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Formas Farmacêuticas

Modernas de Liberação
Controlada
Formas farmaceuticas de liberação oral

• Por que é importante o estudo dos


medicamentos de uso oral?
– Mais de 70% dos medicamentos são
administrados por esta via.
– Medicamentos orais são fáceis de
administrar, melhoram a adesão do
paciente e são mais baratos do que
algumas alternativas (p. ex., injeções)
INTRODUÇÃO
• As formas farmacêuticas podem ser classificadas em:
• liberação convencional ou imediata;
• liberação modificada.

• As formas farmacêuticas com liberação convencional são desenvolvidas para


liberar o fármaco rapidamente após a administração, sendo empregados
nesses sistemas diluentes solúveis, desintegrantes e/ou outros recursos que
favorecem os processos de liberação e dissolução do fármaco.

• As formas farmacêuticas de liberação modificada são concebidas para


modularem a liberação do fármaco, retardando ou prolongando a sua
dissolução.

• Diversas tecnologias podem ser empregadas para promover a liberação


gradual de um fármaco veiculado em uma forma farmacêutica.
INTRODUÇÃO
• Expressões para definição dos variados sistemas de liberação de fármacos:
• liberação retardada (RETARD);
• liberação repetida;
• liberação controlada;
• liberação sustentada, entre outras.

• Não há definição legal na legislação Brasileira, assim como nas legislações


internacionais.

• Dentre os vários termos, o mais adequado, segundo a maioria dos autores, é


liberação controlada, por ser mais geral, englobando todos os outros sem, no
entanto, especificar exatamente o tipo de controle existente e de que maneira
este é alcançado.
Sistema de Liberação Controlada

Figura 1. Comparação ilustrativa das variações de concentração de fármacos


administrados por métodos convencionais de multidosagem (a) e sistema de
liberação controlada (b), sendo A a administração do fármaco.
Vantagens
Tipo Vantagens

* Manter nível terapêutico com baixa oscilação


* Impedir níveis tóxicos e efeitos colaterais locais e
sistêmicos
* Evitar subníveis terapêuticos
Farmacológica
* Aumentar concentrações plasmáticas de princípios ativos
de meia-vida plasmática relativamente curta
* Maior segurança na utilização de alguns fármacos de
elevada potência

* Maior comodidade pela diminuição do número de


administrações diárias
Eficácia do * Facilita adesão do paciente ao tratamento
Tratamento * Administração noturna pode ser evitada
(Aderência do * Efeitos indesejados reduzidos
paciente) * Cronoterapia: Sincroniza a liberação do fármaco com a
necessidade do paciente. Ex.: liberar o fármaco pela
manhã
Desvantagens
• Custo inicial é mais elevado que as formas farmacêuticas
convencionais;
• Cinética de liberação é dependente da integridade da forma
farmacêutica;
• Impossibilidade de interrupção do efeito terapêutico imediato em
caso de intoxicação ou intolerância;
• Risco de acumulação do fármaco com velocidade de eliminação
lenta;
• Dificuldade de adaptação da posologia às diferentes
farmacocinéticas interindividuais.
Candidato a liberação
controlada
• Absorção e excreção nem muito
lenta e nem muito rapida
• Uniformimente absorvido no trato
gastrointestinal
• Administrado em doses pequenas
• Boa margem de segurança
• Usados para tratamentos crônicos
Sistema de liberação
• Matriz hidrofílica
• Matriz polimérica insolúvel
• Sistema controlado por membrana
• Sistemas osmóticos
• Gastroretenção
• Gastroresistente
Matriz hidrofílica
• Matriz solúvel intumecente.
• Tais sistemas são usados para a
liberação prolongada (sustentada).
• Formadas por polímeros
Matriz hidrofílica
Matriz polimérica insolúvel
• Matriz inerte (não entumece)
• Estrutura porosa como uma esponja
• Quando essa estrutura entra em contato com
água, o fármaco pode ser lixiviado para fora
pelos canais cheios de água
• Sistema permanece intácto
• A taxa de liberação de fármaco a partir de
matrizes de polímero insolúvel é controlada pelo
tamanho e pelo número de poros e
tortuosidade da matriz
Sistema controlado por
membrana
• Quem controla a liberação é uma membrana e
não uma matriz.
• O fármaco não deve difundir no estado sólido, só
em contato com a água.
• A liberação do fármaco é controlada pela
espessura e pela porosidade da membrana,
assim como pela solubilidade do fármaco nos
fluidos gastrintestinais.
Sistemas osmóticos
• Nesse sistema a membrana é
semipermeavel. Possibilita a
passagem de água para o interior
mas não a saida do fármaco.
• Um orifício é feito para a passagem
da água com o farmaco.
• O tamanho desse orificio é
responsável pelo controle da
liberação do fármaco.
Gastroretenção
• O medicamento é retido no
estomago.
• Tratamento de H. pylori ou
medicamentos que são melhores
absorvidos no estomago
Mucoadesão, Flutuação e
Aumento de tamanho
Gastroresistente
• Similar ao sistema de membrana
exceto que a membrana é
programada para liberar o fármaco
com um determinado sinal.
– pH
– Bactérias do colon (amidorresistente)
Algumas considerações
• Esferas, granulos e microesferas
refestidas.
• Sistema de multiplos comprimidos
• Microencapsulação
• Formação de complexos
Liberação parenteral
prolongada
• É possível pelo uso de fármacos cristalinos
ou amorfos que apresentam
características de dissolução prolongada
• Também é possível através de complexos
químicos do farmaco que dissolvem
lentamente, soluções ou suspensões de
fármacos em carreadores ou veículos de
absorção lenta (p. ex., veículos
oleaginosos), grandes partículas de
fármaco em suspensão ou injeção de
microesferas erosíveis de liberação lenta
Liberação pela pele
• Estrato córneo camada mais externa e
queratinizada. Difícil penetração.
Fatores que afetam a absorção
percutânea
• Propriedades físico químicas : peso
molecular, solubilidade, coeficiente de
partição, constante de dissociação.
• A concentração do fármaco;
• Tamanho da área aplicada;
• Apresentação de maior afinidade com a pele
do que com o veículo;
• Pele hidratada;
• Espessura do estrato córnea.
Formas farmacêuticas de aplicação
percutânea

• Emulsões, géis, pomadas, cremes

Promotores da absorção percutânea


•Promotores químicos
•Iontoforese
•Fonoforese
•Microagulhas
Iontoforese
• Método eletroquímico.
• Criação de gradiente de potencial na
pele por meio de corrente elétrica ou
voltagem.
• Cuidados: irritação cutânea.
Vantagens
• Controle da velocidade de liberação
• Sem incompatibilidade
gastrointestinal, absorção erratica e
efeito de primeira passagem.
• Redução dos eventos adversos.
• Evita infecção e inflamação
associados a injeções ou infusões
contínuas.
• Aumenta a adesão ao tratamento
Fonoforese
• Utilização de ultrasom.
• Fármaco misturado com agente de
acoplamento, gel.
• Rompimento estrato córneo lipídico.
• Muito usado em fisioterapia.
Exemplos no mercado

• Nitroglicerina transdérmica
• Clonidina transdérmica
• Nicotina transdérmica
• Estradiol transdérmico
• Sistemas transdérmicos
contraceptivos
• Testosterona transdérmica
Caso tecta
• Estudo aleatório, duplo-cego, controlado, multicêntrico realizado
na Alemanha, comparou a eficácia entre pantoprazol sódico e
pantoprazol magnésico para tratamento de DRGE. O estudo
demonstrou que pantoprazol magnésico é tão eficaz, seguro e
bem torelado quanto o pantoprazol sódico no tratamento de fases
I e III da DRGE (Hein 2011).

• A diferença entre os dois sais do fármaco pantoprazol é


farmacocinética. Conforme visto, o pantoprazol magnésico tem
maior meia-vida de eliminação do que o pantoprazol sódico.
Exercício
• Qual a importância de se estudar os
medicamentos de uso oral?
• Diferença entre os medicamentos de liberação
imediata dos medicamentos de liberação
controlada.
• Vantagens e desvantagens da liberação
controlada.
• Diferencie Matriz hidrofílica, Matriz polimérica
insolúvel, Sistema controlado por membrana,
Sistemas osmóticos, Gastroretenção,
Gastroresistente.
• Diferencie iontoforese e fonoforese.

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