva menos de 30 minutos para ser realizado, o qual tem
se revelado eficaz na diminuição do peso corporal, melhoria da capacidade
aeróbica e anaeróbica, dentre outros (PRATA, 2015).
Essa forma de exercício tem se popularizado em academias de todo o mundo.
No entanto, esse tipo de treino não deve ser realizado sem o acompanhamento
de um profissional, pois vale ressaltar que o HIIT apresenta características de
esforço extremo, o qual é considerado fator complicador para a aplicação e
adesão em programas de treinamento de longo prazo, uma vez que ocorre a
diminuição da sensação de prazer gerada pelo exercício (SILVA et al., 2017).

2.1.2 Treinamento em Grupos – Aulas Coletivas


Esse tipo de treinamento caracteriza-se por sessões altamente motivacionais e
eficazes para diferentes níveis de condicionamento físico. Os profissionais
responsáveis pela condução do treino apresentam uma ótima capacidade de
liderança e motivação, o que ajuda os alunos a atingirem o objetivo da aula.

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Segundo Amaral (2017), supervisionar atividades coletivas não é uma tarefa


fácil, motivo pelo qual o professor deve adotar estratégias visando aumentar o
senso individual de autoeficácia de cada aluno.
Existe uma diversidade de tipos de aulas e equipamentos para a realização
desse treinamento, desde a aeróbica convencional até as aulas de dança. No
Brasil, muitas academias têm investido nesse tipo de treinamento, criando
modelos exclusivos de aulas.

Figura 2 - Aula de exercício coletivos


Fonte: Shutterstock, 2021.

#PraCegoVer: na figura, temos a fotografia de algumas pessoas fazendo


exercício físico no chão de um ambiente apropriado para isso. Aparentemente,
as pessoas estão fazendo abdominal. Ao fundo, pode-se observar uma parede
de tijolos expostos e um grande portão preto.

2.1.3 Tecnologia Wearables


A tecnologia Wearables tem uma diversidade de equipamentos que foram
criados nos últimos anos, potencializando o monitoramento e,
consequentemente, os resultados relacionados ao universo fitness e desportivo.
De acordo com Thompson (2017), é imprevisível o quanto essa tecnologia
avançará na próxima década, uma vez que a todo o momento surgem
rastreadores de atividade, relógios inteligentes, monitores de frequência
cardíaca, dispositivos de rastreamento por GPS e óculos inteligentes (projetados
para mostrar mapas e acompanhar atividades).

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VOCÊ SABIA?
Dentre os dispositivos mais populares estão o fitness band (61%),
seguido dos smartwatches (45%) e mHealth devices (17%).

VOCÊ QUER VER?


No que se refere ao fitness band, este chegou ao mercado com tudo,
apresentando uma diversidade de recursos, modelos e marcas. Assista
no link a seguir, um pouco mais sobre o que essa pulseira é capaz de
fazer!

Acesse (https://www.youtube.com/watch?v=MkOXymPWgFo)

2.1.4 Treinamento com Peso Corporal


Esse tipo de treinamento tem sido bastante utilizado devido ao baixo custo, pois
utiliza o próprio peso corporal, assim como equipamentos mínimos,
conseguindo ser muito eficaz. Existem pessoas que acreditam que o
treinamento com peso corporal é limitado às flexões, no entanto, pode ser muito
mais do que isso.

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Figura 3 - Aluna fazendo exercício


Fonte: Shutterstock, 2021.

#PraCegoVer: na figura, temos a fotografia de uma mulher fazendo


alongamento. Ela está virada para a direita, usando um top rosa, calça legging
cinza e tênis vermelhos. Suas mãos estão apoiadas no chão, com os braços
estendidos. Uma das pernas está com os joelhos no chão, enquanto a outra está
estendida para cima e para trás.

2.1.5 Treinamento de Força


O treinamento de força é um dos mais populares tipos de treinamento utilizados
por um público diverso, não apenas para o ganho de força, mas também para a
reabilitação cardiovascular e pulmonar, além de programas direcionados ao
acompanhamento de doenças metabólicas. De acordo com Neto et al. (2017),
apesar de existirem várias estratégias para a manutenção e o desenvolvimento
das qualidades físicas de um indivíduo, o treinamento de força deve fazer parte
de uma rotina de exercícios físicos, objetivando tanto a melhoria do desempenho
quanto das variáveis associadas à saúde.
Para organizar uma periodização, o profissional deve considerar algumas
variáveis, como: a escolha dos exercícios, a ordem de execução, a intensidade, o
número de séries e os intervalos.

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VOCÊ QUER LER?


Para conhecer um pouco mais sobre o treinamento de força sugere-se a
leitura da obra de Flek e Kraemer (2017), pois se trata de uma literatura
indispensável para o desenvolvimento de programas de treinamento
individualizado. Nela, os autores direcionam como projetar programas de
treinamento de resistência baseados em estudos científicos, mostrando
como modificar e adaptar programas para as necessidades de
populações, aplicando os elementos no contexto real.

2.1.6 Profissionais de fitness instruídos, certificados e


experientes
Como o mercado fitness tem crescido nos últimos anos, os profissionais estão
em busca de uma formação para ser o diferencial diante da competitividade. É
justamente nesse contexto que surge uma variedade de certificações para
adesão de programas reconhecidos nacional e internacionalmente.

Segundo Thompson (2017), em 2007 a Comissão de


Credenciamento de Programas Aliados de Educação em
Saúde (CAAHEP), adicionou um credenciamento Personal
Trainer para programas de graduação de certificado (1 ano) e
associado (2 anos).

Esse credenciamento se juntou ao credenciamento do


programa acadêmico para a ciência do exercício
(bacharelado) e fisiologia do exercício (programas de pós-
graduação em fisiologia do exercício aplicada ou fisiologia do
exercício clínico).

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Vale salientar que, aqui no Brasil, as escolas, faculdades e universidades, têm


investido em programas educacionais de formação continuada. Dessa forma, os
profissionais estão mais atentos às necessidades do público-alvo e às mais
recentes discussões científicas acerca do cenário nacional e internacional.

2.1.7 Yoga
Apesar de parecer uma tendência nova, o yoga começou há mais de 3.000 anos
na Índia. Mesmo contendo exercícios físicos, ele é apenas um componente, pois
o objetivo principal do yoga consiste no treinamento do corpo, mente e
respiração, bem como a conexão com a sua espiritualidade.
No que se refere aos objetivos, o yoga apresenta desde a melhoria da
flexibilidade, força, equilíbrio e resistência, até mesmo à redução da ansiedade e
estresse, melhorando a clareza mental e, ainda, ajudando a dormir melhor.

Figura 4 - Aula de yoga


Fonte: Shutterstock, 2021.

#PraCegoVer: na figura, temos a fotografia de uma pessoa fazendo aula de


yoga. Aparece apenas do seu pescoço para baixo, pois ela está sentada, com as
pernas cruzadas na frente. Seu braço esquerdo está apoiado no joelho do
mesmo lado, com as mãos abertas para cima e o polegar e indicador
encostados. Ao fundo, pode-se observar outro indivíduo na mesma posição.

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A sua prática é “aconselhada para os sistemas nacionais de saúde em todos os


países membros da Organização Mundial de Saúde (OMS)” (BARROS et al.,
2014). Neste sentido, a OMS (2005) reconhece o yoga como uma prática
integrativa/complementar de saúde que: a) atua como exercício físico,
respiratório e mental; b) relaxa e contrai músculos, ocasionando automassagem
sobre as glândulas endócrinas; c) expande a capacidade respiratória; d) e
exercita a parte cognitiva e a atenção, por meio da meditação. Ademais, a
prática do yoga preconiza o autocuidado sem excessos nem vícios, assim como
estimula uma alimentação saudável e vegetariana, condiciona ao exercício da
ética e, sobretudo, a não violência (BARROS et al., 2014).
A literatura aponta diversas vertentes do yoga, porém, destacam-se, no Ocidente,
as mais praticadas:

Hatha
Yoga

Ashta
nga
Yoga

Iyenga
r Yoga

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Vinyas
a Yoga

Yogate
rapia
Integr
ativa

Atualmente, nas academias, o yoga tem feito parte das chamadas atividades
Mind & Body, juntamente com o Pilates, Tai Chi, etc. Apesar de não haver
contraindicações para a prática, é necessário informar o professor sobre
eventuais problemas de saúde e limitações.
A sua prática também é indicada durante a gravidez, pois ajuda a prevenir dores
nas costas, a fortalecer os músculos do pavimento pélvico, trabalhar outros
músculos importantes para o trabalho de parto, além de ensinar a mulher a
escutar o seu corpo, acalmando-a e motivando-a para viver essa fase da vida
com naturalidade.

2.1.8 Personal Training


Desde que a primeira pesquisa foi publicada em 2006, o treinamento
personalizado tem se mantido entre o top 10. O mesmo consiste em um
processo de aplicação e execução de testes e tarefas realizadas de maneira
sistemática e individualizadas. Sendo a sua utilização baseada em parâmetros
morfológicos, biológicos e psicológicos, bem como no grau de condicionamento
físico inicial e no objetivo do cliente, aluno ou atleta.
Diante desse contexto, o personal trainer tem buscado cada vez mais o
aperfeiçoamento do seu serviço a partir de cursos, utilização de novos produtos,
articulação com uma rede de profissionais, dentre outros. Muitas pessoas
identificam esse profissional como autônomo, o qual trabalha de forma

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independente. No entanto, o mesmo pode compor equipes de profissionais


envolvidos e empregados em programas de bem-estar, condicionamento físico,
ambientes comerciais e comunidades.

2.1.9 Programas de fitness para a terceira idade


O processo de envelhecimento é contínuo e gera alterações fisiológicas
inevitáveis e irreversíveis, as quais acarretam alterações funcionais, e que no
idoso se torna uma limitação, reduzindo sua capacidade funcional (SILVA et al.,
2011). Diante das evidências, têm aumentado o número de programas voltados
para esse publico, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida, tornando-os
independentes e mais ativos (MONTENEGRO, 2011).
Muitas instituições têm unido o útil ao agradável, ao ofertar atividades para o
público idoso (aposentados, na grande maioria), preenchendo os horários
durante o dia, no qual a maioria das academias é subutilizada (THOMPSON,
2017).

Figura 5 - Exercício durante a 3° idade


Fonte: Shutterstock, 2021.

#PraCegoVer: na figura, temos a fotografia de um senhor fazendo exercício


físico. Ele está virado para a câmera e olhando para ela, porém deitado no chão,
de barriga para baixo, com as duas mãos apoiadas ao lado do corpo, com os
cotovelos levantados. Ao fundo, pode-se observar um espaço com diversos
halteres.

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As atividades variam desde as ginásticas coletivas até programas de exercícios


mais rigorosos, incluindo treinamento de força, esportes coletivos e HIIT, quando
apropriado.

2.1.10 Treinamento Funcional


Essa proposta consiste na realização de movimentos integrados com a
aceleração, estabilização e desaceleração, visando aprimorar a habilidade de
movimento, força de tronco e a eficiência neuromuscular (GRIGOLETTO; BRITO;
HEREDIA, 2014).
De acordo com o American College of Sport Medicine (2009), trata-se da
realização de um trabalho contra a resistência, fazendo com que a força gerada
exerça benefícios diretos, tanto para a realização das atividades de vida diária
quanto para os movimentos relacionados à prática esportiva. A relevância da
sua utilização está na ampla possibilidade de aplicação e, consequentemente,
na transferência dos seus efeitos para as AVDs.
Acredita-se que para ser considerado um treinamento funcional, este deve
contemplar as seguintes variáveis: frequência adequada dos estímulos de
treinamento, volume em cada uma das sessões, intensidade adequada, ótima
relação entre duração do esforço e a pausa de recuperação e organização
metodológica das tarefas. É importante ressaltar que o que exercício funcional
por si só não determina treinamento funcional, este deve selecionar
adequadamente os exercícios, atendendo à funcionalidade.

VOCÊ QUER LER?


Se você ficou curioso e quer entender mais sobre o treinamento funcional,
leia o Manual do Treinamento Funcional. Nele você encontrará
metodologias de ensino com o objetivo de credibilizar o profissional que
está ligado ao treino funcional como área emergente no mercado fitness,
quer seja aplicado em sessões de treino personalizado ou sessões para
pequenos ou grandes grupos de pessoas.

Acesse (https://blogeducacaofisica.com.br/guia-completo-do-
treinamento-funcional-tudo-sobre-essa-modalidade/)

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2.1.11 Exercício e perda de peso


Desde a realização da primeira pesquisa, o exercício e a perda de peso têm se
mantido entre as 20 principais tendências. Neste sentido, as instituições têm
investido em programas de exercícios associados ao acompanhamento de
dietas de restrição calórica para controle de peso, motivando os alunos a
continuarem incorporando esse comportamento ao seu estilo de vida.
Segundo Guiseline (2013), em seu artigo sobre prescrição de exercício para
emagrecimento saudável, a maneira mais eficaz de se atingir esse objetivo é
criar um déficit calórico a partir da combinação entre dieta (restrição de ingestão
calórica) e atividade física (aumento do gasto calórico).

2.1.12 Exercício é Remédio


Atualmente, muitos males que afetam a população estão relacionados à adoção
de comportamentos de risco. Neste contexto, o exercício físico tem se
apresentado como uma ferramenta de suma importância como auxílio no
tratamento desses problemas.

Figura 6 - Frutas
Fonte: Shutterstock, 2021.

#PraCegoVer: na figura, temos a fotografia de duas frutas, sendo uma maçã


vermelha e uma metade de kiwi. A maçã está à esquerda, envolta por uma fita
métrica azul e branca. O kiwi está apoiado nessa maçã. Ao fundo, pode-se
observar outra maçã e outra metade de kiwi juntas.

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Estudos revelam o efeito positivo da prática de exercício físico para à saúde


mental (LOURENÇO et al., 2017), bem como para o tratamento de doenças
crônicas não transmissíveis. Isso é bastante relevante, visto que, segundo Malta,
Morais Neto e Silva Júnior (2011), essas doenças são responsáveis por 72% das
causas de óbitos, com destaque para doenças do aparelho circulatório (DAC)
(31,3%), câncer (16,3%), DM (5,2%) e doença respiratória crônica (5,8%),
atingindo indivíduos de todas as camadas socioeconômicas e, de forma mais
intensa, os grupos vulneráveis como os idosos e os de baixa escolaridade e
renda.
Neste sentido, entender o exercício como remédio é uma iniciativa global de
saúde focada em incentivar os médicos de atenção primária e outros
profissionais de saúde a incluírem atividades físicas na elaboração de planos de
tratamento para pacientes e encaminhá-los aos profissionais de fitness.
Para Thompson (2017), esse programa vai além de entender os benefícios do
exercício para a saúde, ele incentiva os médicos e outros profissionais a criarem
uma rotina de encaminhamento de pacientes para os programas de exercícios
na comunidade. E, ainda, oportunizar o profissional do fitness a estabelecer um
relacionamento de confiança com os demais profissionais da saúde.

2.1.13 Personal Training em pequenos grupos


O treinamento personalizado, antes individual, agora, apresenta a possibilidade
de ser realizado em pequenos grupos. E o que o torna mais atrativo é a
vantagem de se conseguir descontos. O personal trainer tem se tornado mais
criativo na forma de organizar as sessões de treinamento.
Treinar duas ou três pessoas ao mesmo tempo, em um pequeno grupo, parece
fazer um bom sentido econômico, tanto para o profissional quanto para o
cliente. E ainda existe o fator motivacional ao compartilharem desafios e
sucessos.

2.1.14 Esportes ao ar livre


Estudos apontam que a prática de exercícios ao ar livre é capaz de melhorar a
flexibilidade e auxiliar na redução do peso corporal, o que indiretamente pode
auxiliar na redução da pressão arterial e da glicemia em longo prazo (MIRANDA
et al., 2017). Diante dessas evidências, o profissional tem oferecido ao seu
cliente desde atividades como caminhadas, corridas, jogos, esportes, até
programas de aventura como trilhas e acampamentos.
A busca pela atividade ao ar livre tem aumentado devido à acessibilidade, à
beleza e à socialização. Geralmente são realizadas em grupos, e a interação
entre o homem e o ambiente pode proporcionar benefícios de ordem física,
social e psicológica.

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Figura 7 - Corredores treinando


Fonte: Shutterstock, 2021.

#PraCegoVer: na figura, temos a fotografia de dois homens correndo ao ar livre.


Eles vestem camiseta azul e calças pretas. Ao fundo, pode-se observar
vegetação com árvores.

2.1.15 Flexibilidade e mobilidade usando rolos


A utilização dos rolos de mobilidade é indicada para melhorar a amplitude de
movimento articular, otimizar o relaxamento, acelerar a recuperação, melhorar o
desempenho e promover o alívio no ponto de disparo. Eles podem ser usados
em quase todas as áreas do corpo, mas foram projetados para liberação
miofascial da região lombar, quadris e para grupos musculares maiores, como
os músculos dos glúteos e os isquiotibiais.
O mercado oferece uma crescente variedade desse equipamento, podendo ser
de espuma (com variadas densidades), de madeira ou um tipo de borracha
rígida. A escolha irá depender do efeito desejado.

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Figura 8 - Aluna fazendo exercício


Fonte: Shutterstock, 2021.

#PraCegoVer: na figura, temos a fotografia de uma mulher fazendo exercício


físico. Ela está virada para a tela, assim como seu corpo, sorrindo, apoiada pelo
cotovelo do braço esquerdo. Sua mão direita também a ajuda no apoio, estando
com um item de espuma azul embaixo do seu quadril.

2.1.16 Licenciamento para profissionais de fitness


Soa um pouco estranho ouvir que licenciamento para profissionais de fitness é
uma tendência, uma vez que aqui no Brasil, para ser um profissional de
educação física, o indivíduo necessita de uma formação de ensino superior.
Desta forma, acredita-se que os cursos de graduação em educação física
proporcionam ao formado conhecimentos científicos, técnicos, pedagógicos e
ético-profissionais, favorecendo à prestação de uma intervenção adequada e
eficaz nas diversas manifestações da atividade física.
Após concluir a graduação, o profissional realiza o seu credenciamento junto aos
Conselhos Regional e Federal de Educação Física, tornando-se apto a exercer a
profissão de forma legal. No entanto, em outros países, cabe apenas à
participação em cursos de formação de curta duração para atuação na área.

2.1.17 Treinamento em circuitos


O treinamento em circuitos combina exercícios cardiopulmonares e
neuromusculares, apresentando um volume de intensidade maior quando
comparados aos outros tipos de treinamento. Isso ocorre devido à alternância
de períodos mais intensos (como ocorre nas estações) e menos intensos
(intervalos de recuperação) em uma única sessão.

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No que se refere à sua organização propriamente dita, trata-se do agrupamento


de cerca de 10 exercícios, os quais são completados de forma sucessiva,
obedecendo a uma sequência predeterminada. De acordo com Thompson
(2017), cada exercício é realizado por um número específico de repetições ou
por um período de tempo definido e, ao finalizar, inicia-se um rápido descanso,
para então passar para o próximo exercício.

2.1.18 Wellness Coaching


É um processo que visa aumentar o desempenho de um indivíduo, aumentando
os resultados positivos, por meio de metodologias, ferramentas e técnicas
específicas. Assim, o profissional responsável pelo seu desenvolvimento
geralmente utiliza uma abordagem individual semelhante a um personal trainer.
No entanto, a sua atenção está voltada diretamente para os valores,
necessidades, visão, aspirações e objetivos do seu cliente. Logo, durante as
sessões de treinamento, esse profissional utiliza técnicas para promover a
mudança de comportamento a curto e longo prazo.
Tanto as empresas quanto os profissionais têm investido nesse tipo de
intervenção, na qual abordam o estado subjetivo da felicidade e investigam o
potencial humano. Acredita-se, na verdade, que a intenção é provocar. Neste
contexto, o profissional formula questionamentos relevantes, visando
desenvolver competências, encorajar e apoiar o cliente para que este enxergue
as situações por novos ângulos e, por meio de definições de metas, chegue a
alcançar objetivos reais.

2.1.19 Exercício de Core


Os indivíduos considerados mais fracos fisicamente apresentam a musculatura
do abdômen enfraquecida e a musculatura da coluna menos flexível. Logo,
necessitam de mais esforços para realizar determinadas atividades, estando
também mais expostos a lesões.
Neste sentido, exercitar os músculos centrais pode proporcionar uma melhora
na estabilidade geral do tronco, permitindo que o indivíduo atenda às demandas
das atividades da vida diária e ao desempenho de vários esportes que exijam
força, velocidade e agilidade. Assim, são trabalhadas a força e o
condicionamento dos músculos estabilizadores do abdômen, tórax e costas,
oferecendo um suporte para a coluna e o tórax.
Em um estudo realizado por Nascimento (2017), foi evidenciado que realizar
exercícios sutis, específicos e em posição neutra, pode ser adequado para se
condicionar a musculatura estabilizadora do indivíduo. Desta forma, o

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02/05/2022 10:40 Introdução à Educação Física

profissional deve enfatizar o fortalecimento da musculatura central do corpo,


condicionando o indivíduo a uma melhor sinergia muscular, podendo
proporcionar resultados positivos e relevantes.

Figura 9 - Aluna fazendo exercício


Fonte: Shutterstock, 2021.

#PraCegoVer: na figura, temos a fotografia de uma mulher se alongando. Ela


está sentada no chão, virada para a esquerda. Veste regata rosa e bermuda
preta. Está segurando um elástico vermelho com as mãos, enlaçando seus pés.

2.1.20 Treinamento esportivo


Realizar um treinamento voltado para a prática esportiva ajuda a desenvolver
habilidades durante o período entre as competições, aumentando assim a força
e a resistência específicas para o esporte. A preparação do atleta por meio
desse treinamento deve ser sistematicamente organizada com exercícios físicos
pedagogicamente estruturados e periodizados. Para tanto, faz-se necessário
planificar o método atendendo os objetivos estabelecidos na preparação do
atleta.

2.2. A Política Nacional de Promoção da Saúde e


a Inserção do Profissional de Educação Física no
Sistema Único de Saúde – SUS

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Figura 10 - Aula de educação física


Fonte: Shutterstock, 2021.

#PraCegoVer: na figura, temos a fotografia de uma professora segurando uma


bola de basquete no centro, de pé. À sua frente, estão sentadas seis crianças,
em um semicírculo, prestando atenção na professora. Ao fundo, podemos
observar uma cesta de basquete e uma parede de tijolos expostos.

2.2.1 A Política de Saúde no Brasil


A Constituição Federal de 1988 e o Projeto de Reforma Sanitária são
considerados os principais marcos regulatórios da construção da saúde pública
brasileira atual, pois os mesmos deram origem ao Sistema Único de Saúde –
SUS. O sistema de saúde brasileiro adquiriu, ao longo de sua evolução,
características marcantes que acompanharam as tendências políticas e
econômicas de cada momento histórico (AGUIAR, 2015).
No que se refere às políticas de saúde, essas são construídas a partir de uma
disputa que definem as prioridades e os parâmetros de ação em resposta às
necessidades de saúde, escolhas da comunidade, decisões políticas e recursos
disponíveis (WHO, 1998). No entanto, a evolução da política de saúde esteve
relacionada à evolução política e socioeconômica do país.
É importante lembrar que a saúde pública não era uma prioridade para a política
de estado, passando a receber mais atenção apenas nos momentos de
epidemias, as quais ameaçavam o modelo capitalista adotado. Para um melhor
entendimento, observe o diagrama a seguir com um breve resgate histórico da
política de saúde brasileira relacionando-a com o contexto de cada período:

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Período Colonial/Imperial (1500-1889)

Existiam diversas doenças transmissíveis trazidas pelos


colonos portugueses, escravos africanos e diversos
estrangeiros;

Mais comuns: DSTs, malária, hanseníase, tuberculose,


febre amarela, cólera, leishmaniose e varíola;

Muitas tornanram-se endêmicas; outras provocaram


epidemias;

Medidas tomadas: sanemaneto dos portos, urbanização e


infraestrutura dos centros urbanos e campanhas para
debelar epidemias;

A assistência média limitava-se à classe dominate, as


demais classes utilizavam a medicina popular.

República Velha (1889-1930)

Predomínio das doenças pestilenciais como cólera, tifo,


gripe espanhola, peste, tuberculose, entre outras;

As condições de saneamento básico eram muito precárias


e várias epidemias matavam a população;

As ações de saneamento básico priorizavam os espaços


de circulação de mercadorias;

Em 1902 foi lançado o programa de combate à febre


amarela;

Oswaldo Cruz elege as campanhas sanitárias como o


modelo de intervenção e combate às epidemias;

Em 1904 houve a imposição legal da vacinação contra


varíola, desencadeando a revolta da vacina por parte de

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02/05/2022 10:40 Introdução à Educação Física

médicos e opositores políticos;

Dicotomia entre as ações de saúde pública (sanitarismo


campanhista) e as ações de assistência médica (curativo-
privatista).

Era Vargas (1930-1945)

Predominava doenças da pobreza (desnutrição,


verminose) e morbidade moderna (doenças do coração,
acidentes de trabalho, neoplasias e violência);

As medidas tomadas eram para manter a força de


trabalho produtiva, na qual a assistência médica vincula-se
à Previdência Social;

Deixa de lado a assistência dos postos de saúde e


ambulatórios e investe em grandes hospitais (influência
da medicina americana);

Institucionalização do Ministério da Educação e Saúde


(ações de caráter coletivo).

Redemocratização (1945-1963)

Dutra lança o Plano Salte (Saúde, Alimentação, Transporte


e Energia), descantando a saúde como prioridade. No
entanto, a maior parte do recurso foi destinado ao
transporte;

Em 1953, o Ministério da Saúde torna-se independente,


com atuação limitada à educação sanitária e campanhas
de controle de doenças;

Organização da saúde estatal: saúde pública, medicina


previdenciária e saúde do trabalhador;

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Organização do setor privado: medicina liberal, hospitais


beneficentes ou filantrópicos e hospitais lucrativos.

Regime Militar (1964-1984)

Privilégio do setor de saúde privado, mediante compra de


serviço médico (modelo médico assistencial privatista);

Predominava o aumento da mortalidade infantil:


tuberculose, malária, acidente de trabalho, doença de
chagas;

Na década de 70 ocorreu uma epidemia de meningite;

Nos anos 80 a principal causa de morte foram as doenças


do aparelho circulatório.

Nova República (1985-1988)

Predominava a redução e doenças imunopreveníveis e da


mortalidade infantil;

Manutenção da mortalidade por doenças cardiovasculares


e neoplásicas;

Aumento da mortalidade por causas externas, da


epidemia da AIDS e do surgimento de epidemia de dengue;

O Sistema Único de Saúde (SUS) foi aprovado,


incorporando a maioria das propostas do movimento da
Reforma Sanitária, apresentada por emenda popular e
acompanhada da participação dos segmentos
interessados.

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Em 1990, entra em vigor a Lei Orgânica da Saúde, 8.080/90, a qual dispõe sobre
as condições para promoção, proteção e recuperação da saúde, regulando as
ações, a organização e o funcionamento dos serviços de saúde em todo o país
(AGUIAR, 2015). A partir de então, a saúde passa a ser entendida como um
direito fundamental do ser humano.
No mesmo ano foi aprovada a Lei 8.142, complementando a lei anterior. Esta
regula a participação da comunidade na gestão do SUS, assegura a existência
de instâncias colegiadas nas conferências e conselhos de saúde, orienta a
transferência financeira intergovernamental e exige a formulação de planos de
saúde e criação de fundos de saúde.
Para expressar os direitos dos cidadãos brasileiros e o dever do Estado no que
se refere à área da saúde, o SUS se estabeleceu a partir de princípios e diretrizes,
válidos para todo o Brasil. São eles:

universalidade de acesso em todos os níveis de


assistência;

equidade na assistência à saúde;

integralidade da assistência à saúde;

participação e controle social e descentralização


político-administrativa (ênfase na
descentralização dos serviços para os municípios;
regionalização e hierarquização da rede de
serviços de saúde).

Visando garantir os princípios do SUS, a melhoria dos seus serviços e,


consequentemente, a qualidade de vida da sociedade, surge a Política Nacional
de Promoção da Saúde. Logo, o seu processo de construção e implementação
provoca a mudança no modo de organizar, planejar, realizar, analisar e avaliar o

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trabalho em saúde (BRASIL, 2010). A mesma foi estruturada a partir das


definições constitucionais, das deliberações das conferências nacionais de
saúde, bem como do Plano Nacional de Saúde, tendo como foco principal a
promoção da qualidade de vida e a redução da vulnerabilidade e riscos à saúde
relacionados ao ambiente, lazer, educação, cultura, modo de vida e acesso a
bens e serviços essenciais.

2.2.2 A Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) e o


Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF)
Em 2006 foi publicada a Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS), a qual
representa um marco no processo cotidiano de construção do SUS, reiterando a
compreensão dos determinantes sociais da saúde no processo saúde-doença. O
seu objetivo é “promover a qualidade de vida e reduzir vulnerabilidades e riscos à
saúde relacionados aos seus determinantes e condicionantes – modos de viver,
condições de trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura, acesso a
bens e serviços essenciais”. Suas diretrizes preconizam atitudes baseadas na
cooperação e no respeito às singularidades, como: estímulo à intersetorialidade,
compromisso com a integralidade do cuidado, fortalecimento da participação
social e estabelecimento de mecanismos de cogestão no processo de trabalho e
no trabalho em equipe.
De acordo com as responsabilidades de cada esfera de gestão do SUS –
Ministério da Saúde, estados e municípios, destacamos as estratégias
preconizadas para implementação da Política Nacional de Promoção da Saúde:

Figura 11 - Política Nacional de Promoção da Saúde

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#PraCegoVer: na figura, temos um esquema indicando a Política Nacional de


Promoção da Saúde nos âmbitos federal, estadual e municipal.

Nesse mesmo ano, foram definidos os eixos prioritários de ação da PNPS,


servindo como dispositivo para ampliar ações de promoção em todos os níveis
do SUS e de melhor articulação entre diferentes áreas técnicas, programas e
políticas a partir da abordagem da promoção da saúde. Observe no quadro a
seguir os eixos prioritários com algumas das suas respectivas ações de
divulgação e implementação:

Alimentação Saudável

Promover ações relativas à alimentação saudável;

Produção e distribuição de material educativo.

Prática Corporal/Atividade Física

Ofertar práticas corporais/atividade física;

Capacitar os trabalhadores da área da saúde;

Resgatar as práticas corporais/atividades físicas de forma


regular nas escolas, universidades e demais espaços
públicos;

Estimular a articulação com instituições de ensino e


pesquisa para monitoramento e avaliação das ações no
campo das práticas corporais/atividade física.

Prevenção e controle do tabagismo

Reduza o acesso aos derivados do tabaco;

Reduza a aceitação social do tabagismo;

Reduza os estímulos para os jovens.

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Redução da morbimortalidade em decorrência do uso abusivo de álcool e


outras drogas

Apoio à restrição de acesso a bebidas alcoólicas;

Promover campanhas municipais/SMTT;

Materiais educativos.

Redução da morbimortalidade por acidente de trânsito

Promoção de discussões intersetoriais;

Articulação de agendas de planejamento;

Apoio a campanhas de divulgação.

Prevenção da violência e estímulo à cultura da paz

Implantação de serviços sentinela;

Ficha de notificação de violência interpessoal;

Incentivo aos planos municipais e estaduais.

Promoção do desenvolvimento sustentável

Apoio à elaboração de planos de ações estaduais e


municipais;

Apoio ao envolvimento da esfera não governamental.

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VOCÊ QUER LER?


Para conhecer todas as ações e suas respectivas descrições de forma
completa, clique no link a seguir!

Acesse
(http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_promocao
_saude_3ed.pdf)

A inclusão do tema da atividade física como prioridade na PNPS passa pela


compreensão de que a inatividade física é um dos principais fatores de risco
para a mortalidade mundial. No Estudo de Lee et al. (2012), o qual objetivou
avaliar os efeitos da inatividade física na carga de doenças crônicas não
transmissíveis no mundo, encontrou que cerca de 5,3 milhões de mortes
poderiam ser evitadas caso a inatividade física diminuísse em 25%. Neste
sentido, fundamenta-se a inserção do profissional da educação física no serviço
de Atenção Básica ao compor as equipes do Núcleo de Apoio à Saúde da
Família (NASF).
No que se refere à Atenção Básica à saúde, esta compreende um conjunto de
ações, de caráter individual ou coletivo, que engloba a promoção da saúde, a
prevenção de agravos, o tratamento e a reabilitação, e constitui o primeiro nível
da atenção do SUS. Neste contexto, o NASF constitui-se como um dispositivo
estratégico para a melhoria da qualidade da Atenção Básica, uma vez que amplia
o escopo de ações desta e, por meio do compartilhamento de saberes, amplia
também a capacidade de resolutividade clínica das equipes. Vale ressaltar que o
diálogo dentro de uma equipe multiprofissional deve superar a perspectiva
individualizante e fragmentada do modelo de saúde tradicional.

O Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) foi criado a


partir da Portaria GM n.º 154, de 24 de janeiro de 2008, com o
objetivo de ampliar a abrangência e o escopo das ações da
Atenção Básica, bem como sua resolubilidade, apoiando a

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inserção da estratégia de Saúde da Família na rede de


serviços e o processo de territorialização e regionalização a
partir da Atenção Básica (BRASIL, 2010).

Trata-se de uma equipe com profissionais de diferentes áreas


de conhecimento que atua com os profissionais das equipes
de Saúde da Família, compartilhando e apoiando as práticas
em saúde nos territórios sob responsabilidade das equipes de
Atenção Básica.

Ele, portanto, faz parte da Atenção Básica, mas não se


constitui como um serviço com espaço físico independente.
Isso quer dizer que os profissionais do Núcleo utilizam-se do
próprio espaço das Unidades Básicas de saúde e do território
adstrito para o desenvolvimento do seu trabalho.

A definição da composição da equipe é realizada pelos gestores municipais e


pelas equipes de saúde da família, a partir das necessidades locais e da
disponibilidade de profissionais de cada uma das diferentes ocupações. Uma
vez que os profissionais atuam compartilhando e apoiando as práticas em
saúde nos territórios de abrangência, a organização do trabalho deve priorizar
metodologias como estudo de caso, atendimento em conjunto e projetos
terapêuticos, favorecendo a troca de saberes e responsabilidade mútua,
ampliando assim as experiências. Observe a seguir um exemplo para a escolha
dos profissionais:
Em uma dada comunidade foi identificada uma elevada prevalência de
portadores de hipertensão arterial sistêmica e de pessoas acometidas por
acidente vascular cerebral. Diante desse contexto, pode-se indicar a importância
da inserção de categorias profissionais que ofertem ações de reabilitação
(fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e fonoaudiólogo), assim como do
nutricionista e do profissional de educação física para o desenvolvimento de
ações de prevenção de agravos e promoção da saúde com essa população.

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Segundo Brasil (2010), a atuação do NASF deve atender às diretrizes relativas à


atenção primária em saúde, como: ação interdisciplinar e intersetorial, educação
permanente em saúde dos profissionais e da população, desenvolvimento da
noção de território, integralidade, participação social, educação popular,
promoção da saúde e humanização. As nove áreas estratégicas que o compõem
são: saúde da criança/do adolescente e do jovem, saúde mental,
reabilitação/saúde integral da pessoa idosa, alimentação e nutrição, serviço
social, saúde da mulher, assistência farmacêutica, atividade física/práticas
corporais e práticas integrativas e complementares.
Quanto à classificação pode ser duas modalidades, NASF 1, NASF 2 e NASF 3,
sendo sua composição variável de acordo com a proposta da legislação, a qual é
definida pelos gestores locais mediante demanda e disponibilidade de
profissionais. O profissional de educação física está incluído em ambas as
modalidades do NASF, confirmando a relevância da sua participação na equipe
multidisciplinar.

NASF 1

Composto por, no mínimo, cinco profissionais de nível superior.


Dentre eles: psicólogo, assistente social, farmacêutico,
fisioterapeuta, fonoaudiólogo, médico ginecologista,
profissional da educação física, médico homeopata,
nutricionista, médico acupunturista, médico pediatra, médico
psiquiatra e terapeuta ocupacional. Deve estar vinculado a um
mínimo de oito e máximo de vinte equipes de Saúde da Família.

NASF 2

Composto por, no mínimo, três profissionais. Dentre eles:


psicólogo, assistente social, farmacêutico, fisioterapeuta,
fonoaudiólogo, profissional da educação física, nutricionista e
terapeuta ocupacional. Deve estar vinculado a no mínimo três
equipes de Saúde da Família.

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NASF 3

Deverá estar vinculado a no mínimo uma e no máximo duas


equipes de Saúde da Família e/ou equipes de Atenção Básica
para populações específicas.

Voltando o olhar para as áreas estratégicas do NASF, nos deparamos com


“Práticas corporais e atividade física”, a qual sua inserção na Política Nacional
de Promoção da Saúde ocorreu a partir das evidências científicas, nacional e
internacional, como uma forma de enfrentamento do aumento da prevalência
das doenças cardiovasculares, como sendo a principal causa da
morbimortalidade naquele contexto.
Diante disso, destaca-se essencial que o profissional que irá atuar nessa área,
reconheça a promoção da saúde como uma:

[...] construção gerada nessa


dinâmica de produção da vida,
assumindo, dessa maneira,
múltiplos conceitos em sua
definição, por exemplo,
prevenção e humanização da
saúde, com diferentes formatos
em sua execução, podendo se
apresentar como política
transversal ou articuladora,
dentro de uma matriz de

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princípios norteadores das


práticas de saúde local. Assim,
enfatizando a promoção da
saúde, a PCAF deve ser
construída a partir de
componentes culturais,
históricos, políticos, econômicos
e sociais de determinada
localidade, de forma articulada
ao espaço–território. (BRASIL,
2010, p. 124)

É importante ressaltar que para intervir em práticas corporais e atividade física


no NASF deve-se seguir as diretrizes estabelecidas com base nos princípios do
SUS, na Política Nacional de Promoção da Saúde, bem como na experiência de
diversos programas de promoção da saúde. Essas diretrizes devem ser
interpretadas como resultado da interação com todos os profissionais na sua
interface com essa área estratégica.
Para desenvolver um trabalho faz-se necessário conhecer os indicadores de
morbimortalidade do território, identificar as ações que já existem na
comunidade, bem como as dificuldades e facilidades encontradas pela equipe
de Saúde da Família, para então planejar coletivamente as ações.
As práticas corporais e atividades físicas são ressignificadas para dar condições
aos indivíduos construírem uma vida autônoma. Isso é possível a partir do
processo educativo que envolve não apenas transmissão de conhecimento, mas
também o enfrentamento das dificuldades, fortalecendo assim a identidade.
Em um estudo realizado por Scabar, Pelicioni e Pelicioni (2012), foi evidenciada a
importância do profissional de educação física de favorecer em seu trabalho a
abordagem de diversas manifestações da cultura corporal presentes na
comunidade, bem como das difundidas nacionalmente, procurando fugir dos
conteúdos clássicos da Educação Física, pois os resultados da adesão da
comunidade irão corresponder ao nível de adequação das propostas aos

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costumes e contexto locais. Neste sentido, conclui-se que o profissional de


educação física, o qual está inserido no serviço de Atenção Básica do SUS, deve
adotar posturas baseadas em um enfoque social e inclusivo.
Vale salientar que, apesar do NASF ser uma importante estratégia para a
inserção do profissional de educação física na ABS, existem outras iniciativas de
práticas corporais/atividades físicas sendo desenvolvidas pelo Brasil, no
contexto da ABS, sem que estejam articuladas ao NASF, como veremos a seguir.

2.2.3 A Política Nacional de Promoção da Saúde (PNPS) e


outras experiências
Na atualidade, os estudos têm evidenciado a necessidade dos indivíduos
aumentarem a sua participação em atividades físicas, de preferência atividades
físicas de lazer, como sendo um fator protetor para doenças cardiovasculares
(PRASAD, 2009; BARBOSA et al., 2018). Logo, é importante garantir a
intersetorialidade na condução de práticas em promoção da saúde, pois além da
promoção da prática da atividade física em si, há a necessidade, por exemplo, de
uma reestruturação urbana (construção de ciclovias, pistas para caminhada e
corrida). E, para que isso ocorra, é necessária a intervenção de diversos setores
governamentais e da sociedade civil.
Segundo Brasil (2013), diante da complexidade que envolve a promoção da
saúde, gestores de ações intersetoriais remetem estratégias que podem resultar
na construção de projetos ou programas que contemplem desde a
reorganização dos espaços públicos, favorecendo a mobilidade urbana e a
prática do lazer ativo, até a ampliação da participação da população nas
discussões sobre a melhoria da qualidade de vida. No entanto, um dos grandes
desafios aos gestores do SUS reside na garantia da sustentabilidade dessas
iniciativas, de forma a alcançar resultados que impactem positivamente na
qualidade de vida da população.
Malta (2012), ao avaliar a efetividade dos programas de atividade física do Brasil,
identificou que de 2005 a 2009 foram repassados, para estados e municípios,
mais de R$ 170 milhões, como financiamento das ações de promoção da saúde.
Considerando que são 1.465 municípios, representando 26,3% do total no país, e
27 estados com projetos de promoção da saúde em desenvolvimento. Dentre
eles destacam-se experiência exitosas como: Programa Academia da Cidade e o
Programa CuritibAtiva.

2.2.4 Programa CuritibAtiva


O Programa CuritibAtiva é uma das ações do Centro de Referência Qualidade de
Vida e Movimento (CRQVM), da Secretaria Municipal do Esporte e Lazer (SMEL)
de Curitiba. Com o objetivo de disseminar o conhecimento e fomentar a prática

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da atividade física, com sucesso, fez com que transcendessem políticas


públicas e gestões de prefeitos, sempre redimensionado às necessidades da
população e da época (KRUCHELSKI; DUTRA; SIQUEIRA, 2012).
O mesmo foi criado para conter o crescimento das doenças crônicas na
população local, informar e educar os residentes sobre o potencial da atividade
física na melhoria da qualidade de vida. De acordo com Reis et al. (2011), além
de informar a população, o programa começou a implementar e apoiar
atividades físicas sistemáticas promovidas pela Secretaria Municipal de Esporte
e Lazer.
Dentre as atividades implementadas pelo programa, estão a distribuição de
materiais educativos sobre atividade física, a avaliação de práticas de estilos de
vida e da aptidão física dos participantes, ginástica para a terceira idade,
hidroginástica, lazer comunitário, dança de salão, corridas de rua e jogos
escolares, além de eventos comunitários nos finais de semana.

Figura 12 - Academia na rua


Fonte: Shutterstock, 2021.

#PraCegoVer: na figura, temos a fotografia de uma academia de rua. Há


equipamentos pintados de azul e amarelo em cima de uma estrutura de cimento.
Ao redor, pode-se observar vegetação e uma rua.

Além disso, desde 2010 começaram a ser implantadas as academias ao ar livre


sob a coordenação do programa CuritibAtiva, que consiste em equipamentos
sem peso, os quais utilizam apenas a força do próprio corpo para exercícios de

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musculação e alongamento. Os mesmos podem ser utilizados por qualquer


público, basta seguir as instruções básicas para correta execução, as quais
ficam dispostas em um painel ilustrado.

2.2.5 Programa Academia da Cidade


O Programa Academia da Cidade do Recife (PAC), foi implantado em 2002, pela
Secretaria de Saúde do Recife e, posteriormente, inserido no Sistema Único de
Saúde (SUS) como uma política de Atenção Básica à saúde. Com o objetivo de
requalificar ou construir um espaço público de lazer, o qual estimulasse a prática
de atividade física e um hábito de vida saudável, o programa vem oportunizar a
prática de atividades como caminhada, dança, aeróbica e instrução nutricional.
Tudo com o acompanhamento de profissionais da área e estudantes (HALLAL,
2010).
Atualmente, o programa tem aproximadamente 160 profissionais das áreas de
Educação Física, e ainda conta com os demais profissionais da rede de saúde
para a execução de suas ações. Também oferece o serviço de avaliação física
nutricional, além de intervir junto aos usuários dos Centros de Apoio
Psicossocial (CAPS), orientando atividades físicas, jogos e passeios temáticos,
além de estarem diretamente ligadas às Unidades de Saúde (FEITOSA, 2015).
No que se refere às atividades desenvolvidas em articulação com a Estratégia de
Saúde da Família, os profissionais planejam e sistematizam ações conjuntas –
envolvendo equipes de saúde, associação de moradores, entidades religiosas,
entre outros – com um olhar direcionado às necessidades de cada grupo como:
HiperDia, grupos de gestantes, grupos de idosos, grupos de adolescentes e
grupos de educação popular em saúde.
Em 15 anos de funcionamento, o PAC tem servido como referência para a
criação de outros programas de promoção da atividade física em comunidades,
bem como para definir as políticas de governo voltadas à promoção da saúde e
qualidade de vida. Recife hoje conta com 42 polos da Academia da Cidade, os
quais buscam aumentar a autoestima e melhorar a qualidade de vida da
população envolvida, a partir da redução dos riscos de doenças provocadas pelo
estresse e inatividade física.

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VOCÊ QUER VER?


Você que gostaria de conhecer o programa federal Academia da Saúde,
não se preocupe, pois tem uma entrevista com Deborah Malta
(Coordenadora de Vigilância de Doenças e Agravos não
Transmissíveis/MS), que explica todo o percurso para implementação do
mesmo.

Acesse (https://www.youtube.com/watch?v=Pt8hIShIkDQ)

A contratação dos profissionais de educação física para atuarem em serviços de


saúde no município foi uma das grandes dificuldades para a implantação do
programa. No entanto, em 2007 ocorreu um grande avanço com a promulgação
da Lei n.º 17.400/2007, a qual estabeleceu a criação de cargos efetivos no
âmbito da Administração Direta do Município, dentre eles o cargo de Profissional
de Educação Física, com jornada de trabalho de 30 horas semanais, passando a
integrar o subgrupo ocupacional de Técnico em Saúde de Nível Superior (RECIFE,
2018), a partir de concurso público para a função de Profissional de Educação
Física no âmbito da saúde municipal realizado em 2008. Hallal et al. (2009)
afirmam que a partir desse feito, o programa cada vez mais compõe a política do
município, inclusive com atuação regular dos profissionais nas unidades de
saúde da cidade.
Vale ressaltar que com a ampliação do PAC nos últimos anos, tem-se observado
a necessidade de contratação de mais profissionais para atender à demanda.
Isso fez com que, em 2014, a partir do Decreto n.º 27.826/2014, a prefeitura
autorizasse a contratação, por excepcional interesse público, de 15 profissionais
de Educação Física, com carga horaria de 30 horas semanais. No entanto, essa
contratação é pelo prazo determinado de 12 meses, com possibilidade de
renovação para mais 12 meses.

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VOCÊ QUER VER?


Também é possível conhecer como a população tem se apropriado do
programa, a partir da experiência de Guarulhos/SP, na qual a vivência da
prática de atividade física voltada para a promoção da saúde tem
promovido uma mudança de comportamento relacionada à saúde.

Acesse (https://www.youtube.com/watch?v=1ob7VlyygjA)

Por ser considerada uma experiência exitosa, o Programa Academia da Cidade


do Recife serviu de inspiração para algumas iniciativas similares, no âmbito
estadual e federal. Como exemplos: o Programa Academia da Cidade de Aracajú,
o Programa Academia da Cidade de Belo Horizonte, o Programa Academia das
Cidades de Pernambuco e o Programa Academia da Saúde do Governo Federal.

TESTE SUAS HABILIDADES


(ATIVIDADE NÃO PONTUADA)

Vivência das tendências da Educação Física


Agora você já conheceu um pouco mais sobre a atuação do profissional de
Educação Física bacharel.
Vamos fazer um treino de habilidades com as vivência das tendências da
Educação Física?
Nossos objetivos com a prática são:

vivenciar as características da área de atuação e a sua


relação com o mercado de trabalho;

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escolher as melhores prática mediantes as situações da


prática.

Para a prática, siga as etapas abaixo:


1. Produza um relatório, em formato de texto, com até 50 linhas, que possibilite
você fazer uma reflexão dos pontos que foram discutidos.
2. Descrição da atividade: descreva quais são as atividades realizadas por um
profissional de Educação Física bacharel, assim como as diferentes opções de
local de atuação e as diferentes possibilidades de público com o qual ele pode
atuar.
3. Demandas observadas: identifique e descreva quais características são
importantes que um profissional de Educação Física bacharel tenha e quais
experiências são fundamentais durante sua formação para ter uma atuação de
sucesso.
4. Análise crítica: faça uma análise crítica descrevendo qual a importância do
profissional de Educação Física bacharel e se você considera que esta pode ser
considerada uma profissão que proporcione estabilidade financeira ao
profissional.
5. Conclusões: conclua seu relatório trazendo o que você aprendeu sobre a
atuação do profissional de Educação Física bacharel.
6. Poste no "compartilhe", e se houver dúvidas acione o tutor pelo fórum -
esclareça sua dúvidas.

Excelente trabalho! Com o material construído,


você consegue aprender como um profissional
de educação que escolheu ser bacharel pode
Feedb
atuar na sociedade. Além disso, entendeu que
ack esse profissional tem vários campos de atuação
e pode oferecer seus serviços para diferentes
públicos.

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VAMOS PRATICAR?

Após a leitura deste capítulo, você estará pronto


para produzir. Considere que você é um
profissional de Educação Física no Sistema
Único de Saúde – SUS, inserido a partir da
Política Nacional de Promoção da Saúde. A
comunidade em questão apresenta um aumento
da prevalência de hipertensão. Qual intervenção
você iria propor a esse público? Antes de pôr a
mão na massa consulte os Cadernos de
Atenção Básica, n. 39, o qual trata do Núcleo de
Apoio à Saúde da Família. Este está disponível
aqui.
(http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/nu
cleo_apoio_saude_familia_cab39.pdf) Identifique
uma atividade para cada estratégia!‍

CONCLUSÃO

Concluímos este capítulo, no qual tivemos a oportunidade de compreender a


diferença entre moda e tendência, analisando as diversas atividades do mundo
fitness e da saúde como uma forma de planejar as possíveis intervenções no
mercado de trabalho. Além disso, foi possível conhecer a Política de Promoção à
saúde, visualizando a inserção do profissional de educação física nas ações
dessa política.
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:

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entender a importância do ranking anual das tendências


de fitness e saúde, como uma possibilidade de
investimento da área;

conhecer e identificar as estratégias de promoção à saúde


como uma possibilidade de implantação de programas
desse contexto, até mesmo a ampliação da participação
das pessoas nas discussões de melhoria da qualidade de
vida;

identificar atividades relacionadas às estratégias de ação


para implementação do eixo práticas corporais/atividades
físicas.

Clique para baixar conteúdo deste tema.

Referências
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perspectivas e desafios. 2. ed. São Paulo: Martinari, 2015.

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ensino em ginástica coletiva. São Paulo: Paulo Costa Amaral, 2017. 40 p.

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and Exercise, Bethesda, v. 41, n. 3, p. 687-708, mar. 2009.

https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/SAU_INEDFI_19/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 42/44
02/05/2022 10:40 Introdução à Educação Física

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risco cardiovascular: estudo em Muzambinho, Minas Gerais. Revista
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em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-
81232014000401305&script=sci_abstract&tlng=es
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81232014000401305&script=sci_abstract&tlng=es). Acesso em: 29 maio
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http://www.abeso.org.br/pdf/revista61/atividade_fisica.pdf
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